12 a 15 Out 2012

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NÚMERO 71 DATA 12 a 15/10/2012 ANO I

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NÚMERO71

DATA12 a 15/10/2012

ANOI

o tempo - mg - p. 20 - 12/10/2012

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super notícia - bh - mg - p. 08 - 12/10/2012

super - notícia - bh - mg - p. 08 - 13/10/2012

o tempo - mg - 1ª p. e p. 26 e 27 - 14/10/2012

cont... o tempo - mg - p. 26 e 27 - 14/10/2012

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hoje em dia - mg - p. 02 - 13/10/2012

hoje em dia - mg - p. 24 - 14/10/2012

ANDRÉA JUSTE Natal. O preconceito está entre as principais dificuldades enfrenta-

das pelas pessoas portadoras de transtorno bipolar. Conhecida como psi-cofobia, essa discriminação é o que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) quer combater com a campanha “A Sociedade Contra o Preconcei-to”, lançada no 30º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que termina hoje em Natal, no Rio Grande do Norte. A iniciativa busca informar sobre a doença, que afeta 2,2% da população - cerca de 4 milhões de brasileiros.

Para os médicos, o grande desafio é identificar o transtorno, carac-terizado por crises de euforia (mania) e depressão (veja quadro ao lado). “A maioria dos casos leva cerca de dez anos para se fazer o diagnostico correto, o que torna um problema de saúde grave. Pacientes demonstram apenas uma face, como a depressão e, depois de tempos, apresentam a euforia, o período de mania”, diz o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva.Segundo ele, o transtorno, que tem alto grau de herdabilidade - ou seja, é genético -, costuma apresentar os primeiros sinais entre 15 e 19 anos de idade. “É um período de superprodução na vida, estresse, conflito social, possibilidade de envolvimento com álcool e drogas, que são fato-res que podem desencadeá-lo”, explica.

Para identificar alguns sintomas, o psiquiatra Fábio Gomes de Matos e Souza, professor associado da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que o bipolar é exagerado com o que se envolve. “O bipolar é ‘demais’. Ele ama demais, gasta demais, come demais, bebe demais. É um conjunto de ‘demais’ ao longo do tempo”, fala.

Segundo a psiquiatra Ângela Scippa, presidente da Associação Bra-sileira de Transtono Bipolar, o tratamento é feito com medicamentos, como estabilizadores de humor e antipsicóticos, associados a exercícios físicos, psicoterapia, psicoeducação (orientação ao paciente, aos familia-res e a pessoas do convívio dele), entre outras abordagens. “Se a doença não for controlada, ela leva a perdas neuronais. O paciente (bipolar) tem a necessidade de medicamento, como o diabético com a insulina”, alerta

Ângela.A médica destaca, porém, que efeitos colaterais como as disfunções

sexuais e o aumento do peso, levam alguns pacientes a abandonarem o tratamento.Assim, os especialistas acreditam que a informação sobre o transtorno é a maior ferramenta para a qualidade de vida do paciente. “A psicoeducação é o que mais precisamos. O preconceito está exatamente aí, pois as pessoas não sabem do que (o transtorno bipolar) se trata”, diz Silva. “O ‘louco’ de todo gênero é associado à violência”, destaca o secre-tário geral da ABP, Luiz Carlos Illafont Coronel.

Mas, quando o transtorno é tratado corretamente, o paciente pode levar um estilo de vida sem crises. Esse é o exemplo de pessoas famosas, como a atriz brasileira Cássia Kis Magro, a atriz galesa Catherine Zeta-Jones e o ator belga Jean-Claude Van Damme, que assumiram publica-mente a questão.“Tratamos de doenças crônicas, que têm o componente genético. Como não temos ainda a terapia genética, a luz no fim do túnel é o paciente ficar bem”, diz Souza.

a repórter viajou a convite da abpRede pública não dá apoio, diz médicoNatal. As pessoas com transtorno bipolar que dependem da rede

pública do país estão desamparadas, afirma o psiquiatra Juberty Souza, professor da Faculdade de Medicina do Mato Grosso do Sul. “O Minis-tério da Saúde não considera que as doenças mentais como doenças, mas formas diferentes de ser”, afirma.“Temos cerca de 60 mil doentes mentais nas cadeias. Elas se tornaram os novos manicômios, e as ruas, os peque-nos manicômios”, diz o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva, ressaltando que os postos de saúde não têm equipe para as doenças mentais.

O ministério não comentou o assunto, mas, por meio de sua asses-soria de imprensa, adiantou que os pacientes com distúrbios psíquicos podem receber atendimento em qualquer unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). (AJ)

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Campanha busca combater o preconceito contra bipolaresDiagnóstico da doença é o desafio dos médicos e pode demorar dez anos

o tempo – mg - on Line – 13.10.2012

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