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Teologia Sistemática
Patriarcado de Lisboa| Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos | 1º Semestre 2014/2015
Fernando Catarino
Docente: Juan Ambrosio
PATRIARCADO DE LISBOA
ESCOLA DE LEIGOS
Tema da sessão
Os Sacramentos do Serviço
O Sacramento da Ordem
• Os nomes do sacramento
• Evolução histórica
• Breve sistematização teológica
O Sacramento do Matrimónio
• Nome do sacramento
• Evolução histórica
• Breve sistematização teológica
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
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TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
2014 | 2015
O Sacramento da Ordem
O nome do sacramento:
Ordem” e “ordenação” são termos derivados do latim ordo e ordinatio,
que, inicialmente, não tinham um significado especificamente religioso ou
cristão. Ordo (ordem) designava sobretudo o grupo dos que governavam,
mas também outros grupos “civis” organizados; ordinatio era o ato pelo
qual alguém se integrava nessa ordem. Ora, sendo a Igreja uma comunidade
organizada, cedo adotou esta terminologia para designar “grupos”
significativos no seu seio. Neste sentido vasto, poderia falar-se também de
uma ordem dos catecúmenos, dos esposos, etc.
De referir que este termo tinha originalmente sempre um sentido
colegial: entrar numa ordem, num grupo. Este sentido colegial perdeu-se na
teologia escolástica. O Vaticano II pretendeu recuperar essa dimensão
colegial.
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O Sacramento da Ordem
O nome do sacramento:
Além de designar o grupo, o termo “Ordem” passou a designar também o
rito sacramental, pelo qual alguém acede a esse grupo. E o termo
“ordenação” passou a designar o ato sacramental, em sentido técnico:
“Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao ato sacramental que integra na
ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e que ultrapassa a
simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois
confere um dom do Espírito Santo.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Escritos Apostólicos.
Não sabemos exatamente como estava organizada a Igreja primitiva.
Sabemos que os Apóstolos tinham aí um lugar único e de destaque.
Porém, não só o vocabulário era ainda muito fluido, não nos permitindo
saber com certeza a que se referia cada designação, como a organização
variava de comunidade para comunidade.
Os escritos do NT falam de vários ministérios, cada um com a sua
especificidade: os Doze e os Apóstolos (não se podem identificar sem
mais estes dois grupos); profetas e doutores; bispos, presbíteros e
diáconos; evangelistas e pastores. Estes termos, usados com grande
liberdade, deixam-nos algumas dúvidas sobre o que lhes era específico.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Escritos Apostólicos.
A trilogia episkopos (bispo), presbyteros (presbítero), diakonos
(diácono) não está presente nos escritos do NT tal como a conhecemos e
usamos. Os termos já aparecem, indicando ministérios nas comunidades
primitivas, mas deve evitar-se transpor essas referências para a
organização ministerial posterior.
Estas dúvidas quanto ao significado preciso dos termos apresentados
contrastam com uma certeza: no NT, os dirigentes das comunidades
nunca são designados “sacerdotes”. A Igreja concebe-se a si mesma
como uma comunidade ministerial: os diversos ministérios (serviços)
estão ao serviço da comunhão da Igreja.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Séc. II-III
Consolida-se a trilogia dos ministérios ordenados, constituída por
bispos, presbíteros e diáconos (com a consequente extinção da
multiplicidade de ministérios testemunhada nos escritos do NT);
aparece e generaliza-se a conceção “monárquica” do episcopado (um
único bispo à frente do seu presbitério); desenvolve-se a ideia de
colegialidade; desenvolve-se também uma conceção hierárquica do
ministério.
Afastado o perigo da confusão com os sacerdotes pagão e judeus,
começa a aplicar-se abertamente aos ministros da Igreja a terminologia
sacerdotal .
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Séc. IV-VI
Com a liberdade dada à Igreja, em 313, os ministérios ordenados
começam a ser concebidos em termos de “dignidade” e de “poder”,
aproximando-se dos cargos públicos do império; o vocabulário do
“serviço” foi desaparecendo, e as “ordens” começaram a aparecer, cada
vez mais, como uma “promoção”. A vinculação a uma comunidade local
enfraquece, em virtude das mudanças de uma Igreja local para outra e
do desaparecimento da comunidade na eleição dos bispos. Acentua-se
ainda a “sacerdotalização” do mistério ordenado. Começa a
generalizar-se o celibato dos ministros ordenados.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Séc. IV-VI
O crescimento do cristianismo para os ambientes rurais, levou à
dispersão do presbitério pelas paróquias rurais, com o consequente
enfraquecimento da consciência “colegial”. A atenção vai-se
concentrando progressivamente nas funções cultuais; a fraca
preparação também contribuía para isso: descuidava-se o ministério da
Palavra, que exigia formação mais cuidada, e as funções cultuais
começaram a absorver cada vez mais a atividade dos ministros.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
Idade Média
Neste período desenvolvem-se algumas das tendências do período
anterior. A linguagem do “poder” confirma-se nas referências aos
ministérios. Há uma cada vez maior concentração na função cultual
(sacerdotal) dos ministros e, mais especificamente, no poder de
celebrar a eucaristia. Consequentemente, abre-se caminho à doutrina
da ‘igualdade’ entre o bispo e o presbítero. Os livros litúrgicos deixam
de falar da ordenação dos bispos, que é relegada para a parte das
consagrações (como o rei, o imperador...).
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
De Trento ao Vaticano II
Frente aos ataques dos reformadores, o Concílio de Trento reafirmou
a doutrina católica sobre o sacramento da Ordem. Porém, os decretos
dogmáticos (DH 1763-1778) apresentam as lacunas da teologia
escolástica: o presbiterado é visto a partir do poder de consagrar e
distribuir o corpo do Senhor e de perdoar os pecados. É sintomático
que a doutrina sobre o carácter sacrificial da eucaristia e sobre o
sacramento da ordem tenham sido elaborados simultaneamente.
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O Sacramento da Ordem
Evolução histórica:
O Vaticano II
Privilegia a imagem de “povo de Deus” para falar da Igreja, superando-se uma eclesiologia centrada no poder e na função do clero.
Primeiro refere-se a igualdade de dignidade de todo o batizado; só depois se apresentam as distinções, o que permite, pela primeira vez, uma valorização positiva do laicado.
Recupera-se a conceção de “colegialidade”. Recupera-se ainda a linguagem do serviço. Toda a linguagem de autoridade e poder lhe está
subordinada. Os ministros ordenados existem em função da comunidade.
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O Sacramento da Ordem
Breve sistematização teológica:
Um único sacramento, mas em três graus - O sacramento da Ordem é um
único, contudo, tem três graus distintos: o episcopado, o presbiterado e o
diaconado. Os dois primeiros graus são participação ministerial no
sacerdócio de Cristo; já o diácono não é sacerdote ordenado (apenas o são
o bispo e o presbítero), mas é ordenado para o serviço.
Só o bispo tem a plenitude do sacramento da Ordem (LG 21). Os bispos,
em virtude do grau do sacramento da Ordem que receberam, formam o
colégio episcopal. Em virtude desta colegialidade, o bispo não é apenas
responsável pela porção do povo de Deus que lhe foi confiada, mas
participa ainda da “solicitude por todas as Igrejas” (Catecismo 1560) e é
solidariamente responsável pela missão apostólica da Igreja (cf. LG 23; CD
4).
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O Sacramento da Ordem
Breve sistematização teológica:
Os presbíteros são “cooperadores da Ordem episcopal” (LG 28) na missão confiada por Cristo aos Apóstolos e seus sucessores. Pelo sacramento da Ordem, ficam consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote, para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento” (LG 28). É sempre na dependência do bispo e em comunhão com ele que os presbíteros exercem o seu ministério (cf. Catecismo 1567).
“No grau inferior da hierarquia estão os diáconos, que recebem a imposição das mãos «não para o sacerdócio, mas para o ministério [serviço]” (LG 29). O sacramento da Ordem configura-os de modo especial a Cristo servo de todos. Durante séculos, o diaconado só existiu como “passagem” para o presbiterado. O Vaticano II restaurou o diaconado permanente, que pode ser conferido também a homens casados.
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O Sacramento da Ordem
Breve sistematização teológica:
O sacramento da Ordem não pode dispensar a referência à comunidade
cristã. A consciência desta vinculação a uma comunidade concreta começou
a debilitar-se na Idade Média, sobretudo graças à conceção da relação
ministério-eucaristia (a relação deixa de ser ministério-comunidade e passa
a ser sobretudo e quase exclusivamente ministério-poder de celebrar a
eucaristia, definindo, desde então o sacerdócio). Superar este reducionismo
não pode, porém, significar cair num outro: o de entender que é a
comunidade que dá ministros a si própria. Este é dom de Deus para a
edificação e serviço da comunidade. Ninguém é ordenado “para si”, mas
para o serviço da comunidade. A própria autoridade e poder conferidos
pela ordenação devem entender-se neste contexto.
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O Sacramento da Ordem
Breve sistematização teológica:
O ministro ordenado está ao serviço da Igreja, numa comunidade
concreta onde cada cristão é chamado a tomar consciência da sua própria
consagração e missão batismal. Esses cristãos não são apenas
colaboradores do ministro ordenado e, menos ainda, seus subordinados:
têm uma responsabilidade própria e específica. Aquele que, em virtude da
ordenação, foi constituído como pastor da comunidade não é seu dono,
mas sim ministro da unidade que coordena e orienta os diversos carismas
no sentido de uma comunhão sempre mais perfeita.
O ministério ordenado define-se como função de serviço. Embora o
nome de diácono seja próprio de um dos graus do ministério ordenado,
pode considerar-se a “diaconia” o denominador comum dos três graus e,
mais ainda, o denominador comum de qualquer ministério eclesial.
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O Sacramento do Matrimónio
Nome do sacramento:
O termo matrimónio não é usado nos textos litúrgicos antigos. A sua
entrada na liturgia é tardia. Nos textos litúrgicos antigos e nos textos
bíblicos, os termos usados são, sobretudo: conjunctio [maritalis], do verbo
conjungere, juntar, unir (de onde deriva o nosso termo “conjuge”); nuptias
[ou sacramentum nuptiarum], do verbo nubere, “cobrir com um véu” (um
dos símbolos do casamento) e, posteriormente, casar-se, celebrar as
núpcias (daqui vêm os termos “nubente”/”nubentes”). Em latim, usava-se
ainda o termo sponsalia, “as promessas” do noivado, inicialmente, mas
depois a ação de desposar, desposório ou esponsório, esponsais (de
sponsus: esposo/esposa).
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O Sacramento do Matrimónio
Nome do sacramento:
O termo “matrimónio” deriva do latim mater, matris, “mãe”: é o ofício,
os bens, haveres e deveres da mãe (como patrimonium são os bens do pai
[pater, patris], isto é, da família). Isto é, etimologicamente, “matrimónio”
indica a fecundidade da mãe e a sua missão. Daí se passou para a
designação da vida familiar e dos deveres a ela inerentes, assumidos no
“pacto matrimonial”.
Em português usa-se correntemente outro termo: “casamento”. Este
termo deriva de “casa” e designa o ato ou efeito de casar-se, isto é, de
constituir uma casa, uma comunidade que vive sob o mesmo teto, no
mesmo lar.
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
Séc. I - III
Neste período não se pode falar de uma celebração do Matrimónio
cristão como celebração litúrgica. Como diz a Epístola a Diogneto
(século II), os cristãos “casam-se como toda a gente” (5, 6: AL 458),
adotando os usos e costumes civis dos lugares onde habitavam. Têm o
cuidado de evitar todo e qualquer vestígio das religiões pagãs, mas
seguem o estabelecido na sociedade de que faziam parte.
Mas, mesmo usando os ritos próprios da sociedade em que se
inseriam, os cristãos tinham consciência de que a sua fé em Cristo
transformava também a sua vida matrimonial.
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
Séc. IV - XV
Os séculos IV e V viram nascer os primeiros rituais cristãos do
Matrimónio, mas essa celebração não só não era vinculativa, como não
afetavam a validade do Matrimónio. A influência do direito romano é
evidenciada pelo relevo dado ao consentimento como ato essencial do
Matrimónio. Todos os outros elementos eram considerados
secundários.
O primeiro milénio cristão não tinha ainda a noção de matrimónio
como sacramento tal como nós o entendemos hoje.
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
Séc. IV - XV
Se o primeiro milénio viu o matrimónio sobretudo como mistério e
aliança, o segundo milénio vê-o sobretudo como contrato. A linguagem
torna-se prevalentemente jurídica.
Nos séculos IX-XI exige-se o carácter público e livre do ato. O
consentimento tinha de fazer-se na presença do sacerdote (para
garantir a liberdade da mulher). Para garantir o carácter público, o
casamento realiza-se não na casa da noiva, como até aí, mas in facie
ecclesiae, diante da Igreja. Esta norma era entendida em sentido físico:
diante da porta da igreja, do lado de fora. Só depois os noivos entravam
na igreja, para a celebração eucarística e a bênção.
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
De Trento ao Vaticano II
Teologicamente, o Concílio de Trento afirma que o matrimónio é um
sacramento (contra os ataques dos reformadores) e refere que a graça
específica deste sacramento tem como finalidade aperfeiçoar o amor
natural, confirmar a unidade indissolúvel e santificar os cônjuges (DH
1797).
O Concílio de Trento imporá, pela primeira vez, sob pena de
invalidade, a forma canónica de celebração do Matrimónio: só era
válido o Matrimónio celebrado diante do pároco, ou daquele a quem o
pároco desse a devida jurisdição (Decreto Tametsi, em 1563: DH 1813-
1816).
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
De Trento ao Vaticano II
O matrimónio era definido como um “contrato” consensual entre as
partes (os esposos); esse contrato tinha por objeto o direito ao corpo
um do outro (ius in corpus) e tinha como finalidades primárias a
procriação e a educação da prole e como finalidade secundária a mútua
ajuda. O matrimónio tinha ainda como finalidade secundária ser
remédio para a concupiscência. Esta conceção de matrimónio era
muito redutora porque encarava o matrimónio principalmente pelo
prisma da reprodução da espécie e porque ignorava o elemento mais
importante do matrimónio: o amor.
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O Sacramento do Matrimónio
Evolução histórica:
O Vaticano II
O Concílio Vaticano II ordenou a revisão e reforma do ritual do
Matrimónio, no sentido de o enriquecer e valorizar, mas respeitando os
usos e costumes locais, salvaguardando o ato essencial, isto é, o
consentimento dos esposos, diante do sacerdote (SC 77).
O Concílio Vaticano II representou um importante passo de
renovação, ao definir o Matrimónio não tanto em termos jurídicos
(contrato), mas teológicos, como “comunidade de vida e de amor”.
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O Sacramento do Matrimónio
Breve sistematização teológica:
Quanto aos ministros do sacramento do Matrimónio, a Igreja latina
sempre foi muito clara ao afirmar que são os próprios nubentes: “são os
esposos quem, como ministros da graça de Cristo, mutuamente se
conferem o sacramento do Matrimónio, ao exprimirem, perante a Igreja, o
seu consentimento” (Catecismo 1623). O facto de serem os próprios
nubentes os ministros, e não o sacerdote, que preside à celebração e é a
testemunha qualificada do consentimento, prende-se com o ato
sacramental essencial: o consentimento.
Como o consentimento é um momento celebrativo de duração limitada,
os nubentes trocam as alianças, símbolo durável e permanente desse
consentimento e compromisso.
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O Sacramento do Matrimónio
Breve sistematização teológica:
No Concílio vaticano II reconhece-se a função salvífica do matrimónio e
apresenta-se como caminho normal de santificação, deixando-se cair
definitivamente a ideia do matrimónio como remédio para a
concupiscência. O matrimónio não é já visto a partir do pecado (receber a
ajuda de Deus para cumprir a missão de procriar, mas sem pecado), mas
fundamentalmente a partir da relação entre Cristo e a Igreja. O matrimónio
é apresentado positivamente como âmbito no qual o amor dos esposos se
torna manifestação simbólica do amor de Cristo pela Igreja.
O elemento essencial do matrimónio é o amor conjugal (dilectio, -onis).
Não o “amor” como conceito vago e indeterminado, mas amor-eleição
(dilectio), pelo qual “os cônjuges mutuamente se dão e recebem um ao
outro” (GS 48).
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O Sacramento do Matrimónio
Breve sistematização teológica:
A graça própria do sacramento do Matrimónio destina-se a aperfeiçoar o
amor dos cônjuges e a fortalecer a sua unidade indissolúvel. Por meio desta
graça, «eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade pela vida
conjugal e pela procriação e educação dos filhos» (LG 11)” (Catecismo
1641). O Matrimónio é verdadeiro caminho de santidade e santificação para
os esposos cristãos: são chamados a ser santos, não apesar de serem
casados, mas precisamente enquanto marido e esposa, pai e mãe.
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Orientações Bibliográficas
Carlos Cabecinhas, Teologia dos Sacramentos. Fundamentos e iniciação, Texto
para uso dos alunos da Licenciatura de Ciências Religiosas da Faculdade de
Teologia da Universidade Católica Portuguesa, ano letivo de 2011-2012.
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