A ENGENHARIA DE PROCESSOS DE NEGÓCIO:...
Transcript of A ENGENHARIA DE PROCESSOS DE NEGÓCIO:...
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
A ENGENHARIA DE PROCESSOS DE NEGÓCIO: INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
BUSINESS PROCESS ENGINEERING: AN INSTRUMENT FOR MICRO AND
SMALL BUSINESSES DEVELOPMENT
Hélio Roberto Hékis 1; Dirceu Victor de Hollanda Diógenes 2; Jamerson Viegas Queiroz 3; Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz 4; Ricardo Ricardo Alexsandro de Medeiros
Valentim 5; Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira6
1 Doutor em Engenharia de Produção e Serviços, Professor Adjunto - I, do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal RN
Brasil. E-mail: [email protected] 2 Graduado em Engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRN (2010), Natal RN Brasil. E-mail: [email protected] 3 Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003), Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal RN
Brasil. E-mail: [email protected]. 4 Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003), Professora Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal RN
Brasil. E-mail: [email protected].
5 Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2008), Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal RN
Brasil. E-mail: [email protected]. 6 Administrador e Mestre em Engenharia de Produção, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professor do Departamento de Ciências Administrativas da UFRN e do
Centro Universitário FACEX - Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected].
Resumo: Este estudo tem como objetivo verificar se é possível a utilização da engenharia de processos de negócios como instrumento teórico para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, a partir da proposta de uma metodologia para aplicação desse instrumento nesse tipo de organização. Como procedimento metodológico salienta-se que é uma pesquisa de caráter exploratório. A sustentação teórica é composta pelos fundamentos referentes a: (a) Processos; (b) Engenharia de processos de negócios; (c) Modelagem de processos; (d) Sistema Toyota de produção; e, (d) Teoria das restrições. A revisão da literatura aborda a engenharia de processos, modelagem de processos, sistema Toyota de produção e as teorias das restrições. Para realizar a validação do modelo proposto foi realizado um estudo de caso com dados longitudinais e transversais em uma empresa de pequeno porte do setor moveleiro, localizado na cidade de Natal/RN. Como resultado alcançado destaca-se primeiramente, o mapeamento do macroprocesso atual e o levantamento dos problemas inerentes a esse macroprocesso. Em seguida foi usada a árvore da realidade atual para identificação dos problemas raízes e, por ultimo, foi modelado um novo macroprocesso que pudesse corrigir esses problemas raízes. Como consideração final destaca-se a importância da engenharia de processos de negócios e a eficácia do método proposto para as micros e pequenas empresas.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
Palavras-Chaves: Engenharia de processos de negócios, Modelagem de Processos, Teoria das Restrições, Estratégia.
Abstract: This purpose of this study was to determine the viability of using business process engineering as a theoretical instrument for micro and small business development, based on a proposed methodology for application of this theoretical instrument, especially in this type of organization. This is an exploratory study whose theoretical foundation is composed of the following elements: (a) Processes; (b) Business engineering processes; (c) Process modeling; (d) Toyota production system; and (d) Theory of Constraints. The literature review examines process engineering, process modeling, the Toyota production system and Theory of Constraints. To validate the proposed model, a case study with longitudinal and cross-sectional data was conducted with a small furniture business in the city of Natal, Brazil. The current macroprocess was mapped and problems inherent to it were identified. Next, a current reality tree was used to identify root problems and a new macroprocess was modeled to correct them. Finally, the importance of business process engineering is underscored as well as the effectiveness of the model proposed for micro and small businesses. Keywords: Business Process Engineering, Process Modeling, Theory of Constraints, Strategy.
1 INTRODUÇÃO
A Engenharia de Processos de Negócios (EPN) vem surgindo como um
forte instrumento teórico para tratar de qualquer processo organizacional de
uma maneira tão científica como os processos de produção vêm sendo
tratados e, consequentemente evoluindo, aumentado a produtividade e a
qualidade desses processos, gerando redução de custos e aumento do ganho.
A melhoria contínua acontece através da introdução de pequenas
melhorias aos processos já existentes na organização. Esse método ganhou
força com o sucesso do sistema Toyota de produção que tinha como uma das
técnicas o Kaizen. Essas melhorias, ao contrário da reengenharia, acontecem
através do conhecimento dos trabalhadores operacionais e, segundo Costa e
Politano (2009), os processos passaram a ser considerados ativos intelectuais
estratégicos das organizações, o que reforça a sua importância e relevância
deste trabalho.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
Sendo a engenharia de processos de negócios uma arquitetura para
entendimento análise e melhoria dos processos, esta tem uma importante
ferramenta para a sua aplicação nas empresas que é a modelagem de
processos.
A modelagem de processos é uma representação da realidade da
empresa que, segundo Paim (2002; 2009), têm os seguintes objetivos: melhor
entendimento e representação uniforme da empresa; suportar o projeto de
novas partes da organização; e, é um modelo utilizado para controlar e
monitorar as operações da empresa (TUMELERO et al., 2011).
Estando os processos modelados, é necessário um conjunto de
conceitos e técnicas para orientar as melhorias desses processos. Nesse
estudo, foi utilizada a filosofia e as técnicas do sistema Toyota de produção e a
teoria das restrições para a orientação dessas melhorias. Assim, o artigo
pretende investigar o seguinte problema de pesquisa: é possível a utilização da
engenharia de processos de negócios como instrumento teórico para o
desenvolvimento das micro e pequenas empresas?
Destarte, o objetivo geral do estudo é verificar se é possível a utilização
da engenharia de processos de negócios como instrumento teórico para o
desenvolvimento das micro e pequenas empresas, a partir da proposta de uma
metodologia para aplicação desse instrumento teórico especialmente nesse
tipo de organização estudada.
Associado ao objetivo geral propõe-se os seguintes objetivos
específicos: mostrar como a modelagem de processos pode gerar uma unidade
de entendimento, por parte da organização, dos processos que acontecem na
empresa; indicar a relação entre os temas EPN e sistemas de informação;
propor como a melhoria contínua dentro da empresa pode ser auxiliada pela
EPN, tendo como direcionadores o Sistema Toyota de Produção e a Teoria das
Restrições.
A justificativa do presente estudo é que a partir do quadro em que se
encontram as micros e pequenas empresas brasileiras, percebe-se a existência
de uma forte demanda, por parte dessas empresas, de uma ferramenta para a
estruturação das suas organizações e dos seus processos. Além dessa
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
demanda, há a busca contínua por parte dessas empresas por ferramentas que
possam conferir o diferencial e vantagem competitiva, conforme observam
Limas e Scandelari (2008).
O presente artigo está organizado da seguinte forma: seção um de
caráter introdutório; seção dois apresenta a revisão de literatura; seção três
descreve a metodologia do presente artigo, com destaque para a metodologia
de aplicação de engenharia de processos de negócios; a seção quatro trata da
análise da realidade investigada; a seção cinco apresenta os resultados do
presente estudo, onde mostra a aplicação da engenharia de processos de
negócios, o redesenho do novo macroprocesso e a transição para o novo
macroprocesso; a seção seis tece reflexões e faz recomendações para futuras
pesquisas e na última seção são apresentadas as referências utilizadas na
pesquisa.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PROCESSOS
Nagel e Rosemann (1999) definem processos de negócios como
ordenações temporais e lógicas (seriadas ou paralelizadas) de atividades
executadas para transformar um objeto de negócio, tendo como objetivo a
finalização de certa tarefa.
Os processos gerenciais têm como foco a própria organização,
diferentemente dos processos finalísticos que tem como foco o cliente. Estes
proporcionam o bom funcionamento coordenado dos vários setores da
organização, tendo em vista o desempenho global. Os processos gerenciais
são focalizados nos gerentes e nas suas relações e incluem ações como
auditorias, medição de resultados, estabelecimento de metas, feedback, entre
outros.
Além disso, existem os processos de apoio, que não geram valor nem
para o cliente, nem para a empresa, mas possibilitam que tanto os processos
gerenciais como finalísticos se desenrolem sem maiores problemas. Por
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
exemplo, os processos de tesouraria como o de contas a pagar ou o
suprimento de material em empresas não fabris.
Tanto os processos gerenciais como os processos de apoio podem ser
tanto verticais como horizontais no que se refere à hierarquia da empresa. Os
processos verticais estão mais relacionados com as tomadas de decisões,
enquanto que os processos horizontais acontecem por meio dos fluxos de
trabalho (GONÇALVES, 2000; MOREIRA, 2008; LANZARINI et al. 2011).
A principal ferramenta de investigação de processos utilizada para
identificação de perdas no sistema Toyota de produção e, consequentemente,
realização de melhorias, foi o mecanismo função produção. O MFP
(Mecanismo da Função Produção) é uma ferramenta para análise da produção
que estabelece uma visão ampla e sistêmica dos elementos integrantes de um
sistema de produção. Ao observar a produção como uma rede de processos e
operações através de eixos que se interceptam ortogonalmente, o MFP permite
o direcionamento do foco de melhorias para as atividades pertencentes ao eixo
que efetivamente adiciona valor àquilo que está sendo produzido, ou seja, o
eixo dos processos. Nesse sentido, destaca-se o caráter priorizador de
melhorias do MFP para os processos.
Melhorias na produção requerem investigação dos seguintes elementos,
relativamente às suas funções e inter-relacionamentos (SHINGO, 1986): (i) objetos da produção produtos acabados ou semi-acabados; (ii) agentes da
produção pessoas encarregadas de fabricar os produtos, bem como
máquinas, ferramentas e demais equipamentos que as auxiliem; (iii) métodos meios pelos quais ações são realizadas; (iv) espaço onde ações são tomadas
e locais de onde e para onde os materiais são transportados; e (v) tempo cronometragem do trabalho ou quanto tempo duram as ações.
Para os processos de negócios, uma adaptação do modelo
originalmente proposto para a indústria automobilística pode ser feita. Nos
processos de negócios, o objeto da produção pode ser o produto acabado ou
semi-acabado, mas, conforme a definição de Santos (2007), também podem
ser informações, capital, conhecimento, idéias ou qualquer outro objeto que
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
demande coordenação de seu fluxo. Os agentes de produção são as pessoas,
máquinas, computadores que manipulam o objeto da produção.
Os aspectos a serem considerados na análise de um processo estão
inclusos em uma das seguintes categorias (SHINGO, 1996): (i) processamento:
montagem, desmontagem, alterações na forma e qualidade do objeto da
produção, ou seja, a transformação das matérias primas em produtos
acabados; (ii) inspeção: comparação do objeto da produção com um padrão
pré-estabelecido; (iii) transporte: mudança na localização ou posição do objeto
da produção; (iv) espera: período de tempo no qual não estão ocorrendo
nenhum processamento, inspeção ou transporte do objeto da produção.
2.2 ENGENHARIA DE PROCESSOS
A utilização dos conceitos de engenharia de processo de negócio, como
uma sub-área da engenharia de produção, tem sido cada vez mais utilizados
pelas empresas, evidenciando que começa a se consolidar no ambiente
orientação gerencial para agir proativamente no sentido de identificar
oportunidades de melhoria na integração entre atividades dependentes lógico-
temporalmente (ROTHER e SHOOK, 1998; CAULLIRAUX e CAMEIRA, 2000).
Segundo Santos (2001; a priori, entendida, como uma arquitetura (framework) para entendimento, análise e
encontrada na literatura e adotada nesse trabalho por estar em sintonia direta
com o foco da pesquisa é a de (CAULLIRAUX e CAMEIRA, 2000; GROVER
2000).
Na visão de Caulliraux e Cameira (2000) o quadro conceitual que deve
nortear a Engenharia de processos é composto principalmente por:
Administração Científica; Sistema Toyota de Produção STP; Controle da
Qualidade Total TQC; Reengenharia BPR; Teoria das Restrições TOC.
Malanovicz et. al. (2010) evidenciam que a melhoria de processos surgiu na
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
gestão da qualidade total, corroborando, portanto, com parte da visão de
Caulliraux e Cameira (2000).
É importante notar que tudo começa com a motivação estratégica do uso
da engenharia de processos pela empresa. Esse alinhamento estratégico
definirá os objetivos e os focos de análise que nortearão todo o trabalho a ser
feito. Na segunda etapa será feito uma espécie de plano de ação,
determinando alguns prazos, recursos, responsabilidades e atividades a serem
feitas (SANTOS, 2007; HONÓRIO, 2009).
Uma abordagem ainda mais ampla seria a da administração da empresa
como um todo pelos seus processos. Na gestão por processos, há alterações
na estrutura organizacional e em outros elementos integrantes do projeto
organizacional para priorizarem os processos como um eixo gerencial de maior
importância que o eixo funcional. Há mudanças maiores que somente ter
organização que enfatiza processos em oposição à hierarquia e que coloca
uma ênfase especia (SANTOS, 2007; PAIM, 2002;
2009).
Face a esse contexto, Lopes e Bezerra (2009) evidenciam fatores que
influenciam o sucesso na implantação da gestão por processos, tais como:
fatores de liderança, comportamentais e de conhecimento, organizacionais e
físicos. Com isso, torna-se necessário atentar para tais elementos, já que são
críticos para o sucesso da gestão.
2.3 MODELAGEM DE PROCESSOS
A modelagem de processos é uma representação da realidade da
empresa que, segundo Paim (2009) têm os seguintes objetivos: um melhor
entendimento e representação uniforme da empresa; suportar o projeto de
novas partes da organização; e um modelo utilizado para controlar e monitorar
as operações da empresa.
Segundo Aalst (2000), as características de uma boa modelagem de
processos são: Aderência com o que realmente acontece na organização;
relevância, ou seja, um processo só deve ser modelado se algum uso for feito
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
desse modelo e o processo tiver uma importância relevante para a empresa;
custo/beneficio para que não se tenha muito trabalha para pouco benefício do
modelo; clareza no desenho do modelo; comparabilidade com outros
processos; e, por ultimo estruturação sistemática que está ligado à capacidade
de integrar modelos representando diversos aspectos da realidade.
O ato de modelagem encontra inúmeras dificuldades na prática,
principalmente em organizações de grande porte onde a equipe de
modeladores não conhece bem o funcionamento do processo. Como solução
desse problema, é necessário que seja desenvolvido boas técnicas de
entrevistas para o levantamento das informações necessárias e de validação
para o modelo proposto que, em muitos casos, tem que ser reformulado para
melhor representar a realidade.
Na verdade, uma seleção de processos a serem incorporados na forma
original prevista em um sistema, só deve ser conduzida se, com certeza, o
sistema específico será implantado. Tornar por base processos desenhados
considerando o recurso de um sistema, integrado, e não possuir ou implantar
esse sistema é perda de tempo; mesmo quando vai se implantar o sistema
pode ser válido antes de utilizar os modelos de referência, levantar e modelar
os processos, pois eles permitirão: identificar quais pessoas ou processos
atuais são afetados, facilitando o planejamento da organização futura, a gestão
dos recursos humanos (RH) e a própria implantação do sistema; identificar
quais processos devem ser mantidos, por não haver similar, e as interfaces
requeridas; e, identificar quais sistemas legados e respectivas interfaces com o
novo sistema têm que ser trabalhados e quais os descartados; dentre outros
(CAULLIRAUX e CAMEIRA, 2000).
Uma proposta criteriosa de classificação das ferramentas de apoio foi
feita por Caulliraux e Cameira, (2000) e pode ser visualizada pela Figura 02.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
Figura 1 - Quadro sintético de classificação das ferramentas de modelagem de processos. Fonte: Caulliraux e Cameira, 2000.
De acordo com o quadro acima, foi proposta uma classificação quanto
aos aspectos construtivos e de referencial metodológico das ferramentas
utilizadas em engenharia de processos.
As ferramentas de desenho gráfico, sem referencial metodológico e não
baseadas em banco de dados são aqueles que disponibilizam ao usuário
simplesmente um meio com o qual este pode criar um diagrama a partir de
objetos pré-formatados ou disponibilizados. Estas são ferramentas de desenho
com alguma preparação para criação de esquemas como fluxos e diagramas,
pelo fato de existirem objetos específicos para esse fim.
A ausência de um método de modelagem na ferramenta torna o
processo mais aberto, sendo o usuário capaz de criar qualquer tipo de objeto
ou modelo, sem pré-determinações impostas pela ferramenta ou método
disponibilizado. Alguns exemplos desse tipo de ferramenta são: MS Power
Point, Corel Draw e is/Modeler.
Uma ferramenta bastante útil ao mapeamento ou modelagem de
processos são os modelos de referencias. Esse modelo de referencia, de
acordo com Davenport (1994; 2000), está intimamente relacionado ao sistema
integrado de gestão ou ERP (enterprise resource planning) (LIMAS;
SCANDELARI, 2008) utilizado pela organização e ao seu segmento de
mercado.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
2.4 SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO
O Sistema Toyota de Produção (STP), ou Produção Enxuta, surgiu no
Japão no início da década de 50 como uma proposta de melhoria do ciclo de
produção de automóveis (WOMACK, JONES e ROOS, 1992). As principais
características do STP são: (i) a eliminação do desperdício, a partir da redução
de custos; (ii) a produção contrapedido, a partir de projeções de vendas reais e
não especulativas (SHINGO, 1996).
Os princípios, conceitos e técnicas de manufatura que estavam por trás
do sucesso da Toyota e do Japão tornaram-se conhecidos como o Sistema
Toyota de Produção STP, precursor do que atualmente é conhecido,
especialmente nos EUA, como Just-in-Time ou produção enxuta (WOMACK,
1992; TORRES JÚNIOR, 2010).
O Sistema Toyota de produção é dependente do balanço entre
flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por
meio da aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos
funcionários e trabalho em equipe. Uma filosofia básica do Sistema Toyota de
produção é a simplificação. (VOSS, 2002; SANTOS, 2008b).
O processo decisório no modelo de produção enxuta aparece como um
fator pouco explorado na literatura. Os elementos que compõem o processo
decisório aparecem marginalmente quando se discutem fatores como just-in-time, as parcerias com fornecedores, o desenvolvimento de produtos e a
qualidade embutida no processo (TORRES JÚNIOR, 2010).
Segundo Antunes Junior (2008), os principais componentes do sistema
Toyota de produção são: os seus princípios básicos de construção; o seu
conjunto de subsistemas e técnicas; e por ultimo a sua logística. Os princípios,
conceitos e técnicas de manufatura que estavam por trás do sucesso da
Toyota e do Japão tornaram-se conhecidos como o Sistema Toyota de
Produção STP, precursor do que atualmente é conhecido, especialmente nos
EUA, como Just-in-Time ou produção enxuta (WOMACK e JONES, 1998).
O principal objetivo do STP é aumentar o lucro através da redução dos
custos. Para alcançar tal objetivo, deve-se identificar e eliminar as atividades
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
que não agregam valor ao produto, identificadas como perdas do processo
produtivo (GHINATO, 2000). Para tanto, é preciso investigar as causas das
atividades desnecessárias e aplicar métodos para eliminá-las.
De acordo com Womack e Jones (1998), cinco princípios básicos
possibilitam o entendimento dos processos produtivos nas organizações, quais
sejam: (i) valor; (ii) cadeia de valor; (iii) fluxo; (iv) produção puxada; (v)
perfeição.
O fluxo é toda ação necessária para fazer passar um produto por todos
os caminhos relacionados à produção (ROTHER e SHOOK, 1998). Esta etapa
consiste em fazer com que os passos definidos na cadeia de valor fluam.
Assim, o fluxo de processos é o acompanhamento do que acontece
com o material - objeto de trabalho - no tempo e no espaço, com foco explícito
no objeto. Os elementos do fluxo de processo são os seguintes (SHINGO,
1996):
Processamento é a atividade de mudança física no material ou
na sua qualidade.
Inspeção é a comparação com o padrão estabelecido.
Transporte é o movimento de materiais ou produtos
Espera de processo, que representa as esperas de lotes inteiros.
Espera do lote, que representa as esperas internas aos lotes.
A análise do fluxo de processo permite detectar possíveis desperdícios
que estejam ocorrendo no processo. Ohno (1997) define os desperdícios como
perdas, cujas caracterizações estão assim denominadas: (i) perdas por
superprodução (quantitativa e por antecipação); (ii) perdas por transporte; (iii)
perdas no processamento em si; (iv) perdas devido à fabricação de produtos
defeituosos; (v) perdas nos estoques; (vi) perdas no movimento; (vii) perdas
por espera.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
2.5 TEORIA DAS RESTRIÇÕES
Teoria das Restrições (TOC) foi introduzida por Eliyahu M. Goldratt e
Jeff Cox em 1984 no livro A Meta (GOLDRATT; 1993; 1994) e a empresa
recupera sua competitividade. Muitas empresários que leram o livro e iniciaram
a aplicação dos princípios da TOC o mais rápido possível. A ênfase essencial
das idéias dos autores é que o alvo das empresas deve ser ganhar dinheiro,
agora e no futuro.
Segundo Goldratt (1994), restrição é qualquer coisa que limita um
melhor desempenho de um sistema, como o elo mais fraco de uma corrente,
ou ainda, alguma coisa que não se tem suficiente. Dettmer (1997), salienta que
as restrições podem ser políticas e físicas ou de recursos. A primeira é relativa
a normas, procedimentos e práticas usuais do passado. A segunda diz respeito
a mercados fornecedores, equipamentos, materiais, pedidos e pessoas
(NOREEN, et al., 1996; GUERREIRO, 1999).
A partir da premissa de que a empresa opera com algum tipo de
restrição, Goldratt (1993), formula um processo geral de tomada de decisão
empresarial. O processo é conceituado pelo autor como, cinco passos de
focalização e apresenta-se da seguinte maneira: identificar a(s) restrição(ões)
do sistema; decidir como explorar a(s) restrição(ões) do sistema; subordinar
qualquer outra coisa à decisão anterior; elevar a(s) restrição(ões) do sistema;
e, se nos passos anteriores uma restrição for quebrada, volte ao passo 1, mas
não deixe que a inércia se torne uma restrição do sistema.
3 METODOLOGIA
Do ponto de vista da abordagem do problema esta pesquisa é
quantitativa. Quanto à natureza do objetivo, esta pesquisa caracteriza-se como
exploratória, sendo os procedimentos técnicos utilizados a pesquisa
bibliográfica, o levantamento e o estudo de caso.
A pesquisa bibliográfica realizada inicialmente gerou informações úteis
para a elaboração do instrumento de coleta de dados e definição das variáveis
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
analisadas. O levantamento possibilitou o questionamento das pessoas
investigadas em relação ao fenômeno pesquisado e o estudo de caso
possibilitou o profundo conhecimento da empresa.
Optou-se pelo estudo de caso de modo a realizar uma análise
aprofundada de um caso individual constituída uma pequena empresa do setor
moveleiro localizada na cidade de Natal-RN.
As técnicas de coleta de dados utilizadas foram a entrevista semi-
estruturada, a análise documental, a observação e o questionário. A entrevista
semi-estruturada aplicada na coleta dos dados ocorreu através de uma
conversa informal junto aos dirigentes e chefes de áreas da empresa
pesquisada. A mesma pode ser alimentada por perguntas abertas, com o
intuito de proporcionar maior liberdade ao informante. Mesmo sem obedecer a
uma estrutura formal pré-estabelecida, utilizou-se de um roteiro com os
principais tópicos relativos ao assunto da pesquisa.
O estudo de caso pode ser utilizado ainda para: (1) explorar um
determinado assunto ou problema, entendendo-o profundamente; (2) explanar
sobre um fenômeno; (3) descrever um fenômeno; e (4) predizer características
de um determinado fenômeno (LAKATOS E MARCONI, 1991; GIL, 1996).
Vale destacar que a metodologia proposta está voltada para a realidade
das micros e pequenas empresas, visto que, na maioria dos casos, estas
possuem suas particularidades em relação às grandes empresas como: falta
de uma estrutura organizacional formal definida, compartilhamento de mais de
uma função para o mesmo encarregado, escassez de recursos para
contratação de consultorias ou mais funcionários, dentre outras.
Quanto a metodologia de aplicação de engenharia de processos de
negócios nas micro e pequenas empresas proposta por esse estudo têm a sua
estrutura baseada na diferenciação entre macroprocesso e microprocesso. O
procedimento técnico nessa fase do estudo está representado na Figura 03.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
Figura 2 - Metodologia de aplicação da EPN nos macroprocessos. Fonte: Autores (2012).
Na visão de macroprocessos, foi utilizada a teoria das restrições, mais
especificamente a árvore da realidade atual para nortear a aplicação da
engenharia de processos de negócios, tendo em vista um planejamento mais
estratégico e alterações mais profundas no modo de funcionar da organização.
Já na visão de microprocessos foram utilizados os princípios e técnicas do
sistema Toyota para nortearem as melhorias contínuas nesses processos de
negócios.
O primeiro passo da metodologia proposta é o mapeamento do
macroprocesso atual da empresa para entender o funcionamento da
organização a partir de uma visão integrada e para identificar os problemas.
Nessa etapa, o grau de agregação dos processos mapeados será muito
grande, visto que o objetivo é ter uma noção geral do funcionamento da
empresa, com foco no cliente final.
Com o macroprocesso mapeado, é necessário que se identifiquem quais
são os problemas e dificuldades que existem e que são inerentes a esse
macroprocesso. O objetivo dessa etapa é apenas o levantamento das
dificuldades existentes, sem que haja uma tentativa de solução dessas
dificuldades. O brainstorm é o método mais adequado para que os problemas
surjam e é necessário que haja participação de pessoas de diferentes áreas e
deferentes níveis hierárquicos da organização.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
O terceiro passo é a construção da árvore da realidade atual da
organização. De acordo com a teoria das restrições, a grande quantidade de
para que, a partir dos efeitos indesejados já listados, seja construída a árvore
da realidade atual e se encontrem os verdadeiros problemas dos processos, ou
seja, se encontrem as causas e não os efeitos.
Com a árvore da realidade atual construída, finalizada e validada, a
causas das dificuldades encontradas serão postas sobre a mesa. É de
fundamental importância que esses problema raízes sejam erradicados,
portanto, nessa etapa é analisado como se pode acabar com as causas dos
problemas identificados.
Fruto das discussões realizadas na etapa anterior, foi modelado uma
nova configuração do macroprocesso da empresa, introduzindo assim, as
soluções encontradas para se erradicar os problemas raízes. Essa modelagem
de processo deve ter um caráter híbrido entre a melhoria continua e a
reengenharia de processos.
Por ultimo, apresenta-se como esse novo macroprocesso deverá
substituir o macroprocesso atual. Um plano de ação pode ser necessário nessa
etapa e será de fundamental importância que as alterações sejam graduais e
bem seqüenciadas. Quando o novo macroprocesso estiver totalmente
mapeado, será necessário que se volte à segunda etapa onde novos
problemas inerentes ao novo macroprocesso serão listados e então, todas as
etapas devem ser realizadas novamente.
O segundo plano da metodologia trata dos microprocessos ou processos
de negócios. Diferentemente da visão de macroprocesso, aqui não há a
eliminação nem a substituição de um processo por outro. No máximo,
atividades dentro do processo de negócio podem ser eliminadas ou
substituídas. A metodologia de aplicação da Engenharia de processos de
negócios e do sistema Toyota de produção podem ser visualizados pela Figura
04.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
O objetivo dessa Etapa é melhorar a eficiência dos microprocessos já
existentes. Inicialmente devem-se identificar entre os processos existentes
quais são aqueles que mais carecem de uma intervenção, levando em conta a
importância de cada deles. Uma análise GUT pode ser indicada nessa etapa.
Feita essa análise, deve-se escolher um processo de negócio para estudo e
intervenção.
Escolhido o processo, o próximo passo foi mapear cada atividade que
faz parte do processo incluindo as esperas, os processamentos feitos por
computadores e as inspeções. Em seguida, para cada atividade ou estágio do
objeto de trabalho dentro do processo, deve-se identificar em que estado ele
está, tendo como base o mecanismo função produção (processamento, espera,
inspeção, transporte).
Figura 03 - Metodologia de aplicação da EPN nos microprocessos Fonte: Autores (2012).
4 ANÁLISE DA REALIDADE INVESTIGADA: ESTUDO DE CASO EMPRESA DO SETOR MOVELEIRO LOCALIZADA NA CIDADE DE NATAL-RN.
O estudo de caso foi aplicado em uma empresa do setor moveleiro
localizada na cidade de Natal-RN; a empresa iniciou suas atividades no ano de
1990, com a produção de estofados, principalmente sofás, com o objetivo de
vender para outros lojistas da cidade de Natal e do interior do estado.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
consumidor. Esse foi o primeiro contato com o varejo e, para complementar a
linha de produtos fabricação própria, a empresa passou a comprar móveis de
outros fabricantes e revender em sua loja. Essa loja tinha e tem até hoje, como
público alvo as classes B e A.
No ano de 2001, foi aberta a segunda loja com um nome diferente, aqui
ue quase cem por
cento da linha de produtos fossem fabricados por fornecedores externos, na
sua maioria, vindo do sul do país.
Vendo que o setor de produção estava sendo pouco explorado, foi
aberta, em 2003, a terceira loja da empresa, com outro nome diferente, aqui
A partir da abertura dessa terceira loja, as vendas de produtos
fabricados pela própria empresa foram aumentando, proporcionalmente aos
produtos fabricados por terceiros. Além das boas vendas dos produtos
fabricação própria, foi observado que a rentabilidade proveniente da venda
desses produtos era maior do que a rentabilidade da venda de produtos
fabricados por terceiros.
A partir dessa constatação, decidiu-se, no ano de 2010, a abertura e
operacionalização de uma segunda loja voltada para a venda de produtos
loja
5 RESULTADOS 5.1 APLICAÇÃO DA EPN
Antes de ser realizada qualquer modelagem de processos ou qualquer
aplicação da engenharia de processos de negócios, é de fundamental
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
importância que se discuta antecipadamente quais são os objetivos do trabalho
a ser realizado e quais são os resultados esperados.
A metodologia proposta por esse trabalho e o estudo de caso que foi
feito teve como principal objetivo a definição de uma estrutura organizacional,
que possibilitasse a estruturação da empresa, resolvendo os principais
problemas encontrados atualmente e derrubando os entraves que impedem o
crescimento da organização.
Portanto, os resultados esperados da aplicação da engenharia de
processos de negócios na empresa é uma reestruturação organizacional,
aumento dos lucros, e crescimento orgânico da organização
5.1.1 Mapeamento do macroprocesso atual da organização
Como resultado das entrevistas e reuniões feitas, foi mapeado o macro
processo da empresa, conforme a Figura 04.
Cliente compra mercadoria Mercadoria em
estoque?
Sim
Fabricação própria?
Não
É feita ordem de produção p/ Loja
SimProdução
Não
Fabricação própria?
É escolhido um novo produto a ser pedido p/ repor o
deposito
Ordem de compra a um fornecedor
externo
Não
Ordem de produção de mercadoria
vendida
Sim Produção
Vendido?
Sim
Não
Ordem de Compra de M.P.
Chegada de M.P.
Ordem de Compra de M.P.
Chegada de M.P.
Chegada de P.A, no deposito
Produto volta p/ loja
Produto é entregue ao
cliente
Produto é entregue ao
cliente
Agosto , 2010
Figura 4 Mapeamento do macroprocesso atual: Empresa do setor moveleiro localizada na cidade de Natal-RN. Fonte: Autores (2012).
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
O foco desse mapeamento foi os processos necessários para a entrega
de valor ao cliente em uma esfera operacional. Portanto, não foram abordados
aqueles processos gerenciais como contas a pagar e recrutamento de mão-de-
obra. Alguns processos de Marketing como decisões de publicidade,
desenvolvimento de novos produtos e treinamento de pessoal foram deixados
de lado por motivo de simplificação do modelo.
5.1.2 Listagem dos problemas no macroprocesso
Com o macroprocesso da organização mapeado, parte-se para uma
segunda etapa que é a análise desse macroprocesso. Para tanto, foi pedido
que o diretor, os gerentes e, principalmente, o pessoal mais operacional como
as vendedoras listassem os principais problemas que são recorrentes na
empresa e geram problemas internos, custos adicionais, além de demandarem
grande esforço gerencial. A partir dessa discussão, chegou-se à seguinte lista:
não disponibilidade de produtos para pronta entrega, quando aqueles produtos
que são bastante vendáveis estão em falta; alto estoque de produtos acabados
(fabricados por terceiros); perca de tempo do pessoal de loja com burocracia,
tirando o foco da venda; dificuldade de comunicação entre loja, administração,
deposito e fábrica; lojas constantemente desarrumadas; demora nas
transferências de produtos do deposito ou fábrica para a loja; falta de ASGs
para movimentação dos móveis dentro da loja (são preciso pelo menos dois);
ambientes das lojas improvisados; vendedoras precisam conhecer
informações técnicas de grande quantidade de produtos; e, quando um produto
da loja (fabricação própria) é vendido, há uma demora na fabricação de outro
para repor.
Além dos problemas acima, a equipe de trabalho se colocou no lugar
dos clientes e tentou identificar alguns fatores negativos que são identificados
por eles e, que conseqüentemente, dificultam e diminuem a quantidade de
vendas. Os principais itens identificados foram: Loja não valoriza os seus
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
produtos; Vendedores pouco preparados; Produtos inadequados; Loja
desconfortável; Poucas ofertas promocionais.
5.1.3 Construção da árvore da realidade atual
A partir da lista de problemas e dificuldades do macroprocesso, foi
construída a árvore da realidade atual. De acordo com a teoria das restrições, a
grande quantidade de problemas listados na segunda etapa são apenas
essa ferramenta que, a partir dos efeitos indesejados, se encontram os
problemas raízes.
A proposta da ARA é a de diagnosticar uma organização, extraindo
desta análise as verdadeiras causas (problemas-raízes) responsáveis pela
maioria dos sintomas observados (efeitos indesejáveis ou EIs). Tais problemas-
raízes estão geralmente relacionados a procedimentos administrativos
errôneos das empresas, mas que se perpetuam por motivos de inércia,
ausência de um questionamento mais profundo dos procedimentos atuais e,
principalmente, de conflitos provenientes de políticas internas contraditórias
que impedem a organização de eliminar seus reais problemas-raízes. Estes
problemas-raízes são as restrições da empresa, aqueles elementos que
limitam a organização de atingir um melhor desempenho em relação a sua
meta.
Para a construção da árvore da realidade atual, foi utilizado um guia
constituído de 10 passos a seguir listados (CALIA, 1995): Passo 1 - Faça uma
lista de 5 a 10 Efeitos Indesejáveis (EIs); Passo 2 - Se você percebe uma
conexão visível entre dois ou mais EIs, conecte este grupo, enquanto faz o
escrutínio de cada entidade e flecha existente no mesmo; Passo 3 - Conecte
todos os outros EIs ao resultado do Passo 2 fazendo o escrutínio de cada
entidade e flecha ao longo do processo. Pare quando todos os EIs estiverem
ligados; Passo 4 - Leia a árvore (seguindo a direção das flechas) fazendo novo
escrutínio das entidades e flechas ao longo do caminho. Faça as correções
necessárias; Passo 5 - Pergunte a si mesmo se a árvore como um todo reflete
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
a sua intuição sobre a área afetada. Se não for o caso, verifique as Ressalvas
de Suficiência de Causa; Passo 6 - Não hesite em expandir a árvore para
conectar outros EIs que existam mas não foram incluídos na lista original de
EIs. Não dê este passo antes de todos os EIs originais estarem interligados;
Passo 7 - Reveja os EIs. Identifique na árvore aquelas entidades que são
intrinsecamente negativas, mesmo que a entidade não esteja na lista original
dos EIs, ou que requeira que a árvore seja expandida, em uma ou duas
entidades; Passo 8 - Elimine da árvore as entidades que não foram
necessárias para conectar os EIs; Passo 9 - Apresente à árvore a outra pessoa
que irá ajudá-lo a fazer aflorar e colocar em dúvida os pressupostos das várias
relações de causalidade; e, Passo 10 Examine todas as entradas (causas-
raiz) da árvore (entidades que só possuem flechas saindo) e decida quais você
sente disposição para atacar. Dentre elas, escolha aquela que mais contribui
para a existência dos EIs - é o Problema-Raiz. Caso nenhuma seja a causa
comum à maioria dos EIs revisados, aprofunde a análise acrescentando
-Raiz, e volte ao Passo
4.
Como resultado, temos a seguinte árvore da realidade atual,
conforme figura 06:
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
Empresa não fixa linha de produtos a serem trabalhados
Loja pode vender produtos do Show
roomAdministração
descentralizada
Empresa não fixa ambientes da loja
4- Dificuldade de comunicação
3- Perca de tempo c/
burocracia
Quantidade de produtos
trabalhado é enorme
Não há foco em um
número restrito de
produtos
15- Poucas ofertas promocionais
Grande estoque de
produtos não
vendáveis9- Vendedores
precisam conhecer muitos produtos
1- Falta de produtos vendáveis p/ pronta
entrega
13- Produtos inadequados
2- Alto estoque de P. A.
12- Vendedores pouco
preparados
8- Ambientes improvisados
11- Loja não valoriza seus
produtos
5- Loja constantemente
desarrumada
14- Lojas desconfortáveis
10- Demora na reposição de
produtos (fabricação própria)
Ambientes nas lojas
constantemente mudando
7- Falta de ASGs
6- Demora nas transferências
Árvore da realidade atual
Figura 06 Árvore da realidade atual da Empresa do setor moveleiro localizada na cidade de Natal-RN. Fonte: Autores (2012).
5.1.4 Identificação dos problemas raízes
A partir do mapeamento de processos foi possível identificar os efeitos
indesejados que se propagavam ao longo da cadeia e a forma como os
mesmos se desdobravam na percepção dos clientes finais. Identificaram-se ao
final da construção da Árvore três causas-raízes geradoras de todos os outros
efeitos indesejados.
O primeiro deles e, principal problema, por estar atrelado à maior
quantidade de efeitos indesejados é o fato de a empresa não fixar a linha de
produtos fixos que vai trabalhar. Na maneira de trabalho atual, a empresa tem
um número superior a 15 fornecedores, cada um, com mais de cinqüenta
produtos em linha, e, anualmente, existe uma quantidade enorme de novos
lançamentos, tornando quase que incontável o número de produtos que as
vendedoras podem trabalhar.
Esse tipo de modelo de negócios tem algumas vantagens como o
grande número de opções dadas aos clientes e o fato de as lojas estarem
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
sempre se renovando, oferecendo sempre novidades para que os clientes
voltem. Entretanto, ao se colocar na balança, essas vantagens não superam as
desvantagens causadas pelos efeitos indesejados causados por elas, visto
que, é possível oferecer bastante opção ao consumidor com um número bem
mais reduzido de mercadorias e poucos são os clientes que retornam à loja
regularmente.
O segundo problema raiz, que só pode ser resolvido simultaneamente
ao primeiro é o de as lojas poderem vender os produtos que estão em
showroom. Essa medida é tomada pelo fato de muitos clientes se identificarem
bastante com o produto que ele está vendo (ou seja, o produto de showroom) e
tenha a necessidade imediata de recebimento da mercadoria, enquanto que, a
empresa não possui no deposito o mesmo produto para pronta entrega.
Tendo visto a necessidade de as lojas trabalharem com showroom fixo
pela árvore da realidade inicial, será necessário que um estoque de produtos
acabados, pelo menos daqueles mais vendáveis que representam maior parte
do faturamento, seja mantido. Para que, não haja necessidade de um estoque
enorme, será mantido apenas um único estoque central para todas as lojas.
O terceiro problema raiz, e de menor importância por se causa de
apenas dois dos efeitos indesejados é o fato de a administração da loja estar
descentralizada, ou seja, vários procedimentos administrativos são feitos pela
própria loja. Para a resolução dos efeitos indesejados encontrados, é
necessário que todos os procedimentos como pós venda, assistência técnica,
agendamento de entrega, consignação e cobranças financeiras sejam feitas
por uma única equipe centralizada que seria responsável por esses
procedimentos de todas as lojas.
Para que essa medida seja tomada é imprescindível que o segundo
problema raiz seja resolvido, pois com um showroom de produtos fixos, não
haverá mais a necessidade de uma gerente dentro da loja gerenciando esse
showroom.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
5.2 REDESENHO DO NOVO MACROPROCESSO
Com a necessidade de mudança em três fatores chaves é
necessário que se crie um novo macroprocesso para a organização,
introduzindo, dessa vez, as soluções para os problemas raízes. Portanto, foi
mapeado com em equipe como seria o macroprocesso ideal, que levaria à
organização a trabalhar de uma maneira mais estruturada e sem todos aqueles
problemas que foram listados pelos colaboradores e proporcionando também
uma ótima solução para aquelas dificuldades citada pelos clientes.
Depois dessa etapa, resultou-se no macroprocesso, conforme
demonstrado na Figura 07.
Cliente compra mercadoria Mercadoria em
estoque?Sim
Não
O.C ou O.P da mercadoria
vendida
Produto produzido ou comprado
Ordem de Compra de M.P.
Chegada de M.P.
Produto é entregue ao
cliente
2011
Feita O.C ou O.P para reposição do estoque de P.A.
Produto produzido ou comprado
Estoque central reposto
Produto é entregue ao
cliente
Figura 07 Novo macro processo da Empresa do setor moveleiro localizada na cidade de Natal-RN. Fonte: Autores (2012).
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
5.3 TRANSIÇÃO PARA O NOVO MACROPROCESSO
Por meio de um olhar superficial no macroprocesso atual e no novo
macroprocesso que foi mapeado, nota-se uma grande simplificação e até a
eliminação de alguns processos organizacionais. Isso se deve ao fato de que,
ao invés de a empresa trabalhar com dois modelos de negócios, sendo uma
para os produtos fabricação própria e outro para os produtos fabricados por
terceiros, ela terá apenas um dos modelos que é uma adaptação do modelo de
fabricação própria.
O que acontecerá é que existirá na prática ap
na pratica mais tanta distinção entre os produtos fabricados pela própria
empresa e aqueles fabricados por terceiros. Será definido um número restrito
de produtos, independente de quem fabrique que serão os únicos produtos a
serem trabalhados, por um determinado período de tempo. No deposito central,
será controlado o estoque dos produtos acabados da mesma maneira que é
controlado o estoque de matéria-prima, ou seja, através de estoques de
segurança, pontos de pedido, tempo de reposição, curvas ABC etc.
Estando definido os produtos a serem trabalhados em um determinado
icionado nem retirado qualquer produto nesta lista até o
fim do período estabelecido. Durante esse período serão avaliados os produtos
que têm melhor aceitação e que permanecerão para a coleção seguinte e
serão desenvolvidos novos produtos (ou escolhido novos produtos de terceiros)
para substituir os produtos que não obtiveram sucesso.
Assim, haverá um ciclo virtuoso onde os melhores e mais vendáveis
produtos permanecerão em linha, enquanto que aqueles que não estão
gerando bons resultados serão substituídos. Esse novo ciclo substituirá o ciclo
negativo que existe atualmente onde os produtos mais vendáveis rapidamente
são vendido, enquanto que os não vendáveis vão se acumulando no estoque.
Definida a linha de produtos a serem trabalhados, as lojas servirão
apenas como showroom desses produtos para que os clientes possam
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
visualizá-los, tendo como único foco a venda desses produtos. Todas as outras
atividades acontecerão na fábrica/deposito. Nesse novo conceito as lojas
adquirirão um formato muito mais simples e, portanto, será muito menor (ou
inexistente) a necessidade de pessoas qualificadas para a gestão dessas lojas.
Com isso, a abertura de novas lojas na mesma região ou até em regiões
geográficas mais distantes serão muito mais factíveis, o controle dessas será
muito mais eficiente e, portanto, um crescimento estruturado da organização
será possível.
Quando a linha de produtos estiver fixa e as lojas estiverem funcionando
em formato de showroom, será o momento de centralizar a maior quantidade
possível de atividades burocráticas em uma administração central. Nesse ponto
os gerentes das lojas poderão ser realocados para a administração central e o
novo macro processo estará totalmente implementado.
Seguindo a lógica de melhorias contínuas, com o novo macroprocesso
funcionando, será necessário voltar à segunda etapa onde os problemas
inerentes ao macroprocesso são listados e todas as etapas devem ser
realizadas novamente.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o objetivo geral do presente artigo que foi verificar se é
possível a utilização da engenharia de processos de negócios como
instrumento teórico para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, a
partir da proposta de uma metodologia para aplicação desse instrumento
teórico especialmente nesse tipo de organização, apresenta-se na seqüência
os aspectos mais marcantes do presente estudo.
O presente estudo recorreu principalmente às ferramentas como a
árvore da realidade atual, que faz parte do conjunto de métodos da teoria das
restrições, para mostrar como a engenharia de processos de negócios pode
ser aplicada na estruturação de micro e pequenas empresas.
No macroprocesso atual da organização, algumas dificuldades
encontradas pela empresa são tão recorrentes que a organização acaba por
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
considerá-los como inevitáveis. Em maior ou menor grau, essa é a realidade da
grande maioria das micro e pequenas empresas.
Salienta-se que no estágio em que a maioria delas se encontram, essas
aprende a viver com eles, entretanto, caso exista planos de crescimento, essas
dificuldades aumentarão proporcionalmente ao crescimento da empresa
chegando ao ponto de inviabilizar a continuação desse crescimento. Assim, os
problemas identificados são a restrição do sistema.
Neste sentido, a pergunta de pesquisa do presente estudo, é
respondida, quando se leva em conta que a engenharia de processos de
negócios, se mostrou uma ferramenta teórica e empírica bastante útil para que
a MPE tenha, primeiramente, consciência do seu estado atual e encontro a
melhor maneira de realizar as suas atividades, sem o acumulo de problemas e
prejuízos e, a partir disso, possa crescer de uma maneira orgânica e saudável.
Em relação aos resultados alcançados, destaca-se que através de um
olhar bem superficial no macroprocesso atual e no novo macroprocesso que foi
mapeado na presente pesquisa, nota-se uma grande simplificação e até a
eliminação de alguns processos organizacionais. Isso se deve ao fato de que,
ao invés de a empresa trabalhar com dois modelos de negócios, sendo uma
para os produtos fabricação própria e outro para os produtos fabricados por
terceiros, ela terá apenas um dos modelos que é uma adaptação do modelo de
fabricação própria.
Assim, estando definido os produtos a serem trabalhados em um
determinado período de tempo (6 meses ou 1 ano), o que caracterizará uma
nesta lista até o fim do período estabelecido. Durante esse período serão
avaliados os produtos que têm melhor aceitação e que permanecerão para a
coleção seguinte e serão desenvolvidos novos produtos (ou escolhido novos
produtos de terceiros) para substituir os produtos que não obtiveram sucesso.
Neste sentido, haverá um ciclo virtuoso onde os melhores e mais
vendáveis produtos permanecerão em linha, enquanto que aqueles que não
estão gerando bons resultados serão substituídos. Esse novo ciclo substituirá o
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
ciclo negativo que existe atualmente onde os produtos mais vendáveis
rapidamente são vendido, enquanto que os não vendáveis vão se acumulando
no estoque.
Estando definida a linha de produtos a serem trabalhados, as lojas
servirão apenas como showroom desses produtos para que os clientes possam
visualizá-los, tendo como único foco a venda desses produtos. Todas as outras
atividades acontecerão na fábrica/deposito. Nesse novo conceito as lojas
adquirirão um formato muito mais simples e, portanto, será muito menor (ou
inexistente) a necessidade de pessoas qualificadas para a gestão dessas lojas.
Com isso, a abertura de novas lojas na mesma região ou até em regiões
geográficas mais distantes serão muito mais factíveis, o controle dessas será
muito mais eficiente e, portanto, um crescimento estruturado da organização
será possível.
Quando a linha de produtos estiver fixa e as lojas estiverem funcionando
em formato de showroom, será o momento de centralizar a maior quantidade
possível de atividades burocráticas em uma administração central. Nesse ponto
os gerentes das lojas poderão ser realocados para a administração central e o
novo macro processo estará totalmente implementado.
Assim, a metodologia de aplicação de engenharia de processos de
negócios nas micro e pequenas empresas proposta por esse estudo têm a sua
estrutura baseada na diferenciação entre macroprocesso e microprocesso.
Por fim, entende-se que é imprescindível que, as micros e pequenas
empresas procurem eliminar as restrições inerentes ao seu modo de trabalhar
atual, ou seja, seu macroprocesso atual e modele uma nova maneira de
trabalha, mais enxuta, e que possibilite o seu crescimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AALST, W. Business Process Management: models, techniques and empirical studies. Berlin, Ed. Springer, 2000. ANTUNES JÚNIOR, J. A. Sistemas de Produção: conceitos e práticas para projeto e gestão da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
CALIA C. G. Construção de Oferta Irrecusável com os Processos de Raciocínio da TOC. São Paulo. /Notas de curso ministrado pelo Avraham Y. Goldratt Institute do Brasil. 1995. CAULLIRAUX, H.; CAMEIRA, R. A Consolidação da Visão por Processos na Engenharia de Produção e Possíveis Desdobramentos. XX ENEGEP, Niterói: ABEPRO, 2000. COSTA, Eugênio P.; POLITANO, Paulo R. Modelagem e maceramento: técnicas imprescindíveis na gestão de processos de negócios. Revista Innovare. 8 Ed, Jul-Dez, 2009. Disponível em: <http://www.cescage.edu.br/site/pagina/arquivos/revista/innovare/artigos/4b21MODELAGEM_E_MAPEAMENTO_TECNICAS_IMPRESCINDIVEIS_NA_GESTAO_DE_PROCESSOS_DE_NEGOCIOS.pdf>. Acesso em: 28. ago. 2012. DAVENPORT, T. H., Reengenharia de Processos. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1994. ______. Mission Critical: Realizing the Promise of Enterprise Systems, Boston: Harvard Business School Press, 2000. DETTMER, H. Theory of Constraints: A System Approach to Continuous Improvement, ASQ Quality Press, Milwaukee, Wisconsin, USA, 1997. GHINATO, P. Elementos fundamentais do Sistema Toyota de Produção. Produção e Competitividade: Aplicações e Inovações. Recife: Almeida & Souza, Editora Universitária da UFPE, 2000. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1996. GOLDRATT, E. M. A Meta. 36 ed. Educator, Rio de Janeiro, 1993. ______. Mais que sorte: um processo de raciocínio. Educator, Rio de Janeiro, 1994. GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processo. Revista de Administração de Empresas - RAE, jan./mar. 2000.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
GUERREIRO, R. A meta da empresa: Seu alcance sem mistérios. São Paulo: Atlas, 1999. GROVER, V.; KETTINGER, W. R. Process Think: Winning perspectives for business change in the information Age, Idea Group Inc. 2000. ISBN: 1-878-28968-3. HONÓRIO, L. C. Grau de internacionalização de empresas brasileiras de manufaturados e a influência de fatores organizacionais e estratégicos. evista de Administração Mackenzie - RAM, v. 10, N. 5 São Paulo, set./out. 2009. p. 154- -6971. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. ver. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991. LANZARINI, J. J. S., QUEIROZ, F. C. B. P, QUEIROZ, J. V., VELOSO, N., HÉKIS, H. R. O processo de desconcentração e pulverização dos investimentos e a popularização do mercado de ações brasileiro pós 2001. Revista Catarinense da Ciência Contábil CRC-SC, Florianópolis, v. 9, n. 26, p. 45-61, abr./jul. 2011. LIMAS, Cesar Edudardo Abud; SCANDELARI, Luciano. Proposta de inovação incrementais nos ERP's para as pequenas empresas brasileiras. Revista Innovare. 5. Ed. Jul-Dez, 2008. Disponível em: <http://www.cescage.edu.br/site/pagina/arquivos/revista/innovare/artigos/2c6aProposta%20de%20inovacao%20incrementais%20no%20ERPs%20para%20empresas%20brasileiras.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2012. LOPES, Marco Aurelio Brum; BEZERRA, Marlene Jesus Soares. Gestão de processos: fatores que influenciam o sucesso na implantação. Revista Innovare, 8 ed. Jul-Dez, 2009. Disponível em: <http://www.cescage.edu.br/site/pagina/arquivos/revista/innovare/artigos/d2a2GESTAO_DE_PROCESSOS_FATORES_QUE_INFLUENCIAM_O_SUCESSO_NA_IMPLANTACAO_.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2012. MACIEL, C. O. Lócus de controle, comportamento empreendedor e desempenho de pequenas empresas. Revista de Administração Mackenzie - RAM, v. 11, N. 2 São Paulo, mar./abr. 2010. p. 168-188. ISSN 1678-6971. MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. 2 ª Ed. Revista e ampliada. São Paulo, Thomson Learning: 2008.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
MALANOVICZ, Aline Vieira; RECH, Ionara; BOBSIN, Debora; MULLER, Cláudio José; BRODBECK, Ângela Freitag. Iniciativa de implantação de gestão de processos: estudo de caso em instituição do setor financeiro. Revista Innovare. 9 Ed. Jan-Jul, 2010. Disponível em: <http://www.cescage.edu.br/site/pagina/arquivos/revista/innovare/artigos/c8d1INICIATIVA_DE_IMPLANTACAO_DE_GESTAO_DE_PROCESSOS_.pdf>. Acesso em: 28. ago. 2012. NAGEL, C., ROSEMANN, M. Process Engineering. Cadeira de pós graduacao à distancia, Austrália, Queensland, 1999. NOREEN, E.; SMITH, D.; MACKEY, J. T. A teoria das restrições e suas implicações na contabilidade gerencial. São Paulo: Educador, 1996. OHNO, T. Sistema Toyota de produção: Além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997. PAIM, R. Engenharia de Processos: análise do referencial teórico-conceitual, instrumentos, aplicações e casos. Tese de Mestrado em Engenharia de Produção - COPPE-UFRJ. Rio de Janeiro, 2002. ______. Gestão por processos: Pensar, agir e aprender. ed. Bookman, Porto alegre, 2009. ROTHER, M.; SHOOK, J. Aprendendo a enxergar: Mapeando o fluxo de valor para agregar valor e eliminar o desperdício. 1998. SANTOS, D. G. Just in Time e Construção Enxuta. Notas de Aula. Universidade Federal de Sergipe. Departamento de Engenharia Civil. São Cristóvão. Disponível on line em http://www.dec.ufs.br. Capturado em novembro de 2008b. SANTOS, R. P. C., Engenharia de Processos: Conceitos e prática. Trabalho de Fim de Curso (Graduação em Engenharia de Produção). Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. ______. Engenharia de Processos: Análise do referencial teórico-conceitual, instrumentos, aplicações e casos. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais - CESCAGE http:// www.cescage.edu.br/publicacoes/innovare
ISSN: 2175-8247 / 14ª Edição Vol. I / JUL DEZ / 2012
______. As Tarefas para Gestão de Processos. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. SHINGO, S. Sistema Toyota de Produção: Do ponto-de-vista da Engenharia de Produção. 2. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 1996. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo, Atlas, 2002. TORRES JÚNIOR, A. S. Metadecisão no modelo de gestão toyotista. Revista de Administração Mackenzie RAM. V. 11, N. 6, Edição Especial São Paulo, nov./dez. 2010 p. 6-30 ISSN 1678-6971. WOMACK, J. P.; JONES, D. T. e ROOS, T. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Campus, 1992. WOMACK, J. P.; JONES, D. T. A mentalidade enxuta nas empresas: Elimine o desperdício e crie riquezas. Rio de Janeiro: Campus, 1998. TUMELERO, C.; SANTOS, S. A.; MARINS, C.; CARNAÚBA, A. C. Estudo do conhecimento em empresas de base tecnológica incubadas: proposição de um modelo conceitual integrativo. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, v. 11, n. 1, p. 1-15 jan./jul/ 2011.