As organizações por dentro A imagem é negligenciada...

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Nem sempre o chefe é o líder As organizações por dentro Um culto restrito ao corpo A imagem é negligenciada RRPP RRPP RRPP RRPP RRPP Atualidades A maturidade Os 40 anos do curso de Relações Públicas da Famecos Passeata dos bixos da faculdade no centro de Porto Alegre em 1971 REPRODUÇÃO PATRÍCIA RABELLO ARQUIVO Publicação semestral do Curso de Relações Públicas da Famecos/PUCRS – Ano 12 n° 23 – Junho de 2006

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A maturidadeOs 40 anos do curso de

Relações Públicas da FamecosPasseata dos bixos da faculdade no centro de Porto Alegre em 1971

REPRODUÇÃO PATRÍCIA RABELLO

ARQUIVO

Publicação semestral do Curso de Relações Públicasda Famecos/PUCRS – Ano 12 n° 23 – Junho de 2006

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RRPP AtualidadesOP IN I ÃOOP IN I ÃOOP IN I ÃOOP IN I ÃOOP IN I ÃOJunho de 2006

Publicação informativa e de reflexão do cursode Relações Públicas da Faculdade de Comuni-cação Social (Famecos), da Pontifícia Católicado Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681,Partenon, Porto Alegre, RS, Brasil.E-mailsE-mailsE-mailsE-mailsE-mails:[email protected] ou [email protected]: eitor: eitor: eitor: eitor: Ir. Dr. Joaquim ClotetViceViceViceViceVice-R-R-R-R-Reitor: eitor: eitor: eitor: eitor: Ir. Dr. Evilázio TeixeiraDiretorDiretorDiretorDiretorDiretor da Famecos: : : : : Dra. Mágda CunhaCoordenadoraCoordenadoraCoordenadoraCoordenadoraCoordenadora do curso: do curso: do curso: do curso: do curso: Souvernir Dor-nellesPPPPProfessores Rrofessores Rrofessores Rrofessores Rrofessores Responsáveis: esponsáveis: esponsáveis: esponsáveis: esponsáveis: Tibério VargasRamos, Marisa Soares, Neka Machado e VitorNecchi. Revisão:Revisão:Revisão:Revisão:Revisão: professoras Neka Machadoe Vera Regina Silva.ALALALALALUNOSUNOSUNOSUNOSUNOS: Manhã: Manhã: Manhã: Manhã: Manhã – Turma 239: Ana Cristi-na Gehlen Marquardt, Ana Luisa Machado Schi-mitt, André Monteiro Katzap, Andréia CostaOliveira, Ângela Domingues de Macedo, AnnaPaula Justo Lemos, Bárbara da Câmara Rossi,Bianca Cardes Lopes, Bruna Caetano Teixeira,Camila Cardoso Coronbel Martins, CarolinaBeatriz de Moura, Carolina Nascimento Alves,Cecília Santos de Azevedo, Cristiane Seewald,Daniela Hausen Marchi, Elisa Algayer Casa-grande, Fernanda Dias Carvalho Leite, FláviaCapalbo, Josias Menegon Geisel, Júlia CaonFroeder, Juli Ana Saul Antunes, Karina de Oli-veira Sá, Luciana Nunes Goulart, Loui Dorne-les Ferreira, Luísa Abero Sá de Barros, MairaOlex Cortez, Mariana Mânica, Melina PetrakisStephanou, Patrícia Rabello, Paula Amado Cia-coni, Paulo César Américo Pires, Silvana Keinde Oliveira, Tuiana Dias de Oliveira e VanessaFestl.Turma 147: Bianca Rosa, Charles Schumacher,Elizagelem Viana, Marline Cabrera, Marina deAlbuquerque Lima e Samira Moura Anzanello.Noite:Noite:Noite:Noite:Noite: Turma 249: Amália Ferreira Meneghet-ti, Ana Paula Carneiro Costa, Ana Paula da Sil-va Cardoso, Ana Paula Fontoura Pereira, An-dréia da Silva Roxo, Angélica Aguillar Mada-losso, Bárbara Machado, Bruna de CastroMucelin, Camila de Rosso Stecklow, CarolineSantos Adornes, Cristiano Dias Flores, DéboraGaltieri, Débora Ligabue Santanna, FabianoShirmer Loes, Fernanda Martins, Gabriela Car-doso Chamis, Gelson Pereira, Giordano Mar-tins de Castro, Gustavo de Medeiros Ferronat-to, Jordana de Oliveira dos Santos, Juliana deAndrade Weber, Juliana Marques Bross, Julia-na Azevedo Henrique, Karine de Almeida Ru-chinsque, Lara de Oliveira, Leonardo Ongattodos S. Jr., Letícia Agnes Rota, Letícia Berte Si-queira, Letícia Comparsi Marques, Letícia Ro-drigues Oliveira, Lisarb Valéria Montes D’Oco,Marcelo Pinheiro, Nairana Pires da Fontoura,Otávio de Oliveira Porcher, Pabolo Silva daRocha, Pedro Hoppe de Lima, Pedro Lobato Ín-dio da Costa, Rafaela Riciardi dos Santos eTassiane Cristini Moreschi.Turma 147: Ana Paula Tormen da Costa, Dani-el Minato Eifler, Daniela Mascolo, FernandaMarques Zembrzuski, Franciele Davanzo, Gui-lherme Art Silva, Jorge Gadelha, Juliana Zim-mer Sampaio, Márcia Hernandez Briones, Ma-riana da Silva Ruduit, Rodrigo Godoy Grings,Sílvia Martinez Squeff e Taissa Komar Sisson.

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Apesar de a profissão ser exercida eregulamentada no Brasil há quase 40 anos,ainda encontramos muitas divergências deopinião a respeito das atividades do pro-fissional de relações públicas. É comum nosdepararmos com opiniões que não condi-sem com a realidade – até mesmo os cole-gas da área da comunicação não a defi-nem corretamente. Atualmente existem di-versos estereótipos, sendo o mais comumo de que a única função do profissional é“promover eventos e festas”.

O que se percebe, atualmente, é quegrande parte das pessoas, independente-mente de seu nível cultural e área de atua-ção, desconhecem as reais atividades ouimaginam que o relações-públicas “orga-niza festas para os outros se divertirem, vivecorrendo”, como pensa Camila Schlatter,22 anos, estudante de administração. Se-gundo ela, o perfil desse profissional é de“quem vive na noite, adora festas”.

Isso se deve ao fato de que os relaçõespúblicas ganharam visibilidade promoven-do eventos, sendo assim, suas demais fun-ções ficaram esquecidas. O trabalho deum profissional de relações públicas den-tro de uma organização vai muito além.Esse profissional é responsável pela cria-ção da imagem e da identidade da orga-nização, a busca da harmonia e colabo-ração entre seus públicos de interesse, ocuidado com a comunicação interna – aquientra todo o organograma de uma orga-nização, ou seja, a informação deve serlevada a todos da empresa, desde o presi-dente e gerentes até os mais simples em-pregados – e a comunicação externa, comocuidar para que a organização tenha umbom canal de comunicação com seus cli-entes e colaboradores, conhecer seus pú-blicos e identificar seus desejos e necessi-dades para, assim, poder supri-los.

Muito maisdo que festaRelações Públicas: mito e realidade

Como podemos observar, a atividadede relações públicas não se resume ape-nas montar eventos. Vale lembrar, ainda,que esta também não é uma tarefa fácil.Organizar e promover eventos exige co-nhecimento e desenvoltura do profissio-nal. Mais do que isso, é necessário estudoe planejamento, conhecer os procedimen-tos, os públicos, seus desejos, atenção aosdetalhes e jogo de cintura para lidar comos imprevistos que surgem nessa área, poiso “elemento surpresa” está sempre presen-te quando o assunto é eventos.

São poucas as pessoas que pensamcomo Nara Duarte, formada em Odonto-logia. Para ela o relações públicas “é peçafundamental dentro de uma organização,afinal, é ele quem cuida de toda a comu-nicação e é sua responsabilidade fazer comque a informação chegue corretamente atodas as pessoas.” Mais do que isso, elafrisa que “se o profissional de relações pú-blicas falhar, todo o resto falha”.

A importância das relações públicas nasorganizações têm sido cada vez mais re-conhecida. Além de organizar eventos, queé um notável instrumento de interação en-tre a organização e seus públicos, as rela-ções públicas também têm o papel de gerira comunicação da organização, e esse as-pecto abrange as mais variadas funções.

Assim como em uma empresa, que temuma identidade e uma imagem a ser zela-da, os profissionais de relações públicasvêm unindo esforços e trabalhado sua pró-pria imagem junto ao público em geral,afim de esclarecer as reais funções da ati-vidade e desmitificar o deturpado retratoda profissão.

ANA PAULA FONTOURA PEREIRALETICIA BERTÉ SIQUEIRA

LETÍCIA COMPARSI MARQUES

RRPPRRPPRRPPRRPPRRPPAtualidades

Perto de completar 40 anos de regula-mentação da profissão, os relações públi-cas ainda não conquistaram uma legiti-mação no mercado de trabalho similar ade outras áreas. Existem diversas opiniõespara explicar este fenômeno, desde a cons-cientização dos formandos até a falta deverba para atuação dos sindicatos.

Lana Campanella, professora da Fa-mecos, atribui a falta de uma identidadeclara e objetiva para o profissional ao os-tracismo que a profissão teve no início do

século passado. Quando os primeiros cur-sos superiores em RRPP surgiram no Bra-sil, havia uma tendência de colocá-los vin-culados à Administração, então começa-ram a coexistir dois segmentos subdividi-dos em administração e comunicação. Parao relações-públicas Rodrigo Cogo, a faltade legitimação é causada pelos própriosformados que não fazem o registro profis-sional após completarem o curso, enfra-quecendo as entidades de classe.

Ainda em busca da legitimação

TAÍSSA SISSON

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RRPP AtualidadesPÉ NA ESTRADAPÉ NA ESTRADAPÉ NA ESTRADAPÉ NA ESTRADAPÉ NA ESTRADAJunho de 2006 3

Em geral, as pessoas já ouviram falarsobre intercâmbio. Mas será que todos sa-bem ao certo o que significa? O termo émuito abrangente, mas tem um significadosimples: troca. Pode ser uma troca de ex-periências culturais ou até mesmo comer-ciais, ou seja, pode ter uma infinidade desentidos. Porém, o termo engloba relaçõescomerciais ou culturais entre nações. Hojeem dia, fazer um intercâmbio é uma boaalternativa para quem quer aperfeiçoar umalíngua, crescer profissional e pessoalmen-te, além de ser uma oportunidade de serindependente por um tempo.

O estudante da PUCRS, Luiz Moure, de18 anos, embarca, no final do semestre,para uma aventura de um ano na NovaZelândia e contou algumas curiosidadessobre a viagem. “A decisão de fazer o in-tercâmbio, veio um ano atrás, junto comcolegas que conheci na faculdade, quetambém tinham vontade de estudar fora, enuma conversa surgiu a idéia de irmos paraNova Zelândia, passar um ano.” Ele dizque os fatores que o levaram a fazer a es-colha do país foi o fato de ser um dos pou-cos lugares com trabalho legal para es-trangeiros e também a beleza. Luiz não sabeo que o espera, mas tem uma certeza: “Es-tou indo para o outro lado do mundo, semfamiliares, onde a cultura é diferente, tereique falar outro idioma, verei lugares boni-tos e terei experiências novas”.

Uma das agências que atua nesta área,em Porto Alegre, é a Unesul e está há 34anos no mercado trabalhando com diver-sos segmentos de turismo. Juliana Web-ber, encarregada pela organização das vi-

O que, afinal, é intercâmbio?agens de intercâmbios, diz que não há pro-fissionais de RRPP – apenas ações quecaracterizam a atividade –, ou um depar-tamento específico de comunicação, masmesmo não existindo, utilizam folhetos,promoções e ainda contam com um ge-rente de loja que cuida dos anúncios emjornais e revistas. Reforça que é preciso ummaior investimento da direção no setor dacomunicação, já que o público de turismoé instável. “Os meios de comunicação de-veriam informar melhor os clientes paramelhorar o jogo de confiança entre o cli-ente e o agente de viagens”, justifica.

O aumento pela procura de intercâm-bio vem acontecendo devido à percepçãoque os estudantes têm sobre tal experiên-cia. “As pessoas estão entendendo a ne-cessidade de fazer um programa no exteri-or. Sabem que isso serve para uma especi-alização profissional ou até para se posici-onar melhor no mercado” diz Juliana. Comisso, as agências, cada vez mais se inte-ram sobre o assunto, pois a concorrênciae o interesse pelos intercâmbios aumentam,exigindo um bom apoio na comunicação

ANA CRISTINA MARQUARDT, BÁRBARAROSSI, BRUNA TEIXEIRA

e na divulgação da empresa.Para quem já fez intercâmbio, resta

apenas a saudade. Alexandre Alles Rodri-gues, estudante de Engenharia Elétrica daPUCRS, 23 anos, morou no Canadá e dizque decidiu fazer intercâmbio cultural por-que é uma ótima oportunidade de apren-der inglês e uma grande experiência de vida.“Tem que controlar as emoções, saber li-dar com pessoas diferentes, morar comestranhos.” A respeito de sua experiênciaescolar, conta que o colégio é bem dividi-do: os punks, os populares, os nerds e, éclaro, os intercambistas. Não teve proble-mas com sua adaptação, mas enfatiza quequando chegou lá, achava que já sabiafalar inglês e mesmo tendo estranhado umpouco no ínicio, com o tempo tudo foi seadequando. “No final, você já está pen-sando em inglês, sonhando em inglês efica com pena de voltar, abandonar tudoaquilo, toda aquela loucura. Não sei setodo mundo gosta, mas para mim foi de-mais. Sinto muitas saudades”.

Luiz Moure se prepara para embarcar emagosto e o estudante Alexandre Alles (ao

lado) esteve no Canadá

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Estudantes relatam suas experiências e contam o que esperam desta aventura

Os profissionais recém formados nocurso de Relações Públicas que desejamexercer a sua profissão no interior do Esta-do enfrentam um grande obstáculo: a faltade conhecimento da sociedade acerca daprofissão.

As organizações multinacionais, quedetêm conhecimento maior sobre a profis-são e sobre a importância da atividade,

Rumo ao interior do Estado

FRANCIELE DAVANZO

estão, na maioria, concentradas na Capi-tal ou arredores. As empresas instaladasno Interior, em geral, apresentam uma cul-tura familiar e pouco sabem sobre a pro-fissão. Mas a cultura vem mudando emrazão de muitos cursos criados no interior,observa Lúcia Frizon, estudante de RRPPem Caxias e que vê um campo promissor.

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RRPP AtualidadesI N T ER C ÂMB I OI N T ER C ÂMB I OI N T ER C ÂMB I OI N T ER C ÂMB I OI N T ER C ÂMB I OJunho de 20064

O Projeto IPRC – International PublicRelations Campaigns, ativo desde 1999,está oferecendo uma oportunidade única:estudantes de comunicação do Brasil e dosEstados Unidos poderão desenvolver cam-panhas internacionais para clientes dos doispaíses.

Os trabalhos intitulados “campanhasinternacionais” envolvem aulas teóricasministradas pelos professores e trocas deinformações a respeito do andamento decada projeto. Os contatos são realizadossemanalmente, através de videoconferên-cia e internet, entre alunos da Famecos(Faculdade de Comunicação Social/PU-CRS) e CCIM (College of Communication,Information and Media/Ball State Universi-ty), com o objetivo de oportunizar aos alu-nos de Comunicação de ambas as institui-ções a prática das Relações Públicas Inter-nacionais.

São duas equipes – uma composta porestudantes brasileiros, com aproximada-mente 14 componentes, e outra de estu-dantes americanos, com seis componen-tes. Através de muitas negociações, o cli-ente comum é escolhido da seguinte for-ma: os professores brasileiros entram emcontato com as empresas daqui, buscan-do um cliente para que os americanos cri-em uma campanha internacional. A esco-lha do cliente para a equipe do Brasil ocorreda mesma forma, porém, o professor nor-te-americano busca-o nos Estados Unidos.Elege-se um cliente que opere nos doispaíses, “o que é bem difícil”, segundo aprofessora Ana Steffen, coordenadora doprojeto. As campanhas são desenvolvidassempre no segundo semestre de cada ano,por coincidirem os períodos escolares dosalunos dos dois países integrantes.

Muitas são as diferenças de trabalhoentre as duas equipes. A professora AnaSteffen exemplifica, dizendo que “o grupode alunos brasileiros trabalha com comu-nicação dirigida, pesquisa qualitativa e en-trevistas. Já o norte-americano, comcomunicação de massa e pesquisa quan-titativa. Mas a maior diferença entre as duasequipes é o aspecto cultural.” E compara:“Os americanos são mais lentos. Em com-pensação, são mais agressivos no momentode cobrar retornos da equipe brasileira,exigem pontualidade e se preocupam como seu trabalho”.

Relações Públicas alémdos limites geográficosAlunos da Famecos e norte-americanos trabalham comrelações internacionais através de videoconferências

Um dos objetivos dos professores bra-sileiros é tornar este projeto uma disciplinacurricular na Famecos, benefício este quejá se faz presente para o grupo norte-ame-ricano. Um aspecto curioso é que a equi-pe brasileira não é composta apenas porestudantes de Relações Públicas. Estudan-tes de Jornalismo e Publicidade e Propa-ganda também fazem parte do grupo.Quanto ao planejamento do projeto paraos próximos anos, os professores desejamlevá-lo para as universidades européias.Países como Espanha e Portugal tambémfariam parte destes relacionamentos inter-

nacionais. Os professores também prevê-em a possibilidade de intercâmbio e, destaforma, abrir o mundo para a Famecos.Segundo o professor Roberto Porto Simões,também coordenador do projeto no Brasil,“os alunos podem exercitar o trabalho comculturas diferentes”.

Hoje, o projeto está na sua quinta edi-ção e consta no currículo acadêmico comoatividade complementar, necessária paraa conclusão de graduação na Famecos.

LARA DE OLIVEIRA, LEANDRO PEREIRAE LEONARDO ONGARATTO

Simões e Ana Steffen estimulam alunos à prática de intercâmbio cultural

MANUELA KANAN

As negociações em âmbito internacio-nal têm atingido um crescimento importantena economia de grande parte das nações.Por isso se tornou estratégico que produto-res de pequeno, médio e grande porte fa-çam negócios em nível global, para nãose desvalorizarem.

A professora Ana Maria Walker RoigSteffen, do curso de Relações Públicas daPUCRS, define estas relações como o ge-renciamento das relações socio-políticasentre organizações e seus públicos, apli-cado em nível internacional. “A cultura e apolítica exercem influência na prática dasRRPP em diversos países, porque a política

de ação das organizações deve contem-plar os interesses e necessidades da socie-dade onde se desenvolve o trabalho”, afir-ma. “Politicamente, é preciso que a socie-dade tenha um bom nível de democracia,pois o público, em sociedades ditatoriais,uma vez que não é politizado, não exercepoder em relação às decisões que tomamas organizações. O aspecto cultural é fa-tor importante a ser considerado, porque acultura influencia o pensamento, as cren-ças e as atitudes das pessoas que vivemem determinada sociedade e que são, porextensão, públicos das organizações.”

DANIEL MINATO EIFLER

As negociações são globalizadas

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RRPP AtualidadesP R O D U Ç Ã OP R O D U Ç Ã OP R O D U Ç Ã OP R O D U Ç Ã OP R O D U Ç Ã OJunho de 2006 5

Dividida em diversos setores, a Pró-Rei-toria de Extensão da PUCRS (PROEX) arti-cula e coordena as atividades de extensãouniversitária dos departamentos da insti-tuição, apoiando programas, projetos, ati-vidades e publicações de extensão. Tem aresponsabilidade pelas atividades que vi-sem à integração da instituição com acomunidade externa, como apoio a cria-ção de projetos e cursos.

O Setor de Eventos da PUCRS (parteintegrante da PROEX) é o elo que consoli-da praticamente todos os objetivos e pro-jetos de aperfeiçoamento dos cursos deextensão. Em parceria com as UnidadesAcadêmicas ou conveniado com institui-ções e organizações externas, promove to-das as atividades relacionadas ao nomedo Setor.

Em entrevista concedida aos alunos docurso de Relações Públicas da Universida-de, a responsável pela área de eventos daPROEX, a jornalista Dominique Ilha e acoordenadora da àrea de Cursos e Even-tos e professora da Famecos, Marisa Soa-res, explicaram como são feitos e qual aimportância da realização de eventos. Des-tacaram a necessidade de haver um bomplanejamento do que será realizado e arelevância do relacionamento entre os en-volvidos no projeto (coordenadores, esta-giários, monitores,...) para que seja reali-zado com êxito e com o menor número deproblemas possível.

Responsável pelo recebimento de Pro-jetos de Eventos, Palestras, Seminários ouCongressos, o Setor tem ainda como fun-ção analisar, em conjunto com a coorde-nação do evento, a qualidade dos produ-tos oferecidos e elaborar orçamentos. “Mui-tas vezes, o cliente apresenta necessidadesque não estavam no cronograma daqueleevento, mas que temos que satisfazer daforma mais rápida e eficiente possível, le-vando em consideração a verba disponí-vel, para que a universidade não tenhaprejuízos”, salienta a coordenadora, Do-minique Ilha. Os Seminários ou Congres-sos, além das etapas básicas, passam pordetalhada listagem de necessidades, des-de o espaço físico até a equipe de apoio,que é constituída não só de funcionários,mas também de Monitores especialmentetreinados no Setor para estes eventos.

Os serviços oferecidos pelo setor deeventos é um trabalho prestado à comuni-dade interna e/ou externa da Instituição,podendo inclusive gerar recursos. Segun-do as coordenadoras, todo o dinheiro ar-recadado com os eventos é destinado es-

BÁRBARA ROSSI, CAROLINA ALVES EDANIELA MARCHI

Um novo pólo de eventosPró-Reitoria de Extensão da PUCRS é referência em organização e planejamento

pecialmente para a sua própria efetivação.O restante é investido na Universidade.Além disso, o envolvimento na realizaçãodestes projetos favorece o aprendizado prá-tico dos alunos, uma vez que eles têm con-tato com as mais diversas áreas, incluindoassessorias e consultorias. “Damos priori-dade para projetos que possam beneficiaros alunos da universidade. Acolhemos epromovemos eventos prioritariamente rela-cionados ou interligados ao ensino”, diz aprofessora Marisa Soares. Os alunos queestagiam e os que fazem monitoria na PRO-EX são provenientes dos mais diversos cur-sos, desde administração e comunicaçãosocial (a grande maioria), até engenharia.

Diante do preconceito que muitos têmem relação às pessoas que organizameventos, consideradas, muitas vezes, pro-

fissionais com pouca qualificação, Marisae Dominique são enfáticas: quem diz issonão tem conhecimento real sobre as ativi-dades que envolvem a realização de umevento e a complexidade de sua organiza-ção. “As pessoas confundem organizaçãode eventos com ‘fazer eventos’. Enquantoessa é uma prática esporádica, de traba-lhos isolados, a organização de eventosrequer tempo de planejamento, estudo ejogo de cintura para lidar com diferentespúblicos e situações”, afirma Dominique.Fica a certeza de que eventos planejados ebem-sucedidos exigem o mais alto grau deseriedade, comprometimento, criatividadee iniciativa para vencer contratempos e im-previstos que vão acontecer.

ELISA ALGAYER CASAGRANDE

Dominique Ilha e Marisa Soares concedem entrevista para turma de RRPP

Quem nunca participou de uma ceri-mônia política talvez pense que este sejasimplesmente um evento com autoridadesdo mundo político, pessoas bem vestidas eum bom texto preparado para o presidenteda empresa/organização discursar. Paraum leigo, pode parecer tão formal quantouma cerimônia de casamento. Entretanto,o cerimonial político segue uma linha deformalidade bem mais rígida, baseada numdecreto, criado há aproximadamente 30anos, que regula cerimônias públicas comparticipação de autoridades.

Airton Vargas Júnior, chefe do Cerimo-

nial da Assembléia Legislativa, trabalha há20 anos como cerimonialista. Neste perío-do, as regras continuaram as mesmas.“Sendo assim, todo o cerimonial organi-zado conforme tais regras não corre riscode erros. A única mudança que ocorreatravés do tempo é a busca por um poucomenos de formalidade, tornando os even-tos mais agradáveis para quem organiza epara quem participa, pois não podemosesquecer que não existe evento sem públi-co”, sublinha.

MARLISE CABRERA

Cerimonial, a liturgia da política

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RRPP AtualidadesC OMÉRC I OC OMÉRC I OC OMÉRC I OC OMÉRC I OC OMÉRC I OJunho de 20066

LUÍSA BARROS E MAIRA CORTEZ

Eu já sabia!O verdadeiro campeão da Copa do Mundo

ARTE LUÍSA BARROS

O setor varejista vem utilizando umanova estratégia de marketing que explorao olfato. Para desenvolver essa tática, ospontos de vendas estão sendo incrementa-dos para que o produto fique mais atrativoe presente na memória dos consumidores.Trata-se de uma estratégia que visa produ-zir odores agradáveis, criando uma identi-dade olfativa ao ambiente.

Para a psicóloga e professora SusanaGib Azevedo, o marketing olfativo vem seutilizando de fragrâncias e ganhado espa-ço, assim como o tato e a visão já sãotradicionalmente explorados na conquistados clientes. Susana acredita que as ten-dências do mercado varejista estão se am-pliando, pois os “cheirinhos agradáveis”cada vez mais aparecem associados aosprodutos ou serviços. Os estímulos emoci-onais produzidos pelo marketing olfativo“são todos os reconhecidos como favorá-veis e representativos culturalmente”. Comisso, criam-se símbolos através das fragrân-cias atreladas às marcas. Os aromas serelacionam ao sexo e à idade, pois cadaperfil tem sua preferência e identidade emrelação aos cheiros remetidos aos ambi-entes e produtos.

Susana destaca que atualmente há umnovo consumidor eclético, dono de um perfilinovador, e para atingi-lo, estão sendo pro-duzidos perfumes com cheiro de chuva,asfalto e rosbife, por exemplo. As lojas ain-da utilizam a mesma estratégia nos pontosde venda, como oferecer amostra de per-fumes nas perfumarias e incenso nas lojasde produtos místicos. Susana afirma quealgumas empresas varejistas adotam estaestratégia de marketing, como a rede Za-ffari de supermercados e a loja Colcci. Acompanhia Zaffari atrai seu cliente por meioda sua padaria e de suas degustações,portanto, liberando o aroma do produtooferecido. A Colcci divulga seus novosperfumes no próprio ambiente da loja. Ocheiro agradável propicia um clima deacolhimento e faz o cliente sentir-se bem-vindo, criando um vínculo com a empre-sa. Ou seja, os perfumes são relacionadosàs experiências de cada pessoa, entretan-to, cada fragrância pode provocar lembran-ças e reações distintas.

Aromas sãonovidadesna conquistade clientes

SAMIRA ANZANELLO

Mesmo quem não tem nada a ver comfutebol sai ganhando nesta festa mundi-al, pois de quatro em quatro anos, aCopa motiva o lançamento de produtospara aproveitar a onda colorida da se-leção brasileira. São relógios, pulseiras,faixas, bandeiras, guardas-chuva, brin-cos, lingeries, bolas, automóveis, comi-das, bebidas, chaveiros, bolsas, bonés,chinelos... A variedade de invenções étão grande que encontra-se até cofrinhosem forma de “porco torcedor”. Porém,em meio a essa infinidade, o produtomais querido é a camisa verde e amare-la.

“Há três meses que vejo cada vez maiscolegas usando blusas do Brasil, masnada de oficial! Só as compradas emPorto Alegre, no camelô”, diz a mora-dora da serra gaúcha, Elisa Bartzen, 11anos. O modelo confeccionado pela Nikefoi distribuído às lojas no início de mar-ço e custa R$ 179,90 – valor que excedemeio salário mínimo nacional. Contu-do, a aquisição do objeto de desejo tam-bém é viável nas bancas que disputama freguesia e o espaço nas calçadas. Asroupas bicolores sem a marca estão des-de dezembro no mercado de rua da ca-pital, e podem custar até mesmo R$ 8,00.“O proveito é enorme! Na Copa supe-ramos todas as datas comemorativas”,

vibra a vendedora ambulante FernandaCabral, de 26 anos.

Com todo esse patriotismo aflorado,é um grande negócio vestir os tons dabandeira para atrair o consumidor. Umexemplo é a Petiskeira – restaurante es-pecializado em comida rápida no sul dopaís – que já fez sua jogada de marke-ting personalizando o uniforme dos aten-dentes, quadros e bandejas. Ao entrarlá, é impossível não sentir o clima dohexa. Felipe Feijó, gerente da filial doShopping Praia de Belas, afirmou quetoda a rede foi remodelada em funçãodos jogos, mas que o número de clien-tes permanece igual. No entanto, toda amudança na decoração é um gol que aempresa marca através da sua imagemcom o público fidelizado.

A empresa de serviços midiáticos Ze-nith Optimedia noticiou em abril que aCopa do Mundo deste ano – sediada naAlemanha – será um dos eventos maislucrativos de toda a história. Segundo aZenith, o fato vai contribuir para que osetor de publicidade global tenha umcrescimento significativo e seja o favori-to à conquista do vice-campeonato. Atéporque a taça já é, com orgulho, ergui-da pelo comércio.

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RRPP AtualidadesI N T E R N E TI N T E R N E TI N T E R N E TI N T E R N E TI N T E R N E TJunho de 2006 7

JULIANA FREITAS/HIPERTEXTO

Nunca o homem criou um instrumentode comunicação tão rápido, tão ágil e tãopreciso como a rede mundial de computa-dores. A um leve clique, acessa-se o mun-do inteiro. Freqüenta-se bibliotecas, mu-seus. Lê-se livros e ouve-se músicas dosmais variados estilos. Enfim, na internetquase tudo é possível, mas engana-sequem acha que esta ferramenta nasceuperfeita. Se não fosse o envolvimento deprofissionais de comunicação, como rela-ções públicas, entre outros, talvez estamáquina de comunicação não tivesse atin-gido o sucesso atual.

O webdesigner Marcelo Oliveira, donodo portal www.esporteonline.com.br, con-ta que realmente a inclusão de profissio-nais de RP foi crucial à construção de sitesmais interessantes, pois no início, como to-dos que atuavam na internet eram técni-cos e programadores, as páginas da webacabavam estáticas, frias e não cumpriamo papel básico que era de comunicar. Essetambém é o pensamento do relações-pú-blicas Cristiano Rosa, sócio da agênciadigital Elo. Ele vai mais fundo e diz que ainternet se desenvolveu por meio de ondasde inovação. A primeira era “estar naweb”. A segunda onda era “estar bonitona web”. A terceira, “web com conteúdo”,e a quarta, “tudo pelo usuário”.

A primeira onda teve início em 1995,quando o uso comercial da internet brasi-leira foi liberado pelo governo. Nesta fase,o importante era estar na web, não interes-sava de que maneira. A responsabilidadede colocar a empresa online caiu sobre osdepartamentos de tecnologia. Resultado:sites bons tecnologicamente e ruins na co-municação.

Depois veio a vez do design. Cristianoconta que viveu essa etapa intensamenteaté por se achar responsável por algunssites de péssimo gosto que ele desenvol-veu, apenas por desenvolver. No auge daconexão discada, o objetivo era fazer algobonito e extremamente pesado. Não du-rou muito.

Surgiu então a etapa do conteúdo.Contrariando a onda do design, o objeti-vo era colocar todo o conteúdo possívelem todos os espaços que o site oferecia.Os sites se tornaram caóticos, com alto graude dificuldade para navegar e repleto deinformações desorganizadas que confun-diam o visitante.

Por fim, a quarta onda, já com forteinfluência dos comunicadores que se tor-nam gestores da ferramenta. “A maturida-de chegou com sites fáceis de navegar, lim-pos, com informações bem organizadas efácil de gerenciar”, destaca Cristiano.

Com o surgimento da inter-net, a comunicação mudaseus princípios básicos e atin-ge o mundo virtual rompen-do barreiras de tempo e es-paço. Como frutos desta evo-

lução surgem os programas MSN e Orkut,uma nova mania entre jovens e adultos.Antes utilizados apenas por razões de di-versão, bate-papo e azaração, hoje já sãoconsiderados importantes formas de comu-nicação, agregando fatores como veloci-dade, apelação e seletividade. Surge en-tão a possibilidade de serem vistos comoinstrumentos de Relações Públicas, umaatividade que visa estabelecer bons relaci-onamentos com os diversos públicos deuma organização.

Criado em janeiro de 2004, o Orkut éuma comunidade virtual afiliada ao Goo-gle com o objetivo de proporcionar novasamizades e manter relacionamentos. Para-lelamente a tal criação, surge o MSN Mes-senger, um programa de mensagens ins-tantâneas criado pela Microsoft Corporati-on que permite a comunicação entre seususuários em tempo real. Algumas organi-zações vêm incorporando esses programaspara divulgação de seus serviços e paramanter relações com seusclientes. “Utilizamos MSN e o Orkut, poisé um bom meio de divulgar a mensagemque queremos, para todos os públicos, demaneira muito rápida, barata e prática”,argumenta Vinícius Mendes Lima, produ-tor de eventos. Além de possibilitar que asempresas criem uma relação de afetivida-de com seus clientes, esse é um meio dedivulgação essencial quando se quer atin-gir determinado público jovem.

FERNANDA MARTINSGABRIELA CHAMIS

KARINE RUCHINSQUE

Vistos por outro ânguloOrkut e MSN como instrumentos de comunicação

Porém, estes dois meios são muito re-criminados por pessoas que desconhecemseu potencial como instrumentos de Rela-ções Públicas, e só os vêem como formade “lazer”. Grande parte das organizaçõeschega até mesmo a bloquear o acesso deseus funcionários a esses sistemas. “A pes-soa fica ‘desfocada’ de seu trabalho, nãosabendo equilibrar o momento adequadopara sua utilização no lazer e na profis-são”, observa o administrador Luis Henri-que Brum. Sem limites, MSN e Orkut tor-nam-se um vício que só têm a atrapalhara vida das pessoas, pois estas acabam es-quecendo de viver o “mundo real”, afinalnada substitui o contato físico.

Há quem diga que esses programas,dentro das organizações, devem ser usa-dos como complementação da comunica-ção, ou seja, como um instrumento de re-lações públicas. Apenas mais um em meioa tantos outros indispensáveis para esta pro-fissão. “O cliente evoluiu para cidadão eespera um relacionamento mais amplo doque aquele que costuma vigorar entre aempresa que vende e as pessoas que com-pram, porque o contato não se esgota maiscom a transferência do produto”, cita Wil-son da Costa Bueno em seu livro Comuni-cação Empresarial-Teoria e pesquisa. . . . . Épreciso criar veículos e canais variados derelacionamento com o cliente, pois assimconquista-se a fidelidade do mesmo. Logo,Orkut e MSN se utilizados de forma sensa-ta e racional, podem ser meios facilitado-res do relacionamento da organização comseus respectivos públicos.

RODRIGO GRINGS

Na crista daquarta onda

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RRPP AtualidadesJunho de 20068

Moda (roupas, sa-patos, acessórios), ima-gem (o que vemos e oque sentimos) e estilo(personalidade e cren-ças) formam o conjuntoque a sociedade con-temporânea almeja ter.Criação do estilo de-pende da junção perfeitaentre moda e imagem,porque esta transcreve-rá o que ela realmenteé em sua essência.

Por milhões de anosos seres humanos têm secomunicado através desua imagem. Muito an-tes da aproximação, doprimeiro contato, comu-nicamos nosso sexo,idade, classe social atra-vés do que vestimos. É possível transmitirinformação ou falsa informação em rela-ção ao seu trabalho, origem, personalida-de, opiniões e ideologia.

Embora toda a importância das rou-pas deve acompanhá-las uma certa atitu-de diante da vida. Modas passam e ele-gâncias ficam, parecem intangíveis com opassar do tempo, mas na definição da ima-gem são absolutamen-te cruciais como: avoz, o humor, a inteli-gência , o caráter, amaneira de se portar,de vestir, e principal-mente, a atitude.Como conceito de ati-tude e valorização pes-soal, aparecem o de-sejo e a capacidade defazer o máximo do quevocê tem e do que você é.

Flávio Ramos, proprietário de uma lojacom o mesmo nome, próxima ao Shop-ping Total, diz que “fazer parte da modacom uma peça, seja ela uma calça de je-ans ou uma camisa pólo, por exemplo, ten-do ela um corte moderno, clássico, chi-que, cool, esportivo ou punk de um “mo-vimento” da moda pode parecer fácil, masnão é. “Uma peça de roupa não constituio estilo, é apenas um artefato que juntocom a personalidade, casado com a modae transmitindo a imagem que a pessoa tem,vão formar o estilo, a identidade que elatem”. Para ele, o estilo será a expressão doseu caráter, a sua atitude para transformar

C O M P O RC O M P O RC O M P O RC O M P O RC O M P O R TTTTT A M E N T OA M E N T OA M E N T OA M E N T OA M E N T O

Moda, imagem e estiloOs três pilares da nova tendência contemporânea

a mesmice e a banalidade da existênciaem originalidade, engraçada, interativa eem constante metamorfose”, explica o es-tilista depois de 27 anos de experiência nomercado da moda.

A personalidade da pessoa constitui aessência do seu ser, pois transparece suasexperiências durante a vida e o que apren-deu com elas, resultando isso no seu modo

de ser, de se portar ena maneira como iráencarar as situações.A forma como ele secomporta faz toda adiferença diante dasociedade, pois agiráde acordo com suascrenças, seguirá umacarreira onde possaexpressar todo o seupotencial, formará

uma família, terá um determinado círculode amizades e se vestirá de acordo com oque lhe convém, da forma que se sentirmais a vontade, ou seja terá o seu estilo, asua cara.

Na realidade ter estilo é ter personali-dade, ter um jeito próprio e único de ser,pensar, andar, falar, propagar suas idéiase conduzir sua vida. A partir disso a roupaexposta pela moda do momento, a ima-gem que apenas demonstra o que a pes-soa é, e sente, formam todo um conjuntoque passa a ser um complemento de suamaneira de viver.

AMÁLIA MENEGHETTI, ANDRÉIAROXO, LETÍCIA ROTA E OTÁVIO

PORCHER

“Uma peça de roupanão constitui o estilo,

é apenas umartefato”

A velocidade das mudanças tecnológi-cas vem sendo avassaladoras. Três das maisimportantes tecnologias do momento nãoexistiam há 20 anos: o telefone celular, ainternet e o CD. Hoje os avanços estão emtodos os lados, e através da tecnologiaproporcionam descobertas na ciência eauxiliam no processo de comunicação viaredes e satélites. Nos últimos anos, diver-sas formas de comunicação têm se con-vertido da tecnologia analógica para a di-gital.

Souvenir Dornelles, professora atuantena área de pesquisa, utiliza métodos eprodutos avançados, conhecendo bem omeio da tecnologia e da comunicação parapoder estudar e conhecer sobre o que estátrabalhando. Para ela, a comunicação fi-cou facilitada com a chamada QuartaOnda. “A todo momento surgem novos mé-todos e formas de se comunicar”, enfatiza.”Na evolução dos celulares, o que menosse faz é falar, pois existem neles mensa-gens, e-mails, foto-mensagem etc, pelo qualé mais interessante escrever do que falar”,afirma a coordenadora do curso de Rela-ções Públicas da Famecos.

Com a explosão da evolução digital,obteve-se a junção do texto, som e ima-gem. Hoje só com o aparelho pode-se tera escolha em acessar a internet, ver televi-são, ouvir som, programar um desperta-dor, e falar com o mundo inteiro, atravésda função roming. Esta revolução abriuportas para expansão da informação quepode ser obtida por diferentes veículos ecada vez mais rápida e gratuita.

O choque de transformações culturaisfez com que o cotidiano da sociedade sejaalterado, passando assim a viver de formadiferente. A tecnologia vem operando gran-des mudanças na política, arte, economiae no relacionamento entre as pessoas.

O que mais impressiona, segundo Sou-venir Dornelles, é a revolução na área dasaúde e a evolução na comunicação. To-das as áreas que já foram muito precárias,hoje têm resultados muito mais rápidos. “Odesenvolvimento tecnológico na medicinaapresenta aparelhos que ajudam muito esão velozes, eliminando as perdas de tem-po nas análises e diagnósticos”. Na co-municação social, a diversidade de ferra-mentas obriga atualização constante eaproveitamento eficaz dos meios.

A revoluçãodigital em RP

BÁRBARA MACHADO, CAMILASTECKLOW, DÉBORA GALTIERI E

GIORDANO CASTRO

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RRPP AtualidadesMER C A D OM ER C A D OM ER C A D OM ER C A D OM ER C A D OJunho de 2006 9

“Saúde é o que interessa, o resto nãotem pressa!” – quem não lembra dessaexpressão de um programa humorístico dosanos 90? Assim ocorreu, nessa década, amudança da mentalidade do fisiculturismopara a consciência de uma vida saudável.E na esteira dessa nova filosofia, veio anecessidade de estabelecer um novo pla-no de comunicação nas academias de gi-nástica.

Em Porto Alegre, Serginho e Ricardo,ambos proprietários de duas grandes aca-demias de distintos bairros, comentam so-bre o caminho que a comunicação tomounesses dez anos de “malhação”: “Hoje aspessoas não acham que todas as acade-mias são iguais, porque vêem que algu-mas prestam serviços diferenciados”. E foipensando nisso que perceberam a impor-tância do atendimento aos seus clientes.Foram rápidos na implementação de pro-cedimentos e tecnologias para melhor re-lacionar-se com seus públicos. Os dois em-preendedores, então, resolveram buscar emAssessorias de Comunicação a ajuda ne-cessária.

Ricardo Paranhos investe na imagemda “academia que mais trabalha em PortoAlegre” e abre sua escola também aosdomingos e feriados, fechando somente nosdias santificados. O site da academia estásendo elaborado e por enquanto disponi-biliza um e-mail para eventuais contatos.Já Sérgio Marques, tem sua imagem foca-

CRISTIANE SEEWALD, MARIANAMÂNICA E PATRÍCIA RABELLO

Comunicação das academiasainda tem de malhar muitoNo espaço da vaidade e saúde, a publicidade é o principal foco

da no atendimento e diz “portas fechadasnão existem aqui”. Optou por um site bas-tante estimulante e mantém contato diretocom os clientes de sua academia. Com isso,

A integração entre professor e aluno nas academias

PATRÍCIA RABELLO

apresentou mais uma ino-vação – as organizaçõesmodernas diminuem seusníveis hierárquicos. As duasacademias proporcionameventos de integração en-tre seus alunos, como o“Dia do Desafio”, “Ginca-na Inter-Academias” ecampeonatos de futebol,além de trabalhar com co-municação interna quan-do realizam reuniões men-sais entre seus funcionári-os.

Os dois empreendedo-res, muito mais por intui-ção, apostaram na publi-cidade para adaptar seusnegócios à onda do mer-cado, mas ainda não vêemnecessidade em realizarpesquisa e planejamentoem Comunicação. O es-paço para um profissionalde Relações Públicas con-tinua aberto nas duas aca-demias, o que poderiaoportunizar a entrada deatividades ligadas à res-

ponsabilidade social que ainda não sãorealizadas.

As faculdades de Comunicação Socialformam anualmente milhares de profissio-nais em habilitações já definidas para asáreas de maior demanda no mercado, masexistem novas segmentações de carreiras epossibilidades de emprego. As habilitaçõesmais tradicionais – Jornalismo, Publicida-de e Propaganda e Relações Públicas, en-tre outras – surgiram ao longo dos anospara suprir as necessidades da comunica-ção.

Muitas vezes as competências profissi-onais confundem-se e a vocação fala maisalto. Surgem, como conseqüência, profis-sionais versáteis, pois as disciplinas bási-cas e o conhecimento adquirido na facul-dade podem ser absorvidos e aplicados nasdiversas áreas da comunicação social, e

não somente na habilitação escolhida. Sãoessas pessoas que não exercem exatamen-te a carreira que aprenderam na universi-dade.

Formado em Relações Públicas em1979, Reinaldo dos Santos Lopes obteveno início da faculdade conhecimentos dePublicidade em nível básico, permitindouma visão geral de propaganda, sem apro-fundar o conhecimento técnico da rotinapublicitária. Nada que a prática diária como convívio das operações não resolvesse,levando Reinaldo Lopes a se tornar diretorda Escala Comunicação e Marketing, umadas maiores agências do Brasil.

Há outros casos de profissionais de re-lações públicas trabalhando tranqüilamentecomo jornalistas, atuando em assessorias

de imprensa – uma área afim – ou atémesmo nas redações de publicações di-versas; jornalistas como gestores de mar-ca, contatos ou redatores de agência depublicidade; publicitários organizandoeventos, redigindo releases, trabalhando emprodução cultural.

As funções de atendimento e planeja-mento de agências de comunicação, porexemplo, já contam com alguns profissio-nais de relações públicas. As vantagens datroca são justificadas pelo conhecimentodo profissional de RRPP nos campos mer-cadológico e estratégico. O curso aindadesenvolve o relacionamento e gerencia-mento de pessoas, marcas e empresas, per-mitindo adaptação a diversas situações.

A versatilidade do comunicador social

MÁRCIA BRIONES

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RRPP AtualidadesA F IRMAÇÃOA F IRMAÇÃOA F IRMAÇÃOA F IRMAÇÃOA F IRMAÇÃOJunho de 200610

Vinte e seis de setembro de 1968. Estaé data da legislação federal para a regula-mentação da disciplina de Relações Públi-cas. A profissão está regulamenta pratica-mente há quatro décadas, e segundo im-portantes autores e profissionais da área,ainda não se têm o reconhecimento mere-cido. Os mesmos relatam que parte dapopulação não percebe as legítimas fun-ções da atividade, outra parte acredita queeste é o profissional responsável pela or-ganização de festinhas e pequenos even-tos, e infelizmente, apenas uma parcelamuito pequena entende por completo aatuação do profissional de Relações Públi-cas no mercado de trabalho.

Podem ser apresentados alguns moti-vos para o preconceito sobre a atividade.O erro tem princípio nos estudantes deRelações Públicas, “mesmo antes da gra-duação vemos inúmeros exemplos de alu-nos sem consciência e sem planejamentode uma carreira”, como relata GlafiraBartz, mestre em Comunicação/RelaçõesPúblicas e professora na Famecos.

O erro segue no próprio profissional deRelações Públicas; se quem exerce a ativi-dade não exigir respeito e assumir postu-ras adequadas frente ao mercado, não teráseu devido reconhecimento. Glafira argu-menta também que a responsabilidade édo próprio profissional e que se isto acon-tece é porque não nos colocamos adequa-damente no mercado de trabalho.

Na parte final, o preconceito está nopróprio mercado. “O preconceito é gera-do pelo mercado de trabalho. Mesmo quecom grande melhora, o profissional de Re-

Superando preconceitosRelações Públicas enfrentam dificuldade de reconhecimento dentro do mercado

lações Públicas, na maioria dos casos, ain-da não é visto como parte essencial de umaorganização”, afirma Fernanda Martins,aluna do 3º semestre do curso na Fame-cos. Os estudantes, de forma geral, acre-ditam que o mercado enxergue o profissio-nal de maneira reducionista. O profissio-nal, para eles, ainda não conquistou es-paço, reconhecimento e valor.

Segundo Margarida Kunsch em seu li-vro “Obtendo resultados com RelaçõesPúblicas”, cabe aos profissionais de Rela-ções Públicas, mostrarem aos estudantes,aos outros profissionais da área e ao mer-cado de trabalho, que a atividade não seresume em organização de eventos. Assimcomo Kunsch, Bartz opina que “para or-

ganizarmos festinhas não precisamos teruma graduação. Mas, para a organiza-ção de eventos é necessário planejamen-to, visão estratégica, avaliação, etc.”.

Kunsch acredita que Relações Públicasvai além. Para a autora, é necessário bom-bardear o estereótipo e preconceito destaatividade. Deve-se apresentar a percepçãodestes profissionais. É preciso uma visãoampla e uma plena consciência de que oprofissional fala mais de uma língua, temsólida cultura geral, está permanentemen-te em busca de novos desafios, possui umavisão abrangente do processo, está envol-vido em programas de qualidade, de ativi-dades comunitárias, proteção ambiental...

Além disso, Kunsch e Bartz acreditamque o profissional da área tem a consciên-cia do fundamental: percebe que a comu-nicação não é um fim, e sim um meio. Meiode facilitar que os objetivos pré-definidospela organização na qual está prestandoseus serviços sejam atingidos, gerando boasperspectivas, bons resultados, garantindouma postura ética, solidária e permitindoassim um bom relacionamento entre a en-tidade e todos os seus públicos.

O anseio dos profissionais é que todasestas atividades sejam vistas e respeitadasno mercado. É de suma importância quese perceba que as atividades exercidas porrelações-públicas não são simples, super-ficiais muito menos reducionistas. Se istofor percebido e entendido, Kunsch acredi-ta que desta forma o profissional terá agarantia de um trabalho reconhecido, comeficácia e bons resultados.

ANA PAULA COSTA E JULIANA BROSS

Glafira Bartz destaca aimportância do profissional

no mercado. MargaridaKunsch (ao lado) argumenta

que comunicação não é umfim, mas um meio

Rede de relacionamentos ajudana conquista de um emprego

Existe uma dúvida que paira na cabe-ça de todo aluno que freqüenta a universi-dade: como conseguir um estágio? O ca-minho mais conhecido para obter umavaga é deixar currículo nas agências deestágio. Porém, a remuneração nem sem-pre corresponde às expectativas e muitosesperam longo período para serem cha-mados para a entrevista. Quando issoacontece, o risco de perder a vaga é gran-de: nem sempre o acadêmico possui os re-quisitos que a instituição exige.

Muitas vagas nem chegam ao conhe-cimento do público. Boa parte das empre-sas preferem contratar pessoas que possu-am alguém conhecido na organização, ou CHARLES SCHUMACHER

seja, existe preferência por candidatos in-dicados.

A rede de relacionamentos, descrita nolivro Relações Públicas: função política, doprofessor Roberto Porto Simões, da PUCRS,mostra-se essencial para o desenvolvimentoprofissional do acadêmico. A aluna de Jor-nalismo Danielle Fernandes, da Famecos,é um destes casos. Contratada por FátimaTorri, responsável pelo RH da Tatto Comu-nicação, ela conquistou o estágio atravésde uma amiga, que a informou da vagana assessoria de imprensa. “Rede de rela-cionamentos é importante, mas precisacorrer atrás. A vaga não cai do céu”, diz.

DIVULGAÇÃOANA PAULA COSTA

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RRPP AtualidadesI M A G E MI M A G E MI M A G E MI M A G E MI M A G E MJunho de 2006 11

O cinema tem comoum de seus objetivos re-tratar realidades ou pon-tos de vista de determina-das situações para a so-ciedade. Muitas vezes, aprodução nacional é cen-trada no conceito “violên-cia-miséria”. Até que pon-to esta postura influenciana construção da imagemdo nosso país além dasnossas fronteiras?

Essa história teve uminício. “O Cinema brasi-leiro entrou no mapamundial na década de60/70, através do perío-do conhecido como ‘Ci-nema Novo’. Nessa épo-ca, os filmes produzidosaqui fizeram sucesso ba-seados na temática da mi-séria e isso deu origem à estética da fome.Até hoje essa imagem é associada ao Bra-sil e mudá-la é um processo lento que en-frenta dificuldades”, ensina o professor,diretor e roteirista Carlos Gerbase.

O que mudou de lá pra cá? Segundoo professor, os temas se diversificaram, ouniverso mostrado é mais abrangente, maso que faz sucesso ainda são os filmes cen-trados nessa estética. Um exemplo recenteé “Cidade de Deus”, que foi reconhecidono exterior e segue essa abordagem, po-rém conta com qualidade técnica muitosuperior. Produções com outras temáticastêm dificuldades de entrar nos festivais, re-conhece Gerbase.

Posição semelhante é defendida peloprofessor e também diretor João Guilher-me Barone. Para ele, a produção brasilei-ra voltou-se para o ambiente urbano, masnão deixou de representar a relação vio-lência-miséria: “Por ser o Brasil um paísmuito grande, de vários contrastes, cabeao cinema representar o que nele é maiscaracterístico”.

Já para o professor e especialista emprodução cinematográfica Roberto Tietz-man, o cinema tem a responsabilidade delevantar questões pertinentes gerando re-flexão, o que o transforma em um canalformador de opinião.

Em contraponto, Gerbase pensa que“o cinema é arte e arte tem o objetivo de

ser arte em si. Quando o cineasta faz umfilme ele pensa na obra de arte, ou aomenos deveria. Levar a imagem é umaconseqüência.” Aqueles que o criam pen-sando em fazer propaganda, inclusive deum país, fogem da proposta inicial. “Ci-nema não é cartão postal.”

Sobre o mesmo assunto, a professora eorganizadora de festivais Cristiane Freitascompleta: “o cinema não forma uma opi-nião padronizada exatamente por ser umaestrutura complexa entre a arte e a indús-tria (...) o cinema é muito mais do que umformador de opinião”.

Por outro lado, Barone ressalta que“culturalmente, a divulgação do Brasil noexterior através do cinema possui um sal-do muito positivo”, e exemplifica: “se vocêfosse fazer uma campanha de RelaçõesPúblicas ou de Publicidade para divulgaro Brasil, inserindo custos de mídia , vocêgastaria fábulas de dinheiro e levaria mui-to tempo para construir uma imagem”.

Independente da imagem que está sen-do divulgada, Gerbase adverte: “a diver-sidade é fundamental. O que está sendomostrado é importante. Tem que ser abran-gente — Não adianta esquecer as partes.O Brasil é composto por vários estados quevivem realidades diferentes. É preciso rom-per a influência do eixo Rio-São Paulo.”

ELISA CASAGRANDE, FERNANDA LEITE,FLAVIA CAPALBO E JULIA FROEDER

Cidade de Deus: qualidade técnica, trama interessantee realidade brasileira conquistam o mundo

Cinema nacional:Brasil mostra a caraProfissionais do mercado cinematográficodiscutem a imagem do país lá fora

DIVULGAÇÃO

Cada vez mais as empresas adotamestratégias de relacionamento com o cli-ente. Uma que está sendo muito desenvol-vida é a ouvidoria, que proporciona ummaior relacionamento entre empresa e pú-blico e, conseqüentemente, atende desejose necessidades de ambas as partes. Essaaproximação serve como um meio para sechegar a alguma informação necessária.

Muitas empresas estão optando pelaimplantação de uma ouvidoria, por meioda qual o cliente tem a liberdade para per-guntar o que quiser ou encaminhar suadúvida. Esse serviço pode ser realizado pore-mail, telefone ou pessoalmente.

Para a relações-públicas Mônica Bon-sembiante Campana, formada pela PUCRS,local onde atua há quatro anos, essa fun-ção é indispensável por ser um canal paraouvir o público. Na Ouvidoria da PUC,implantada em 1998, ela trabalha muitocom a informação em casos de dúvidas,reclamações, elogios e sugestões.

A ouvidoria é conhecida também porser um meio rápido de informação, pois,dependendo do problema, o retorno vemde imediato. A demanda de questões envi-adas à PUCRS é muito grande. São ques-tionamentos provenientes de diversas áre-as e de pessoas que circulam no campus,tanto alunos, como funcionários, profes-sores, público externo que vêm usufruir auniversidade fazendo cursos oferecidos pelaPró-Reitoria de Extensão ou também pes-soas que vêm realizar consultas médicas eodontológicas.

A Ouvidoria da PUCRS não resolve asquestões sozinhas, ela conta com repre-sentantes em cada Unidade Acadêmica,aproximando o aluno da universidade.Mônica acredita no crescimento do servi-ço de ouvidoria no Brasil. “As empresasestão cada vez mais preocupadas com orelacionamento saudável com seus públi-cos, por isso é importante tê-los como ali-ados que sugiram e tirem suas dúvidas. Apartir destas informações, os planejamen-tos estratégicos são mais fiéis a estes”, ob-serva.

Esta função torna-se indispensável paraa empresa que trata seu cliente com umatendimento diferenciado, podendo assimreavaliar os procedimentos já existentes.

Ouvidoria estácada vez maispresente nasorganizações

MARINA LIMA

Saiba maisSaiba maisSaiba maisSaiba maisSaiba maisInformações no site Portal do Ouvidor:

www.portalouvidoria.com.br

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RRPP AtualidadesMEM ÓR I A SM EM ÓR I A SM EM ÓR I A SM EM ÓR I A SM EM ÓR I A SJunho de 200612

A primeira habilitação de Relações Pú-blicas no Brasil foi a da USP, em 1966, e ada Famecos veio logo em seguida, relem-brou Cláudia Moura coordenadora doDepartamento de Ciências da Comunica-ção. Em março de 2007, o curso comple-tará 40 anos na PUCRS. As ações para acomemoração desta data estão sendo pla-nejadas pela professora e atual coordena-dora do departamento, Souvenir Dornel-les, em parceria com os laboratórios e pro-fessores da faculdade. Entre os projetosestão o selo dos 40 anos e um livro didáti-co, ambos a serem lançados no segundosemestre deste ano.

Para dar início a celebração, no dia 31de maio foi realizado um evento que reu-niu os coordenadores dos cursos do RioGrande do Sul, para serem discutidas asquestões referentes ao futuro da profissão.“É hora da Famecos ser condutora de umprocesso de avaliação da área, pela ma-turidade que ela tem”, comentou Souvenir.Ressaltou que pretende realizar este encon-tro anualmente.

Souvenir está organizando com a pro-fessora Lea Denise Senger Jacobus, coor-denadora do LARP, o livro comemorativoproduzido pelos docentes de Relações Pú-blicas, com lançamento previsto para o fi-nal deste ano e poderá começar uma li-

Relações Públicas

Curso da PUCRS completa 40 anos com nova gestão

CECÍLIA AZEVEDOLUCIANA GOULARTSILVANA OLIVEIRA

nha editorial. A coordenadora se senteabençoada por ter sido convidada para acoordenação justo quando este atinge amaturidade.

Nesta gestão, ela pretende dar conti-nuidade ao trabalho de seus antecessores,reavaliar a atividade e, ainda, tem ambi-ção de dar mais visibilidade às RelaçõesPúblicas. Para Souvenir, com o tempo asfronteiras entre as áreas da comunicaçãoforam ficando tênues e RRPP, por ser a maisabrangente, acabou perdendo sua identi-dade. “Tá na hora de discutir a profissão,e ela tem que começar na academia, esseé o papel da universidade, mas estamosdeixando o mercado fazer esse debate.Depois de bem posicionado, é o momentode ir para o mercado fixar nossa identida-de.”

A habilitação de relações públicas daFamecos tem ficado entre quatro e cincoestrelas, na classificação feita pelo Guiado Estudante da editora Abril, nos últimosdois anos. A profissão foi a primeira dacomunicação social a ter suas atividadesregulamentadas, “Relações Públicas é re-gida pela Lei nº 5.377 de 11 de dezembrode 1967, que define suas atividades espe-cíficas”, de acordo com Cláudia Moura,no livro O curso de Comunicação Socialno Brasil.

O RRPP Atualidades cumpri-O RRPP Atualidades cumpri-O RRPP Atualidades cumpri-O RRPP Atualidades cumpri-O RRPP Atualidades cumpri-menta e deseja sucesso nessa novamenta e deseja sucesso nessa novamenta e deseja sucesso nessa novamenta e deseja sucesso nessa novamenta e deseja sucesso nessa novagestão à coordenadora Souvenirgestão à coordenadora Souvenirgestão à coordenadora Souvenirgestão à coordenadora Souvenirgestão à coordenadora SouvenirDornelles.Dornelles.Dornelles.Dornelles.Dornelles.

“Chegamos aos 40 anos com maturi-dade e qualidade e daqui para frente aFamecos tem que ser, além da questiona-dora, a condutora desse processo de ques-tionamento, senão a inovadora em algu-mas iniciativas”, defendeu Souvenir.

Souvenir Dornelles define metas

Lembranças de

Formandos e homenageados da turma de 1973 de Comunicação Social da Famecos

A habilitação de Relações Públicas daPUCRS completará 40 anos em 2007. Paraque as lembranças deste tempo não sepercam, o RRPP Atualidades resgatou al-gumas memórias de alguém que fez e fazparte desta história. A professora CleusaMaria Andrade Scroferneker ingressou naUniversidade em 1970, concluindo os cur-sos de Comunicação Social (habilitaçãopolivalente) na Famecos e Geografia naUFRGS, ambos em 73. Ex-vice-diretora dafaculdade, leciona na Graduação e Pós.

A jornada de Cleusa começou com asprovas de vestibular, que eram dissertati-vas. Enfatizou: “Já na época o curso daPUCRS era o melhor, sempre imaginei es-tudar aqui, mas, com medo de não pas-sar, fiz vestibular na UFRGS para Geogra-fia e na PUCRS para Comunicação. Passeinos dois, e meus pais optaram por se mu-dar para Porto Alegre, para que pudessefazer os dois cursos.”

EQUIPE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL PROFESSORA CLEUSA SCROFERNEKER

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RRPP AtualidadesM E M Ó R I A SM E M Ó R I A SM E M Ó R I A SM E M Ó R I A SM E M Ó R I A SJunho de 2006 13

atinge a maturidadeuma Rainha

CECÍLIA AZEVEDO, LUCIANA GOULARTE SILVANA OLIVEIRA

Na Famecos, a festa dos bixos era muitovalorizada, todos os alunos compareciam.As brincadeiras eram diferentes das atuais,a de 70 foi no Zoológico de Sapucaia, oscalouros tinham os rostos pintados e erampresos em jaulas, depois havia um desfile,cuja concentração era em frente ao Cor-reio do Povo, na rua Caldas Júnior.

Outra tradição era o concurso da Ga-rota Universitária (GU), quando as facul-dades escolhiam uma representante paraa final estadual. Em 1971, Cleusa foi elei-ta a Rainha da Famecos, sendo classifica-da e escolhida como Miss Simpatia e Ga-rota U, só não foi coroada pelo último, poisos jurados não acharam justo uma garotareceber as duas premiações da final.

A estrutura da PUCRS também sofreutransformações. A Comunicação não tinhaprédio, os alunos do curso transitavam pelocampus. O prédio base era o 5, a Admi-nistração cedia um andar, e algumas au-las aconteciam, também no atual prédiooito. As aulas de televisão eram no pavi-lhão da Mecânica, em frente à gráfica. “Ía-mos para um estúdio que tinha uma mesade corte, apenas uma câmera e sentáva-mos em uma arquibancada de madeira.Nossas aulas, com a professora Vera Fer-reira, eram entre tornos e máquinas.”

Um outro dado que a professora lem-brou era que a Ipiranga acabava na PU-CRS, “depois era puro areião”. Outro as-

pecto interessante é que os carros e os ôni-bus entravam no campus. O prefeito daPUCRS, Irmão Modesto, criou vários que-bra-molas porque, segundo ele, os moto-ristas andavam muito rápido. “Vocês con-seguem imaginar os motoristas dirigindorápido no campus?” Indagou Cleusa. Umadas paradas do Ipiranga/PUC, que entra-va no campus pelo pórtico em frente à Rei-toria, era atrás do prédio 5, havia outraem frente ao 8 apelidada pelos alunos de“esquina Fria”, porque na época não ti-nha os prédios e o vento encanava. Tam-bém tinha estacionamentos em frente aoprédio da Odonto e onde hoje é a capelauniversitária.

O país estava passando por uma situ-ação política conturbada e, na década de70, as Relações Públicas tinham uma “vi-são distorcida”. Os demais cursos, especi-almente o Jornalismo, enxergavam o rela-ções-públicas como “vendido”, em funçãoda ditadura militar que usava e abusavadesta ferramenta para manipular as opini-ões. “Essa foi uma fase muito danosa paraa área”, admite. Cleusa relembra que oscursos em que a militância era mais inten-sa eram o de Filosofia e o de História. “NaFamecos isso não era tão significativo”,observa.

Contrariando sua pretensão inicial deser jornalista, começou a atuar como rela-ções-públicas em decorrência de um con-

vite para trabalhar em uma fundação doEstado. Ela auxiliava o presidente da em-presa, uma vez que era essa a visão quese tinha da profissão. Em pouco tempoconquistou espaço e implantou um projetode comunicação interna, sendo que o pro-fessor José Fernando Silveira foi seu esta-giário.

Nesses 40 anos de curso, o RRPP Atu-alidades resgatou um pedacinho das lem-branças de uma ex-aluna, que junto coma de tantos outros estudantes formam aidentidade da Famecos. “É importante fa-zer esse resgate para darmos valor ao quetemos e ao que foi conquistado ao longode todo esse tempo. Eu me sinto muito gra-ta por estar vivendo isso”, declarou em-polgada.

Rebeldia nos anos de chumbo

Professoras Lea e Cleusa na década de 70Professor Lima em aula de Cinema

Carros estacionavam na frente do 7

Os formandos da Famecos de 1973

Cleusa na noite de sua formatura

FOTOS ARQUIVO PESSOAL PROFESSORA CLEUSA SCROFERNEKER

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RRPP AtualidadesPOL Í T I C APOL Í T I C APOL Í T I C APOL Í T I C APOL Í T I C AJunho de 200614

Em ano eleitoral, a cena se repete. Oscandidatos oscilam nas pesquisas e os elei-tores ficam cada vez mais confusos. A cadasemana, um novo escândalo ou renova-das promessas, e as intenções de voto sealteram. A maioria dos institutos usa meto-dologias semelhantes para chegarem a re-sultados similares.

Candidatos utilizam as pesquisas comoargumento a seu favor ou contra os adver-sários, de acordo com a sua conveniênciamomentânea. Por vezes criticam as pesqui-sas, para logo adiante usá-las como umforte indicativo de vitória.

CredibilidadeCredibilidadeCredibilidadeCredibilidadeCredibilidadeDiante deste quadro de instabilidade

política até que ponto as pesquisas servemcomo base sólida? Para José Luiz Montei-ro Fuscaldo, diretor da Pública Comuni-cação, agência especializada em marke-ting institucional, e que já participou dediversas campanhas eleitorais no Rio Gran-de do Sul, elas ainda são fontes confiá-veis, e ressalva: “Depende da credibilida-de e seriedade das empresas pesquisado-ras”, importantes ferramentas de informa-ção para o eleitorado.

Apesar das críticas, Fuscaldo acreditaque é quase impossível hoje fraudar umapesquisa, uma vez que “existe um certo ri-gor e controle da justiça eleitoral”, afirma.“Por outro lado, muitos candidatos contri-buem para que o ambiente político e elei-toral fique cada vez mais degradado. E istonão é diferente no que se refere às pesqui-sas. Alguns para justificar um mau desem-penho jogam pra cima das pesquisas aresponsabilidade deste resultado”, comple-menta.

InfluênciaInfluênciaInfluênciaInfluênciaInfluênciaCom o excesso de informações e as fre-

qüentes pesquisas, o eleitorado se vê fren-te a uma enxurrada de números. A cadanova pesquisa é feito um balanço do de-sempenho do candidato ao longo do perí-odo anterior. Especialistas acreditam queeste quadro pode ter algum reflexo na es-colha do eleitorado. Para Fuscaldo, noentanto, esta influência é muito relativa. Eleacredita que “as pesquisas podem influen-

PESQUISAS ELEITORAIS

Tendênciasem um cenáriode incertezas

ciar na decisão do voto, mas como maisum objeto para compreensão do cenárioeleitoral”, porque “a pesquisa pode ter al-guma influência num determinado percen-tual de eleitores. Mas acho que num nú-mero muito baixo. Nos demais é apenasargumento de avaliação e informação parao debate que se estabelece entre os eleito-res”.

José Fuscaldo acredita que as pesqui-sas “apenas refletem uma tendência elei-toral”. Mas complementa que quem atuaem uma campanha precisa se basear nes-tes dados. “Campanha sem pesquisa écomo navegar sem instrumentos”, senten-cia.

Já para a profª. drª. Souvenir G. Dor-nelles, coordenadora do curso de RelaçõesPúblicas da Famecos, as pesquisas têm umpeso maior. “Principalmente se a parcelade indecisos for grande”, afirma. “O can-didato pode ter muitos eleitores, mas teruma rejeição grande também, e as pes-quisas podem mudar intenção de votos

sim”, analisa.InterpretaçãoInterpretaçãoInterpretaçãoInterpretaçãoInterpretaçãoEm meio a tantos dados e

opiniões diversas, o eleitor co-mum sente-se obrigado a in-terpretar as pesquisas e fazeruma análise política, para aqual nem sempre tem todos osinstrumentos necessários. ParaSouvenir, uma das formas deencarar as pesquisas é prestaratenção em quem a fez e nasinformações técnicas que apa-recem junto a pesquisas elei-torais. “O eleitor deve encararcomo informação, como retra-to do momento, mas que podemudar”, ensina.

Critérios, abordagens e ce-nários distintos também devemser levados em consideração,até porque, muitas vezes, os re-sultados são bastante variáveisde um instituto para outro. Deacordo com a professora Sou-venir, é preciso analisar o con-texto sócio-histórico de cadalugar. “Mas se por ventura

ocorrer uma diferença grande no mesmocenário, daí alguém deve estar errado”,afirma.

Novo cenárioNovo cenárioNovo cenárioNovo cenárioNovo cenárioUma nova lei eleitoral já aprovada pelo

Congresso e sancionada pelo presidenteLuis Inácio Lula da Silva prevê, entre ou-tras coisas, o fim da campanha e de pes-quisas eleitorais 15 dias antes do pleito.No entanto, essa lei está sendo estudadapelo TSE para verificar se entra em vigornas próximas eleições. Souvenir prevê umnovo cenário para o próximo pleito. Se-gundo a professora, “as pessoas possivel-mente vão refletir mais sobre seus votos,pesando mais a história dos candidatos esua trajetória pessoal, profissional e políti-ca”. Por isso ela acredita que “as pesqui-sas serão de grande importância para aorientação de candidatos e partidos”. Eafirma: “O Brasil vem amadurecendo”.

FABIANO SCHIRMER LOPES ELETÍCIA RODRIGUES OLIVEIRA

FOTOS DIVULGAÇÃO

Fuscaldo, diretor da Pública Comunicação

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RRPP AtualidadesD O U T R I N AD O U T R I N AD O U T R I N AD O U T R I N AD O U T R I N AJunho de 2006 15

No campo das Relações Públicas, osprofissionais dependem dos líderes dasorganizações para realizar seus projetos.Porém, as organizações pouco valorizamseus líderes. Segundo o professor Rober-to José Porto Simões, formado em psico-logia com mestrado em psicologia orga-nizacional e doutorado em educação, ateoria do Grande Homem (que os líderesnascem feitos) está superada. “As pesso-as podem se aperfeiçoar através de umasérie de técnicas, obtendo com o tempoa consciência de liderança”, enfatiza.

O líder precisa ter consciência do seupapel dentro da organização, ter boa ar-gumentação e dicção, ser influente e ca-rismático, tendo a capacidade de con-vencer as pessoas a fazerem o que lhes épedido por vontade própria. No entanto,não existe um gabarito com as caracte-

O desafio da liderançarísticas necessá-rias para exercera liderança, por-que “a liderançaé para uma de-terminada situa-ção histórica,cada situaçãoexige diferentes

habilidades”, explica o professor.Há diversos tipos de situações de lide-

rança: democrático – democrático – democrático – democrático – democrático – o grupo pode to-mar as próprias decisões; laissez fairelaissez fairelaissez fairelaissez fairelaissez faire –mínimo esforço para executar o trabalhonecessário para manter a participação naorganização; autocráticaautocráticaautocráticaautocráticaautocrática – atenção pri-mordial voltada à produção organizadapara a interferência mínima das pessoas.“É possível ter os três estilos durante o dia,dependendo da situação e a decisão a ser

Professor da Famecos alerta: “Nem sempre o chefe é o líder”

tomada”, adverte Simões.Para quem pensa que um líder sem-

pre ocupa alto cargo em uma organiza-ção está enganado. De acordo com Si-mões, há em muitas organizações a figu-ra da “eminência parda”, onde determi-nado membro da organização está emum posto subordinado, exercendo a lide-rança. Isso ocorre em qualquer tipo deorganização.

As organizações que não dão impor-tância aos seus líderes estão condenadasao caos, porque se sustentam na base dopoder e não geram oportunidades aos ta-lentos ou ao surgimento de novos líderes,critica o mestre. Para quem desejar sabermais sobre o tema, Simões indica o livro“A Meta”, de Eliyahu M. Goldratt.

Em 25 de maio aconteceu, no auditó-rio da Famecos, o evento Um Olhar SobreSimões. Produzido por alunos do primeirosemestre de Relações Públicas, a promo-ção incluiu apresentações multimídia so-bre a vida de Roberto Porto Simões, a ex-posição e o debate de sua teoria, depoi-mentos de amigos e colegas. Encerrou-secom uma emocionante surpresa.

Sob o comando da professora mestraLana D’Avila Campanella, os jovens tive-ram a oportunidade de, logo ao ingressarna universidade, unir teoria e prática nes-se acontecimento que contou com a parti-cipação do coordenador da Habilitaçãoem Relações Públicas da Ulbra, Gustavo

Becker, e da professora doutora da Fame-cos, Ana Steffen.

“Durante as aulas de Teorias, os gra-duandos se encantaram com a obra doautor, embora outros teóricos tenham sidoabordados”, diz Campanella. A partir des-sa percepção, a professora decidiu inovare encarregá-los de organizar um eventodessa natureza, mesmo sem experiêncianenhuma. Surpresa com o desempenho daturma de 45 alunos, a mestra elogiou acriatividade e o interesse demonstrado pe-los estudantes durante as etapas de plane-jamento e produção do evento.

Becker acredita que o valor da ativida-de deste porte está no envolvimento do alu-

no com o curso. Para Jonatan Escobar, es-tudante do oitavo semestre de RRPP, mascursa esta disciplina do primeiro nível, aexperiência é boa, o grupo teve muita ini-ciativa na realização do trabalho. “Pareceque eles já sabiam o que é Relações Públi-cas”, enfatizou.

Os alunos finalizaram o evento comuma música composta em homenagem aSimões, que agradeceu, ressaltando: “abs-traindo-se a pessoa, este é um evento quedeve ser repetido como um elemento pro-mocional da atividade”.

ANA LUÍSA SCHMITT, ANDRÉ KATZAPE JOSIAS GIESEL

ELISA ALGAYER CASAGRANDE,FERNANDA CARVALHO LEITE E JULIA

FROEDER

Calouros realizam evento em homenagem à vida e à obra do professor Roberto Porto Simões, da Famecos

CRISTIANE SEEWALD

Um olhar sobreSimões

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RRPP AtualidadesE S TR AE S TR AE S TR AE S TR AE S TR AT É G I A ST É G I A ST É G I A ST É G I A ST É G I A SJunho de 200616

Porto Alegre completou 234 anos eganhou um novo conceito de vida parasua população. O Parque Germânia, oúnico cercado da cidade, foi o primeiropasso como inovação da construtora Gol-dsztein. No dia 19 de abril, uma festa paramais de 1500 convidados marcou a inau-guração do Espaço Jardim Europa, o mai-or estande imobiliário já montado no suldo Brasil e que vai ancorar os lançamen-tos dos primeiros empreendimentos do novobairro que está sendo erguido pela Gol-dsztein, ao lado do Shopping Iguatemi.

No dia 26 de março, a cidade de PortoAlegre completou 234 anos de existência.Para homenageá-la, uma das principaisincorporadoras do país, a Goldsztein, pre-senteou a capital gaúcha com o ParqueGermânia. A cerimônia oficial de entregaaconteceu no local, às 10h30min, e con-tou com a presença do prefeito José Foga-ça e diversas autoridades. Os porto-ale-grenses ganharam um diferencial em lazerno espaço de 150 mil metros quadrados,sendo 40% dele de preservação permanen-te.

A Goldsztein firmou uma parceria comuma das maiores empresas administrado-ras de condomínio do país para oferecer oque há de melhor e mais inovador um ser-viços de gestão condominial, empresaItambé. Uma nova proposta de moradia –um bairro planejado com infra-estruturainovadora, apartamentos de 3 e 4 dormi-tórios, bairro concluído nos próximos 7anos.

Segundo Dan Berger, gerente de ma-rketing da empresa, o empreendimentodestina-se a classe A e B, com alto poderaquisitivo. O trabalho de divulgação está

Uma nova proposta demoradia em Porto Alegre

sendo realizado na imprensa ( página in-formativa em jornal divulgando o bairro aser lançando, vídeos na tv com propagan-da do novo bairro a ser lançado, folder,folhetos, mala-direta). Foram feitas pesqui-sas – qualitativa e quantitativa. A idéia deconstrução do parque foi para valorizar aárea e uma oportunidade de morar numadas maiores áreas verdes da capital, poisPorto Alegre sofre uma escassez de áreaverde na Zona Norte. O projeto do estan-de é assinado pelo Gad Design, que tam-bém é responsável por toda a programa-ção visual do inovador bairro. O espaçode linhas modernas e arrojadas é compos-to por quatro tipos de apartamentos deco-rados de alto padrão, além de uma gran-de maquete do Jardim Europa e um enor-me jardim com cascatas, que reproduziráa área de lazer do primeiro empreendimentoa ser lançado, em abril deste ano.

Conforme o gerente de marketing daempresa, o Cipriani Nuova Architettura, oprimeiro empreendimento do jardim Euro-pa a ser comercializado, está 100% vendi-do. As vendas aconteceram em apenas 15dias, ainda na fase de pré-lançamento. Essefato demonstra que o trabalho das rela-ções públicas neste empreendimento foiexcelente, pois as metas atingidas foramsuperiores às expectativas.

Muito mais do que oferecer construçõesde qualidade, a Goldsztein procura envol-ver e surpreender seus clientes desde o lan-çamento até a entrega de um empreendi-mento, cuja a conclusão está prevista paraos próximos sete anos.

Parque Germânia tem lago, quadras esportivas e playground

ANGÉLICA MADALOSSO , JORDANASANTOS, JULIANE AZEVEDO E PABLO

ROCHA

DIVULGAÇÃO

Fundada há 35anos, a escola deeducação infantil,ensino fundamen-tal e ensino médioMonteiro Lobato,decidiu no ano de2006 implantar asua primeira cam-panha de endo-marketing.

Endomarke-ting é a integração das pessoas através deinformação coerente e rapidamente distri-buída, que objetiva despertar nos colabo-radores uma sensação de “co-proprieda-de” sobre a empresa e com isso, obter ocomprometimento.

Seguindo esse conceito, foi aproveita-do o aniversário de 35 anos do ColégioMonteiro Lobato para lançar a campanha.“O selo de 35 anos foi o marco inicial deuma campanha bem sucedida”, diz RafaelTucci, diretor geral da YPOM!, agênciaresponsável pelo projeto. A grande idéiade lançar a campanha junto às comemo-rações foi aproveitar toda a história docolégio para injetar uma dose de anima-ção nos colaboradores do Monteiro, atra-vés de vídeos institucionais desenvolvidosespecialmente para a ocasião, festividadespara prestigiar os funcionários de maneirageral e com homenagens específicas paraos mais antigos.

“A meta para 2006 é conseguir aumen-tar a produtividade dos funcionários daescola em pelo menos 10%, comenta em-polgada Vera Maria Lobato, diretora daeducação infantil e sócia fundadora. Dasações que ainda não entraram em vigor eestão sendo analisadas, o sistema de bo-nificações é o que se espera melhores re-sultados se vier a ser implantado. Ele con-siste em definição de metas por setores,onde o grupo de pessoas que está direta-mente envolvido tem que cumprir metas es-tabelecidas pela diretoria. Se forem atendi-das e a empresa atingir o crescimento pre-visto, todos os funcionários terão direito aum salário extra, além do garantido pelalei, o décimo terceiro.

Até agora, após cinco meses de cam-panha, já se contabiliza mudanças no com-portamento das pessoas dentro do Mon-teiro, desde coisas simples como mais aten-ção no dia-a-dia, até diminuição de atri-tos em setores mais problemáticos. “Comcerteza, o endomarketing irá trazer benefí-cios ótimos para a empresa”, conclui adiretora Vera Maria Lobato.

Endomarketingno Monteiro

PEDRO LOBATO

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RRPP AtualidadesC O N F I R AC O N F I R AC O N F I R AC O N F I R AC O N F I R AJunho de 2006 17

Ele é grande e silencioso, mas todos opercebem. Com cuidado, passa pelos cor-redores. Está sempre concentrado, procu-rando fazer um bom trabalho. Márcio tra-balha no setor de Meios Auxiliares. Buscaatender a todos — professores, alunos ecolegas da Famecos. No auxílio aos pro-fessores em sala de aula, ele é acionadopara levar equipamentos, momento em queos alunos o conhecem mais de perto. Étambém estudante da PUC e cursa Siste-mas de Informação. Mesmo sendo muitoatarefado, encontra tempo para torcer peloseu time do coração, que, aliás, é verme-lho mesmo.

Nome: Márcio TedescoIdade: 28 anosEstado civil: SolteiroO que gosta de fazer: Assistir filme, es-

portesSeu time: InternacionalPerfume: KourosMarca: Yves Saint LaurenCor: VermelhoAnimal: TigreQualidade: AmigoDefeito: Ansioso

POR TAILA COSTA OLIVEIRA, COMANNA PAULA JUSTO LEMOS E DANIELA

MARCHI

PERFIL

Impossível nãopercebê-lo!

Comida que mais gosta: ChurrascoTempero que menos gosta: “Adoro tem-

peros”Esporte: VôleiMúsica: RockCantor: Bono (U2)Filme favorito: ContatoLivro: Deus é inocente, a imprensa,

não, de Carlos DornelesAtor que admira: Al PacinoAtriz que admira: Jodie FosterMulher bonita: Daniela SarahybaSonho de consumo: “Meu apartamen-

to”Uma palavra: FraternidadeO que deixa feliz: PazO que mais te incomoda no mundo:

IndiferençaUm pedido: Que simplifiquem mais as

coisas — “as coisas são simples, as pes-soas é que as dificultam”

Um sonho profissional: “Trabalhar emminha área — Informática”

Um sonho pessoal: Família

Márcio: dedicação e responsabilidade no apoio às atividades acadêmicas

JULIA FROEDER

BREVES

A crise da Varig apareceu em todos osmeios de comunicação nos últimos meses:planos de venda da companhia a fim deevitar a falência, a união dos funcionáriosna luta pela permanência da companhiano mercado, as negativas do governo emauxiliar a empresa e, claro, as especula-ções dos investidores. Neste cenário, pas-sa despercebido o importante papel dacomunicação na administração da crise.

Segundo a assessora da gerência-ge-ral dos comissários Valéria Gazzola, co-missária de vôo da Varig por 16 anos e hásete anos trabalhando com a gestão dogrupo de vôo, a crise propiciou uma inte-gração da comunicação interna e umamelhoria nos fluxos comunicacionais. Es-tudante de Relações Públicas da PUCRSdesde 2003, ela diz que o curso proporci-onou uma visão diferenciada dos proces-sos comunicacionais da empresa, o quefacilitou a gestão dos seus funcionários.“Hoje se fala muito na crise da maior em-presa de transporte aéreo que este país jáconheceu e não há como desvincular-se,mas o importante é salientar como a co-municação foi modificada e reforçada nosmomentos atuais”, ressalta.

Comunicação emtempos de crise

DANIELA MASCOLO

A profissão de Relações Públicas vemsendo cada vez mais reconhecida comouma atividade voltada para o planejamentode projetos sociais. A profissional da áreaMaria Elisa Correia da Silva acredita quesua formação superior contribuiu no senti-do de dar subsídios para criação, planeja-mento e execução de projetos sociais. Paraela, a faculdade ensina técnicas e estraté-gias que permitem atingir de maneira efi-caz o público. Como exemplo de trabalhode Relações Públicas no âmbito da comu-nicação, destaca-se o programa Universi-dade Missionária, realizado através doCentro de Pastoral da PUCRS, que visa in-tegrar jovens a serviço da comunidade.

BIANCA DOS SANTOS ROSA

UniversidadeMissionária

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RRPP AtualidadesRESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIALJunho de 200618

Em tempos de violência, a sociedadenão é abalada somente pela agressão dosassaltantes. Uma arma maior e tão pode-rosa quanto a de fogo aterroriza as ruasdas cidades brasileiras. Em função dissoalguns grupos lutam por uma nova cultu-ra no trânsito, objetivando alcançar me-nores índices de acidentes e conseqüênci-as menos trágicas para a sociedade.

Mas quem são esses grupos?Estes são a EPTC e a Fundação Thiago

de Moraes Gonzaga – Vida Urgente.ASSET/EPTC (Assessoria de Educação

para o Trânsito) criada em junho de 2005,formada por agentes de trânsito e trans-

portes da EPTC. Sendo que o trabalho deeducação para o trânsito vem sendo de-senvolvido desde 1999, contribuindo coma construção de uma nova cultura pauta-da na civilidade e segurança. Conscientesda necessidade de uma atitude radical emrelação ao alto índice de acidentes, a AS-SET atua com a distribuição de materialeducativo, propondo atividades, com visi-tações às escolas e ações dirigidas a pe-destres, condutores, motociclistas, criançase idosos. Além da peça teatral “Com li-cença, preciso passar”, encenada pelospróprios agentes, voltada ao público in-fantil. Com a intenção de dar um toque

Este ano o tema escolhido pelo CONTRAN(Departamento Nacional de Trânsito) para acampanha da Semana do Trânsito (de 18 a 25de setembro), foi “O trânsito é feito de pesso-as. Valorize a vida”. Tal campanha tem o obje-tivo de desenvolver valores, posturas e atitudespara garantir o direito de ir e vir do cidadão.

ANNA PAULA JUSTO LEMOS, CAMILACORONEL MARTINS, MELINA

STEPHANOU, TAILA COSTA OLIVEIRA

A Fundação Thiago de Moraes Gon-zaga foi criada em 13 de maio de 1996por Régis e Diza Gonzaga, pais de Thia-go, jovem vítima fatal de um acidente detrânsito em 1995. A Fundação, em con-junto com a Campanha Vida Urgente, de-senvolve projetos de conscientização so-bre os perigos no trânsito para evitar queoutros jovens percam a vida quando o quemais querem é viver.

A Campanha Vida Urgente foi lançadano dia 20 de Maio de 1996, no Bar Opi-nião, último lugar que Thiago esteve. Talcampanha visa atenuar os acidentes detrânsito, dando prioridade aos que envol-vem jovens.

O primeiro acontecimento efetivo de-sempenhado pela Fundação foi a Madru-gada Viva, uma ação realizada por volun-tários que saem às madrugadas da Capi-tal, uma sexta-feira por mês, conscientizan-do jovens quanto ao uso do cinto de segu-rança, o perigo de beber e dirigir, assuntosrelacionados à segurança no trânsito. Se-

gundo Alexsander Ramos Camargo, fun-cionário responsável pelo atendimento naFundação Thiago Gonzaga, esta Campa-nha tem alto nível de aprovação, porque éfeita de jovem para jovem.

A Fundação conta com um instrumen-to de comunicação importante para alcan-çar seu objetivo de educação para o trân-sito: o teatro, que tem três etapas. 1ª. Con-tadores de Histórias – para crianças de 2 a8 anos, que dá noções básicas de trânsito,bem como não correr atrás da bola no meioda rua, não pular no carro, andar no ban-co traseiro, entre outros; 2ª. Últimos diasde Super-Herói – para pré-adolescentes(estudantes do Ensino Fundamental). Éuma das primeiras atividades da Funda-ção, tem 9 anos de existência. Um projetomultimídia que utiliza recursos tecnológi-cos para atrair a atenção do público; 3ª.Exército dos Sonhos – para jovens de Ensi-no Médio e adultos. Esta peça busca des-mitificar a cultura do herói “que tudo pode”,característica do jovem, e o pensamento

de que “comigo não vai acontecer”. Suaapresentação é itinerante e remunerada.

As atividades clássicas da Fundaçãoincluem em seu repertório campanhascomo “Salva Vida Urgente”, “DM VidaUrgente na Estrada”, “Moto Vida”, “VidaUrgente In Concert”, “Vida Urgente Acús-tico”, “Bloco de Carnaval” e “Buzoom –Carona Segura”. E a borboleta no asfalto,o que significa? A borboleta foi o símboloescolhido por Diza Gonzaga, presidente daFundação Thiago Gonzaga, pois ela cha-mava seu filho de “Pesquisador de Borbo-letas” – era uma pessoa feliz, fazia de tudoum pouco, sempre tinha uma nova idéia –por isso o apelido. Com o tempo, foramagregando-se novos significados: a bor-boleta tem vida curta; significa renovação,e outros. Ela é pintada no asfalto e indicaque nesse lugar, um jovem perdeu a vidaem acidente de trânsito.

Uma borboleta onde se perdeu uma vida

humorístico e carinhoso aos públicos, aEPTC criou um mascote, o Azulito, queparticipa das campanhas e auxilia no de-senvolvimento das atividades, além de con-tribuir para a humanização dos agentes.

De acordo com Luciana Pereira, agen-te de transportes e circulação da EPTC, aempresa parte do princípio de que nós pre-cisamos nos reeducar e, embora exista umaboa aceitação do público durante a reali-zação das ações educativas, a sociedadenecessita da conscientização do perigo quea rivalidade e a falta de respeito mútuo notrânsito podem acarretar a todos.

“O público mais resistente, ainda, sãoos jovens. Estamos estudando ações apro-priadas que sejam dirigidas a eles” – com-pleta Luciana. Este segmento de público,embora esteja em grande escala nas esta-tísticas dos acidentes, reluta em acreditarque são suscetíveis aos males que a in-conseqüência e aventura no trânsito po-dem ocasionar.

A ASSET/EPTC realiza ações como cam-panha “Volta às Aulas”, “Redução dosatropelamentos em corredores de ônibus”,campanha dirigida aos motociclistas, ad-vertindo contra os rachas com o slogan“Sim à liberdade. Racha nas Ruas Não!” eainda, campanhas de datas afetivas.

Educarpara viverIniciativas para transformaro trânsito de Porto Alegre

SEMANA NACIONAL

ANNA PAULA JUSTO LEMOS

A borboleta no asfalto em frente ao portão central da Universidade

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RRPP AtualidadesC O M U N I D A D EC O M U N I D A D EC O M U N I D A D EC O M U N I D A D EC O M U N I D A D EJunho de 2006 19

O assassinato da estudante, próximoao campus central da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul, pro-voca insegurança e revolta na comunida-de e nos estudantes. Ações conjuntas entrea PUCRS, Brigada Militar e Secretaria deJustiça visam mudanças para garantirmaior estabilidade na segurança interna eexterna na Universidade.

Estudante de Administração de 27anos, Débora Koslowisky, foi morta com umtiro nas costas em uma tentativa de assal-to, por volta das 22h30 min, em 29 demarço, enquanto esperava por uma cole-ga, dentro de seu carro, na avenida dosCubanos, ao lado da PUCRS. Esse inci-dente próximo ao campus gerou insegu-rança e medo na comunidade universitá-ria. Em luta para melhorias na segurança,alunos organizaram uma manifestação peloaperfeiçoamento na segurança no campus.

O coordenador da Ascom (Assesso-ria de Comunicação Social da PUCRS),jornalista Luiz Antônio Nikão Duarte, afir-ma: “ Não se pode acusar a vítima pelaação criminosa de que é alvo. Vale o mes-mo para as organizações que, de um ladosão obrigadas a investir em iniciativas queo Estado deixa de cumprir e, de outro, nãotêm essas iniciativas reconhecidas e aindasão cobradas por mais e mais ações – al-gumas das quais está proibida de execu-tar, como policiamento externo”. Logo, afaculdade não é responsável pelos atos queocorrem no exterior da Universidade, a umaobrigação com seus alunos vale somenteno interior desta.

Porém, devido ao ocorrido, a PUCRSprocurou realizar melhorias para a segu-rança, como por exemplo a colocação decâmeras dentro do campus, a ampliaçãoda iluminação interna para que alcanceos espaços externos ao campus central e a

GUSTAVO FERRONATTO, NAIRANAFONTOURA E TASSIANE MORESCHI

Insegurança atinge universitáriosMobilização conjunta espera combater a criminalidade nas proximidades do campus

circulação de agentes em motocicletas, alémdos que já o fazem a pé. Também está sen-do autorizada a circulação de veículos daBM, conduzidas por policiais militares. Juntocom estes será realizado a utilização de umequipamento pelo qual é possível verificar,nos estacionamentos, a presença de veí-culos cujo furto tenha sido comunicado àsautoridades.

Sabendo-se que o fato ocorrido refletediretamente na imagem da universidade, eassim sendo necessário trabalhar para re-alizar ações que visam esclarecer e de-monstrar os esforços empregados na solu-

ção dos conflitos, Nikão completa: “Possoousar dizer que enfrentar os assuntos trazsempre menos prejuízo à imagem instituci-onal. E imagem institucional é um proces-so em permanente construção, daí a im-portância de se estar sempre avançandono relacionamento com a sociedade, atra-vés da Comunicação. A satisfação, frutoda administração adequada desse proces-so, vem com o tempo – e também precisaestar sob constante construção”.

Com as constantes realizações defalsas pesquisas, este importante ins-trumento de trabalho vem sendo ame-açado. Falsos seqüestros, furtos, assal-tos tem sido cada vez mais freqüentes,em conseqüência de “pesquisas fan-tasmas”.

Para que este tipo de situação nãovenha a acontecer, é preciso se tomaralgumas precauções, tais como: os pes-quisadores devem estar identificados e

treinados para realizar as pesquisas; sem-pre que possível, devem-se divulgar nosinstitutos de pesquisa; procurar pergun-tar o mínimo de informações pessoaisdos pesquisados; divulgar sempre quepossível que será realizada a pesquisaem algum meio de comunicação.

Segundo a professora de comunica-ção social da PUCRS, Glafira Bartz, “parase evitar este tipo de problema e garantira veracidade da pesquisa, deve se di-

vulgar uma nota oficial nos institutos depesquisa comunicando sobre a realiza-ção da pesquisa”.

Desta forma, torna-se claro, a im-portância de um planejamento sério, nahora de realizar uma pesquisa.

BRUNA DE CASTRO MUCELINDÉBORA LIGABUE SANT’ANNA

MARCELO PINHEIROPEDRO HOPPE DE LIMA

Campus da PUCRS passa por melhorias na segurança,anuncia assessor de imprensa, Nikão Duarte

Pesquisas: mais uma arma para o crime

DIVULGAÇÃO ASCOM

FERNANDO HESSEL

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RRPP AtualidadesE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LJunho de 200620

Um dos maiores festivais de artes cêni-cas de todo o Brasil, Porto Alegre em Cena,de 05 a 17 de setembro transformará maisuma vez nossos teatros em centros de in-venção e beleza. Peças teatrais, teatro derua, teatro de bonecos, apresentaçõesmusicais e de dança, toda manifestaçãoartística cênica merece destaque no festi-val. Em sua 13ª edição e com muita dis-posição dezenas de espetáculos teatrais,regionais, nacionais e internacionais en-tram em exibição em todos os espaços cul-turais da capital gaúcha, desde lugaresreconhecidos (como o Theatro São Pedro)até locais públicos (como a Redenção).

A proximidade deste Estado brasileirode alguns países da América Latina tornaa cidade uma plataforma privilegiada deintercâmbio e troca de saberes. Criado em1994, o Porto Alegre em Cena sempre sedestacou pela ousadia de sua programa-ção e contribuição às artes gaúchas. Maisuma vez, quando setembro vier, nossaCapital receberá alguns dos nomes maisimportantes do teatro contemporâneo. Ain-da neste ano, o evento contará com umanovidade para as crianças não ficarem defora desta festa. Com o teatro de bonecoselas também terão a oportunidade de co-nhecer e se encantar por esse mundo àparte encantar por esse mundo à parte.

Com uma das promoções teatrais maisimportantes do Brasil e, provavelmente detoda a América Latina, o Rio Grande doSul assiste a um vasto leque de iniciativasparalelas aos espetáculos, como perfor-mances e exposições que acontecem umpouco por toda a cidade. Porto Alegre seráainda palco para debates, conferências eseminários que envolvem um conjunto deagentes teatrais.

Esse festival de vida e magia é antagô-nico à sociedade atual. Abrir a alma paraas artes pode até ser visto como um esca-pismo covarde, mas quem sabe só assimse tem a possibilidade de ser feliz, buscan-do na beleza e na fantasia um mundomelhor para se viver.

Cultura, magia ediversão na cidade

Teatro de rua Foto: Adriana Franciosi

CAROLINA FRAGA, PAULA CIANCONI EVANESSA FESTL

DIVULGAÇÃO

O profissional de rela-ções públicas vem buscan-do novas áreas para suaatuação e uma delas é aprodução cultural. Essa ati-vidade está cada vez maispresente no contexto da so-ciedade em que o desen-volvimento do mercadocultural abre espaço paraa profissionalização da pro-dução artística e a comer-cialização da arte. Então,as mudanças e transforma-ções que vêm ocorrendono campo da produçãopermitem a viabilização, adivulgação e o consumoda cultura entendida como produto.

Nesse novo cenário cultural que seapresenta, os consumidores da cultura es-tão mais exigentes em relação aos produ-tos que consomem. Por este motivo, faz-senecessária a presença de um profissionalcapacitado para atuar como mediador dosinteresses desses públicos com o artista ouseu produtor. Podemos assim perceber osartistas e seus produtos como uma organi-zação.

Na área de Relações Públicas, o pro-fissional realiza atividades que englobamo relacionamento com os públicos, a or-ganização de eventos, pesquisa, captaçãode recursos, promoção e divulgação, porisso ele pode atuar na produção cultural.O produtor cultural dedica-se à produçãoe à organização de eventos e produtos ar-tísticos e é o responsável por todas as eta-pas que envolvem esse processo. Assimcomo o relações públicas institucional, suaintenção é a de criar e sustentar uma ima-gem positiva do artista e de suas produ-ções.

Um exemplo disso é o relações públi-cas Sergio Bueno, que é formado há me-nos de um ano, mas desde 1999 atua comoprodutor cultural de sua banda, a SoulAdiction. Ele entende que o produtor cul-tural pode ser encarado como o gestor

cultural e que sua função é a de “gerenci-ar os processos de produção da cultura,compreendendo e respeitando suas pecu-liaridades”. E para atuar na produção cul-tural, Bueno utiliza técnicas e ferramentasdas Relações Públicas, como o marketinge a comunicação dirigida.

O produtor pode utilizar o marketing,mais especificamente o cultural, como ins-trumento para o desenvolvimento da ima-gem organizacional. O marketing cultural,visto como ferramenta da produção cultu-ral, pode ser considerado “unidade de ne-gócios que visa o retorno institucional apartir da visibilidade e fixação da imagemorganizacional através de uma manifesta-ção cultural”, afirma Bueno. E, nesse ce-nário, é importante a atuação do profissi-onal na promoção da cultura no setorempresarial.

É relevante que o relações públicascomo produtor cultural identifique adequa-damente cada um de seus públicos estra-tégicos e estabeleça uma comunicação di-rigida, com linguagem e mídias específi-cas. Esta comunicação facilita o relacio-namento e, se valendo das ferramentas domarketing, pode fortalecer a imagem dosartistas e legitimá-la com seus públicos.

ESPAÇOABERTO

ELIZANGELEM MAZZARDO MARQUESVIANA

Produção cultural é novo mercado para RPs

CULTURA

Sérgio Bueno, da banda Soul

DIVULGAÇÃO

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RRPP AtualidadesE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LE S P E C I A LJunho de 2006 21

Guilherme Bittencourt, mais conhecidocomo Guilherme Alf, ingressou no cursode Relações Públicas na PUCRS em 2001.Hoje, com 24 anos, está se formando e éum dos integrantes do grupo de pagodeNa Moral.

A profissão de Relações Públicas che-gou até ele devido aos trabalhos realiza-dos na noite de Porto Alegre. “Antes deentrar no Na Moral eu já trabalhava comeventos e era sócio de uma casa noturnade Porto Alegre”, conta.

A banda de pagode teve início em maiode 2005, fruto do encontro de cinco jo-vens. Depois de algumas conversas e en-saios, o grupo começou as apresentaçõesna capital e logo depois no interior do es-tado. “A gente sempre comenta, que a ban-da surgiu porque estava escrito. Nem nosconhecíamos direito e já estávamos ali, emcima do palco, juntos, fazendo uma dascoisas que hoje é indispensável a qualquerum de nós.”

No início da carreira, Alf era também oprodutor do Na Moral. “Além de cantar etocar, o fechamento de datas, a produção

O mercado musical porto-alegrenseestá crescendo cada vez mais. Todos os diassurgem novas bandas, com músicos dis-postos a ensaiar e levar o seu trabalho asério. Nesse mercado é necessário alguémcompetente que entenda de produção e queseja ágil para realizá-la. O relações públi-cas é o profissional certo para executá-la.

Entretanto, alguns problemas ainda sãoencontrados na produção de shows, comoa falta de conhecimento a respeito de no-vos músicos e casas noturnas que contra-tam sempre as mesmas bandas, o que aca-ba desmotivando o público que nãoagüenta mais assistir aos mesmos shows.

Por esses problemas, é interessante enecessário o papel da produtora, media-dora entre artista e contratante, para ofe-recer ao público a qualidade de eventomerecido. Com base nesse aspecto é quese acredita que o relações públicas seja oprofissional mais qualificado para traba-lhar com a produção de shows e assesso-rias de bandas, já que ele possui as ferra-mentas adequadas para fortalecer a ima-

Um casamento perfeito

BIANCA LOPES

do show assim como as negociações dabanda eram tarefas minhas.” Ele afirma queneste momento, a faculdade foi fundamen-tal na construção, e logo depois na con-solidação da carreira e da imagem do NaMoral. “Somente a experiência adquiridacom a prática não é suficiente no mercado

competitivo de hoje. Tenho certeza que ocurso me proporcionou uma visão maisestratégica das coisas, principalmente aose tratar de públicos.”

Hoje, dois anos após o começo daBanda Na Moral, ele tem uma Produtorade Eventos e Assessoria de Marketing comseu sócio, Pedro Band, que igualmente in-tegra a banda. Os conhecimentos obtidos,aliados à prática fazem com que Guilher-me tenha a cada dia a certeza de ter esco-lhido o caminho certo. “Quando um tra-balho novo chega até nós, é que me douconta de como os estudos na faculdadeforam importantes”.

A sua empresa, além de planejar e re-alizar eventos no mundo da música, cuidada carreira e da imagem de outras bandasque estão ingressando no mercado. “Des-de o planejamento até a execução, comoo cuidado com a imagem do Na Moral ede outras bandas, tudo faz com que eu mesinta um profissional de Relações Públicas,nunca deixando de juntar a prática aosmeus conhecimentos”, conclui.

Alf em apresentação na noite com o Na Moral

DIVULGAÇÃO

gem, as qualidades, as características deum produto/serviço, além de saber plane-jar antes de executá-lo. Mas outros profis-sionais de outras áreas acabam realizan-do este serviço.

Luciana Sant’Anna, recém formada emRelações Públicas pela PUCRS e proprie-tária de uma produtora musical nova nomercado, diz que a idéia de trabalhar nes-se meio e de fundar a LS Produtora surgiudo seu gosto de trabalhar com bandas epor acreditar na necessidade de elas teremum profissional que cuidasse do seu tra-balho, desde a montagem do release, di-vulgação, marcação de shows, até a as-sessoria no dia da apresentação. “As ban-das que estão surgindo são carentes deprofissionais assim, o que dá oportunida-de às relações públicas iniciantes nessemercado”, projeta. E com isso, a noite por-to-alegrense ganhará uma diversidademaior também em relação a novas ban-das e músicos.

Cresce o mercado musical em Porto Alegree abre espaço para profissionais de RRPP

Como o profissional de Relações Públicas influencia no sucesso de uma banda

FERNANDA ZEMBRZUSKI Luciana Sant’Anna, produtora musical

CULTURA

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RRPP AtualidadesE SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A LJunho de 200622

Em 20 de outubro de 1990 entrava noar pela primeira vez a emissora Music Tele-vision – MTV para as cidades de São Pau-lo e Rio de Janeiro, atingindo cinco mi-lhões de domicílios com televisão. Resulta-do de um join venture (associação de em-presas independentes) entre a MTV Ne-tworks (EUA) e o Grupo Abril, a MTV é omaior canal de música do país. Mas aimagem da emissora frente aos seus públi-cos vem mudando ao longo dos anos.

Nos seus primeiros anos de existênciaa MTV Brasil buscou uma nova identidadevisual, a fuga da padronização e a neces-sidade de uma linguagem única, com umaforte referência da MTV européia. Na épo-ca, a veiculação de um anúncio de 30 se-gundos custava pouco mais de U$ 500dólares e a cada hora de programação,em média, apenas oito minutos eram re-servados para propagandas. O que faziacom que o conteúdo musical em emissoracom “personalidade” fossem a receita dosucesso do canal.

Em 1996, muitas coisas mudaram naemissora que agora estava registrada comoMTV Brasil e sofreu uma intervenção maiorda MTV Networks. A partir daquele ano,além do jargão “Música e Atitude”, foi in-serida a palavra “Comportamento” na pro-gramação da emissora. Entravam no arprogramas que fugiam do tema músicacomo os extintos: Fica Comigo – quatrojovens disputando um beijo de um convi-dado - e Meninas Veneno – mulheres queestudavam seus comportamentos e doshomens também. Tirando o foco da músi-ca, principal diferencial das demais pro-gramações televisivas, e criando um pa-drão de comportamento próprio da emis-sora, ao mesmo tempo em que identifica a‘marca’ MTV Brasil, foge da idéia de liber-dade e naturalidade na apresentação dosprogramas com os quais os jovens se iden-tificaram desde o início.

Em 2001, a cota única de patrocíniode uma série de programas sobre política,denominado “Tome Conta do Brasil”, eraoferecida por R$ 1,9 milhão de reais. Jámostrando uma grande diferença em rela-ção ao início da emissora que também temaberto espaço para modelos popularesapresentarem programas sobre comporta-mento. Um exemplo explícito é Daniela Ci-

MTV Brasil: Music TVou Mídia Television?Há uma mudança de rumo na imagem que a emissoraconstruiu entre a década de 90 e os dias atuais

carelli, que apesar de simpática e engra-çada não tem qualquer envolvimento commúsica.

Em entrevista dada ao site da 4ª Cú-pula Mundial de Mídia para Crianças eAdolescentes que ocorreu no Rio de Janei-ro, o diretor de programação da MTV Bra-sil, Zico Góes disse que os programas daMTV passam por alguns filtros. “O primei-ro deles é o interesse do jovem. Por contadisso, procuramos, dentro do nosso seg-mento, ser o mais abrangente possível,nunca nos afastando da música e do nos-so estilo que é bem-humorado, sem mui-tos padrões rígidos, com naturalidade eestética moderna”, explica. Prova disso éo fato de a emissora buscar atingir os seuspúblicos com temas diversos através de no-vas tecnologias, como é o caso do pro-grama Ya Dog!, onde o público entra emcontato com a apresentadora através dainternet e mensagens de texto solicitandovideoclipes.

Apesar disso, a emissora precisou apre-sentar uma grade de programas totalmen-te reformulada devido às reclamações deausência de programação musical. A in-serção de um anúncio de 30 segundos,dependendo do horário, pode custar atéR$ 10 mil atualmente. Portanto, percebe-se a preocupação de grande parte dos maisde 20 milhões de telespectadores da emis-sora que se deparam a cada momento comuma quantidade maior de aspectos midiá-ticos, comerciais a cada 15 minutos e mer-chandising dentro dos programas.LARA DE OLIVEIRA, LEANDRO PEREIRA

E LEONARDO ONGARATTO

CULTURA

Um novo debate está sendo travado nasinstâncias públicas da comunicação: trata-se de discutir o novo modelo de TV Digitalpara o Brasil. Os três modelos cogitados sãoo Europeu, o Japonês e o Estadunidense.

Essa discussão esta sendo feita entre oGoverno Federal, o Ministério das Comuni-cações e alguns grupos ligados à democra-tização da comunicação, como o FNDC(Fórum Nacional pela Democratização daComunicação).

A decisão terá forte impacto na cultura,na política industrial e na produção de ciên-cia e tecnologia do país. Com esta novaplataforma, a depender das escolhas feitas,é possível aumentar o número de canais,fazer a inclusão digital de grande parte dapopulação, garantir a participação do te-lespectador no ato de assistir TV por meio deprogramas interativos, desenvolver a ciên-cia e tecnologia do Brasil e promover a di-versidade de cultura nacional.

Conforme Alexandre Dornelles, estudantede Jornalismo e coordenador do Centro Aca-dêmico da Famecos, a digitalização propor-ciona uma mudança nos paradigmas. “Éuma oportunidade única para promover aregulamentação e democratização do setorde telecomunicações”, disse.

O professor de Jornalismo Online daPUCRS, André Fagundes Pase, acredita queo mais apropriado para a democratizaçãoda comunicação não seria pela digitaliza-ção e sim, por outros meios, como a inter-net, por exemplo.

Pela decisão do Governo Federal, o pa-drão Americano já está descartado devidoao fato de frisar somente uma qualidade al-tíssima de imagem e não possuir uma maiordiversidade de canais, além de que o custode sua implantação seria muito maior doque dos outros por causa da sua alta tecno-logia. O que está sendo analisado hoje é omodelo Japonês e o Europeu, porém, o pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva, já assinouum “termo de compromisso” com o Japãodevido a grande pressão das emissoras detelevisão. Estas, por sua vez, não aceitam omodelo Europeu porque esse possibilita aparticipação de operadoras de celulares natransmissão dos sinais, acarretando assimuma forte concorrência nos lucros.

O FNDC defende que a melhor soluçãopara o Brasil é o padrão brasileiro. Afirmaque este padrão não vai reinventar a roda,mas vai aproveitar o que já existe nos outrospadrões para codificação de áudio e vídeo.Observa ainda que o modelo brasileiro levaem conta os outros modelos, sem negligen-ciar as condições topográficas e sociais.

TV Digital:democratizarou concentrar?

LISARB MONTES E RAFAELA RICCIARDI

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RRPP AtualidadesJunho de 2006 23

Responsabilidade gera lucrosEmpresas investem em patrocínios para benefício próprio e da sociedade

No cenário mundial contemporâ-neo observa-se o processar de inú-meras transformações de ordem eco-nômica, política, social e cultural que,por sua vez, propiciam o aparecimen-to de novos modelos de relações en-tre instituições e públicos, organiza-ções e sociedade. Foi-se o tempo emque oferecer bons produtos e serviçose tratar de forma ética seus fornece-dores e parceiros era suficiente parauma organização manter uma boaimagem. As transformações ocorridasnos últimos 20 anos, afetaram o seucomportamento, antes preocupadoapenas com o lucro.

A pressão por transparência nosnegócios faz com que as empresasadotem uma postura mais responsá-vel em suas ações. A este novo con-ceito dá-se o nome de “Responsabili-dade Social”. Além de garantir umaimagem positiva, por meio do respei-to de seus clientes e da admiração de seusfuncionários, a ação social envolve me-lhor performance nos negócios e, por con-seqüência, uma maior lucratividade.

Para que isso se torne parte da culturadas organizações, cabe aos relações-pú-blicas, que lidam com as informações ecom o relacionamento público, tomar ati-tudes para a consolidação dessas mudan-ças, divulgando a Responsabilidade Soci-al da instituição e, ao mesmo tempo, sen-do capaz de se inserir neste cenário, orien-tando a gestão dessa no caminho da em-presa socialmente responsável. O profissi-onal, ao cumprir com seu papel social, estáse tornando um agente fundamental, den-tro deste contexto, porque detém as quali-dades necessárias para lidar com a Res-ponsabilidade Social. Além de ser capazde gerenciar o relacionamento da empre-sa com os seus públicos, está apto a de-senvolver o planejamento das comunica-ções, a formular e controlar estratégias parao desenvolvimento de habilidades interpes-soais e a criar formas de canalização damotivação dos funcionários, para propi-ciar clima organizacional positivo.

A Natura (fabricante de cosméticos) éum exemplo de empresa responsável. Deacordo com o seu site (((((www.natura.net),há um ano a marca vem desenvolvendo oprojeto intitulado “Natura Musical”, noqual patrocina artistas – consagrados oudesconhecidos – das mais diferentes ten-dências e regiões do Brasil, disseminandoa pluralidade de cada estilo musical. Den-

tro de sua ampla proposta de Responsabi-lidade Social, a Natura leva a todas regi-ões do país - e também ao exterior - o queo Brasil oferece de mais diferente e atrati-vo. Assim, a Música Popular Brasileira foieleita como uma ferramenta de construçãode um mundo melhor, ajudando a ampli-ar os horizontes de atuação social da or-ganização. Dentre as ações planejadas es-tão projetos de homenagem a grandescompositores da música brasileira, cujasobras foram revisitadas e repaginadas, ga-nhando novos arranjos. O projeto já abriuportas para novos talentos e permitiu a re-alização de trabalhos sócio-culturais em di-versos estados do país.

Uma das metas para este ano é au-mentar o envolvimento da Natura com amúsica e abranger novos projetos que re-presentem a qualidade e a diversidade damúsica do Brasil. Neste palco, a Naturaacaba de se juntar à cantora Marisa Mon-te, para realizar a turnê “Universo Particu-lar”, que reúne os dois últimos CDs lança-dos pela artista: Universo ao meu redor eInfinito Particular.

Em recente visita da cantora a Porto Ale-gre, onde quase 10 mil pessoas lotaram oTeatro do Sesi durante cinco apresentações,foram evidenciados os detalhes dessa par-ceria. Logo na chegada, ainda no foyerdo teatro, o público deparou-se com gran-des painéis, nos quais a foto de Marisavinha acompanhada de uma frase apre-sentando, de acordo com a visão da Na-tura, a importância da música para a cul-

tura nacional. Para ondese olhava havia um deta-lhe com o logotipo da mar-ca (inclusive nos banhei-ros, que ganharam sabo-netes e desodorantes parao uso do público). Segun-do a produtora de MarisaMonte, Suely Aguiar, omotivo que levou à esco-lha da cantora como prin-cipal ícone de divulgaçãodo Natura Musical noBrasil foi o fato de ela tran-sitar muito bem entre as di-versas realidades brasilei-ras e por ser capaz de in-teragir e conectar a cultu-ra brasileira com o mun-do. De acordo com a pro-dutora, a própria cantoraacredita na importância deprojetos como esse, e en-

cara a parceria como uma via de mão du-pla, na qual o artista é beneficiado por po-der pôr em prática projetos grandiosos e aempresa por construir uma imagem ética econfiável, e aplicar a verba de impostosem algo benéfico à sociedade.

A cultura vem se tornando um impor-tante instrumento de promoção institucio-nal, e seu valor cresce a partir do momen-to em que as organizações unem-se à co-munidade, já que essa, além de carenteem cultura, é generosa no retorno. O for-talecimento da Responsabilidade Socialempresarial, por meio das estratégias deRelações Públicas, desperta nos consumi-dores, e nos demais grupos ligados à em-presa, atitudes benéficas, que propiciam umretorno social. Este feedback é representa-do por benefícios de diversas ordens (eco-nômica, estratégica, ética,...), dentre eleso fortalecimento e potencialização da marcajunto aos públicos de interesse, a lealdadedos clientes já existentes e a conquista denovos, uma maior divulgação na mídia ea motivação dos funcionários.

A incorporação da ResponsabilidadeSocial às estratégias da empresa se baseiaem desafios éticos, sendo refletida para asdimensões econômica, ambiental e socialdos negócios. Esse é o compromisso doprofissional de RRPP neste cenário, posici-onando-se como uma forte liderança des-sa mudança, onde todos (clientes, parcei-ros e fornecedores) cumprem seus papéis,na busca de uma sociedade melhor.

CAROLINA ALVES E DANIELA MARCHI

E SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A LE SPE C I A L

CULTURA

Marisa Monte em seu show patrocinado pela Natura

DIVULGAÇÃO

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RRPP AtualidadesNO V I D ADE SNO V I D ADE SNO V I D ADE SNO V I D ADE SNO V I D ADE SJunho de 200624

Com o mercado cada vez mais com-petitivo, o Benchmarking é uma boa op-ção ao profissional de RRPP que visa ino-var e aperfeiçoar processos em sua orga-nização.

A ferramenta surgiu no final dos anos70 quando Bob Camp, da Xerox Corpora-tion, percebeu o declínio do quase mono-pólio da sua empresa nas vendas de foto-copiadoras. A partir deste cenário, optoupor deter a crise examinando processosinternos que a organização utilizava parafornecimento de produtos ao consumidore logo comparou-os com métodos opera-cionais de outras empresas, como 3M,Ford e IBM.

“Benchmarking é a busca e a imple-mentação das melhores práticas”, explicaCamp. Trata-se de um processo contínuode mensurar produtos, serviços e práticasem comparação com os mais acirradosconcorrentes ou com empresas considera-das líderes.

Devido a ética das empresas, que im-pede espionagem industrial, torna-se difí-cil obter informações de processos internosdos concorrentes, assim, o profissional deRRPP pode utilizar de outros caminhos ofe-recidos pelo Benchmarking. Um deles é oBenchmarking Interno, onde, após finali-zados os processos, os departamentos deuma organização podem comparar os re-

Benchmarking,o que deu certo

sultados e trocar informações. A vantagemé que estas informações ficarão restritas aoconhecimento da organização, mas, emcontrapartida, podem haver poucos itensde comparação quando esta ferramenta forinserida em uma empresa de pequeno porte.

O tipo de Benchmarking mais utilizadoé o Funcional, que consiste na observa-ção de empresas que não são concorren-tes, mas que em diversos setores utilizammecanismos similares. Pode-se citar, comoexemplo, uma empresa de telemarketing,com problemas na gestão de Recursos Hu-manos, que utiliza o Benchmarking Funci-onal em revendedora de veículos reconhe-cida pela eficiência administração de RH.

Conforme observou Carla Olson, Re-lações Públicas da Federasul (Federaçãodas Associações Comercias e de Serviçosdo RS), a ACPA (Associação Comercialde Porto Alegre), é referência para as As-sociações Comerciais do interior do Esta-do e recebe diversas ligações e visitas deBenchmarking, e completa: “Um dos pa-péis do RRPP em nossa entidade é abrirportas aos representantes de outras partesdo Estado, buscando sempre colaborar noesclarecimento de dúvidas e objetivando atroca de experiências para que ambosaprendam com esta técnica.”

CRISTIANO DIAS FLORESJULIANA WEBER

Quem nunca repassou um e-mail semrelevância que atire a primeira pedra. Sejauma foto engraçada, um vídeo bem produ-zido ou até mesmo uma corrente da sorte.Se você já agiu dessa forma, leitor, você podeestar contaminado pelo marketing viral.

Esta novidade é uma estratégia de co-municação que procura estimular as pesso-as a, por iniciativa própria, divulgar produ-tos ou empresas. A velha e boa ação bocaa boca com uma cara nova, que se desen-volveu com a revolução nas tecnologias dainformação. Hoje há acesso a muita infor-mação e o limite de crescimento das redesde relacionamentos é o mundo.

O contexto já mostra a internet como uminstrumento efetivo de comunicação e é im-portante que os profissionais da área come-cem a formatar estratégias que utilizem estemeio. O hábito das pessoas de comparti-lhar mensagens com um conteúdo “interes-sante” é utilizado com freqüência pelos ma-rketeiros virtuais. Muitas dessas mensagensestão vinculadas a uma marca ou empresa.

A mecânica do marketing viral é sim-ples: enviam-se mensagens comerciais ouinstitucionais da empresa para um receptorsuscetível e este, caso “infectado”, acabarepassando estas mensagens espontanea-mente para os componentes da sua rede derelacionamento. Os textos, as fotos e, prin-cipalmente, os vídeos publicitários tornam-se uma epidemia, na qual o crescimento donúmero de receptores é proporcional à re-percussão da mensagem.

Porém, não é qualquer conteúdo quedesperta o interesse. O sucesso da ação estáassociado à qualidade da produção e aotom da mensagem. Muitas usam apelosemocionais, utilizando sobretudo o humor ea sensação de estranhamento ou espanto.

Felipe Volpato, gerente de contas daagência de webdesign PM Web, afirma queo sucesso dos e-mails utilizados como estra-tégias de marketing dependem de uma sériede variáveis na elaboração das mensagense no envio. A arte é um dos fatores princi-pais de aceitação dos e-mails, mas existemoutras preocupações, como tratamento es-pecial para que estes não parem em siste-mas que bloqueiam mensagens em massa.A confecção do assunto do e-mail de umamaneira que chame a atenção do leitor tam-bém é importante, segundo o profissional.

Desconfie quando receber vídeos de jo-gadores que chutam a bola quatro vezes notravessão fazendo ela voltar no seu peito,pois você poderá infectar-se com o marke-ting viral e acabará fazendo publicidade gra-tuita de uma famosa marca esportiva.

Boca a bocana era digital

JORGE GADELHA