Almeida garett

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Sobre quem vamos falar meninos?? Sobre Almeida Garrett.

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Sobre quem vamos falar meninos??

Sobre Almeida Garrett.

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E QUEM É ALMEIDA GARRETT?

João Baptista da Silva Leitão- Almeida Garrett 

Nasceu em 1799 no Porto e faleceu em Lisboa em 1854 .É provavelmente o escritor português mais completo de todo o século XIX.

Deixou obras primas na: poesia; no teatro; na prosa e foi inovando na escrita e na composição de cada um destes géneros literários.

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Ai! não te amo, não; e só te quero       De um querer bruto e fero       Que o sangue me devora, 

      Não chega ao coração. 

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela. 

      Quem ama a aziaga estrela       Que lhe luz na má hora 

      Da sua perdição? 

E quero-te, e não te amo, que é forçado, 

      De mau, feitiço azado       Este indigno furor. 

      Mas oh! não te amo, não. 

E infame sou, porque te quero; e tanto 

      Que de mim tenho espanto,       De ti medo e terror... 

      Mas amar!... não te amo, não. 

Almeida Garrett:: Folhas CaídasTema: Amor 

Não te AmoNão te amo, quero-te: o amar vem d’alma.       E eu n’alma - tenho a calma,       A calma - do jazigo.       Ai! não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida.       E a vida - nem sentida       A trago eu já comigo.       Ai, não te amo, não! 

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Na infância recebeu uma formação religiosa e clássica.

Concluiu o curso de Direito em Coimbra, onde aderiu aos ideais do liberalismo.

Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa.

Regressa em 1826 e passa a participar na vida política, mas tem de se exilar novamente em Inglaterra em 1828, depois da contra revolução de D. Miguel.

Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto.

Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas.

Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspetor Geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional.

Com a ditadura cabralista (1842), Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração (1851) recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.

A vida :

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A OBRA :

Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual.

Processo que iniciou com os poemas:Camões (1825);D. Branca (1826).

Ainda no domínio da poesia são de destacar o Romanceiro (recolha de poesias de tradição popular cujo 1.º volume sai em 1843), Flores sem Fruto (1845) e a obra-prima da poesia romântica portuguesa Folhas Caídas (1853) que nos dá um novo lirismo amoroso.Na prosa, saliente-se O Arco de Sant'Ana (1.º vol. em 1845 e 2.º em 1851), romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846). Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal.E quanto ao teatro, deve mencionar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844).

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O ROMANTISMO EM PORTUGAL 

O Romantismo português tem de ser enquadrado no cenário das guerras liberais .

Forma-se à luz dos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade.

Investido de uma dimensão idealista. Deve ainda referir-se que os nossos primeiros

grandes românticos foram exilados políticos e contactaram, na Europa, com outros escritores já empenhados na difusão das normas da nova estética.

Continua…

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Almeida Garrett pelo escultor António Pinheiro.

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Costuma datar-se o início do Romantismo em 1825 com a publicação, em Paris, do poema Camões de Garrett. Todavia, esta obra não teve sequência imediata e é mais correto datá-lo de 1836, ano de publicação de A Voz do Profeta de Herculano.

Este é também o ano em que Passos Manuel, chefe do governo Setembrista, abre caminho à reforma do teatro português por Garrett.

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O ROMANTISMO NA EUROPA 

Foi na Inglaterra que este movimento literário teve a sua origem.

Walter Scott, Byron, Thompson, Wordsworth, Macpherson, Coleridge e Shelley; são alguns dos escritores que abriram caminho para a descrição de uma natureza saudosista, solitária, povoada de ruínas e cemitérios, para criação de uma atmosfera sentimental, aventureira e até revolucionária.

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"A tudo se habitua o homem, a todo o estado se afaz; e não há dúvida por mais estranha que o tempo e a repetição dos atos lhe não faça natural.“

Tema - Hábito

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"Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices. O homem - não o homem que Deus fez, mas o que a sociedade tem contrafeito, apertando e forçando em seus moldes de ferro aquela pasta de limo que no paraíso terreal afeiçoará à imagem da divindade -, o homem assim aleijado como nós o conhecemos, é o animal mais absurdo, o mais disparatado e incongruente que habita na terra.“

Tema - Homem

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"Imaginar é sonhar, dorme e repousa a vida no entretanto; sentir é viver ativamente, cansa-a e consome-a.“

Tema - Imaginação

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PASSOS MANUEL

ALMEIDA GARRETT

ALEXANDRE HERCULANO

JOSÉ ESTEVÃO DE MAGALHÃES

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FREI LUIS DE SOUSA

Drama –Pressupõe uma ação menos tensa que a tragédia, menos concentrado numa crise, mais submetida à influência dos acontecimentos exteriores.

Tragédia – poema dramático que desenvolve uma ação séria e completa, tirado da história, entre personagens ilustres com o fim de provocar na alma dos espectadores o terror e a piedade dados através do espetáculo da paixões luares em luta entre si ou contra o destino

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ELEMENTOS TRÁGICOS E DRAMÁTICOS EM FREI LUÍS DE SOUSA:TRÁGICOS:

Tema – ilegitimidade de Maria ( adultério ) Personagens – n.º reduzidos e nobres Presságios – ( predestinação ) referida por parte de

Maria e de Telmo em que irá acontecer uma tragédia Coro – Frei Jorge e Telmo ( fatalismo/ Destino =

Madalena ) representa o papel de uma pecadora arrependida, pois amou Manuel de Sousa Coutinho na presença de D. João de Portugal. Acredita que o destino trará uma tragédia . Qualquer acção será irremediável ( predestinação – fatalismo ).

Estrutura Efeitos catárticos – piedade e terror

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Drama: A peça é escrita em prosa.

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Espaço: O espaço vai-se reduzindo. África - Europa – Portugal - Lisboa -

Alfeite - Almada - I palácio – II palácio

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Tempo : O tempo vai-se reduzindo, fechando-se dramaticamente em

partes cada vez mais curtas. 1578 – Madalena casa com D. João. Madalena conhece M. de

Sousa. 1578 e 1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D.

João 1585 e 1599 – Madalena casa com M. de Sousa. 1598 a 1599 ( 1 ano ) – D. João é libertado dirige-se para Portugal 28 de julho a 4 de Agosto ( 8 dias ) – Madalena vive de novo no

palácio de D. João. Agosto (3 dias ) – D. João apressa-se para chegar 4 de Agosto ( hoje ) – é um dia fatal para Madalena

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Divisão da peça : 3 atos escritos em prosa:

1 ato - Do início até ao incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho.

2 ato – Até à chegada do Romeiro

3 ato – Até à morte de Maria

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PERSONAGENS: Manuel de Sousa

Coutinho – Segundo marido de madalena; pai de Maria; teme que D. João possa regressar (ideia inconfessada); que a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave ; decidido, patriota (incendeia o seu palácio porque este iria ser ocupado pelos governadores espanhóis; sofre, sente remorsos ao pensar na cruel situação em que ficara a sua querida Maria; Amor paternal.

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D . João de Portugal – Casado com Madalena, mas desaparecido na batalha de Alcácer Quibir; austero; sentimento amoroso por Madalena; sonhador; crente ( quando pensa, por momentos, que Madalena o ama ).

Dona Madalena – suporte viúva de D. João de Portugal; casa com Manuel de S. Coutinho; nasce Maria, filha de Manuel; Angustia em relação à situação insegura do seu casamento; remorso por ter gostado de Manuel de S. enquanto era ainda casada com D . João; Inquietação em relação a Manuel de Sousa e a Maria; Insegurança e hesitação; profunda, feminina; mulher p/ lágrimas e para o amor, ela sofre e sofrerá sempre, porque a dúvida não a deixará ser feliz; perfil romântico; solidão.

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Maria de Noronha – Filha de D. Madalena e D. João; amor filial, curiosidade; sonho, fantasia, idealismo, filha fatal, adolescente fantasista, sebastianista por influência de Telmo, adivinhava " lia nos olhos e nas estrelas " ; sempre febril, cresceu de repente, criança precoce; gosto pela aventura, frágil, alta, magra, faces rosadas, patriota, intuitiva, inteligente.

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Telmo Pais – escudeiro de família dos condes Vimioso, sofre pela volta de D. João, pois esta tirará a tranquilidade da sua " menina " ; sofre porque é forçado a ver o seu velho amo como um intruso que nunca deveria ter vindo. Por amor a Maria, dispõe-se a declarar o Romeiro como um impostor; confessor das personagens femininas; o coro da tragédia, sádico, fiel, confiante, desentendido, supersticioso, sebastianista, humilde, enorme sabedoria.

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A CRENÇA DO SEBASTIANISMO:

O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra.

Logo no início: Madalena afirma a Telmo "..mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a esse desgraçado rei de D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda quis acreditasse que morresse, por quem ainda espera em sua leal incredulidade ! "

No sebastianismo, como ele é representado no Frei Luís de Sousa, por Telmo e Maria, reside somente a crença em que o rei ao voltar conduzira a uma época mundial do direito e da grandeza, a qual será última no plano de salvação dos Homens.

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Cena I à IV – localização das personagens no tempo Ato 1 Cena V à VIII – preparação da acção para o que se ai passar a

seguir Cena IX à XII – o Incêndio A obra de Frei Luís de Sousa é ambas tragédia e drama, é tragédia

pelo conteúdo do texto e é drama pela forma. Cena 1 – solução adotada Ato 3 até à 10º cena temos a preparação do desenlace. Cena 11 até à 12º temos o desenlace com morte de Maria em palco Ato 3: Cena 1 – Manuel debate-se com um dilema enorme, a doença de

filha, a ilegitimidade. Maria ficava ilegítima cheia de infâmia tal e qual como Garret.   Sempre que alguém pergunta a D. João quem ele é, ele responde

espontaneamente "ninguém", este ninguém significa que D. João de Portugal já não tinha Pátria, não tinha família, não tinha lugar na sociedade, não tinha o seu palácio, pois perdeu-o .

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A TRAGÉDIA CLÁSSICA:

A todo o sistema de forças, que comprime e pesa sobre a liberdade individual, o cidadão, o homem opõe o seu vivo protesto e lança um desafio ( hybris ).

À hybris responde a vingança, a punição, o ressentimento, uma espécie de ciúme ferido pela corajosa atitude assumida pelo homem – a nemesis divina.

O coro actua como um trovão ao ímpeto libertário do indivíduo aconselhado a moderação, o comedimento, a serena contenção, e traduz as ideias e os sentimentos da média humana. Os acontecimentos desenrolam-se segundo as cotas das personagens e os logros do destino, de necessidade do fatum; encadeiam-se uns nos outro se, por vezes, precipitam a acção no seu curso através de peripécias ( acontecimentos ), que acabam por voltar o rumo do drama em sentido inesperado ( catástrofe ). Esta mudança brusca é muitas vezes levada a cabo por um reconhecimento ( agnórise ) de laços parentescos até então insuspeitos.

As consequências patéticas, avolumam-se num crescendo inquietante ( climax ), até se resolver numa reviravolta brusca e brutal dos acontecimentos – a catástrofe.

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ESPECTADOR E ACÇÃO DRAMÁTICA:

O agenciamento da ação dramática da tragédia visava a exibição das consequências (pathos) do descomedimento humano de modo a sugerir no espectador o temor religioso ou sua simpatia.

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Trabalho feito por: Bruno Soares; Daniel Pinto; Paulo Semedo.

Português, sobre Almeida Garrett. 25/01/2013