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A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO EM LONDRINA E SUAS
CONSEQUÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS
Gisele Azevedo¹Jeani Delgado Paschoal Moura²
RESUMO
O presente artigo apresenta a conclusão dos estudos realizados durante o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE); o projeto de intervenção pedagógica foi aplicado na sétima série/no oitavo ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Professor José Carlos Pinotti, no município de Londrina, PR. O objeto de estudo voltou-se para a produção e a organização do espaço urbano por meio de uma análise da lógica capitalista na distribuição dos espaços de produção e de consumo. Vivemos em um país de estrutura sócio-econômica capitalista, cujo sistema, concentrador de riquezas, tem por objetivo a obtenção de lucro e de interesses voltados para a produção em grande escala, o que tem levado a uma exploração sem limites dos recursos naturais e dos próprios seres humanos. Criou-se uma sociedade de consumo em que os produtos descartáveis são a mola propulsora e mantenedora desse sistema. Nesse sentido, esta proposta procurou estimular os alunos a perceberem e compreenderem que o espaço que ocupam e transitam é produzido e reproduzido em função do capital, daí a necessidade de analisar a lógica capitalista na produção e na organização do espaço urbano. Como metodologia buscou-se instrumentalizar a prática da cidadania por meio do desenvolvimento de raciocínios geográficos e da Educação Ambiental. Como resultado do trabalho implementado foi possível iniciar o processo de desalienação dos educandos por meio da reflexão crítica, desenvolvendo seu raciocínio geográfico além da ampliação da sua consciência espacial e percepção de que são cidadãos responsáveis. Assim, estruturados na reflexão/ação, como dinamizadores de ambientes educativos, os alunos atuaram de maneira crítica na leitura da produção socioespacial de Londrina, reconhecendo-se como sujeitos construtores do espaço e, também, responsáveis pela busca de melhorias deste, seja por meio de lutas, questionamentos e/ou ações comunitárias.
Palavras-chave: Capitalismo. Consumismo. Educação Ambiental. Cidadania. Ambientes educativos.
___________________________
¹ Professora de Geografia da rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), turma 2010. ² Orientadora, Curso de Geografia, Universidade Estadual de Londrina/UEL.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo apresentar o relato da implementação do
Projeto de intervenção Pedagógica na escola que contribua, na teoria e na prática,
com o processo de ensino-aprendizagem de Geografia. Este projeto foi elaborado
para o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), edição 2010, da
Secretaria do Estado da Educação do Paraná (SEED) e para a sua aplicação foi
elaborado um Caderno Pedagógico que contempla a fundamentação teórica para o
professor e as atividades, divididas em oficinas, para os alunos. O roteiro de estudos
abordou os conteúdos estruturantes e específicos da Geografia para a Educação
Básica, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná,
que deu embasamento teórico para trabalhar com os alunos uma análise da lógica
capitalista na produção e organização do espaço urbano, a materialização espacial
do consumismo e suas conseqüências socioambientais. O seu desenvolvimento se
deu junto aos alunos do 8º ano do período matutino, no segundo semestre de 2011
do Colégio Estadual Professor José Carlos Pinotti.
Diariamente nossos educandos são bombardeados com informações
recebidas por meio da internet, noticiários e, apesar disso, eles não possuem as
ferramentas necessárias para processar essas informações e transformá-las em
conhecimento. Assim, a sala de aula deve ser o espaço onde o professor vai criar as
possibilidades para transformar a informação em conhecimento, despertando no
educando a curiosidade, o desejo de investigar esse espaço e desenvolver a
capacidade de intervir na realidade de forma consciente e eficaz. A Geografia é um
instrumento útil para se fazer uma leitura crítica do mundo mediante análise
geográfica da realidade levando o aluno a pensar o mundo em que vive a partir de
sua condição real de existência, que é o espaço local. Assim, o trabalho deve ser
contextualizado de tal forma que o aluno não receba o conteúdo apenas como
espectador passivo, mas o explore como protagonista, como pesquisador agente de
mudanças.
A escolha do tema “A materialização espacial do consumismo em Londrina e
suas consequências socioambientais”, justifica-se por atender aos pressupostos
teóricos contemplados na DCE (2008). Levando em conta que os livros didáticos são
produzidos por autores que destacam a realidade socioespacial de São Paulo ou do
Rio de Janeiro, optou-se pela elaboração de um Caderno Pedagógico embasado na
realidade socioespacial de Londrina. Lembrando que cabe ao professor adaptar e
dosar as atividades, nele sugeridas, ao seu contexto escolar.
2. METODOLOGIA PARA O PROCESSO DE DESALIENAÇÃO
O trabalho de Educação Geográfica e Ambiental visa a ampliação da
capacidade de análise do espaço geográfico pelos alunos através da reflexão/ação,
contribuindo para sua desalienação. Guimarães propõe essa forma de Educação
Ambiental (EA):
Para vivenciar as contradições existentes na realidade, realizar a potencialidade do ser através das relações políticas, sociais e com o meio ambiente, é que se faz necessário em um processo de EA associar a atitude reflexiva com a ação, a teoria com a prática, o pensar com o fazer, para realizar um verdadeiro “diálogo”, como bem define Paulo Freire em sua proposta educacional; ou seja, ter a práxis em EA. Apenas a ação gera um ativismo sem profundidade, enquanto apenas a reflexão gera uma imobilidade que não cumprirá com a possibilidade transformadora da educação, já dizia Freire. (GUIMARÃES, 2005, p.32)
É importante o aluno perceber e compreender que o espaço que ele ocupa e
transita é produzido e reproduzido em função do capital, bem como, os problemas
socioambientais consequentes desse sistema, como o acúmulo de lixo, o
esgotamento dos recursos minerais, a poluição do solo, do ar e das águas, as
desigualdades sociais, a pobreza, a fome, o preconceito, a violência entre outros.
Assim, é primordial ensinar os educandos a se tornarem cidadãos, a partir do
reconhecimento de que são sujeitos construtores do espaço e, também,
responsáveis pela busca de melhorias deste espaço, seja por meio de lutas,
questionamentos e/ou ações comunitárias.
De acordo com Morin (2010) nós vivemos em uma comunidade de destino
uma vez que todos os seres humanos estão sujeitos às mesmas ameaças e
consequências da destruição socioambiental. Ele também afirma que há uma
identidade humana comum, apesar das diferenças raciais e culturais, pois somos
fruto de uma unidade genética de espécie, o Homo Sapiens, e, por fim, vivemos em
uma comunidade de origem terrestre. Por isso é necessário despertar nos alunos
uma identidade terrena e de pertencimento.
A consciência e o sentimento de pertencermos à Terra e de nossa identidade terrena são vitais atualmente. A progressão e o enraizamento desta consciência de pertencer a nossa pátria terrena é que permitirão o desenvolvimento, por múltiplos canais e em diversas regiões do globo, de um sentimento de religação e intersolidariedade, imprescindível para civilizar as relações humanas [...]. (MORIN, 2010, p. 73)
Por falta de uma identidade terrena e do sentimento de pertencimento é que
vemos tantos problemas socioambientais, pois as pessoas cuidam apenas do
espaço individual, delimitado pelos muros de suas casas, ao saírem delas, vão
transformando o espaço coletivo das ruas, do bairro, da cidade num grande lixão,
demonstrando que as pessoas não se sentem pertencentes a esse espaço e muito
menos responsáveis por ele.
O capitalismo nos leva a vivermos focados em nós mesmos, em um
individualismo crescente; gera uma competição exagerada, desigualdades, solidão,
violência e incompreensão. Aprendemos a fazer as coisas porque “todo mundo faz”,
agindo sem questionar, sem refletir as nossas ações, totalmente alienados e, dessa
forma, reproduzindo a ideologia do sistema dominante.
O ser humano é um ser social e de relações, Guimarães (2006) afirma que é
essencial usar a abordagem relacional como forma de ação para romper com o
paradigma da disjunção, que é próprio do sistema capitalista. Para este autor, a
lente do paradigma da disjunção vê tudo fragmentado e, ao procurar estabelecer
alguma ligação entre as partes, reduzem e simplificam o real de forma linear. Isso
leva a construção de um modelo único de sociedade, facilita a previsão e o controle
e permite a dominação de uma parte (a elite dominante) sobre as demais (os
excluídos).
O conhecimento precisa ser contextualizado para que o aluno possa se
perceber dentro do todo para refletir que a parte e o todo formam uma unidade e que
há relações entre os elementos. A reflexão crítica é questionadora da realidade,
denuncia as intenções ideológicas dominantes, desaliena. A Geografia é um
instrumento útil para se fazer uma leitura crítica do mundo através da análise
geográfica da realidade.
Nesse sentido, numa perspectiva crítica, algumas perguntas devem orientar o pensamento geográfico e o trabalho do professor, tais como: - Onde?- Como é este lugar?- Por que este lugar é assim?- Por que aqui e não em outro lugar?- Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico?- Qual o significado deste ordenamento espacial?- Quais as conseqüências deste ordenamento espacial?- Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros?(PARANÁ, 2008, p.52)
Por meio da reflexão crítica, a partir desses questionamentos, o aluno irá
desenvolver o raciocínio geográfico e ampliar a sua consciência espacial,
identificando as desigualdades, conflitos e contradições próprias do sistema
capitalista, materializados no espaço nas diferentes escalas de análise, deixando,
dessa forma, a postura alienada, passiva, comodista, recebedora de informações e
reprodutora da ideologia dominante para uma postura ativa, desalienada, que o leve
a ser curioso, a investigar esse espaço e ser capaz de intervir na realidade de forma
consciente e eficaz.
Guimarães (2004) alerta para o perigo da armadilha paradigmática que gera
ações individuais e intervenções pontuais de caráter conservador produzindo uma
educação comportamentalista focando o esforço educativo na crença de que a
transmissão de informações vai provocar mudanças de atitudes.
Apenas a informação não basta. As pessoas sabem, por exemplo, que a água
parada favorece a reprodução do mosquito da dengue, mas pouco ou nada fazem
para modificar essa realidade; elas sabem que é importante preservar a natureza,
mas mesmo assim a destruição continua. Apenas a minha transformação individual
(parte) é mínima, não rompe com a ideologia dominante, pois não transforma o todo.
A pressão do modelo capitalista é grande e o indivíduo sozinho não modifica a
realidade.
Sozinhos, ficamos livres, mas não podemos exercitar a nossa liberdade. Com o grupo, encontramos os meios de multiplicar as forças individuais, mediante a organização. É assim que nosso campo de luta se alarga e que
um maior número de pessoas se avizinha da consciência possível, rompendo as amarras da alienação. (SANTOS, 1987, p. 79)
No processo de desalienação, Guimarães (2004) afirma que formar
multiplicadores para educação ambiental é cair na armadilha paradigmática. A
educação crítica propõe a formação de dinamizadores de ambientes educativos (e
não multiplicadores) que interagem e constroem novos conhecimentos de forma
contínua e participativa, num movimento de sinergia que envolva ação-reflexão-
ação. Ele não considera apenas o espaço físico escolar como ambiente educativo,
mas sim as “relações que se estabelecem no cotidiano escolar, entre escola e
comunidade, entre comunidade e sociedade, entre seus atores nos embates
ideológicos por hegemonia, portanto, é movimento complexo das relações”
(GUIMARÃES, 2004, p. 142).
A escola deve ser o lugar do diálogo, da construção do conhecimento, de
alunos que questionam a si e ao mundo que o cerca. O ato de pensar, refletir, tem
como efeito o comprometimento, a tomada de decisões e o responsabilizar-se por
elas. Não devemos trabalhar o processo educativo querendo resultados imediatos,
pois isso só gera ansiedade e frustração porque os problemas socioambientais
ocorrem em escala macro e o enfrentamento é em longo prazo. O importante é o
processo educativo em que os alunos se percebam cidadãos responsáveis e
pertencentes ao espaço em que estão inseridos. É relevante propiciar ações para
que o aluno saia de uma atitude passiva (recebendo informações) e passe para uma
atitude ativa. As atividades são meio e não um fim, são partes do processo
educativo na intenção de fomentar a reflexão para que o conhecimento se
transforme em atitude e não em simples adestramento ambiental.
Apenas transferir conteúdos de forma mecânica e descontextualizada da
realidade cria seres alienados e incapazes de produzir mudanças em seu espaço
além de reforçar a ideologia dominante. Freire (2010, p. 47) afirma que ensinar não
é apenas transmitir conhecimentos, mas “criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção”. Para esse autor, quando o professor apenas
“transmite, transfere” o conhecimento e o aluno memoriza de forma mecânica, sem
questionar, este cai na armadilha da ideologia capitalista, e a reproduz sem
perceber. Ele também destaca que a curiosidade é um exercício que desafia o aluno
a buscar respostas para seus questionamentos e como consequência desse
exercício constrói o conhecimento de forma ativa e permanente. Percebemos,
assim, como é importante o papel do professor comprometido com o processo de
ensino e aprendizagem, estimulador de seus alunos mediante reflexão crítica em um
movimento incessante de pensar a realidade e aprender de forma significativa.
3. AÇÕES DESENVOLVIDAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA
De acordo com o objetivo geral do presente projeto, ambicionamos analisar a
lógica capitalista na produção e na organização do espaço urbano para
instrumentalizar a prática da cidadania por meio do desenvolvimento de raciocínios
geográficos. O objetivo proposto fora alcançado por meio do trabalho sistematizado
em sete oficinas que serão apresentadas adiante.
Quanto às dificuldades encontradas, o tempo disponível para implementação
foi curto, pois voltamos para a escola em meados de agosto de 2011 com o terceiro
bimestre em andamento, por isso precisei concluir o assunto que o professor
substituto já havia iniciado e somente no mês de setembro é que pude iniciar de
fato, a implementação. A turma da 7ª série/8º ano, em que implementei o projeto,
era desconhecida para mim, pois não os acompanhei nas séries anteriores, por isso
o primeiro desafio foi o entrosamento com eles.
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR), atividade realizada no PDE para a
interação virtual com os professores da Rede Pública, aconteceu quando a
implementação do Projeto estava em andamento. Momento em que os professores
cursistas interagiram com valiosas observações.
Apresentaremos o relato das ações desenvolvidas na escola durante a
implementação do projeto em questão:
• Primeiramente foi realizada a apresentação do Projeto para a direção, equipe
pedagógica e demais professores, em que expliquei a metodologia que seria
usada no Material Didático e esclareci as dúvidas surgidas.
• Implementação do Projeto por meio das oficinas construídas em uma
sequência didática para trabalhar com os alunos da sétima série/oitavo ano
do Ensino Fundamental o processo de desalienação e o desenvolvimento de
raciocínios geográficos por meio de um roteiro de estudos que abordou os
conteúdos estruturantes e específicos da Geografia para a Educação Básica,
de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, que
deu embasamento teórico para trabalhar com os alunos uma análise da lógica
capitalista na produção e organização do espaço urbano, a materialização
espacial do consumismo e suas consequências socioambientais.
No início conversamos com os alunos sobre o projeto a ser desenvolvido,
explicamos sobre o programa do PDE e os objetivos do trabalho a ser realizado por
meio de oficinas. Informamos os critérios de avaliação da participação deles no
projeto e esclarecemos as dúvidas. Os educandos, em sua maioria, mostraram-se
animados em participar do Projeto.
Oficina 1: Os modos de produção
Selbach (2010) destaca que o papel do professor de Geografia é ajudar seu
aluno a transformar informações em conhecimento, isso ocorre quando o aluno é
capaz de expressar com vocabulário próprio as ideias expostas pelo professor. Nem
todo conceito é passível de experimentação, daí a necessidade de metodologias
variadas, quando não há como ir à campo, tais como: a linguagem imagética, a
linguagem cinematográfica, a literatura, a música, a arte sequencial das Histórias em
Quadrinho. Essas metodologias estimulam o raciocínio geográfico levando o aluno a
pensar espacialmente, aprender a raciocinar em termos de escala e localização e
utilizar os novos conhecimentos construídos para atuar de forma eficaz no espaço.
Os objetivos dessa oficina foram: conhecer e identificar as características dos
modos de produção primitivo, escravista e feudal, bem como analisar a organização
espacial nos diferentes modos de produção.
Os educandos estavam acostumados com "questionários" alienantes, em que
o professor determina o parágrafo onde começa e termina a resposta, sem
precisarem se esforçar para compreender o assunto, memorizando a informação de
forma mecânica, sem transformá-la em real conhecimento, por isso estranharam
quando iniciei a oficina 1, em que deveriam analisar imagens e produzir pequenos
textos. Alguns questionaram se era aula de História ou Geografia. Precisei trabalhar
com a revisão do conceito de Geografia como ciência que estuda o espaço onde
vivem os homens, preocupando-se em saber como as sociedades se organizam,
qual a sua relação com a natureza e quais transformações produzem no espaço.
Levei fotos antigas de Londrina, para que analisassem e compreendessem que o
espaço geográfico é construído e reconstruído pelo trabalho humano. Dessa forma
eles começaram a aprender a analisar as imagens com um “olhar geográfico”, pois,
cada modo de produção possui características distintas materializadas na
apropriação, construção e organização do espaço urbano e rural. Em razão disso,
foram necessárias 6 aulas para concluir a oficina. O tempo estabelecido no Projeto
eram de 4 aulas.
Após as produções de textos dos educandos, levei o texto que havia
preparado para eles como complemento, para poderem comparar o que faltou no
olhar geográfico sobre cada modo de produção. Apesar das dificuldades iniciais, o
objetivo da oficina foi atingido, pois, os alunos demonstraram interesse e empenho
na realização das atividades propostas.
Oficina 2: O capitalismo
Conhecer as características do sistema capitalista e suas fases, para
compreender como o espaço atual foi organizado com base nesse sistema foi o
objetivo proposto nessa oficina.
Utilizei o texto do material didático e percebi a dificuldade dos alunos com a
interpretação textual. Precisei usar algumas situações do seu cotidiano para que
pudessem compreender as características do sistema capitalista, por exemplo: para
compreensão da característica do capitalismo, chamada de livre concorrência, levei
para sala de aula algumas revistas publicitárias de diferentes lojas, para que eles
percebessem que um mesmo produto possuía preços diferentes em cada loja, bem
como compreender a fonte de lucro do capitalismo financeiro que é a integração do
capital financeiro (juros bancários) com o industrial.
A maior dificuldade foi a realização das atividades que exigiam a leitura e
interpretação de imagens, pois frequentemente perguntavam: “professora é para
copiar daqui... até aqui...?”, percebi que não sabiam responder usando as suas
próprias palavras de forma crítica, pois alienados só sabiam reproduzir
mecanicamente as informações que recebiam, pois estavam “acostumados” a
responder questionários em que o professor indicava onde começava e terminava o
parágrafo da resposta e, nas atividades da oficina eles precisavam refletir, responder
usando seu conhecimento sobre o assunto e expressar com suas próprias palavras.
Oficina 3: Sociedade de consumo e consumismo
Os objetivos dessa oficina foram relacionar a sociedade de consumo e o
consumismo ao sistema capitalista e compreender o poder da publicidade na criação
e expansão da sociedade de consumo bem como as mensagens ocultas na
publicidade que incentivam o consumismo.
A metodologia utilizada foi a leitura e interpretação de imagens que mostram
as desigualdades e contrastes existentes na sociedade de consumo, bem como
imagens de situações de consumismo, incentivado pelos cartões de crédito e
facilidades do crediário. Também utilizei tirinhas para refletir sobre a fascinação e o
poder de convencimento que a mídia exerce sobre o consumidor alienado. As
imagens poderão ser acessadas nos endereços eletrônicos que constam na lista de
referências.
Mais uma vez houve a dificuldade de leitura e interpretação das imagens,
principalmente, quando se exigia a reflexão crítica ao relacioná-las com o
capitalismo.
Foi um grande desafio trabalhar o processo de desalienação com eles, mas o
uso de metodologias variadas como a linguagem imagética, por exemplo, foi uma
importante ferramenta.
Outra metodologia utilizada foi uma pesquisa em dupla onde os alunos
deveriam escolher e analisar alguns anúncios em revistas ou na televisão, dirigidos
a crianças e jovens e refletir sobre as seguintes questões:
a) Descreva uma criança ou jovem típicos desses anúncios.b) A publicidade dirigida às crianças e jovens anuncia que tipo de produtos?c) A publicidade orientada para os jovens busca incentivar que estilo de vida? Como ela quer que os jovens se sintam?d) Deve haver normas e regras para a publicidade?e) Os anúncios publicitários trazem informações importantes sobre os produtos? Justifique sua resposta. f) Você se deixa influenciar pela publicidade no momento de comprar? Justifique sua resposta.
g) Que perguntas deveríamos nos fazer, antes de comprar um produto?
A dupla deveria anotar as respostas e apresentar aos colegas as suas
conclusões.
A atividade de pesquisa em dupla foi parcialmente bem sucedida, pois o
desafio foi a participação dos alunos, muitos não realizaram a pesquisa em dupla
para analisar anúncios publicitários e refletir sobre as mensagens ocultas da
ideologia capitalista que incentivam o consumismo. Os que apresentaram,
demonstraram ter compreendido a atividade e quando os questionava a respeito do
anúncio que escolheram, sabiam responder. Um bom progresso na análise crítica.
Os alunos que fizeram a pesquisa conseguiram atingir o objetivo da atividade.
Oficina 4: Lixo urbano: sou responsável?
Essa oficina teve como objetivos: Identificar os problemas socioambientais
decorrentes do sistema capitalista. Investigar com os alunos, alternativas de
tratamento do lixo, que diminuam impactos ambientais, enfatizando a importância do
cidadão na coleta seletiva do lixo reciclável. Assistir aos documentários a “História
das coisas” e “Lixo extraordinário” a fim de promover rodas de conversa com os
alunos e estimular a reflexão e o debate crítico.
A metodologia utilizada para identificar os problemas socioambientais
decorrentes do sistema capitalista foi a análise de imagens. A imagem sobre o
problema social que envolve a exploração do trabalhador pelo patrão encontra-se no
endereço eletrônico indicado na lista de referências.
Após a leitura do texto de apoio “Problemas consequentes do capitalismo”, os
alunos deveriam perceber o problema socioambiental que a tirinha estava retratando
e relacionar as causas desse problema ao sistema capitalista.
Ao observar as imagens, listadas nas referências, os alunos deveriam refletir
e explicar o descaso, o descuido das pessoas com o espaço público, utilizado
frequentemente por todos nós.
Após ler o texto de apoio: “O problema do lixo urbano”, os alunos deveriam
analisar imagens sobre esta temática, as quais poderão ser visualizadas nos
endereços eletrônicos indicados nas referências.
Após analisar as imagens eles deveriam explicar as relações entre elas bem
como refletir sobre quem são os sujeitos construtores do espaço geográfico dos
lixões e dos aterros sanitários e quais problemas ambientais surgem em
conseqüência da construção diária de espaços como o da imagem do lixão.
Um pouco mais familiarizados com a leitura e interpretação de imagens, os
alunos tiveram menos dificuldades para responder aos questionamentos das
atividades, usando suas próprias palavras.
Também propus uma pesquisa para promover uma reflexão sobre a produção
de lixo pela família do educando e investigar se são cidadãos conscientes ou não. A
pesquisa envolvia as seguintes questões:
Pesquise em sua casa, os diferentes tipos de embalagens dos produtos que sua família tem consumido e responda as questões abaixo:a) Que tipos de materiais são usados nas embalagens?b) Há embalagens que são desnecessárias? Justifique sua resposta.c) Quais embalagens poderiam ser recicladas? Quais poderiam ser reutilizadas? d) Quanto material reciclável é produzido, em sua casa, semanalmente?e) Sua família separa o lixo reciclável para entregar às ONGs de coleta seletiva? Justifique sua resposta.f) Que hábitos podem ser mudados por você e sua família, para contribuir para um consumo sustentável e diminuir a quantidade de lixo gerado diariamente?
Nessa atividade de pesquisa, todos participaram e muitos disseram que suas
famílias já tinham o hábito de separar o lixo reciclável, mas sem lavá-los
adequadamente por isso expliquei a importância de entregar as embalagens limpas
aos catadores e enfatizei a importância da coleta seletiva e da reciclagem para o
meio ambiente.
O documentário “História das coisas”, nos leva a refletir sobre os problemas
sociais e ambientais criados em conseqüência dos hábitos consumistas além de
apresentar os problemas do sistema capitalista e como revertê-los. Duração de 21
minutos.
Houve dificuldade por parte dos alunos, para compreender o documentário,
pois argumentaram que a apresentadora falava muito rápido e eles não estavam
conseguindo acompanhar as explicações. Foi necessário voltar em algumas partes
para que ouvissem novamente a explicação. Durante a roda de conversa, aproveitei
para reforçar a análise das características do sistema capitalista e as questões
ambientais denunciadas no documentário. Não passei o documentário "Lixo
extraordinário", pois, percebi que o debate seria mais rico após eles conhecerem o
aterro sanitário de Londrina, por isso ele foi assistido após o trabalho de campo.
Em todas as atividades, houve envolvimento dos alunos e os objetivos da
oficina foram atingidos, pois se mostraram interessados e sempre questionando para
sanar suas dúvidas, o que considero uma vitória diante de todas as barreiras iniciais
em consequência da atitude alienada e passiva, recebedora de informações e
reprodutora da ideologia dominante.
Oficina 5: A materialização espacial do consumismo e suas consequências
socioambientais
Essa oficina teve como objetivos: visitar um Shopping Center, para que os
alunos pudessem refletir a lógica capitalista materializada na construção desse
espaço, considerado templo do consumo, de acordo com Pietrocolla (1989). Visitar o
aterro sanitário de Londrina, para que os alunos conhecessem esse espaço
construído, diariamente, pelos nossos hábitos consumistas bem como, observar os
impactos ambientais locais e globais conseqüentes do descarte inadequado e
acúmulo de lixo.
Sabemos que o indivíduo aprende na sua experiência, por isso a metodologia
usada foi o trabalho de campo, pois ele dá vida ao conteúdo trabalhado em sala
além de ser uma ferramenta que auxiliará na análise geográfica do espaço e no
desenvolvimento de raciocínios geográficos levando o aluno a pensar o espaço, as
relações dos homens com o espaço, articular escalas de análise, internalizar as
informações construindo um conhecimento que faz sentido e não será esquecido,
como ocorre na memorização mecânica.
Silvone e Tsukamoto (2006, p. 85) afirmam que o trabalho de campo não é
uma simples atividade de observação, mas que deve ir muito, além disso, e propiciar
“atividades de comparação que conduzam o aluno a analisar a realidade, de forma a
capacitá-lo a atuar sobre ela.” Dessa forma o aluno, auxiliado pelo professor, torna-
se agente do seu próprio aprendizado.
A oficina 5 foi concretizada na 6ª feira (11/11). A turma possui 36 alunos e
apenas sete não participaram dessa atividade. Eles tiveram aula na parte da manhã,
normalmente, e à tarde, no período em que não ministro aula, saímos a
campo. Primeiramente comuniquei a equipe pedagógica sobre o trabalho que estava
desenvolvendo; contratei o ônibus, fiz o ofício requisitando a visita ao aterro sanitário
(a secretária do Colégio apenas enviou por email ao responsável), fiz as
autorizações para que os alunos entregassem aos seus pais. Não fiquei na
dependência da equipe pedagógica. O custeio do ônibus foi dividido entre os alunos
que participaram da aula de campo. Observe algumas imagens do aterro na
seguinte sequência de figuras.
Figura 1 - Imagem parcial do aterro sanitário
Fonte: Azevedo, Gisele, novembro de 2011
O novo aterro sanitário de Londrina (figura 1), também chamado de Central
de Tratamento de Resíduos, está localizado num terreno de 10 alqueires em uma
área rural próxima ao distrito de Maravilha, na região sul, a 25 km do centro da
cidade e 34 quilômetros do colégio.
Figura 2 – impermeabilização do solo
Fonte: Azevedo, Gisele, novembro de 2011
Figura 3 – Vista parcial do tanque de tratamento do chorume
Fonte: Azevedo, Gisele, novembro de 2011
A Central de Tratamento de Resíduos funciona de acordo com medidas
ambientalmente adequadas, além da impermeabilização do solo por uma membrana
dupla (figura 2), também é realizada a captação e tratamento do chorume (figura 3)
e dos gases tóxicos liberados pelo lixo. Para o aterro propriamente dito, deveriam ir
somente os resíduos com os quais não é possível fazer mais nada. Infelizmente, a
falta de informação e conscientização da população faz com que muitos enviem para
lá, o lixo reciclável.
Figura 4 – Área de compostagem
Fonte: Azevedo, Gisele, novembro de 2011
O lixo orgânico é aproveitado por meio do processo de compostagem (figura
4), o que for reciclável será encaminhado para reaproveitamento, mas isso é muito
complicado pois este chega todo sujo ao ser compactado com o lixo orgânico e
outros materiais como pilhas, bateria, restos de remédios, dentro dos caminhões da
coleta. O aterro sanitário representa uma demanda de 20 anos da sociedade
londrinense.
Figura 5 – Quem está construindo esse espaço degradado?
Fonte: Azevedo, Gisele, novembro de 2011
Ao observar in loco a quantidade de lixo descartado (figura 5), foi possível os
alunos compreenderem a materialização espacial do consumismo, pois esse espaço
é construído diariamente por cada um de nós e pelos nossos hábitos consumistas.
Eles perceberam que muito lixo reciclável havia sido levado para o aterro sanitário e
que isso diminui a vida útil do mesmo, pois as embalagens recicláveis ocupam um
grande espaço além de levar décadas para se decompor, dependendo do material
de que é feito. Além disso, o mau cheiro que sentiram contribuiu para compreensão
do impacto ambiental em conseqüência da decomposição do lixo: a poluição do ar.
Também aprenderam que, sem a membrana dupla para impermeabilizar o solo,
como observado anteriormente (figura 2), a poluição deste seria inevitável.
Os alunos se sentiram à vontade para fazer questionamentos, tiraram muitas
fotos, um grupo levou a filmadora. Foi uma oportunidade preciosa para ensiná-los a
refletir sobre a materialização espacial do consumismo e suas consequências
socioambientais. Houve um grande envolvimento dos alunos, pois nunca haviam
saído juntamente com um professor. O trabalho de campo foi uma importante
metodologia que os ajudou a pensar o espaço, as suas relações com o espaço e
internalizar as informações, construindo um conhecimento significativo que não será
esquecido. Assim essa oficina alcançou os objetivos propostos.
A volta para sala de aula foi o momento ideal para sistematizar e organizar os
conhecimentos construídos. Por meio de debates, explorei o que foi visto,
relembrando o trajeto e aproveitando cada dúvida para alicerçar os conteúdos
trabalhados, procurando conduzir as informações na direção dos objetivos
determinados. Cada grupo deveria elaborar um vídeo (documentário) ou utilizar o
programa do Windows Movie Maker para criar um vídeo a partir das fotos que
tiraram, em que mostrariam a configuração espacial dos locais visitados, bem como
a reflexão crítica acerca do que aprenderam e de suas práticas em relação ao
consumismo. Também deveriam apresentar soluções práticas para minimizar os
impactos ambientais observados no aterro, como expressão do exercício de
cidadania.
Na aula posterior, assistimos ao documentário “Lixo extraordinário”, que
mostra o contato do artista plástico Vik Muniz com os catadores de material
reciclável do Aterro do Jardim Gramacho (um bairro do município de Duque de
Caxias onde está localizado o maior aterro sanitário da América Latina. O local
recebe, por dia, mais de 7000 toneladas de lixo provenientes de mais dois
municípios da Baixada Fluminense e também da cidade do Rio de Janeiro). A partir
da experiência, surge um novo combustível criativo para Vik e, como contrapartida,
os catadores diminuem a sua distância com a arte e conseguem condições melhores
de vida.
Alguns alunos conheciam o documentário, então avançamos e selecionamos
algumas partes que pudessem gerar debate e reflexão crítica sobre a construção
desse espaço por meio dos nossos hábitos consumistas. Como eles conheceram o
aterro sanitário antes de assistir, tiveram mais argumentos para debater sobre esta
temática.
Uma semana após o trabalho de campo, os alunos apresentaram suas
“produções artísticas” com a utilização do data show. Foi gratificante verificar a
criatividade de cada grupo, apesar de alguns erros ortográficos nas montagens, os
vídeos mostraram que compreenderam a materialização espacial do consumismo
em Londrina.
4. CONCLUSÃO
O espaço geográfico não é um palco passivo onde os seres humanos atuam
de forma alienada, como o sistema capitalista espera que façamos. Se trabalharmos
de forma tradicional apenas como repassadores de informações que descrevem o
mundo, infelizmente estaremos reproduzindo a ideologia dominante e, a cada ano,
formando cidadãos alienados, apáticos, calados e contemplativos.
A educação crítica, desalienadora, opera na lógica de ajudar os alunos a
compreenderem o que se está trabalhando em sala, construindo com eles o
conhecimento e os conceitos que ultrapassem as definições prontas, decoradas e
cobradas em meros questionários. É necessário trabalharmos a lógica que ordena a
organização dos espaços para que eles desenvolvam raciocínios geográficos onde
farão relações entre geografia e seu dia-a-dia, geografia e política, geografia e
natureza. Ler o espaço geográfico e exercitar nossos alunos a escrever o
conhecimento construído é um desafio diário, isso implica em estimular a
curiosidade, a participação, seja oral ou escrita, do aluno.
Acreditamos que o desenvolvimento deste projeto junto aos alunos da sétima
série/oitavo ano foi de grande valia, pois despertou o interesse, a curiosidade dos
alunos envolvidos. O processo de desalienação é longo, por isso trabalhar o
conhecimento de forma contextualizada por meio de reflexões críticas foi primordial,
pois o ato de pensar, refletir tem como efeito o comprometimento, a tomada de
decisões e o responsabilizar-se por elas como cidadãos conscientes e pertencentes
ao espaço em que estão inseridos, assim os resultados obtidos após a aplicação
deste trabalho foram satisfatórios. As argumentações dos alunos, junto com os
colegas e a professora, mostraram que o momento de trocas de informações em
grupos foi importante para auxiliá-los a transformar informações em conhecimento,
aprendendo a expressar com vocabulário próprio o que aprendeu e, principalmente,
perceber-se como agente construtor do espaço.
5. REFERÊNCIAS
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______. (org). Caminhos da educação ambiental: da forma à ação. Campinas, São Paulo: Papirus, 2006. (Coleção Papirus Educação)
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Consumismo compulsivoDisponínel em: http://www.willtirando.com.br/imagens/IMPULSIVO.jpg Acesso em 29 de Julho de 2011
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Consumidores alienadosDisponínel em:http://4.bp.blogspot.com/_PzqA5FHfo1Q/S6ofCf6iVkI/AAAAAAAABn4/DxocERLyhtQ/s1600/ryot-comprar-jb.jpg Acesso em 29 de Julho de 2011
Exploração do trabalhadorDisponínel em: http://www.cartapotiguar.com.br/wp-content/uploads/2010/10/capitalismo.jpgAcesso em 29 de Julho de 2011
Lixo atirado na rua, de dentro do carroDisponínel em:http://3.bp.blogspot.com/-0NEjmJdFEyI/TdluKJjmdhI/AAAAAAAAArY/k-cS49NVyzU/s1600/lixo+na+rua.jpgAcesso em 29 de Julho de 2011
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Documentário “A história das coisas”Disponínel em:http://sununga.com.br/HDC/index.php Acesso em 01/08/2011
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