Apostila Parasito

download Apostila Parasito

of 274

Transcript of Apostila Parasito

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA RS Centro de Cincias da Sade Departamento de Microbiologia e Parasitologia

Verso de

avaliao

Contato:[email protected] didtico 2 edio - 2007

Dra. Slvia Gonzalez Monteiro Professora de Parasitologia Veterinria

Verso de avaliao

Contato:[email protected]

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Cincias da Sade Departamento de Microbiologia e Parasitologia

Verso de

avaliao

Contato:[email protected] livro didtico tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinria no estudo dos parasitas dos animais domsticos.

Verso de avaliao

Contato:[email protected]

INDICE:

Contedo Programtico

Verso de

13 17 17 18 18 18 18 19 19 20 22 23 24 24 24 24 25 26 26 26 27 27 28 28 29 29 30

Conceitos em Parasitologia Tipos de Parasitos Tipos de Hospedeiros Tipos de Ciclo dos Parasitos Especificidade dos Parasitos

Ao do Parasito sobre o Hospedeiro Perodos de Parasitismo Classificao dos Seres Vivos

Regras Internacionais de Nomenclatura Zoolgica Filo Arthropoda Classe Arachnida Ordem Acari (Acarina) Subordem Mesostigmata Famlia Dermanyssidae o Gnero Dermanyssus

avaliao

Famlia Macronyssidae o Gnero Ornithonyssus

Famlia Laelapidae o

Gnero Laelaps

Contato:

Famlia Macrochelidae o Gnero Macrocheles

[email protected] Famlia Varroidae o Gnero Varroa Famlia Raillietidae o Gnero Raillietia Subordem Metastigmata (Carrapatos)

Famlia Ixodidae (carrapatos duros) o o o o Gnero Rhipicephalus Gnero Boophilus Gnero Amblyomma Gnero Anocentor

Verso de

30 33 35 37 38 38 39 40 41 42 43 44 45 45 45 46 46 47 47 48 48 54 54 54

Famlia Argasidae (carrapatos moles) o o o Gnero Argas Gnero Ornithodorus Gnero Otobius

Pster Carrapatos Subordem Astigmata (sarnas) Morfologia das Sarnas Famlia Sarcoptidae o o Gnero Sarcoptes Gnero Notoedres

avaliao

Famlia Cnemidocoptidae o Gnero Cnemidocoptes

Famlia Psoroptidae o o o Gnero Psoroptes Gnero Otodectes

Gnero Chorioptes

Contato:

Subordem Actinedida (Prostigmata) Famlia Cheyletidae o Gnero Cheyletiella

[email protected] Famlia Myobiidae o Gnero Myobia Famlia Demodecidae o Gnero Demodex Famlia Trombiculidae

54 54 55 55

57

o

Gnero Trombicula, Eutrombicula

Subordem Cryptostigmata Famlia Oribatidae Classe Insecta Classificao dos insetos

Verso de

57 58 58 59 64 65 66 67 67 68 68 68 69 69 69 70 70 70 72 73 74 76 77 77 78 78 79 79 79

Ordem Phthiraptera (Piolhos)

Subordem Amblycera (Antenas escondidas) o o o Gnero Menopon Gnero Menacanthus Gnero Heterodoxus

Subordem Ischnocera (Antenas livres) o o o o o Gnero Trichodectes Gnero Bovicola Gnero Felicola Gnero Goniodes Gnero Lipeurus

avaliao

Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores) o o o o Gnero Pediculus Gnero Pthirus Gnero Haematopinus Gnero Linognathus

Contato:

Pster Piolhos Ordem Hemiptera o Famlia Reduviidae (Barbeiros)

[email protected] Gnero Panstrongylus Gnero Triatoma Gnero Rhodnius o Famlia Cimicidae (Percevejos) Gnero Cimex

o

Gnero Ornithocoris

Ordem Siphonaptera (Pulgas) o o o o Gnero Tunga

Verso de

80 82 83 84 85 85 87 88 89 91 92 92 93 94 96 98 100 102 104 105 107 108 109 109 110

Gnero Ctenocephalides Gnero Pulex Gnero Xenopsylla

Pster Pulgas Ordem Diptera Classificao dos Diptera

Subordem Nematocera - Classificao Subordem Nematocera (Mosquitos) o o o o o Gnero Anopheles Gnero Aedes Gnero Culex Gnero Culicoides Gnero Lutzomyia

avaliao

Gnero Simulium Subordem Brachycera Tabanomorpha (Mutucas) o o Gnero Chrysops Gnero Tabanus

Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas) o o o Gnero Musca Gnero Fannia Gnero Stomoxys

Contato:

[email protected] Gnero Haematobia o o o o Gnero Cochliomyia Gnero Chrysomyia Gnero Phaenicia Gnero Sarcophaga

111 113 114 114

Gnero Oestrus Gnero Dermatobia o

Gnero Gasterophilus

Verso de

115 116 118 119 119 119 119 120 120 121 122 123 124 125 126 127 128 131 134 134 136 137 138 139 137 140 142 144 144

Seo Pupipara Famlia Hippoboscidae o o o o Gnero Hippobosca Gnero Pseudolinchia Gnero Lipoptena Gnero Melophagus

Filo Protozoa Chave de Classificao Filo Protozoa (Unicelulares) Subfilo Sarcomastigophora

avaliao

Classe Mastigophora Locomoo por Flagelos o o o o o Gnero Tritrichomonas Gnero Giardia Gnero Histomonas Gnero Trypanosoma Gnero Leishmania

Subfilo Apicomplexa Classe Sporoazida ou Coccidia o o o o o Gnero Eimeria

Contato:

Gnero Isospora Gnero Cryptosporidium Gnero Toxoplasma Gnero Cystoisospora Gnero Neospora

[email protected] o Gnero Hepatozoon Classe Piroplasmasida o Gnero Babesia

Ordem Rickettsias o o

Gnero Ehrlichia

Verso de

147 147 149 151 151 152 153 154 156 156 159 161 163 165 165 166 167 168 168 170 171 173

Gnero Anaplasma

Helmintologia (Metazorios) Filo Plathelmintos (Vermes Achatados) Classe Trematoda (Vermes em forma de folha) o o o o Gnero Fasciola Gnero Eurytrema Gnero Paramphistomum Gnero Schistosoma

Classe Cestoda (Vermes segmentados) o o o o o o o o o o Gnero Taenia

avaliao

Gnero Echinococcus Gnero Davainea Gnero Raillietina Gnero Dipylidium Gnero Amoebotaenia Gnero Anoplocephala Gnero Paranoplocephala Gnero Moniezia

Gnero Thysanosoma

Contato:

Filo Nemathelminto (Vermes redondos) Chave de Classificao Classe Nematoda Ordem Rhabditida o

174 176 176

[email protected] Strongyloides Ordem Oxyurida o Gnero Oxyuris Ordem Ascaridida o Gnero Heterakis

178 178 179 179

o o o o o o

Gnero Ascaridia Gnero Ascaris

Verso de

180 180 181 182 182 183 184 185 188 189 190 192 194 196 198 199 201 202 203 205 206 207 207 208 209

Gnero Parascaris Gnero Neoascaris Gnero Toxocara Gnero Toxascaris

Ordem Strongylida o o o o o o o o o o o o o o Gnero Strongylus Gnero Triodontophorus Gnero Syngamus Gnero Stephanurus

Gnero Oesophagostomum Gnero Ancylostoma Gnero Bunostomum Gnero Trichostrongylus Gnero Haemonchus Gnero Cooperia Gnero Ostertagia Gnero Hyostrongylus Gnero Dictyocaulus Gnero Nematodirus

avaliao

Contato:

Ordem Spirurida o o o o Gnero Habronema Gnero Draschia Gnero Dipetalonema Gnero Dirofilaria

[email protected] Ordem Enoplida o o Gnero Trichuris Gnero Capillaria

210 211 211 213

o

Gnero Dioctophyma

TCNICAS

Verso de

213 215 215 217 220 221 222 222 223 224 225 225 227 227 228 228 230 232 238 246 251 257 261 271

Coleta e montagem de endoparasitas Pesquisa de ectoparasitas Pesquisa e coletade caros produtores de sarna Tcnicas helmintolgicas Tcnica de Willis Tcnica de Hoffman Tcnica de Baermann Tcnica de Sedimentao pelo acetato de etila Tcnica de centrfugo-flutuao Tcnica de Mac Master Exame direto de fezes Coprocultura Esfregao direto de fezes Mtodo da gota espessa Frmulas Exame de fezes de co e gato Exame de fezes de ruminantes Exame de fezes de sunos

avaliao

Exame de fezes de equinos Exame de fezes de aves

Contato:

Diagnstico dos principias protozorios Principais artefatos encontrados em exame de fezes

[email protected]

13______________________________________________________________________________________________

CONTEDO PROGRAMTICO

Versolcool 70oC,

Os ectoparasitos devem ser entregues em identificados com nome do

Disciplina: Parasitologia Veterinria Curso: Medicina Veterinria Departamento: Microbiologia e Parasitologia Horas/aula: 90 Validade: a partir de 2002

espcime, data e local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em papel de seda lpis e imersa dentro do vidro onde est o parasito.

deecolgico,

Os endoparasitos devem ser fixados em RaillietHenry (cido actico+formol+gua),

EMENTA:

Estudo

morfolgico,

identificados com nome do espcime, data e local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em papel de seda a lpis e imersa dentro do vidro onde est o parasito.

biolgico e sistemtico dos principais parasitas dos animais domsticos. Estudo do controle e diagnstico.

OBJETIVOS:

Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina Veterinria: Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura,

avaliaoUNIDADE I dos animais diagnstico Conceito

PROGRAMA DA DISCIPLINA:

sinonmias, morfologia, fisiologia, localizao e hospedeiros domsticos. Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a epidemiologia e a importncia econmica dos parasitos dos animais domsticos. Aplicao das tcnicas de dos parasitos

INTRODUO A PARASITOLOGIA

Definio de Parasito Tipos de parasito Tipos de Hospedeiro Tipos de ciclos do parasito Especificidade dos Parasitos Ao do parasito sobre o hospedeiro Perodos de Parasitismo

parasitolgico para identificao dos parasitas dos animais domsticos.

MATERIAL PARA AULAS PRTICAS: Jaleco, Agulha histolgica, pina.

Contato:-Ordem e Classes. e/ou orais) e UNIDADE II

REGRAS INTERNACIONAIS DE NOMENCLATURA

-Classificao dos seres vivos AVALIAES: Os alunos sero avaliados atravs de duas provas (prticas, escritas -Classificao das Espcies, Gneros, Famlias,

apresentao de coleo de parasitas.

[email protected] ARTHROPODA 1.1-CLASSE ARACHNIDA 1.1.1-Ordem Acarina Subordem Mesostigmata

COLEO: A coleo composta por seis alunos.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

14______________________________________________________________________________________________

-Famlia Dermanyssidae -Famlia Macronyssidae -Famlia Laelapidae -Famlia Macrochelidae -Famlia Varroidae -Famlia Raillietidae

Verso de

- Famlia Pediculidae

1.2.2. Ordem Hemiptera a- Sub-Ordem Gymnocerata - Famlia Reduviidae - Famlia Cimicidae

Sub-Ordem Metastigmata - Famlia Ixodidae - Famlia Argasidae

1.2.3. Ordem Siphonaptera a- Sub-Ordem Fracticipta - Famlia Hystrichopsyllidae

Sub-Ordem Astigmata - Famlia Sarcoptidae - Famlia knemidocoptidae - Famlia Psoroptidae

b- Sub-Ordem Integricipta

avaliao- Famlia Pulicidae - Famlia Culicidae - Famlia Simulidae

- Famlia Hectopsyllidae

1.2.4. Ordem Diptera Sub-Ordem Prostigmata Famlias: - Demodecidae- Demodex - Myobiidae-CheyletidaeMyobia Cheyletiella a- Sub-Ordem Nematocera

- Famlia Ceratopogonidae

- Famlia Psychodidae

-Trombiculidae- Trombicula b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha Sub-Ordem Cryptostigmata - Famlia Oribatidae - Famlia Tabanidae

1.2.- CLASSE INSECTA 1.2.1. Ordem Phthiraptera a- Sub-Ordem Amblycera - Famlia Menoponidae - Famlia Boopidae

Contato:- Famlia Muscidae UNIDADE III Protozorios

c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha

- Famlia Calliphoridae - Famlia Sarcophagidae - Famlia Oestridae - Famlia Cuterebridae - Famlia Gasterophilidae - Famlia Hippoboscidae

b- Sub-Ordem Ischnocera - Famlia Trichodectidae - Famlia Philopteridae

[email protected]. Morfologia Geral Endamoebidae, Trichomonadidae

c- Sub-Ordem Anoplura - Famlia Haematopinidae

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

15______________________________________________________________________________________________

-

Hexamitidae, Mastigoamoebidae Trypanosomatidae Eimeridae Sarcocystidae Plasmodidae, Haemoproteidae, Hepatozoidae Babesiidae, Theileridae

Verso- Trichuriidae AULAS PRTICAS - Coleta e conservao de Artrpodes

Anaplasmataceae e Rickettsiaceae

de

- Mallophaga e Anoplura - Diptera - Culicidae,Ceratopogonidae, Simulidae Psychodidae e

UNIDADE IV Trematoda Conceito. Morfologia Geral Fasciolidae, Dicrocoelidae Paramphistomatidae Schistosomatidae

- Brachycera e Muscidae - Calliphoridae, Sarcophagidae, Oestridae,

Cuterebridae, Gasterophilidae - Acari, Gamasida e Oribatida - Ixodida e Acaridida

avaliao

- Coleta e conservao de Helmintos - Tcnicas de exame de fezes - Morfologia de ovos e oocistos

Tcnicas de exames de fezes

UNIDADE V Cestoda - Conceito. Morfologia Geral - Taeniidae. - Davaineidae, Hymenolepidae - Dilepididae, Anoplocephalidae.

- Diagnstico de Hemoparasitos - Identificao de larvas de Trichostrongylidae - Morfologia de Nematdeos - Morfologia de Cestdeos - Morfologia de Trematdeos - Morfologia de Protozorios

UNIDADE VI Nematoda - Conceito. Morfologia Geral - Rhabditidae, Strongyloididae - Oxyuridae - Ascaridae, Subuluridae, Heterakidae - Ancylostomatidae, Syngamidae, - Stephanuridae.

BIBLIOGRAFIA

Contato:228 p.

BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades Parasitarias de los animales domsticos em la amrica latina. Editorial Germinal, Santiago do Chile. 1a edio. 247 p.

CARRERA, M. 1991. Insetos de Interesse Mdico-Veterinrio. Editora UFPR. 1a edio

- Trichostrongylidae.

- Protostrongylidae, Dioctophymatidae. - Spiruridae, Ascaropidae. - Physalopteridae. - Acuriidae, Tetrameridae, Thelazidae. - Dipetalonematidae, Filariidae,

[email protected], 2 e 4. Ed. ENA/UFRRJ.

COSTA LIMA, A 1960. Insetos do Brasil vols.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

16______________________________________________________________________________________________

FLECHTMANN, C. H. W. 1975. Elementos de Acarologia. Editora Nobel. 344p.

Verso380 p.

REY. L. 2002. Bases da Parasitologia Mdica. Editora Guanabara-Koogan. Segunda edio.

FORATINI, O. P. 1973. Entomologia Mdica. Volume 1-4 1a edio Universidade de So Paulo, 535 p. SLOSS, M. W. 1999. Parasitologia clnica veterinria. 60edio. Editora Manole. 208 p.

FORTES, E. 1987. Parasitologia Veterinria Editora Sulina 453 p.

de

SOULSBY, E. J. L. 1977. Helminths, Arthropods & Protozoa of Domestic Animals. 6aed. Lea &

Febiger 824 p. FREITAS, M. G. et al 1982. Manual de Acarologia Mdica e Veterinria 6a edio UFMG, 252 p. URQUART,G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.; DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W. 1998. edio.

GEORGI,

J.R.

Parasitologia

avaliaoParasitologia veterinria.

Veterinria.

Segunda

Editora Guanabara koogan. 273 p.

Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. E-mail: [email protected] HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. Entomology in Human and Animal Health, 548 p HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnstico de Parasitismo Veterinrio. Editora Sulina. 156 p. Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia E-mail laboratrio:[email protected]

NEVES, J. 1983. Diagnstico e Tratamento das Doenas Infecciosas e Parasitrias. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p.

PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Mdica 10a edio Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 851 p.

Contato:

PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse Mdico Veterinrio. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 375 p.

[email protected]

REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

17______________________________________________________________________________________________

CAPTULO I

VersoClassificao Conceitos eutilizado para endoparasitos (pode ocorrer

____________________________________________________________________________________

I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA

1) PARASITO:

Origem grega significa ser que se alimenta de outro (hospedeiro). Indivduo que necessita outro ser para ter

de

infeco sem haver manifestao de doena).

5) INFESTAO: o estado ou condio de ser infestado, restrito presena de parasitas externos.Termo utilizado para ectoparasitos.

abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a espcie. A relao parasita - hospedeiro muito importante, por exemplo: Acantocfalos e

cestides:

avaliaotm uma 1) OBRIGATRIO: 2) FACULTATIVO:

II - TIPOS DE PARASITOS:

dependncia de 100 % do hospedeiro, pois necessitam deles para sua nutrio. - Nematides: tm uma dependncia menor, pois possuem tubo digestivo e obtm seu O2 no prprio habitat.

Aquele que precisa de um hospedeiro para sobreviver. Ex: Toxoplasma.

Aquele que pode ou no viver parasitando, ou 2) ENDOPARASITOS: So aqueles que tm contato profundo com tecidos e rgos dos hospedeiros. Ex: helmintos e protozorios. seja tm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae (As moscas so atradas pelo exsudato das leses, botam ovos, eclodem as larvas que se alimentam do tecido necrosado. Normalmente

3) ECTOPARASITOS:

So aqueles que tm contato com a pele dos

hospedeiros. Ex: artrpodes (caros e insetos) como berne, carrapatos, pulgas.

Contato:putrefao. 3) ACIDENTAL: Acidentalmente 4) TEMPORRIO: Procura o

essas larvas so encontradas em animais em

entra

em

contato

com

o

hospedeiro porm no evolui nele. Aquele que 4) INFECO: Invaso de um hospedeiro por organismos vai a outro lugar que no o ideal e fica por acaso. Ex.: Dipylidium.

(vrus, bactrias, protozorios, helmintos).Termo

[email protected] somente para se alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

18______________________________________________________________________________________________

5) PERMANENTE:

Permanece no hospedeiro em todas suas fases. Ex.: sarnas.

Versoovo larva.

berne ovipe na mosca de estbulo e passa de

IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 6) PERIDICO: Apenas em uma determinada fase de sua vida

parasito. Aquele que parasita por tempo determinado. Ex: carrapato, berne, miase.

de

1) MONOXENO: Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem necessitar de HI. Ex: Haemonchus.

III - TIPOS DE HOSPEDEIROS

2) HETEROXENO: Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex:

1) DEFINITIVO (HD): aquele onde o parasito encontrado na sua forma adulta. Em protozorios, ele se encontra na fase sexuada.

Ciclo de Dipylidium, Fasciola.

avaliao1) ESTENOXENOS: (HI do 2) EURIXENOS:

V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS

2) INTERMEDIRIO (HI): aquele onde se encontra a forma imatura do parasito. Em protozorios, ele se encontra na fase assexuada. Ex: Anopheles

Quando so muito especficos, s aceitam aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium .

Plasmodium).

Quando so pouco especficos, tendo uma variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma .

3) PARATNICO: Hospedeiro de transporte. aquele que alberga o parasito. quase indispensvel, entra no ciclo por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas). VI AO DO PARASITO SOBRE O

HOSPEDEIRO

Contato:orgos.

1) AO MECNICA: A) Obstruo: como a de Ascaris, formam

4) VETOR: Usado para Artrpodes. Podem ser: - Mecnico:

bolos de vermes no intestino e o obstruem.

B) Compresso: como a do cisto hidtico, que conforme vai crescendo vai comprimindo os

Mero transportador. Ex: o caro Macrocheles usa o besouro para se transportar. - Biolgico: como um HI, pois vai haver um

[email protected]) AO ESPOLIADORA: Ex: Haemonchus.

Seqestram nutrientes e fluidos do hospedeiro.

desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

19______________________________________________________________________________________________

3) AO INFLAMATRIA/ IRRITANTE:

Penetrao ativa de larvas na pele. Ex: Strongyloides papillosus.

Verso deDIVISES:

CLASSIFICAO ARTIFICIAL: Apoia-se em caracteres de certos rgos estudados pelo especialista e por ele escolhidos

4) AO DE TRANSMISSO: Transmitem agentes patognicos. Ex: Carrapato transmitindo Babesia.

arbitrariamente.

VII - PERODOS DE PARASITISMO

ESPCIE - a reunio de indivduos que possuem caractersticas semelhantes e que ao

1) PERODO PR-PATENTE (PPP): Do momento da infeco at a maturidade sexual.

reproduzirem-se transmitem a sua descendncia esses mesmos caracteres, dando origem assim a novos indivduos igualmente semelhantes. A espcie distingue-se pelos seus caracteres prprios, porm podem possuir certo nmero de caracteres comuns com outros organismos que lhes so vizinhos. Descendncia comum: Graus de variao quase que imperceptveis; at em indivduos da mesma gerao, h grande

2) PERODO PATENTE (PP):

avaliaosemelhana entre

Da fase adulta at a fase de fim da vida dos parasitos ou fim da infeco. Em protozorios, a fase de reproduo sexuada.

CLASSIFICAO DOS SERES VIVOS

eles.

Cada

grupo

de

indivduos representante da unidade zoolgica -NECESSIDADE: Distribuio dos seres em grupos formados segundo as afinidades mais ou menos ntimas e que paream evidentes para o especialista. constitui uma espcie. So to semelhantes entre si como os descendentes de um s indivduo, tendo traos comuns a todos eles e que so denominados de caracteres

CLASSIFICAO NATURAL:

Apoia-se em dados filogenticos (estuda a evoluo de um grupo ou espcie de plantas ou animais, estudo da evoluo das espcies), ontognicos (estudo desde da o origem nascimento e at

Contato:especficos. vivem.

VARIEDADE E RAA:

Na mesma espcie podem ocorrer um ou mais grupos com uma ou vrias pequenas diferenas da forma especfica tpica, e que se perpetuam na gerao. Este grupo ou grupos recebem o nome de variedade ou raa.

desenvolvimento

adulto) e biogeografia procurando evidenciar as diferenas e as relaes de parentesco entre os

[email protected]:

Pode desaparecer ao modificar o meio em que

pontos extremos da rvore genealgica dos seres vivos e que representam as espcies atuais conhecidas. Desta forma procura-se esclarecer a histria da evoluo destes seres.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

20______________________________________________________________________________________________

Formas

intermedirias

entre

variedade. Grupo de indivduos que apresenta dentro da espcie alguma caracterstica

Versoespcie e

Ramo ou Filo Conjunto de Classes. Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino

animal ou ao Reino vegetal.

particular que se transmite por herana. Ex: Felis catus domesticus. TERMOS INTERMEDIRIOS:

GNERO:

A reunio de espcies chama-se de GNERO.

de

H

necessidade,

em

diversos

casos,

de

fazermos grupamentos intermedirios entre os diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou conforme o grupamento situar-se

Muitos gneros, alm dos caracteres que lhes so peculiares, apresentam (em comum com outros gneros) certo nmero de caracteres tambm semelhantes, e a reunio desses grupos todos constituem um conjunto mais vasto que se denomina FAMLIA.

super

respectivamente abaixo ou acima de um certo grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO subfilo, CLASSE sub-classe. ORDEM sub-ordem super-famlia FAMLIA sub-famlia Tribu. GNERO sub-gnero ESPCIE subespcie variedade.

Grupos de espcies consideradas prximas

avaliaoem poucos intermedirios de Cdigo que visa designao

entre si pela comunidade de certos caracteres denominados genricos, recebendo cada grupo o nome de gnero (genus). A validade dos caracteres genricos apoiados

REGRAS INTERNACIONAIS DE NOMENCLATURA ZOOLGICA

caracteres podem carecer de base, pois a descoberta de grupos impedir confuses dos na

espcies nas quais estes aspectos apresentam grande gama de variao, levam o especialista a agrupar vrios gneros sob uma designao nica.

cientfica

animais

uniformizando-a. Tem como ponto de partida a classificao de Linnaeus 1758.

GRUPOS SUPERIORES AO GNERO:

Famlia Terminam sempre em idae. Conjunto de gneros que mantm entre si grandes afinidades, oferecendo certo nmero de traos comuns. No caso da existncia de famlias tambm com certo nmero de caractersticas comuns com outras famlias, sua reunio vai se constituir numa ORDEM.

Contato:fsseis. A Necator Strongyloidea (Classe).

Nomenclatura Zoolgica o sistema de nomes cientficos aplicados aos animais vivos ou nomenclatura zoolgica

independente de outros sistemas.

Uma s palavra (uninominal): O nome de um grupo superior espcie. Ex: (gnero), Ancylostomidae (famlia),

[email protected](superfamlia), Duas palavras (binominal):

Nematoda

Ordem Conjunto de Famlias. As diversas ORDENS do mesmo modo podem reunir-se formando uma CLASSE. Classe Conjunto de Ordens.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

21______________________________________________________________________________________________

O nome de espcie. Ex: Necator americanus, Ancylostoma caninum.

Verso de

Trs palavras (trinominal): O nome de subespcie. Ex: Hymenolepis nana fraterna, Trypanosoma vivax vienes.

Parnteses:

O nome de um subgnero escrito dentro de parnteses, entre o nome genrico e o nome especfico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, Oesophagostomum (Bovicola) radiatum.

A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada;

se for uma combinao arbitrria de letras deve ser formado de modo a ser tratado como palavra latina.

avaliao

O nome genrico (gnero) deve ser empregado como substantivo no nominativo singular e sempre escrito com a primeira letra maiscula. Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi.

O nome especfico (espcie) deve ser sempre escrito em letra minscula. Um nome especfico dedicado a uma mulher deve terminar em ae e se for para homem em i. Ex: cuvieri ruthae.

Contato:

-O nome de uma sub-famlia formado acrescentando-se inae. Ex: Culicinae

-O nome de famlia formado acrescentando-se idae. Ex: Eimeriidae

[email protected]

-O nome de uma superfamlia deve ter a terminao oidea. Ex: Strongyloidea

-Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

22______________________________________________________________________________________________

CAPTULO II

Verso de

Artrpodes

____________________________________________________________________________________

FILO ARTHROPODA (ARTHRON= ARTICULAO, E PODOS=PS)

- Tubo digestivo completo. CARACTERSTICAS: - Apndices articulados. - Simetria bilateral. - Corpo - Cabea, geralmente trax e segmentado abdmen (somitos, metmeros) e articulado exteriormente. (insetos) ou fusionados (caros). - Exoesqueleto endurecido (quitina). - Fazem mudas. - Sistema circulatrio aberto (a hemolinfa no est contida em vasos, transparente, contm hemcitos e circula entre os rgos).

avaliao- Respirao pulmes. por diferenciados - Fecundao interna. plos sensitivos.

traquias,

brnquias

e/ou

- Presena de rgos de sentido como antenas, - Reproduo sexuada.

CLASSES DE IMPORTNCIA MDICA VETERINRI A:

Classes Exemplos Regies do corpo Peas bucais N de Antenas Pares de patas Ciclo evolutivoo

ARACHNIDA Aranha, carrapato e sarna. Cefalotrax, abdmen Quelceras, palpos ceros 4 pares patas Direto, exceto acarinos

INSECTA escorpio, Piolho, mosquito. Cabea, trax, abdmen Labro, maxilas e lbio Dceros 3 pares patas indireto pulga,

PENTASTOMIDA mosca, Linguatul deos. Corpo lanceolado

Contato:

mandbulas, Dois pares de ganchos ceros podes Indireto

[email protected]_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria Profa Silvia Gonzalez Monteiro

______________________________________________________________________________________________ 23

CLASSE ARACHNIDA Ordem Acarina (Acari)

de

MESOSTIGMATA (sem dentes no hipostmio)

METASTIGMATA (Estigma entre o 3 e 4 par de patas ou atrs do 4 par dentes recurrentes)o o o

PROSTIGMATA (estigma situado anteriormente)

ASTIGMATA (sem estigma respiratrio)

ORIBATIDA Cryptostigmata (respirao cutnea)

de patas e hipostmio com

avaliaoDemodecidae- Demodex Sarcoptidae MyobiidaeNotoedr es Sarcoptes Otobius Myobia Knemidocoptidae- Knemidocoptes PsoroptidaeCheyletidae - Cheyletiella Psoroptes Otodectes Chorioptes Trombiculidae- Trombicula (s a larva parasita, com 3 pares de patas)

Dermanyssidae -Dermanyssus Macronyssidae- Ornythonissus LaelapidaeVarroidae-

Argas Argasidae- Ornithodorus

Oribatuloidea

Laelaps Ixodidae- Rhipicephalus Varroa Boophilus Amblyomma

Macrochelidae - Macrocheles Railletidae-

Anocentor

Railletia

Contato:

Myocoptidae-

Myocoptes

AnalgidaeAcaridae -

Megninia

caros da poeira

__________________________________________ ___________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

[email protected]

24caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

PARTE IFILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA

Verso de

MesostigmataGNERO: DermanyssusESPCIE: Dermanyssus gallinae

____________________________________________________________________________________

ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERSTICAS: - caros de pequeno porte. - Quelceras modificadas e palpos curtos. - Cefalotrax e abdmen fusionados. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Larvas com trs pares de patas.

CARACTERSTICAS: - Escudo dorsal redondo. - Quelceras (bifurcao). - Todas as patas com garras e carnculas. - Escudos truncados posteriormente. - Chamado vulgarmente de piolhinho, caro vermelho das aves). que terminam em quelas

- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respirao cutnea ou traqueal.

avaliaoHOSPEDEIROS: Parasita de

- Passa a maior parte do tempo fora do hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no

SUBORDEM MESOSTIGMATA (Gamasida) (meso - mediano; stigmata - espirculo)

hospedeiro, preferem a regio da cloaca. - Especificidade baixa e ciclo rpido (45 dias).

CARACTERSTICAS: - Um par de estigmas respiratrios ao nvel da coxa II e III abrindo-se em peritremas alongados. - Presena de escudo dorsal. - Hipostmio desprovido de dentes recurrentes.

galinhas

e

outras

aves

(principalmente canrios).

CICLO:

- Podem ser de vida livre ou parasitas internos (vias respiratrias) ou externos de rpteis, aves e mamferos. - Podem ser vetores de agentes patognicos, provocar reaes cutneas e alguns podem causar anemia.

Contato:

- Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa adultos

[email protected] 1. Viso dorsal do caro das aves, Dermanyssus sp.

FAMLIA DERMANYSSIDAE

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

25caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

Verso de

desenvolvimento das aves jovens.

- Pode atacar o homem causando dermatites. - Podem ser vetores de agentes patognicos (vrus, bactrias). - A anemia pode levar a morte dos animais.

- CONTROLE: - Remoo dos ninhos das aves. - Limpeza dos galinheiros, gaiolas. - Aplicao de acaricidas nas paredes e pisos das instalaes. - Higiene e isolamento das aves parasitadas.

Figura 2. Dermanyssus sp. montado em lmina

avaliaode sangue no ESPCIES:

- Aquisio de aves livres de caros.

FAMLIA MACRONYSSIDAE

A fmea desse caro inicia a postura 12 a 24 horas aps se alimentar

GNERO OrnithonyssusOrnithonyssus bursa, Ornithonyssus sylviarum

hospedeiro. Ovos so depositados em fendas ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos das galinhas ou de outras aves. As fmeas fazem vrias posturas sucessivas, sendo cada postura precedida de uma alimentao de sangue. 48 a 72 horas aps a postura h a

CARACTERSTICAS: - Escudo dorsal pontiagudo. - Quelceras finas e longas. - Especificidade baixa e ciclo rpido. - Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. - Hematfago. - Fora do hospedeiro pode sobreviver at dois meses sem alimentao.

ecloso das larvas (estas no se alimentam) e em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 horas passam a deutoninfa (estas se alimentam) e em mais 24 a 48 horas passam a adultos.

O ciclo todo pode ser completado em 7 dias.

Contato:e frestas dos ave. HOSPEDEIROS:

Adultos podem sobreviver at 4 a 5 meses no ambiente sem alimentao. O hbito alimentar noturno. De dia so encontrados galinheiros. nos ninhos

- Localizao preferida na cloaca que fica com aparncia de suja (escura), mas em grandes infestaes encontrado em todo o corpo da

[email protected]) e silvestres (pombos, pardais). irritao, anemia, influencia no ESPCIE: Ornithonyssus bacoti

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: - Provoca diminuio da postura, perda de peso,

Galinhas e outras aves domsticas (perus,

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

26caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

CARACTERSTICAS:

Verso deechidninus

animais devem ser tratados com acaricidas.

- Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar ratos brancos e camundongos, pois podem entrar em laboratrios.

FAMLIA LAELAPIDAE

GNERO LaelapsESPCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps

CICLO:

As fmeas fazem a postura sobre o hospedeiro ou nos ninhos, sendo grande o nmero de ovos

- O 1o par de patas em forma de S e projetase anteriormente. - Placa genito-ventral ou placa epiginial em forma de gota e escavada posteriormente. - Presena de cerdas no corpo. - Placa dorsal no dividida e cobre quase todo o dorso.

nas plumas das aves - As larvas eclodem em cerca de trs dias (no se alimentam) - em 17 horas passam a protoninfas que se alimentam mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a 2 dias adultos.

Ciclo pode ser completado em 7 dias.

avaliao

Contato:HOSPEDEIROS: Ratos Figura 3. Ornithonyssus adulto. IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: CICLO: Mesmo do gnero Dermanyssus.

Figura 4. caro Laelaps sp.

[email protected] mais 5 a 6 dias a adultos. Habitam os ninhos dos ratos.

So ovovivparos. A fmea d nascimento a larvas que no se alimentam aps 10 a 12 horas da fecundao - em 3 a 8 dias passam a protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e

CONTROLE: Mesmo do gnero Dermanyssus, porm os

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

27caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA:

VersoCICLO: ao

HOSPEDEIROS: Moscas (principalmente Musca domestica) e outros insetos.

Tem importncia em animais de laboratrio. O Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de um protozorio (Hepatozoon muris) que se aloja no fgado dos ratos. Os caros adquirem o protozorio

de

As fmeas deste caro utilizam-se das moscas e outros insetos para disperso e efetuam a postura nos locais de criao de mosca (fezes). As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam 3 pares de patas e no se alimentam. Em 6 a 11 horas mudam para protoninfas, em 13 a 24 horas para deutoninfas e levam quase 24 horas

parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o caro adquire a infeco. O Echinolaelaps pode provocar dermatite no homem.

CONTROLE:

Limpeza das gaiolas, esteriliz-las com calor, vapor, acaricidas. Aplicao de acaricida nos ratos.

avaliao

da fase de deutoninfa adultos.

FAMLIA MACROCHELIDAE

GNERO MacrochelesESPCIE Macrocheles muscaedomesticae

CARACTERSTICAS: - Quelceras queladas fortemente. - Placa dorsal nica. - Primeiro par de patas mais fino, mais longo e sem carnculas e garras que os demais. - Escudo ventral e genital separados. Figura 5. caro Macrocheles sp.

Contato:de moscas e

- Encontra-se em fezes de ruminantes, eqinos e aves de postura. - Alimentam-se nematides. de larvas

- Funciona como controle biolgico dos outros,

pois os insetos carregam agentes patognicos (bactrias). - Parasita outros artrpodes.

[email protected] 6. caro Macrocheles parasitando Musca domestica.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

28caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

O ciclo completado em 2 a 3 dias.

Enquanto a mosca completa 1 gerao o caro completa 3 geraes.

Verso- Escudos quitinizados

CARACTERSTICAS: desenvolvidos (ex: escudo e bastante ou

metapodal

As fmeas podem ficar ovipositando por at 24 dias e cada uma coloca um total de 90 ovos.

metapodossomal). - Patas bem desenvolvidas com ventosas.

IMPORTNCIA:o

- Os adultos so predadores dos ovos e larvas de 1

de

- Corpo mais largo do que longo. - A larva da abelha morre ou tem disfuno de alguma estrutura devido alimentao do caro com hemolinfa.

nstar de moscas, enquanto que as

ninfas alimentam-se mais comumente de nematides biolgico. - problemtico em insetos promovendo um controle

laboratrio.

avaliaocriados em em laboratrios, mata tambm os

CONTROLE: - Por ser um problema

recomenda-se o uso de telas nas janelas e portas para impedir o acesso de moscas, j que estas podem estar dispersando os caros. - Pulverizar as fezes para controlar as larvas (no ideal porque

predadores e passada a ao do inseticida h uma superpopulao de larvas) e pulverizar o ambiente (instalaes).

CONTROLE BIOLGICO:

complicado por requerer ambiente mido,

Contato:Figura 7. Viso ventral (acima) e dorsal de Varroa jacobsoni. HOSPEDEIROS: Abelhas.

porm no fludo e no se alimentam de larvas de 2o e 3o nstar, consomem em mdia dez presas por dia, no so muito longevos (a fmea vive em mdia trs semanas).

FAMLIA VARROIDAE

[email protected]: Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a

GNERO VarroaESPCIE Varroa jacobsoni

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

29caros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________

preferncia desse caro por zanges, pois estes

tm livre acesso a outras colmias, levando a disperso do caro.

Versoem apirios,

ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas no meio ambiente. As fmeas do nascimento as larvas (ovovivparas) que no se alimentam. Esse caro provoca escarificao da pele do

IMPORTNCIA: Ocorrem grandes prejuzos

animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o

principalmente em regies frias pelo estresse, o caro parasita principalmente larvas e pupas, o

de

que leva a uma otite bacteriana subclnica (facilita a penetrao das bactrias). Os

zebunos so mais sensveis a esse caro do que o gado europeu, e a presena do caro no ouvido comum nos animais (20-40 caros por

que causa m formao dos insetos ou morte. Quando os insetos adultos so parasitados eles tem diminuio na sua

ouvido).

produo e no caso de zanges h o perigo do caro alastrar-se para outras colmias

Os prejuzos maiores so em colmias puras onde os insetos so mais sensveis (Europa, EUA), no Brasil com os cruzamentos das espcies melferas, estas adquirem maior resistncia a esse caro.

avaliaopara bactrias e bacterianas. CONTROLE: otite.

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: Tem importncia apenas como porta de entrada conseqentemente otites

Limpeza e aplicao de acaricida no conduto FAMLIA RAILLIETIDAE auditivo, pois a presena do caro pode levar a

GNERO RaillietiaCARACTERSTICAS: - Parasita o conduto auditivo externo. - Escudo dorsal sem forma. - Presena de placa anal.

ESPCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia auris, Raillietia caprae.

Contato:

HOSPEDEIROS: Raillietia flecthmanni - bfalos e bovinos Raillietia auris - bovinos

Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos

[email protected]

CICLO: As fmeas, machos e larvas localizam-se no_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

30Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

PARTE IIFILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA

Verso de

Carrapatos

____________________________________________________________________________________

ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERSTICAS: - caros de pequeno porte. - Quelceras modificadas e palpos curtos. - Cefalotrax e abdmen fusionados. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Larvas com trs pares de patas.

- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respirao cutnea ou traqueal.

avaliao

Figura 9. Telegina de carrapato.

- Fmeas com rea porosa na base do captulo. - Hipostmio com dentes recurrentes.

SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos) (meta - atrs; stigmata - espirculo)

- Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a face dorsal no macho e somente 1/3 face dorsal da fmea, ninfa e larva.

FAMLIA IXODIDAE

- Podem ser vetores de agentes patognicos, provocarem reaes cutneas e causarem anemia. - Dimorfismo sexual ntido. - Ciclo: ovo - larva - ninfa adultos.

Contato:Escudo Figura 8. Escudo incompleto na fmea e completo no macho de Ixodidae. CARACTERSTICAS: - Possuem um par de estigmas respiratrios ao nvel da coxa IV abrindo-se em peritremas curtos.

CICLO GERAL DOS IXODDEOS: As fmeas aps se destacarem dos hospedeiros procuram um abrigo prximo ao solo, onde pem grande quantidade de ovos. O perodo de ovipostura de vrios dias.

[email protected] prolongam os estdios desenvolvimento.

Terminada a oviposio as fmeas morrem.

Os ovos so castanhos, esfricos e pequenos. O desenvolvimento do ovo at adulto depende muito das condies de temperatura. As baixas de

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

31Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

Versocutcula,

alguns dias, a larva sofre muda da cutcula e se transforma em ninfa. Esta que octpoda espera alguns dias para o enrijecimento da ingurgita-se de sangue e muda

novamente de cutcula para se transformar em

deFigura 10. Postura de Ixodidae. Durante o desenvolvimento os ixoddeos passam pelos estdios de larva hexpoda, ninfa octpoda e adulto. Larvas eclodidas sobem pelas gramneas e arbustos e esperam a passagem do hospedeiro para os quais se transferem. Aps sugar o sangue dos hospedeiros durante

adultos (macho ou fmea). As fmeas repletas de sangue se desprendem do hospedeiro e no solo aps um perodo de descanso, iniciam a ovipostura. Os machos permanecem mais tempo no

hospedeiro. A cpula usualmente ocorre sobre o hospedeiro.

avaliao

CLASSIFICAO DO CICLO DE ACORDO COM O NMERO DE HOSPEDEIROS: 1- Monoxeno - Carrapato de um s hospedeiro

quando todos os trs estdios (larva, ninfa e adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro,

Contato:[email protected] 11. Ciclo de Boophilus microplus._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

32Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

onde tambm realizam as mudas.

Versosegundo

3- Trioxeno Carrapato de trs hospedeiros

2- Dioxeno Carrapato de dois hospedeiros Os estdios de larva e ninfa so no mesmo hospedeiro, onde tambm realizada a primeira ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o ixoddeo hospedeiro. adulto procura um

Para cada estdio h um hospedeiro, todas as mudas so feitas fora do hospedeiro.

de

avaliao

Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno.

Amblyomma (Trioxeno)

Contato:

1- Larvas se alimentam no animal e ingurgitam. 2- Larva muda para ninfa no solo. 3- Ninfa se alimenta, ingurgita e deixa o animal. 4- Ninfa muda para macho ou

[email protected] 5- Machos e fmeas copulam e se alimentam no animal. 6- Fmea vai ao solo fazer postura.

Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

33Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

Chave para identificao dos gneros da famlia Ixodidae encontrados no Brasil 1- Escudo sem ornamentao Escudo com ornamentao 2- Olhos ausentes Olhos presentes 3- Festes ausentes e sulco anal anterior ao nus 2 4 3 4

Verso de

Ixodes

Festes presentes, sulco anal posterior ao nus, segundo artculo dos palpos angular Haemaphysalis lateralmente 4- Festes presentes Festes ausentes 5- Com 11 festes e olhos presentes Com 7 festes e olhos presentes

5 6 Amblyomma Anocentor

Festes presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentao, coxa I Rhipicephalus com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas)

6- Sulco ps-anal ausente nas fmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois Boophilus espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas

avaliao

OBS: Larvas Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. Ninfas Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. Fmeas Possuem 4 pares de patas e aparelho genital. Machos- Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital.

GNERO: RhipicephalusCARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Palpos e rostro curtos.

- Base do gnatossoma geralmente hexagonal.

Contato:Placas adanais

Base do captulo hexagonal

[email protected] 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus. Figura 15. Macho de Rhipicephalus sanguineus._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

34Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

- Escudo sem ornamentao; olhos e festes presentes, coxa I bfida.

Verso detrs Figura 16. Co parasitado por Rhipicephalus sanguineus. As fmeas pem de 2000 a 3000 ovos em toda sua vida.

- Machos com um par de placas adanais desenvolvidas e um par rudimentar. - Peritremas em forma de vrgula acentuados no macho e pouco acentuados na fmea.

ESPCIE: Rhipicephalus sanguineus

HOSPEDEIROS: - Parasita de ces, mas pode parasitar tambm gato e carnvoros silvestres.

CICLO:

um

carrapato

hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno),

pois todas as mudas so feitas fora dos hospedeiros.

avaliaoque exige PARMETROS BIOLGICOS DIAS 3 17-60 2-7 5-23 4-9

PERODO Pr- postura Incubao Suco da larva Muda da larva Suco da ninfa Muda da ninfa Suco da fmea

Contato:11-73 6-30 Altas infestaes provocam desde leves irritaes at anemia por ao espoliadora. O carrapato pode atacar qualquer regio do corpo, porm mais freqente nos membros anteriores e nas orelhas. considerado o principal transmissor da babesiose canina; a

SOBREVIVNCIA As larvas no alimentadas podem sobreviver at oito meses e meio.

As ninfas seis meses.

Adultos at 19 meses.

[email protected] pode ser transovariana

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: Este carrapato comum em ces.

ou

transestadial, pode tambm transmitir vrus e

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

35Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

bactrias. Pode atacar o homem causando dermatites.

Verso deFigura 18. Macho de Boophilus microplus. - Festes ausentes. - Peritremas arredondados ou ovais. - Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas e geralmente com

CONTROLE: -Aplicao de banhos carrapaticidas nos ces, repetindo-se o tratamento duas ou trs vezes com intervalos de 14 dias. -Limpeza dos canis.

-Aplicao de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalaes. -Higiene e isolamento dos ces.

GNERO Rhipicephalus

Boophilus

avaliaoouESPCIE microplus HOSPEDEIROS:

Atualmente, aps sequenciamento gentico o gnero Boophilus passou a ser subgnero de Rhipicephalus, passando ento a se chamar Rhipicephalus (Boophilus) microplus.

prolongamento caudal.

Rhipicephalus

(Boophilus)

Bovdeos, pode ser encontrado em outros hospedeiros domsticos e silvestres.

Contato:CICLO: As Figura 17. Gnatossoma de Rhipicephalus (Boophilus) microplus fmeas e teleginas) CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos lateral e dorsalmente. - Base do gnatossoma hexagonal. - Escudo sem ornamentao. - Olhos presentes.

O R.(B.) microplus um carrapato de um s

hospedeiro (monoxeno). ingurgitadas prestes a (denominadas darem incio a

ovoposio desprendem-se naturalmente do hospedeiro e no solo procuram um lugar apropriado para a ovipostura.

[email protected] ovoposio a fmea morre.

A oviposio pode durar vrios dias. As teleginas realizam a postura de 3000 a 4000 ovos que permanecem aglutinados. Terminada

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

36Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

A durao do ciclo no parasitrio varia muito dependendo das condies climticas, sendo 270

Versocalagem e picada do

*NAS PASTAGENS:

a)Limpeza das pastagens Mudana de vegetao atravs de drenagem, gradagem do solo diminui

C e 80% umidade as condies ideais para o

desenvolvimento do ciclo.

consideravelmente a quantidade de larvas na

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA: 1Dano direto causado pela

de

pastagem. A limpeza, com corte de pastos, de arbustos (abrigos naturais das larvas) contribui para diminuio da infestao dos rebanhos.

carrapato, com irritao local e perda de sangue -A picada do carrapato provoca irritao e predispe o animal a ataques de moscas miases. -A pele irritada serve de via de acesso para infeces secundrias.

b)Rotao das pastagens Consiste na mudana dos rebanhos para novas

-Cada fmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de

avaliao

pastagens em pocas estratgicas, de acordo com a biologia do carrapato. A pastagem deve permanecer em descanso por determinado tempo at que as larvas morram por falta de alimentao.

sangue, o que provoca anemia e perda na produtividade de carne e leite. -Desvio de energia: H um enorme esforo do animal para compensar os danos causados pelo carrapato o que representa um desvio de energia que seria convertida para produo. -Desvalorizao dos couros e diminuio na produo das vacas leiteiras.

c)Queima das pastagens um mtodo bastante utilizado no Brasil, porm pouco eficaz, pois algumas larvas no morrem porque penetram no solo ou nas partes mais profundas da vegetao.

2- Inoculao de toxinas -Durante a suco eles injetam substncias txicas prejudiciais a sade dos bovinos.

d)Tratamento

das

pastagens

com

-As picadas podem produzir uma paralisia que se inicia nos membros anteriores e em poucos dias atinge todos os rgos. No se tem notcia disso no Brasil.

Contato:carrapaticida onerosa.

No compensa, uma operao difcil e

*CONTROLE NO HOSPEDEIRO a)Banho de Imerso o mtodo preferido h vrios anos.

3- Transmisso de doenas

-Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes causadores da tristeza parasitria bovina. -Pode transmitir tambm viroses e bactrias.

[email protected] produtos qumicos alto. b)Asperso ou spray

Utilizado para propriedades com grande nmero de animais, pois o custo das instalaes e gasto

CONTROLE:_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

37Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

econmico e prtico, utilizado em pequenas propriedades.

Versobanho. banho

no deixar que entrem em audes aps o

Os resultados dependem muito da habilidade e do cuidado do operador. O jato de deve molhar o animal no sentido oposto a implantao do pelos.

- Enviar ao laboratrio se preciso, amostras do para medir concentrao do

medicamento.

mais seguro que o de imerso para animais novos e vacas gestantes.

de

GNERO AmblyommaCARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Palpos e hipostmio longos. - Geralmente ornamentado.

Deve-se seguir a risca as instrues dos fabricantes dos carrapaticidas.

RECOMENDAES BANHOS:

NA

APLICAO

DOS

- Verificar o nvel da suspenso ou emulso no tanque carrapaticida, ajustando o volume com adio de gua ou de carrapaticida. - Homogeneizar a emulso ou suspenso, revolvendo o sedimento antes de banhar o gado. - Fazer a recarga do banheiro de acordo com as instrues do fabricante. - Banhar os animais descansados e sem sede. - Banhar os animais nas horas mais frescas do dia. - Evitar exposio dos animais ao sol quente. - Evitar banhar os animais em dias de chuva, e

avaliao

- Olhos e festes presentes. - Base do gnatossoma de formas variadas. - Placas adanais ausentes no macho. - Peritremas em forma de vrgula ou triangular.

Contato:HOSPEDEIROS:

Figura 20. Carrapato Amblyomma sp.

ESPCIE Amblyomma cajennense

[email protected] silvestres. - Pode parasitar o homem. Figura 19. Peritrema de Amblyomma. CICLO:

- Parasita a maioria dos animais domsticos e

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

38Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

um carrapato que exige trs hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as mudas so feitas fora dos hospedeiros.

Verso deauricular. CICLO: Monoxeno.

ESPCIE Anocentor nitens

A fmea pe de 6000 a 8000 ovos em toda sua vida.

HOSPEDEIROS: Eqdeos.

LOCALIZAO: Principalmente no pavilho

IMPORTNCIA:

Pode transmitir vrios agentes patognicos, como Borrelia, agente da doena de Lyme e Rickettsia maculosa. A sua picada pode originar ferimentos na pele de cura demorada. rickettsi causadora da febre

As fmeas pem em mdia 3000 ovos no solo. As larvas podem resistir at 71 dias sem se alimentar quando as condies so favorveis.

CONTROLE: Mesmo do Rhipicephalus.

avaliaoIMPORTNCIA: como Babesia. Favorece miases.

Pode transmitir vrios agentes patognicos

GNERO Anocentor. CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Rostro e palpos relativamente curtos. - Peritremas circulares (parece um dial de telefone). - Escudo sem ornamentao. - Com sete festes.

A sua picada pode originar ferimentos na pele com at perda da orelha.

- Coxas IV muito maiores que as demais. - Sem placas adanais.

Contato:Figura 22. Fmea de A. nitens FAMLIA ARGASIDAE CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - No possuem escudo. - Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e

[email protected] 21. Peritrema de Anocentor nitens anterior nas larvas._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

39Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

- Palpos livres.

- Orifcio genital entre as coxas I e II.

Verso de

- Fmeas sem reas porosas na base do captulo. - Tegumento coriceo, rugoso e granuloso. - Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. - Dimorfismo sexual pouco acentuado.

GNEROS DE IMPORTNCIA: Argas, Ornithodorus e Otobius.

GNERO Argas

CARACTERSTICAS MORFOLOGICAS:

- Face dorsal separada da ventral por um bordo lateral ntido.

avaliaoFigura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp.. Durante o dia os adultos permanecem escondidos em buracos e frestas, sob cascas de rvores, lugares protegidos da luz. noite saem dos esconderijos e sobem nas

- Achatado dorso-ventralmente. - Aparelho bucal na face ventral.

aves para suco que dura em mdia 30

Contato:minutos. Figura 23. Carrapato Argas sp. 120 a 180 ovos. HOSPEDEIROS: Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato comum em galinheiros. semanas umidade.

Aps a alimentao as ninfas e adultos

voltam para os esconderijos e as fmeas se preparam para postura. Cada suco corresponde a uma postura de

[email protected] fmea pe ao todo uns 600 ovos. dependendo da

O perodo de incubao dos ovos de trs temperatura e

A larva hexpoda ataca as aves, fixando-se

CICLO:

geralmente na pele do peito e sob as asas onde

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

40Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela retorna ao esconderijo. Depois de ingurgitada muda

Verso volta ao a cutcula

Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos

esconderijos, e as fmeas s realizam postura aps o repasto sangneo.

ela

esconderijo

onde

transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa). Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por

IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: -Tem importncia pela sua ao espoliadora levando anemia e mortalidade de aves, principalmente as jovens. - H leses hemorrgicas na pele. -Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a pele e conseqentemente h diminuio da postura.

30 a 60 min. Regressa ao abrigo e muda para N2.

de

Esta tambm procura o hospedeiro se

alimenta e muda. Aps a muda aparecem os adultos. Ciclo biolgico em condies favorveis de

temperatura e umidade se completa em 2 meses.

avaliao(Borreliose). DIAGNSTICO:

-H desenvolvimento retardado das aves novas. -Serve como transmissor de microorganismos

Procurar os caros noite, larvas a qualquer hora do dia principalmente embaixo das asas.

GNERO OrnithodorusCARACTERSTICAS MORFOLGICAS: -Argasidae sem limitao das faces dorsal e ventral.Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas. 1- Adultos ingurgitam sobre a ave.

Contato:HOSPEDEIROS: CICLO:

- Formato de corpo retangular. -Hipostmio bem desenvolvido nos adultos.

2- Fmea cai e faz postura dos ovos. 3- Larvas fixam-se na ave. 4- Larvas ingurgitam. 5- Larvas caem e fazem ecdise. 6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam.

Homem e animais domsticos.

7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2 8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam.

[email protected] redor de rvores. de ninfa antes de chegarem a adultos.

Vivem em solo arenoso, em reas sombreadas,

9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fmea. 10- Adultos sobem na ave e alimentam-se.

Muito parecido com o anterior, s mudam os hospedeiros e passam por duas ou mais fases

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

41Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

Verso- Eqinos. - Ruminantes. - Sunos.

HOSPEDEIROS:

de

- Caninos. - Homem.

ESPCIE: Otobius megnini

CARACTERSTICAS: - Vive nos estdios larvais e ninfais nas orelhas

avaliaode eqdeos, espcies. - Todas as hospedeiro. Figura 26. Vista dorsal e ventral de Ornithodorus sp. - Os parasitos IMPORTNCIA EM MEDICINA VETERINRIA E SADE PBLICA: -Transmissor da Borrelia causadora da doena de Lyme. -So hematfagos e provocam grande irritao.

bovinos,

ovinos

e

outras

- Os adultos no so parasitos. mudas so realizadas no

sugam

sangue

e

causam

irritao que resulta em inflamaes. - As larvas e ninfas localizam-se na orelha. - Os adultos vivem em esconderijos como galhos de rvores onde ocorre a cpula e a postura (adultos no se alimentam). - As larvas eclodem, vo at o hospedeiro (orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 ninfa2 podem ficar at seis meses na orelha deixam o hospedeiro e vo para lugares altos e secos onde se transformam em adultos.

CONTROLE: Destruio acaricidas. dos

esconderijos,

Contato:aplicao de DIAGNSTICO: granuloso no

GNERO OtobiusCARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Argasidae com tegumento

estdio adulto.

[email protected]

Otoscopia para visualizar larvas e ninfas.

- Olhos ausentes. - Hipostmio bem desenvolvido na ninfa e vestigial nos adultos._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

42Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________

VersoAmblyomma

Laboratrio de Parasitologia Veterinria da UFSM Responsvel: Dra Silvia Gonzalez Monteiro

Principais Carrapatos de Importncia Mdica Veterinria

deAmblyomma (peritrema) Anocentor

avaliaoBoophilus

Anocentor (peritrema)

Contato:Rhipicephalus

Boophilus (peritrema)

Rhipicephalus (Peritrema)

[email protected]_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

43Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

PARTE IIISUBORDEM: ASTIGMATA

VersoSarnasOU um hospedeiro susceptvel. Contato direto entre os animais e fmites.

____________________________________________________________________________________ SARCOPTIFORMES

CARACTERSTICAS:

de

PERODO DE INCUBAO: Varia com a espcie, susceptibilidade do

-caros sem estigmas respiratrios (trocas gasosas pela pele). -Coxas fundidas a face ventral do corpo. -Quelceras com quelas. -Corpo pouco quitinizado.

hospedeiro, nmero de caros transferidos e local de transferncia. Varia de 2 a 6 semanas.

-Tarsos com empdio unciforme ou em forma de ventosa. -Olhos ausentes.

avaliaoCICLO COMPLETO 20 dias.Hospedeiro Vertebrado Homem Eqinos Ces Sunos Bovinos Ovinos Espcie

ESTGIOS DE DESENVOLVIMENTO: Ovos, larvas, duas geraes de ninfas e adultos.

-Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a TRANSMISSO: Ocorre quando os caros so transferidos para

Famlia Sarcoptidae (caros escavadores)

Gnero Sarcoptes

Sarcoptes scabiei S. scabiei var. equi S. scabiei var. canis S. scabiei var. suis S. scabiei var. bovis S. scabiei var. ovis

Notoedres Cnemidocoptidae (caros escavadores)

Contato:Caprinos Gatos, coelhos,rato Galiformes Galiformes Periquito Eqinos Coelhos Ovinos Bovinos

Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris Cnemidocoptes gallinae Cnemidocoptes mutans Cnemidocoptes pilae Psoroptes equi Psoroptes cuniculi Psoroptes ovis

Cnemidocoptes (sarna podal das aves)

Psoroptidae

[email protected] Psoroptes natalensis Psoroptes bovis Psoroptes caprae Chorioptes Ruminantes, eqinos e coelhos Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes equi, Chorioptes cuniculi Otodectes Co, Gato, e outros carnvoros Otodectes cynotis

(caros superficiais)

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

44Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

MORFOLOGIA DAS SARNAS:

Verso de

Figura 27. Sarcoptes sp.

avaliao

Figura 30. Psoroptes sp

Figura 28. Notoedres sp.

Contato:Figura 29. Cnemidocoptes sp.

Figura 31. Chorioptes sp.

[email protected] 32. Otodectes sp._____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

45Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

1-FAMLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES)

- Escavam galerias na pele (intradrmicas) na

Verso detotal ou

CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - 0,2 a 0,5 mm - Gnatossoma cnico, to longo quanto largo. - Corpo estriado com reas escamosas e espinhos curtos e grossos na face dorsal.

qual penetram profundamente provocando um espessamento da pele, sem formao de crostas. - Corpo globoso. - Rostro curto e largo. - Patas curtas e grossas - Patas posteriores encaixadas

- Machos com ventosas nas patas I, II, e IV. - Fmeas com ventosas nas patas I e II. - nus terminal. - Pedicelo longo e simples - Corpo globoso.

parcialmente no idiossoma (parte final do corpo). - Machos sem ventosas copuladoras adanais. - Gneros: Sarcoptes, Notoedres.

avaliao

GNERO: NotoedresESPCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato)

Figura 33. Tneis escavados por Sarcoptes e Notoedres na epiderme.

GNERO: SarcoptesESPCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var. canis, var. suis. nus dorsal

Contato:Figura 35. Sarna do gnero Notoedres CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: Presena de espinhos

[email protected] nus dorsal. - Corpo globoso. - 0,1 a 0,25 mm. - Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4. - Fmeas com ventosas nas patas 1 e 2.

- Sarna da cabea do gato.

Figura 34. Sarna do gnero Sarcoptes sp.

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

46Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- Face dorsal com escamas rombas.

Versoovgera.

- Corpo estriado, face dorsal com salincias mamelonadas. - Gnatossoma mais largo do que longo. - Fmeas sem ventosas nas patas. - Machos com cerdas longas e ventosas em todas as patas. - Pedicelos no segmentados. - nus terminal - Apresentam duas cerdas ao lado do nus

CICLO BIOLGICO: GNERO Sarcoptes e Notoedres Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fmea imatura e fmea adulta ou

transformao da fmea imatura em adulta

deA

ocorre aps a fertilizao. A fmea fertilizada escava galerias na epiderme, onde se nutre de linfa. medida que escava seu tnel, vai efetuando a postura dos ovos. Esses vo surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se sucedem durante dois meses, ficando para trs os mais velhos. A fmea gasta cerca de meia

avaliao

Gnatossoma mais largo que longo

hora para atravessar a camada crnea da pele. O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo aspecto irritativo e pelas excrees enegrecidas que a fmea vai deixando. Os ovos do nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas hexpodes que passam para a superfcie da pele onde procuram alimento, abrigo e passam por uma ecdise, surgindo as ninfas, octpodes. Aps nova muda de pele, surgem os machos e as fmeas imaturas; o primeiro procura essas ltimas para a fertilizao. Passados alguns dias, a fmea imatura, j fertilizada, passa por nova ecdise resultando na fmea adulta, que

Contato:Figura 36. Sarna do gnero Cnemidocoptes Ciclo biolgico do gnero Cnemidocoptes As fmeas no praticam galerias como fazem as do gnero Sarcoptes; elas permanecem

procura penetrar na pele recomeando o ciclo. Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias.

2- FAMLIA CNEMIDOCOPTIDAE

GNERO Cnemidocoptes

ESPCIE Cnemidocoptes mutans

[email protected] aumento da epidrmica acompanhada crnea. substncia

CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Sarna podal dos galinceos. - No possuem espinhos na face dorsal.

sedentrias e sua presena determina uma de Essa

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

47Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

proliferao bem marcada nas excrescncias das patas, resultado de um tecido alveolar

Versoescavadores

em que se desenvolve o tecido esponjoso, no se nota mais qualquer sinal de inflamao.

tomado de numerosas pequenas cmaras, repletas de caros em todos os estgios do desenvolvimento. O caro invade ativamente a epiderme, penetrando no folculo plumoso ou 3- FAMLIA PSOROPTIDAE caros no

atravessando diretamente a camada crnea epidrmica, Instala-se nas camadas superficiais

de

- So caros superficiais, produzem formao de crostas espessas. - Corpo ovide. - Face dorsal sem espinhos. - Rostro longo e cnico. - Machos com ventosas (copuladoras) adanais. - Patas longas e espessas, 40 par de patas nos

da epiderme, danificando-a em direo derme. Ao mesmo tempo os bordos da depresso por onde penetrou reagem produzindo uma

abundante quantidade de substncia crnea que vai recobrir totalmente em a depresso, bolsa

transformando-a

uma

fechada. No estgio seguinte

avaliaopequena as clulas - Corpo ovide. coelhos. - 0,5 a 0,8 mm.

machos menor que o terceiro. - Gneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes.

epidrmicas entram em proliferao, englobando o caro. No interior da cmara o caro permanece separado do estrato por germinativo da pele por uma fina camada de queratina. Pouco a pouco a cmara vai se aprofundando na derme. Parece que todo o desenvolvimento do caro se verifica no interior dessas bolsas. Em certo momento a bolsa primitiva dar origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundria que acaba por se separar da bolsa me. A repetio

GNERO PsoroptesCARACTERSTICAS MORFOLGICAS:

- Parasitas de eqdeos, bovinos, ovinos,e

do mecanismo conduz finalmente produo de um tecido esponjoso.

Contato:

Apenas na fase inicial da invaso das camadas superficiais da epiderme pelo caro estabelecese uma reao inflamatria; esta consiste em uma necrose focal da parte da derme ou

epiderme imediatamente subjacente ao ponto de

penetrao do caro. Observa-se tambm a presena de um exsudato inflamatrio. Logo que o caro se instala mais profundamente na

[email protected] triarticulado Figura 37. Sarna do gnero Psoroptes

epiderme, essas manifestaes inflamatrias desaparecem e durante os estgios seguintes,

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

48Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- Gnatossoma mais longo que largo.

- Patas grossas e longas terminando em longos pedicelos tri-segmentados - Machos com ventosas nas patas I, II e III. - Fmeas com ventosas nas patas I, II e IV. - Machos apresentam duas ventosas

Verso de

- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Machos sem tubrculos abdominais.

GNERO Chorioptes:CARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqinos. - 0,3 a 0,6 mm. - Gnatossoma to longo quanto largo. - Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Fmeas com ventosas nas patas I,II e IV.

copulatrias ao lado do nus - Machos com 40 par de patas bem reduzido. - nus terminal.

GNERO OtodectesCARACTERSTICAS MORFOLGICAS: - Sarna auricular de ces e gatos. - 0,3 a 0,5 mm.

- Pedicelo curto e simples, sem segmentao.

avaliao

- Peas bucais arredondadas. - Machos com tubrculos abdominais. Pedicelo curto

- Ventosas com pedicelos curtos e simples, sem segmentao. - Corpo ovide. - O 40

par de patas das fmeas muito

pdemas divergentes

pequeno. - Gnatossoma em forma de cone. - Fmeas com ventosas nas patas I e II.

Contato:Ciclo pdemas convergentes biolgico

Figura 39. caro Chorioptes sp.

dos gneros

Psoroptes,

Otodectes e Chorioptes As sarnas psorpticas so produzidas por caros dos gneros Psoroptes, Otodectes e

[email protected] 38. Macho de Otodectes sp.

Chorioptes, da famlia Psoroptidae dos caros Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem sarnas no penetrantes, superficiais, em que o agente causal no pratica galerias dentro da

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

49Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regies lanosas ou bem dotadas de plos dos animais.

Versoirritao,

intermamrio, escroto, regies glteas, podendo, no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo raro no rosto. O papel patognico no reside somente na leso produzida pelo caro mas tambm na contaminao secundria desta ou das escoriaes provocadas pelo indivduo ao se coar. caros das sarnas sarcpticas dos animais domsticos podem infestar o homem, porm a de origem animal muito menos grave do que a humana, porque os caros no escavam a pele e no se multiplicam. Ocorre apenas uma

Elas apresentam as mesmas fases evolutivas em seu ciclo que Sarcoptes scabiei, no entanto, no praticam galerias no interior da pele. Esses caros picam a pele causando

descamao e exsudao de soro, vivem e se

multiplicam sob a descamao provocada e a

de

sua contnua atividade provoca o agravamento da leso. Alastra-se de preferncia nas regies bem dotadas de plos do corpo do animal.

DIAGNSTICO DAS SARNAS:

Deteco dos caros nas galerias (extrao

mediante agulhas) ou em raspados de pele. A verificao dos tneis, das vesculas que se formam na parte terminal desses e a distribuio zonal das leses A sua so elementos para o

avaliaoanimais obtida SINTOMAS: Famlia Sarcoptidae:

erupo papular avermelhada, com prurido que desaparece em poucas semanas. Os caros que causam a sarna sarcptica dos domsticos so estruturalmente

semelhantes espcie que causa a escabiose humana, mas representam subespcies de S. scabiei, pois no so facilmente transferidas de um hospedeiro para outro.

diagnstico.

confirmao

fazendo um raspado do material cutneo para a obteno de exemplares do caro e observao microscpica.

EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCPTICA: A sarna sarcptica humana conhecida desde remota antigidade. A infeco alastra-se

Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e engrossamento da pele. Uma das caractersticas principais dessa

rapidamente em grupos de pessoas como em hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais etc., causando srios inconvenientes. O

Contato:regies afetadas.

parasitose o prurido que vem sobretudo noite, quando o indivduo deita para dormir. A leso cutnea tpica: observam-se reas eritematosas, ppulas foliculares e vesculas nas

contgio se realiza quando as fmeas do caro passam do indivduo atacado para o indivduo sadio; favorecido pelo uso de roupas de cama

ocupados anteriormente por pessoas infestadas,

peas do vesturio e quase sempre noturno. O contgio facilitado pela falta de higiene e

[email protected]

A maioria dos sintomas cutneos devida a infeces secundrias. H indicaes de que a primeira infestao pelo caro no determina coceira imediata; depois de cerca de um ms aparece o prurido e ento se instala a coceira - o paciente tornou-se agora sensvel ao caro. Aps ter sido infestado uma vez, ao se

promiscuidade. O caro localiza-se na epiderme, sob a camada crnea, predominantemente nos espaos interdigitais, cotovelos, axilas, sulco

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

50Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

reinfestar, a inflamao tem lugar em poucas horas. Uma pessoa j sensibilizada comea a se coar imediatamente e freqentemente remove o caro, terminando a infeco, enquanto que na pessoa no sensibilizada o parasita se desenvolve por cerca de um ms antes que o hospedeiro tome conhecimento.

Verso de

escamas semelhantes s da caspa. No sendo tratada, a sarna sarcptica prejudica muito a sade dos animais que passam por um perodo de desnutrio progressiva terminando com a morte do animal.

- A sarna sarcptica do carneiro e ovelhas se desenvolve nas partes no recobertas de l, portanto, na cabea do animal. Provoca coceira intensa, determinando o ato de coar

- Na cabra a sarna sarcptica geralmente se inicia pela cabea e orelhas, podendo

generalizar-se e invadir o corpo e membros. Caracteriza-se pela formao de crostas

ocasionando leses cutneas; freqentemente h infeco nos olhos que podem conduzir perda da viso.

acompanhada de coceira, perda de plos e espessamento da pele.

avaliao

- Na sarna sarcptica dos cavalos, as primeiras leses visveis ocorrem na cernelha e em torno da cabea, podendo tambm se iniciar pelo peito e pelos flancos. A intensa coceira obriga o animal a se esfregar fortemente contra objetos que o rodeiam. A presena e a atividade dos caros causa intensa irritao; a pele inflama-se, aparecendo vesculas em torno do ponto de penetrao dos caros. As vesculas, sendo rompidas, libertam o seu contedo que,

- No co a sarna sarcptica manifesta-se no incio por um prurido ou coceira que coincide com o aparecimento de pequenos pontos vermelhos na pele, semelhantes a picadas de pulgas, que se localizam inicialmente na cabea, focinho, ao redor dos olhos e principalmente na margem da orelha, mais tarde as mculas so substitudas por vesculas (pequenas bolsas cheias de lquido). Os plos caem

progressivamente e com o ato de coar h exsudao de soro que, secando, origina crostas salientes que se iniciam, sobretudo no bordo posterior da orelha. Quando se desconfia

secando, d origem s crostas. Nas reas afetadas os plos mantm-se eretos e muitos caem. Do ato de coar resulta injria mecnica com a formao de grandes crostas firmemente aderentes aos tecidos subjacentes. Com a movimentao do animal podem romper-se e o soro e sangue conferem uma colorao amarelo - avermelhada s leses. A parasitose pode ter curso rpido e ser at mortal. A sarna sarcptica eqina geralmente transmitida por contato direto entre os animais; no entanto, arreios, selas e outros tambm podem ser responsveis pelo contgio.

Contato:

que um co est atacado por sarna sempre se deve examinar a parte inferior da margem posterior das orelhas. Nessa regio a sarna provoca um grande nmero de pequenas salincias no tamanho de gros de areia de modo que, quando se aperta e se passa essa regio entre os dedos, se tem uma sensao de aspereza semelhante uma superfcie

[email protected]

granulosa. Nos ces novos as leses se manifestam pelo desprendimento de pequenas

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

51Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

- No coelho a sarna sarcptica manifesta-se no

focinho, lbios, queixo, base das unhas, orelhas e planta dos ps. acompanhada de intensa coceira e de formaes crostosas. Dissemina-se facilmente nas criaes e quando no tratada mortal.

Verso deFigura 40. Leso de sarna notodrica em gato. formando cadeias, principalmente na borda das orelhas, deformando o contorno destas; em seguida aparecem crostas cinzentas-

- No gado bovino a sarna sarcptica pouco freqente; geralmente se inicia na parte interna das coxas, na face inferior do pescoo e na base da cauda, de onde pode alastrar-se para todo o corpo.

- Tambm o porco um animal sujeito ao

ataque por S. scabiei, onde a sarna se instala de incio na cabea, principalmente nas orelhas e

avaliao

ao redor dos olhos, de onde pode alastrar-se por todo o corpo. Manifesta-se por intensa coceira e pela formao de crostas, sendo mais severa em leites.

amareladas, provocando a queda dos pelos.

Sarna Cnemidocptica: Aves andam com dificuldade, prurido moderado, patas com aspecto engrossado e descamao

Sarna Notodrica: - Em gatos localiza-se principalmente nas orelhas e na cabea do animal, podendo estender-se para outras partes do corpo,

da pele, m formao das patas.

Sarna Psorptica: - Psoroptes bovis (Gerlach, 1857) a causadora da sarna psorptica em bovinos, cujos

sobretudo em torno dos rgos genitais. Os

sintomas incluem coceira, formao de crostas que se espessam, endurecem e se desenvolvem custa de exsudaes de sangue. de soro e

Contato:Eventualmente

primeiros sintomas so coceira intensa da pele na cernelha, na base da cauda ou nas partes ltero - dorsais do pescoo. Dessas regies pode alastrar-se pelo dorso e flancos do animal, atingindo eventualmente todo o corpo. medida que os caros se multiplicam, infligem uma srie

extravasamento

pode se transferir para o homem.

- Em coelhos ocorre prurido nos lbios e regio

nasal. Essa sarna ceflica, iniciando-se nas orelhas e depois descendo pela parte ventral do pescoo, podendo estender-se s patas e regio dos rgos genitais. As leses iniciais

[email protected] amarelo -

de pequenos ferimentos a pele, seguidos de coceira, formao de ppulas, inflamao e exsudao de soro. O soro que vem a superfcie mistura-se com sujeira e solidifica-se formando acinzentadas,

constituem-se de pequenas ppulas que vo

freqentemente mostrando tambm manchas de

_____________________________________________________________________________________________ Livro didtico de Parasitologia Veterinria da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro

52Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________

sangue. Inicialmente as escamas tm cerca de

0,5 cm de dimetro; medida que os caros vo passando para a pele sadia circunjacente, a

Verso de

infestao so indicadas por hiperemia (excesso de fluxo sangneo na superfcie do corpo) e pela formao de crostas vermelho castanhas prximo da base do pavilho auricular; com o avanar da parasitose, pode afetar toda a superfcie interna da orelha. A complicao mais sria a infeco piognica do ouvido mdio que pode se estender ao ouvido interno. A invaso das leses por bactrias pode levar

leso gradativamente aumenta. Com o avanar da parasitose, extensas reas ficam desnudas e cobertas de crostas. A pele espessa-se, a coceira intensa e o animal constantemente irritado.

- Psoroptes caprae causa a sarna psorptica em cabras, tendo a parasitose desenvolvimento idntico observada na espcie bovina,

formao de ulceraes. A presena de caros no ouvido mdio resulta tambm em distrbios nervosos; os animais assim atacados

podendo aparecer em qualquer parte do corpo; parece haver tendncia a se limitar s orelhas da cabra, determinando sarna auricular que

avaliaocom as unhas produzindo Sarna Otodcica:

freqentemente sacodem a cabea e raspam a base do pavilho auditivo que ainda mais

ferimentos

embora rara, pode causar surdez, perda de apetite e, em casos extremos, a morte do animal.

intensificam as dores.

Essa espcie determina irritao no conduto - Psoroptes ovis a responsvel pela sarna psorptica de carneiros e ovelhas, em que provoca desmerecimento do couro e da l, e assume tal aspecto de gravidade que chega a determinar a morte dos animais parasitados. A irritao severa e freqentemente se observa os animais infestados coarem-se e mesmo se morderem. auditivo de ces e gatos; no pratica galerias no tegumento, mas alimenta-se de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo, prximo do tmpano. Da poro mdia do conduto auditivo para o tmpano aparecem crostas; o tmpano pode mostrar-se

Contato:Freqentemente afetados. mostram sinais

hemorrgico. Em virtude

da intensa irritao

provocada pelo caro, o canal vai acumulando produtos inflamatrios, cera alterada e caros. ambos os ouvidos so

- Psoroptes equi, a sarna psorptica em cavalos semelhante quela descrita para bovinos, sendo as primeiras leses observadas na cabea.

Em casos de parasitoses intensas os animais de distrbios nervosos,

- Psoroptes cuniculi ataca coelhos, restringindose geralmente ao pavilho da orelha (sarna auricular no penetrante); pode expandir-se infestando outras partes da cabea, pescoo e mesmo as patas. As primeiras manifestaes da

[email protected] resultam em inflamaes mdio e mesmo das meninges.

freqentemente se move