Africa Magazine 02 2013

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     Áf ricamagazine

         R   e    v     i    s     t   a

     Ano I - número 2 - 2013

    Educação / Política / Cultura / Saúde / gastronomia / Turismo

    Se quer realmente saber o queuma Mulher diz, observe-a,

    não a escuteOscar Wilde

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    Esta é uma publicação da Ifá Editora

    Diretor: Adekunle Aderonmu

    Editora ResponsávelSimony Canato - MTB 22.783

    Conselho EditorialSalau Adisa ArogundadeGilberto AngelottiElisabeth Fonseca AkaDr. André CremonecDouglas Garcia Neto

    DiagramaçãoSimony Canato

    Fotos: Divulgação

    ColaboradoresDouglas Garcia Neto, Rosângela Ludovico,Cleide Espinha Pizani, Gilberto Angelotti, ElizabethFonseca Aka, Dra. Elcira da Silva

     Áf ricamagazine

         R   e    v     i   s

        t   a

    Expediente

    Centro Cultural AfricanoRua Gaspar Ricardo Júnior, 112 - Barra Funda SãoPaulo/SPCEP: 01136-030Tels. (11) 3392-7228/ 3392-5971e-mail: [email protected].

    br 

     As opiniões emitidas neste periódico são de respon-sabilidade de seus autores, não expressando a opi-nião dos integrantes da Ifá Editora.

    Editorial

    Tudo é possível...

    Nesta segunda edição da Revista África Maga-

    zine, contamos com uma variedade de assuntosque aconteceram nos meses anteriores. Come-çamos com o grande sonho de todos poderemnanciar seus estudos, tornando possível a tãosonhada formação, até uma homenagem muitoapropriada para o mês de março – o mês dedi-cado às mulheres.

    Destacamos nesta oportunidade a importânciada defesa igualitária dos direitos humanos a se-

    res humanos, na tentativa de colaborar com oresgate da dignidade da população negra, mos-trando que ‘juntos’ conseguiremos tirar a ques-tão da negritude dos porões da sociedade e en-carar esse monstro de frente e combatê-lo comtodas as nossas forças. E como prova disso,uma grande mulher, de bra, coragem e muitocaráter, à frente do país nos dá como exemplo, ahumanidade, fazendo alianças com um país co--irmão em prol de melhorias não só econômica,mas a de subsistência, de desenvolvimento, de

    saúde, enm de vida...

    Como não poderíamos deixar passar em bran-co, o conhecimento, o resgate da história, dacultura, da contribuição efetiva que os negros ti-veram e têm em nosso dia-a-dia, com os passosde nossos ancestrais por essas terras e suaspeculiaridades e com cartas na ‘manga’ paravencer todas as mazelas do século XXI, comoa depressão.

    Enm, tudo é possível... Até mesmo imaginarneste século tudo diferente, com os valores emseus devidos lugares, com uma sociedade mais justa, porque sonhar e lutar para ter não custanada, basta fé, coragem e força de vontade.

    Feliz Mês das Mulheres!

    Boa leitura a todos!

    Simony Canato

    Editora-chefe

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    SumárioEditorial/Expediente

    Educação

    Nova regra do Fies permite estudantes nanciar seus estudosSaúde

    Como curar a depressão com a ajuda de Ifá

    Política

    Você foi discriminado, ofendido? Saiba como se defender 

    Cultura

    Jogo de Búzios - em busca do desconhecido

    Relações Internacionais

    Brasil e Nigéria rmam acordo para duplicar relações comerciais

    Esporte

    Nigéria jogará no Grupo B da Copa das Confederações de 2013

    Beleza e Estética

    Cuidado com as mãos

    GastronomiaBobotie - prato típico sul-africano

    Turismo ÉtnicoRota da Liberdade - uma viagem ao ciclo do café

    Eventos

    - 20 de Cone - Dia da Intolerância Religiosa

    Palavras do Presidente

    Feliz Mês das Mulheres

    Personalidade

    Dandara de Palmares - um exemplo de mulher 

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    EducaçãoFaculdade – um sonho possível

    Idoneidade cadastral é eliminada para nanciar faculdade e também vale para quem precisa re-novar o benefício

     Atualmente, cerca de 1.150 instituições de ensi-no superior participam do Fies (Fundo de Finan-ciamento do Estudante do Ensino Superior). Asinscrições podem ser feitas em qualquer épocado ano. Podem aderir tanto os alunos que aca-baram de entrar em uma faculdade quanto quemtem bolsa de estudos – inclusive pelo ProUni(Programa Universidade para todos).

    O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal,que são os agentes nanceiros do Fies, esta-riam exigindo indevidamente eu candidatos de-

    vem ter ‘cha limpa’ para participar do programa. A denúncia foi feita pela DPU – SP (DefensoriaPública da União de São Paulo) que já recebeucerca de 200 reclamações sobre o assunto.Pelas regras do Fies, o estudante não precisaprovar que seu nome está registrado em cadas-tros de inadimplência, como o SPC, Serviço deProteção ao Crédito). Os interessados devem seinscrever pela internet, para aderir ao programa,e depois procurar uma agência bancária da Cai-

    xa ou do BB para contratar o nanciamento.

     Até 2012, estudantes que não conseguissemcomprovar ‘idoneida-de cadastral’ eram ex-cluídos do programa. Anova regra, agora valetambém para quem pre-cisa renovar o benefí-cio.  Em novembro, a

    ONG Educafro encami-nhou representação aoMinistério Público Fede-ral exigindo a mudança.Segundo o documen-to, “tais exigências têmfrustrado na prática aperspectiva de matrícu-la dos candidatos maispobres”.

     A Procuradoria dos Di-reitos do Cidadão anali-saria o documento nes-te mês, mas o Ministério

    da Educação (MEC) se adiantou com a mudan-ça. A nova norma foi ocializada em portaria do

    dia 28 de dezembro. “Eles foram sensíveis epromoveram um avanço para a inclusão, aca-bando com uma medida que impedia os maispobres de chegar à universidade”, diz o diretorda Educafro, Frei David Santos.

    Segundo o MEC, não há como informar quantospedidos foram recusados e contratos interrom-pidos por conta das restrições cadastrais. Em2011, levantamento do sindicato das instituições

    particulares (Semesp) estimou que cerca de 75mil estudantes não conseguiam o atendimentopor conta de problemas no cadastro.  Ainda hácasos em que, ao saber da imposição, interes-sados simplesmente não procuraram o nancia-mento.

    De 2010 a 2012, o programa teve 603,5 mil con-tratos. Até ontem, 60,9 mil estudantes haviamconseguido nanciamento. Os contratos repre-

    sentam R$ 29,1 bilhões desde 2010. O MEC es-pera que neste ano haja mais de 374,4 mil no-vas adesões, superando o registrado em 2012.

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    SaúdeDepressão – omal do século

    XXI

    Pensamentos negativos acumulados no subconsciente geram problemas emocionais eelementos da natureza, no culto Yorubá, curam um dos males que afetam a maioria da po-

     pulação, a depressão

    Infelizmente, a depressão é a doença deste sé-culo. Muitas pessoas se desesperam e se entre-gam deliberadamente em tristeza, insegurança,angústia. Geralmente, esses sintomas são ori-ginados pelo cultivo de pensamentos negativosque, ao longo da vida, são vividos com muita in-tensidade e independem, na maioria das vezes,da vontade do indivíduo. Essas experiênciastambém podem advir de fatos desagradáveisocorridos na infância, lembranças traumáticasque dilaceram ou fragmentam o ego e que cam

    registrados no subconsciente, sendo desenca-deados em momentos inesperados, ocasiona-dos por sintomas psicossomáticos.

     A depressão é uma doença tratada com ajudade psiquiatras, seguida de medicamentos alo-páticos para tentar amenizar ou sanar os sin-tomas de percepções redobradas em casos deansiedade excessiva (estado paranóico), mashá os que preferem algo mais profundo como

    a ajuda espiritual. No culto Yorubá, a maior par-te dos males tem origem na cabeça, no cultivode pensamentos. Segundo os yorubanos, a Ori(cabeça) é responsável por tudo na vida do serhumano. Aliás, uma boa Ori traz boa saúde, bom

    relacionamento, prosperidade e proteção divina.Esses elementos mencionados são a colunavertebral de uma Ori no mundo espiritual e qual-quer desequilíbrio em uma dessas partes, resul-ta na depressão.

     A Ori é dividida em duas partes: Ori Ode (guraque o mundo conhece) – cabeça física; Ori Inu(parte interna) – responsável pelos pensamen-tos, envolvendo a alma do indivíduo. A parte físi-ca, como o olho, ouvido tem uma conexão direta

    ao cérebro, que também tem uma ligação diretaao coração, por isso há um ditado dos Yorubáque se assemelham ao dito popular brasileiro ‘Oque o olho não vê, o coração não sente’ : Bi eti oba gbo yinkin inu kii Bajé, que signica: “O que oouvido não escuta, o coração não sente” . Essesdois elementos da cabeça são de grande impor-tância na vida. Sabedores da grande importân-cia da Ori, na cultura Yorubá, ela é tratada deuma forma especial, com os devidos cuidados.

    Para se evitar doenças de cunho emocional, vá-rios elementos da natureza são fundamentaispara manter-se em equilíbrio e um grande exem-plo é Oron agogô (patuá, com fundamentos dareligião) com o objetivo de curar a depressão.

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    Esse tipo de violência, muitas vezes, é muito di-

    fícil de identicar, pois ela pode se manifestar

    por meio de agressões explícitas ou de discrimi-

    nação discreta abuso, e é válido lembrar que to-ção discreta abuso, e é válido lembrar que to-discreta abuso, e é válido lembrar que to-

    das as formas de desrespeito e sejam elas sutis

    ou evidentes, devem ser denunciados.

    Denunciar um crime de ódio é um direito dos ci-

    dadãos, uma vez que não ajuda apenas a vítima,

    mas toda a sociedade e aqueles que poderiam

    ser agredidos caso tais crimes continuassem im-

    punes. Quem se sentir agredido, em quaisquer

    circunstâncias, deve-se dirigir nas delegacias ou

    então fazer um boletim de ocorrência eletrôni-

    co no site da Secretaria da Segurança Pública:

    www.ssp.sp.gov.br/bo. “As provas são aquelasadmitidas em Direito. As vítimas devem prestar

    atenção se há testemunhas que possam com-

    provar suas alegações e se há a possibilidade

    de se usar imagens e sons. Já para os crimes

    via internet há que se ter cuidado de fazer a im-

    pressão de todas as páginas para uma investi-

    gação ecaz”, enfatiza a delegada.

    Em casos de agressão física

     Ao denunciar um crime resultante de preconceito

    e discriminação a vítima (ou qualquer outro de-

    nunciante) deve assegurar que o caso seja tra-

    tado com a devida atenção e que haja a realiza-

    ção de um Boletim de Ocorrência. Em casos de

    agressão física a vítima não deve trocar de roupa,

    lavar-se ou limpar os possíveis ferimentos, já quetais atos deslegitimariam as provas da agressão.

    Nesses casos (agressão física) a realização de

    um Exame de Corpo de Delito é indispensável.

    É muito importante procurar ajuda das testemu-

    nhas e se assegurar de que estas possam teste-

    munhar o acontecido em futuras lutas judiciais.

    Em casos de racismo

     A discriminação racista é considerada crime pela

    Constituição Federal que apresenta diversas

    formas de punição para estes casos. É comum

    a prática racista camuar-se em experiências

    cotidianas ou formas ofensivas de brincadeira.

    O agressor costuma: - dar apelidos de acordo

    com as características físicas da vítima; - in-in-in-

    feriorizar as características estéticas da etnia

    em questão; - considerar a vítima inferior inte-considerar a vítima inferior inte-considerar a vítima inferior inte-

    lectualmente, podendo até negar-lhe determi-

    nados cargos no emprego; - ofender verbal ou

    sicamente a vítima; - desprezar os costumes,

    hábitos e tradições da etnia; - duvidar, sem pro-

    vas, da honestidade e competência da vítima;

    - recusar-se a prestar serviços a pessoas de

    diferentes etnias. É importante salientar que há

    uma pequena diferença na forma de julgamento

    das diferentes expressões de racismo. O CódigoPenal, em seu artigo 140, § 3º determina uma

    pena de 1 a 3 anos de prisão, além de multa,

    para as injúrias motivadas por “elementos re-

    ferentes a raça, cor, etnia, religião, origem, ou

    a condição de pessoa idosa ou portadora de

    deciência”, já a lei 7716/89, lei anti-racismo,

    engloba os “crimes resultantes de discrimina-

    ção ou preconceito de raça, cor, etnia, religião

    ou procedência nacional”, também com pena

    de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa. Ba-

    sicamente, a diferença entre as duas é clas-

    sicar ou não como injúria a atitude racista. 

    Bons lugares para se buscar justiça e ajuda em

    casos de racismo são as Comissões de Direitos

    Humanos e os departamentos policiais.

    Denuncie:  Delegacia de Crimes Raciais e De-

    litos de Intolerância (DECRADI) - Rua Brigadei-ro Tobias, 527 – 3º andar Luz – SPTel: (11) 3311-3556/3315-0151 – Ramal 248;

    Defensoria Pública do Estado de São PauloNúcleo Especializado de Cidadania e DireitosHumanos - Rua Boa Vista nº 103, 11º andar.Centro - São Paulo (SP) Telefone: (11) 3101-0155 – Ramal 135 - Correio eletrônico: [email protected]

    Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do

    Estado - Pátio do Colégio, 148 – Térreo – Cen-

    tro – São Paulo - Tel: (11) 3291-2621

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    Cultura/Religião

    Jogo de búzios – uma busca pelo desconhecido

     A verdade, em si, pode ser visualizada em partes, pois ninguém é o dono dela. Para estu-diosos da tradição africana há um respeito por todos os pontos de vista e manifestações

    religiosas que podem conduzir a Deus

    “O futuro a Deus pertence”, esse é um dito popu-lar que para alguns não fazem muito sentido. Acuriosidade em saber o que se tem pela frente;em ter controle sobre determinados aconteci-mentos já fazem parte do mundo ocidental. Unsapelam para a ‘sorte’ do acaso, enquanto outros

    apelam para as artes divinatórias. Esse é o casodo jogo de búzios utilizados nas religiões tradi-cionais e nas de diáspora africanas, instaladasem países das Américas.

    No Brasil, os búzios (conchas pequenas depraia), cauris – na África – eram usados comodinheiro, moeda corrente, hoje, são instrumen-tos de grande importância por babalorixás e Iya-lorixás como uma forma de comunicação comorixás em suas consultas. Ele também serve deadorno em roupas de orixás e para confecção dealguns os de conta (elekes), de acordo com areligião Batuque, Candomblé, Omoloko, Tamborde Mina, Umbanda, Xambá, Xangô do Nordeste.

    Sua origem é médio-oriental, mais precisamentea região da Turquia e adentrou na África juntocom as invasões daqueles povos aos africanos.Eles são adotados pelas mulheres, sacerdoti-sas, pois o Opele-Ifá e Opon-Ifá – jogos divina-tórios originalmente africanos – são destinados

    somente aos homens.

    Segundo algumas correntes e crenças nem to-das as pessoas podem manejá-los ou lê-los.Essa prática está destinada apenas a pessoascom uma forte espiritualidade e pré-destinadasa cargos de hierarquia, após autorização e en-sinamentos de seus zeladores (pais e mães desanto).

    Métodos de jogo

    Existem muitos métodos de jogo de búzios. Omais comum consiste no arremesso de um con- junto de 16 búzios sobre uma mesa previamentepreparada, e na análise da conguração que eles

    F  o t   o : Di   v ul     g a   ç  ã  o

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    adotam ao cair sobre ela. Antes, o babalorixá ouIyalorixá faz suas orações e saúdam todos osorixás e durante os arremessos, conversam comas divindades e faz-lhes perguntas. Há váriaslendas em torno das conchas, mas certamenteas respostas para todas as dúvidas cotidianasestão contidas em suas caídas, considerandoque as divindades afetam o modo como os bú-zios se espalham pela mesa, proporcionando aoconsulente um direcionamento as suas dúvidas.

    O jogo de búzios  instituído no Brasil contribuiupara a organização de algumas religiões, comoo candomblé, por exemplo, passando a ser utili-zados pelas mulheres e, no futuro, por todos osdirigentes que vieram a ser formados. Essa novamodalidade foi feita por Ìya Nàsò e Bàbá Asikanque depois de libertos da escravidão, viajarampara a África e voltaram depois de sete anos.

    Esta simplicação tornou-se menos complexa,promovendo uma mudança radical de status re-ligiosos.

    Jogo de búzios e o Culto de Ifá

    Em torno do jogo de búzios há várias histórias,mas não se pode esquecer que esta arte divina-tória está interligada aos oráculos de Ifá. “Orún-milá (ifá) é a divinda-de do oráculo e veioao mundo por de-terminação de Olo-dumare (Olorum) – ‘Deus’, para acon-selhar Òrísà’Nlá (Oxalá) na organiza-ção da Terra. ParaOxalá, foi delegadaa função da criaçãoda Terra. A Orùnmi-

    lá (ÒRÚ –I-O-MO- A-TI-LA – ‘Somenteele que está em to-das as dimensõese planos pode nosorientar’) foram de-legados assuntospertinentes ao des-tino, consciência esabedoria. O Culto

    a Ifá está totalmen-te ligado a formada “Manifestaçãodivina em forma depalavra”, pois conta

    um Itan(história) que “Ifá, quando olha com bonsolhos para um homem ele se torna uma pessoaprospera em todas as direções”. Os ensinamen-tos são passados oralmente e os oráculos doculto de Ifá dispõem de diversos instrumentosritualísticos usados na adivinhação, onde des-tacamos principalmente OPON-ÌFÁ (Campo Sa-grado), ÌROKE-IFÁ (Bastão de madeira ou mar-

    m), IKÍN IFÁ( coquinho de dendê) e Opele-IFÁ(corrente mística que une o Òrún (Céu) ao Ayè(Terra).

    Merindilogun ou Merindelogun – vem dapalavra Erindinlogun e a tradução é dezesseisa interpretação das caídas dos búzios por Odùe (cada Odù indica diversas passagens) deacordo com a mitologia yorubá, os Odù sãodeterminados conforme a quantidade de búziosabertos e fechados resultantes de cada jogada

    e deve ser interpretado, transmitindo-se ao con-sulente tanto o signicado da caída, quanto oque deve ser feito para solucionar o problema.

    Em 1830, em Salvador, eram raros os quetinham a função do jogo de búzios por Odù.Diferente do tempo atual, ele é procurado pararesolução de vários tipos de problemas ineren-tes aos conitos existenciais.

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    Relações InternacionaisBrasil e Nigéria - parceiros na área de energia e agropecuária

    Brasil e Nigéria armam acordos para duplicar relações comerciais até 2015 em igualdade de

    condições, sem dependência nanceira, e o objetivo principal é a erradicação da pobreza

    O comércio bilateral da Nigéria na zona de co-

    mércio Sul em breve poderá ser reforçado com

    uma nova determinação do país para aumentar

    as relações comerciais com o Brasil. Dos atuaisUS$ 9 bilhões para US$ 18 bilhões até 2015.

    Combate à pobreza

    O Brasil estabeleceu parcerias com a Nigérianas áreas de produção de energia e agropecu-ária. Os dois países também trocarão experi-ências sobre iniciativas de combate à pobrezae segurança alimentar. Esses acordos de coo-peração foram rmados no sábado, dia 23 defevereiro, entre a presidente Dilma Rousseff eo presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, em Abuja, capital da Nigéria.

    Em discurso após reunião com Jonathan, apresidente lembrou que a Petrobras está pre-sente no país há 14 anos, produzindo petró-leo. Ela disse que a empresa pretende ampliara produção e estabelecer presença cada vez

    mais marcante na Nigéria. “Nós queremos iralém. Queremos estabelecer parceria tambémna área de energia elétrica, dada a capacidadedo Brasil na área de geração hídrica e naconstrução de grande sistema de transmissão”

    disse.

    Dilma disse que tem como objetivo intensicar oapoio ao governo nigeriano no desenvolvimentoagropecuário, com a participação da EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).O Brasil deve ajudar também na formação deprossionais da área. A presidente acrescentouque estão em análise novos instrumentos de -nanciamento e investimento em infraestrutura.

    “Vamos ampliar a presença do Brasil em todasas áreas que o governo nigeriano julgar impor-tante, como produção de vacinas antirretrovi-rais, medicamentos genéricos de alto custo”,destacou.

    Para Dilma, o governo nigeriano mostrou clarointeresse pela presença do Brasil no país, emigualdade de condições, sem dependência -nanceira.

    Na África, a Nigéria é o país mais populoso commais de 148 milhões habitantes. O principal de-sao das autoridades nigerianas é o combate àpobreza. Com a economia baseada na explora-

    ção de petróleo, o país ainda sofre com a faltade diversicação e a dependência do setor, poisa agricultura é basicamente de subsistência eboa parte do que consomem são importados.

       F  o   t  o  :

        d   i  v  u

        l  g  a  ç   ã  o

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    EsporteNigéria disputará Copa das Confederações de 2013, no Brasil

     A Copa das Confederações de 2013 que se rea-lizará de 15 a 30 de junho no Brasil, organizadopela FIFA, contará com a participação do ven-cedor do Campeonato Africano das Nações de2013, a Nigéria, que disputará sua classicaçãocom os times do Grupo B – Espanha, Uruguai eTaiti.

     A Nigéria, do treinador Stephen Keshi, no jogoclassicatório não teve nenhum desfalque, sejapor lesão ou suspensão. O treinador contou como retorno de Fegor Ogude, que cumpriu suspen-são contra a Costa do Marm e pode voltar nolugar de Ogeny Onazi, bastante elogiado pelotreinador.

    Esta foi a  décima quarta seminal da Nigéria,que já venceu a CAN em duas oportunidades(1980 e 1994) e recuperou o seu prestígio, porora perdido na memória do torcedor.

    Nigerianos e malineses enfrentaram-se na histó-ria da CAN em quatro oportunidades com duasvitórias da Nigéria e dois empates.

    GRUPO A

    Jogo  Data - Ho-rário

      Local Resultados

    1 15/06 16:00   Brasília Brasil   Prévia   Japão

    2 16/06 16:00   Rio de Janeiro México   Prévia   Itália

    5 19/06 16:00   Fortaleza Brasil   Prévia   México

    6 19/06 19:00   Recife Itália   Prévia   Japão

    9 22/06 16:00   Salvador Itália   Prévia   Brasil

    10 22/06 16:00   Belo Horizonte Japão   Prévia   México

    GRUPO B

    Jogo Data -Ho-rário

      Local Resultados

    3 16/06 19:00   Recife Espanha   Prévia   Uruguai

    4 17/06 16:00   Belo Horizonte Taiti   Prévia   Nigéria

    7 20/06 16:00   Rio de Janeiro Espanha   Prévia   Taiti

    8 20/06 19:00   Salvador Nigéria   Prévia   Uruguai

    11 23/06 16:00   Fortaleza Nigéria   Prévia   Espanha

    12 23/06 16:00 Recife Uruguai   PréviaTaiti 

    Nigerianos poderão prestigiar seu time disputara Copa das Confederações com times de peso

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    Beleza e EstéticaAs mãos denunciam a nossa idade

     As mãos não podem car de fora dos

    cuidados diários e precisam de hidrata-ção para evitar o ressecamento

     As mãos, assim como o pescoço, são áreas donosso corpo que raramente escondem a idade.Muitas pessoas se esquecem do cuidado comas mãos, elas falam tanto quanto a nossa boca.Elas participam do nosso dia-a-dia. Gesticula-mos, levamos o nosso alimento para a nossaboca, seguramos objetos, portanto merecemcuidados e atenções especiais.

    Elas também sofrem com o processo de enve-lhecimento, sua pele ca mais ácida, mancha-da, o dorso apresenta com o passar do tempouma diminuição de gordura, revelando tendõese veias, dando um aspecto senil. Mas existemtratamentos que podem ser associados ou não,mas depende da necessidade de cada caso.- Peelings – ácidos com propriedades de reno-vação da pele e para a retirada de manchas.Um dos mais usados é a pasta de ATA (ácido tri-cloroacético – que pode ser líquido ou em pasta)garante uma distribuição homogênea na regiãoa ser tratada. O resultado é uma descamaçãoda área, promovendo uma renovação celular e oclareamento da mão.

    - Lipoenxertia – enxerto de gordura para asmãos, sendo indicada para a acidez, ossosaparentes, veias e tendões visíveis. É feito comanestesia local ou troncular (bloqueio dos ner-

    vos que vão para as mãos). A gordura implan-tada pode ser reabsorvida em parte (até 40% a60%), mas sempre bom lembrar que parte dagordura vai persistir, conferindo aparência me-lhor do que estava antes do procedimento.

    - Bioplastia – esse procedimento é feito no con-sultório, com anestesia local. Através de umapequena cânula e introduzido uma substânciaque devolvera o volume perdido nas mãos. Asubstância a ser utilizada poderá ser o ácidohialurônico ou o PMMA (polimetilmetacrilato). Oefeito é imediato, tirando o aspecto de mão en-velhecida, com veias e ossos aparentes.

    -Sculptra – é utilizado como estimulante decolágeno local que consiste de uma substân-cia que induz a formação de colágeno local,melhorando a qualidade da pele, diminuindo aacidez, dando um aspecto mais jovem. Sãofeitas três sessões uma a cada mês, o efei-to não é imediato como o do preenchimen-to, mas apresenta um resultado satisfatório.

    - O laser de infravermelho como Laser Titan,Nir, Tight-Skin atua estimulando a formaçãode colágeno local, melhorando a acidez, oaspecto craquelado e deixando as mãos maissedosas com aspecto mais jovem. O Laser deCO2 fracionado, a Luz pulsada, são procedi-mentos indicados para o tratamento das man-chas da mão causadas pelo envelhecimento eexposição solar. As manchas podem ser retira-das ou amenizadas melhorando o aspecto das

    mesmas. Após as sessões de laser e indicadoo uso de luvas de proteção para evitar a expo-sição solar e assim ter um resultado mais sa-tisfatório. São realizadas pelo menos três ses-sões com intervalo mensal entre as sessões.

    Dicas para mantê-las sempre saudáveis 

    1- Uso constante de protetor solar, o que mui-tos esquecem, passam no rosto e esquecem

    pescoço colo braços e mãos; 2- Se manipularprodutos químicos, use sempre luvas; 3- Usarhidratantes nas mãos, de preferência sempreapós lavá-las; 4- Tudo que usar no rosto, menosa maquiagem, poderá ser usado nas mãos.

    Foto: divulgação

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    Gastronomia

     A gastronomia sul-africana possui algumas pe-culiaridades. Apelidada de “cozinha arco-íris, elasofreu inuência dos ex-colonizadores holande-ses e ingleses, de imigrantes da Índia, Malásia,

    Java, Moçambique – ex-colônia portuguesa.Uma das receitas típicas sul-africanas é o bo-botie (espécie de torta), cuja receita original erasimilar à torta inglesa e os colonizadores holan-deses a levaram para a África do Sul em 1650.

    BobotieUm prato típico sul-africano

    Ingredientes

    1,5kg de Patinho ou coxão Mole ou Carne deCordeiro; 150ml de leite integral; 1 pão Francêspequeno sem casca; 3 cebolas médias picadas

    grosseiramente; 1,5 colher (sopa) de curry empó; ¾ de xícara (chá) de vinagre de vinho tinto;1 pimenta Dedo de Moça pequena, sem semen-tes e bem picada (opcional); 1,5 colher (sopa)de suco de limão; 1,5 colher (chá) de açúcarmascavo; 1,5 colher (sopa) de Mango Chutney;4 ovos; 2 dentes de alho pequenos bem pica-dos; 8 folhas de louro; 12 amêndoas sem cascafatiadas (na horizontal); 1 laranja Pera ou Bahiacom casca; 1 limão Siciliano (com casca) corta-dos em rodelas nas; 4 colheres (sopa) de óleo;Sal a gosto

    Modo de preparo

     Aqueça o forno a 150 graus. Coloque o pão de

    molho em um pouco de leite. Aqueça o óleonuma panela grande, adicione a cebola, o alho eo curry. Refogue em fogo médio por cerca de 4minutos, mexendo sempre. Junte a carne, tem-

    pere com sal a gosto e refogue até que este- ja quase cozida. Espreme o pão com as mãos,desmanche-o grosseiramente, descarte o leite eadicione à panela o pão desmanchado, o vina-gre, o suco de limão, açúcar, chutney e pimentaDedo de Moça. Se preferir um prato menos pi-cante, coloque apenas um pouquinho de pimen-ta picada. Misture bem e refogue por 2 ou 3 mi-nutos, mexendo sempre. Retire do fogo.

    Disponha 4 folhas de louro, 3 rodelas de laran- ja e 3 de limão no fundo de um refratário mé-dio. Espalhe o preparado de carne no refratário,decore os lados com fatias de laranja e limão,afundando as rodelas de modo que só apareça1/3 delas. reservando 2 rodelas bonitas de cadafruta para a decoração. Se for usar amêndoas,espalhe por cima. Bata os ovos com o leite, tem-pere com sal a gosto e derrame sobre o prepa-rado de carne. Decore a superfície com 4 folhasde louro e as rodelas de frutas reservadas. Leve

    ao forno, sem cobrir, por cerca de 30 minutosou até que os ovos estejam cozidos, mas nãoressecados. Retire do forno e sirva com Arroz Amarelo (Geelrys) Mango Chutney à parte.

    Foto ilustrativa

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    Turismo Étnico

    Fazendas instaladas em cenários exuberantes e a vivência da cultura popular sãoalguns ingredientes do circuito

    Rota da Liberdade - uma viagem pelo Ciclo do Café

     Algumas passagens dos livros didáticos sobreo ciclo do café podem ser vivenciadas por al-guns aventureiros de plantão, por meio da Rota

    da Liberdade. Esse roteiro étnico leva o visitan-te a experenciar a saga do negro africano, suagastronomia, religiosidade, história e cultura daépoca. Composta por 18 cidades, entre municí-pios do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra daMantiqueira, esse projeto de turismo mapeia ospassos dos negros africanos em terras brasilei-ras e no Estado de São Paulo e marca a inuên-cia de sua cultura nesta fase.

    Esse projeto, desenvolvido no Estado do São

    Paulo, em parceria com a Coordenadoria deTurismo do Estado, Lúcia Helena Tavares deOliveira – Delegada Regional de Turismo – quefomenta as ações para a concretização de todoesse trabalho étnico e, ainda, segue as orien-étnico e, ainda, segue as orien-segue as orien-tações da UNESCO (Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),que coordena as ações do projeto Rota da Liber-dade em nível mundial, desde 1994, quando darealização da Conferência onde discutiu a Diás-pora Africana e suas implicações do tráco Ne-

    greiro no mundo. A rota paulista é apoiada pelosConselhos Regionais do Turismo Paulista, Se-cretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estadode São Paulo e por alguns órgãos locais.

    Como Chegar:

    O acesso a Tremembé pode ser feito através das

    rodovias SP-070 Ayrton Senna, BR-116 Presiden-te Dutra e da SP-123 Floriano Rodrigues Pinheiro.Quem tomar a Dutra após São José dos Campos,pagará um pedágio na ida e dois na volta. Quempreferir seguir pela Dutra deve sair no km 113, paraseguir pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro. A viagem até Tremembé também pode ser feitapor esta rodovia, pois é paralela a Ayrton Senna. A Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro possuipista simples, sendo que a rotatória que dá aces-so à cidade está localizada no Km 17 e o trajeto

    até a entrada de Tremembé é de apenas 7 km.

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    Para os visitantes são seis os ro-teiros que podem ser conferidos:

    Roteiro 1Tremembé - Taubaté - Pindamo-nhangaba 

    Neste roteiro os turistas conhe-

    cerão a saga dos Barões doCafé em terras valeparaibanas,amparadas pela mão do negroafricano escravizado.

    - Fazenda Maristela – antiga fa-zenda cafeeira do Visconde daPalmeira (o escravo movendo aeconomia); - Fazenda Cabral – do pé ao pó

    de café (o dia-a-dia da fazenda); - Solar do Visconde de Itapeva –arquitetura dos Barões do Café(artíces negros construindomansões):- Sítio do Picapau Amarelo –uma das grandes propriedades do Visconde deTremembé

    Sitio do Picapau Amarelo

     Roteiro 2 Tremembé - São Luís do Paraitinga - Redençãoda Serra 

    Neste roteiro podemos conhecer a movimen-tação pela Abolição da Escravatura e seus

    desdobramentos:

    - Redenção da Serra – primeira cidadedo Vale do Paraíba a libertar seus es-

    cravos; - São Luís do Paraitinga – a riqueza

    do café transformando-a em cidade

    Imperial; - Tremembé – terras do Viscondede Tremembé – político inuen-

    te.

    Inclui: Guia local;Transporte; Hospedagem

    com café da manhã; Almoço; Jantar temático

    (dança e cultura negra).

    Café - o ouro de todos os tempos

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    Turismo ÉtnicoRoteiro 3 Piquete – Lorena – Cruzeiro Roteiro com aspectos da religiosi-dade e do “sincretismo” afrobrasi-leiro, além de novos olhares sobrea presença do negro na economia

    cafeeira e nos caminhos do ouro:

    - Piquete – Fazenda Santa Lidia –Museu do Escravo; - Lorena – Igreja do Rosário, Basí-lica de São Benedito, IEV (Institutode Estudos Valeparaibanos)- Cruzeiro – Caminhos do Ouro,Complexo Cultural da Rotunda Inclui: Guia local; Transporte;

    Hospedagem com café da manhã; Almoço.

    Roteiro 4Piquete – Guaratinguetá – Cunha Roteiro com aspectos da religiosidade e do“sincretismo afrobrasileiro”, o negro e sua ex-pressão cultural, além de novos olhares sobre apresença do negro nos caminhos do ouro:Piquete – Fazenda Santa Lidia – Museu do Es-

    cravo; 

    - Guaratinguetá – Jongo do Tamandaré, MuseuFrei Galvão (Bomglio de Oliveira) e Igreja deSão Benedito; - Cunha - Caminhos da Estrada RealInclui: Guia local; Transporte; Hospedagemcom café da manhã; Almoço; Apresentação doJongo da Comunidade do Tamandaré

    Roteiro 5Piquete – São José do Barreiro –Bananal Neste roteiro podemos (re)conhecera presença do negro na sociedadeescravista, dentro da economia ca-feeira:- Piquete – Fazenda Santa Lidia –Museu do Escravo; - São José do Barreiro – Fazenda

    Pau d’Alho, Cemitério dos Escravos; - Bananal – Fazenda Boa VistaInclui: Guia local; Transporte; Hos-pedagem com café da manhã; Al-moço; Palestra sobre a presença doNegro no Vale do Paraíba.

    Roteiro 6 São Sebastião – Ubatuba – Ilhabela Encontro do elo entre passado epresente escravista no Brasil: rema-nescentes de comunidades quilom-bolas, sítios arqueológicos, cami-nhos do ouro:

     Apresentação do Jongo

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    - São Sebastião – Sítio Arqueológico São Fran-cisco*- Quilombo da Caçandoca ou do Cambury*- Ilhabela – Praia de CastelhanosInclui: Guia local; Transporte; Hospedagemcom café da manhã; Almoço; Palestra comquilombola.

    Esportes radicais

    Para quem adora ação, o Rio Paraibuna ofe-rece opções de esportes radicais como o raf-ting (canoagem em corredeiras). Na PousadaFazenda Maristela, antiga propriedade cafeei-ra pertencenteao visconde daPalmeira, os vi-sitantes podem

    praticar raftingem corredeirasnível 1, 2 e 3,acompanhadosde prossionaisexperientes.

    Trilhas

    Uma extensatrilha de terra ea travessia por

    um pequeno riolevam o visitan-te à FazendaNeuchâtel, emGuara t ingue-tá. Encravadanum cenário belíssimo, pertenceu inicialmentea Ulisses Aléxis Pezzenoud, que ali construiuuma réplica do castelo Neuchâtel, da Suíça,seu país natal. Depois dele, teve vários proprie-tários. Ficou em ruínas até ser restaurada, comprojeto da arquiteta Regina Maia, sobrinha-ne-ta do frei Galvão. Hoje, a Neuchâtel mantémo seu charme e vigor de outrora e é uma dasatrações da rota.

    Do Pé ao Pó de Café

    O dia-a-dia numa plantação de café é a atraçãoprincipal da Fazenda Cabral. De acordo comEduardo Antonio de Castro Santos, técnico res-ponsável pelo projeto do Pé ao Pó de Café, as

    visitas agendadas são realizadas de maio a se-tembro, durante o período de colheita do café. Além de conhecer a colheita do fruto, o visitan-te verá uma pequena capela dedicada a SantoIsidoro, patrono dos lavradores.

    Princesinha do Norte

    Os palacetes 10 de Julho, Visconde da Palmei-ra e Tiradentes, a Igreja São José e a IgrejaMatriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, loca-lizados no centro histórico de Pindamonhanga-ba, retratam a época áurea da cafeicultura daregião. São verdadeiros patrimônios históricos

    que vale visitar. Hoje, a Princesinha do Nortemescla ares modernos com a tranqüilidade dointerior.

    Pioneira

    Com apenas quatro mil habitantes, Redençãoda Serra impressiona os visitantes pela sua

    história, apa-rência e pelosfestejos. Fun-dada no início

    do século 19pelo capitão--mor FranciscoFerraz de Araú- jo, a cidade foia primeira alibertar seusescravos, bemantes da Abo-lição, em maio

    de 1888. Aconstrução dagrande represado Rio Paraitin-ga, na décadade 70, determi-

    nou o m do município. Da velha Redenção daSerra sobraram a Igreja Matriz, o sobrado comsacadas de ferrão (antiga sede da prefeitura) eoutros poucos sobrados e residências da RuaCapitão Alvim, que sobreviveram como ‘memó-ria urbana’.Serviço: Rota da Liberdade

    Operadoras:

    Reality Tour Viagens e Turismo – Tremembé –(12) 3672-3427

    Cunha-Paraty – [email protected] 

    Fazenda Neuchâtel – [email protected]

    Pousada Fazenda Maristela – www.pousada-maristela.com.br 

    Pousada Mogaperama – (12) 3674-1838

     Arte com papel – artista Maria Dalila – (12)3674-3742.

    Trilha do Rio Paraibuna

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    Eventos20 anos de CONE

     Aos 20 anos de existência, o órgão pioneiro que formula e fomenta as ações de políticas

     públicas em prol da luta dos afro-descendentes ganha uma publicação histórica

    No dia 18 de janeiro, na Casa das Rosas, regiãocentral de São Paulo, em comemoração aos 20anos da Coordenadoria dos Assuntos da Popula-ção Negra, CONE – órgão pioneiro no segmentoque formula, supervisiona, acompanha, elaborae implementa política públicas que atendam àsnecessidades da população negra do município– foi lançado o livro População Negra 20 anos,editado pela entidade. A publicação marca duasdécadas de atuação da coordenadoria e retratao trabalho, as conquistas e os desafos da enti-

    dade.

    Participaram do lançamento, o secretário BrunoCovas, o presidente do Centro Cultural Africano,Otunba Adekunle Aderonmu, a coordenadorado CONE, Maria Aparecida de Laia, a presiden-te do Tucanato Estadual, Elisa Lucas, a jornalista,Rosângela de Paula, a presidente do CARE, Prof.Rosa de Andrade, o presidente do tucanafro Mu-nicipal, Ivan Lima, o secretário do Tucanafro Esta-

    dual, Paulo Leite, o presidente do Conselho esta-dual de Participação e desenvolvimento, MarcoAntonio Zito Alvarenga e a conselheira do Con-selho Estadual de Participação e Desenvolvimen-to da Comunidade Negra, Vania Soares

    De extrema importância por ter aplicado duran-te todos os anos de atividade sua proposta emfomentar a luta do negro contra a discriminação

    que existe na sociedade, a CONE luta para pro-mover a igualdade e a valorização da diversidadecultural, fortalecendo a Cultura Afro-Brasileira,além de colocar a comunidade negra paulistanano contexto sócio-político da cidade,

    Foto:Divulgação

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    Eventos

    Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

     A Fundação Cultural Palmares,

    FCP, vinculada ao Ministério daCultura, comemorou no dia 21 de janeiro, o Dia Nacional de Com-bate à Intolerância Religiosa, comum ato de paz e pelo direito à liber-dade de crença religiosa. O even-to contou com um talk show comespecialistas em religiosidade ecultura afro-brasileira. Além disso,houve uma cerimônia ecumênica

    com lideranças de losoas cristãse de matriz africana, organizadapela Prefeitura de São Paulo.

    Na ocasião, foi inaugurada o-cialmente pelo Prefeito Fernan-do Haddad a Secretaria Especialde Promoção da Igualdade Racial, como compromisso de promover os DireitosHumanos na cidade de São Paulo, no

    combate a discriminação e enfrentamentoàs desigualdades raciais, e o anúncio daportaria que prevê a constituição de umGrupo de Trabalho para a criação do Fó-rum Inter-religioso do Estado.

    Um ato de paz pelo direito à liberdade de crença religiosa

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    Palavras do Presidente

    Feliz mês das Mulheres!Mulher, mãe, es- 

     posa, educadora,

    condente, amiga,

    ser humano. Essaé a condição da

    mulher desde os

     primórdios. Hoje,

    em busca de uma

    nova condição, a passos

    lentos, a situação ainda se

    manifesta como um prolon- 

    gamento da sua realidade

    vivida no período de escra- vidão. Infelizmente, elas,

    mesmo se destacando em

    algumas áreas, antes só permitidas a

    homens, como empresárias, prossio- 

    nais liberais e até presidente, as mulhe- 

    res ainda continua numa escala social

    bem abaixo, carregando as desvanta- 

    gens do sistema racista e machista queo país ainda teme em mudar.

     A mulher negra sempre foi a ‘espinha

    dorsal’ de sua família e quando teve

    um companheiro pós-abolição, signi - 

    cou alguém a mais para ser susten- 

    tado. Esse quadro, aos poucos, está

    em desenvolvimento. Hoje, vista com

    outros ‘olhos’, elas se destacam,

    mesmo com pouca escolaridade, trabalhan- 

    do mais, se empenhando constantemente

     para ter seu lugar ao sol.

    O mês de março dedicado a todas as mulheres, esperamos

    que sua dignidade seja resgatada, que haja valor e reconhe- 

    cimento e que se faça valer o dito popular, com alguns ajus- 

    tes: ‘Por trás de um grande homem há sempre uma grande

    mulher’ para ‘Ao lado de um grande homem há sempre

    uma grande mulher’.

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    PersonalidadeDandara de Palmares – uma guerreira e tanto!

    Falar dessa grande guerreira é uma homenagem a todas as mulheresque vivem suas batalhas pessoais, sem deixar de ser mulher, esposa,

    mãe, educadora, enm... uma batalhadora

    Todas as mulheres têm uma Dandara dentro desi. Muitas tarefas lhe são atribuídas ao longo desua jornada. Umas com mais afazeres, outrascom menos, mas, em geral, com suas preocu-pações peculiares. Mães, avós, esposas, lhas,educadoras, médicas, empresárias, enm, asquais com seus atributos, suas batalhas. De umamaneira ou outra, todas defendem seus ideaisde vida e, com Dandara não foi diferente...

    Mulher de Zumbi dos Palmares, cou na memó-ria como um exemplo de guerreira para todas aslutas do dia a dia.

    Segundo historiadores, não era apta a serviçosdomésticos, mas plantava com todos, trabalha-va na linha de produção de farinha de mandioca,aprendeu a caçar e ainda a lutar capoeira, em-punhar armas e a liderar falanges femininas doexército palmarino.

    Mãe de seus três lhos, Dandara participou detodos os ataques e defesas da resistência depalmares e não tinha limites para defender a li-berdade e a segurança do Quilombo. Ela com-

    partilhava a posição de Zumbi contra o tratadode paz assinado por Ganga-Zumba. Entre ou-tras negociações, o acordo requeria a mudan-ça dos habitantes de Palmares para as terrasno Vale do Cacau. Para ela, o tratado traria adestruição da República de Palmares e a voltaà escravidão.

    Embora não haja registros de seu local de nasci-

    mento nem de sua ascendência africana, acredi-ta-se que nasceu no Brasil e foi viver no Quilom-bo de Palmares ainda menina. Mulher de muitasabedoria foi escrava e não se descuidava denada. Sua imagem era de Mãezona Leoa quecom, muita doçura, lutava com ferocidade para anecessidade de defender. Admirada por ter esseestilo que era citada por Che guevara e ter todarmeza nas lutas duras da vida e não perdeu aternura jamais.

     Após a destruição da Cerca Real dos Macacos,uma batalha sangrenta que deixou centenas demortos, Dandara morreu em 6 de fevereiro de1694, atirando-se da pedreira mais alta de Pal-mares para nunca mais ser escrava.

       F  o

       t  o  :

        d   i  v  u

        l  g  a  ç   ã  o

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