ARTETERAPIA
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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP
ALQUIMY ART
PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO LATO SENSU
CURSO DE ESPECIALIZAO EM ARTETERAPIA
A ARTETERAPIA E A TRANSFORMAO DO SUJEITO
MARIA DA PENHA TAVEIRA DA SILVA BATISTA
NATAL-RN 2006
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MARIA DA PENHA TAVEIRA DA SILVA BATISTA
A ARTETERAPIA E A TRANSFORMAO DO SUJEITO
Monografia apresentada Universidade Potiguar UnP, RN e ao Alquimy Art SP como requisito para obteno do ttulo de especialista em Arteterapia.
Orientadora: Prof Cristina Oselia
Ernesto Gomes Lisboa.
NATAL-RN
2006
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MARIA DA PENHA TAVEIRA DA SILVA BATISTA
A ARTETERAPIA E A TRANSFORMAO DO SUJEITO
Monografia apresentada pela aluna Maria da Penha Taveira da Silva Batista ao
curso de Especializao em Arteterapia em ____/____/____ e recebendo a
avaliao da Banca Examinadora constituda pelos professores:
________________________________________________
PROF. CRISTINA OSELIA LISBOA ORIENTADORA
________________________________________________
PROF DR: CRISTINA DIAS ALLESSANDRINI
COORD. DA ESPECIALIZAO
_________________________________________________
PROF MESC. IRENE ARCURI LEITORA CRTICA
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Ao meu filho, Pablo Smith, que mais amo no mundo, pela amizade que temos e as conversas descontradas.
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AGRADECIMENTOS
Antes de tudo a Deus, meu protetor, pela vida, experincias, conquistas e
aprendizado constante.
Aos meus pais (in memorian), Eliza Batista Vieira e Antnio Vieira Batista.
s amigas, Luiza Marques, Salete dos Santos e Ana ris pelos momentos que
compartilhamos juntas.
orientadora, Prof Cristina Oselia, pela pacincia e compreenso, e por
quem guardo uma grande admirao.
A todas as minhas clientes, que de uma forma muito especial me motivaram a
continuar, especialmente a cliente E e a cliente CC.
Aos meus alunos da Escola Estadual Joo Tibrcio.
A todos os amigos, colegas, conhecidos enfim, todas as pessoas que
colaboraram direto ou indiretamente para o meu desenvolvimento pessoal.
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RESUMO
Este trabalho demonstra como a Arteterapia pde auxiliar no processo do meu desbloqueio e das demais pessoas. Para tanto, exposto um breve relato das minhas vivncias de infncia at a necessidade da procura do Curso de Especializao em Arteterapia, em busca de novos conhecimentos. Depois de vivenciar os mdulos: Mtodos e Tcnicas em Arteterapia, Oficina do Corpo, Grafismo e outros, utilizando recursos artsticos e expressivos como tinta, lpis, giz de cera, pincel, cola, argila, etc., ganhei um conhecimento que antes eu no tinha. Pude superar um bloqueio de finalizao de palavras que me impedia de escrever livremente. Com o aprendizado proporcionado durante o curso e no estgio, verifica-se, na prtica, como poder ajudar outras pessoas com problemas semelhantes, com outros tipos de bloqueio. Experincia que foi vivida no Sindicato dos Trabalhadores da Educao do RN, com clientes do sexo feminino na faixa etria de 50 a 80 anos. Neste sentido, tivemos como foco desenvolver uma oficina com o recurso do barro tendo como objetivo facilitar as expresses de forma criativa. Assim o trabalho estrutura-se em duas partes: na primeira traz a transformao no qual ser apresentada experincia vividas por mim e a evoluo pessoal adquirida ao longo do curso. Bem como, relatos de clientes e principalmente a transformao pela qual passaram. E na segunda parte, ser estabelecida uma ponte como: o antes e o depois do conhecimento / atendimento em arteterapia, como nesta caminhada a arteterapia pode proporcionar transformaes ao indivduo, trazendo-lhe sensao de bem-estar, tranqilidade por meio da arte. Palavras-chave: Aprendizagem. Desbloqueio. Transformao.
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ABSTRACT
This work demonstrates as the Arteterapia could assist in the process of my raising of the blockade and the too much people. For in such a way, a brief story of my experiences of infancy until the necessity of the search of the Course of Specialization in Arteterapia is displayed, in search of new knowledge. After living deeply the modules: Methods and Techniques in Arteterapia, Workshop of the Body, Grafismo and others, using artistic and expressivos resources as ink, pencil, chalk of wax, brush, glue, clay, etc., I gained a knowledge that before I did not have. I could surpass a blockade of finishing of words that hindered me to write freely. With the proportionate learning during the course and in the period of training, it is verified, in the practical one, as it is to be able to help other people with similar problems, with other types of blockade. Experience that was lived in the Union of the Workers of the Education of the RN, with customers of the feminine sex in the etria band of 50 the 80 years. In this direction, we had as focus to develop a workshop with the resource of the adobe being had as objective to facilitate the expressions of creative form. Thus the work structure in two parts: in the first one it brings the transformation in which experience will be presented lived by me and the acquired personal evolution throughout the course. As well as, stories of customers and mainly the transformation for which they had passed. E in the second part, will be established a bridge as: before and after the knowledge/attendance in arteterapia, as in this walked the arteterapia it can provide to transformations to the individual, bringing to it well-being sensation, tranquillity by means of the art. Key-words: Learning. Raising of the blockade. Transformation.
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SUMRIO
1 INTRODUO ......................................................................................................... 8
2 COMO TUDO COMEOU ..................................................................................... 10
2.1 INCO DA MINHA TRANSFORMAO ........................................................ 15
2.2 TRANSFORMAO PESSOAL: COMO ME VIA ANTES, COMO ME VEJO
HOJE .................................................................................................................. 18
2.3 PROCESSO DE TRANSFORMAO ........................................................... 23
2.4 INDICADORES DE MUDANA ..................................................................... 24
3 RELATO DE EXPERINCIA / ESTUDO DE CASO ............................................. 26
3.1 MOMENTOS COM O BARRO ....................................................................... 28
3.1.1 PRIMEIRO ENCONTRO ....................................................................... 29
3.1.2 SEGUNDO ENCONTRO ...................................................................... 30
3.1.3 TERCEIRO ENCONTRO ...................................................................... 31
3.1.4 QUARTO ENCONTRO ......................................................................... 32
3.1.5 QUINTO ENCONTRO ........................................................................... 33
3.1.6 SEXTO ENCONTRO ............................................................................ 35
3.1.7 STIMO ENCONTRO ........................................................................... 36
3.2 O MOMENTO TRANSFORMADOR ............................................................... 37
CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................... 39
REFERNCIAS ......................................................................................................... 41
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1 INTRODUO
A paixo pelas artes e pelo ser humano como um todo, determinaram a
escolha desse curso.
Atualmente influenciada pelas nuances da arteterapia, reflito sobre o quanto
ela pode contribuir para que o indivduo possa viver bem, propiciando uma vida
melhor com perspectivas direcionadas ao desenvolvimento e a transformao do
sujeito a partir das experincias, experimentaes e apreciaes. E que essa prtica
seja misto de alegria, prazer, desafios, descobertas e aprendizagem.
O recorte desse trabalho, por sua vez, foi estabelecido por experincias
marcantes, vividas durante a infncia, adolescncia e a prtica no ateli teraputico
diante da abordagem do meu trabalho. Para dar sentido e veracidade a esse estudo,
importante relatar o quanto a arteterapia atribuiu significados em minha histria de
vida. Para tanto, exposto um breve relato da minha infncia at a necessidade da
procura pelo curso.
Considerando a importncia da arteterapia na transformao do sujeito, irei
descrever um pouco sobre a transformao pessoal do indivduo: como ele se
percebia antes de participar do atendimento teraputico e o depois acerca dos
benefcios da arteterapia.
A pesquisa configura-se como um estudo de campo. O estgio, que teve a
durao de oito meses, foi realizado com clientes do sexo feminino na faixa etria de
50 a 80 anos. As observaes foram feitas atravs dos atendimentos, onde foi
constatadas a expressividade e transformao das clientes atravs da arteterapia.
A monografia apresenta-se em dois eixos: Como tudo comeou, trata-se de
relatos pessoais, da infncia at o encontro com a arteterapia; o segundo o relato
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de experincia e estudo de caso, expem relatos de experincias vividas pelas
clientes, os encontros, as tcnicas passo a passo onde mostra o momento
transformador o relato final das clientes, no qual retratam, expressar o quanto a
arteterapia foi de suma importncia, para o resgate de uma vida nova, sem medo,
sem angustia, a ruptura do casulo, o desabrochar da rosa, a vida com todos os
problemas, porm com a certeza de ser forte, corajosa e confiante.
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2 COMO TUDO COMEOU
Meus pensamentos no se fazem ao acaso, mas obedecem a certas caractersticas da personalidade, ligadas s vivncias da infncia que se transformaram em memrias mascaradas da realidade interna. Nada realmente esquecido. O que acontece, na verdade, que as lembranas so selecionadas e algumas ocupam o primeiro plano da mente enquanto outras so colocadas num plano to atrs que s vezes no so lembradas ou so com muito esforo.(ABRANCHES, 2003, p. 79)
No tenho muitas lembranas de quando criana. Lembro-me apenas que era
feliz. Morava com minha av materna no interior da Paraba, no Stio do Cajueiro.
Sentia-me segura, protegida e muito amada. Ela fazia todas as minhas vontades.
Certamente, foi ela quem mais me amou. Cobria-me de amor, carinho e ateno.
Procurava retribuir, de todas as maneiras, tanto amor, desde ao acompanh-la todas
as manhs e ao fim das tardes na poca do caju para catarmos castanhas que
seriam vendidas e com o dinheiro comprarmos alimentos e outras coisas. Nessa
poca tinha entre seis e sete anos. Em um outro momento, brincava com bonecas
na calada da igreja ou debaixo de um p de jatob. Essa rvore muito antiga,
suas razes so grossas e seu tronco de uma circunferncia significante.
Outro dia transportei-me a infncia em uma vivncia denominada de Bolha
de Sabo desenvolvida pelas professoras: Prazeres e Cristina Oselia. Pediram que
fechssemos os olhos e nos imaginssemos dentro de uma bolha de sabo. Senti-
me protegida por essa bolha, transportei-me ao tempo de criana, protegida pela
minha av. Essa vivncia mexeu com meus sentimentos e trouxe-me uma imensa
vontade de rever aquele interior, no qual fui to feliz.
O retorno foi possvel aps trinta e trs anos, retornar a terra onde vivi a
infncia e relembrar tudo outra vez. Olho em volta vejo tudo com saudade. Visitei a
calada da igreja, e foi bom rever o velho p de Jatob e constatei que o tempo
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tambm passou para ele. Tudo que deixei para traz encontrei, exceto Me Maria a
que tanto amava, ela jaz no cemitrio prximo igreja.
Em um outro perodo de minha vida, ainda menina, minha me, Eliza, trouxe-
me de volta Natal, da ento minha vida virou um tormento. Comecei a trabalhar,
catei ossos e vidros nos terrenos baldios para vender e ajudar em casa e ainda fazia
favores para a vizinhana. Depois de um certo perodo fui morar com uma senhora
que se chamava Adalgisa. Na verdade era para trabalhar como domstica, ofcio
que no dominava e que ela teve toda pacincia para me ensinar. Hoje, graas
ela, sou uma boa dona de casa. S houve uma condio, precisava estudar.
Conclui o Ensino Fundamental, ingressei no magistrio e ao concluir prestei
concurso pblico para professor primrio do estado do Rio Grande do Norte e para
minha felicidade, fui aprovada e fiquei aguardando ser chamada. Passei a olhar o
mundo de uma forma diferente. Senti necessidade de namorar, casar e ter filhos,
mas morando de favor no havia condio nenhuma. Adalgisa s queria que ficasse
ao seu lado, cuidando de tudo. Foi quando resolvi ir morar com minha me, porm a
situao continuava a mesma: ela se acabando de tanto lavar roupas para sustentar
a famlia, o meu padrasto bebendo em demasia. E ainda havia meus oito irmos,
todos adolescentes. Resolvi trabalhar de balconista enquanto esperava o chamado
do concurso, e aos poucos tudo foi melhorando. Comecei a viver, a sair e me
divertir. Arranjei um namorado, que at ento no havia tido nenhum, apesar de j
est com vinte e trs anos. Porm percebi que ele no gostava de mim e sofri muito.
Nesse nterim, fui chamada e nomeada professora concursada do Estado.
Seria professora de primeira srie primria. A partir da passei a ajudar minha me.
Arrumei a casa colocando portas e janelas novas. Tudo melhorou, passei a
freqentar praias aos domingos, foi a que conheci um rapaz. Comeamos a
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namorar, no sabia que estava preste a desmoronar tudo em minha volta. O que era
para ser uma histria de amor tornou-se um pesadelo. O motivo: engravidei e tornei-
me me solteira. O meu padrasto no me aceitava com um filho sem pai, porque o
mesmo no quis assumi-lo.
No auge do desespero, pedi a Deus que tivesse piedade. Ele me ouviu e usou
como anjo da guarda Paulo Srgio, uma pessoa maravilhosa que me presenteou
com uma casa financiada pela Caixa Econmica e pagou as primeiras prestaes, o
restante, assumi juntamente com minha me.
Lecionei durante dez anos na primeira srie do Ensino Fundamental, na qual
adquiri um grande estresse, no suportava mais ouvir o nome tia. A pacincia com
crianas se esgotava. Resolvi, ento, fazer uma graduao. Ingressei no Curso de
Pedagogia. Foi ai que a diretora do colgio, que percebendo a minha angstia
perante os alunos, convidou-me para ensinar a adultos no supletivo que funcionava
no mesmo colgio no perodo da noite. Apesar de no ter experincia como
professora de adultos, aceitei sem hesitar, foi uma experincia muito gratificante.
Tempos depois recebi outro convite da mesma diretora, lecionar artes. Deixar o
supletivo para ensinar artes foi outro obstculo, mas aceitei o desafio e at hoje
leciono nas turmas do sexto ao nono ano. Onde o corpo discente formado por
adolescentes, adultos e idosos. Foi quando descobri o talento para as artes, no o
de artista plstica, mas sim conduzir o aluno na realizao das atividades propostas
de forma criativa e prazerosa.
O fazer pedaggico comeou com as tcnicas de texturas, desenhos,
colagens, mosaicos, etc, nas quais os alunos se envolviam, de tal forma que a
aquisio de idias flua com espontaneidade e prazer. Percebi que durante a
execuo das atividades, eles relaxavam, ficavam menos estressados, pois passam
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o dia todo trabalhando e chegam escola cansados. Houve relatos por parte dos
alunos, que as aulas de Arte os faziam sentir-se bem. E no momento faltava-me a
compreenso de que a arte tem o poder de promover o equilbrio no indivduo. Ento
comeou uma nova inquietao, faltava-me algo. Foi quando resolvi me qualificar e
buscar uma Ps-Graduao. Deparei-me com um folder que informava sobre
diversas especializaes, mas a nica que me chamou ateno foi Arteterapia.
Comecei a ler os objetivos propostos, nos quais diziam: formar especialistas para
atuar nos processos de desenvolvimento humano por intermdio de recursos
expressivos e artsticos, compreendendo as inter-relaes presentes na sua
utilizao em projetos de interveno arte-teraputica em clnicas e em instituies
ligadas sade, educao e organizaes empresariais. Isso me chamou
ateno. Matriculei-me sem hesitao e pensei: essa a especializao que
preciso para ampliar meus conhecimentos.
Mas, na verdade, o que a arteterapia nos proporciona?
Ingressei no curso de especializao em Arteterapia, sem nada saber sobre o
assunto, achava que ia especializar-se em artes cnicas ou plsticas. Descobri que
no era nada do que tinha pensado. O primeiro contato, com Arteterapia foi com a
Professora Dr Cristina Allessandrini, que nos recebeu carinhosamente, dando incio
ao curso com uma dinmica denominada O acolhimento. Vieram outros momentos,
nos quais descobri que preciso vivenciar a arte com recursos artsticos, no
importa que recurso utilize. Assim, eu aprendi que a Arteterapia simplesmente o
uso dos recursos artsticos como forma teraputica no indivduo, seja individual ou
em grupo. Mas continuava a inquietao, queria saber mais. Encontrei algumas das
respostas ao ler o livro Terapias Expressivas. Fui tomada pelo gosto na busca de
um saber e do conhecimento nas terapias expressivas. Segundo Liomar (2000) a
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terapia torna-se um meio para lutar novamente por batalha perdidas anteriormente,
para completar dilogos no concludos e cada vez ficava mais encontrada com
tantas informaes (p.46). E cada vez ficava mais encantada com tantas
informaes. Liomar (2000) continua citando Edith Kramer: O terapeuta
especializado em mtodos de terapias atravs da arte deve possuir as atitudes do
artista, do professor e do psicoterapeuta (p.54). Pelo novo conhecimento, minhas
perguntas ficaram esclarecidas. Portanto, fui tomando, mais ainda, gosto pela
Arteterapia.
A escolha do tema para o meu trabalho, A Arteterapia e a Transformao do
Sujeito, fruto dos conhecimentos adquiridos durante o curso e em oito meses de
estgio, desenvolvido uma vez por semana, no qual fui utilizando recursos artsticos
e expressivos ministrados em oficinas criativas, vivncias onde adquiri experincia,
sendo capaz de perceber as transformaes ocorridas tanto em mim quanto nas
clientes, o que foi bastante gratificante.
A transformao no acontece de um dia para o outro, ela ocorre diante do
processo teraputico, na Arteterapia. Lembro-me que para concluir o Curso de
Pedagogia tinha que entregar um memorial ao Instituto de Formao de Professores
IFP (hoje Instituto de Educao Superior Presidente Kennedy). A presso foi tanta
por parte dos professores, que me vi tomada por um bloqueio, impossibilitando-me
de redigir uma palavra se quer. A primeira palavra, dentre outras bloqueadas, foi
educao, s conseguia escrever educo. Acabei adquirindo fobia com a escrita,
assim sendo passei anos sem escrever.
Essa averso pela escrita chegou ao fim quando a Professora Irene Arcuri, ao
ministrar o mdulo Oficina do Corpo nos proporcionou uma tcnica, que
fechssemos os olhos e nos imaginssemos em uma passagem marcante de
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nossas vidas. Transportei-me aos quinze anos, quando havia conhecido um rapaz
moreno, alto e muito bonito. No momento em que o vi pela primeira vez e olhei nos
seus olhos, senti-me. Via o mundo azul, repleto de estrelas de cores brilhantes e
azuladas. Foi meu primeiro amor. E esse amor tornava tudo bonito, colorido, mgico.
Foi ento que a professora nos pediu para expressarmos esse momento dizendo
escreva o que voc imaginou e ai pude me deparar com a recuperao, a
transformao. O bloqueio, a averso pela escrita tinha acabado. Escrevia sem
hesitao, sem medo de errar. A professora instigava, estimulava e sempre dizendo:
escreva, escreva, sem medo de errar, sem se importar com acentos, regras
gramaticais, nada disso importa. No h cobranas, exigncias. Se expresse, deixe
fluir seus pensamentos. Aps essa tcnica fiz uma pintura belssima utilizando tinta
guache azul, da cor do cu, da cor do mundo.
Notei que a arte tem uma funo facilitadora e libertadora em casos
conflitantes e atravs dela, houve uma reconciliao com a necessidade de
transformao. Esse momento foi como se estivesse presa dentro de um casulo e
que durante a vivncia foi acontecendo rachaduras, luzes brilhantes e azuladas
foram passando e assim criei foras para ressurgir para o mundo da escrita. Isso
Arteterapia e o que ela proporciona.
2.1 INCO DA MINHA TRANSFORMAO
A matria-prima da transformao humana se encontra em volta e dentro de ns, onipresente e invisvel como oxignio. (FERGUSON, 2003 p.75)
Houve um perodo da minha vida em que eu me sentia triste, oprimida. Vivia
assustada, com medo de que algum me pedisse para escrever algo. Ainda assim,
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era ciente de que sabia escrever. Percebi que era um bloqueio, pois quando algum
pedia para que eu escrevesse qualquer coisa, sempre dava um jeito de algum
escrever por mim, e isso me causava constrangimento, sofrimento, impotncia.
Sabia que as pessoas me ignoravam por tal atitude. Atitude essa que no condiz
com a profisso que escolhi, j que sou professora. Porm no podia conden-las,
pois no sabiam do problema que me afligia. Para Ferguson:
So as tcnicas que nos ajudam a dar nomes a nossos sonhos e fantasmas que se destinam a reabrir a ponte entre o lado direito e esquerdo, a aumentar no crebro esquerdo a percepo de seu equivalente. (2003, p.76)
A tcnica aplicada pela professora foi a da concentrao, mtodo
desenvolvido pelo psiclogo Eugene Gendlin, da Universidade de Chicago. Essa
tcnica proporcionou-me um relaxamento intenso atravs dos seguintes comandos:
relaxe, respire profundamente, feche os olhos e imagine uma passagem marcante
de sua vida. Esses comandos penetraram em mim como um bisturi, desbloqueando
as palavras em meu crebro. Nesse momento estava sentada, com olhos fechados
e o meu crebro estava completamente envolvido. Relaxei e transportei-me para
1975, quando tinha quinze anos. Vieram lembranas. Dentre elas, a de um rapaz
que passava por mim, em frente a minha casa no bairro do Tirol. Eu o paquerava a
distncia, pois no tinha liberdade para sair, freqentar festas, bailes etc. Me sentia
presa. A senhora para a qual eu trabalhava s me permitia freqentar o colgio ou ir
venda comprar alguma coisa para casa. Numa dessas sadas, ao abrir o porto eu
o vi, nos olhamos. Seus olhos, to brilhantes que pareciam estrelas azuladas, a
paixo foi inevitvel. Lembro-me que durante a tcnica, realmente imaginei voltar no
tempo, sentindo toda emoo do sentimento vivido na poca. Com a falta de
experincia da prpria idade, no podia v-lo que estremecia, o corao batia forte,
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ficava feliz s em v-lo e sentir aquelas fortes emoes que uma paixo juvenil pode
proporcionar. Portanto, no relaxamento vi o mundo e o tempo azul, assim como tudo
que estava ao meu redor, pois como a paixo era muito intensa e nesta poca eu
vivia feliz comigo mesma, via tudo azul. Foi ento que a professora disse:
Bem lentamente v respirando e quando se sentir pronta abra os olhos. Agora escreva o que voc sentiu e imaginou, escreva sua sem hesitao, sem medo de errar, escreva, escreva sem importar-se com acentos nas palavras, regras gramaticais, no importa, o que importa que voc se expresse e deixe fluir seus pensamentos. (ARCURI, 2004)
1.
A partir desse momento percebi que estava escrevendo sem medo. Aps o
relaxamento, ela pediu que fizssemos um desenho baseado no que pensamos
durante o relaxamento. Expressei um desenho do mundo e pintei com tinta azul. No
entanto, no momento em que eu necessitava da cor azul, para me revitalizar e me
sentir segura, lembrei-me de Ferguson:
As pessoas que usam essa tcnica aprendem a sentir-se calmamente e permitir que o sentimento ou aura de uma determinada preocupao aflore. Na verdade solicitam que a preocupao se identifique. De modo tpico, aps uns 30 segundos, mais ou menos, uma palavra ou expresso surge na mente. Se for apropriada, o corpo responde inequivocadamente. (2003, p. 76)
A tcnica empregada facilitou o desbloqueio e quando ouvi os comandos de:
escreva sem medo de errar, sem regras gramaticais etc, surgiu em mim uma
sensao de alvio, de mudana. Essas palavras me proporcionaram um efeito
transformador e confortante que segundo Ferguson (2003, p. 76), em sua pesquisa,
diz que a sensao sentida por mim era uma sensao de mudana acompanhada
1 Exposio oral
Fala da Professora Irene Arcuri proferida no curso de especializao em Arteterapia promovido pela
Universidade Potiguar UnP e Alquimy Art. 2004)
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por uma pronunciada modificao na harmonia das ondas cerebrais (...) A atividade
do crebro integrada a um nvel mais alto. quando uma pessoa acusa um
sentimento de empacar.
Foi o que aconteceu, empancava nas palavras, no conseguindo conclu-
las. Agora me sinto feliz em poder escrever aliviada, sem medo de errar.
2.2 TRANSFORMAO PESSOAL: COMO ME VIA ANTES, COMO ME VEJO
HOJE.
Percebi a transformao quando vi meu lbum pessoal, relembrei de uma
tcnica de recorte e colagem, em mdulo do Curso de Arteterapia ministrado pela
professora Cristina Allessandrini. Nessa tcnica, ela nos pede para folhear revistas,
recortar e colar figuras significantes da trajetria da nossa vida. Escolhi e colei cinco
figuras:
1. Um burro: pois me via como um ser irracional.
2. Um casal feliz: desejava ser feliz no amor.
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3. Uma executiva: desejava ser uma boa profissional.
4. Ronaldo, o Fenmeno: era o sonho de meu filho ser um
jogador profissional.
5. Uma lupa: queria enxergar o meu futuro. Hoje revendo
a figura da lupa, pensei diferente e comecei a me
perceber como pessoa.
Em um outro momento, a professora pediu que nos apresentssemos
turma, no intuito de conhecermos um ao outro. Queria que nos apresentssemos
como se fssemos flor ou rosa, aquilo que nos identificssemos melhor.
Foi muito difcil me sentir rosa e pensei Que rosa eu seria? Que flor eu
seria?. Imaginei-me uma florzinha que nasce muito fcil em qualquer solo. A flor
Boa Noite, pois sempre est florida, seja noite ou dia. Porm no valorizada,
uma flor comum, sem importncia. E nesse momento senti-me tal qual a flor Boa
noite. Comum, sem importncia, inferior. Escondia-me da vida e sentia-me uma
pessoa qualquer, desvalorizada.
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20
Hoje, se eu retomasse essa tcnica supracitada seria uma rosa vermelha
desabrochando para a vida, para o mundo.
A partir do mdulo de grafismo, ministrado pela professora Maria Beatriz
Ribolla, vivenciamos a tcnica do rabisco. Esta foi muito significativa, e os recursos
utilizados foram: papel e lpis grafite. A tcnica consistia em rabiscar vrias linhas
abertas e fechadas, curvas lineares e circulares. Confesso que fiquei envolvida pelo
processo. Ao trmino, a professora pediu que parssemos e observssemos os
rabiscos e em seguida, amplissemos a figura formada que mais chamou a ateno.
Durante a observao, percebi vrias imagens de animais, plantas, relevos, dentre
outras. Uma se destacou, a figura que parecia com uma mulher. Estava l,
escondida, precisava ser reestruturada com retoques e pintura.
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21
Resgatei a figura com muito cuidado. Foi difcil transportar a imagem para
uma cartolina, ainda mais ampliar. Comecei dando vida s linhas imaginrias dos
rabiscos e a transformei em uma mulher que denominei Deusa do Amor.
Liomar (2000) em seu livro Terapias Expressivas diz que provavelmente a
tcnica do desenho de rabisco Scribble Drawning seja a mais famosa tcnica de
Arteterapia. Nela, o imaginrio projetado em linhas casuais que podem registrar
um momento rtmico e um padro pessoal (...). E para Naumburg, segundo Liomar
(2000. p. 72) o processo de Arteterapia dinamicamente orientado baseado no
reconhecimento de que os pensamentos fundamentais do homem so derivados do
inconsciente e freqentemente expressos mais em imagens do que em palavras.
As oficinas criativas e as funes junguianas me proporcionaram conhecer o
meu tipo psicolgico. Para Allessandrini:
Os tipos psicolgicos se apresentam em forma dos pontos cardeais que usam a conscincia para reconhecimento do mundo exterior e orientar-se: sensao, pensamento, sentimento e intuio (...).(1996, p.54)
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22
Sentimento extrovertido
Percepo/Sensao Intuio
Pensamento
Ento descobri que a minha principal funo o sentimento extrovertido e
inferior ao pensamento que ficou representado assim:
De acordo com esse conhecimento, pude me perceber e reconhecer o outro,
saber que tipo psicolgico ele , se extrovertido ou introvertido baseado na funo
principal. baseado na psicologia Junguiana que se percebe mais facilmente como
descobrir como o sujeito age e pensa e pelo seu modo de pensar e agir, pode-se
descobrir em que funo a pessoa se adequa. E a, me conhecendo, aprendi
tambm a reconhecer o meu semelhante.
Portanto, percebi que estava me transformando medida que lia este
fragmento da revista Arteterapia Reflexes:
A arteterapia diz respeito ao uso de recursos artsticos em servios teraputicos. Oferece oportunidade de explorar problemas e potencialidades pessoais atravs da expresso verbal e no-verbal, e de desenvolver recursos fsicos, cognitivos e/ou emocionais atravs de experincias teraputicas com linguagens artsticas variadas. O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais como de estimular a auto-percepo e crescimento pessoal. (Associao Americana de Arteterapia (AATA), Selma Ciornai, 1995, p. 3)
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2.3 PROCESSO DE TRANSFORMAO
O processo transformador, por mais estranho que possa parecer no comeo, logo se mostra irrevogavelmente certo. (...) trata-se de um engajamento com a prpria vida, uma segunda chance de encontrar o sentimento de tudo. (FERGUSON, 2003, p.33)
Para que houvesse tamanha transformao na minha vida e na das clientes,
foi preciso vivenciar a Arteterapia. E para tal, foi preciso um lugar apropriado e que
esquecssemos o mundo a nossa volta, devendo haver silncio e tranqilidade.
Assim transcorreu o estgio e as aplicaes prticas dos mdulos durante o curso.
Diante do processo de transformao, as mudanas foram ocorrendo de
forma gradativa. A cada sesso me descobria como um novo ser que surge partindo
das lembranas e pensamentos que vieram tona, envolvida pelos recursos
artsticos e expressivos, empregados conforme o mtodo do arteteraputa. E na
qualidade de arteteraputa, aprendi, na prtica, pois fiquei a servio do outro em
uma relao de ajuda, acolhendo e aceitando as clientes realmente como seres
humanos.
No decorrer do estgio fui possibilitando momentos favorveis, facilitando
assim a percepo de que elas so pessoas dignas de serem amadas e
respeitadas, mas muitas vezes isso no acontecia no dia a dia delas. As clientes
encontraram na profissional uma relao de amor, respeito, confiana,
responsabilidade, reciprocidade. Alm das tcnicas teraputicas, usei como base o
amor, carinho e compreenso para relacionar-me com as clientes e fiz de mim um
instrumento transformador. Utilizando recursos artsticos e expressivos como uma
forma teraputica. Assim, elas puderam entrar em contato com o seu eu interior
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tomando conscincia e se percebendo como sujeito valorizado, respeitado e
resgatando em si novas possibilidades.
E assim, depois de experimentar a Arteterapia, pude entrar no meu mundo
interior, aquietando emoes e sentimentos mais remotos de minha vida e, desta
forma, despertar as minhas vontades, desejos e sentimentos e aos poucos
comeando a enxergar o mundo de forma diferente. No entanto, as minhas atitudes,
idias, e opinies vistas de forma severa, foi passada a ser vista de um modo novo,
mais ameno e a minha vida teve uma nova compreenso. Para Abranches:
Equilibrar as emoes o mesmo que tomar conscincia do que voc sente e como reage. Tomar conscincia das emoes poder compreender cada um na sua natureza, intensidade e origem. Compreender os sentimentos gera o ajuste de si mesmo. Ajusta-se a si prprio, promove ausncia de conflitos. A no existncia de conflitos cria a harmonia. A harmonia faz surgir o ser criativo. Criatividade deixa fluir o homem real. O novo ser inusitado, o nico, o extraordinrio. Este homem vitorioso e feliz. (2005, p.125)
Portanto, passei a me preocupar menos com as situaes conflitantes do dia-
a-dia, e comecei a viver o presente, o agora. Antes, vivia pensando no que os outros
pensavam ao meu respeito e deixava de viver a vida.
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2.4 INDICADORES DE MUDANA
A tabela abaixo apresenta os principais dados que caracterizam a minha mudana pessoal. Nome: Maria da Penha Tavares da Silva Batista Idade: 45
Somos muito mais do que imaginamos. A arteterapia proporcionou um
encontro mtuo comigo mesma. Apenas vivenciando para compreender e saber o
que realmente essa experincia que possibilitou desvendar o meu verdadeiro eu.
Como me percebia antes do curso
Como me percebo hoje
Oficinas que possibilitaram minha mudana
Recursos artsticos utilizados
Sofria calada No sabia me
expressar Conformava-me com
tudo Vivia sem nimo Sentia-me inferior, por
ter dificuldade para escrever
No acreditava no meu
potencial Sentia medo de tudo e
de todos Sentia-me triste No tinha coragem de
me aproximar das pessoas.
Adquiri coragem para
me expressar Hoje falo das coisas que
gosto Comecei a me amar Estou me sentindo feliz,
cheia de vontades e desejos
Sou capaz de tomar
decises Voltei a escrever com
facilidade Passei a confiar no meu
potencial criativo Passei a me preocupar
menos com as situaes conflitantes
Oficinas criativas Oficina do barro criativo Oficina do corpo Grafismo Tcnicas do rabisco Tcnica de concentrao Relaxamento
Cartolina Lpis grafite Giz de cera Tinta guache Pincel Argila Cola Revista Tesouras Papel canson cangas
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3 RELATO DE EXPERINCIA / ESTUDO DE CASO
Como Professora de Artes do Ensino Fundamental realizava diversas prticas
com os alunos de faixa etria entre 13 a 60 anos e observava que eles estavam
constantemente cansados por trabalharem o dia todo. Mas ao realizarem as
atividades propostas, dentre elas texturas, pinturas, colagens etc, pude ouvi-los
falando que as aulas de artes os deixavam calmos, relaxados e menos estressados.
Diante de tais relatos fui instigada a procurar meios para descobrir o que causava
essa sensao neles.
Hoje, aps vivenciar diversos mdulos, Mtodo e Tcnicas em Arteterapia,
ressaltando, Oficina do corpo, Grafismo, dentre outros, utilizando recursos
artsticos e expressivos como tinta, lpis grafite, giz de cera, pincel, cola, argila, etc,
adquiri um conhecimento que antes no tinha, e assim, descobri a causa que
provocava um ato teraputico, foram os recursos artsticos utilizados. A metodologia
aplicada em sala de aula atravs das texturas, pinturas e colagens, os deixavam
relaxados, mas no com a mesma intensidade ocorrida nas sesses de arteterapia
vivenciadas e experimentadas durante os estgios e nos mdulos aplicados durante
o curso.
Diante de todas as observaes e vivncias, afirmo que ocorreram transformaes
reveladoras nas clientes durante os oito meses de encontro onde cada cliente
dispunha de 1hora e 30 minutos de atendimentos teraputico semanal.
Foram realizados trinta e trs atendimentos. Contvamos com uma clientela
composta de dez senhoras na faixa etria entre 50 a 80 anos. Porm duas foram
mais observadas, tornando-se o principal objeto de observao e estudo.
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Nos planejamentos para o trabalho, foi escolhido trabalhar com o recurso do
barro, pois as clientes j estavam estruturadas para receber esse elemento da
natureza. O barro recebe os quatros elementos: a gua, o ar, a terra, e o fogo, e o
objetivo de utilizarmos tal recurso no nosso atendimento era perceber as reaes do
material frente ao calor das mos enquanto o manusevamos. Segundo Amlia
Zaluar (1997) Na manipulao e criao com o barro h uma possibilidade do
homem se conhecer melhor, de compreender, ainda que inconscientemente, suas
tenes internas e, ao express-las objetivamente, liberta-se delas.
Reportando-nos ao objeto de observao e estudo, as chamaremos de cliente
E e cliente CC.
A cliente E uma senhora de 66 anos, casada e a cliente CC tem 79 anos,
solteira. Ambas funcionrias pblicas aposentadas. Esse o perfil das clientes
atendidas durante o estgio no Sindicato dos Trabalhadores da Educao. Apesar
das semelhanas, as duas clientes tinham personalidades diferentes. A cliente CC
chegava logo querendo realizar as atividades, fazia tudo com muito gosto e ao
Cliente E Cliente CC
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trmino demonstrava felicidade, alegria e satisfao. J a cliente E sempre
chegava triste, quieta, sem nimo, mas conseguia realizar seus trabalhos e sempre
se saa to bem quanto a outra, e isso era o que tinham em comum, terminavam as
atividades felizes e realizadas.
O trmino de cada sesso um momento sagrado para ns, terapeutas, e
para as clientes, pois constatamos que durante as sesses nos tornamos uma s
pessoa. H um entrosamento perfeito, permeado de cuidados, acolhimento e
confiana que so depositadas em ns, terapeutas. Isso nos d a certeza de que
cada sesso um momento nico. Essas sesses realizadas com as clientes foram
baseadas e fundamentadas no livro Dilogo com o barro (2004).
Sendo assim, dentro de um atelier teraputico, tudo importante: o movimento, o som, as sensaes, os sentimentos, os pensamentos responsveis para desperta o ato criador de cada um, e dessa maneira, proporcionar um viver de forma criativa. (CHIESA, 2004, p.48)
3.1 MOMENTOS COM O BARRO
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3.1.1 PRIMEIRO ENCONTRO
Neste primeiro encontro, o objetivo era observar reaes do material frente ao
calor das mos enquanto ocorre o seu manuseio. Foi colocado sobre a mesa alguns
pedaos de barro de aproximadamente kg e pedido a cada uma das clientes que
pegassem um pedao bem significativo e, se preferissem, poderiam fechar os olhos.
Ento comearam a amass-lo para sentirem o calor em suas mos. Elas
contemplavam o barro acariciando, batendo, alisando, cheirando, beliscando, no
entanto elas estavam querendo ir mais alm, queriam criar algo. E logo a cliente
CC pegou no barro com uma voracidade que parecia estar com fome. E ainda
declarou: eu estava querendo mesmo tocar, pegar no barro. Complemento
dizendo: Quando eu era criana em uma fazenda, as moradoras, mulheres da
localidade trabalhavam com o barro e eu ficava s olhando, sentindo muita vontade
de toc-lo, peg-lo, mas as mulheres no me ofereciam nenhum pedacinho, da
fiquei s na vontade e hoje depois de 70 anos realizei o desejo de pegar, tocar no
barro. A cliente CC no se conteve s em tocar e comeou a dar forma ao barro,
criou uma fruteira com diversas frutas.
J a cliente E declarou: a primeira sensao que tive foi de amassar,
amassar at cansar, foi tima essa sesso. Nesse primeiro momento com o barro
foi proporcionada sensao de paz, liberando tenses e acalmando as clientes, cada
uma estabelecia suas prprias relaes.
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3.1.2 SEGUNDO ENCONTRO
Com base na proposta O dilogo com o barro ser exposto na seqncia
como visualizar os efeitos e reaes.
Objetivo: perceber o desapego pelos objetos, produzir revelando uma forma
abstrata.
Recursos utilizados: barro, gua, jornal, balde.
Procedimentos; O mesmo do primeiro momento. Foi orientado as clientes que
pegassem um pedao de barro que coubesse na palma da mo e que amassassem,
beliscassem, alisassem, etc.
Passados alguns minutos do procedimento inicial, pedimos para que criassem
uma forma do reino mineral, esse processo foi feito tambm para os reinos animal e
vegetal.
Houve uma certa resistncia para desmancharem as formas criadas
anteriormente. E quando avisadas de que no precisavam destru-las, foi uma
grande alegria entre elas.
A cliente CC que no seu primeiro momento com o barro o pegou com
voracidade, j no segundo no falou durante o processo, apenas cumpria as etapas,
porm no momento da escrita disse o que sentiu e como foi esse segundo encontro:
O incio da sesso foi bem relaxante, envolvida por panos de seda. Sai muito sonolenta e sentindo uma paz total. O trabalho com o barro foi realizado por etapas: primeiro amassei uma poro de barro, fui orientada para fazer uma bola como se estivesse com o mundo nas mos; depois transformei a bola em um objeto com formas curvas e em seguida transformei em um vegetal; depois em um animal e por ltimo em uma figura abstrata. Senti muita calma e foi vlido, foi como se a natureza fizesse parte do meu mundo. (Cliente CC)
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A cliente E tambm se expressou dizendo que foi muito bom esse trabalho
do barro, foi muito gratificante, d uma sensao muito boa e tira da gente todo
estresse que tiver. Gostei muito de fazer objetos de barro. Fizemos vrios exerccios,
na parte do relaxamento, foi tima sensao, senti como se tivesse em outro mundo
dava at pra dormir em p.
3.1.3 TERCEIRO ENCONTRO
Objetivo: Reconhecer a si mesmo.
Recursos utilizados: barro, gua, jornal e barro.
O primeiro passo foi colocar uma msica relaxante. Em seguida, sugerimos
que caminhassem por toda sala, sempre respirando profundamente e soltando o ar
pela boca. Aps esse momento de relaxamento, as clientes sentaram-se mesa
para darmos incio ao trabalho. Orientamos: Peguem um pedao de barro que caiba
na palma de sua mo. Esse processo foi o mesmo da segunda sesso. As formas
criadas na sesso anterior sobre os trs reinos - vegetal, animal e mineral - no
seriam desmanchadas. Foi solicitado para que expressassem todo o processo e
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ento percebemos que as clientes ficaram muito envolvidas com o manuseio do
barro, foi contagiante ver todas as suas expresses depois de tudo.
A cliente CC disse: emoes que se repetem, o prazer do contato com a
natureza, o relax, a invaso da calma e o sono que provoca este recurso.
A cliente E descreve: Foi muito bom. Este trabalho do barro bastante
relaxante, foi uma sensao tima, a gente esquece tudo de ruim na vida e fica bem
relaxada e tranqila.
Neste terceiro encontro as mudanas na cliente E foram significativas, pois
avanou bastante em relao s outras sesses. Antes ela no conseguia expressar
o que sentia. Agora fala e expe seus problemas. Ao criar um objeto, conseguiu
entrar no processo criativo do barro que se transformava. Aconteceu uma grande
mudana no seu modo de agir medida que foi passando pelas vrias etapas
durante o processo, conseguindo, inclusive, sorrir e falar.
3.1.4 QUARTO ENCONTRO
Objetivo: Dialogar com a forma criada, partindo das sensaes, dos sentimentos,
para as imagens que possam emergir.
Recursos utilizados: barro, gua, jornal, balde.
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O quarto encontro foi dado inicio com um exerccio de relaxamento atravs da
respirao, soltando o ar pela boca. Em seguida, o barro foi colocado sobre a mesa.
Como nos encontros anteriores, foi solicitado que cada cliente pegasse um pedao
de barro que coubesse na palma da mo para amassar, alisar e etc. Depois do barro
manuseado, foram orientadas a fazerem uma esfera que representasse o mundo e
que penetrassem nele usando o dedo polegar, fazendo movimentos de abrir e
fechar, como se estivessem entrando e saindo do mundo. Elas deveriam dar forma a
este mundo, que pertencia a cada uma, e que estava em suas mos. Ento criaram
formas e estabeleceram um dilogo com a forma criada.
A cliente E criou um velhinho e ficou to encantada que o ajeitava, alisava-o
com cuidado, com uma grande delicadeza. No dilogo ela se expressa: quando eu
era menina l no interior, tinha um velhinho muito bom que contava histrias para a
gente, histria de trancoso e eu gostava demais. Nessa sesso de terapia prestei
uma homenagem a ele. Ela relatou que tem muitos problemas em casa,
principalmente, com um filho que se droga, e por isso no conseguia dormir.
Passava as noites em claro, sofrendo, angustiada e hoje a vemos sorrindo e
relatando seus problemas. Continua seu relato dizendo: Estou tranqila no penso
mais nisso, no me preocupo tanto quanto antes. Hoje, ela est mais alegre,
comunicativa e tranqila.
3.1.5 QUINTO ENCONTRO
Objetivo: Perceber partes da totalidade e conceber novas partes com a tcnica dos
rolinhos.
Materiais utilizados: gua, barro e jornal.
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O atendimento teraputico foi iniciado com um exerccio de respirao e
caminhadas por toda sala ouvindo msicas relaxantes. Em seguida, como nos
processos anteriores, pedimos para que sentassem mesa e que cada uma
pegasse um pedao de barro que coubesse na palma da mo. Logo, todas
comearam o processo amassando, alisando e batendo no barro. Durante esse
manuseio com o barro, a cliente E dormiu por alguns minutos, estava tranqila e
serena. A orientao foi para que formassem sete rolinhos com o pedao de barro.
Logo aps, criaram aspectos internos de suas vidas com os rolinhos. Ao trmino,
expressaram-se. A cliente E expressou-se por escrito: antes de participar desta
terapia, eu era muito tensa, no dormia direito, era nervosa, vivia angustiada. Hoje
me sinto outra, j durmo melhor, minha angustia passou mais, estou outra, graas a
Deus. A cliente CC diz: trabalhar com barro um relaxamento.... ficava muito
tensa na sesso. Hoje isso no acontece mais. Fico calma, quando inicio o trabalho,
tenho muitas idias para executar formas, o contato com a natureza acalma, isto
real.
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3.1.6 SEXTO ENCONTRO
Objetivo: Construir placas para emergir sensaes, sentimentos.
Recursos utilizados: Barro, gua, balde, jornais, papelo e madeira.
Logo aps o relaxamento, sentaram-se mesa, pegaram o barro e iniciaram
o processo. Isso se denomina construo de placas. Da comearam a bater, a
apertar, alisar, e com os pedacinhos de madeira, alisaram o barro como se fosse
massa de pizza e comearam a dar forma. Pareciam que estavam hipnotizadas pelo
barro, aflorando profundos sentimentos vindo tona pensamentos e choros.
Dediquei a Deus porque tive esperana de que Ele ia ajudar, vai me fortalecer e me dar coragem, fora para eu lutar contra esse destino, era o que me foi posto. Espero que Ele tenha compaixo de mim e me traga no futuro muita paz e felicidade que tanto quero junto a minha famlia. (Cliente E).
A cliente CC tambm se expressa atravs de escrita:
O barro arte, o barro acalma, com o barro a gente se concentra e se inspira. Desenhei, quero dizer, estruturei o globo, inspirada no princpio da vida, do mundo. Para mim um mistrio, nascer, crescer, se estruturar na vida, envelhecer e depois morrer. Ir para onde? No sabemos. Buscamos sempre o melhor, o cu. Feliz o que chega l. Gosto da vida, mas acho que um verdadeiro ministrio. Na vida, h coisas que nos assustam. Uma delas a violncia, mas h outras, como a maldade humana. Fico comparando, tento achar respostas se antes era menos violento e melhor do que atualmente com todo avano tecnolgico
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3.1.7 STIMO ENCONTRO
Objetivos: possibilitar o conhecimento das marcas do corpo.
Recursos utilizados: gua, barro, jornal, balde
Continuamos com o barro. O procedimento de relaxamento foi o mesmo:
manuseio do tocar, apertar, beliscar etc. Desta vez a orientao foi para que
criassem duas figuras humanas.
A primeira figura criada pela cliente E foi um soldado e a segunda foi a de
uma moa. E ento ela relata atravs da escrita:
O primeiro momento foi muito interessante porque comecei fazendo um soldado que me lembrou um passado bem feliz, onde eu tive uma paixo muito grande. O nome dele Lima. No segundo momento, fiz uma boneca que me lembrou o meu tempo de moa l no interior, na festa de Nossa Senhora da Piedade. Tinha uma rainha da festa e ela ia levando flores para Nossa Senhora da Piedade o nome dela Rosinha.
Ao finalizar a sesso ficou explcito que, de um modo geral, as clientes se
expressam de formas maravilhosas. Onde cada uma se expressou de forma nica,
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peculiar, pois so pessoas diferentes. Apesar de mundo e vivncias quase iguais,
so pessoas mpares, de atitudes e emoes diferentes, particulares.
Foi um momento muito gratificante e transformador, principalmente quando
elas comearam a fazer declaraes do quanto a arteterapia ajudou na vida delas
durante os oitos meses. S tinham elogios. Experincias positivas retratadas atravs
de desenhos, o contato com o barro, e as emoes das surpresas no decorrer de
cada sesso.
3.2 O MOMENTO TRANSFORMADOR
Acreditando na existncia de possibilidades de transformao do sujeito
atravs da arteterapia, foi importante estabelecer uma relao de amizade para com
as clientes, buscando elementos teraputicos nas prticas das sesses que
tivessem significaes sensveis, associadas aos aspectos de desbloqueios,
aprendizado e transformao.
O manuseio livre do barro, jornal, papelo, gua e madeira, pde oferecer
contribuies admirveis e importantes para o desbloqueio. Assim sendo, o sujeito
ter oportunidade de expor vivncias de angustias, medos e ansiedades.
Importante que as sesses sejam realizadas com o comprometimento e que se
respeitem as habilidades, individualidade, vivncias e realidades sociais de cada um.
Aps estabelecer uma ponte entre os referencias tericos e as experincias
prticas vivenciadas durante o estgio, foi constatado o momento transformador da
cliente CC, quando fez uma surpresa falando claramente que a arteterapia a
transformou em outra pessoa, pois tinha medo de falar em pblico, de escrever, de
se expressar. Sentia medo de fazer qualquer coisa durante os verdes anos de sua
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vida at agora e de repente, se v e se percebe fazendo tudo. E ainda fala: hoje me
vejo expressando-me divinamente por escrito, desenhando, pintando. Confesso que
no sei para onde foi esse medo.
Tal depoimento foi uma surpresa, pois no percebamos que ela tinha medo
de expressar qualquer atividade, sempre as fazia com gosto e zelo. Expressava-se
com muita firmeza e segura de si. Foi muito gratificante.
A cliente E tambm finaliza falando: A arteterapia, para mim teve resultado
muito bom, confesso que eu era triste e vivia angustiada. Hoje me sinto bem, agora
tenho mais vontade de viver, tenho mais coragem para lutar e vencer. Aps
vivncias e relatos citados pelas clientes e com nfase maior aos depoimentos das
clientes CC e E ficou comprovado os benefcios da arteterapia. a maior prova
da minha transformao. Hoje escrevo sem medo de errar, e as palavras fluem
naturalmente.
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CONSIDERAES FINAIS
Remeter um olhar sensvel arteterapia preocupar-se com a transformao
do sujeito para que seja capaz de expressar de vrias maneiras sua sensibilidade.
A arteterapia estimula o senso crtico, promove o equilbrio e, sobretudo,
destaca no sujeito valores positivos, buscando o bom, o valioso e o desenvolvimento
psicolgico. Tudo isso adquirido atravs dos recursos artsticos expressivos
utilizados na arteterapia.
Houve um aprendizado significativo e sabemos que no temos o dom do
conhecimento, apenas foi feito uso de conhecimento que sabamos, somado ao
aprendizado adquirido em sala de aula atravs dos mdulos ministrados pelos
professores durante o curso.
Como arteterapeutas em formao, observamos, durante o estgio, que no
s o estresse afetava as clientes, mas tambm a carncia afetiva, a falta de amor
prprio, ausncia da autoconfiana. Chegando assim a concluso de que pessoas
portadoras de tais sentimentos fazem uma imagem negativa de si mesma, o que
acaba acarretando problemas como insegurana, incerteza e incapacidades de
resolver problemas e conseqentemente afetando seu convvio social. Percebemos
a cada sesso a transformao de cada cliente, inclusive a minha.
Em relao a minha transformao, destaco o que ocorreu atravs da tcnica
de concentrao vivida durante o curso. Hoje percebo que as palavras no mais
empacam, consigo escrever sem medo. Esse processo aconteceu naturalmente.
Hoje sou ciente de que a arteterapia um caminho para a transformao do
sujeito, pois possibilita oportunidades de crescimento como ser humano e assim
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ultrapassar seus prprios limites percebendo-se como pessoa vendo o mundo de
outra forma.
A arteterapia um aparato, uma alternativa para o tratamento de diversas
situaes. Portanto, diante deste trabalho percebo que o curso foi significativo para o
meu conhecimento. E como perspectiva pessoal, almejo aperfeioar-me cada vez
mais e est a servios do outro, em prol do seu bem estar.
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REFERNCIAS
ABRANCHES, Neila. Aumente sua auto-estima e transforme a sua vida. Paulinas, 2003.
ALLESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina Criativa e Psicopedagogia.So Paulo: Casa do Psiclogo, 1996.
ANDRADE, Liomar. Quinto de terapias expressivas. So Paulo: Vector, 2000.
ARCURI, Irene. Apostila de aulas ministradas no curso de especializao em arteterapia. Universidade Potiguar UnP/Natal: Disciplina Oficina do Corpo, 2003.
CHIESA, Regina Fiorezzi. O dilogo com o barro: o encontro com o criativo. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2004.
FERGUSON, Marylin. A conspirao aquareana. Rio de Janeiro: Nova Era, 2003.