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ESPIRITISMO Estudo Sistematizado www.luzespirita.org.br MÓDULO I ______________________________

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ESPIRITISMO Estudo Sistematizado

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MÓDULO I ______________________________

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2 — ESTUDO SISTEMATIZADO

OBRAS COMPLEMENTARES DE ALLAN KARDEC

Revista Espírita – O Que é o Espiritismo – Obras Póstumas

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1 – OBRAS COMPLEMENTARES

Além das cinco obras básicas (“O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, “O CÉU E O INFERNO” e “A GÊNESE”), Allan Kardec produziu outras peças literárias, que chamamos de “obras complementares”.

Destaque para a “REVISTA ESPÍRITA” (jornal), “O QUE É O ESPIRITISMO” e “OBRAS PÓSTUMAS” – que exploraremos nesta lição. Um pouco menos conhecidos são os livros: “INSTRUÇÃO PRÁTICA” (que mais tarde deu origem à segunda obra básica, “O LIVRO DOS MÉDIUNS”), “O ESPIRITISMO EM SUA EXPRESSÃO MAIS SIMPLES”, “VIAGEM ESPÍRITA DE 1862”, “O PRINCIPIANTE ESPÍRITA” e “A OBSESSÃO”.

2 – REVISTA ESPÍRITA

A “REVISTA ESPÍRITA” (“Revue Spirite”, no original em francês), ou “Jornal de Estudos Psicológicos”, foi criada por Allan Kardec, juntamente com a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, e teve sua primeira edição lançada em 1 de janeiro de 1858. O codificador sempre esteve à frente da elaboração do periódico até seu desencarne, em 1869. Mesmo após sua partida, o jornal continuou sendo publicado pela Sociedade. Sua divulgação foi interrompida durante o período das Guerras Mundiais (de 1915 a 1917 e de 1940 a 1947). Outra paralisação de trabalho deu­se entre de janeiro de 1977 até maio de 1989, quando a União Espírita Francesa e Francofônica (USFF – Union Spirite Française et Francophone), em parceria com o Conselho Espírita Internacional (CEI) ganhou seu registro de direitos autorais. Desde então, a revista é distribuída em diversos idiomas pela CEI. As edições do período de Kardec também foram traduzidas e relançadas pela Editora FEB (Federação Espírita Brasileira).

A revista tem como objetivo fundamental atualizar, debater e divulgar os conhecimentos acerca dos fenômenos e das bases doutrinárias do Espiritismo.

3 – O QUE É O ESPIRITISMO

Este livro foi lançado em 1859 com a intenção de apresentar um resumo dos conceitos espíritas endereçado aos principiantes e de responder questões comuns usadas pelos seus opositores. Contém ainda uma biografia de Allan Kardec assinada por Henri Sausse.

O livro transcreve um diálogo de Kardec com um crítico. Eis uma fração: Visitante — Caro senhor, confesso que a minha razão recusa admitir a realidade dos fenômenos estranhos atribuídos aos Espíritos, convencido que estou de estes não terem senão uma existência imaginária. Entretanto, eu me curvaria diante da evidência, se disso

LIÇÃO Módulo I 14ª

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tivesse provas incontestáveis; por isso desejo merecer a permissão de assistir somente a uma ou duas experiências, para não ser indiscreto, a fim de me convencer, caso seja possível. Allan Kardec — Desde que a sua razão repele o que nós consideramos irrecusável, o senhor crê que a própria razão seja superior às de todos quantos não compartilham das mesmas opiniões. Longe de mim o pensamento de duvidar do seu talento e a pretensão de supor minha inteligência superior à sua; que eu esteja iludido, é a sua razão quem diz: e não falemos mais nisso. V. — Entretanto, se conseguisse me convencer, conhecido que sou como opositores das ideias espíritas, isto seria um milagre eminentemente favorável à causa que defendem. A. K. — Lamento, caro senhor, porém não tenho o dom de fazer milagres. Julga que uma ou duas sessões bastariam para adquirir convicção? Seria, realmente, um verdadeiro prodígio; eu precisei mais de um ano de trabalho para ficar convencido; o que prova que não cheguei a esse estado inconsideradamente. Além disso, não realizo sessões públicas e parece­me que se enganou sobre o fim das nossas reuniões, visto não fazermos experiências com o objetivo de satisfazer à curiosidade de ninguém. V. — Então, não procuram fazer seguidores? A. K. — Para que buscarmos fazê­lo nosso discípulo, quando não o quer ser? Não pretendo forçar convicção alguma. Quando encontro pessoas que sinceramente desejam se instruir e me dão a honra de me pedir esclarecimentos, folgo e cumpro um dever respondendo­lhes nos limites dos meus conhecimentos; mas quanto aos opositores, como o senhor, que têm convicções arraigadas, não tento um passo para arredá­los, atento a que é grande o número dos que se mostram bem­dispostos, para que possamos perder o nosso tempo com aqueles que o não estão. Estou certo de que, diante dos fatos, a convicção há de vir, mais cedo ou mais tarde, e que os incrédulos hão de ser arrastados pela correnteza; por ora, alguns partidários, de mais ou de menos, nada alteram na pesagem; pelo que nunca me verão incomodado para atrair às nossas ideias aqueles que, como o senhor, sabem as razões que têm para fugir delas.

(Cap. I – Primeiro Dialogo: “O Crítico”)

4 – OBRAS PÓSTUMAS

Publicada pela Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas em 1890, onze anos após o desencarne de Kardec, o livro traz uma coletânea de escritos pessoais do codificador acerca dos bastidores do seu trabalho e dissertações diversas. Como “extras”, traz uma biografia de líder espírita e a íntegra do discurso de Camille Flammarion pronunciado no sepultamento do corpo de Kardec.

Entre as dissertações, destaques para o “Estudo sobre a natureza do Cristo” e “As cinco alternativas da Humanidade” (Primeira Parte).

Na segunda parte, o leitor terá uma descrição mais íntima de como foi o trabalho da codificação, o recado sobre “a missão”, a preparação das obras básicas e da direção da Sociedade Espírita.

No encerramento, o “Credo Espírita” dita os “princípios fundamentais da Doutrina Espírita, reconhecidos como verdades inconcussas”.

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O chefe do Espiritismo Mas quem será encarregado de manter o Espiritismo? Quem terá tempo e perseverança

necessários para se dedicar ao trabalho incessante que essa tarefa exige? Se o Espiritismo for entregue a si mesmo, sem guia, não será de temer que se desvie da sua rota? e que a maldade – com a qual ainda estará por longo tempo em luta – não procure desfigurar­lhe a essência? Com efeito, esse é uma questão vital e cuja solução se reveste do maior interesse para o futuro da Doutrina.

A necessidade de uma direção central superior – guarda vigilante da unidade progressiva e dos interesses gerais da Doutrina – é tão evidente, que já causa inquietação por não ser visto seu condutor a surgir no horizonte. Compreende­se que, sem uma autoridade moral, capaz de centralizar os trabalhos, os estudos e as observações, de dar a impulsão, de estimular os zelos, de defender os fracos, de sustentar os ânimos vacilantes, de ajudar com os conselhos da experiência, de fixar a opinião sobre os pontos incertos, o Espiritismo correria o risco de caminhar ao léu.

Não somente essa direção é necessária, como também preciso se faz que preencha condições de força e de estabilidade suficientes para afrontar as tempestades.

Os que não admitem nenhuma autoridade não compreendem os verdadeiros interesses da Doutrina. Se alguns pensam poder dispensar toda direção, a maioria, os que não se creem infalíveis e não depositam confiança absoluta em suas próprias luzes, se sentem necessitados de um ponto de apoio, de um guia, ainda que apenas para ajudá­los a caminhar com segurança.

Reconhecida a necessidade de uma direção, de quem receberá poderes o chefe para exercê­la? Será ele aclamado pela universalidade dos adeptos? É coisa impraticável. Caso se imponha por sua própria autoridade, uns o aceitarão, enquanto que outros o recusarão, e podem surgir vinte pretendentes, levantando bandeira contra bandeira. Seria ao mesmo tempo a tirania e a anarquia. Semelhante ato seria próprio de um ambicioso e ninguém conviria menos do que um ambicioso, por isso mesmo orgulhoso, para chefiar uma doutrina que se baseia na abnegação, no devotamento, no desinteresse, na humildade. Colocado fora do princípio fundamental da Doutrina, outra coisa não poderia fazer, senão falsear­lhe a ideia.

É o que inevitavelmente ocorreria se de antemão se não adotassem medidas eficazes a prevenir esse inconveniente.

Admitamos, no entanto, houvesse um homem com todas as qualidades necessárias ao desempenho do seu mandato e que, por uma senda qualquer, chegasse à direção suprema. Os homens se sucedem e não se assemelham; depois de um bom, poderia vir um mau. Com o indivíduo, pode mudar o gênero da direção; sem maus desígnios, pode ele ter modos de ver mais ou menos justos; se entender de fazer que prevaleçam suas ideias pessoais, pode levar a Doutrina a transviar­se, gerar dissidências e as mesmas dificuldades se renovarão a cada mudança. É preciso não esquecer que o Espiritismo ainda não está na plenitude da sua força. Do ponto de vista da organização, é uma criança que mal começa a andar. Insta, pois, sobretudo no princípio, premuni­lo contra os obstáculos do caminho. Mas – poderão dizer –, não virá estar à frente do Espiritismo um dos Espíritos que, segundo foi anunciado, tem que tomar parte na obra de regeneração? É provável; todavia, como esses Espíritos não trarão na fronte um sinal para serem reconhecidos; como não se farão reconhecer como tais pela maioria, senão depois de terem morrido, conformemente ao que houverem produzido durante a vida; como, ao demais, não serão perpétuos, se necessário torna prever todas as eventualidades.

É sabido que eles terão uma múltipla missão; que serão de todos os graus da escala espiritual e se encontrarão nos diversos ramos da economia social, onde cada um exercerá influência a favor das novas ideias, conforme a particularidade da sua posição; que todos, pois, trabalharão pelo ascendente da Doutrina, aqui e ali, uns como chefes de Estado, outros como

PALAVRA ESPÍRITA

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legistas, outros como magistrados, sábios, literatos, oradores, industriais, etc.; que cada um dará provas de si onde lhe caiba exercer sua atividade, desde o proletário até o soberano, sem que qualquer coisa os distinga do comum dos homens, a não ser em suas obras. Se a um deles couber tomar parte na direção, é provável que seja posto providencialmente na posição apropriada a fazê­ lo chegar lá pelos meios legais que forem adotados; circunstâncias aparentemente fortuitas até lá o conduzirão, sem que de sua parte haja desígnio premeditado, sem mesmo ter ele consciência de sua missão.

Em tal caso, o pior de todos os chefes seria o que se desse por eleito de Deus. Como não é racional se admita que Deus confie tais missões a ambiciosos ou a orgulhosos, as virtudes características de um verdadeiro messias têm que ser, antes de tudo, a simplicidade, a humildade, a modéstia, numa palavra, o mais completo desinteresse material e moral. Ora, a só pretensão de ser um messias constituiria a negação dessas qualidades essenciais; provaria, naquele que se prevalecesse de semelhante título, ou tola presunção, em havendo boa­fé, ou insigne impostura.

Não faltarão intrigantes, pseudoespíritas, que queiram elevar­se por orgulho, ambição ou cobiça; outros que estadeiem pretensas revelações com o auxílio das quais procurem exaltar­se e fascinar as imaginações por demais crédulas. É também de prever que, sob falsas aparências, haja indivíduos que tentem apoderar­se do leme, com a ideia preconcebida de fazerem perder o navio, desviando­o da sua rota. O navio não naufragará, mas poderia sofrer prejudiciais atrasos que se devem evitar.

São esses, sem contestação, os maiores escolhos de que o Espiritismo precisa preservar­ se. Quanto maior consistência ele adquirir, tanto mais ciladas lhe armarão seus adversários. É, portanto, dever de todos os espíritas sinceros anular as manobras da intriga que se possam urdir, assim nos pequenos, como nos grandes centros. Deverão eles, em primeiro lugar, repudiar do modo mais absoluto todo aquele que por si mesmo se apresente qual messias, quer como chefe do Espiritismo, quer como simples apóstolo da Doutrina. Pelo fruto é que se conhece a árvore; espere­ se, pois, que a árvore dê seu fruto, para decidir se ela é boa e veja­se também se os frutos têm sabor.

Houve quem propusesse que os candidatos fossem designados pelos próprios Espíritos em cada grupo ou sociedade espírita. Além de que este meio não obviaria a todos os inconvenientes, apresentaria outros, peculiares a semelhante modo de proceder, que a experiência já demonstrou e que fora supérfluo lembrar aqui. Não se deve perder de vista que a missão dos Espíritos consiste em nos instruir, para que nos melhoremos, porém não em se sobreporem ao nosso livre­arbítrio. Eles nos sugerem ideias, ajudam com seus conselhos, principalmente no que concerne às questões morais, mas deixam ao nosso raciocínio o encargo da execução das coisas materiais, encargo a que não lhes cabe poupar­nos.

Contentem­se os homens em serem assistidos e protegidos por Espíritos bons; mas não descarreguem sobre eles, a responsabilidade que cabe ao encarnado. Esse meio, aliás, suscitaria maiores embaraços do que se poderia supor, pela dificuldade de se fazer que todos os grupos participassem de semelhante eleição. Seria uma complicação nas rodagens e estas tanto menos suscetíveis se mostrarão de se desarranjar quanto mais simplificadas forem.

Então, o problema é o de constituir uma direção central em condições, de força e estabilidade, que a ponham ao abrigo de todas as flutuações; que correspondam a todas as necessidades da causa e oponham intransponível barreira às tramas da intriga e da ambição. Tal o objetivo do plano de que vamos dar um rápido esboço.

Allan Kardec OBRAS PÓSTUMAS, Allan Kardec – Segunda Parte:

“Constituição do Espiritismo – Exposição de motivos”, Item III)

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TAREFA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐

A sugestão para esta semana é uma pesquisa sobre as obras complementares da Codificação Espírita. Como tarefa, conte‐nos sobre o que de mais interessante encontrou nessas obras.

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