Adriana Leite & Telma Paes. Simbolismo Português Início em 1890 com a publicação de Oaristos de...
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Adriana Leite & Telma Paes
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Simbolismo Português
Início em 1890 com a publicação de Oaristos de Eugênio de Castro.
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Camilo Pessanha (1867-1926) #Formado em direito,
também atuou como professor e juiz.
# Foi viciado em ópio, chegando a ter alucinações.
# Publicou um único livro, Clepsidra, em 1920.
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Clepsidra – Camilo Pessanha
Do grego klpsydra, é um relógio de água, se compõe de klepto, ‘furto’, ‘roubo’, e de hydor, ‘água’. Portanto, o relógio rouba a água.
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O Tempo e a Água Estas imagens são
constantes na poesia do escritor: o fluir das águas, a idéia de que tudo é passageiro e assim como o relógio rouba a água, a passagem do tempo rouba a vida conduzindo o homem ao encontro da morte.
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A Irreversibilidade do Tempo O relógio d’água sugere a
fluidez, a liquidez do tempo quanto a sua irreversibilidade.
• Outro sentido possível da palavra, apoiado na mitologia relaciona-se a Hidra, “serpente gigantesca com inumeráveis cabeças que nascem e se desenvolvem na medida em que são cortadas, simbolizando a impotência humana perante o que lhe é exterior e adverso. Deste modo Clepsidra pode simbolizar a fragilidade da condição e do saber humanos.
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Inscrição
Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
A contemplação da esperança, ao contrário do que se imagina, não leva o “eu” lírico à alegria e ao alívio, mas aumenta sua angústia, dada a impassibilidade da alma, incapaz de buscar uma saída para o estado em que se encontra.
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Possibilidades de Leitura# A busca desesperada de
respostas para as questões de natureza existencialista.
# Sentimento de desolação, desconsolo, angústia profundos.
# Desistência ou aniquilação diante da vida, sendo esta atitude traduzida por imagens de desertos, naufrágios, ruínas, corpos decadentes.
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# Associações sutis e exposição de imagens fugidias relacionadas à passagem do tempo.
# Noção de transitoriedade da vida que se dilui com o fluir do tempo.
# Vulnerabilidade humana perante a passagem do tempo que conduz à morte.
#Visão pessimista a cerca da realidade, morbidez.
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# Atitude de estranhamento entre o Eu e o corpo, o Eu e a existência, e o Mundo.
# Musicalidade suave, forte poder de sugestão.# Sinestesia (apreensão da realidade através dos
sentidos).#Expressão da realidade que, intuitivamente
relaciona-se a estados de espírito e sensações vagas.
# Constante utilização da imagem da água, escorrendo como as coisas nunca alcançadas pelo homem, ou como aquelas perdidas de forma irreversível.
# Atitude de resignação perante as adversidades da vida (sofrimento, tristeza, dor existencial, consciência da vulnerabilidade humana em relação à passagem do tempo, pessimismo).
# Sensibilidade mórbida.
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Ilusão, Dor, Exílio do Mundo
A poesia de Camilo Pessanha influenciou vários poetas modernistas, como Fernando Pessoa, mostrando o mundo sob a ótica da ilusão, da dor e do pessimismo.
O exílio do mundo e a desilusão em relação à Pátria também estão presentes em sua obra e passam a impressão de desintegração do seu ser.
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ViolonceloChorai arcadas Do violoncelo! Convulsionadas,Pontes aladasDe pesadelo
De que esvoaçamBrancos, os arcosPor baixo passamSe despedaçamNo rio, os barcos
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Fundas soluçamCaudais de choro...Que ruínas, (Ouçam)! Se debruçamQue sorvedouro!...
Trêmulos astros...Solidões lacustresLemes e mastros...E os alabastros! Dos balaústres Urnas quebradas! Blocos de gelo... -Chorai arcadas, Despedaçadas Do Violoncelo.