A Lei de Amor

15
1 A Lei de Amor O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem. Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.) A lei do amor e caridade Amor e caridade: nessas duas pequenas palavras, que nunca vivem separadas uma da outra, se encontra resumido tudo o de nobre que existe no universo; se encontra resumido todo o aspecto moral a ser seguido pelo ser humano, enfim, se encontra toda a moral ensinada por Jesus. E o que é a moral espírita senão a que foi ensinada pelo Cristo rediviva? Essas duas palavras são pontos essenciais do Espiritismo, assim como deveriam ser também da vida de todas as pessoas.

Transcript of A Lei de Amor

1

A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

A lei do amor e caridade

Amor e caridade: nessas duas pequenas palavras, que nunca vivem separadas uma da outra, se encontra resumido tudo o de nobre que existe no universo; se encontra resumido todo o aspecto moral a ser seguido pelo ser humano, enfim, se encontra toda a moral ensinada por Jesus. E o que é a moral espírita senão a que foi ensinada pelo Cristo rediviva? Essas duas palavras são pontos essenciais do Espiritismo, assim como deveriam ser também da vida de todas as pessoas.

Difícil é definir onde começa o amor e onde se inicia a caridade, uma vez que caridade sem amor não existe, e vice-versa. A caridade abrange a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a abnegação, o devotamento, a solidariedade, a justiça, a fraternidade, etc, sendo a negação absoluta de qualquer orgulho e egoísmo. A verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Na verdadeira caridade, o homem pensa nos outros antes de pensar em si. Reinando ela na Terra, o mau aqui não imperaria; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. Os homens conformariam seus atos e palavras a esta máxima: “não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam”. Em se verificando isso, desapareceriam todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras, que são os duelos de povo a povo.

Igual importância tem o amor, que é a virtude fundamental sobre a qual há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ele não existem as outras. Sem o amor não há esperar melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem o amor não há fé, pois a fé não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma que ama o próximo como a si mesmo. Amarmos a Deus e uns aos outros: eis toda a lei. Lei divina, mediante a qual governa Deus o universo. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

Como colocado no início: amor e caridade não existem um sem o outro.

No entanto, o que se pensa quando surge a palavra caridade?

Ajuda material? Doações de roupas, alimentos? Esmolas?

2

Sim, todas são formas de caridade, mas não somente elas. Por pensamentos, por palavras e por ações exercemos a caridade. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados; por palavras, dando aos nossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos. Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando para não ferir o amor-próprio de ninguém. Também isso é caridade. A própria prece é, sim, uma caridade. A oração feita com fervor em benefício de outrem consiste em uma dedicação nossa a essa pessoa. Pois vamos duvidar da utilidade dessa prece, no poder da fé, perante Deus?

A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo. Completa fraternidade deve existir entre os verdadeiros seguidores da sua doutrina. A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que damos. A caridade sublime, ensinada pelo Cristo, também consiste na benevolência a ser usada sempre e em todas as coisas para com o nosso próximo. Podemos ainda exercitar essa virtude sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as nossas esmolas, mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento e de amor, conduzirão ao Senhor supremo.

De todas, a caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência. É fácil perceber que a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, é, porém, a mais difícil de exercer-se. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que somos recebidos por pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de nós, quando, espiritualmente falando, estão muito abaixo. Não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral. Contudo, essa caridade não deve obstar a outra. Necessário é ter cuidado em não tratar com desprezo o nosso semelhante.

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas superficialmente os defeitos de outrem e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e virtuoso. Embora o coração humano seja um abismo de corrupção, sempre há, nalgumas de suas dobras mais ocultas, o gérmen de bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual.

A caridade abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa. Uma sociedade que nela se baseia deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração pouco se comoverá.

Aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: “ignore a vossa mão esquerda o que a direita der”. Por essa forma, ele nos ensinou a não colocarmos juntas a caridade e o orgulho. A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola; e em convertendo em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, humilha-se o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras: "não saiba a mão esquerda o que dá a direita”.

3

Não escolhamos também a quem amar. Não nos disse Jesus que amar os amigos qualquer um faz? Pois amemos também os nossos inimigos, aqueles que nos injuriam e nos causam mal. Certo, ninguém consegue votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior a eles, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança. Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.

Não esperemos ainda reconhecimento ou gratidão pelos nossos atos. Nisso, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo. Se Deus permite por vezes que sejamos pagos com a ingratidão, é para experimentar a nossa perseverança em praticar o bem.

O exercício da caridade e do amor é um meio de nos aperfeiçoarmos. Sua negação é, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Não esqueçamos nunca que o espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento, sua situação como encarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sejamos, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que nos faz dar friamente o óbolo que tiramos do bolso ao que nos ousa pedir, mas a que nos leve ao encontro das misérias ocultas. Sejamos indulgentes com os defeitos dos nossos semelhantes. Em vez de votarmos desprezo à ignorância e ao vício, instruamos os ignorantes e moralizemos os viciados. Sejamos brandos e benevolentes para com tudo o que nos seja inferior. Amemos os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a nós, pelas faltas que cometemos contra Sua lei. Assim sejamos para com os seres mais ínfimos da criação e teremos obedecido à lei de Deus.

A Lei do Amor....

“Toda a ação que realizamos repercute-se no Cosmos. Seria uma arrogância tremenda pensar que somos o todo e que podemos fazer o que nos apetecer. Somos o todo, mas somos um todo que vibra com o Sol, com a Lua, com o vento, com a água, com o fogo, com a terra, com tudo o que se vê e o que não se vê. E tal como o que está fora determina o que somos, assim também tudo o que pensamos e sentimos se repercute no exterior. Quando uma pessoa acumula no seu interior ódio, ressentimento, inveja, raiva, a aura que o rodeia torna-se negra, densa, pesada. Ao perder a possibilidade de captar a Luz Divina, a sua energia pessoal diminui e, logicamente, a que a rodeia também. Para aumentar o seu nível energético, e com ele o nível de vida, é necessário libertar essa energia negativa. Como? É muito simples. A energia do Universo é una. Está em constante movimento e transformação. O movimento de uma energia produz um deslocamento de outra. Por exemplo, quando uma idéia sai da mente, a sua passagem abre um caminho no Éter e deixa atrás de si um espaço vazio que será necessariamente ocupado, segundo a Lei da Correspondência, por uma energia de qualidade idêntica à que saiu, pois foi deslocada no mesmo nível. Isto é: se uma pessoa lançar uma idéia de onda curta, receberá energia de onda curta, porque foi nesse nível de vibração que se lançou a ideia original(...)Portanto, se uma pessoa enviar ondas de energia negativa, receberá ondas negativas.Ora bem, existe outra lei que diz que a energia que permanece estática perde força e a energia que flui aumenta. O melhor exemplo é dado pela água do rio e pela água do lago. A do lago está estática e portanto tem a sua capacidade de crescimento restrita. A do rio circula e aumenta na medida em que se nutre dos ribeiros que encontra no seu caminho. Vai crescendo e crescendo até chegar ao mar. A água do lago nunca poderá converter-se em mar. A do rio, sim. O mar nunca caberá num lago. Mas o lago no mar, sim. A água estagnada apodrece, a que flui purifica-se. O mesmo acontece com uma ideia que sai da nossa mente. Por isso se diz que, se uma pessoa fizer o bem, este voltará a ele ampliado sete vezes. A razão é que no caminho ele vai nutrir-se de energia da mesma afinidade. Por isso se deve ter cuidado com os pensamentos negativos, pois correm com a mesma sorte.Se as pessoas soubessem como funciona esta lei, não estariam tão empenhadas em acumular pertences materiais. Vou-te dar um exemplo muito grosseiro. Se uma senhora tiver o seu armário cheio de roupa e quiser mudar o seu vestuário, tem de deitar fora a roupa velha, pô-la em circulação

4

para que a nova venha. De outra forma é impossível, pois todos os cabides estão ocupados e não há forma de aumentar o espaço dentro do armário. Tem um espaço limitado. O mesmo acontece com o Universo. Não aumenta. A energia que se move dentro dele é a mesma, mas está em constante movimento. De cada um depende o tipo de energia que vai entrar em circulação dentro do corpo. Se mantivermos o ódio dentro do corpo, como a roupa velha, não deixará espaço para o amor. Se se quiser que o amor chegue à vida, será preciso livrarmo-nos do ódio seja como for. O problema é que, segundo a Lei da Afinidade, ao deslocar ódio recebe-se ódio. A única solução é transformar a energia do ódio em amor antes que saia do corpo. A encarregada destas tarefas era a Pirâmide do Amor. Por isso é muito importante que a ponhas novamente a funcionar. Sei que te estamos a confiar uma missão quase, quase, impossível, mas também sei que podes perfeitamente com ela.”

A Lei do Amor por Laura Esquivel

Quando o amor ainda está mesclado com os impulsos do instinto e do desejo, nós o encontramos sob o nome de PAIXÃO.

Quando o amor traduz afinidade, carinho e respeito mútuo, nós o chamamos de AMIZADE.

Quando o amor resvalar pelos caminhos áridos do ciúme e da posse, ele aprisiona, e é quando encontramos o APEGO.

Quando o amor liberta, nós o chamamos de RENÚNCIA.

Quando o amor ainda está fechado em si mesmo, como semente escura e enclausurada, nós o chamamos de EGOÍSMO.

Quando o amor se expande como um SOL ardente, em benefício do semelhante, torna-se divino, e o chamamos de CARIDADE.

O ÓDIO é apenas a ausência do amor, assim como a sombra é a ausência de luz, ou então é o amor traído e, por isso mesmo, tempestuoso.

O amor é como o sol está por toda a parte. A diferença está na maneira como o refletimos

O amor é a força que une os mundos até mesmo, mundos tão diferentes, como eu e você está presente nos pequenos seres e até nos recantos mais escondidos do coração.

Quando nos afastamos desse AMOR, Sentimos o frio e a infelicidade na alma Essa é a LEI da vida. Estamos imersos nesse AMOR. Vivemos dele. E é para ele o destino de todos nós. AMAI-VOS, Vós sois amor!

A Lei de Amor

AMOR FRATERNAL

"A Terra é fundo abismo onde se multiplica o desespero e a amargura reina" - afirma o pessimismo. Mas o amor fraternal, que não persegue nem objurga, coloca mãos à obra do soerguimento e tudo renova.

"Viver entre os homens significa padecer em cada instante" - assevera o ódio. Todavia, o amor fraternal toma as cruzes em que estão as criaturas de braços distendidos e transforma as traves em rotas luminosas para a liberdade.

"Servir, amar, perdoar, são expressões utópicas da fraqueza dos vencidos" - atesta a desesperação. Sem embargo, o amor fraternal serve, ama, perdoa e gera clima de otimismo, onde a ruína semeara destruição.

"Não valem os esforços e as renúncias para aqueles que estão caídos" - atestam os que se deixaram tisnar pela desdita. Porém, o amor fraternal se converte em degrau abençoado e por ele se elevam os que jazem no sofrimento, alçando-os ao cume da vitória.

Há sempre lugar para que o amor fraternal se manifeste. Se chove e alguém blasfema, ele aponta a alegria do campo que reverdece.

Se o Sol arde e outrem reclama, ele fala do benefício da claridade que enseja trabalho dos que necessitam viver.

5

Se irrompe a guerra, ele é o caminho da paz. Se governa a paz, faz-se o elo da fraternidade que faculta o progresso.

O amor fraternal que, recorda o herói anônimo que se ocultou nos trapos da carne para edificar a vida na humanidade de todos os tempos, é a alavanca promissora e eterna de que podes dispor para alçar os que caíram e te ergueres na direção da plenitude da vida.

Quando todos os métodos te pareçam ultrapassados e quando todas as técnicas estiverem desvitalizadas; quando as circunstâncias se manifestarem aziagas e as ocasiões se fizerem pessimistas, aplica o amor fraternal sem pressa, sem reproche, sem imposição, como alguém que dilui ungüento balsâmico e perfumado sobre nodosa afecção orgânica e conta com o milagre do tempo para resolver o impasse.

Verás, então, reflorescer a esperança, renascer a alegria, ressurgir a felicidade onde há pouco sobrenadavam destroços, graças, agora, ao amor fraternal.

Joanna de Ângelis. Do Livro: Celeiro de Bênçãos. Psicografia: Divaldo Pereira Franco. Editora: LEAL

Para falarmos da Lei do Amor, antes de mais nada, devemos relembrar esta figura amiga que esteve e está entre nós quando o solicitamos.

À sua época, Jesus não possuía microfone nem autofalantes, mas toda a multidão o escutava tal era o seu magnetismo abrasador do amor.

E é sobre esse magnetismo transformador capaz de mudar a direção de nossos pensamentos em busca de um caminho, de uma rota, de uma meta a ser cumprida que vamos conversar esta noite. Então, desde já, vamos nos envolvendo por este magnetismo abrasador do amor.

Em nossas vidas, que possamos exemplificá-lo como a credencial que transforma o sentimento não são em um sentimento nobre, em um sentimento que eleva a criatura a sair do pântano de pensamentos depressivos, obscuros para elevarmos, como diz-nos Emmanuel: "Que nossos olhos, anatomicamente, não foram feitos no alto a toa, pois se assim não fosse poderiam ter sido feitos nos pés."

Os nossos olhos ficam no alto de nossas cabeças para que possamos, através da ótica do amor, compreender a extensão de nossos sofrimentos e conseguirmos traçar e alçar novos horizontes. Horizontes de Paz, horizontes de Luz, de beleza e conforto a todos nós almas cansadas de tantos erros.

Lembremos, mais uma vez, da passagem do Evangelho onde o nosso grande amigo Jesus nos faz um convite ao erguer suas mãos e estendê-las até nós.

Alma, se estás doente eu sou Teu médico. Neste momento, o Mestre nos coloca a auto-reflexão e acrescenta, ainda: "Se precisa de ajuda, entenda que meu fardo é leve e que é suave meu jugo".

Através desta passagem temos material suficiente para reavaliarmos a nossa trajetória até aqui.

Por estarmos vivendo por acréscimo da misericórdia de Deus neste planeta abençoado, que nos acolhe como forma de ponto de referência para nos reeducarmos através da Lei de Amor. Lei essa que é o nosso passaporte no caminho da felicidade plena.

Lembrando que o meio de nós conseguirmos essa tarefa, ou esta meta, é o próximo.

O próximo em toda a sua expressão, quer por pensamento quer por palavras, mas, principalmente, por muitas ações.

Então poderemos se, agindo assim, buscarmos Deus junto de nossos semelhantes.

Sentirmos, mesmo que de forma rudimentar, esse mecanismo abrasador chamado amor.

Só então transformando as nossas ações, revendo as nossas metas e sustentado pela disciplina dos benfeitores da égide do Cristo é que vamos angariando, paulatinamente, as benécies e a credencial para buscarmos, junto ao amor, a nova pátria. Pátria essa, agora, que não é mais externa e sim uma pátria interior.

Reportemos, mais uma vez, ao Evangelho, e veremos lá que havia necessidade do joio crescer junto ao trigo e que, em determinada época, ele seria extraído.

6

Quando nós vamos descobrindo esta Lei, vamos podando, destruindo as ervas daninhas que ainda existem em nosso ser renovando o homem velho que ainda somos no homem novo que buscamos.

Palavras de Paulo, o convertido da estrada de Damasco: "O Bem que eu quero este eu não faço e o Mal que eu não quero este eu ainda faço".

Tomemos os exemplos dessas figuras que existiram entre nós e que mostraram, através de um grande esforço, ultrajados, feridos e, muitas vezes, abandonados mas com a gigantesca vibração sustentadora que é o Amor.

O grande modelo e guia que nos sustentará através de todos os milênios é o Mestre Jesus.

Que possamos, diante das nossas, dificuldades observar qual a mensagem que o Amor nos pede para refletirmos e tomarmos o elixir amargo da farmácia divina como forma de nos curarmos.

Lembremos ainda que toda vez que a dor, seja ela qual for: material, espiritual e moral, se nos faz chorar é porque o nosso orgulho está sendo trabalhado e, por que não dizer, transformado pelo magnetismo do Amor.

Nós que nos encontramos, neste momento, entrelaçando os nossos pensamentos numa grande troca de energia não nos encontramos, como nos afirma a obra de Kardec, por acaso.

Deus, que é infinitamente sábio, justo, mas, principalmente misericordioso, este é o doce do seu amor, sempre aproxima almas que precisam doar daquelas que necessitam receber.

Que possamos, diante dessas pequenas palavras, refletirmos na Lei do Amor e, amanhã, ao despertarmos, possamos estarmos impregnados de novos ideais.

Que Deus nos abençoe, nos guarde, nos fortaleça e nos guie sempre.

Continuemos envolvidos pela serenidade do Cristo.

Responsabilidade é também lei de amor

Joanira Necas Soares

Quem maneja o leme somos nós. Quem responde pelos nossos atos, também. Ninguém jamais pagará pelos nossos erros ou enganos, como jamais colherá das nossas sementes.

Até que ponto estamos assumindo nossos compromissos morais perante a Doutrina Espírita?

Enquanto médiuns, o que fazemos pela ordem, organização, bem-estar dos nossos companheiros, pelo bom andamento do Centro Espírita que nos acolhe, indefinidamente, desde a proteção espiritual, o conforto material que nos aconchega, bem como a cadeira estofada, o ventilador, o copo descartável, a água filtrada, a energia elétrica, o ambiente limpo, higienizado, etc.

Será que todos temos consciência "do tudo" que recebemos da nossa Casa Espírita? Isso sem falar no amparo moral das nossas amizades intensas e duradouras, que nos acalentam a vida nos momentos difíceis.

Enquanto dirigentes, coordenadores, membros de diretoria, temos avaliado o desempenho dos nossos compromissos perante a espiritualidade que nos assiste e nos ampara , perante nossos irmãos que se vinculam conosco em nossos trabalhos espíritas? Quais são as respostas que se personificam em nossas ações, enquanto espíritas, diante dos nossos companheiros? Temos sido leais, solidários, honestos em relação aos princípios que pregamos?

Temos cumprido nossos deveres com retidão, sem desculpismo, sem fugas infantis? ou ainda somos daquele tipo que diz: "alguém pode fazer por mim?"

Somos ponto de apoio na construção da autonomia e dos projetos de nossa Casa Espírita?

Estamos alimentando os nossos sonhos de transformação moral, ou estamos chorando mágoas e ressentimentos?

Será sempre necessário sonhar… Projetar.. Construir… Somos sujeitos ativos em uma sociedade e a melhor forma de provar isso são as nossas ações. A Doutrina Espírita não pode mais conviver com discursos ignóbeis, vazios, sem fundamentação prática.

7

É preciso, é urgente que paremos de culpar os outros pelos nossos insucessos e dificuldades do percurso. Quando a responsabilidade fala mais alto, o amor se sobrepõe e energiza nossa vida de fluidos indissolúveis perante o negativismo que ainda nos cerca e assim nos tornamos fortes, nossa auto-estima se eleva e passamos a motivar naturalmente os que nos rodeiam.

A autonomia baseada no amor a Deus e nós mesmos, nos condiciona da dependência para a interdependência, nos faz pessoas melhores, mais sociáveis e nos ensina caminhar para "o evoluir sempre." E dessa forma progressivamente a consciência se aperfeiçoa, a mentalidade se dilata e nos tornamos colaboradores mais responsáveis e cada nível de responsabilidade reflete bem o nosso mundo interior.

Busquemos sempre que possível nos incentivarmos de objetivos, projetando e desenhando com as cores da benevolência um mundo novo, que se reflita em realidade de presente e futuro.

Crescer é deixar os sonhos vãos, as ilusões sem rumo, sem sentido, é estimular nossas potencialidades hoje, agora, usando o Livre-arbítrio, não para se fazer sobrepor nossos pontos de vista e sim como oportunidade abençoada de fazermos parte definitivamente dos planos divinos, isso acontece quando nos tornamos conscientes e responsáveis ante os compromissos que assumimos.

De nada representa "o posto" o cargo em si, que ocupamos frente às instituições humanas, somente o que construímos, nos eleva, nos diferencia. Somos os artífices de nós mesmos, a Doutrina já nos assegura; e construir é viver em plenitude os compromissos que esposamos.

A visão futurista que projetamos através da Doutrina Espírita, não nos permite mais desempenharmos nossas funções morais de qualquer maneira, ou ir levando como diz o ditado popular; é imprescindível que nos lancemos de corpo e alma, amando cada um com a sua capacidade, no entanto façamos tudo com amor. As tarefas pequeninas executadas com amor, persistência e dedicação, são todas grandiosas aos olhos de Deus.

A Lei de Amor tem que estar pulsando em nossos corações, só assim terá os reflexos naturais na produção que realizamos.

(Jornal Verdade e Luz Nº 185 de Junho de 2001)

A Lei de Amor

Que a paz de Jesus e as bênçãos de Deus, vibrem por todos nós! Desde já damos graças por esta oportunidade de conversarmos sobre este sentimento por excelência que é o amor. Neste momento que vivemos se faz crucial refletirmos sobre a doutrina de Jesus como nos ensina o espírito Lázaro, no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 11 item 8, quando nos diz que "O amor é o sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco, todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. Quem ama verdadeiramente não conhece as misérias da alma nem do corpo".Leon Denis, no livro Depois da Morte, diz que "O amor é o olhar de Deus". É o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração, é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade. É ter na alma uma força que nos eleva acima da matéria. Amar é sentir-se viver em todos e por todos. Daí origina-se o questionamento: Como devo desenvolver o germe deste sentimento ou aplicá-lo, quando somos vitimados pelas vicissitudes terrenas no corpo e na alma? Como agir segundo o Cristo, frente às agressões, as calúnias, as ofensas principalmente quando partem daqueles os quais temos afeições profundas levando-nos a desacreditar no amor? Como, neste mundo turbulento, onde o materialismo impera e envoltos muitas vezes em fluidos desequilibrantes, conseguiremos nos portar de forma a que nos distanciemos dos ins-tintos de nosso ponto de partida espiritual e avancemos para a meta que é nos instruirmos e nos depurarmos? Nosso iluminado mentor Antonio de Aquino, em uma de suas mensagens, nos esclarece que vivemos em época difícil e o tumulto é a característica principal de nossos dias. Mesmo assim temos necessidade de procurarmos momento de estudo, reflexão e meditação (como este que estamos agora), fazendo com que a alma se coloque aci-ma das coisas do mundo e tente se aproximar do Criador. Estes momentos nos fazem crescer basta que saibamos aproveitá-los. Tudo depende do que fizermos hoje, do nosso comportamento, do nosso esforço incessante em não nos influenciarmos pelas más tendências, de reconhecer erros e não cometê-los mais, em nos vermo-nos como espíritos que precisam ser cultivados como um campo. Assim sentiremos o verdadeiro AMOR. Não pensemos que conseguiremos esta transformação de forma ágil e insulado. Pelo contrário, precisamos considerar tudo e todos em nossa volta, nossos semelhantes amigos e inimigos, nossa família e nossa pátria, como nos esclarece Leon Denis. Se isolado, separado, seremos inútil, nossas faculdades tendem a enfraquecerem-se, a

8

estiolarem-se. Perdem as forças até que a tristeza passe a fazer parte dos nossos sentimentos. É imprescindível vivermos com o outro e pelo outro para desenvolvermos o amor. Amemos para sermos amados! Quem ama compreende e ajuda, assiste e ampara, sofre renuncia e perdoa, pois o amor é mais for-te que o ódio e mais poderoso que a morte. Deus é amor e por amor criou os seus, para associá-los as suas alegrias. É pelo amor, que Deus atua no mundo. (t)

Perguntas/Respostas:

Vemos na terra o amor com mais amplitude, desprovido de quaisquer interesses naquelas pessoas desprendidas de interesses e vaidades. Não a vemos naquelas outras mesquinhas e na maioria dos animais, então porque o Espiritismo coloca o amor como uma lei natural. Se natural o fosse não estaria implícito no subconsciente da espécie humana e no limite em todas as espécies?

Segundo Leon Denis de degrau em degrau a alma desenvolverá e engrandecerá, sob a ação do amor. Até nas profundezas do abismo da vida, infiltra-se as radiações do amor e vão acender nos seres rudimentares. Mesmo no mais cruel dos seres, aquele que é capaz das maiores atrocidades encontramos o sentimento de amor dedicado a uma mãe, uma mulher, um filho. Os animais ainda que possuam apenas instintos estão através deste apreendendo a desenvolver o sentimento de amor. Verificamos isso, no cuidado que tem com seus filhotes e na dedicação que demonstram ao dono, como no caso dos cães.

"o amor cobre uma multidão de pecados"; como podemos entender essa colocação?

O amor é força inexaurível e renova-se sem cessar e enriquece aquele que dá e aquele que recebe. Como ainda somos espíritos imperfeitos, estamos constantemente nos equivocando quanto as nossas atitudes, e necessitando repará-las. De que forma? Através do arrependimento sincero e do desejo igualmente sincero em não incorrer mais nos mesmos equívocos. Quando disse Jesus que "o amor cobre a multidão de pecados", quis dizer que nos determos no remorso e na culpa já que estes são sentimentos que nos paralisam e nos impedem de crescer. Por exemplo: A mulher que já fez dez abortos. Ela continua sendo amada por Deus da mesma forma como se não tivesse praticado. No entanto para se sentir em paz consigo mesma, com sua consciência (que decerto a cobrará) buscará recursos na prática do amor aos seus semelhantes.

Como o amor pode realmente renovar o mundo? Como o amor tem auxiliado em seu trabalho no NVG?

Não há homem por pior que seja, que numa hora de abandono e de sofrimento não veja abrir-se uma fresta e um pouco de amor se filtrem até ele. Quando experimenta esta impressão não as esquece.

Considerações finais do palestrante:

Leon Denis: Cristo tanto imperou sobre os homens, porque trazia esse reflexo poderoso do amor. Não foi pela ciência nem pela oratória que ele seduziu e cativou multidões e sim pelo amor. O que nos falta para vivenciarmos a paz, é simplesmente praticarmos os ensinamentos de Jesus, tendo em vista que ele disse: "Amai ao próximo como a nós mesmos" querendo nos mostrar que a caridade mãe de todas as virtudes nos ensina só assim, poderemos enfim almejar o mundo onde haja justiça e equidade para todos. Vibremos nestes momentos tão conturbados para que a paz e o amor de Deus possam envolver a toda a humanidade. "Amemos com todo o poder do coração até ao sacrifício, sem se importar com a ingratidão e a crueldade que se nos depare”.

A Lei de Amor

Que Deus nos abençoe para que através do estudo das Leis Divinas possamos nos libertar para alçarmos vôo para a plenitude pois, como nos falou Jesus: "Conhece a verdade e a verdade vos libertará".

Em todo o Universo, vige o Amor do Criador e não existe lugar onde haja carência desse sentimento que a todos e a tudo envolve.

Dentre as Leis Divinas, expressão do amor de Deus, há a Lei de Progresso a qual estamos submetidos e que nos dá condição de desenvolvermos e sedimentarmos essa substância criadora e mantenedora do Universo, o Amor.

Joanna de Ângelis, no livro Autodescobrimento, define para nós esse sentimento:

9

"O Amor é o poder criador mais vigoroso de que se tem notícias no mundo". Seu vigor é responsável pelas obras grandiosas da humanidade. Na raiz das realizações dignificadoras, ele se encontra presente delineando os projetos e impulsionando os idealistas a sua execução. Alenta o indivíduo, impulsiona-o para frente e faz-se refúgio para a vitória sobre as dificuldades. No amadurecimento psicológico do ser, ei-lo (o amor) direcionando todos os ideais e sustentando em todos os embates aquele que permite desabrochar qual lótus esplendente sobre as águas turvas e paradas do charco do qual pousa em triunfo".

Como nos fala a lição, no início o homem só tem instintos e uma longa caminhada para atingir o ponto mais delicado do sentimento.

O instinto objetiva concorrer para os desígnios da providência. Pela necessidade de viver, o homem se conserva buscando, instintivamente, o melhor para si, prelúdio do amor próprio.

Da exageração do instinto de conservação nasce o egoísmo, antítese do amor próprio, pois egoísmo é o sentimento que retém o amor próprio que doa.

Na caminhada evolutiva, saímos dos instintos para a sensação e emoção e, ainda aqui, é a mentora Joanna de Ângelis que nos esclarece, dizendo:

"A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural dos períodos primários da evolução, em trânsito para a realidade das emoções. O homem sensação é exigente e possuidor e, ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do próximo e da vida. A sensação é herança do instinto dominador a emoção é tesouro a conquistar pelos caminhos da ascensão".

Instruindo-se e purificando-se, o homem atinge o sentimento, e o mais sublime é o amor e o amor resume toda a doutrina do nosso mestre Jesus pois, sendo o amor humanizado com a sua vibração faz com que aquele que o encontre se modifique, ou seja, aquele que encontra Jesus nunca mais é o mesmo.

Nos conta Divaldo Franco, na fita "O Cristo Histórico" um momento em que a Madre Teresa de Calcutá encontrou o Senhor Jesus.

Diante da cruz ela se deteve a vê-lo de uma forma especial. Aos seus pés, estavam escritas duas palavras: "Tenho sede"

Aí ela se perguntou: "O que é que já lhe dei para aliviar a sua sede?" E a madre resolveu dar-lhe de beber. Saiu da casa monasterial que lhe resguardava. Passando por um depósito de lixo um dia, escutou um gemido no meio de vários corpos inertes. Aproximou da criatura, a envolveu, a aconchegou no seu regaço e aquele ser, no leito da morte, narrou-lhe sua mágoa e a irmã a conclamou ao perdão.

Ela lhe perguntou:

"Qual é a sua religião?" A madre lhe respondeu: "É o amor".

"Qual o seu Deus?"

"Meu Deus é você, porque se, em verdade, eu não a amar como amarei a Deus. O meu Deus é uma ilusão que eu tenho muito longe de mim."

E por fim, ela lhe perguntou: "Por que ages assim?" "Porque agora eu conheço Jesus"

A mensagem do Mestre é, repetimos, toda Amor e que o encontra modifica-se por deixar se envolver na chama viva desse sol que aquece os corações e vivifica-os fazendo-os vigorosos.

Assim, poderemos compreender melhor as passagens do nosso pastor quando, principalmente, na montanha, cantou o sermão, fazendo com que aquelas almas sofridas, amarguradas, doídas, desalentadas, deixassem as emoções explodirem em festa de paz e esperança por abrirem a alma a doce e vitalizante energia do amor.

Como nos fala Joanna de Ângelis, na condição de peregrino do amor, o Senhor Jesus demonstrou como é possível curar as feridas do mundo e a dos seres humanos com a exteriorização do amor em forma de compaixão, de bondade, de carinho e de entendimento.

A Doutrina Espírita nos esclarece, através da Lei da Reencarnação, que podemos e devemos cultivar, desde já, este sentimento pois, somente assim é que conseguiremos obter a cota de bem-aventuranças que já podemos desfrutar dentro do grau evolutivo que nos encontramos.

10

Somente amando-nos e perdoando-nos conseguiremos amar e perdoar o próximo pois, somente damos aquilo que possuímos. Assim, constatamos a necessidade de desenvolvermos o amor próprio, ou seja, desenvolver as potências para doarmos.

Ainda nos fala a lição que o espiritismo vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino: a reencarnação, que conduz o homem a conquista do seu ser.

Reencarnação um aspecto da Lei de Amor pois, através dela podemos retificar nossas falhas, conquistar aquilo que ainda não conquistamos e aprender tudo aquilo que necessitamos. A reencarnação, assim, nos conduzirá a conquista do nosso eu profundo, como nos fala a parábola dos talentos, multiplicando os dons divinos.

Dando valor real as coisas do mundo, entendendo o valor das coisas espirituais, desfazendo-nos da ilusão que é anestésico da alma, dilatando a nossa visão, percebendo, assim, que o próximo é nosso irmão, filho, tanto quanto nós mesmos, do Pai de Amor. Assim, atingiremos o objetivo.

Não estando isento o homem dessa essência divina, o amor, tem, o homem, de se determinar haurir coragem e vontade firme para exteriorizar, através de seus pensamentos, atos e palavras esse sentimento pois, o amor é como ímã o qual não lhe é possível resistir, atraindo, desse modo, todos aqueles que se deixarem levar por esse fogo sagrado.

Só assim, seremos felizes pois, como nos fala a questão 614 do Livro dos Espíritos, o homem só é infeliz quando se afasta da Lei Natural, Lei de Deus.

Que possamos, como Madre Teresa, olhar para o próximo e buscar Deus, para que o nosso Deus não seja uma ilusão.

Só poderemos concebê-lo como Pai que faz com que o sol se levante para os justos e injustos, que recebe o filho pródigo como filho, e não um dos seus empregados dando sempre a chance de reabilitação e renovação.

Elevemos nosso olhar ao céu para agradecer e direcionemos o nosso olhar para frente seguindo as pegadas do nosso Mestre, modelo e guia pois, só dessa forma vivenciando a verdade alcançaremos a vida, vida em plenitude, essência do Amor de Deus.

Paz!