Aula Câncer de Laringe-Dr Giulianno Molina HBP
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Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo
Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Dr. Giulianno Molina
Câncer de Laringe:Estado Atual
Câncer de Laringe
1- Epidemiologia
- Nos EUA, a incidência do diagnóstico de câncer de laringe estimada para 2006 é de 9.510 pessoas, sendo 7.700 homens e 1.810 mulheres.
- A média de idade do diagnóstico é de 65 anos. 0% foram diagnosticados antes dos 20 anos, 0,5% entre 20-34; 4% entre 35-44 anos; 15,9% entre 45-54 anos; 28,5%entre 55 e 64 anos; 29,7% entre 65 e 74 anos; 17,6% entre 75 e 84 anos e 3,9% acima de 85 anos
1 Ries LAG, Harkins D, Krapcho M, Mariotto A, Miller BA, Feuer EJ, Clegg L, Eisner MP, Horner MJ, Howlader N, Hayat M, Hankey BF, Edwards BK (eds). SEER Cancer Statistics Review, 1975-2003, National Cancer Institute. Bethesda, MD, http://seer.cancer.gov/csr/1975_2003/, based on November 2005 SEER data submission, posted to the SEER web site 2006.
- A mortalidade teve idade média de 69 anos, sendo que 55,2% dos pacientes tinham entre 65 e 84 anos
Câncer de Laringe
1- Epidemiologia
- Nos EUA, o índice de sobrevida relativa estimada em 5 anos é de 64,1%, sendo maior para a raça branca (60-67%) em relação aos negros (44-56%)
- Cerca de 45% dos cânceres são diagnosticados no sítio primário, enquanto 47% já se apresentam com metástases regionais, 4% com metástases à distância e 3% sem informação
- A sobrevida relativa em 5 anos conforme o estádio é de 83,5% para localizado, 50,4% para o estádio com metástases regionais, 13,7% para à distância
Câncer de Laringe
1- Epidemiologia
Câncer de Laringe
- No Brasil o câncer de laringe corresponde a cerca de 2% de todos os cânceres, sendoa incidência aproximadamente 8.000 casos anuais no ano de 2002.
- A taxa de mortalidade é de 3.000 casos anuais, sendo a média de 3,8% em homens e 0,6% em mulheres.
- A média de idade ao diagnóstico é de 50-70 anos.
1.INCA. Instituto Nacional de Câncer. Estimativas de incidência e mortalidade por câncer no Brasil, 2003. Available from URL:http://www.inca.gov.br/estimativas/2003. Accessed in 2004(Aug 4).2. INCA. Instituto Nacional do Câncer. Atlas de mortalidade por câncer no Brasil 1979-1999. Rio de Janeiro: INCA, 2002.
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
2- EtiologiaTABAGISMO
- A OMS registra mais de 60 mil pesquisas comprovando a relação causal entre o uso do cigarro e doenças graves como câncer de pulmão (90%), enfisema pulmonar (80%), infarto do miocárdio (25%) e AVC (40%).
-O hábito de fumar cigarros, charutos, cachimbos e cigarros de palha constituem a principal causa do câncer de pulmão, laringe e cavidade bucal. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabaco é a maior causa isolada de doenças e mortes no mundo.
Câncer de Laringe
2- EtiologiaTABAGISMO
- No tabaco e na fumaça que dele se desprende, podem ser identificadas cerca de 4.700 substâncias tóxicas
- Dentre estas, 60 apresentam ação carcinogênica conhecida, destacando-se os hidrocarbonetos policíclicos e as nitrosaminas específicas do tabaco
- Outras substâncias carcinogênicas como o níquel e cádmio, elementos radioativos como o carbono 14 e polônio 210 fazem parte da fumaça do tabaco
- Além da ação das substâncias cancerígenas, a exposição contínua ao calor desprendido pela combustão do fumo potencializa as agressões sobre a mucosa da cavidade bucal (a temperatura na ponta do cigarroaceso varia de 835 a 884 graus centígrados)
Câncer de Laringe
2- EtiologiaTABAGISMO
O risco relativo em relação ao número de cigarros: OR = 42,9 >= 25 cig./diae duração do tabagismo: OR = 37,2 >= 40 anos *
A combinação de tabagismo e etilismo: OR = 177
Atuais fumantes e etilistas: OR = 54,9 e 2,6 respectivamente para Supraglote
* Cancer Causes Control. 2002 Dec,13(10):957-64.
Câncer de Laringe
2- EtiologiaETILISMO
* Method Inf Med 2004;43(5):499-504
- O risco depende do tipo de bebida, quantidade do consumo diário e a duração do hábito.
- A associação do fumo e álcool tem efeito maior do que cada um destes fatores isoladamente.
- O risco relativo é cerca de 35x para os tabagistas e etilistas, com OR = 4,3 para mais de 150g etanol/dia *
Câncer de Laringe
2- EtiologiaOUTROS FATORES
• Em pacientes sem fatores de risco conhecidos, o RGE é associado como contribuinte, com risco relativo até 6x 1
• O HPV é fortemente associado ao carcinoma verrucoso 2
1 Am J Med 2006 Sep;119(9):768-762 Acta Otorrinolaringol Esp. 1998 May;49(4):325-8
Câncer de Laringe
3- Lesões Pré-Neoplásicas
Câncer de Laringe
3- Lesões Pré-Neoplásicas
Câncer de Laringe
3- Lesões Pré-Neoplásicas
Câncer de Laringe
4- Anatomia
Câncer de Laringe
4- Anatomia
Câncer de Laringe
4- Anatomia
Câncer de Laringe
5- Função- Fonação- Manutenção da via aérea- Proteção da broncoaspiração
T1: Tumor limitado às cordas vocais com mobilidade normal- T1a: Tumor limitado à uma corda vocal- T1b: Tumor envolve as duas cordas vocais
T2: Tumor extende para a supraglote ou subglote e/ou com paresia de cordas vocais
T3: Tumor limitado à laringe com fixação de corda vocal
T4: Tumor invade outros tecidos através da cartilagem tireóide ou extensão direta (traquéia, faringe, gld. tireóide, partes moles)
Estadiamento
1. American Joint Committee on Cancer.: AJCC Cancer Staging Manual. 6th ed. New York, NY: Springer, 2002, pp 47-57.
Câncer de Laringe
GLOTE
Câncer de Laringe
T1: Tumor limitado a um subsítio da supraglote, mobilidade normal
T2: Tumor invade a mucosa de mais de um subsítio da supraglote ou glote sem fixação da laringe
T3: Tumor limitado à laringe com fixação de prega vocal ou invasão da área retrocricóide, espaço pré-epiglótico, paraglótico
T4a: Tumor invade grosseiramente a cartilagem tireóide, traquéia, partes moles
T4b: Tumor invade fáscia pré-vertebral, artéria carótida ou mediastino
SUPRAGLOTEEstadiamento
Câncer de Laringe
SUBGLOTE
T1: Tumor limitado à subglote T2: Tumor com extensão para prega vocal sem alteração mobilidade T3: Tumor limitado à laringe e com fixação da prega vocal T4a: Tumor invade a cartilagem cricóide ou tireóide ou tecidos adjacentes (traquéia, partes moles, esôfago, mus. língua, pré-tireoideanos)
T4b: Tumor invade fáscia pré-vertebral, artéria carótida, mediastino
Estadiamento
Câncer de Laringe
•NX: Linfonodos não podem ser avaliados
•N0: Sem metástases regionais linfonodais
•N1: Metástase em único linfonodo ipsilateral ≤3 cm no maior tamanho
•N2: Metástase em único linfonodo entre 3 cm e 6 cm no maior tamanho ou múltiplos ipsilaterais menores que 6 cm ou bilaterais menores que 6 cm
•N3: Metástase em linfonodo maior que 6 cm
PESCOÇOEstadiamento
Câncer de Laringe
Estadiamento
Estádio 0Tis, N0, M0
Estádio IT1, N0, M0 Estádio IIT2, N0, M0
Estádio IIIT3, N0, M0 T1, N1, M0 T2, N1, M0 T3, N1, M0
Estádio IVAT4a, N0, M0 T4a, N1, M0 T1, N2, M0 T2, N2, M0 T3, N2, M0 T4a, N2, M0 Estádio IVBT4b, qualquer N, M0 Qualquer T, N3, M0
Estádio IVCQualquer T, qualquer N, M1
- Disfonia Voz rouca- acometimento precoce da mucosa da glote, tardio em outros sítiosVoz soprosa- invasão do espaço paraglótico oude outros sítios
- Disfagia
- Dor cervical
- Odinofagia Presente em casos avançados de glote, extensão para hipofaringe
- Dispnéia Estridor- comprometimento da passagem aéreapor grandes tumores
- Hemoptise
- Nódulo cervical Casos avançados, metástases cervicais
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Quadro Clínico
T1a
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T1a
Câncer de Laringe
T1b
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T1b
T2
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T2
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T2
T3
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T3
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T4
Câncer de Laringe
Quadro Clínico
T4
T4
Quadro Clínico
Câncer de Laringe
Tratamento
-T1 e T2: Ressecção Cirúrgica, Laser ou Radioterapia
Pescoço: N1 - Esvaziamento Modificado N2 ou N3 - Esvaziamento Radical Radioterapia pós-operatória
-T3 e T4: Ressecção Cirúrgica, Radioterapia Pós, QTx
Pescoço: N1 - Esvaziamento Modificado N2 ou N3 - Esvaziamento Radical Radioterapia pós-operatória
Câncer de Laringe
-T1: Cordectomia
Câncer de Laringe
Tratamento
T1, T2: Laringectomia
ParcialVertical
Câncer de Laringe
Tratamento
T1, T2: Laringectomia
Subtotal
Câncer de Laringe
Tratamento
Câncer de Laringe
Tratamento
T1, T2: Laringectomia
Subtotal
T3, T4: Laringectomia
Total
Câncer de Laringe
Tratamento
Câncer de Laringe
Tratamento
T3, T4: Laringectomia
Total
Câncer de Laringe
Tratamento
T3, T4: Laringectomia
Totale
Esvaziamento
Câncer de Laringe
Tratamento
T3, T4: Laringectomia
Totale
Esvaziamento
Câncer de Laringe
Tratamento
T3, T4: Laringectomia
Totale
Esvaziamento
Câncer de Laringe
Tratamento
T3, T4: Laringectomia
Totale
Esvaziamento
T3, T4: Laringectomia
Total
Aspecto Final
Câncer de Laringe
Tratamento
Reabilitação
PrótesesFonatórias
Câncer de Laringe
Câncer de Laringe
Reabilitação
PrótesesFonatórias
PrótesesFonatórias
Câncer de Laringe
Reabilitação
LaringeEletrônica
Câncer de Laringe
Reabilitação
Câncer de Laringe
Protocolo de Preservação
Radioterapiae
Quimioterapia
Para lesões avançadas, com índice de cura baixo, deve ser considerado a possibilidade de QTx, RTx hiperfracionada e radiosensibilizantes.
Não se alteraram os índices de cura, porém o índice de preservação de órgãos aumentou nos estudos multi-institucionais com Cisplatina e Fluoracil seguidos de RTx em 02 anos (88% vs. 75% e 70% para QTX somente, QTX induzindo RTx e RTx sozinho) 1,2,3
1 Taylor SG 4th: Integration of chemotherapy into the combined modality therapy of head and neck squamous cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 13 (5): 779-83, 1987.2Stupp R, Weichselbaum RR, Vokes EE: Combined modality therapy of head and neck cancer. Semin Oncol 21 (3): 349-58, 1994. 3Forastiere AA, Goepfert H, Maor M, et al.: Concurrent chemotherapy and radiotherapy for organ preservation in advanced laryngeal cancer. N Engl J Med 349 (22): 2091-8, 2003.
Câncer de Laringe
Protocolo de Preservação
Radioterapiae
Quimioterapia
FALHAS
Câncer de Laringe
Protocolo de Preservação
Radioterapiae
Quimioterapia
FALHAS
Câncer de Laringe
Protocolo de Preservação
Radioterapiae
Quimioterapia
FALHAS
Câncer de Laringe
Sobrevida
Câncer de Laringe
Mortalidade
- A Abordagem Multidisciplinar Especializada no tratamentodo Câncer de Laringe permite a melhora da qualidade da sobrevida, diminuição da morbidade, reabilitação e o retornodo indivíduo ao convívio social.
Conclusões
- Esforço conjunto para o diagnóstico precoce e a prevenção dos fatores de risco no âmbito da saúde pública.
Câncer de Laringe