Agricultura tradicional
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Introdução
Durante o Paleolítico, a subsistência do Homem dependeu da caça, da pesca e
da apanha (economia recolectora).
A partir de 8000 a. C., no período do Neolítico, dão-se profundas
alterações na vida das populações. O Homem começou a viver da agricultura e da
pecuária – a economia passou a se produtora. Ao mesmo tempo, dão-se outras
importantes inovações: a inovação da cerâmica, da tecelagem e da cestaria. Então,
nasciam as primeiras sociedades sedentárias.
As manifestações artísticas e religiosas são também diferentes,
correspondendo às necessidades das comunidades agro-pastoris.
AGRICULTORES E PASTORES DO NEOLÍTICO
Fonte: Páginas do Tempo, História, 7º ano, Edições Asa
MAPA DAS PRIMEIRAS CULTURAS E ANIMAIS DOMESTICADOS
Fonte: História 7, Texto Editora
A partir da Revolução Neolítica, o homem sedentariza-se e inicia a prática da
agricultura. Esta é a principal fonte de satisfação das suas necessidades básicas
porque, como animal omnívoro, ele encontra na agricultura a principal fonte de
abastecimento de produtos alimentares.
Assim, este sector assume uma grande importância a nível mundial. Ele é
mesmo o sector de actividade que ocupa mais população activa: cerca de metade da
humanidade depende, directamente, da agricultura. Na Ásia e na África, esta
actividade absorve 60% da população.
Desenvolvimento
A agricultura é a ciência que tem por finalidade produzir, em condições
económicas, plantas úteis ao Homem. Por extensão, também se ocupa pela criação
dos animais domésticos e das indústrias que utilizam os produtos do campo como
matéria-prima.
Tendo presente que uma planta necessita de um solo onde fixe as suas raízes e
de condições climáticas que lhe permitam desenvolver plenamente as suas
possibilidades, deverá pensar-se que, em agricultura, os factores mais importantes a
ter em conta, tirando as plantas, são o solo e o clima da região ou zona onde se
efectua a cultura.
A planta, do ponto de vista agrícola, não é mais que uma fábrica viva onde se
efectua a transformação de substâncias tão simples como a água, o anidrido
carbónico e os sais minerais nos complexos produtos que formam os seus tecidos e
órgãos. Pelo seu lado, o homem trata de aproveitar as reservas que as plantas
formam para assegurar a sua própria alimentação.
Colhendo as sementes ou outros órgãos no momento mais oportuno, utiliza
depois em seu benefício as respectivas reservas alimentícias.
PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO MUNDIAL OCUPADA NA AGRICULTURA
Fonte: Geografia 9, Universitária Editora
ESQUEMA DA EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA
Fonte: Geografia 9, Universitária Editora
EXEMPLO DOS ALIMENTOS OBTIDOS
Alimentos Cereais, Legumes, Frutas, Hortaliças
Forragens/Rações para o gado Feno, Luzerna, Beterraba
Gorduras Comestíveis e Industriais Azeite, Óleos de Girassol, Soja,
Amendoim
Vinhos e Álcool Uvas
Plantas Medicinais e Narcóticos Quiquinina, Papoila Dormideira
Essências e Perfumes Limão, Rosa, Jasmim
Estimulantes Chá, Café, Tabaco, Erva-mate
Resinas e Matérias tintoriais Pinheiro, Canforeira
Látex Árvore da Borracha
Especiarias Açafrão, Cravinho, Canela, Noz
moscada, Pimenta
Taninos Acácia
Insecticidas Piretro
Madeiras Celulose
Fonte: A agricultura, Civilização Editora
CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA TRADICIONAL
O significado que se dá à agricultura de subsistência nem sempre é
rigorosamente o mesmo.
Num sentido mais restrito, dizemos que a agricultura é de subsistência
quando se consegue, apenas, o abastecimento da família, e utiliza técnicas e
instrumentos muito tradicionais.
Trata-se, portanto, de uma economia agrícola fechada, não existindo
qualquer troca de produtos resultantes de excedentes.
Num sentido mais amplo, a agricultura de subsistência pode corresponder a
práticas agrícolas que, embora tenham como principal objectivo a satisfação das
necessidades alimentares dos agricultores, admitem já a produção de alguns
excedentes e, necessariamente, a comercialização/toca desses bens.
ASPECTO DE UMA ECONOMIA AGRÍCOLA TRADICIONAL
Fonte: O Mundo, Contrastes e Mutações, Universitária Editora
Em muitas regiões da Terra continua a subsistir a prática de uma agricultura
assente no uso de técnicas com milhares de anos e completamente dependente das
condições naturais- a agricultura de subsistência/tradicional.
ÁREA GEOGRÁFICA DA AGRICULTURA TRADICIONAL NO MUNDO
(em 1996)
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
Analisando este mapa, podemos concluir que:
A agricultura tradicional de subsistência se localiza na zona intertropical,
na América Latina, no Sul e Sudoeste da Ásia e no continente Africano.
De facto, este é o tipo de agricultura praticado pelos países em vias de
desenvolvimento.
As áreas onde a agricultura tem fraca expressão coincidem com espaços
pouco ou nada favoráveis a essa actividade económica, como é o caso dos
climas demasiado frios ou excessivamente secos e ainda as áreas de grande
altitude.
A Europa, a Ásia das Monções e parte do Continente Norte-Americano
apresentam uma grande ocupação agrícola.
Assim, nestas áreas, a agricultura adquire grande importância devido a
diferentes factores, dos quais salientamos:
- as características favoráveis do meio físico – clima e solos;
- a evolução histórica, que conduziu a um desenvolvimento cultural
e tecnológico o qual favoreceu um maior aproveitamento do
espaço agrícola.
A agricultura de subsistência tem como principal objectivo satisfazer as
necessidades do agregado familiar. Trata-se, portanto, de uma agricultura
que visa o autoconsumo.
Utiliza técnicas muito rudimentares e artesanais (a enxada, o arado, o pau
aguçado, etc.). A maquinaria é praticamente inexistente, todo o trabalho
é manual, as tarefas agrícolas são efectuadas por todos os membros da
família, com o auxílio, por vezes, dos animais (cavalo, boi, búfalo). Deste
modo, a produtividade é baixa.
Trata-se de uma agricultura que depende essencialmente das condições
físicas, o que explica a grande irregularidade das produções. O estudo dos
solos, bem como a selecção das sementes, não se realizam, explicando-se
assim os baixos rendimentos. Maus anos agrícolas originam baixas
produções, escassez de alimentos e fome.
FACTORES CONDICIONANTES DA AGRICULTURA
Fonte: Geografia 9º ano, Constância
Da observação do mapa e da leitura da legenda podemos concluir que as áreas
onde é menor a percentagem de solo ocupado pela agricultura é nas zonas
montanhosas, nas florestas equatoriais, como por exemplo no Brasil, Amazónia e
nas zonas junto do oceano Glacial Árctico, zonas muito frias, e nas zonas muito
secas, mais desérticas. Portanto, a neve, o frio, os solos de montanha ou de floresta
muito densa são factores naturais responsáveis por este facto.
PRÁTICAS AGRÍCOLAS TRADICIONAIS NUMA COMUNIDADE AFRICANA
Fonte: O Mundo, Contrastes e Mutações, Universitária Editora
O uso de produtos químicos é muito reduzido, nomeadamente os
fertilizantes e os insecticidas, em regiões bastante afectadas por pragas
e doenças, ficando muitas vezes as culturas destruídas.
CALENDÁRIO DOS TRABALHOS AGRÍCOLAS
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
TRABALHO AGRÍCOLA
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
PRODUZIR PARA SOBREVIVER
« Tasseru, como todos os habitantes de Donsin, pratica uma agricultura de subsistência, isto é, alimenta-se do que produz. Quando existe abundância de alimentos ele faz duas refeições diárias: uma de manhã e outra à noite. A sua alimentação diária é constituída por milho e cenouras (apesar de pouco apreciadas), um pouco de milho assado, sobretudo para as crianças. A carne (de frango) consome-se, somente, uma vez por semana.» Fonte: Rémy, Villages d’ Afrique Occidental, 1991
COMO OS CONFLITOS NO MUNDO INFLUENCIAM A AGRICULTURA
TRADICIONAL
Vive-se hoje em dia num mundo de grande instabilidade económica, política e
social. Desde a II Guerra Mundial, na primeira década dos anos quarenta, que o
número de conflitos no mundo tem vindo a aumentar, verificando-se que 90%
destes têm origem em antagonismos políticos, étnicos e religiosos, desenvolvendo-
se dentro dos próprios países.
A maior parte dos países africanos foram antigas colónias europeias,
desempenhando ao longo dos séculos a função de abastecer os países
colonizadores em matérias-primas agrícolas e minerais.
AS POTÊNCIAS COLONIAIS AFRICANAS, EM 1920
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
A partir da segunda metade deste século, estes países tornaram-se
independentes. Aos novos governantes coube a tarefa de construir a
estabilidade política, económica, social, religiosa e étnica de uma
população muito numerosa, heterogénea e com um baixo índice de
desenvolvimento.
AS DIFERENTES ÉPOCAS DE INDEPENDÊNCIA DOS PAÍSES AFRICANOS
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
Há muitos e diferentes interesses das várias facções políticas, em que a luta pela
conquista do poder dentro das próprias fronteiras e as guerras étnicas assumem
particular importância. Foi o caso do Ruanda, onde o genocídio ocorrido em 1994
causou a morte de mais de 500 000 pessoas, maioritariamente de etnia tutsi.
OS REFUGIADOS NO RUANDA
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
A GUERRA ÉTNICA NO RUANDA
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
Os conflitos políticos, económicos e sociais afectam principalmente os
países menos desenvolvidos, nomeadamente os países da África
Central, em que a região dos Grandes Lagos (Burundi, Ruanda,
Uganda, Zaire) constitui uma das zonas de maior instabilidade a nível
mundial.
Nestas regiões, os conflitos têm tido um grande impacto no
desenvolvimento das actividades económicas, principalmente na
produção dos recursos alimentares, uma vez que a maior parte da
população vive da agricultura. Devido á instabilidade política, à falta de
segurança e à guerra civil, a população é obrigada é obrigada a
deslocar-se das suas áreas de origem para zonas de maior segurança,
não podendo produzir os alimentos, de forma a garantir a sua
subsistência.
OS CONFLITOS NO MUNDO, EM 1996
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
A situação dramática vivida em alguns países tem levado as Organizações
Humanitárias (Cruz Vermelha e AMI) a ajudar a minorar os efeitos destes conflitos,
através do apoio e envio de alimentos e medicamentos.
Fonte: Formação Cívica, Edições Asa
A ONU (Organização das Nações Unidas) tem organizações especializadas
com vários objectivos.
A FAO (Organização da Agricultura e da Alimentação) estuda os problemas
de nutrição, alimentação e agricultura.
A AGRICULTURA TRADICIONAL DE SUBSISTÊNCIA
“ Os Comedores de Batata”, Van Gogh
Fonte: Audiovisual Combi, Forum, Volume I
A agricultura tradicional utiliza técnicas e métodos artesanais
geralmente transmitidos de geração em geração.
Nesta agricultura, as transformações são muito lentas. Até ao século
XIX, as famílias eram auto-suficientes, produziam quase tudo o que
necessitavam para a sua subsistência. Entretanto, para aquele que cultivava
apenas uma parcela de terra, nem sempre bastavam os alimentos por ele
produzidos. Muitas vezes as batatas e outros tubérculos evitaram a fome,
como se vê em cima, no famoso quadro de Van Gogh, Os Comedores de
Batata .
O trabalho do fazendeiro era múltiplo e compreendia tanto o cultivo
dos campos como o trabalho nas matas, a criação de gado, a caça e a pesca.
O auto-abastecimento, fez com que os países não dependessem das
importações, o que constituía uma vantagem em tempo de guerra.
As desvantagens consistiam num regime alimentar monótono e numa
eventual má colheita, que poderia acarretar a fome.
A LAVOURA DOS CAMPOS
Fonte: Áudio Visual, Combi, Forum, Volume I
TIPOS DE CULTURAS TRADICIONAIS
O sistema de cultivo da terra pode ser de:
AUTOCONSUMO ( de subsistência ): produção que se destina à
satisfação das necessidades do agregado familiar.
POLICULTURA: coexiste com várias culturas numa mesma parcela,
praticada em áreas com fraca densidade populacional, como na maior
parte do continente africano.
AGRICULTURA NOS PAÍSES AFRICANOS
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
MONOCULTURA: ocupação da parcela por uma única cultura, nas
áreas onde a forte pressão demográfica exige uma utilização intensa do
solo como no sul e sudeste asiático.
FAMILIAR OU TRIBAL: as tarefas são desempenhadas pelos diversos
elementos da família ou tribo, sem qualquer tipo de remuneração.
O Homem não consegue a mesma quantidade e idêntica qualidade, nas diferentes
regiões da Terra.
Assim, o rendimento agrícola varia de área para área:
AGRICULTURA EXTENSIVA: tipo de agricultura que se caracteriza
por não haver uma ocupação permanente do solo, os períodos de
produção são intercalados com períodos de pousio ( descanso ). Estes
períodos de pousio poderão ser mais ou menos longos, enquanto a
terra se refaz. Utiliza técnicas e métodos tradicionais, obtendo-se
baixos rendimentos.
AGRICULTURA INTENSIVA: tipo de agricultura que se caracteriza
por uma ocupação permanente do solo, exigindo do agricultor muito
esforço para obter elevados rendimentos.
ESQUEMA DA OCUPAÇÃO DO SOLO NUM SISTEMA AGRÍCOLA EXTENSIVO
Fonte: Geografia, 9º ano, Universitária Editora
SISTEMA AGRÍCOLA EXTENSIVO EM POUSIO
Fonte: Geografia, 9º ano,
Universitária Editora
EXEMPLO DE AGRICULTURA INTENSIVA
Fonte: Geo 9, Plátano Editora
ESQUEMA DA OCUPAÇÃO DO SOLO NUMA REGIÃO AFRICANA
Fonte: O Mundo, Contrastes e Mutações, Universitária Editora
DIFERENTES FORMAS AGRÍCOLAS TRADICIONAIS NO MUNDO TROPICAL
Fonte: Geografia, 9º ano, Constância
Também existem no Mundo diferentes formas agrícolas tradicionais:
AGRICULTURA ITINERANTE SOBRE QUEIMADA: consiste na queima de
floresta para o arroteamento de terras e o aproveitamento das cinzas é o único
fertilizante das mesmas. É a forma de agricultura mais primitiva, pratica-se nos
países subdesenvolvidos de África, Ásia e América Latina, nas áreas de floresta
e savana. Existem regiões de fraca densidade populacional, a organização das
terras é comunitária, as técnicas agrícolas e os instrumentos são muito
primitivos. Pratica-se a policultura.
AGRICULTURA SEDENTÁRIA DE SEQUEIRO: é muito intensiva,
desenvolve-se em regiões de muita densidade populacional, no
continente africano. Recorre ao pousio e à rotação de culturas, a
fertilização dos solos é feita recorrendo ao estrume do gado.
AGRICULTURA DE OÁSIS: verifica-se no norte de África, nas regiões
de oásis, o solo é intensamente ocupado no sistema policultural e na
divisão da propriedade.
AGRICULTURA DA ÁSIA DAS MONÇÕES OU RIZICULTURA: é a
forma de agricultura mais comum nesta região da Ásia, pois está
equilibrada com o clima quente e húmido e com a forte densidade
populacional, aproveitando a mão-de-obra. O arroz é produzido em
sistema de monocultura, através de técnicas agrícolas simples, os
fertilizantes são os excrementos dos animais e do Homem e da própria
raíz da planta. O arroz é semeado em viveiros e depois transplantado
para os arrozais, garantindo várias produções por ano.
ESQUEMA DA AGRICULTURA ITINERANTE SOBRE QUEIMADA
Fonte: Geografia, 9º ano, Universitária Editora
AGRICULTURA SEDENTÁRIA DE SEQUEIRO
Fonte: Geografia, 9º ano, Universitária Editora
ESQUEMA DE AGRICULTURA DE OÁSIS
Fonte: Geografia, 9º ano, Universitária Editora
RIZICULTURA
Fonte:
Geografia, 9º ano, Universitária Editora
MULHER NA APANHA DO ARROZ
Fonte: Geografia, 9º ano, Constância
A AGRICULTURA TRADICIONAL NA EUROPA
Na Europa as paisagens agrárias são variadas e complexas, modificando-se de
área para área.
Antigamente, praticava-se a policultura que sustentava uma economia
agrícola de subsistência, de carácter fechado, onde se produzia para viver e não para
vender. Os velhos sistemas extensivos são hoje áreas de agricultura intensiva, onde o
agricultor se esforça para obter terras mais produtivas.
AGRICULTURA TRADICIONAL DA EUROPA MERIDIONAL
Fonte: Geografia, 9º ano, Universitária Editora
Na Europa Mediterrânea continua a prevalecer a agricultura bastante
tradicional, com utilização de técnicas poucos evoluídas e com níveis de
produtividade baixos.
Relativamente a Portugal, até 1985, data da entrada para a CEE, a agricultura
foi essencialmente tradicional, com um peso muito grande na produção destinada
ao autoconsumo. Explorava o minifúndio e culturas tradicionais como o tomate, a
vinha, a oliveira e o sobreiro.
Conclusão
A agricultura foi a mais antiga das ocupações sedentárias do Homem.
Podemos considerar que a agricultura é todo o trabalho de modificação do
meio natural, criando condições para que, de acordo com cada clima e cada região,
se desenvolvam alimentos vegetais e animais, de modo a satisfazer as necessidades
do Homem.
Durante muitos séculos, a agricultura mundial viveu períodos de pobreza, mas
também foi descobrindo soluções várias para resolver essas situações e obter mais e
melhores produções.
Relativamente à agricultura tradicional, os países subdesenvolvidos e os em vias
de maior desenvolvimento, continuam a praticá-la com técnicas rudimentares.
Mesmo nos dias de hoje, muitos países à volta do Mundo continuam a praticar
uma agricultura de subsistência, identificada pelas seguintes características:
Tradicional – aplica técnicas muito rudimentares transmitidas ao longo
de muitas gerações.
Primitiva - ainda utiliza métodos de produção vindos de um passado
muito remoto.
Doméstica – processa-se num meio familiar fechado.
Autoconsumo – os agricultores consomem a totalidade ou quase da
sua produção.
Estas características é que definem a essência da agricultura tradicional e dão
uma perspectiva dos vários tipos de agricultura tradicional praticada nos vários
continentes. Este tipo de agricultura contrasta largamente com a agricultura feita
nos países desenvolvidos, dita agricultura moderna, essencialmente virada para o
mercado.
Podemos concluir que a agricultura tradicional necessita de muita mão-de-
obra, praticamente toda a população activa dos países que a praticam, os trabalhos
agrícolas utilizam instrumentos rudimentares ou são feitos à mão, os produtos são
para consumo da família, utiliza-se o sistema de policultura e tem baixa produção.
Apesar de entre o final do século XIX e meados dos anos 40 – fim da Segunda
Guerra Mundial – o mundo agrícola ter evoluído, muito continuou por fazer na
agricultura do mundo ocidental e muito há a fazer. Muitos países continuam fiéis a
tradições agrícolas antigas, outros não têm bons factores naturais e outros são
países subdesenvolvidos, com fracos recursos de mercado e instrumentos agrícolas
rudimentares.
Os maiores problemas da agricultura do tipo tradicional, nos países
subdesenvolvidos são: baixas produtividades de alimentos para satisfazer as
populações, podendo originar fomes; provocar erosão e desflorestação dos solos
devido aos tipos de cultivo, como as queimadas para a fertilização do solo; a
desertificação física e humana, como o êxodo rural para as cidades, originando mais
desemprego e um aumento populacional; o esgotamento e a poluição dos solos e
dos cursos de água, devido à monocultura, utilizando fertilizantes, químicos e
pesticidas.
Resolver os problemas desta situação típica da agricultura tradicional nos países
menos desenvolvidos, passa pela cooperação dos países mais ricos e desenvolvidos e
pelo apoio científico aos agricultores, de modo a reduzir os problemas atrás
referidos.
BIBLIOGRAFIA
Geografia, 9º ano, Maria João Matos, Raúl Castelão, Departamento de
Investigações e Edições Educativa da Constância Editores, S.A, 2000
Geografia, 9º ano, Jaime Frederico Rodrigues/ José António Baptista,
Universitária Editora, Lisboa, 4ª Edição
Geo 9, Raquel Mota, Maria José Polido, João Atanásio, Plátano Editora,
Lisboa, 2º Edição, 1997
História, Páginas do Tempo, 7º ano, Aníbal Barreira, Mendes Moreira,
Edições Asa, Rio Tinto, 3ª Edição, 1998
O Mundo, Contrastes e Mutações, Geografia, 9º ano, José António Baptista,
Universitária Editora, Lisboa, 4ª Edição, 1997
Audiovisual Combi, vol. 1, Forum, Editorial Baber, S. A . Lisboa, s/ data
A Agricultura, Livraria Civilização Editora, Lisboa, 1984
A AGRICULTURA TRADICIONAL
ESCOLA: E. B 2, 3 Ciclos de Paderne
PROFESSOR: Dr. Luciano Nunes
ANO LECTIVO: 2002/2003
DATA DA REALIZAÇÃO: 5 de Novembro de 2002
TRABALHO REALIZADO POR:
Adriana Pereira, 9º B, nº 1
ÍNDICE
Introdução: - pág. 3
Agricultores e pastores do Neolítico – pág. 3
Mapa das primeiras culturas e animais domesticados – pág. 4
Desenvolvimento: - pág. 5
Percentagem da população mundial ocupada na agricultura – pág. 5
Esquema da evolução da agricultura – pág. 6
Exemplo dos alimentos obtidos – pág. 7
Características da agricultura tradicional – pág. 8
Aspecto de uma economia agrícola tradicional – pág. 8
Área geográfica da agricultura tradicional no mundo ( em 1996 ) – pág. 9
Factores condicionantes da agricultura – pág. 11
Práticas agrícolas tradicionais numa comunidade africana – pág. 12
Calendário dos trabalhos agrícolas – pág. 12
Trabalho agrícola – pág. 13
Como os conflitos no mundo influenciam a agricultura tradicional – pág. 14
As potências coloniais africanas, em 1920 – pág. 14
As diferentes épocas de independência dos países africanos – pág. 15
Os refugiados no Ruanda – pág. 16
A guerra étnica no Ruanda – pág. 17
Os conflitos no Mundo, em 1996 – pág. 18
A agricultura tradicional de subsistência – pág. 20
Tipos de agricultura tradicionais: – pág. 21
- Autoconsumo – pág. 21
- Policultura – pág. 21
Agricultura nos países africanos – pág. 21
Diferentes formas agrícolas tradicionais no mundo tropical: - pág. 22
- Agricultura itinerante sobre queimada – pág. 22
- Agricultura sedentária de sequeiro – pág. 23
- Agricultura de oásis – pág. 23
- Agricultura da Ásia das monções ou rizicultura- pág. 23
Esquema da agricultura itinerante sobre queimada – pág. 23
Agricultura sedentária de sequeiro – pág. 24
Esquema de agricultura de oásis- pág. 24
Rizicultura – pág. 25
Mulher na apanha do arroz- pág. 25
A agricultura tradicional da Europa – pág. 26
Agricultura tradicional da Europa Meridional – pág. 26
Conclusão – pág. 27
Bibliografia- pág. 29