Armazenamento de rede SAN - NAS - DAS

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Armazenamento de rede: DAS, NAS e SANIntroduoDAS, NAS e RAIDQuando voc precisa de mais espao de armazenamento no seu micro de trabalho, a opo mais comum simplesmente comprar outro HD. Quando falamos em redes, entretanto, trs siglas vm tona: NAS, DAS e SAN, acompanhadas geralmente por longas discusses sobre qual das trs mais adequada a determinada situao. Pode parecer estranho que uma grande empresa pague 50.000 dlares para implementar uma SAN, que oferece apenas alguns terabytes de espao de armazenamento, quando seria possvel obter o mesmo espao usando um punhado de HDs comuns instalados em um servidor de arquivos, mas, como de praxe, existem fatores que justificam o investimento em muitas situaes. Vamos ento a uma explicao sobre as trs tecnologias, comeando com a mais simples: DAS. A sigla DAS abreviao de "Direct Attached Storage". Ela se refere a dispositivos de armazenamento externo ligados diretamente ao servidor (ou a qualquer outro micro da rede), como no caso das gavetas de HD ligadas a portas eSATA (o eSATA uma verso externa das portas SATA, que mantm a mesma velocidade de 150 ou 300 MB/s, mas permite o uso de um cabo externo) ou a portas USB, por exemplo. Alm de gavetas e suportes baratos para ligar HDs externos, a lista inclui dispositivos mais caros. Nas fotos a seguir temos dois exemplos. O primeiro uma gaveta de HD simples, ligada em uma porta USB e o segundo uma unidade eSATA da Micronet, que utiliza 5 HDs, com RAID via hardware e outras funes. Apesar da diferena d complexidade, e temos em ambos os casos unidade externa ligada uma porta USB ou eSATA, que no tem nada a ver com redes:

Um NAS (Network Attached Storage), por sua vez, roda um sistema operacional completo e funciona como um servidor de arquivos, ligado diretamente na rede. Muitas vezes, eles so chamados de "network storage", ou simplesmente de "storage", termos que so mais descritivos para o pblico no tcnico do que "NAS". Entre o pblico tcnico, eles so tambm chamado de "filers" (arquivadore s). O termo "storage" na verdade um termo tcnico genrico para solues de armazenamento, que usado tambm em outras situaes, como no caso das SANs. Existem muitas opes de NAS, que vo desde sistemas baratos, que custam pouco mais que uma gaveta US at B, equipamentos caros, que utilizam um grande nmero de HDs. Os modelos mais baratos comportam apenas um ou dois HDs e oferecem apenas funes bsicas. Alguns modelos incluem tambm um transmissor wireless ou disponibilizam uma porta USB, o que permite que sejam ligados ao PC diretamente e seja usados como um DAS. Modelos intermedirios suportam em sua maioria 4 drives e modelos high-end ou racks para uso em datacenters suportam muitas vezes 8 drives ou mais. Os modelos com apenas um HD so genericamente chamados de single-drive e os que utilizam dois ou mais so chamados de multi-drive. Alguns modelos so vendidos sem os drives, que forma que voc pode instalar os HDs que quiser (eles so chamados de "diskless") e so geralmente bem mais baratos, enquan muitos fabricantes optam por to vender os aparelhos com drives pr-instalados (chamados genericamente de "diskfull"), de forma a tentar agregar valor e trabalhar com margens de lucro um pouco maiores. Ao ver o anncio de um "diskless NAS" no catlgo de alg uma loja do exterior, por exemplo, voc pode presumir que se trata de um modelo sem os HDs. Um exemplo de NAS Buffalo TeraStation Pro II, que permite o uso de 4 discos, que podem ser configurados em modo RAID 0, 1, 10 ou RAID 5. Originalmente ele vinha com 4 drives de 250 GB (da o nome), mas logo foram lanadas verses atualizadas, com drives de 500 GB, 750 GB e 1 TB, totalizando at 4 GB de espao de armazenamento:

O mostrador frontal exibe informaes bsicas, como o endereo IP usado pelo servido o status da conexo e a r, configurao dos discos, mas a configurao em si feita remotamente, atravs da interface de administrao via navegador. atravs dela que voc escolhe qual modo RAID ser usado, altera a configurao de rede do NAS, cria os compartilhamentos de rede, executa operaes administrativas (como realizar testes de superfcie nos HDs ou recuperar o array RAID em caso de falha em um dos discos) e assim por diante:

O uso da interface web no uma exclusividade do TeraStation, muito pelo contrrio. Quase todos os modelos de NAS disponveis so configurados via navegador, com alguns poucos modelos demandando o uso de um software cliente, ou sendo configurveis apenas via linha de comando (via SSH ou Telnet). Via de regra, um NAS no faz nada que um PC tradicional no possa ser configurado para fazer. Um nmero surpreendente deles utilizam processadores x86, rodam Linux e compartilham os arquivos com a rede utilizando o Samba. Ou seja, nada mais so do que PCs compactos, otimizados para a tarefa. A principal vantagem que eles so solues prontas, que podem ser instaladas rapidamente, sem exigir muitos conhecimentos tcnicos, o que os torna ideais para uso em escritrios e redes domsticas, por exemplo. Os modelos mais simples so bem mais baratos que um PC, alm de serem menos compactos e consumirem menos energia, enquanto os modelos mais caros oferecem mais espao de armazenamento, recursos de redundncia e de gerenciamento que permitem o uso em redes que demandam um maior nvel de confiabilidade. Existem ainda distribuies Linux ou BSD que permitem transformar um PC comum em um NAS de forma prtica. Um bom exemplo o FreeNAS (baseado no FreeBSD), que pode ser instalado de forma simples, ocupando apenas 32 MB, e inteiramente administrado atravs de uma interface de gerenciamento via web, sem precisar de monitor. Ele suporta o uso de RAID, compartilhamentos via CIFS (Samba), FTP, NFS e SFTP, alm de oferecer um grande volume de recursos de gerenciamento. Voc pode baix-lo no http://www.freenas.org. Outro projeto similar o OpenFiler, disponvel nohttp://www.openfiler.com.

Com a adoo do WPA2, os pontos de acesso wireless passaram a utilizar controladores muito mais poderosos, de forma a oferecerem suporte encriptao usando o AES. Muitos fabricantes passaram ento a incluir funes de compartilhamento de arquivos, permitindo que o ponto de acesso funcione como um NAS simples, compartilhando pastas em um pendrive ou HD externo, instalado em uma porta USB. Em geral, eles so muito mais limitados que um NAS "de verdade", a comear pelo fato de suportarem um nico pendrive ou HD e oferecerem poucas opes de configurao. Apesar disso, eles podem ser uma opo interessante em algumas situaes, j que a incluso do recurso adiciona muito pouco no custo do aparelho. Um exemplo o Linksys WRT600N, que apresenta uma porta USB escondida ao lado do conector da interface WAN (onde voc ligaria o cable modem ou o modem ADSL, de forma a compartilh-lo com a rede). Ao instalar um pendrive ou HD USB, voc pode criar compartilhamentos atravs da opo "Storage" da interface de administra o. Os recursos so incrivelmente limitados (no possvel sequer alterar o grupo de trabalho), mas a funo bsica est presente:

s s s entretanto, usar um NAS no suficiente. Muitas em resas precisam de volumes gigantescos de Em m espao de armazenamento, que deve no apenas oferecer um desempenho muito bom, mas tambm incluir bac up dos dados e redundncia. De acordo com a escala necess ria, usar um nico servidor, com HDs SATA regulares seria a soluo mais barata, j que muitas placas-me possuem at 10 portas SATA (e voc poderia adicionar mais portas instalando controladoras

adicionais), de forma que, voc poderia simplesmente instalar 10 HDs SATA de 1 TB e contar assim com um total de 10 TB de armazenamento. Usando o Samba voc no gastaria nada com o software, que forma que, alm da mo de obra, o custo de resumiria ao preos dos HDs e dos demais componentes escolhidos e usando um array RAID voc poderia sacrificar parte do espao de armazenamento para melhorar o desempenho e a con fiabilidade. De acordo com o nmero de HDs disponveis e o recursos oferecidos pelo sistema operacional usado, os modos RAID disponveis so: RAID 0 (Striping): No RAID 0 todos os HDs passam a ser acessados como se fossem um nico drive. Ao serem gravados, os arquivos so fragmentados nos vrios discos, permitindo que os fragmentos possam ser lidos e gravados simultaneamente, com cada HD realizando parte do trabalho. Isso permite melhorar brutalmente a taxa de leitura e de gravao e continuar usando 100% do espao disponvel nos HDs. O problema que no RAID 0 no existe redundncia. Os HDs armazenam fragmentos de arquivos, e no arquivos completos. Sem um dos HDs, a controladora no tem como reconstruir os arquivos e tudo perdido. Isso faz com que o modo RAID 0 seja raramente usado em servidores. RAID 1 (Mirroring): No RAID 1 so usados dois HDs (ou qualquer outro nmero par). O primeiro HD armazena dados e o segundo armazena um cpia exata do primeiro, atualizada em tempo real. Se o primeiro HD falha, a controladora automaticamente chaveia para o segundo HD, permitindo que o sistema continue funcionando. Em servidores comum o uso de HDs com suporte a hot-swap, o que permite que o HD defeituoso seja substitudo a quente, com o servidor ligado. A desvantagem em usar RAID 0 que metade do espao de armazenamento sacrificado. RAID 10 (Mirror/Strip): Este modo combina os modos 0 e 1 e pode ser usado com a partir de 4 HDs (ou outro nmero par). Metade dos HDs so usados em modo striping (RAID 0), enquanto a segunda metade armazena uma cpia dos dados dos primeiros, oferecendo redundncia. RAID 5: Este o modo mais utilizado em servidores com um grande nmero de HDs. O RAID 5 usa um sistema de paridade para manter a integridade dos dados. Os arquivos so divididos em fragmentos e, para cada grupo de fragmentos, gerado um fragmento adicional, contendo cdigos de paridade. Os cdigos de correo so espalhados entre os discos. Dessa forma, possvel gravar dados simultaneamente em todos os HDs, melhorando o desempenho. O RAID 5 pode ser usado com a partir de 3 discos. Independentemente da quantidade de discos usados, sempre temos sacrificado o espao equivalente a um deles. Em um NAS com 4 HDs de 1 TB, por exemplo, voc ficaria com 3 TB de espao disponvel, em um servidor com 10 HDs de 1 TB, voc ficaria com 9 TB disponveis e assim por diante. Os dados continuam seguros caso qualquer um dos HDs usados falhe, mas se um segundo HD falhar antes que o primeiro seja substitudo (ou antes que a controladora tenha tempo de regravar os dados), todos os dados so perdidos. Voc pode pensar no RAID 5 como um RAID 0 com uma camada de redundncia. RAID 6: O RAID 6 dobra o nmero de bits de paridade, eliminando o ponto fraco do RAID 5, que a perda de todos os dados caso um segundo HD falhe. No RAID 6, a integridade dos dados mantida caso dois HDs falhem simultaneamente, o que reduz brutalmente as possibilidades matemticas de perda de dados. A percentagem de espao sacrificado decai conforme so acrescentados mais discos, de forma que o uso do RAID 6 vai tornado-se progressivamente mais atrativo. No caso de um grande servidor, com 20 HDs, por exemplo, seria sacrificado o espao equivalente a apenas dois discos, ou seja, apenas 10% do espao to tal. O maior problema que o RAID 6 exige o uso de algoritmos muito mais complexos por parte da controladora, de forma que ele no suportado por todos os dispositivos. JBOD: No JBOD (Just a Bunch Of Disks) os HDs disponveis so simplesmente concatenados e passam a ser vistos pelo sistema como um nico disco, com a capacidade de todos somada. Os arquivos so simplesmente espalhados pelos discos, com cada um armazenando parte dos arquivos (nesse caso arquivos completos, e no fragmentos como no caso do RAID 0). No JBOD no existe qualquer ganho de desempenho, nem de confiabilidade, ele apenas uma forma simples de juntar vrios HDs de forma a criar uma nica unidade de armazenamento. Ele no uma boa opo para armazenamento de dados importantes, mas pode ser usado para tarefas secundria, como no caso de servidores de backup. O uso de um NAS, ou de um servidor de arquivos com vrios HDs atende bem maioria das redes de pequeno e mdio porte. Entretanto, muitas empresas precisam de muito mais do que 10 TB de espao de armazenamento, sobretudo quando falamos em grandes bancos de dados e aplicaes web. Usar vrios pequenos servidores seria uma soluo barata, mas em compensao complexa e mais propensa a falhas. Surge ento a opo de usar uma SAN (Storage Area Network).

SANToda SAN tem como bloco de montagem HDs tradicionais, que so ligados a uma unidade controladora (que se encarrega do acesso aos dados, RAID e outras funes) e ligada a um servidor atravs de uma interface dedicada, que pode ser tanto uma interface Fibre Channel quanto uma interface de rede Gigabit Ethernet ou 10 Gigabit Ethernet (usando o iSCSI). O servidor se encarrega ento de distribuir os dados para os clientes da rede ou fornec-los para aplicativos especficos, como no caso de um cluster de servidores web, que utilizam a SAN para armazenar um grande banco de dados usado para atender s requisies dos clientes. Alm da maior capacidade de armazenamento e de recursos de redundncia, a principal diferena de uma SAN e um NAS ou um servidor de arquivos tradicional que o SAN se comporta como se fosse uma nica unidade de armazenamento, que o servidor pode acessar diretamente, de forma transparente. Ou seja, como se voc conectasse um nico HD de 100 TB (por exemplo) no servidor, diferente de um NAS, que se comporta como um servidor de ar uivos e pode ser q acessado simultaneamente por vrios clientes. Apesar disso, na grande maioria dos casos, o objetivo de usar uma SAN no simplesmente obter um grande espao de armazenamento, mas sim obter ganhos de desempenho e de confiabilidade para aplicaes crticas. Imagine o caso de um cluster de servidores responsveis pelo site de um grande portal. As pginas so montadas a partir de um enorme banco de dados, armazenado na SAN, que acessado de forma conjunta por todos os servidores do cluster As unidades .

de armazenamento combinam um grande nmero de HDs em RAID, o que as torna capazes de atender a um grande volume de requisi es por segundo, o que permite atender aos muitos visitantes simultneos. Alm do desempenho e do armazenamento centralizado, temos tambm a questo da redundncia, que garante que o sistema funcione de forma contnua, sobrevivendo a falhas em componentes diversos. Os componentes bsicos de uma SAN so um ou storage rac s (as unidades de armazenamento, com os arrays de discos), um s itch Fibre Channel, os cabos e o servidor ao qual a SAN conectada. Apesar disso, comum o uso de dois s itchs e dois servidores, de forma a oferecer um sistema redundante (o segundo servidor fica a postos para assumir o lugar o primeiro em caso de falha). Os componentes so ligados como na figura abaixo, de forma a garantir que o sistema continue funcionando caso qualquer um dos componentes falhe. O prprio array de discos constitudo por componentes redundantes, incluindo o uso de fontes e outros circuitos redundantes e RAID:

A principal vantagem do uso de uma SAN que o sistema pode ser expandido conforme necessrio, incluindo mais storage rac s e mais s itchs. Os diferentes arrays podem ento ser acessados por diferentes servidores e, d ependendo da configurao, at mesmo serem configurados para se comportarem como uma nica unidade, com as capacidades somadas. Se dinheiro no for problema, possvel atingir facilmente a marca de 100 terabytes de espao de armazenamento, com direito a um sistema de redundncia completo. O grande problema mesmo a questo do custo, j que um SAN completa pode facilmente superar a marca dos US$ 50.000, em preos do exterior. Isso faz com que elas fiquem restritas a ambientes onde as vantagens compensam o maior custo. Para pequenas redes, servidores com diversos HDs (configurados como um array RAID) acabam sendo a melhor opo, j que podem oferecer um espao de armazenamento similar ao de uma pequena SAN (embora com um desempenho e confiabilidade inferiores) a uma frao do custo.

Storage rack com redundncia

Continuando, possvel tambm que um nico array seja dividido em vrias unidades lgicas, cada uma com um identificador prprio (chamado de LUN, ou "Logical Unit Number"), permitindo que cada unidade possa ser acessada por um servidor diferente. Isso permite centralizar o armazenamento de dados da rede, armazenando todos os dados importantes na SAN, ao invs de utilizar HDs separados em cada servidor. As unidades podem ser inclusive redimensionadas durante o uso, realocando o espao entre os servidores conforme necessrio. O Fibre Channel um padro de redes desenvolvido especialmente para uso de unidades remotas de armazenamento. Existem diversos padres de Fibre Channel, que incluem o 1GFC (1.06 g igabits), 2GFC (2.12 gigabits), 4 GFC (4.25 gigabits), 8GFC (8.5 gigabits) e o 10GFC (10.5 gigabits), sendo que atualmente (incio de 2008) os padres mais usados ainda so o 2GFC e o 4GFC. Existem trs topologias de Fibre Channel: Ponto-a-ponto (dois dispositivos ligados diretamente), Arbitrated loop (onde os dispositivos so ligados uns aos outros, formando um anel) e Switched fabric (onde os dispositivos so ligados a um switch central, de forma similar ao que temos em uma rede de par tranado). Como pode imaginar a topologia Switched fabric de longe a mais utilizada atualmente.

Switch Fibre Ch el Embora exista um padro de Fibre Channel que utiliza fios de cobre, os cabos de fibra ptica so de longe os mais comuns. possvel utilizar cabos de fibra ptica de at 50 km, utilizando cabos monomodo, mas o mais comum que sejam usados cabos multimodo (mais baratos e suficientes para a maioria das situaes), que oferecem um alcance de at 300 metros. Tipicamente, os cabos so curtos, com de 2 a 10 metros, de forma que a questo do alcance raramente um problema. As controladoras Fibre Channel so chamadas de FC HBA (Fibre Channel Host Bus Adapter).

Fibre Ch el HBA e c ectores de um c bo Fibre Ch el LC/LC Outra tecnologia, mais recente o iSCSI (pronuncia-se "ai-isczi") que permite que o cliente (chamado de initiator) envie comandos SCSI para um array de armazenamento (chamado de target) via TCP/IP, utilizando uma rede Ethernet tradicional. Isso permite que eles sejam sejam acessados como se fossem unidades de armazenamento local atravs de cabos de rede. Voc pode pensar no iSCSI como um protocolo para encapsular comandos de aces a disco, juntamente so com os dados resultantes, transformando-os em pacotes TCP/IP. A funo basicamente a mesma do Fibre Channel, ou seja, interligar os servidores aos arrays de discos que formam a SAN, mas nesse caso a um custo mais baixo, j que dispensa o uso dos caros switchs, controladores e cabos Fibre Channel, substitudos por cabos de rede e switchs Ethernet. Abaixo temos uma controladora iSCSI Adaptec 7211C. primeira vista ela parece uma placa de rede, incluindo o uso do conector RJ45, mas a presena do processador, chipset e chips de memria denunciam sua verdadeira funo. As controladoras iSCSI (chamadas de iSCSI HBA) executam muito mais processamento que uma simples placa de rede e por isso incluem um volume muito maior de componentes. Quando instaladas, as controladoras iSCSI so vistas pelo sistema como controladoras de disco e no como interfaces de rede:

As funes da controladora SCSI podem ser tambm executadas via software (o software cliente chamado de iSCSI initiator), o que permite utilizar uma placa de rede Ethernet regular no lugar da controladora iSCSI. O desempenho naturalmente mais baixo, mas a reduo no custo faz com que esta seja a opo mais usada em pequenas instalaes. Com relao ao cabeamento, o ideal que seja utilizado um segmento dedicado entre o servidor e os arrays de discos, mas o trfego do iSCSI pode conviver com o trfego Ethernet da rede, de forma que (embora no seja a soluo ideal do ponto de vista do desempenho, nem da segurana) possvel simples mente ligar os arrays em uma rede j existente, utilizando inclusive links de longa distncia, o que permite a criao de sistemas de armazenamento remoto. A popularizao dos arrays iSCSI tornou as SANs muito mais acessveis. Montar uma pequena SAN usando Fibre Channel custa, pelo menos, US$ 10.000 (em preos do exterior, sem contar os impostos) apenas em equipamento bsico (o array de discos, o switch, as controladoras e os cabos), sem sequer incluir os HDs. Um array de discos iSCSI, por sua vez, pode ser ligado diretamente a uma placa gigabit Ethernet no servidor, o que torna possvel montar uma pequena SAN utilizando apenas o array (os mais simples custam a partir de US$ 1500) e os HDs. Aqui temos o iX8-RAID, um exemplo de array iSCSI de baixo custo. Ele permite o uso de at 8 HDs SATA, que podem ser usados em modo RAID 0, 10, 5, 50, 6 ou 60 e conectado ao servidor atravs de um ou duas interfaces Gigabit Ethernet (a segunda usada para redundncia). Ele inclui um processador de Intel IOP 331 e 512 MB de memria, usada pra cache de disco e administrado atravs de uma interface web. Mas, diferente de um NAS, ele no compartilha arquivos diretamente na rede. Depois de lig-lo ao servidor, voc instala o iSCSI initiator, que faz com que ele seja visto pelo servidor como uma unidade local. A partir da, voc pode formatar os discos e usar o espao como quiser, inclusive criando compartilhamentos de rede:

Com 8 HDs, os modos RAID com melhor custo-benefcio so os modos 5 e 6. Optando pelo RAID 5, voc sacrifica o espao equivalente a apenas um dos discos e tem segurana contra falha de qualquer um dos HDs. Melhor ainda, o sistema pode continuar funcionando normalmente, mesmo sem um dos HDs, j que a controladora capaz de reconstruir os dados a partir dos cdigos de paridade em tempo real. A falha reportada atravs do display frontal e atravs da interface web (opcionalmente, voc pode configurar tambm o envio de avisos por e-mail) e a troca pode ser feita quente, sem precisar desativar a SAN. Desde que dois HDs no falhem simultaneamente e que voc no demore muito para trocar o HD defeituoso, todos os dados ficam protegidos. Existe ainda a opo de usar o modo RAID 6, onde dois dos HDs so sacrificados, dobrando o volume de bits de redundncia e permitindo que o array resista falha de dois dos HDs. Hoje em dia comum tambm o uso de servidores de armazenamento que oferecem diversas opes de interface de comunicao, j que isso adiciona relativamente pouco (proporcionalmente) ao custo. E les podem ser tanto usados em uma SAN, conectados via iSCSI ou Fibre Channel quanto trabalharem ligados diretamente na rede, como um NAS. Nas fotos temos um StorMaster SNi-4020ez SAN NAS iSCSI Storage Server, um exemplo de storage rack de maior porte, que

oferece as trs interfaces e permite o uso de at 40 HDs (com mais dois HDs extra, instalados na parte traseira, usados pelo sistema operacional):

ArmazenamentoQuando falamos em HDs para servidores, a primeira sigla que vem mente o SCSI, mas o antigo barramento SCSI paralelo est dando lugar a uma verso serial, o SAS, da mesma forma que os antigos HDs IDE deram lugar aos HDs com interface SATA.

O SAS (Serial Attached SCSI), um barramento serial, muito similar ao SATA utilizado em HDs domsticos em diversos aspectos, mas que adiciona vrias possibilidades interessantes voltadas para o uso em servidores. As verses iniciais do SAS suportavam taxas de transferncia de 150 e 300 MB/s. Recentemente foi introduzido o padro de 600 MB/s e passou a ser desenvolvido o padro seguinte, de 1.2 GB/s. A evoluo similar do padro SATA (note que as velocidades so as mesmas), porm o SAS tende a ficar sempre um degrau acima. A maior velocidade necessria, pois o SAS permite o uso de extensores (expanders), dispositivos que permitem ligar diversos discos SAS a uma nica porta. Existem dois tipos de extensores SAS, chamados de "Edge Expanders" e "Fanout Expanders". Os Edge Expanders permitem ligar at 128 discos na mesma porta, enquanto os Fanout Expanders permitem conectar at 128 Edge Expanders (cada um com seus 128 discos!), chegando a um limite terico de at 16.384 discos por porta SAS. Este recurso foi desenvolvido pensando sobretudo nos servidores de armazenamento. Com a popularizao dos webmails e outros servios, o armazenamento de grandes quantidades de dados tornou -se um problema. No estamos falando aqui de alguns poucos gigabytes, mas sim de vrios terabytes ou mesmo petabytes de dados. Imagine o caso do Gmail, por exemplo, onde temos vrios milhes de usurios, cada um com mais de 2 GB de espao disponvel. Os extensores SAS normalmente possuem a forma de um gabinete 1U ou 2U, destinados a serem instalados nos mesmos racks usados pelos prprios servidores. Em muitos, os discos so instalados em gavetas removveis e podem ser trocados com o servidor ligado (hot swap). Isto permite substituir rapidamente HDs defeituosos, sem precisar desligar o servidor:

Gabinete 1U com HDs SAS removveis Nesses casos, seria utilizado um sistema RAID, onde parte do espao e armazenamento destinado a armazenar informaes de redundncia, que permitem restaurar o contedo de um HD defeituoso assim que ele substitudo, sem interrupo ou perda de dados. Ao contrrio das controladoras RAID de baixo custo, encontradas nas placas me para desktop, que executam suas funes via software, as controladoras SAS tipicamente executam todas as funes via hardware, facilitando a configurao (j que deixa de ser necessrio instalar drivers adicionais) e oferecendo um maior desempenho e flexibilidade. As controladoras SAS incluem normalmente 4 ou 8 portas e so instaladas em um slot PCI X, ou PCI Express. Nada impede tambm que voc instale duas ou at mesmo trs controladoras no mesmo servidor caso precise de mais portas:

Controladora SAS Um detalhe interessante que o padro SAS oferece compatibilidade retroativa com os HDs SATA, permitindo que voc use HDs SATA convencionais como uma forma de cortar custos, sem ter que abrir mo da possibilidade de usar os extensores. possvel tambm combinar HDs dos dois padres, usando HDs SATA comuns em tarefas que demandem um nvel menor de confiabilidade.

A maior parte dos HDs de alto desempenho, com rotao de 15.000 RPM, que antes s existiam em verso SCSI, esto sendo lanados tambm em verso SAS. Nos prximos anos de se esperar que o SAS substitua gradualmente o SCSI, assim como o SATA j substituiu o IDE quase que completamente nos micros novos. Em geral, HDs SAS e SCSI so certificados para operao contnua e so produzidos com componentes de maior durabilidade. Via de regra, existem ganhos do ponto de vista da confiabilidade e os fabricantes oferecem garantias de 5 anos. Isso faz com que eles sejam preferidos em situaes onde exigido um maior nvel de confiabilidade, mesmo que o desempenho no seja um fator importante. Entretanto, vale lembrar que a confiabilidade pode ser obtida tambm atravs do uso de RAID, de forma que muitos preferem utilizar HDs domsticos, reservando mais discos do array RAID para redundncia. Se um HD SAS custa o dobro de um HD SATA equivalente, por exemplo, faria mais sentido comprar dois HDs SATA e us-los em RAID 1, do que usar um nico HD SAS. Um bom exemplo de uso desta filosofia o Google, que utiliza servidores de baixo custo, montados com HDs e placas comuns, o que permite que construam seus gigantescos datacenters a preos relativamente baixos. Quase todas as funes de redundncia e tolerncia a falhas so implementadas via software as transferncias executadas usando interfaces de rede.