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Vida nova na

Florian BochardAtelier FB

28, rue du Sentier - 75002Paris

Fotos do projeto: Arnaud Rinuccini/divulgação

Localizado no 9º distrito de Paris, este flat passou por uma grande reforma para receber os novos moradores. A eliminação de ambientes e a criação de outros tornou-se um desafio para o arquiteto, que concebeu um décor moderno sem ignorar as raízes do edifício.

Em 1853, após ser nomeado prefeito do antigo departamento do Sena por Napoleão III, Georges-Eugène Haussmann iniciou uma série de intervenções urbanísticas na capital da França o que tornaram conhecido como “artista da destruição”.

Diversos prédios construídos naquele período são utilizados até hoje, preservan-do boa parte das características originais e adequando espaços internos a novos usos. Era o que queriam os proprietários deste apartamento, situado em uma dessas edi-ficações. Enquanto diversos revestimentos foram mantidos – como o forro em gesso e

o piso de madeira maciça – os ambientes fo-ram completamente reformulados. Um dos quartos, por exemplo, tornou-se banheiro, enquanto a suíte master originou-se de uma antiga sala de banho, e a cozinha reposicio-nada para o centro do living.

Apesar das intervenções, houve grande preocupação em manter a essência histórica do lar. “Não estávamos lá para remover tudo”, enfatiza o arquiteto e designer de interiores Florian Bochard, que assina o novo projeto em parceria com Eurydice Ferré, esposa e só-cia. “As raízes do estilo típico Haussmaniano tinham de ser preservadas”, complementa.

CIDADE LUZ

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Fica evidente no home theater o esforço na manutenção de elementos históricos. Além do forro em gesso preservado, o sistema de aquecimento foi mantido. O equipamento foi desenvolvido por Franz SanGelli – um dos precursores em aparelhos do tipo – em 1880. Durante a revitalização, toda sua tinta foi removida para receber um verniz cinza escuro, conferindo um look industrial à peça.

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O living possui duas áreas de estar – uma delas com lareira. Comporta ainda um espaço para refeições, com mesa em vidro 20 milímetros e suportes de cavalete, criando uma composição supercharmosa. O piso feito em madeira carvalho com peças em V foi mantido, porém passou por processos químicos que o deixaram em tonalidade mais clara. Dessa maneira, tornou-se peça-chave de um décor contemporâneo que respeita o passado.

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Entre as exigências dos moradores, uma representava um desafio em especial: as únicas cores aceitas seriam cinza, preto e branco – a exceção eram as tonalidades naturais da madeira. A cozinha ganhou então ares clean, com laca laminada no mobiliário fixo. Antes “escondida”, foi transferida para o centro do living. Nesse espaço e no hall, a maioria dos móveis foi comprada em diferentes lojas vintage de Paris.

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Os quartos dos filhos receberam tapetes com nuances mais suaves de cinza, devido à pouca luminosidade natural que os ambientes recebem. Havia um terceiro dormitório, que foi eliminado para permitir que os quartos ficassem lado a lado e voltados para a rua. Em ambos os locais, as cortinas compõem com os pisos e formam o contraponto com o branco predominante das paredes.

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Paredes brancas também marcam a suíte master – um dos espaços que mais demandaram esforços do arquiteto. As dificuldades estavam em chegar em um resultado harmônico que comportasse banheira, dois chuveiros e duas pias em uma área reduzida. O piso do banheiro teve de ser levantado para dar lugar à instalação dos canos. O vidro preto brilhante junto à banheira remete à proposta requintada.