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António Gomes Mota Clementina Dâmaso Barroso João Pedro Nunes Luís Oliveira Miguel Almeida Ferreira Pedro Leite Inácio Finanças da Empresa Teoria e Prática EDIÇÕES SÍLABO Edição 6 ª Finanças da Empresa Revista e Aumentada

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António Gomes Mota

Clementina Dâmaso Barroso

João Pedro Nunes

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EDIÇÕES SÍLABO

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O propósito deste livro foi o de organizar

e divulgar o contínuo trabalho criativo que

ano após ano se realiza numa disciplina

em que a dimensão prática é relevante,

como é o caso das Finanças da Empresa

leccionada nas licenciaturas da Escola

de Gestão do ISCTE-IUL. Este livro engloba

fundamentalmente os casos práticos e

respectivas resoluções como forma de

apresentar os conceitos mais relevantes

e as técnicas mais utilizadas na gestão

financeira das empresas. No entanto, o

livro não se esgota nos casos práticos,

pois estes são precedidos de um con-

junto de notas teóricas que procuram

contribuir para uma melhor formaliza-

ção e explicitação de conceitos. Assim,

procuramos abordar e analisar todas as

principais decisões financeiras da empresa:

análise de projectos de investimento,

selecção de fontes de financiamento de

longo prazo, escolha do óptimo de

dívida e capital próprio e política de dis-

tribuição de resultados. Abordam-se ainda

outras temáticas, tais como o planea-

mento financeiro, a avaliação de empre-

sas e a gestão de tesouraria

mix

Edição6ª

A remuneração dos autores resultantes

das vendas deste livro reverte a favor

da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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ANTÓNIO GOMES MOTA

CLEMENTINA DÂMASO BARROSO

JOÃO PEDRO NUNES

LUÍS OLIVEIRA

MIGUEL ALMEIDA FERREIRA

PEDRO LEITE INÁCIO

é licenciado em gestão pelo ISCTE, MBA pela

UNL e doutor em Gestão pelo ISCTE. Possui um vasto de

gestão executiva e não executiva e consultoria a empresas dos mais

diversos sectores de actividade. Mais recentemente desempenhou

funções de administrador não executivo em relevantes empresas nacio-

nais como a CIMPOR, EDP e CTT. É presidente do Instituto Português de

Corporate Governance. É autor de vários livros nas áreas das finanças da

empresa e dos investimentos e mercados financeiros.

é Professora Associada convidada da

ISCTE Business School. É doutora em Gestão Empresarial Aplicada e

licenciada em Gestão pelo ISCTE-IUL. Tem leccionado cadeiras na área

de finanças em vários programas do 1º e 2º ciclos. No âmbito da activi-

dade universitária, foi directora das licenciaturas em Gestão e em Finan-

ças do ISCTE-IUL e directora geral do INDEG/ISCTE. É Revisor Oficial de

Contas (ROC). Presentemente é Administradora não-executiva e membro

da Comissão de Auditoria do Banco CTT S.A., Membro independente do

Conselho Geral e de Supervisão da EDP S.A., Presidente da Mesa da

Assembleia Geral da Science4you S.A. Co-autora dos livros:

e .

é doutor em Finanças pela Universidade de War-

wick, possui um mestrado em Economia pelo ISEG e é licenciado em

Gestão pelo ISCTE. É professor catedrático no ISCTE e co-director do

mestrado em Matemática Financeira do ISCTE e da FCUL. As suas áreas

privilegiadas de investigação abarcam a avaliação de opções, o risco de

crédito e os modelos estocásticos de taxas de juro, possuindo publica-

ções científicas em diversos jornais académicos, tais como no

, , ,

, ,

e .

é Professor Auxiliar da ISCTE Business School. No âmbito

da actividade universitária é coordenador da disciplina de Finanças da

Empresa. Desenvolveu uma actividade extra-universidade no sector

bancário e na Bolsa de Valores de Lisboa.

é Professor Catedrático da Nova School of

Business and Economics (Nova SBE) e titular da cátedra Banco BPI em

Finanças. É também do European Corporate Gover-

nance Institute (ECGI) e do Center for Economic Policy Research (CEPR).

É doutor em Finanças pela University of Wisconsin-Madison, mestre em

Economia pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Gestão

pelo ISCTE-IUL. Ensina actualmente nos programas de

licenciatura, mestrado e formação de executivos da Nova SBE. Também

tem uma vasta experiência como perito judicial e consultor de empre-

sas, bancos e agências governamentais internacionais. As suas áreas de

investigação são , e

tendo os seus trabalhos sido publicados em revistas académicas

internacionais incluindo o ,

, , e

. Recebeu várias bolsas e prémios de investi-

gação de entidades internacionais e nacionais incluindo o European

Research Council (ERC) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

é licenciado em Organização e Gestão de Empre-

sas (primeiro curso) pelo ISCTE, parte escolar do mestrado/MBA da UNL

(primeiro curso), DEA Sciences de Gestion pelo IAE de Bordéus, doutor

em gestão com especialização em finanças pelo ISCTE. Docente do

ISCTE desde o ano lectivo 1977/1978, actualmente com a categoria de

Professor Auxiliar. A sua área de interesse principal é a Análise e Avali-

ação de Empresas. Foi formador e director de cursos no CIFAG, CEMAF e

INDEG. Foi fundador do Audax e da Science4You. Foi analista de projec-

tos na Petroquímica e Gás de Portugal, assessor do Conselho de Admi-

nistração dos grupos Sina e Fipar e da NCO Dealer.

curriculum

Investimen-

tos Financeiros Introdução às Finanças

Mathema-

tical Finance EJOR Journal of Financial and Quantitative Analysis Journal

of Banking and Finance Applied Mathematics and Optimization Review of

Derivatives Research Journal of Derivatives

research associate

corporate finance

corporate finance corporate governance asset mana-

gement

Journal of Finance Journal of Financial Econo-

mics Journal of Financial and Quantitative Analysis Review of Finance

Review of Financial Studies

Head of Resaerch

Revista e

Aumentada

ISBN 978-989-561-037-2

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Finanças da Empresa

Teoria e Prática

António Gomes Mota

Clementina Dâmaso Barroso

João Pedro Nunes

Luís Oliveira

Miguel Almeida Ferreira

Pedro Leite Inácio

6ª EDIÇÃO

Revista e Aumentada

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É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer

forma ou meio gráfico, eletrónico ou mecânico, inclusive fotocópia, este livro.

As transgressões serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor. Não participe ou encoraje a pirataria eletrónica de materiais protegidos.

O seu apoio aos direitos dos autores será apreciado.

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www.si labo.pt

FICHA TÉCNICA:

Título: Finanças da Empresa – Teoria e Prática Autores: António Gomes Mota, Clementina Dâmaso Barroso, João Pedro Nunes, Luís Oliveira, Miguel Almeida Ferreira, Pedro Leite Inácio © Edições Sílabo, Lda. Capa: Pedro Mota

1ª Edição – Lisboa, Dezembro de 2010. 6ª Edição – Lisboa, Janeiro de 2020. Impressão e acabamentos: Europress, Lda. Depósito Legal: 466321/20 ISBN: 978-989-561-037-2

Editor: Manuel Robalo

R. Cidade de Manchester, 2 1170-100 Lisboa Tel.: 218130345 e-mail: [email protected] www.silabo.pt

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Índice

Prefácio 9

Capítulo 1 Avaliação de Investimentos Reais

Teoria 13 1. Introdução 13 2. Projectos de Investimento 13 3. Cash Flows 14 4. Taxa de Desconto 20 5. Critérios de Avaliação de Investimentos Reais 23 6. Investimentos Reais com Vidas Diferentes 26 7. Opções Reais 28 8. Análise de Risco 29 9. Anexo – Betas por Sector de Actividade 32

Casos 35

Capítulo 2 Fontes de Financiamento de Longo Prazo

Teoria 115 1. Introdução 115 2. Capitais Próprios 116

2.1. Capital Inicial, Autofinanciamento e Aumentos de Capital 116 2.2. Vantagens e Inconvenientes da Abertura do Capital 117 2.3. Private Equity Market: Capital de Risco 119

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3. Capitais Alheios 121 3.1. Empréstimo Bancário 121 3.2. Leasing 123 3.4. Empréstimo Obrigacionista 127 3.5. Empréstimo Externo 129 3.6. Project Finance 130

Casos 133

Capítulo 3 Estrutura de Capital e Política de Dividendos

Teoria 169 1. Teorema de Modigliani Miller: Irrelevância da Estrutura de Capital 169 2. Teorema de Modigliani-Miller com Impostos sobre Lucros 173 3. Limites à Utilização de Dívida 176 4. Avaliação de Investimentos Reais com Dívida 180 5. Política de Dividendos 184 6. Executive Stock Options 191 7. Warrants e Convertíveis 192 8. Anexo – Estimação da taxa de desconto ajustada ao risco dos cash flows 194

8.1. A taxa de juro sem risco 194 8.2. Estimação dos Betas 196 8.3. Prémio de risco do mercado accionista 198 8.4. Risco de crédito 198 8.5. Taxa de imposto sobre lucros e pesos relativos da dívida

e do capital próprio 199

Casos 201

Capítulo 4 Planeamento Financeiro de Longo Prazo

Teoria 245 1. Fases de Elaboração 245 2. Metodologia de Elaboração das Demonstrações Financeiras 246

Casos 249

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Capítulo 5 Avaliação de Empresas

Teoria 289 1. Introdução 289 2. Modelo do Discounted Cash Flow (DCF) – Free Cash Flow to the Firm 289 3. Modelo do Economic Value Added (EVA) 296 4. Avaliação por Múltiplos 302

Casos 305

Capítulo 6 Gestão Financeira de Curto Prazo

Teoria 331 1. Gestão de Disponibilidades 331 2. Aplicações Financeiras de Curto Prazo 332 3. Gestão de Clientes 337 4. Fontes de Financiamento de Curto prazo 338

Casos 345

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Prefácio

A elaboração de um livro de casos de finanças empresariais foi um projecto que

teve origem no âmbito da leccionação da disciplina de Gestão Financeira nas

Licenciaturas da Escola de Gestão do ISCTE-IUL. Assim, surgiu a 1ª e a 2ª edição do livro Gestão Financeira – Casos Práticos. A sua excelente aceitação por parte

dos utilizadores, reflectida na sua elevada procura, deu origem a dois volumes sepa-

rados. Este, que o leitor tem entre mãos, versando sobre as Finanças da Empresa, e um outro centrando na temática dos Instrumentos e Mercados Financeiros.

A ideia base da elaboração deste livro de Finanças Empresarias sempre foi, e

continua a ser, a de organizar, estruturar e divulgar o contínuo trabalho criativo que,

ano após ano, se realiza no âmbito de uma temática cuja dimensão prática é rele-vante. Esta dimensão prática (necessária quer na preparação de casos e exercícios,

quer no material pedagógico a utilizar nas aulas e na elaboração de testes e exa-

mes, quer, ainda, na utilização por parte dos profissionais do sector), tem vindo a deter-minar uma grande dinâmica no que diz respeito à actualização de conceitos que

reflectem os avanços do conhecimento na área científica de finanças (introdução de

novas metodologias, instrumentos e técnicas mais sofisticadas de análise) e impôs uma revisão mais profunda da presente edição, agora mais extensa, com a inclusão

de novos casos práticos e algumas outras reformulações.

Independentemente das alterações agora introduzidas, a ideia base, presente desde a primeira edição deste livro, mantém-se: a de enquadrar teoricamente os

casos práticos, através de um conjunto de notas teóricas que precedem os casos de

cada capítulo do livro, contribuindo para uma melhor formalização e explicitação de conceitos e uma maior unidade organizativa de cada capítulo. Por forma a que o

livro possa representar um instrumento de trabalho válido para os seus potenciais

utilizadores, os casos práticos são acompanhados pela respectiva resolução sem, no entanto, deixar-se de sublinhar que as mesmas não são fechadas, tendo subjacente

opções teóricas e práticas que não são naturalmente universais nem indiscutíveis,

bem como as diversas simplificações da realidade financeira que retratam, visando uma melhor e mais pedagógica interpretação das situações, das técnicas e dos

instrumentos de análise. Refira-se, no entanto, que não tem sido nossa preocupação

seguir escrupulosamente uma linguagem contabilística rigorosa, mas, antes, uma linguagem de carácter mais financeiro e identificada com a prática dos profissionais

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do sector cujas construtivas observações nos têm feito chegar e que, obviamente,

muito agradecemos.

O livro está dividido em seis capítulos: o primeiro aborda a temática da avaliação de investimentos reais, englobando a análise de diversos tipos de projectos de

investimento. O segundo capítulo trata das decisões de financiamento e analisa as

diversas alternativas de financiamento de longo prazo. O terceiro capítulo aborda ainda a decisão de financiamento, mas numa perspectiva de análise da escolha do

mix óptimo entre capital próprio e dívida, da selecção da política óptima de dividen-

dos, da interacção entre a decisão de investimento e financiamento e ainda da esti-mação do custo do capital. O quarto capítulo versa sobre as implicações e interac-

ções das decisões de investimento e de financiamento e na elaboração de docu-

mentos financeiros previsionais. O quinto capítulo apresenta as modernas técnicas de avaliação de negócios e de empresas, tais como o discounted cash flow e eco-

nomic value added. Finalmente, o sexto capítulo aborda a gestão de tesouraria,

nomeadamente a comparação de alternativas de aplicações financeiras e financia-mentos de curto prazo e a gestão de disponibilidades e clientes.

Esta breve nota prévia ficaria incompleta sem uma merecida referência a todos

os colegas docentes que nestes últimos anos colaboraram na cadeira de Finanças

da Empresa da Escola de Gestão do ISCTE-IUL e que muito contribuíram para a formulação e evolução do seu programa, conteúdos e materiais pedagógicos. Este

livro é em boa parte o reflexo dessas contribuições e múltiplas competências. Agra-

decemos, assim, a participação da Ana Paula Cabrera, António Amaral, António Noras Silvério, Carlos Gonçalves, Eduardo Correia, João Martins, José Furtado e

Vasco Barroso Gonçalves.

Uma referência muito especial é devida também ao António Barbosa, António Freitas Miguel, António Vilela, João Abrantes Costa, João Miguel Lourenço, João

Rosário e Rui Alpalhão, docentes que ao longo dos anos têm vindo a leccionar as

disciplinas de Gestão Financeira II e de Finanças da Empresa, cuja análise crítica aos materiais e preciosos contributos na elaboração de alguns dos capítulos que o

constituem, possibilitaram uma significativa melhoria na qualidade técnica e pedagó-

gica da presente edição.

Finalmente, um agradecimento e uma merecida referência aos alunos da Escola de Gestão do ISCTE-IUL que em muito têm vindo a contribuir para a contínua

melhoria dos conteúdos que integraram as várias edições deste livro.

Luís Oliveira

Pedro Leite Inácio

Lisboa, 30 de Dezembro de 2019

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Capítulo 1

Avaliação de Investimentos Reais

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Teoria

1. Introdução

Um investimento, em activos financeiros ou em activos reais, con-siste numa aplicação de recursos com o objectivo da sua recupe-

ração integral e a obtenção de um excedente financeiro. Um pro-

jecto de investimento consiste num investimento em activos reais(ou capital fixo), corpóreos ou incorpóreos (tangíveis ou intangíveis).

A avaliação económica de um projecto de investimento consiste,

muito simplesmente, em identificar todos os fluxos financeiros(cash flows) gerados pelo projecto, aplicando posteriormente um

conjunto de metodologias de avaliação que nos permitem avaliar

se o projecto é ou não economicamente viável.

2. Projectos de Investimento

Os projectos podem ser classificados em projectos de raiz (criaçãode uma empresa) versus projectos integrados numa empresa. Um

projecto integrado numa empresa pode ser classificado consoante

o seu objectivo em projecto de expansão (origina um aumento dacapacidade produtiva), substituição (pressupõe a manutenção da

capacidade produtiva) ou inovação (origina novas áreas de negó-

cio).

A implementação de um projecto de investimento engloba diversas

fases: pré-investimento, investimento (aquisição e/ou construção

dos activos fixos) e exploração (que pode ainda ser sub-dividida em período de arranque e de cruzeiro).

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Eventualmente, poderá considerar-se também a fase de desinves-

timento, quando se admita a venda dos activos fixos e à recupera-

ção do working capital, depois de se atingir o final da vida útil doprojecto, pelo seu valor venal ou pelo seu valor líquido contabilís-

tico. Em alternativa pode-se considerar como valor residual o valor

de continuidade, admitindo-se então que o projecto tem uma dura-ção infinita.

3. Cash Flows

Conceito O cash flow1 resulta de confrontarmos os fluxos de entrada (cash

inflow) com os fluxos de saída (cash outflow). O cash flow de um projecto de investimento engloba as seguintes componentes:

investimento em capital fixo (capital expenditures, Capex), opera-

tional cash flow, investimento em working capital e valor residual (activo fixo e working capital): Cash Flow = Operational Cash Flow + Valor Residual –

– Capex – Investimento em Working Capital

No cálculo do cash flow não consideramos os encargos financeiroscom dívida. Este constitui um procedimento comum na análise de

projectos de investimento. Primeiro, procedemos à análise do

projecto numa óptica de viabilidade económica assumindo que éintegralmente financiado com capital próprio (logo não existem

encargos financeiros). Posteriormente, incluem-se os efeitos

resultantes do projecto ser na realidade financiado, geralmente, com capital próprio e dívida (vide capítulo 3).

Princípios de Determinação dos Cash Flows

Na determinação do cash flow de um projecto de investimentos

devem-se considerar os seguintes princípios gerais: óptica detesouraria e óptica incremental.

(1) O caso 1.1 ilustra de uma forma clara o apuramento do cash flow de um projecto de investimento

e a elaboração dos diferentes mapas indispensáveis a este apuramento, bem como o cálculo da taxa de actualização e a aplicação dos critérios de avaliação mais à frente enunciados.

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Óptica de Tesouraria

Os cash flows devem reflectir as entradas e saídas de dinheiro, i.e.

recebimentos e pagamentos e não os proveitos (créditos ou ren-dimentos) e custos (gastos) que correspondem ao princípio de

especialização do exercício.

Óptica Incremental

Ao analisar a viabilidade de um projecto, terão de ser considera-dos todos os cash flows incrementais, ou seja todos os cash flows

que resultam da implementação do projecto. Quando o projecto se

insere numa empresa já em laboração, teremos que apurar a dife-rença entre o cash flow da empresa após e antes da realização do

projecto (caso 1.2). Numa óptica incremental devemos ignorar sunk

costs, incluir custos de oportunidade e incluir efeitos derivados.

Sunk Costs São custos que ocorreram no passado e que não podem ser alte-

rados quer se aceite ou rejeite o projecto de investimento. Supo-

nhamos que uma empresa está a lançar um novo produto e que,

no ano anterior, pagou a uma empresa para fazer um estudo demercado. O custo deste estudo de mercado deverá ser tido em

conta na avaliação do projecto de investimento? Não, pois a

empresa quer realize ou não este investimento, o custo do estudonão é recuperável visto que já está pago (caso 1.19). Os custos

irrecuperáveis não são cash flows incrementais.

Custos de Oportunidade

Os custos que decorrem da utilização de um determinado recursodevem ser considerados ainda que não impliquem uma saída de

fundos. Por exemplo, uma empresa tem um armazém vazio que

pode arrendar ou vender e, como está a lançar um novo produto,decide utilizá-lo para aí instalar a sua linha de fabrico. Ora, se o

armazém vai ser utilizado para o novo produto, não poderá ser

arrendado ou vendido. Então, o valor do arrendamento ou davenda terá de ser incluído no cash flow do projecto. É um custo de

oportunidade porque ao utilizar o armazém a empresa perde

outras oportunidades de o rentabilizar.

Caso alguns investimentos realizados no passado tais como osestudos e projectos associados à fase de pré-investimento tenham

valor venal (ou seja, quando se pode estimar um valor de venda

destes investimentos a terceiros), então deverá considerar-se o custo de oportunidade decorrente da perda da possibilidade da sua

venda a terceiros. Note-se que não se deve nunca considerar as

verbas efectivamente despendidas nestes estudos e projectos, vistoque as mesmas constituem um sunk cost, tal como atrás referido.

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Efeitos Derivados

A realização de um projecto integrado numa empresa pode dar

origem a impacto positivo (no caso de complementaridades e/ou

sinergias) ou impacto negativo noutras áreas de negócios (caniba-lização de outros produtos/serviços). Por exemplo, se o lança-

mento de um novo produto concorre directamente com outros pro-

dutos da empresa, há que considerar não só o fluxo positivo que resulta das vendas do novo produto, mas também a quebra que irá

provocar nas vendas dos produtos já existentes.

Vida Útil do Projecto

Os cash flows têm que ser projectados durante a vida útil do pro-jecto (designado por n anos). A escolha da vida útil do projecto

depende fundamentalmente da área de negócio e da respectiva

duração do ciclo de vida do negócio. A regra deverá ser de elabo-rar projecções até o projecto atingir a estabilidade do negócio,

geralmente designado de período de cruzeiro. Ao atingirmos a vida

útil do projecto assume-se a liquidação dos activos (vide valor residual) ou a sua continuidade (vide valor de continuidade).

Capital Expenditures (Capex)

Despesas efectuadas em activo fixo (compra de equipamentos,

construção e aquisição de instalações) e todo o conjunto de des-pesas associadas à implementação do projecto (despesas de ins-

talação, recrutamento e formação do pessoal, etc.) – e eventuais

receitas que lhe possam ser imputadas (subsídios para a criação de postos de trabalho, etc.).

Operational Cash Flow

Diferença entre recebimentos e pagamentos de exploração, ou

seja não inclui amortizações que constituem um custo de explora-ção mas não correspondem a um pagamento. Assume-se que não

existem encargos financeiros, i.e. a análise económica de projec-

tos de investimento considera que o projecto é totalmente finan-ciado por capitais próprios (os efeitos da decisão de financiamento

são incorporados numa fase posterior). Assumindo que o imposto

sobre o lucro é pago no ano a que diz respeito: Operational Cash Flow = EBIT (1 – t ) + Amortizações Operational Cash Flow = EBITDA (1 – t ) + Amortizações × t

Onde EBIT se refere aos Proveitos ou Rendimentos Operacionaismenos Despesas ou Gastos Operacionais, que se pode também

designar por Resultado Operacional; EBITDA designa os Proveitos

ou Rendimentos Operacionais menos Despesas ou Gastos Opera-

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cionais mais Amortizações do Exercício ou Gastos de Amortização

ou Depreciação; e Amortizações designa as amortizações do

exercício (ou gastos de amortização ou depreciação, ou por vezes também designadas por reintegrações).

Enquanto a primeira fórmula é de cálculo mais rápido, a segunda

tem a vantagem de explicitar melhor os fundamentos do cash flowoperacional, visto que explicita e quantifica as economias fiscais

(tax shields) decorrentes das amortizações. Assim sendo resulta

claro que as amortizações apenas são relevantes quando produ-zem economias fiscais, logo terão de ser aceites fiscalmente e

pressupõe-se na fórmula que deverão ocorrer no próprio ano em

que são registadas, o que pressupõe que o resultado operacionalseja positivo, o que nem sempre acontece (vide caso 1.1).

Working Capital Excesso de necessidades financeiras de exploração relativamente

a recursos financeiros de exploração (vide caso 1.1).

Valor Residual Este valor pode ser determinado segundo duas ópticas alternati-

vas. Assumindo a liquidação da empresa sendo neste caso o valor

a considerar designado de valor de liquidação do activo fixo e wor-king capital no final da vida do projecto, i.e. o valor obtido com a

venda dos activos. É comum para os activos fixos assumir que

este valor coincide com o valor líquido contabilístico (valor deaquisição deduzido de amortizações acumuladas) e para o wor-

king capital assumir o valor contabilístico.

Este pressuposto tem a vantagem de não se traduzir na realização

de quaisquer mais ou menos valias, as quais teriam em princípioimplicações fiscais. Pode admitir-se que o valor de liquidação dos

activos seja diferente do seu valor contabilístico, nessa altura

poderá haver uma mais-valia (quando o valor de liquidação for superior), a qual originará um aumento de imposto (visto que as

mais-valias acrescem à matéria colectável), ou a uma menos valia

(quando o valor de liquidação for inferior ao valor líquido contabi-lístico), nessa altura poderá haver lugar a uma redução de impos-

tos, caso haja matéria colectável suficiente para absorver a refe-

rida menos valia.

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O propósito deste livro foi o de organizar

e divulgar o contínuo trabalho criativo que

ano após ano se realiza numa disciplina

em que a dimensão prática é relevante,

como é o caso das Finanças da Empresa

leccionada nas licenciaturas da Escola

de Gestão do ISCTE-IUL. Este livro engloba

fundamentalmente os casos práticos e

respectivas resoluções como forma de

apresentar os conceitos mais relevantes

e as técnicas mais utilizadas na gestão

financeira das empresas. No entanto, o

livro não se esgota nos casos práticos,

pois estes são precedidos de um con-

junto de notas teóricas que procuram

contribuir para uma melhor formaliza-

ção e explicitação de conceitos. Assim,

procuramos abordar e analisar todas as

principais decisões financeiras da empresa:

análise de projectos de investimento,

selecção de fontes de financiamento de

longo prazo, escolha do óptimo de

dívida e capital próprio e política de dis-

tribuição de resultados. Abordam-se ainda

outras temáticas, tais como o planea-

mento financeiro, a avaliação de empre-

sas e a gestão de tesouraria

mix

Edição6ª

A remuneração dos autores resultantes

das vendas deste livro reverte a favor

da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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ANTÓNIO GOMES MOTA

CLEMENTINA DÂMASO BARROSO

JOÃO PEDRO NUNES

LUÍS OLIVEIRA

MIGUEL ALMEIDA FERREIRA

PEDRO LEITE INÁCIO

é licenciado em gestão pelo ISCTE, MBA pela

UNL e doutor em Gestão pelo ISCTE. Possui um vasto de

gestão executiva e não executiva e consultoria a empresas dos mais

diversos sectores de actividade. Mais recentemente desempenhou

funções de administrador não executivo em relevantes empresas nacio-

nais como a CIMPOR, EDP e CTT. É presidente do Instituto Português de

Corporate Governance. É autor de vários livros nas áreas das finanças da

empresa e dos investimentos e mercados financeiros.

é Professora Associada convidada da

ISCTE Business School. É doutora em Gestão Empresarial Aplicada e

licenciada em Gestão pelo ISCTE-IUL. Tem leccionado cadeiras na área

de finanças em vários programas do 1º e 2º ciclos. No âmbito da activi-

dade universitária, foi directora das licenciaturas em Gestão e em Finan-

ças do ISCTE-IUL e directora geral do INDEG/ISCTE. É Revisor Oficial de

Contas (ROC). Presentemente é Administradora não-executiva e membro

da Comissão de Auditoria do Banco CTT S.A., Membro independente do

Conselho Geral e de Supervisão da EDP S.A., Presidente da Mesa da

Assembleia Geral da Science4you S.A. Co-autora dos livros:

e .

é doutor em Finanças pela Universidade de War-

wick, possui um mestrado em Economia pelo ISEG e é licenciado em

Gestão pelo ISCTE. É professor catedrático no ISCTE e co-director do

mestrado em Matemática Financeira do ISCTE e da FCUL. As suas áreas

privilegiadas de investigação abarcam a avaliação de opções, o risco de

crédito e os modelos estocásticos de taxas de juro, possuindo publica-

ções científicas em diversos jornais académicos, tais como no

, , ,

, ,

e .

é Professor Auxiliar da ISCTE Business School. No âmbito

da actividade universitária é coordenador da disciplina de Finanças da

Empresa. Desenvolveu uma actividade extra-universidade no sector

bancário e na Bolsa de Valores de Lisboa.

é Professor Catedrático da Nova School of

Business and Economics (Nova SBE) e titular da cátedra Banco BPI em

Finanças. É também do European Corporate Gover-

nance Institute (ECGI) e do Center for Economic Policy Research (CEPR).

É doutor em Finanças pela University of Wisconsin-Madison, mestre em

Economia pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Gestão

pelo ISCTE-IUL. Ensina actualmente nos programas de

licenciatura, mestrado e formação de executivos da Nova SBE. Também

tem uma vasta experiência como perito judicial e consultor de empre-

sas, bancos e agências governamentais internacionais. As suas áreas de

investigação são , e

tendo os seus trabalhos sido publicados em revistas académicas

internacionais incluindo o ,

, , e

. Recebeu várias bolsas e prémios de investi-

gação de entidades internacionais e nacionais incluindo o European

Research Council (ERC) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

é licenciado em Organização e Gestão de Empre-

sas (primeiro curso) pelo ISCTE, parte escolar do mestrado/MBA da UNL

(primeiro curso), DEA Sciences de Gestion pelo IAE de Bordéus, doutor

em gestão com especialização em finanças pelo ISCTE. Docente do

ISCTE desde o ano lectivo 1977/1978, actualmente com a categoria de

Professor Auxiliar. A sua área de interesse principal é a Análise e Avali-

ação de Empresas. Foi formador e director de cursos no CIFAG, CEMAF e

INDEG. Foi fundador do Audax e da Science4You. Foi analista de projec-

tos na Petroquímica e Gás de Portugal, assessor do Conselho de Admi-

nistração dos grupos Sina e Fipar e da NCO Dealer.

curriculum

Investimen-

tos Financeiros Introdução às Finanças

Mathema-

tical Finance EJOR Journal of Financial and Quantitative Analysis Journal

of Banking and Finance Applied Mathematics and Optimization Review of

Derivatives Research Journal of Derivatives

research associate

corporate finance

corporate finance corporate governance asset mana-

gement

Journal of Finance Journal of Financial Econo-

mics Journal of Financial and Quantitative Analysis Review of Finance

Review of Financial Studies

Head of Resaerch

Revista e

Aumentada

ISBN 978-989-561-037-2

7898959 6103720

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