ARTETERAPIA

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UNP Universidade Potiguar Alquimy Art Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação Lato Sensu A ARTE COMO CAMINHO PARA A CURA INTERIOR BELÉM 2005

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    UNP Universidade Potiguar Alquimy Art

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-graduao Lato Sensu

    A ARTE COMO CAMINHO PARA A CURA INTERIOR

    BELM

    2005

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    IVANISE DE NAZAR PIMENTEL

    A ARTE COMO CAMINHO PARA A CURA INTERIOR

    Monografia apresentada Universidade Poti-guar, RN e ao Alquimy Art, de So Paulo como parte dos requisitos para a obteno do ttulo de Especialista em Arteterapia, orientada pela Prof. M.Sc. Irene Arcuri.

    BELM

    2005

  • 3

    UNP Universidade Potiguar Alquimy Art

    Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao Lato Sensu

    A ARTE COMO CAMINHO PARA A CURA INTERIOR

    Monografia apresentada pela aluna Ivanise de Nazar Pimentel ao curso de Especiali-zao em Arteterapia em 02/04/2005 e recebendo a avaliao da Banca Examinadora constituda pelos professores.

    _________________________________________ Prof. M.Sc. Irene Arcuri Orientadora

    _______________________________________ Prof. M.Sc. Deolinda Florim Fabietti Coordenadora da Especializao

    _______________________________________ Prof. Dr. Cristina Dias Allessandrini Coordenadora da Especializao

  • 4

    Aos meus filhos Giovanna e Joo Lucas,

    tantas vezes privados de meu convvio pa-

    ra mais esta realizao.

    Aos meus familiares que sempre incenti-

    vam e apiam minha busca por novos co-

    nhecimentos.

  • 5

    A Deus o grande artista e maior terapeuta,

    sem o qual nada possvel.

    Aos professores do Curso de especializa-

    o, pela sua dedicao e disponibilidade

    vindos de longe nos repassar conheci-

    mentos.

    A Cristina Alessandrini, Coordenadora do

    Curso, corajosa, capaz de idealizar e con-

    cretizar sonhos.

    A Irene Arcuri minha orientadora, nossa

    empatia que se deu desde o primeiro en-

    contro.

    A Eliane (Coordenadora local) pela sua

    meiguice e carinho em todos os momen-

    tos.

    Aos colegas de curso, pelo incentivo e a-

    juda nos momentos difceis.

    A Regina, minha secretria, que muito me ajudou nesta nova empreitada.

  • 6

    A arte pode elevar o homem de um estado

    de fragmentao a um estado de ser nte-

    gro, total.

    A arte capacita o homem para compreen-

    der a realidade e o ajuda no s a supor-

    t-la como a transform-la, aumentando-

    lhe a determinao de torn-la mais hu-

    mana e mais hospitaleira para a humani-

    dade.

    Fisher

  • 7

    RESUMO

    Este trabalho trs um esclarecimento sobre o poder curador da arte, mostrando e confirmando, atravs das descobertas de Frida Kallo, Dr Nise da Sil-veira, e das minhas vivncias e experincias, que a arte possui importante capaci-dade de despertar a cura. Palavras-chave: arte, cura.

  • 8

    ABSTRACT

    This work talk about the arts cure power, showing and confirming through the disco-veries of Frida Kallo , Dr Nise da Silveira, and my lifes experience that the art has a important capacity to awake the cure. Key words: art, cure

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    LISTA DE FIGURAS

    FFiigguurraa 11 ........................................................................................................................................................................................................................................1100

    FFiigguurraa 22 -- ..................................................................................................................................................................................................................................1111

    FFiigguurraa 33 -- ................................................................................................................................................................................................................................ 1144

    FFiigguurraa 44 -- ..................................................................................................................................................................................................................................1155

    FFiigguurraa 55 -- ................................................................................................................................................................................................................................1166

    FFiigguurraa 66 -- ................................................................................................................................................................................................................................1199

    FFiigguurraa 77 -- ................................................................................................................................................................................................................................1199

    FFiigguurraa 88 -- ................................................................................................................................................................................................................................2200

    FFiigguurraa 99 -- ................................................................................................................................................................................................................................2200

    FFiigguurraa 1100 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2211

    FFiigguurraa 1111 ....................................................................................................................................................................................................................................2222

    FFiigguurraa 1122-- ..................................................................................................................................................................................................................................2222

    FFiigguurraa 1133 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2233

    FFiigguurraa 1144 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2244

    FFiigguurraa 1155 -- ............................................................................................................................................................................................................................2244

    FFiigguurraa 1166 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2266

    FFiigguurraa 1177 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2266

    FFiigguurraa 1188 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2288

    FFiigguurraa 1199 -- ............................................................................................................................................................................................................................2299

    FFiigguurraa 2200 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2299

    FFiigguurraa 2211 -- ..............................................................................................................................................................................................................................2299

    FFiigguurraa 2222 -- ..............................................................................................................................................................................................................................3311

    FFiigguurraa 2233 -- ............................................................................................................................................................................................................................3311

  • 10

    SUMRIO

    1 INTRODUAO ......................................................................................................11 2 A ARTE COMO CAMINHO PARA A CURA INTERIOR .......................................14

    2.1 A CONSTRUAO DE SI MESMO ....................................................................28

    2.2 O CASO JANAINA ..........................................................................................31

    3 CONCLUSAO .......................................................................................................36

    4 REFERNCIAS ......................................................................................................38

  • 11

    INTRODUO

    Tive uma infncia pobre, mas ao mesmo tempo rica em amor, harmonia, cari-

    nho, aconchego. Como morava no interior, a melhor representao fsica deste tem-

    po o fogo de lenha ou de carvo sempre aquecendo, sempre cozendo alguma

    coisa gostosa, sempre alimentando. Meu pai era de uma famlia grande, mas seus

    irmos tiveram poucos filhos e por isso nos ajudaram muito.

    Somos sete irmos. Sou a mais velha e vivi grande parte de minha infncia

    em um stio distante quatro quilmetros de Castanhal, cidade do interior do Par. Fui

    talhada para estudar. Minha me casou muito cedo (aos 14 anos) e no queria o

    mesmo para as filhas. Ento desde pequena eu era poupada de muitas tarefas do-

    msticas, para poder estudar em paz e, aliada a isto, tinha minha sede de ler e co-

    nhecer. Lia tudo que me caa nas mos: gibis, livrinhos de faroeste, romances, foto-

    novelas, revistas etc.

    No stio, at meus dez anos no tinha luz, nem televiso e ler era, na realida-

    de, uma grande diverso. Em livros viajei. Brincvamos muito, fazamos teatro, a-

    Fig. 1 Imagem construda na Oficina de O Poder do Gesto e da Palavra

  • 12

    Fig. 2 Conquista suada (trabalho feito no 1 Mdulo de Arteterapia)

    mos ao cinema e estudvamos, tanto que nunca repeti de ano. Desde cedo, apesar

    da queda pela arte, de adorar cinema e de fazer peas de teatro, eu fiz opo pela

    cincia e decidi ser mdica. Nunca me passou pela cabea que, pelo fato de eu ser

    pobre, eu no pudesse chegar a tal e realmente nada me impediu.

    Eu no encontrei obstculos. Fiz medicina sem dificuldades. Formei-me em

    1983, estou com 21 anos de formada. A medicina de certa maneira me frustrou, em-

    bora nunca tenha ficado um dia sem trabalho. Meu primeiro emprego foi no interior.

    O prefeito no me pagava direito e vi que naquele interior da pedra lascada (Bonito)

    eu no ia aprender nada. A nica coisa que aprendi foi fazer baio de dois, com

    uma empregada baiana que o prefeito tinha.

    Voltei para Belm, com os sonhos de interiorizao na mala. Fui me aperfei-

    oar, estudar, fazer concursos. Passei na Prefeitura, Universidade, Estado e hoje

    trabalho tambm na Unimed. Trabalho muito e comecei a questionar o meu eu.

    Trabalho com crianas (sou pediatra), cuido da casa, dos filhos, do marido e no es-

    tava cuidando de mim. Comecei a cansar, a me desencantar. E busquei um vis que

    ficou no tempo: a Arte. Fiz vestibulinho uma prova interna de algumas universida-

  • 13

    des e cursei Artes Visuais e Tecnologia da Imagem durante quatro anos, forman-

    do-me em janeiro de 2005.

    Quando estava no 3 ano da nova faculdade surgiu a oportunidade da Espe-

    cializao em Arteterapia. Foram dois anos de muitos trabalhos, cansao, as vezes

    vontade de desistir, mas fui seguindo em frente, vencendo minhas dificuldades, me-

    dos, tabus. Usando a arte como suporte, fui olhando meus pacientes com um novo

    olhar, descobrindo como devo me cuidar e me amar, para poder cuidar dos outros.

    Afinal, um anjo no pode ter asas cadas para proteger os outros, no ?

  • 14

    2 A Arte como caminho para a cura interior

    Durante o curso de Especializao em Arteterapia, vrias interrogaes foram

    surgindo. A arte realmente tem poder teraputico? Como isto ocorre? Como se d

    este processo?

    Como j falei na introduo, sou mdica e sempre tive um p calcado na ci-

    ncia, onde tudo tem uma explicao cientifica. Embora tivesse meu vis de contato

    com a arte, nunca tinha pensado na arte com carter teraputico.

    No decorrer do curso, essas interrogaes me acompanharam e comecei a

    buscar respostas. Entrei em contato com o maravilhoso mundo da Dr. Nise da Sil-

    veira, mundo este que eu tinha apenas um conhecimento superficial. No segundo

    ano do curso veio o contato com o estgio e minhas prprias concluses de resulta-

    dos teraputicos da arte.

    Nesse contexto todo tinha eu, uma mulher de 47 anos, com dois filhos, uma

    profisso j estabilizada, um casamento de 16 anos que ia mal das pernas, o curso

    superior de Artes Visuais, sonhos, buscas de respostas, conflitos. Por meio do uso

    da linguagem artstica tanto no curso de graduao, como nas oficinas teraputicas

    fui me percebendo como pessoa, buscando respostas, achando caminhos e a vida

    foi fluindo por meio do meu encantamento e das minhas descobertas mais profun-

    das. Para ARCURI (2004):

    Ao desvalorizar o corpo fsico, algo feito contra a di-menso do feminino. Desenvolver uma escuta interior tambm dar ateno ao nosso lado mais sensvel na forma de silncio, de quietude, enfim, ao aperfeioa-mento do Eros (amor). (p. 30)

    Era assim que estava me sentindo antes do meu contato mais profundo com

    a arte. Este silncio e quietude que o fazer artstico nos leva, leva tambm para o

    mais profundo do nosso ser e nos faz ver como verdadeiramente somos e o que

    queremos. ARCURI (2004) nos diz que A arte devolve a liberdade alma aprisiona-

  • 15

    da pelo vazio, pelo medo ou ainda pelos sentimentos que no tm nome. E ela leva

    concretizao dos anseios da necessidade interior do ser humano. (p. 30)

    E continua: O uso da arte terapia implica em reconhecimento da importncia

    do processo criativo como uma forma de reconciliar conflitos emocionais, bem como,

    facilitar a autopercepo e o desenvolvimento pessoal.

    A conceituao de Arteterapia para Philippini (1998):

    de forma simplificada, terapia atravs da arte. E de forma mais abrangente: um processo teraputico decor-rente da utilizao de modalidades expressivas diver-sas, que servem materializao de smbolos. Essas criaes simblicas expressam e representam nveis profundos e inconscientes da psique, configurando um documentrio que permite o confronto, no nvel da conscincia, destas informaes, propiciando insights e posterior transformao e expresso da estrutura ps-quica. (p. 5)

    Quando voc mergulha no seu silncio para a produo artstica e v o resul-

    tado desta sua produo, ela lhe leva a descobertas de seu eu mais profundo, le-

    vando tambm busca de mecanismos de transformao.

    Quando da realizao do curso de Especializao em Arteterapia, em todos

    os momentos em que mergulhei profundamente em meu interior me deparei com o

    que estava me adoecendo e me vi buscando movimentos em direo cura. A arte

    propicia isto: quando mergulhamos em ns mesmos, silenciamos para podermos

    buscar o fazer artstico. Neste momento no-verbal de estruturao de nosso espao

    criativo interior, vamos ento nos sentindo como indivduos nicos, com grandezas e

    fraquezas, capazes de buscar nossas melhoras e realizar suas curas interiores, bem

    como aceitar o que no pode ser mudado e aprender a conviver com suas falhas, j

    que como humanos no somos perfeitos.

    Nise da Silveira usou a Arteterapia na Psiquiatria como pioneira. Comeou

    sua carreira como psiquiatra no Hospital Pinel no Rio de Janeiro, que em 1933 era

  • 16

    conhecido como Hospcio da Praia Vermelha. Foi presa como comunista e em 1944

    voltou a ser psiquiatra no Centro Psiquitrico Pedro II, no Engenho de Dentro. Recu-

    sava-se a usar os mtodos da Psiquiatria clssica como eletrochoques e outros. Foi

    deslocada para um lugar do hospital onde no havia mdicos, o setor chamado Te-

    raputica Ocupacional, onde o cuidado era feito por serventes e os pacientes usa-

    dos como mo-de-obra barata.

    Nise funda em 1946 a Seo de Teraputica Ocupacional e Reabilitao. A-

    briu atelis para vrios tipos de atividades, orientou monitores. Buscando com que

    estes pacientes pudessem tentar um caminho de volta superfcie dos abismos in-

    conscientes em que se achavam mergulhados. Em 1952 fundou o Museu de Ima-

    gens do Inconsciente, cujas obras impressionam crticos de arte, artistas e pesqui-

    sadores do Brasil e do exterior.

    Nise foi buscar na Psicologia de Jung o conhecimento que a ajudou na repre-

    sentao dramtica dos trabalhos plsticos de seus pacientes.

    Fig. 3 - Nise na sua formatura como mdica.

  • 17

    Jung estudou o Inconsciente Coletivo, que ultrapassava as fronteiras do in-

    consciente pessoal. Estudou os complexos, as experincias conflitivas e os arquti-

    pos, que s podem ser conhecidos atravs de imagens e que tm forte carga ener-

    gtica. Estudou profundamente estes arqutipos na cultura coletiva, (nas artes, nos

    mitos, nos desenhos)

    As pinturas e desenhos do Museu do Inconsciente formam um acervo repleto

    de imagens arqutipas e que tambm representam a viso do pintor do mundo ex-

    terno, alm de suas vivncias subjetivas.

    Para Nise, em muitas destas imagens est presente o princpio de Horus, que

    o impulso para emergir das trevas originais at alcanar a experincia essencial da

    tomada de conscincia. Este princpio rege todo o desenvolvimento psicolgico do

    homem, que mesmo em uma mente muito dissociada se mantm vivo e ponto para

    emergir.

    A cura interior vem passar justamente por este processo: voc em um mergu-

    lho profundo em seu interior, capaz de visualizar suas neuras e dificuldades, de ver

    Fig. 4 - Pintura a leo de Issac (paciente de Nise da Silveira), 1962 (Repre-sentao do arqutipo da Anima).

  • 18

    profundamente o seu verdadeiro eu e buscar sua integrao, sua cura mais comple-

    ta.

    Nise ficou impressionada com a construo de Mandalas, por pacientes com

    terrveis vivncias de desintegrao. Em 1954, mandou uma carta para Jung com

    algumas fotos de mandalas do acervo do museu. Jung respondeu que as pinturas

    representavam realmente mandalas e que seriam manifestaes das foras instinti-

    vas de auto-cura, que se encontram presentes nas camadas mais profundas da psi-

    que e que procuravam compensar a dissociao em que estes pacientes se encon-

    travam.

    Nvea Bitencourtt, Psiquiatra da UFRS, nos fala tambm em Ligia Clark como

    pioneira no uso de cura pela arte. Aps eliminar o suporte usou experincias psico-

    sensoriais realizados pelos participantes de suas exposies. A participao do ex-

    pectador marcou sua produo. E no momento que ele deixa de ser apenas um ex-

    pectador para interagir com a obra j passa a ter uma vivncia arteteraputica.

    Fig. 5 - Pintura a leo, de Carlos, 1948. Mandala comentada por Jung, na exposio de pinturas do Museu, em Zurique, no II Congresso Internacio-nal de Psiquiatria, de 1957.

  • 19

    Vivi durante o curso de Arteterapia, quando fazamos as oficinas, esta sensa-

    o de mergulhar fundo, de buscar o mais profundo, de desintegrar, de achar coisas

    adormecidas, de rever coisas que me fizeram bem e tambm de entrar em contato

    com tristezas, com perdas ou coisas imutveis, que no voltavam mais, bem como,

    o que me desagradava, me deixava triste e psicologicamente doente no momento

    atual de minha vida. Fui fundo nessas reflexes e vi fluir indicadores de mudanas

    de coisas que no estavam bem e, por meio desses indicadores, buscando meios de

    fazer essas mudanas, meios de integrao interior e de resgate da identidade ver-

    dadeira, buscando assim o caminho da cura.

    Para Artte (1998):

    A arte um grande veculo de ajuda para o indivduo vi-ver a sua prpria vida. Atravs dela, o individuo tem chances de conhecer melhor suas razes e aprendendo aos poucos a diferenci-la do todo. A arte pode ser um precioso ativador do nosso incons-ciente procura de significados substanciais para a nossa vida. Cabe ao homem, integrar esses contedos sua personalidade, estabelecendo uma relao res-ponsvel com as imagens, bem como, reconhecendo no s os valores objetivos como tambm os valores subjetivos. (p. 61)

    Isto realmente foi sentido por mim no decorrer da Especializao, como em

    todo fazer artstico do meu curso de Artes Visuais, pois embora eu sempre tivesse

    todo um contato com a arte, julgava-me incapaz de faz-la. Quando me vi fazendo

    coisas que eu admirava, que outras pessoas admiravam e que estas coisas me fazi-

    am bem, faziam-me ver interiormente, crescer aos meus prprios olhos foi e est

    sendo uma experincia gratificante, clareadora e curadora, pois me mostra tudo de

    que sou capaz e tudo que posso transformar na busca de minha cura interior.

    Para Frana (1998): Nada em arte descompromissado, tudo tem uma pro-

    cedncia e um sentido. Atravs de solues temticas, podemos significar a vivncia

    concreta de uma experincia, at ento compreendida apenas a nvel terico (p. 77)

  • 20

    E ainda: Cada questo e soluo dentro da prtica artstica corresponde a

    uma questo e soluo de ordem psquica (p.77). Ou seja, cada vez que fao arte

    estou ordenando minha psique, estou centrando-me, buscando-me, conhecendo-me

    e curando-me.

    Para Tapscott (2002):

    Cura interior a cura de nosso homem interior da men-te, emoes, lembranas desagradveis. o processo pelo qual nos libertamos de sentimentos de mgoa, re-jeio, autopiedade, depresso, culpa, medo, tristeza, dio, complexo de inferioridade, senso, desvalor e etc. (p. 60)

    Tudo que passamos em nossa vida fica arquivado em ns. As experincias

    negativas e suas marcas e as positivas tambm. Somos criados imagem de nosso

    criador para sermos belos e felizes. A deformao dessa imagem pelas marcas ne-

    gativas de nosso sofrimento leva falta de felicidade e doena de nosso eu mais

    profundo. Por tudo passamos, os momentos desagradveis nem sempre podem ser

    evitados, devemos, portanto olhar para o nosso interior, no para lamentar fatos de-

    sagradveis, mas rev-los, reconhec-los e aceit-los como parte de nossa trajet-

    ria, de nossa histria, sem procurar culpados e sim aceitando o inevitvel, imutvel e

    mudando atitudes no presente, pois o passado no pode mais ser modificado.

    A prpria Bblia nos diz. Vs vos despistes do homem velho com seus vcios

    e vos revestistes do homem novo, que se vai restaurando constantemente a imagem

    daquele que o criou, at atingir o perfeito conhecimento (Ecl; 9 10).

    A cura interior no e nem pode ser uma coisa mgica, um processo s

    vezes longo. Nesse processo buscamos nosso crescimento para atingir a maturida-

    de. uma verdadeira renovao descobrir o seu verdadeiro eu.

  • 21

    A arte nesse processo de ser um caminho para a cura interior, funciona como

    um verdadeiro fator desencadeante para o mergulho no eu e a amostragem de ca-

    minhos para a descoberta dessa cura.

    Frida Kallo, grande pintora mexicana, que passou por sofrimentos fsicos e

    psicolgicos muito fortes em sua vida, apresenta essa fora do uso da arte como sa-

    da para o sofrimento. A artista sofreu um grave acidente em 1925, ao voltar da es-

    cola. Os mdicos duvidavam de sua recuperao, passou quase um ano acamada e

    comeou a pintar. Segundo ela prpria nos diz (2001): Eu senti que no tinha ener-

    gia suficiente para fazer outras coisas e comecei a pintar sem dar muita importncia

    a essa atividade. (p. 18)

    Ela um exemplo da importncia da arte para o equilbrio psicolgico e ma-

    nuteno da auto-estima das pessoas em sofrimento.

    Em minhas pesquisas deparei-me com a importncia que vrias religies es-

    to dando ao uso da arte para busca desse equilbrio interior. O espiritismo tem v-

    rios trabalhos com pintura medinica para restabelecimento do equilbrio interior. O

    Fig. 6 Fotografia de Frida Kallo

    Fig. 7 Retablo, cerca de 1943, pintura de Frida Kallo

  • 22

    catolicismo tambm. As religies orientais j usam a arte para obteno de um equi-

    lbrio maior h muitos anos.

    Religio deriva do termo latino Re-ligare, que significa religao com divino,

    a arte como a religio e parte integrante e inseparvel da cultura humana e ambas

    tiveram em vrios momentos histricos importantes elos de ligao. A representao

    artstica de imagens religiosas nos mostra isto, oratrios, ex-votos e etc.

    Os grandes pintores renascentistas e barrocos que executaram a maioria de

    suas grandes obras em templos religiosos e representando temas tambm religio-

    sos, nos mostram claramente este forte elo que vem desde o nosso passado mais

    remoto.

    A Arteterapia vem usar esse recurso com sabedoria e nos levar a um mergulho

    interior profundo, podendo nesse mergulhar, chegar ao eu real, levar a um entendi-

    mento de si mesmo e busca de melhoras, para conduo de seu presente. O livro

    do xodo nos diz: Tira as sandlias de teus ps, porque a terra em que ests uma

    terra sagrada. (Ex. 6-4) O nosso eu sagrado e a arte pode abrir nosso sacrrio

    Fig. 8 Pintura Medinica da Mdium Agnes

    Fig. 9 Pintura Medinica do Mdium Marcos

  • 23

    mais fechado, quando nos faz mostrar o que somos e o que sentimos atravs da

    produo artstica, quando ela traz a nossa conscincia e nos faz perceber aquilo

    que nos feriu ou nos alegrou, ao mesmo tempo que pode nos propiciar a cura desse

    eu ferido.

    Lya Luft em seu livro Perdas e Ganhos conta seu encontro com uma artista

    plstica de 90 anos que pinta telas de vermelhos palpitantes e que diz que cria es-

    sas telas para si mesma, para se divertir.

    Nessas coisas pensei tambm quando resolvi estudar arte. A vida de mdica

    cansativa, a velhice chega e com ela devemos buscar outros saberes e afazeres.

    No existe coisa mais gostosa do que fazer arte, alm da possibilidade de potenciar

    curas interiores de vivncias passadas. Para Fabietti (2004):

    A arteterapia oferece subsdios para que os sujeitos de-senvolvam, durante o processo de envelhecimento, um olhar que permita a adoo de novas posturas e a res-significao da vida, dedicando-se construo de uma existncia mais gratificante. (p. 15)

    Assim me imagino na velhice, no meu stio com um ateli, permitindo o a-

    prendizado da arte s crianas, adolescentes e idosos, que partilharo comigo co-

    nhecimentos, descobertas, fazeres e prazeres do fazer artstico, enquanto este fazer

    Fig. 10 - Aldemir Martins (83 anos). Gato vermelho. 1995.

  • 24

    nos proporcionar descobertas, visitas e revisitas a ns mesmos e nos dar indicati-

    vos de melhora para nossas vivncias dirias.

    Fig. 11 Foto do Sitio

    Fig. 12 Foto do Sitio

  • 25

    Para Andrade (2000)... o recurso de se fazer arte importantssimo no pro-

    cesso de integrao e desenvolvimento da personalidade (p. 124). Realmente quan-

    do voc est neste processo voc se integra, fica voltado para a sua criao, o que

    acaba mostrando muito de voc e contribuindo para o seu desenvolvimento mais

    profundo.

    Saviani (2003) em um artigo chamado Arte Terapia, Ludicidade e Sade, res-

    salta essa importncia da arte no processo de cura. Relaciona a arteterapia e ludici-

    dade com sade, nos mostra como a arte pode nos beneficiar ajudando na recupe-

    rao da sade de pacientes. Como tambm a preveno de doenas, podendo co-

    laborar como nutriente importante para o anti-stress, a integrao dos dois lados do

    crebro, a manuteno do eixo criativo, reforando o bem estar, equilbrio, alegria e

    conforto.

    Em um congresso de Pediatria em 2000, tive a oportunidade de conhecer o

    trabalho dos Doutores da Alegria. Assisti a um depoimento emocionado deles, em

    sua parcela de luta para a melhora de crianas, muitas vezes em estado grave, u-

    sando o referencial circense, roupas coloridas lembrando palhaos, embora ainda

    assim perecendo mdicos. Eles, por meio do ldico, da arte, de brincadeiras, muito

    contribuem para a cura de crianas nos hospitais por onde passam.

    Fig. 13 - Doutores da Alegria

  • 26

    Posso ento afirmar, com base em todos estes relatos que a arte um forte

    potencializadora para a cura, seja ela psquica, fsica ou espiritual.

    Em um artigo publicado no Dirio do Par de 31/01/05, Valquiria Rey conta de

    Roma, que a receita dos italianos para se ter uma vida saudvel, um intelecto ativo e

    se livrar da depresso justamente amar a arte e gostar de conviver com ela. Se-

    gundo o Instituto de Psicologia Analtica de Roma, visitar museus com freqncia

    pode ajudar a recuperar a serenidade necessria para enfrentar os problemas do di-

    a-a-dia. O artigo diz ainda que os amantes da arte so quase trs vezes mais ativos

    que os demais. Se empenham em questes sociais, tm melhor desempenho sexual

    e que a viso do belo d a fora necessria para enfrentar com otimismo os desafios

    da existncia. Finaliza dizendo que A arte, seja ela qual for faz com que as pessoas

    descubram seus prprios coraes, quem elas so na realidade.

    Fig. 14 - Visitante no Museu de Arte Contempornea na Espanha

    Fig. 15 - Visitantes em Museu no Japo

  • 27

    Para mim as vivncias arteteraputicas, como aluna da Especializao, foram

    profundas e grandiosas, possibilitando-me lembranas e descobertas de coisas, h

    muito guardadas e que eu nem sonhava que viessem novamente tona, mostrando-

    me quem realmente sou, o que quero, o que espero da vida como pessoa e o que

    quero crescer interiormente. Saiu tanta coisa boa, linda, amada ou amarga, lgrimas,

    risos, alegrias e tristeza com o repassar de toda uma vida.

    Tem tanta coisa, que dava para escrever um outro trabalho, s de minhas

    prprias vivncias, mas como fiz a opo de uma outra abordagem deixarei esta pa-

    ra depois. No entanto vou relatar a minha vivncia na oficina teraputica de Perso-

    nagens e Histria de Vida do dia 29/08/04, em que aps a construo do meu bone-

    co, um anjo, escrevi o seguinte:

  • 28

    2.1 A construo de si mesmo

    No dia 29/08/04, no curso de Arteterapia fizemos a vivncia da construo de

    bonecos. impressionante como esta vivncia nos remete construo de ns

    mesmos e ao reconhecimento de quem somos, de nossa identidade e como isto po-

    de nos revelar e nos remeter compreenso do outro, no momento em que este ou-

    tro, falando ou fazendo gestos atravs de um boneco passa a me revelar mais coi-

    sas de seu verdadeiro eu interior.

    Usamos a intencionalidade quando damos o comando para essa construo

    ao mesmo tempo do externo (os bonecos) e o interno, o quanto de ns se coloca

    nesses bonecos, nessa confeco.

    Fig. 16 foto Oficina de bonecos

  • 29

    Para Hicner (1995) A concepo dialgica se coloca e se faz presente no

    momento que vou at o outro, encontro este outro, estabeleo um encontro maior

    sem me perder de mim mesma.

    A funo Eu Tu, a juno das energias. Energia do paciente Energia do

    terapeuta bem vivenciada na construo de bonecos. Traz essa alteridade, vou at

    o outro, acolho este outro, mas no me perco de mim. O meu verdadeiro eu se man-

    tm integro, mas acrescido. muito forte a presena na construo dos bonecos.

    Sem a presena a construo fica deficiente. Pois quando h a dedicao em rela-

    o ao fazer essa presena se completa.

    Como diz Hycner: Para entrar no mundo do cliente o terapeuta deve, em pri-

    meiro lugar, estar completamente presente para o cliente (p. 113).

    Neste momento o terapeuta deve despir-se de si mesmo para estar comple-

    tamente presente para o outro e este fato foi bem vivenciado na confeco de bone-

    Fig. 17 foto Oficina de bonecos

  • 30

    cos. A presena nunca s o estar junto fisicamente. estar em presena total e is-

    to foi vivenciado na confeco de bonecos, inclusive quando esses bonecos foram

    apresentados e algumas pessoas, reconheceram as caractersticas das outras, pre-

    sentes em seus bonecos. O que significa que estvamos presentes para ns e para

    as pessoas da turma.

    Nessa vivncia foi notrio tambm nos despirmos do adulto e voltarmos a

    ser crianas sem perder o centro, a referncia, a busca da prpria interiorizao,

    do seu eu maior.

  • 31

    2.2 O caso Janana

    O meu estgio em Arteterapia foi realizado na Santa Casa de Misericrdia do

    Par, com as mes do Cantinho do peito, pblico rotativo, o que para mim dificulta-

    va uma avaliao precisa, mas uma moa chamou-me a ateno. Janana, moa de

    19 anos, com um filho doente muito grave no berrio, procedente das baixadas de

    Belm, mal cuidada, mal cheirosa, agressiva, acusada de furto, muito problemtica.

    Esta moa fez conosco (eu e Francinete, minha companheira de estgio) sete ofici-

    nas e fiquei impressionada com as mudanas que nela se operaram. A senhora res-

    ponsvel pelo setor nos agradeceu a mudana sentida e notada na referida moa,

    que passou a ser mais educada, cheirosa, centrada, conseguindo at finalizar suas

    oficinas, o que no incio no acontecia.

    Mostro aqui atravs dos desenhos de Janaina sua evoluo. Em uma das

    primeiras oficinas as pacientes fizeram cartes e o carto de Janaina um carto

    com o recorte da pintura O Grito de Much, o que mostra como esta moa encontra-

    va-se naquele momento.

    Em sua ultima oficina onde trabalhamos a temtica da teia dos sonhos, lenda

    dos ndios americanos na qual fabricavam teias para filtrar os sonhos maus e deixar

    passar s os bons, Janaina j apresenta uma mandala centrada, coordenada e or-

    ganizada, como realmente ela estava se apresentando neste outro momento. Uma

    melhora clara.

  • 32

    Fig. 18 Foto Janaina (Santa Casa de Misericrdia do Par)

    Fig. 19 - Eu no estgio (Santa Casa de Misericrdia do Par)

  • 33

    Ento, pude pessoalmente comprovar como a arte propicia mudanas at em

    um curto espao de tempo. Tive at uma surpresa, pois devido minha formao

    mdica, tive uma vida toda calcada na cincia, trabalhando o lado esquerdo do meu

    crebro, o que me tornava ctica diante do novo, que no tivesse comprovao cien-

    tifica.

    Tanto que no curso de Arte tive grandes dificuldades com o desenho, que e-

    xige a participao do lado direito do crebro. Mesmo me achando uma pessoa a-

    berta ao novo, j com um conhecimento e contato prvio com a arte, tive meus en-

    traves e barreiras, os quais fui vencendo aos poucos. Nesse contexto a arte para

    mim deveria ser estudada mais do ponto de vista do mito. No seria preciso muito

    para provar, a partir da criao do homem ela passaria a ser real.

    Agora compreendo que arte e cincia caminham juntas em toda e qualquer

    sociedade e que em cada sculo, em cada cultura a arte reflete em seu bojo a cin-

    cia deste mesmo sculo e desta mesma cultura.

    Fig. 20 1 Trabalho de Janaina Fig. 21 Ultimo Trabalho de Janaina

  • 34

    Artistas e cientistas usam a imaginao em seus trabalhos e tambm em suas

    pesquisas. Usamos a imaginao quando combinamos idias para a criao de re-

    sultados. Alis essa viso j era descrita desde o tempo da Renascena e temos em

    Leonardo Da Vinci o maior exemplo.

    Esse tempo todo de descobertas e despertar estive fornecendo a mim mesma

    mecanismos para que meu crebro direito reabrisse uma ponte com o meu crebro

    esquerdo e que o esquerdo permitisse aumentar a percepo de seu equivalente.

    Marilyn Ferguson em seu livro a Conspirao Aquariana ns d um belo e-

    xemplo metafrico, citando a fantasia Vitoriana Flatland (Terra Plana), quando o

    quadrado toma contato com a terceira dimenso e ele, habitante de um mundo bidi-

    mensional, fica muito abalado em ter que mudar toda a sua concepo de mundo.

    Ferguson (1995) descreve transformao como: uma reestruturao de al-

    guma coisa (p. 65) e essa reestruturao que est regendo os novos paradigmas

    sobre arte e cincia. ela tambm que est ajudando-me a aceitar e acolher essas

    novas coisas em minha vida, esta maior participao da arte, o fazer arte, ensinar a

    arte e propiciar caminhos para curas de pessoas por meio dessa arte como instru-

    mento teraputico.

    A seguir mostro algumas imagens de minha produo do Mdulo de Pintura e

    Comunicao Visual, onde aps uma reviso de histria da arte, criamos, vivencia-

    mos, brincamos e pintamos as cores, a vida, acelerao do novo.

  • 35

    Fig. 22 Imagem construda na Oficina de Pintura e Comunicao Visual

    Fig. 23 Pintura construda na Oficina de Pintura e Comunicao Visual

  • 36

    CONCLUSO

    Despi-me do meu ceticismo moldado, mas no plano cientifico recebi gratifica-

    da o resultado de uma nova experincia, de uma nova vivncia atravs de tudo que

    a arteterapia proporcionou-me nesses dois anos de curso. Bem como das felizes

    descobertas e achados resultados das pesquisas para realizao desta monografia,

    onde atravs de exemplos como de Nise da Silveira, Frida Kallo, minha paciente Ja-

    nana, meu prprio processo e o relato de nossos professores em seus livros, pude

    comprovar que a arte realmente um potencializador para a cura interior, e tambm

    para a cura fsica, pois atravs do fazer artstico tanto pode-se ter mudanas interio-

    res, como melhoras em casos de certas patologias que limitam fisicamente as pes-

    soas.

    No processo de envelhecimento temos na arte, um forte aliado para integra-

    o das pessoas que esto vivenciando esse processo no seu meio familiar e consi-

    go mesmas, pois tudo na vida mutvel, est sempre em transformao e a arte

    pode ser para todos ns um forte transformador.

    Minha experincia em Arteterapia tanto no nvel pessoal, como no estgio le-

    va-me a concluir que o uso da Arte como mecanismo teraputico realmente tem fun-

    damentos verdicos. Eu mesma, nas vivncias durante a especializao, pude sentir

    essa verdade, bem como verifiquei durante a realizao do estgio os resultados

    palpveis de melhoras, de caminhos que levam cura interior de indicativos de mu-

    dana que ocorreram com pessoas que vivenciaram e participaram do processo ar-

    teteraputico. Para Andrade (2000):

    Ao dar livre curso s expresses das imagens internas, o indivduo, ao mesmo tempo em que as modela, transforma a si mesmo. Ao conhecer aspectos prprios se recria, se educa e, sobretudo pode experimentar inserir-se na realidade de uma outra maneira nova. A pintura, o desenho e toda expresso grfica ou plstica, como a msica, a dana, a expresso corporal e dramtica formam um ins-

  • 37

    trumental valioso para o individuo reorganizar sua ordem interna, ao mesmo tempo reconstruir a realidade (p. 125)

    Andrade, neste trecho, aborda completamente o que a Arteterapia pode de-

    sencadear e proporcionar como mecanismos de reorganizao interna e reconstru-

    o da realidade das pessoas que dela tm a sorte de fazer uso.

  • 38

    REFERNCIAS

    ANDRADE, Liomar Quinto de: Terapias Expressivas. So Paulo: Vector, 2000. ARCURI, Irene. Arteterapia de corpo e alma. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2004 (Coleo arteterapia) ARTTE, Geraldo. In: Revista Imagens da Transformao. N 5. Vol. 5. setem-bro/1998. BITTENCOURT, Nvea em www. facom Ufjf.br/lumina/R2-Niveahp.doc. acessado em 30/03/2003 s 8:30h. FABIETTI, Deolinda. M. CF. Arteterapia e envelhecimento. So Paulo: Casa do Psiclogo. 2004. FRANA, Umberto. In: Revista Imagens da Transformao. N 5. Vol. 5 setem-bro/1998. FERGUSON, Merilyn. A conspirao aquariana. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1995. GARMUS, Ludovico (coordenao geral). A Bblia Sagrada. Rio de Janeiro : Ed. Vozes, 2004. 48 ed. HICNER, Richard. De pessoa a pessoa Psicoterapia dialgica. So Paulo. Ed. Summus, 1995. KATTERMANN, Andra. Frida Kahlo dor e paixo. Germany: Ed. Taschen, 2001. Traduo de Sandra Oliveira. PHILIPPINI, ngela. In: Revista Imagens da Transformao. N 5. Vol. 5. setem-bro/1998. SAVIANI, Iraci. In: Imagens da Transformao, n 10. Vol. 10 2003. TAPSCOTT, Betty, Cura Interior. So Paulo: Ed. Betnia. 2002.