A Evolução Tecnológica na Agropecuária · Figura 8 – Relatório da análise de rentabilidade...
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A Evolução Tecnológica
na
Agropecuária
Autor : Agmon Moreira Rocha
Orientador(a): Doralice de Souza Luro Balan
Americana, Maio de 2001
A Evolução Tecnológica
na
Agropecuária
Agmon Moreira Rocha - RA: 961341-2
Trabalho de graduação apresentado à Faculdade
De Tecnologia de Americana, como parte dos
Requisitos para obtenção do título de graduação
Em Tecnólogo em Processamento de Dados.
Orientador(a): Doralice de Souza Luro Balan
Americana, Maio de 2001
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Dedicatória
Aos meus amados pais, irmãos e família.
Aos meus eternos amigos, “irmãos” de
infância.
A Marília e seus familiares
Ás grandes amizades que cultivei durante
este período
Ao Sr. José Ibanês, Sr. Dito e a Dona Nilce
Ao ao meu primo Júnior
E aos meus futuros filhos
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Agradecimentos
Agradeço ao meu pai “Seu Toninho Pereira”
e a minha super-mãe Enedina, pela minha
existência. Agradeço aos meus tios Joaquim
e Antenor e suas famílias. Agradeço a
Marília, minha namorada e sua mãe Dona
Lígia. A todos os excelentes professores que
tive, que não me ensinaram apenas a matéria
da qual se propunham mais sim as
disciplinas da vida . Agradeço ao casal
Doralice e Balan. E por fim, ao Ser maior:
Deus; por guiar meus passos tão sabiamente
pelo caminho do bem
Obrigado a vocês todos.
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Sumário
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Resumo
Abstract
Índice
1- Introdução
2- Quadro Atual
3- A Tecnologia e o Aumento de Produtividade
4- Mudanças dos Modelos de Pesquisas
5- Processos de Implantação de Tecnologia
6- Estudo de Caso
7- A informática no gerenciamento de Sistemas de Produção de Bovinos
8- Automação
9- Sistemas Especialistas
10 - Simulação
11- Outras Aplicações da Informática
Conclusão
Referências Bibliográficas
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Lista de Figuras
Figura 1 – Núcleos da Softex no Brasil
Figura 2 – Distribuição das Responsabilidades aos devidos usuários
Figura 3 – Dados armazenados em várias bases
Figura 4 – Integração das Informações dos mais diversos formatos
Figura 5 – Exemplos de mapas digitalizados e características de cada talhão
Figura 6 – Tela do software Custo Leite
Figura 7 – Tela do software Custo @rroba contendo a opção despesas
Figura 8 – Relatório da análise de rentabilidade da atividade do gado de corte
Figura 9 – Relatório da evolução de um rebanho bovino
Figura 10 – Microship, agulha e aplicador
Figura 11 – Leitora Portátil
Figura 12 – Brinco com código de barras
Figura 13 – Animal usando brinco com código de barras
Figura 14 – Colar eletrônico sem número estampado
Figura 15 – Princípio de funcionamento da Zoonet
Figura 16 – Tronco com balança eletrônica
Figura 17 – Animal entrando na Balança eletrônica
Figura 18 – Vacas com sensores de pressão ( transmissor )
Figura 19 – Pedômetro e Antena
Figura 20 – Gráfico da mensuração da atividade física de uma vaca
Figura 21 – Gráfico da atividade física de uma vaca ( visualização no monitor )
Figura 22 – Sistema alertando para a detecção da vaca em cio
Figura 23 – Vaca entrando no box de alimentação
Figura 24 – Vaca sendo identificada eletronicamente
Figura 25 – Dados da identificação sendo passados para o sistema
Figura 26 – Sistema automatizado se comunicando com alimentador automático
Figura 27 – Alimentador automático liberando ração concentrada
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Agrofolha 19/04/01 – Produção das principais empresas lácteas
Tabela 2 – Lista com os softwares das áreas catalogados durante pesquisa
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Resumo
Rocha, A. M. ( 2001 ) Sobre as novas tendências tecnológicas aplicadas a
Agropecuária, em específico, a pecuária. Americana, 2001 60 p. Dissertação
(Graduação ) Fatec-Americana
O assunto a seguir trata das evoluções tecnológicas pelas quais vem passando a
Agropecuária de um modo geral. O objeto de estudo foca-se na atividade pecuária, mas será
dada uma visão atual do quadro de desenvolvimento brasileiro. Serão mencionados dados
verídicos, exemplos de tecnologias avançadas e novos conceitos de produção necessários para
se atingir um grau de competitividade satisfatória junto ao mercado externo.
Palavras-chaves : Aumento de Produtividade; Pecuária de corte e de leite; Emprego
das tecnologias.
Tenham uma boa leitura.
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Abstract
Rocha, A.M. ( 2001 ) About the new tecnological Agricultural tendency.
Americana, 2001 44 p. Dissert ( graduation ) Fatec - Americana.
The dissert is about the technological cattle breeding innovations, generally. The
study objective talk about cattle breeding, but I go to display the Brazilian development. I given
true example about advanced technological and news manufacture motions indispensable to
reach a good contestament graduation together the extern market.
Key-word : Raise Producing; Milk and Cut Cattle Breeding, technological
employment.
Have a good reading.
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Índice 1- Introdução ............................................................................................................................... 01
2 - Quadro Atual .......................................................................................................................... 01
3 - A Tecnologia e o Aumento de Produtividade ........................................................................ 02
4 - Mudanças dos Modelos de Pesquisas
......................................................................................
04
5 - Processos de Implantação de Tecnologia ............................................................................... 09
5.1 Estruturação ............................................................................................................... 09
5.2 Automação .................................................................................................................. 09
5.2.1 Desenvolvimento de Software ........................................................................ 09
5.2.2 Pacotes Genéricos ........................................................................................... 09
5.2.3 Programas Específicos ................................................................................... 09
5.3 Integração ................................................................................................................... 10
6 - Estudo de Caso ....................................................................................................................... 10
7 - A informática no gerenciamento de Sistemas de Produção de Bovinos ................................ 12
7.1 Que fazem os Sistemas ............................................................................................... 13
8 - Automação ............................................................................................................................. 18
8.1 Identificação Eletrônica de Animais ........................................................................... 19
8.2 Pesagem Eletrônica de Animais .................................................................................. 23
8.3 Detecção Eletrônica de cio .......................................................................................... 25
8.3.1 Sensor de pressão (transmissor ) ....................................................................... 25
8.3.2 Pedômetro ......................................................................................................... 27
8.3.3 Outros Sistemas ................................................................................................ 29
8.4 Automação da sala de ordenha .................................................................................... 29
8.5 Alimentação ................................................................................................................. 31
8.6 Robótica ....................................................................................................................... 34
8.6.1 Robô Ordenhador ............................................................................................. 34
9 - Sistemas Especialistas ............................................................................................................ 36
10 - Simulação ............................................................................................................................. 37
11 - Outras Aplicações da Informática ........................................................................................ 37
11.1 Nutrição ...................................................................................................................... 37
11.2 Forragicultura ............................................................................................................. 40
11.3 Sanidade ..................................................................................................................... 41
11.4 Melhoramento Genético ............................................................................................. 41
Conclusão .................................................................................................................................... 42
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Bibliografia .................................................................................................................................. 43
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1 - INTRODUÇÃO
É notória a dependência cada vez maior dos recursos tecnológicos nas mais diversas áreas
e circunstância, sejam elas comerciais, educacionais, turísticas, na saúde, segurança, publicitárias e até
mesmo religiosas. Na ânsia de aparatos que nos possibilitem igualdade competitiva o homem se
supera a cada nova descoberta, a cada nova inversão. Haja vista que já podemos até “brincar de ser
Deus “, ao podermos escolher quais as características genéticas que um indivíduo deverá ter. Na
Agropecuária não é diferente. Com esta história de alterar o curso natural das espécies, podemos correr
o risco de ter que pagarmos um preço muito alto por isso, como no caso da vaca louca, onde animais
de origem puramente herbívora foram condicionados a se alimentar dos restos de sua própria espécie,
misturados em suas rações. O Prion, organismo 100 mil vezes menor que um vírus, causa nestes
animais uma espécie de desintegração cerebral. Os animais contaminados não podem nem ser
queimados. Eles devem ser enterrados, pois se corre o risco de que o prion se espalhe pela fumaça,
tamanha é a sua disseminação. E o pior de tudo, é que não podemos matá-lo, pois o Prion já é um
organismo morto. Isto levou muitos pecuaristas ingleses ao suicídio, por verem todo o seu rebanho ser
devastado com esta praga. E hoje em dia, a moda é a febre aftosa, que já provocou o extermínio de
mais de 1,2 milhões de animais, só na Inglaterra. Parece ou não castigo de Deus? Se é ou não eu não
posso afirmar, mas como já muitos anteviam um futuro repleto de máquinas e robôs, até mesmo
Guimarães Rosa em “Grande Sertão: Veredas”, nos pensamentos do sábio jagunço Riobaldo: “Pois os
próprios antigos não sabiam que um dia virá, quando a gente pode permanecer deitada em rede ou
cama, e as enxadas saindo sozinhas para capinar roça, e as foices para colher por si e o carro indo
por sua lei buscar a colheita, e tudo, o que não é o homem, é sua, dele, obediência?” Assim, desta
maneira e na atual conjuntura mundial chamada globalização, nos vemos, apesar de todas as
consequências, seja elas benéficas ou maléficas, a aceitar a condição de: “ Ruim com ela, mas pior
sem ela”. A seguir então algumas destas tecnologias que nos ajudarão a dar um grande passo rumo ao
desbravamentos de novos mercados, em específico, no setor Agropecuário.
2 - QUADRO ATUAL
Atualmente o setor Agrícola Brasileiro não vem passando por uma fase muito boa. Se
antes os problemas, eram internos, o Canadá abre-nos os olhos para outra realidade da qual não
estávamos tão bem estruturados para enfrentar. O embargo canadense, oriundo das diferenças nas
relações comercias entre a Bombardier ( CAN ) e a Embraer (BRA) ambas fábricas de aviões, "
demonstrou, na prática, a ausência de uma política de comércio exterior e de defesa dos interesses do
Brasil no mundo globalizado"( José Dirceu - PT - Jornal Folha de São Paulo 14/03/2001 ). Nossos
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problemas estão baseados principalmente na ausência de um acompanhamento no desenvolvimento
tecnológico que permita uma política de aumento de produtividade com redução de custos, hoje
principal responsável pela diminuição da produção em alguns setores agrícolas como café, que outrora
já fora nosso "ouro verde", mas que, mesmo assim, ainda sustentamos o 1º lugar mundial como
produtores e exportadores. Ao Brasil ainda cabe alguns outros números:
1° em exportação de Suco de Laranja e Frango
1° Em produção de Cana de Açúcar;
2º Maior rebanho Bovino do mundo;
1º Maior rebanho comercial do mundo
3° em exportação de Carne Bovina;
Um dos maiores produtores e exportadores de frutas tropicais e grãos ( principalmente a
soja );
Rebanho Brasileiro : 163 milhões de cabeças de gado ( Boletim Agropecuário 21/03 ).
Exportações : 600.000 toneladas exportadas ( Financial Time - 21/03 ).
Produção de Leite em 2000 : 19,833 Bilhões de Litros
Produção prevista para 2001 : 20,825 Bilhões ( Leite Brasil e CNA - Agrofolha - 19/04 )
Das exportações do Brasil, em 99 , 33,3% são de origem agrícola, acima dos 31,1% do
ano 90. Porém são inferiores a de 97 (US$ 18 BI ) contra (US$ 16 BI).
Os maiores exportadores agrícolas, são: os EUA ( 1º com US$ 66 BI em 99 ) e França
(em 2° com US$ 39 BI ). O Brasil está em 10º . Entres os importadores: Em 1º EUA ( US$ 66 BI em
99 ), 2º o Japão ( US$ 60 BI ) e 3º a Alemanha ( US$ 44 BI ).
A participação da América Latina no setor foi de 11,1% das exportações mundiais em
99, bem abaixo dos 27,0% do começo da década de 90. Isto devido ao alto nível de competitividade do
mercado internacional, alavancado pela globalização ( Jornal Folha de São Paulo - 14/03/2001). Haja
vista que o Brasil, tenha importado leite ( da Alemanha ), arroz ( da Argentina e Uruguai ), trigo ( da
Argentina ) e outros produtos que poderiam ser produzidos aqui mesmo em regime de auto suficiência.
Isto só não ocorre, pois a nível de Brasil, alguns produtos requerem altos custos de produção, elevando
os preços, que muitas vezes não são nem ao menos suficientes para cobrir os gastos do produtor. É
justamente neste ponto e aliado a qualidade do mercado consumidor final, que existe uma grande
tendência de desenvolver novas tecnologias que contribuam para uma diminuição de custos aliado a
uma melhor qualidade e formas mais eficazes de gerenciamento dos recursos.
3 - A TECNOLOGIA E O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE
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A cada ano é bastante visível o aumento relativo de produção, principalmente de grãos,
nos mais diversos setores Agropecuários, registradas tanto aqui no Brasil como no restante do mundo.
Todo o ano são atingidos novos recordes, com anúncio de super safras e de números impressionantes
divulgados pelo governo Federal . Apesar desta aparente situação de crescimento, ainda estamos longe
de alcançar os níveis de produtividade dos países mais desenvolvidos tecnologicamente. Nestes, a
agricultura e totalmente mecanizada, os rebanhos altamente qualificados em termos de progênie,
resultando em maiores números em menores espaços, com custos reduzidos e preço final competitivo
internacionalmente.
Apesar de encontrarmos no mercado, softwares que ajudam a diagnosticar ataques a
pragas e doenças, medir corretamente dosagens de defensivos, planejar e definir níveis adequados de
investimentos e custos, aferir riscos climáticos, monitorar sistemas de irrigação entres outros, é na
pecuária, principalmente a de leite, onde a complexidade operacional da produção e seu papel na
alimentação da população, tornam-na a atividade de maior relevância quanto ao uso da informática.
O Brasil tem por ano prejuízos da ordem de 200 milhões de reais só com Febre Aftosa e
Brucelose. Gastos estes que envolvem custos com vacinação, aparato público de defesa e
principalmente pelo o que deixa de ganhar devido à imagem negativa no mercado externo onde os
preços pagos pela arroba do nosso gado chegam a ser de 30 a 40% inferiores ao de outros países com
melhor controle ( Jornal Folha de São Paulo - 20/02/2001).
Para se ter uma idéia, nos últimos 20 anos os EUA, Canadá, Inglaterra, França e Suécia
além de outros, aumentaram sua produção média de leite de 2.000 a 2.500 Kg/vaca/ano para 6.500 e
até a 8.000 Kg/vaca/ano. Enquanto isso a média brasileira chega a 1.000 Kg/vaca/ano, com uma
produção total de 20 bilhões, aquém das necessidades da população. Só no ano passado o déficit
leiteiro foi de 2 bilhões e 1,25 bilhões importados ( Revista Agrosoft ).
Em um curto espaço de tempo o Brasil pode alterar substancialmente a produtividade
leiteira. Alias, este é o único caminho a ser seguido para atingirmos o nível de competitividade
internacional. O segredo está na adoção massificada de testes de progênie e uso intensivo de
inseminação artificial como forma de propagar rapidamente as características genéticas melhoradas,
abrangendo-se a maior área territorial nacional possível aliado a uma política interna voltada ao
fomento de recursos financeiros, tecnológicos, capacitacional, em treinamentos e de conscientização .
Temos como exemplo das influências tecnológicas aplicadas no setor nos últimos anos
um expressivo aumento de produtividade contrastando com a redução dos números de produtores.
Como já visto anteriormente, a produção deste ano deverá chegar a 982 milhões de Litros a mais que
1999. Porém, o número de produtores que englobam o quadro das 12 maiores empresas ( laticínios )
caiu de 133,9 mil em 1999 para 114,4 mil em 2000. Em 1998 eram 152,4 mil produtores. A exemplo
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ilustrativo pode-se citar a Nestlé que em 99 possui 22,5 mil produtores registrados e em 2000 chegou a
14,1 mil. Em 2001 a tendência é diminuir mais ainda ( CNA e Leite Brasil - Agrofolha 19/04 /01 ).
Segue abaixo um quadro ilustrativo.
A principal causa deste desequilíbrio foi a profissionalização das fazendas leiterias,
consequentemente, o investimento em tecnologia, que ainda não pode ser adquirida por uma grande
parte dos nossos produtores, devido aos altos custos e falta de incentivos.
É neste momento que se verifica a importância do papel da informática no gerenciarmos
eficientemente desta complexidade assegurando uma padronização essencial para os dados tratados
provindos das diversas partes que compõem o sistema.
4 - MUDANÇAS DOS MODELOS DE PESQUISAS
Como já dito anteriormente, já era previsível que haveria um futuro onde de máquinas e
robôs realizariam tarefas rotineiras e executando funções bem mais rápido, com menores índices de
erros, facilitando nossas vidas. Assim, o uso das tecnologias mecânicas e computacionais tornara-se
indispensáveis para se almejar uma garantia competitiva adequada. Porém isto só se torna possível
através de pesquisas, educação e infra-estrutura adequada.
O tradicional modelo linear de desenvolvimento científico e tecnológico, que vai, passo a
passo da pesquisa básica à geração de produção, não mais atende à competitividade necessárias aos
tempos atuais.
Em países mais desenvolvidos neste sentido, as fases do processo de pesquisas e
desenvolvimento ocorrem concomitantemente com a parceria entre universidades, empresas,
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produtores e institutos de pesquisas. Nos e EUA, estas áreas são chamadas de " strategic enabling
research áreas" , devido a sua alta representatividade e impacto dos seus resultados no contexto geral.
Várias empresas se associam a universidades e institutos, viabilizando seus projetos
através de financiamento, ou disponibilizando de recursos tecnológicos para tal.
Esta parceria, aliada também, aos produtores e outros órgãos da sociedade dão a este
processo as condições necessárias para se chegar ao resultado final, sem paralisações, deficiência de
tecnologias modernas, áreas para testes, entre outros.
No Brasil já temos bons resultados disso. Vale ressaltar, por exemplo, a FAPEMIG (
Fundação de Apoio a Pesquisa de Minas Gerais) - Fundação que coordena esta parceria e que vem
promovendo um auxílio altamente significativo ao desenvolvimento da Agropecuária mineira,
disponibilizando recursos para muitos projetos em todo o estado, interconectando várias instituições
através de infra-estrutura de redes. Ainda dentro deste contexto, foram aprovados recursos aos Núcleos
Softex (constituído em 93 com sede em Juiz de Fora que visa fomentar o desenvolvimento da
agroinformática no país - ver fig. 1 ) da ordem de 2 milhões ao desenvolvimento, comercialização e
exportação de softwares, visando beneficiar principalmente pequenas empresas e produtores.
Fig-01 - Núcleos da Softex no Brasil.
Outro importante centro de pesquisas que trabalha no mesmo sentido é a EMBRAPA.
Através da criação do Núcleo Tecnológico em Informática para a Agricultura em 1985 e sua elevação
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a Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura - CNPTIA em 1993
pelo governo Federal, tem promovido altos benefícios para a área, assim bem como outros serviços de
caráter nacional como estudos geológicos, climatográficos, cartográficos e desenvolvimento de
software para o setor Agrícola. Ainda, em parceria com a Associação Brasileira de Criadores
envolvendo também outras associações de gado do país visa manter um controle mais eficiente do
sistema de produção leiteira nacional, através do melhoramento do rebanho e do teste de progênie.
Entre as instituições de ensino, é de extrema importância o papel das Universidades
Federais de Lavras e Viçosa em Minas e a Esalq em São Paulo.
A UFV possui parcerias com várias empresas da região onde seus recursos, da ordem de 3
milhões para o fomento de pesquisas, tornam-na auto suficiente de auxilio governamental, contando
ainda com o maior números de trabalhos realizados nesta área, do país e muito bem vista
internacionalmente pelo seu papel social na região.
A UFLA, muito tradicional, possui uma infra-estrutura respeitável oferecendo vários
cursos, de excelente qualidade via Internet, ligados à área Agrícola e de Informática.
A Esalq, pelo seu papel social e pesquisas desenvolvidos para a capacitação técnica da
região do interior de São Paulo.
Entre os destaques na área de pesquisas para o setor agrícola, podemos citar os softwares
chamados de SIG ( Sistema de Informações Geo-Referênciadas ). Estes softwares auxiliam no
gerenciamento das operações agrícolas, através da unificação de várias ferramentas, interagindo-se
entre si e fornecendo informações sempre atualizadas, por exemplo, do relevo da região, das
características de cada talhão ou lotes - consequentemente possibilitando o manejo mais adequado do
mesmo, atualização da mapoteca da propriedade com o auxilio do GPS ( Global Positioning System -
software que facilita atualização de mapas digitalizados ) aliado ao AutoCad ( programa muito
utilizado pelas usinas de cana-de-açúcar e indústria de suco de laranja) na digitalização de mapas,
além do tratamento dos dados armazenados nos banco de dados que por sua vez podem ser exportados
para o SIG, pois sua interface ( a do SIG ) favorece esta integração.
No entanto, sua efetiva implantação esbarra na ausência de profissionais capacitados que
reúnam conhecimentos tanto de informática, quanto de geo-processamento. Por isso seu
desenvolvimento se encontra restrito aos núcleos de pesquisas acadêmicos.
A seguir, algumas ilustrações sobre o SIG:
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Fig-02 - Distribuição das Responsabilidades aos devidos usuários
Fig-03 - Dados armazenados em várias bases
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Fig-04 - Integração das Informações dos mais diversos formatos.
Fig-05 - Exemplo de mapas digitalizados e características de cada talhão.
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5- PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIA
Seguindo uma tendência que visa a inserção de forma adequada da informática na
atividade agrícola, será descrito algumas etapas deste processo. O objetivo é demonstrar formas de
estudos e combinações de informações que devem ser levantadas junto às necessidades reais e mais
convenientes possíveis, além da implementação final com os seus respectivos resultados. Mas, antes
de mais nada, é preciso se traçar os objetivos e metas ( curto, médio ou a longo prazo ), definidos e
acordados apartir de um Planejamento Estratégico.
Basicamente as etapas de Informatização são divididas em três partes:
• Estruturação
• Automação
• Integração
5.1- Estruturação
É a fase de levantamentos de dados, das necessidades, mas sobretudo saber como esta se
comportando a atividade pecuária na propriedade atualmente. Em que quadro de evolução ela se
encaixa. Se seus funcionários são capacitado até mesmo para futuras implementações e quais
poderiam vir ser as dificuldades dos mesmos, determinado assim se haverá a necessidade de
treinamento e onde poderiam ser feitos. Determinar uma forma de manejo e/ou rotina que se adeqüe
aos objetivos propostos. Promover uma organização racional dos processos administrativos. Verificar
o nível de qualificação dos animais quanto raça, adaptabilidade ao meio, produtividade, resistência.
Analisar os métodos de produção e qualidade que se podem implementar ( regime extensivo, semi-
intensivo ou intensivo - leite C, B ou A ) influenciando assim comercialização. E, de posse de todas as
informações julgadas relevantes, traçar um escopo da futura organização e seus métodos de manejo,
controle e administração dos resultados ao longo do dia-a-dia, independentemente de computador.
5.2 - Automação
Seria a efetiva adesão aos recursos tecnológicos. A escolha dos sofwares, hardwares ou
equipamentos segue por três vertentes ou estratégicas:
5.2.1- Desenvolvimento de software
Opção de longo prazo e alto custo. O método de desenvolvimento mais freqüente é a
Prototipação, com a participação do usuário de forma consultiva. A principal ferramenta utilizada são
os gerenciadores de Banco de Dados, devido aos números muito grandes de informações a serem
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armazenadas, principalmente na atividade leiteira. Este método visa atender todos os requisitos do
cliente e normalmente são contratadas empresas ( softhouses ) para seu desenvolvimento.
5.2.2 - Pacotes Genéricos
Opção de curto prazo e de menor custo. Aqui são implementados aplicativos comuns,
normalmente encontrados no mercado, como: Processadores de textos, planilhas eletrônicas e
gerenciadores de banco de dados. Podem torna-se muito útil para futuras implementações de softwares
específicos. Este método é normalmente manipulado por usuários que possuem um conhecimento
melhor e acumulado a nível tecnológico e administrativo.
5.2.3 - Programas Específicos
É a adoção de softwares prontos distribuídos/comercializados por empresas ou
instituições de ensino ou pesquisa, que visam abranger uma grande parte (senão todas, pelo menos as
mais relevantes) necessidades das várias atividades.
Retomaremos mais adiante sobre este assunto, onde será abordado como maiores detalhes
exemplos práticos das tecnologias existentes, em específico, na atividade leiteira, que o objeto de
estudo preterido.
5.3 - Integração
É a última etapa ou estágio do processo de informatização. Seria a
integração/interligação, através uma ferramenta de Banco de Dados "padrão", onde todas as
informações estariam disponíveis numa grande rede internas e externas. Nesta fase são muito poucas
as empresas/propriedades que a alcançam. Ainda falta muito para se chegar a este estágio devido as
atuais condições do setor agropecuário do país onde apectos socias e econômicos ( educação,
qualificação e renda dos produtores ), capacitação de pessoal e infra-estrutura são fatores
determinantes para o setor.
6 - ESTUDO DE CASO
Em pesquisa realizada no sul de Minas Gerais através de entrevistas junto a
empresas/produtores verificou-se que somente pouco mais de 30% destes fazem uso de alguma
ferramenta de apoio as suas atividades.
O perfil destas mesmas é o seguinte:
• atuam na pecuária de leite;
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• administração familiar;
• de 20 a 30 funcionários;
• área de 300 hectares;
• média de 4000 Litros por mês
Os principais motivos que levaram a adoção de certas tecnologias são:
E os principais problemas encontrados foram:
Os usuários são em geral os próprios administradores/proprietário, verificando um
pequeno número de contratação de mão de obra específica para a função. Em 90,9 % não se verificou
a dispensa de funcionários devido à introdução da informática. Notou-se porém o aumento do controle
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45,40%
36,40%
18,20% ����! #"�$ �&%�'(�)�* "+��, �+-�$ '.�/ '�"+% )&0 ��, 1�� ) % )2 "+3�� / ��'�4�5��6�) %�1�4�5��7% )&8 1�9;:+��9
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dos dados, exigindo-se mais dos funcionários quanto à responsabilidade, participação e qualificação
do mesmo.
Também, em levantamento feito, observou-se 169 programas exclusivamente voltado
para o setor Agrícola:
FEAGRI/UNICAMP
7- A INFORMÁTICA NO GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
DE BOVINOS
Como podemos notar, a grande maioria dos softwares disponíveis no mercado se
verificam no auxilio à manutenção de rebanhos bovinos, principalmente na produção de Leite. Isto se
dá devido à alta complexidade dos dados que se verificam nesta atividade. A quantidade de
informação que é freqüentemente gerada e manipulada que exige dos produtores um controle mais
minucioso e preciso para a eficácia da produção. Daí o fato de se haver uma preocupação maior em
relação a este seguimento da agropecuária.
Para que um rebanho bovino seja bem conduzido, é necessário que o pecuarista tenha
conhecimento do maior número possível de fatos que ocorrem na propriedade, tais como: data de
nascimento, número do animal, filiação, raça, grupo genético, data de cobertura, diagnóstico de
gestação, secagem e parição, produção do leite (controle leiteiro), vacinação e até mesmo pesagens
periódicas dos animais, além de uma série de outras informações.
Os registros dos animais são mantidos para uma variedade de objetivos. Os registros de
gerenciamento fornecem informação sobre a performance do animal, detalhes de parição e problemas com
saúde.
Dependendo do nível tecnológico da propriedade, número de animais etc., os registros
dessas ocorrências poderão ser realizados em simples cadernos ou fichas de controle produtivo e
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Agronomia 8 Bovino Leite 13 Gerenciamento 19 Inf. Geográficas 9 Hipermídia 5Engenhos 3 Aves 11 Contab. Custos 13 Irrig. e Drenagem 7 Silvicultura 2Sementes 1 Bovino Corte 8 Planej.e Controle 12 Topografia 3 Ações 1
Cana 1 Bovinos 8 Folha de Pagto. 4 Ambiental 1 Flora 1Café 1 Rebanho 7 Planej. Produção 3 Software 1Citros 1 Suínos 7 Contabilidade 3
Hortaliças 1 Nutrição 7 Cooperativas 2Equínos 2 Agroindústria 1Caprinos 1 Vendas 1
Veterinária 1Total = 16 65 58 20 10
% 9,5 38,5 34,3 11,8 5,9
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reprodutivo e até mesmo em sofisticados sistemas de computador. Registros manuais em papéis são
suficientes, mas estão bastante sujeitos a erros, não sendo 100% confiáveis.
O gerenciamento de rebanhos através de fichas, ou seja, manual, possui um custo baixo, é
fácil de usar; os materiais utilizados possuem pouca durabilidade; os dados (informações) estão
desconectados (vários cadernos ou fichas, um para cada assunto); armazenam poucos dados; os cálculos
são feitos manualmente (grande probabilidade de incorrer em erros); não possuem informação preditiva e
permitem duplicação de registros.
O uso de sistemas computadorizados de informação é hoje considerado uma ferramenta
importante no monitoramento de rebanhos leiteiros. Possuem um custo mais elevado, requerem
conhecimentos básicos e suplantam o conhecimento humano e suas limitações no espaço e no tempo.
As informações serão produzidas mais rapidamente, com menores chances de erros, permitindo ao
usuário uma decisão rápida e precoce, evitando assim perdas maiores.
Tais sistemas têm como objetivo avaliar o passado, monitorar o presente e predizer o
futuro, permitindo maior controle do rebanho através do fluxo contínuo de informações precisas e
rápidas. Essas informações favorecem a tomada de decisões mais acertadas pelos produtores,
possibilitam uma melhor avaliação do desempenho produtivo e reprodutivo dos animais, reduzindo
custos e, como conseqüência, aumentando o desempenho desses rebanhos. No que tange a custos,
estudos sobre a relação benefício/custo realizados pela Diagnose (sem data.) concluíram que para uma
adição de custos da ordem de 0,6% da receita são obtidos diferenciais de margem líquida da ordem de
35%, em um prazo de 18 meses. Isso representa uma relação custo/benefício da ordem de 60 vezes
(6000%) do valor investido.
Um sistema de gerenciamento deve ainda atender aos requisitos:
• não atrapalhar a rotina da fazenda;
• ser de fácil operação;
• apresentar a informação de forma eficiente;
• a informação deve ser relevante, acurada e de fácil interpretação;
• atender aos requerimentos de cada fazenda.
7.1 - QUE FAZEM OS SISTEMAS
Os sistemas têm como principais características (aplicações):
• Controle de várias propriedades;
• Gerador de diversos relatórios;
• Configuração das diversas raças leiteiras e/ou de corte;
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• Ficha individual de genealogia, vida reprodutiva e produtiva, vacinações e grupos
genéticos;
• Relatório para diversas associações (comunicação de coberturas/padreação,
comunicação de nascimentos, etc.);
• Cobertura a campo;
• Controle sanitário;
• Divisão de animais em grupo;
• Relatórios e listagem por ordem alfabética (apelido) ou numérica (brinco) dos
animais;
• Controle de ganho ponderal e previsão de abate;
• Relação de bezerros para desmame por peso e/ou idade;
• Relação de novilhas para o primeiro serviço por peso e/ou idade;
• Previsões da vida reprodutiva dos animais;
• Registro de cio;
• Registro de coleta e transferência de embrião;
• Listagem de vacas prenhes para diagnóstico de gestação;
• Vacas para secar;
• Vacas que vão parir;
• Cadastramento automático da (s) cria (s);
• Registro das doenças;
• Histórico do animal;
• Listagem de produção de vacas secas ou em lactação, por peso e ajustadas para 305
dias e idade adulta, com média diária, pico e persistência;
• Geração e recuperação de cópias de segurança (backup) dos bancos de dados;
• Planilhas para coletas de dados de campo;
• Calculadora, calendário e ajuda on-line;
• Mensagem explicativa na tela para cada opção do menu e dos campos de edição;
• Controle individualizado de animais ativos e inativos;
• Pesquisa por brinco, nome, tatuagem ou número do registro;
• Controle completo dos dados de morfologia de cada animal;
• Escore de condição corporal;
• Cadastro completo de premiação em feiras e eventos;
• Dados da premiação e pontuação obtida;
• Local da feira de obtenção de cada prêmio;
• Anexo especial para controle de pesagens;
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• Pesagens individuais dos animais;
• Desempenho por animal ou progênie;
• Estatísticas gerais dos animais cadastrados (índice de natalidade, índice de
mortalidade, número de serviços por concepção, intervalo de parto, taxa de desfrute, etc.);
• Previsão de nascimentos;
• Manejos executados e a executar;
• Peso ao nascer;
• Peso ajustado no desmame;
• Peso ajustado no sobreano;
• Agenda pessoal (possibilita o cadastramento de compromissos diários por faixa de
horário desejada; permite a impressão dos compromissos marcados; possibilita o cadastramento de
compromissos que se repetem; cadastro de datas importantes; impressão por datas importantes por
período);
• Lançamento de receitas e despesas;
• Organização por grupos de receitas e despesas;
• Valores indexados;
• Cadastro de bens do inventário da propriedade;
• Cálculo automático de depreciação de bens;
• Controle de estoques de animais por ocorrência e movimentações (compras, vendas,
nascimentos, mudanças de categorias, etc...);
• Pedigrees: número ilimitado de gerações (aproveitamento automático dos pedigrees
já cadastrados para novos animais incluídos no sistema);
• Rotina para desenho e impressão da resenha dos animais;
• Verificação automática se as datas de cobertura e nascimento;
• Estatísticas de desempenho reprodutivo de machos e fêmeas;
• Integração das atividades de pesagem e identificação eletrônica;
• Utilização de recursos de multimídia, permitindo a incorporação de fotografias e
filmes à ficha do animal, dando ao usuário condições de apresentar seu plantel a terceiros a partir do
próprio micro.
Convém mencionar que nem todos os softwares encontrados no mercado, possuem todas
estas características acima citadas. Muitos são específicos para cada área, ou são modulares ou seja,
são construídos visando suprir apenas as fases mais críticas do processo, pois muitas vezes o produtor
não possui recursos suficientes para estar informatizando sua atividade totalmente, ou prefere que esta
seja implementada aos poucos, de acordo com o “andar da carruagem”, como um projeto piloto.
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Segue abaixo um exemplo de softwares desenvolvido pelo Prof. Doutor Marcos Aurélio
Lopes, da Universidade Federal de Lavras, que nos ilustra bem, a forma de organização dos dados.
Figura 6: Tela do software Custo Leite
Figura 7: Tela do software Custo @rroba contendo a opção despesas
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Figura 8: Relatório referente à análise de rentabilidade da atividade produção de gado de corte.
No que tange ao planejamento de rebanhos bovinos, LOPES (2000) desenvolveu um
sistema computacional que efetua o dimensionamento e evolução de rebanhos bovinos de carne e / ou
leite mantidos em sistemas de produção em regime de pastejo e / ou semiconfinamento. O Sistema
desenvolvido possibilita ao usuário efetuar inúmeras simulações da composição do rebanho variando
os alimentos, raças e índices zootécnicos a serem adotados na propriedade, bem como as
possibilidades de aquisições e vendas de animais, além de constituir uma importante ferramenta no
auxílio à tomada de decisões:
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Figura 9: Relatório da Evolução de um rebanho bovino - Fonte: LOPES (2000).
8- AUTOMAÇÃO
A automação, evolução tecnológica, pode ser considerada como a substituição de
atividades manuais por máquinas e processos automáticos, com a obtenção de maior produtividade e
redução de erros. Não está presente apenas nas indústrias e comércio. Já chegou ao campo. Exemplos
podem ser citados: identificação e pesagem dos animais, ordenha e limpeza de equipamentos, robôs
(ordenhadores, tosquiadores de ovelhas etc.) além de outras.
A seguir, serão tratados alguns métodos tecnológicos como vistas a abordar outros meios
informatizados de controle da atividade leiteira, visando ilustrar a até que ponto pode-se contribuir
para, com estes, para o aumento da produtividade.
8.1. Identificação eletrônica de animais
A informática está presente na identificação eletrônica dos animais (CLARK, 1996;
LOPES, 1997; CURTO, 1998). Alguns tipos disponíveis no mercado são: microchips, brinco com
código de barras, colar eletrônico, dentre outros.
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O microchip, dispositivo com dimensões de 11 mm x 2 mm, é produzido e encapsulado
em vidro biocompatível, revestido pelo mesmo material que reveste os marca-passos (aparelho que
regularizam batimentos cardíacos) (Fig 10). Para uso em animais, contém um código exclusivo e
permanente, gravado durante o processo de fabricação. Este dispositivo é implantado no animal
através de um aplicador (seringa), especialmente projetado para esse fim, através de injeção
subcutânea aplicada por um técnico (LOPES, 1997).
Figura 10: Microchip, agulha e aplicador
Outro método de identificar o gado é a utilização de um brinco com código de barras. Tais
brincos possuem um número gravado, o que facilita a identificação visual do animal, à distância, pelo
pecuarista, bem como um código de barras desenvolvido para a identificação eletrônica de animais (Fig
12). Os brincos, que são duplos, podem ainda conter o nome e logomarca da fazenda e até mesmo o
nome do animal. Produzidos com poliuretano, são resistentes e flexíveis. Podem ser “lidos” usando um
leitor / coletor com um display digital (identifica e armazena o número do animal) ou por uma leitora
diretamente ligada a um computador portátil (LOPES e OLIVEIRA, 1999).
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Figura 11: Leitora portátil
Figura 12: Brinco com código de barras
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Figura 13: Animal usando brinco com código de barras.
Outra forma de identificação eletrônica é o uso de colares de identificação contendo um
dispositivo emissor/receptor de ondas eletromagnéticas . A unidade de transmissão atua como uma
espécie de cartão eletrônico de identificação do animal. Esta forma de identificação é mais utilizada
em rebanhos leiteiros mantidos em sistema intensivo de produção, onde existe um certo nível de
automação nas salas de ordenha, como, por exemplo, diagnóstico de mamite por condutividade
elétrica, pesagem eletrônica do leite, distribuição automática de concentrados etc. (LOPES, 1997).
Ao contrário da forma anterior, os colares podem ser retirados a qualquer momento e
colocados em outro animal. Alguns tipos de colares possuem um número estampado visível, para
facilitar a identificação por parte dos manejadores.
O colar mostrado na Figura 14 é mais utilizado em sistema automatizado de alimentação.
Quando o animal se aproxima do comedouro, a portinhola se abre, tendo então o animal acesso à
alimentação .
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Figura 14: Colar eletrônico sem número estampado
A identificação eletrônica é o mais seguro sistema de identificação existente atualmente.
Tal método de identificação de animais, sem dúvida alguma, irá revolucionar o setor da pecuária,
dando uma grande ajuda ao melhoramento genético, pois o primeiro pré-requisito para o controle de
produção e melhoramento de um rebanho é a identificação permanente de todos os animais.
Além das utilizações já mencionadas, o sistema de identificação eletrônica é indicado
para qualquer espécie animal. Exemplos de utilização são os bovinos e eqüinos apreendidos na cidade
de São Paulo pelo Centro de Controle de Zoonoses, que são identificados pelo sistema, passando a ser
monitorados, através do número do microchip, quanto à responsabilidade do proprietário para com
esses animais.
Pode ser usado em competições que exijam segurança na identificação exata de seus
participantes, assim como registrar automaticamente a colocação obtida por cada competidor,
eliminando qualquer dúvida quanto ao ganhador.
A utilização se dá também em exposições e leilões em conexão a recursos visuais como
data-show e telões, permitindo apresentar a resenha do animal para todos os participantes do evento,
através da aproximação do leitor ao corpo do animal, durante a sua apresentação.
Pode ser utilizado para automatizar a entrada de dados em sistemas de gerenciamento da
criação e da produção animal, tanto em fazenda como haras, além de clínicas veterinárias, onde as
fichas de cães e gatos são consultadas em um micro, via identificação eletrônica
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A utilização dá-se, também, em zoológicos com o objetivo de dificultar o tráfico
internacional de animais silvestres e para monitoramento de animais em parques (aves, anfíbios e
répteis), substituindo os sistemas tradicionais de anilhos.
Outra possibilidade de utilização é em animais de estimação que, uma vez identificados
eletronicamente, passam a ser cadastrados no Zoonet - Sistema Nacional de Identificação e
Recuperação de Animais. Tal sistema é composto por uma extensa rede de clínicas veterinárias. O
animal perdido é levado ao posto de identificação que, através de uma central localizará o dono do
animal.
No Zoonet, outro procedimento que torna possível a localização e recuperação de um
animal perdido é a leitura de rotina feita em qualquer animal que chega à clínica. O objetivo da leitura
é verificar se o animal está ou não cadastrado no sistema. Todo animal registrado possui uma carteira
de identidade, na qual consta o código de identificação do transponder. Se esse animal estiver
identificado eletronicamente, mas a pessoa que se apresentar com ele não possuir a carteira de
identidade desse animal, esse fato será indício de que ele pode não pertencer a essa pessoa. Nesse caso
o código será anotado e informado à Central, que verificará em seus registros se há algum animal
perdido cujo número seja esse. No caso de ser apresentada uma carteira de identidade com um outro
número do que o captado pelo leitor, o procedimento será o mesmo.
ANIMAL EMCASA
ANIMALPEDIDO
POSTO DEIDENTIFICAÇÃO
ZOONET
DONODOANIMAL
CENTRALZOONET
Figura15: Princípio de funcionamento da Zoonet
8.2. Pesagem eletrônica de animais
A pesagem é, sem dúvida, uma prática de manejo bastante árdua. Comumente, em muitas
propriedades, principalmente nas de pequeno porte, a pesagem é feita utilizando-se fitas barométricas.
Em outras, ela é feita utilizando-se balanças mecânicas.
Visando facilitar esta prática de manejo e obtendo dados mais precisos foram
desenvolvidos sistemas de pesagem eletrônica. Tais sistemas basicamente compreendem um display
indicador eletrônico, barras de cargas de aço, cabos de bateria, bateria ou adaptadores 110/220 V.
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As barras de pesagem podem ser instaladas aproveitando-se os recursos da fazenda, sob
uma plataforma de madeira (tablado) no piso do brete (tronco). Um software transfere os dados de
peso e identificação de animais de cada lote para um computador, acelerando a confiabilidade da
introdução de dados (elimina erros de digitação manual), deixando os dados em um formato fácil de
ser analisado.
O armazenamento dos dados se dá através da identificação do animal (número é teclado e
a tecla pesar é acionada). O peso do animal fica, então, associado ao seu número. Os dados obtidos
referentes às pesagens dos animais poderão ser observados através de relatórios de estatística de peso,
estatísticas das faixas de apartação, detalhado por animal e detalhado por faixas, todos impressos.
Com a identificação e pesagem eletrônicas, os animais que passam no brete são
automaticamente identificados, pesados e contados. Com isso, são eliminados os erros de
identificação, de pesagem e contagem, que freqüentemente ocorrem, assim como erros nas anotações
normalmente feitas em brete (LOPES, 1997).
Figura16: Tronco com balança eletrônica
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Figura17: Animal entrando na balança eletrônica.
8.3. Detecção eletrônica de cio
A detecção de cio nos sistemas de produção de bovinos é de extrema importância. A
capacidade de manejar para detectar o cio eficientemente e acuradamente em vacas e novilhas
influenciam profundamente a performance reprodutiva e a lucratividade do rebanho bovino. A rapidez
no diagnóstico do cio possibilita a redução do intervalo de partos, aumentando o período produtivo do
animal; a detecção mais rápida de animais que representam problemas reprodutivos e uma maior
facilidade no transplante de embriões e na inseminação artificial.
Com um aumento no tamanho individual dos rebanhos, o problema das falhas na
detecção do cio virá a ser amplificado, havendo uma urgente necessidade de desenvolver e aplicar
novas tecnologias que fornecerão métodos automatizados de alta eficiência para identificar vacas em
cio, assim eliminando a ajuda da observação visual.
A informática é uma ferramenta bastante útil na detecção de cio, sendo utilizada com
freqüência e sucesso nos sistemas de produção de bovinos (SENGER 1994; MILNER, et al., 1996;
WALKER et al., 1996; MOL et al., 1998). Exemplos são os sensores de pressão e pedômetro.
8.3.1. Sensor de pressão (Transmissor)
Outro avanço tecnológico na bovinocultura, visando aumentar a produtividade, é o sistema
eletrônico de detecção de cio HW Heatwatch Eletronic Heat Detection System (Figura 18), que é
composto basicamente por: suporte, transmissor, antena, buffer, microcomputador e software.
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O suporte, bolsa do transmissor, é literalmente colado na anca da vaca. A fixação também é
feita com um brinco implantado na fossa perineal do animal. Esse brinco é conectado ao suporte da bolsa
do transmissor. Caso o suporte descole da anca, ele ficará pendurado no corpo do animal e será facilmente
observado pelo manejador e então será colocado novamente (LOPES, 1997).
O transmissor é bastante resistente. Este é colocado (alojado) no bolso do suporte que é
então abotoado. A vaca é então solta e terá um convívio normal no rebanho juntamente com as
companheiras. Ao entrar em cio, apresenta o sinal de deixar-se montar pelas companheiras ou mesmo
rufião. Esses animais, ao realizarem a monta, acionarão, pela pressão, o transmissor que está na anca da
vaca em cio. O transmissor emite uma onda que é receptada por uma antena (receptor), localizada em um
ponto do estábulo, que por sua vez transmitirá um sinal para um “buffer” que está conectado a um
microcomputador localizado no escritório da fazenda. Caso o microcomputador esteja desligado, as
informações sobre o no da vaca em cio, horário da monta, duração da monta e número de montas será
armazenado no buffer. Uma vez ligado o microcomputador e inicializado o software específico, tais
informações são transferidas automaticamente e registradas em um banco de dados (LOPES, 1997).
Gráficos visualizados na tela ou impressos apontam o melhor horário para inseminação,
além das montas ocorridas do início até o final do cio. A inseminação é realizada, e, ao se diagnosticar a
prenhez, apenas o transmissor é retirado da vaca, ficando, nesta, o suporte colado. Verifique que um
transmissor poderá ser utilizado em mais de uma vaca e cada vaca deverá ter o seu suporte (porta
transmissor). Depois de um determinado número de dias após o parto (em função do manejo da fazenda),
o transmissor é então recolocado na vaca visando a detecção do cio. Diante do custo dos transmissores é
aconselhável diagnosticar a prenhez o mais rápido possível, utilizando métodos precoces (LOPES, 1997).
Figura18: Vacas com sensores de pressão (transmissor)
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8.3.2. Pedômetro
Outro método de detecção de cio é a utilização dos chamados pedômetros. O pedômetro
atado à pata da vaca ( Fig 18), mede continuamente a atividade física do animal e envia dados para a
atualização diária de um sistema. Durante o período de cio, o animal sofre alteração na temperatura,
freqüência da pulsação e se movimenta mais intensamente (LOPES, 1997).
Figura 19: Pedômetro e antena
Leher et al. (1992), citados por SENGER (1994), salienta que a eficiência do pedômetro
comparada com a observação visual é muito variável (variação de 60 a100% de eficiência) e que a
acurácia da detecção do cio usando pedômetro varia de 22 a 100%.
Combinando-se observação visual com o registro de uma maior atividade, feita pelo
pedômetro, e o registro automático de pequenas elevações na temperatura do leite (registros estes
também realizados por um sistema computacional), o resultado seria a observação de 97% de todos os
períodos de cio. As medições obtidas são avaliadas continuamente e apresentadas pelo sistema na
forma de gráfico (Fig 19 ). O ordenhador recebe, para cada vaca, os últimos detalhes do
comportamento do cio do animal, permitindo estabelecer um esquema de inseminação precisa
(LOPES, 1997).
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Figura 20: Gráfico das mensurações da atividade física de uma vaca
Figura 21: Gráfico da atividade física de uma vaca (visualizado no monitor)
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Figura 22: Sistema alertando para detecção da vaca em cio
Fonte: LOPES e OLIVEIRA (1999)
8.3.3. Outros Sistemas
Outros sistemas também estão sendo utilizados. Exemplo é o de implantação de sensores
via subcutânea, desenvolvido por SENGER (1992), que, no geral, considera sua capacidade muito
semelhante ao sistema instalado externamente.
Sabe-se que um dos sinais clássicos de estro em vacas é o intumescimento da vulva. Tal
intumescimento é o resultado de mudanças na hidratação dos tecidos, que causa mudanças na
resistência elétrica (ohms) dos tecidos e secreções do trato reprodutivo de vacas em estro (EZOV et
al., 1990). Aparelhos mensuram essa variável e indicam vacas em cio.
8.4. Automação na sala de ordenha
A presença da informática se faz marcante na automação das salas para ordenha, em que
praticamente todo o processo está automatizado e é monitorado por sistemas computacionais.
Em uma sala para ordenha bem planejada a ordenha torna-se mais rápida e eficiente. Os
trabalhos de rotina necessários para um bom manejo são mais bem conduzidos e organizados. O
ordenhador trabalha confortavelmente, aumentando seu rendimento. Essas vantagens são ainda
maiores quando a sala de ordenha é parcial ou totalmente informatizada ou automatizada. Assim,
quando comparados às instalações tradicionais em estábulos, os sistemas de ordenha modernos são
vantajosos, não obstante o tamanho do rebanho. O que é apresentado a seguir é um resumo da
descrição feita por LOPES (1997) referente a esse tema.
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A automação inicia-se pela entrada dos animais na sala de ordenha, entrando um a um no
corredor, através da porteira de entrada. As vacas são conduzidas à sala através de um empurrador
automático. Esse empurrador, acoplado a uma cortina de arame, avança automaticamente, conduzindo
as vacas para a sala de ordenha, economizando mão de obra e tempo. A porteira do box de ordenha é
aberta, cujo acionamento é feito através de células fotoelétricas, direcionando o animal para seu
interior. Ao fechar, a porteira toca levemente a perna traseira do animal. Por reflexo, o animal se
colocará em posição de ordenha.
A pulsação e estimulação são realizadas por pulsadores eletrônicos, de alta precisão,
comandados por impulsos magnéticos. Neles, a freqüência de pulsação bem como a relação de
pulsação podem ser ajustadas, de acordo com a raça do animal e o tipo de instalação, sem necessidade
de troca de peças. Isto ocorre devido a ele possuir a sua própria placa eletrônica de comando para
pulsação. O comando por impulsos magnéticos permite uma regulagem precisa e de ritmo constante.
Neste sistema a ordenha é iniciada logo após a estimulação.
Enquanto são ordenhadas, as vacas recebem o concentrado, cuja distribuição é controlada
e comandada por computador. Após a identificação automática do animal, o distribuidor de ração
fornecerá a cada um a quantidade de ração correta, de acordo com o total programado (em função da
produção de leite), garantindo uma quantidade certa e individual para cada vaca.
As quantidades de concentrados fornecidas são registradas pelo sistema e colocadas à
disposição do técnico e/ou ordenhador através de relatórios e gráficos, possibilitando um melhor
gerenciamento do rebanho. A utilização criteriosa e racional dos relatórios e gráficos gerados pelo
sistema permite ao técnico seguir diferentes estratégias e adotar um programa nutricional objetivando
maiores produtividades. O sistema registra ainda todos os tipos de alimentos, assim como seu
consumo e proporciona as bases para o controle do estoque de alimentos concentrados.
O sistema possui uma unidade central que recolhe, armazena e processa as produções de
leite (controle leiteiro) e os detalhes da ordenha na sala de ordenha, mantendo o ordenhador totalmente
informado dos dados de desenvolvimento da ordenha que são necessários para a seleção de animais,
supervisão do estado sanitário e cálculos nutricionais. As produções leiteiras registradas na sala de
ordenha são armazenadas e podem ser revistas, durante a ordenha seguinte.
Pode-se, também, observar nos dados diretamente na tela, normalmente nos casos de
avisos para aproveitamento do leite etc. Esses dados são enviados a um terminal localizado na sala
para ordenha, de onde se pode visualizar a qualquer momento. Outras informações de cada animal
podem ser visualizadas no terminal do ponto de ordenha: lote da vaca, tipo de alimentação, dias de
lactação, data da secagem etc.
Os dados são processados de forma precisa pelo sistema em qualquer momento e o
resultado pode ser observado pela tela ou por impressora. Isso inclui, normalmente, produções
máximas por minuto, média de produção por minuto, duração da ordenha, desenvolvimento diário,
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semanal e durante toda a vida das vacas, estatísticas do tempo de ordenha, produção de leite e alguns
de seus constituintes, condutividade elétrica do leite e atividade física do animal.
O sistema, para finalizar, detecta o término da ordenha através do encerramento do fluxo
de leite, quando um dispositivo auxiliar de final de ordenha assume a retirada do leite residual, detém a
pulsação e inicia a extração automática das teteiras, de forma suave e cuidadosa, evitando a ordenha
cega. Ao final da ordenha, as porteiras de saída são acionadas pelo extrator automático de teteiras. A
vaca é, então, automaticamente liberada da sala para ordenha.
Outra característica do sistema é a seleção automática de animais. As vacas que requerem
alguma atenção podem ser separadas de forma automática e conduzidas a uma área restrita. Com a
mesma facilidade podem agrupar-se animais de forma automática tal como se deseja. Vacas que
devem ser isoladas do rebanho são separadas pelas portas de separação e conduzidas ao interior da sala
de tratamento. O portão de separação pode ser utilizado para dividir o rebanho em grupos que serão
separados e gerenciados pelo sistema.
O sistema controla e gerencia um programador automático de limpeza das tubulações e
equipamentos de ordenha, economizando água, energia e detergente, diminuindo o impacto ambiental.
Com eletrônica e automação, a sala de ordenha mostra seu real valor. O sistema
possibilita uma maior racionalização do trabalho, além do controle individual dos animais.
8.5. Alimentação
A informática está presente também nos sistemas de alimentação automática de bezerros,
monitorando e controlando os amamentadores onde, nos estábulos, os bezerros são alimentados
individualmente (KUNG et al., 1997). Os emissores/receptores identificam cada animal. O
computador informa ao amamentador a quantidade exata a fornecer a cada bezerro. O leite então é
preparado e fornecido na temperatura correta, para o melhor aproveitamento no sistema digestivo. Em
algumas versões existe um interruptor automático que caso ocorra falta ou excesso de leite é feito uma
substituição por um sucedâneo. O sistema compõe ainda tabelas de alimentação de bezerros que leva
em consideração a idade e o peso de cada bezerro (LOPES, 1997).
Assim como mencionado no item automação na sala para ordenha, no alimentador
automático as vacas recebem o concentrado, cuja distribuição é controlada e comandada por
computador. Após a identificação automática do animal, o distribuidor de ração fornecerá a cada um a
quantidade de ração correta de acordo com o total programado (em função da produção de leite),
garantindo uma quantidade certa e individual para cada vaca.
As figuras 23 a 27 mostram uma seqüência de eventos relacionados à alimentação
automática de animais, após serem identificados eletronicamente.
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Figura 23: Vaca entrando no box de alimentação
Figura 24: Vaca sendo identificada eletronicamente
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Figura 25: Dados da identificação sendo repassados para o sistema
Figura 26: Sistema automatizado se comunicando com alimentador automático
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Figura 27: Alimentador automático liberando ração concentrada
8.6. ROBÓTICA
De acordo com o Robot Intitute of America (RIA) robô é um manipulador multifuncional
reprogramável, projetado para mover materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especializados
através de vários movimentos programados para a execução de diversas tarefas. Um robô nada mais é
que um mecanismo automático que realiza trabalhos e movimentos humanos. Na zootecnia, a
tecnologia da robótica está presente na ordenha, limpeza de estábulos, tosquia de ovelhas,
classificação de carcaça de suínos e também na avicultura para seleção de ovos.
8.6.1 - Robô Ordenhador
A robótica é, sem dúvida alguma, uma área que está em franca evolução, não somente na
indústria mas também no campo, sendo uma importante área de estudos daqueles que se dedicam à
instrumentação. Segundo Cattaneo et al. (1996), a maioria das pesquisas no campo com ordenha
robotizada é conduzida na Europa, devido às características da indústria leiteira européia, que, em termos
de tamanho, organização e estrutura de manejo, são as mais adequadas para a automação completa.
A citação apresentada nos próximos parágrafos baseia-se no trabalho intitulado Design and
construction of robotic milking system, apresentado por Cattaneo et al, na “Sixth Internacional
Conference on Computers in Agriculture”, realizada no México, em junho de 1996.
O sistema de ordenha robotizada está baseado num conceito no qual as vacas vão, de bom
grado, ser ordenhadas em salas de ordenhas robotizadas. Essa mudança radical do conceito tradicional de
ordenha está, de uma certa forma, em uma extensão natural dos sistemas de alimentação individuais
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automáticos. De modo comparável à alimentação, os animais são livres para escolherem o tempo de
ordenha de acordo com suas exigências fisiológicas. As vacas podem, por isso, ir a qualquer hora do dia
ou da noite para a sala de ordenha localizada no estábulo. Isso reduz a carga de trabalho do produtor de
leite, que deve simplesmente ajustar os parâmetros de operação e supervisionar o sistema geral máquina-
animal-produto.
Usando este método, a vantagem máxima é obtida da automação: em primeiro lugar, o
produtor é liberado de ter de realizar duas ordenhas diárias (ou três), trabalhando num horário apertado, e
em segundo lugar, os animais podem escolher para serem ordenhados na hora que seja mais natural para
eles. Isso alcança o objetivo adicional, não menos importante, de melhorar o bem-estar dos animais.
Em termos gerais, os stands de alimentação e ordenha em questão são essencialmente da
forma daqueles já em uso para a alimentação, para os quais uma vaca é admitida, após ser identificada,
seja para a ordenha ou alimentação. Concorrentemente, os sensores localizados tanto na máquina quanto
no animal medem a produtividade e o status sanitário e fisiológico de cada animal, e os dados são
registrados para uso futuro. Layouts adequados, que compreendem um ou mais stands leiteiros
robotizados, com vias, passarelas e cercas controladas centralmente, podem melhorar a funcionalidade do
sistema, adaptando-o, mesmo posteriormente, aos padrões de comportamentos naturais dos animais.
O robô de ordenha é essencialmente um braço manipulador que, uma vez que a vaca está
dentro da baia, conecta os copos nos tetos usando coordenadas fornecidas pelo sistema de localização de
tetos.
O manipulador empregado é um sistema tipo modular, baseado numa combinação de eixos
lineares controlados. Possui três graus de liberdade linear, correspondendo aos três eixos de referência X,
Y, Z para o movimento do robô. A velocidade máxima do movimento de 1 m/s é especialmente alta e
permite que o movimento da vaca seja traçado em tempo real.
No que tange à localização dos tetos, o procedimento pode ser divido em duas fases:
1. Abordagem “bruta”
2. Abordagem “fina”
O objetivo da primeira fase é determinar a posição aproximada do úbere, assim permitindo
ao braço manipulador aproximar-se da área de trabalho rapidamente, mas com uma precisão de
localização que seja intrinsecamente baixa. Por isso, um segundo nível de localização "fina" é necessário
para determinar a posição do teto com precisão suficiente para guiar o braço do robô à medida que ele
insere o teto na boca do alinhador.
O sistema de sensor empregado é baseado num sensor de triangulação ótica, infravermelho,
capaz de efetivar, com métodos diferentes, tanto o posicionamento bruto quanto o fino. Seu princípio
operacional é baseado na reflexão dos fachos de luz: quando um facho encontra um objeto, o raio refletido
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é detectado por um receptor que mede seu ângulo de reflexão. Um cálculo simples, então, dá a distância
do objeto. A luz infravermelha é usada para assegurar que as medições não sejam distorcidas pela cor do
teto.
Os procedimentos de conexão são:
1. O robô, em sua fase de aproximação inicial, move a unidade de ordenha para um posição
predeterminada abaixo do animal, na proximidade do úbere.
2. A próxima fase é a aproximação bruta, guiada pelo sistema sensorial que escaneia o
plano horizontal circunvizinho através de um ângulo de 90 graus, até que ele encontre os dois tetos
anteriores. O robô então se move para uma posição da qual ele também pode "ver" os dois tetos
posteriores.
3. Na fase final, o posicionamento é realizado com um rastreamento em tempo real dos
movimentos de um dos tetos posteriores. O robô é guiado de modo que ele posicione o copo do teto
diretamente abaixo do teto correspondente.
4. A conexão real é efetivada movendo-se verticalmente para cima até que o teto posterior
seja inserido na boca do alinhador.
5. A conexão dos três tetos restantes é conseguida repetindo as fases 3 e 4. Cada copo, uma
vez que ele tenha sido conectado, é liberado do suporte do braço do robô.
Testes preliminares têm, de fato, demonstrado que o design proposto por pesquisadores é
eficiente, e que o sistema de robô é compatível com os animais.
9- SISTEMAS ESPECIALISTAS
Segundo Jackson (1990), sistemas especialistas são programas que representam e inferem
sobre um conhecimento específico de um determinado assunto no sentido de achar soluções de
problemas ou dar assistência para que a pessoa possa resolvê-los. Um dos objetivos de se construir um
sistema assim é fazer com que o conhecimento que um especialista possui, normalmente de difícil
disseminação, possa ser utilizado, em parte, por um número maior de pessoas, possibilitando seu
aproveitamento, preservação e transferência a outros especialistas ou usuários do sistema.
Esse mesmo autor salienta que um sistema especialista é um sistema com os seguintes
componentes principais:
a) base de conhecimento, que contém o conhecimento extraído do especialista
representado através de uma linguagem apropriada para o uso posterior em resolução
de problemas;
b) b) mecanismo de inferência, que simula o processo de solução de problemas do
especialista, usando o conhecimento da base de conhecimento e produzindo
respostas a problemas submetidos a ele na forma de consultas; e,
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c) c) interface de consultas, através da qual toda a comunicação usuário - sistema
especialista é feita. Opcionalmente, um sistema de ajuda e esclarecimento pode ser
parte da interface, modernamente usando recursos de hipertextos ou mesmo
hipermídia.
Desses três componentes, a base de conhecimento é considerada a de mais difícil
obtenção, pela ausência de métodos bem estabelecidos que permitam extrair conhecimento do
especialista e transferi-lo para a base.
O conhecimento de um sistema especialista é constituído de fatos e heurísticas. Os fatos
constituem um corpo de informações que são largamente compartilhadas, publicamente disponíveis e
geralmente aceitas pelos especialistas na área. As heurísticas são, na maioria das vezes, particulares e
formam um grupo de regras pouco discutidas com base de conhecimento que ele possui. As regras
ajudam a guiar o usuário através da base do conhecimento durante uma consulta com o sistema (Arraes,
1993).
Estes programas de computador usam algoritmos de raciocínio inferencial complexo para
realizar tarefas feitas por peritos humanos para resolver problemas reais, que ambientes de
programação tradicionais não oferecem facilmente (Smith, 1989).
10- SIMULAÇÃO
A simulação é uma área da zootecnia na qual a informática tem sido bastante utilizada.
Modelos de simulação são modelos de suporte a decisão, tendo um caráter complementar ao estudo
de sistemas reais. Quando um número muito grande de variáveis estão envolvidas num sistema de
produção tão complexo quanto um sistema zootécnico, por exemplo, sujeito a uma série de variações
imprevisíveis e incontroláveis, a análise por meio de simulação torna-se uma boa alternativa.
Inúmeros trabalhos de pesquisas são desenvolvidos através de simulação em pastagens;
em produção de bovinos de corte e leite; e em nutrição de ruminantes tanto em Universidades ( UFU
,UFV ), empresas públicas voltadas a pesquisas ( Embrapa, Cnptia ) ou particulares ( Monsanto.
Nestlé, Sadia )
11- OUTRAS APLICAÇÕES DA INFORMÁTICA
11.1. Nutrição
Na nutrição, a informática está presente através dos softwares para balanceamento de
rações (LOPES, 1997; SCHOFIELD et al., 1998).
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Em se tratando de alimentação e nutrição animal, um dos aspectos de suma importância é
a formulação de rações. Quando se pretende formular uma ração, alguns procedimentos devem ser
adotados, visando o completo sucesso. São eles:
• Caracterização dos animais (categoria, idade, peso vivo, produção estimada de leite ou
ganho de peso, teor de gordura do leite etc.);
• Obtenção das exigências ou requerimentos nutricionais em termos de energia
(digestível, líquida, metabolizável etc.), proteína (bruta, digestível, degradável, não degradável, etc.),
aminoácidos (metionina, lisina, essenciais, não essenciais etc.), minerais (Ca, P, macro e
microelementos), vitaminas etc.;
• Levantamento e escolha dos alimentos disponíveis, levantando-se também os preços.
A ração a ser formulada deverá possuir algumas características: proporção adequada de
nutrientes, economicidade, boa palatabilidade, boa apresentação, etc.
Vários são os métodos existentes capazes de auxiliar os nutricionistas no balanceamento
de rações, independentemente da espécie animal em questão. Como exemplo de métodos pode-se
citar:
• Método da tentativa;
• Quadrado de Pearson (com 2, 3 ou mais alimentos);
• Equações algébricas;
• Equações algébricas simultâneas;
• Uso do microcomputador.
Neste tópico será abordado o uso de microcomputador na formulação e balanceamento de
rações.
Não há dúvidas de que o problema da escolha dos alimentos e a quantidade exata de cada
um deles na ração, que deverá conter todos os nutrientes para o máximo desempenho dos animais, são
extremamente complexo. A resolução de tal problema é extremamente facilitada utilizando-se
softwares específicos para esse fim, principalmente quando estão disponíveis uma variedade grande de
ingredientes (alimentos).
A dinâmica da formulação da ração pelo microcomputador exige do nutricionista uma
participação e um entendimento do processo para que a execução ocorra dentro dos padrões. O
nutricionista deverá informar ao sistema quais os alimentos disponíveis, bem como seus respectivos
preços e suas respectivas restrições e limitações (se houver). Também deverá caracterizar o animal ao
qual se destina a ração, da forma mais precisa possível.
No que se diz respeito a exigências e composição química-bromatológica dos alimentos, a
maioria dos softwares possui, em sua biblioteca, tabelas específicas baseadas naquelas publicadas pelo
NRC - National Research Council (EUA) e ARC - Agricultural Research Council (Inglaterra).
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Fornecidas as informações solicitadas pelo sistema, este combina os alimentos
disponíveis na proporção adequada para atender as exigências nutricionais para mantença e produção
do animal, a um custo mínimo. O computador calcula rapidamente todas as alternativas e fornece a
solução de menor custo. Importante se faz ressaltar que o computador somente realiza os cálculos, e
que cabe ao nutricionista informar os dados solicitados com a maior exatidão possível, pois, caso
contrário, a formulação não será a correta.
Além da rapidez e precisão dos cálculos, utilizando o microcomputador, o nutricionista
poderá acompanhar uma variação diária dos preços dos ingredientes, pois sua rapidez na solução das
fórmulas permite ao nutricionista realizar mudanças mais freqüentes na alimentação. Vários sistemas
auxiliam também na compra de matéria prima e podem ser usados no controle de estoque e nas rações
a serem formuladas diariamente na fazenda, maximizando assim o lucro.
O Que Fazem os Sistemas?
É importante e necessário salientar que nem todos os sistemas possuem as características
abaixo mencionadas. Antes de optar por um sistema, o nutricionista ou pecuarista deverá obter
informações referentes ao sistema junto a softhouse e até mesmo junto a outros usuários do software
em questão. Os sistemas têm como principais características (aplicações):
• Possuem banco de dados contendo diversos alimentos e sua composição química;
• permitem cadastrar outros alimentos;
• possuem tabelas de exigências nutricionais baseadas no NRC e ARC (mantença,
crescimento, lactação e prenhes);
• permitem boa caracterização do animal (espécie, raça, categoria, idade, peso, condição
corporal, produção de leite, período de gestação e lactação, ordem de parto, teor de gordura e proteína,
peso esperado do bezerro ao nascimento etc.);
• permitem boa caracterização do sistema de produção (tipo, distância percorrida pelo
animal do pasto ao estábulo, potencial de produção do pasto, freqüência de alimentação, método de
alimentação etc.);
• permitem boa caracterização de fatores ambientais (velocidade do vento, temperatura
diurna e noturna etc.);
• formulação otimizada de rações, premix e suplementos minerais;
• permite o cálculo de rações para diversas espécies;
• edição de tela total para entrada de dados;
• janelas de mensagem de ajuda on-line;
• checagem de erros extensa;
• operação em rede de computadores;
• seção de saída inclui a composição da ração e uma análise do nutriente da ração;
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• apresentação do custo da ração por unidade de peso;
• emissão de diferentes relatórios (custos de alimentos, composição química etc.);
• controle das atividades relacionadas à compra, uso, venda ou transferência de matérias
primas e rações;
• controle de análises bromatológicas;
• controle de estoque de matérias primas e rações.
Outra importante aplicação da informática na zootecnia está na utilização das tabelas de
exigências nutricionais (NRC) de diversas espécies. O usuário caracteriza o animal, preenchendo um
formulário eletrônico, e imediatamente as exigências nutricionais lhe são mostradas.
Foi desenvolvido um programa computacional de fácil manejo para possibilitar a
pesquisadores, extensionistas, consultores, produtores e estudantes a avaliação do comportamento
ingestivo e do consumo de bovinos em pastejo (GALLI et al., 1995).
DUNBAR et al (1992) desenvolveram um método para prever a energia digestível de cinco
diferentes grupos alimentares em formulações de dietas para bovino de corte, leite e ovinos. Usando
análises aproximadas médias para proteína bruta, extrato etéreo, cinza e fibra bruta, os autores
desenvolveram um programa que calcula valores para energia metabolizável, nutrientes digestíveis totais,
energia líquida para mantença, energia líquida para ganho e energia líquida para lactação.
11.2. Forragicultura
Em forragicultura, DELGADO (1996) desenvolveu um sistema especialista para o
planejamento rural, o qual é utilizado como uma ferramenta para a tomada de decisões para técnicos e
produtores.
OLTJEN et al. (1992) desenvolveram um sistema para calcular as exigências do animal
através do tempo e mostrar o quanto às forragens disponíveis poderiam suprir as necessidades do rebanho.
Considerando que o superpastejo reduz a produtividade futura de pastos, pois ele permite a
evolução de uma quantidade de espécies indesejáveis de plantas, SWENSON e SADIVEC (1992)
desenvolveram o programa PASTURE, com o objetivo de ajudar os produtores de animais a determinar
as taxas de capacidade de suporte adequadas num determinado ano.
Um sistema de apoio à decisão, RANGEPLAN, foi desenvolvido por THOMPSON et al.
(1992) para ajudar no planejamento de pastagens. As decisões sobre o manejo de forragens podem ter
um impacto profundo nos sistemas de produção de animais ruminantes.
PANCIERA et al. (1992) desenvolveram um programa computacional para prever o impacto
econômico das decisões sobre o manejo de forragens.
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11.3. Sanidade
Na área de saúde animal alguns sistemas foram desenvolvidos. TASF é um software de
aconselhamento-terapia para aplicação de medicamentos que ajuda o técnico a planejar um programa de
tratamento com medicamentos para o gado doente (OSTERGARD et al., 1992).
BERRY et al. (1992) desenvolveram um sistema para colher dados de produção, parição e
saúde de grandes sistemas de produção.
MAST é um sistema de apoio à decisão, desenvolvido com o objetivo de avaliar
informações sobre mamite (ALLORE et al., 1995).
No que tange a mamite, vários são os métodos de se diagnosticar essa doença. Em se
tratando de métodos de diagnóstico na fase subclínica, pode-se citar o CMT (Califórnia mastitis test),
WMT (Winsconsin mastitis test), CCS (contagem de células somáticas), Condutividade Elétrica e
outros. Mudanças na condutividade elétrica do leite como resposta à infecção podem ser determinadas
através de aparelhos manuais ou automaticamente através do uso de sensores “in line” (MILNER et
al., 1996). O sistema utiliza os dados mensurados pelos sensores e os apresenta na forma de gráficos
que são facilmente interpretados pelos usuários.
11.4. Melhoramento genético
Programas de computador, em função das características das vacas, selecionam
objetivamente os reprodutores segundo as especificações de cada criador, visando um acasalamento
corretivo. Semelhante a um serviço de agência matrimonial, onde as preferências dos candidatos são
combinadas à procura da união ideal, um programa de acasalamento dirigido busca o melhor
acasalamento possível, entre fêmeas e reprodutores à disposição. O acasalamento é “eletrônico”, ou
seja, o computador é quem escolhe o pai. Nestes podemos ter informações relativas à
consangüinidade, por exemplo, de cada animal e por conseqüência, pudesse determinar qual será o
melhor cruzamento de animais, visando uma seleção de progênie com melhores resultados produtivos
futuros.
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CONCLUSÃO
Diante de toda esta evolução tecnológica cabe a nós profissionais, nos adequarmos as
condições que nos são impostas pelo mercado. Sem este devido ajuste ficaremos fadados à
marginalização da competitividade provinda principalmente dos países mais desenvolvidos. Nestes, os
recursos em investimentos são maiores, tanto no setor de pesquisas quanto nos próprios subsídios
fornecidos ao setor Agropecuário, ocasionando uma maior produtividade de alimentos a baixos custos.
O Brasil possui um enorme potencial, basta sabermos explorá-los corretamente e nunca deixando de
lado também os pequenos produtores, que por conseqüência do seu completo despreparo diante desta
nova tendência mercadológicas se vêm sem estímulo alguns de permanecerem na atividade,
ocasionando um êxodo rural para as periferias das grandes cidades, vindo apenas a somarem-se aos já
enormes problemas sociais pelos quais estas mesmas já enfrentam. Tecnologia sim, porém sem
promiscuidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros e Tutoriais
Antunes, A. D. ; Machado Jr. , T. L. Sistemas de Produtividade e qualidade leiteria com
monitoramento de rebanhos pelo software monty. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Zootecnia, 32 Fortaleza, 1996. Anais ... Fortaleza, SBZ, 1996 . P.489-491.
Antunes. L. M..; Engel, A. A Informática na Agropecuária. Canoas : Gráfica e Editora
Interclubes, 1995.
Lopes, M. A. ; Tutorial – Informática Aplicada a Pecuária, 1999 – Curso virtual realizado
junta a Universidade Federal de Lavras, Fevereiro/Março de 2001.
Periódicos:
Jornal Folha de São Paulo, Caderno de Terça-feira – Agrofolha
Jornal Folha de São Paulo; Caderno Dinheiro. – diário
Revista Agrosoft, edições “00, 0 , 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 – 1995 a 1999.
Periódicos Eletrônicos:
www.boletimpecuario.com.br – Boletim diário com os principais assuntos relacionado a
área.
www.agrosoft.com.br – Boletim trazendo novas tecnologias de mercado, revistas
Agrosoft e cursos virtuais.
www.zoonet.net – Sistema de rastreamento de animais, em consórcio com as clínicas
veterinárias.
Sites :
www.rurallinks.com.br - revista eletrônica sobre Agropecuárias, links para outros sites
www.ruralnet.com.br – revista eletrônica rural
www.globo.com/globorural/ - site do programa globo rural
www.ufla.br – site da Universidade federal de Lavras
www.uflatec.com.br – site dos cursos virtuais oferecidos pela UFLA - MG
www.ufv.br – site da Universidade Federal de Viçosa -MG
www.esalq.usp.br – site da Escola Superior de Agronomia Luís de Queiroz -SP
www.unicamp.br/unicamp/universidade/uni_cent_cpqba.html - dirige atividades
vinculadas a empresas do setor produtivo.
www.unicamp.br/unicamp/universidade/uni_cent_cepagri.html - desenvolve pesquisa
básica e aplicada na área meteorológica climática e agrícola,
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www.embrapa.br – instituição de pesquisa agropecuária federal
www.agroescola.com.br – site de educação a distância voltado ao agronegócio