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Número: 339/2005
i
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS
MINERAIS
ADRIANA ANGELICA ROSA VAHTERIC ISENBURG
Qualidade das Águas na Bacia do Ribeirão Pinheiros
Uma Proposta de Recuperação
Dissertação apresentada ao Instituto de
Geociências como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Geociências.
Orientadora: Prof. Dra. Sueli Yoshinaga Pereira
CAMPINAS – SÃO PAULO
Julho - 2005
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UNICAMP
Bibliotecário:Helena Joana Flipsen – CRB-8ª / 5283
Is2q
Isenburg, Adriana Angelica Rosa Vahteric Qualidade das águas na Bacia do Ribeirão Pinheiros:
uma proposta de recuperação / Adriana Angélica Rosa Vahteric Isenburg. – Campinas, SP: [s.n.], 2005.
Orientadores: Sueli Yoshinaga Pereira. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de
Campinas,Instituto de Geociências.
1. Bacias hidrográficas. 2. Bacias (Geologia) – Lajeado, Ribeirão, Bacia (SP). 3. Águas minerais. I. Pereira, Sueli Yoshinaga. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências. III. Título.
Tradução do título e subtítulo da tese em inglês:
Palavras-chave em inglês (Keywords): Basins, River, Basins (Geology) – Lajeado, Ribeirão, Basin (SP), Mineral waters.
Área de concentração: Geologia e Recursos Naturais.
Titulação: Mestre em Geociências.
Banca examinadora: Sueli Yoshinaga Pereira, Rachel Negrão Cavalcanti, Pedro Sergio Fadini.
Data da defesa: 31-08-2005.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS
MINERAIS
AUTORA: ADRIANA ANGELICA ROSA VAHTERIC ISENBURG
Qualidade das Águas na Bacia do Ribeirão Pinheiros
Uma Proposta de Recuperação
ORIENTADORA: Prof. Dra. Sueli Yoshinaga Pereira
Aprovada em: 31 / 08 / 2005
EXAMINADORES:
Sueli Yoshinaga Pereira ................................................................................
Rachel Negrão Cavalcanti .............................................................................
Pedro Sergio Fadini .......................................................................................
Campinas, 31 de Agosto de 2005
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 3
2.1. Avaliação da Qualidade das Águas ........................................................................ 3
2.2. Uso e Ocupação das Terras ..................................................................................... 11
3. FUNDAMENTAÇÃO .............................................................................................. 15
4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA .......................................................................... 19
4.1. Contexto Regional .................................................................................................... 19
4.2. Bacia Hidrográfica do Piracicaba – Caracterização geral ................................... 23
4.2.1. Demanda / Disponibilidade de Água ......................................................................... 29
4.2.1.1. Águas superficiais ...................................................................................................... 29
4.2.1.2. Águas subterrâneas .................................................................................................... 31
4.2.2. Fontes de Poluição ..................................................................................................... 33
4.2.3. Sistema Cantareira ..................................................................................................... 35
4.3. Microbacia do ribeirão Pinheiros .......................................................................... 38
5. ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA .............................................................. 41
5.1. Análise da Qualidade da Água – Pontos monitorados pela CETESB ................ 45
5.1.1. Variação do Potencial Hidrogeniônico – pH ............................................................. 47
5.1.2. Variação de Turbidez ................................................................................................. 49
5.1.3. Variação de Ferro ....................................................................................................... 53
5.1.4. Variação de Manganês ............................................................................................... 57
5.1.5. Variação de DBO5,20 .................................................................................................. 61
5.1.6. Variação de Oxigênio Dissolvido – OD ..................................................................... 65
5.1.7. Variação de Coliformes Termotolerantes ................................................................... 69
5.2. Variação do Volume de Água no rio Atibaia ......................................................... 73
5.2.1. Volume de água no Sistema Cantareira ..................................................................... 73
5.2.2. Volume de água no rio Atibaia – dados da CETESB ................................................ 77
5.3. Indicadores de Qualidade das Águas – Pontos Monitorados pela CETESB ...... 81
5.3.1. Índice de Qualidade das Águas – IQA ....................................................................... 81
5.3.2. Índice de Qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento Público – IAP ...... 83
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vi
5.3.3. Índice de Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática – IVA ................... 85
5.3.4. Índice de Estado Trófico – IET ................................................................................. 87
5.4. Análise da Qualidade da Água – Pontos Monitorados pela SANASA ................ 89
5.4.1. Levantamento Pluviométrico na captação de Campinas ........................................... 89
5.4.2. Pontos de Monitoramento no rio Atibaia ................................................................... 97
5.4.2.1. Variação de Cor ......................................................................................................... 97
5.4.2.2. Variação de Turbidez ................................................................................................. 101
5.4.2.3. Variação de pH .......................................................................................................... 105
5.4.2.4. Variação de Ferro ...................................................................................................... 107
5.4.2.5. Variação de Oxigênio Dissolvido – OD .................................................................... 111
5.4.2.6. Variação de DBO5,20 .................................................................................................. 115
5.4.2.7. Variação de Coliformes Termotolerantes .................................................................. 117
5.4.3. Pontos de Monitoramento no ribeirão Pinheiros ....................................................... 121
5.4.3.1. Variação de Cor ......................................................................................................... 122
5.4.3.2. Variação de Turbidez.................................................................................................. 129
5.4.3.3. Variação de pH ........................................................................................................... 135
5.4.3.4. Variação de Ferro ....................................................................................................... 139
5.4.3.5. Variação de Oxigênio Dissolvido – OD ..................................................................... 145
5.4.3.6. Variação de Coliformes Termotolerantes................................................................... 149
6. USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS ..................................................................... 153
6.1. Caracterização da área ........................................................................................... 153
6.1.1. Setor 1 ........................................................................................................................ 153
6.1.2. Setor 2 ........................................................................................................................ 157
6.1.3. Setor 3 ........................................................................................................................ 157
6.1.4. Setor 4 ........................................................................................................................ 157
6.1.5. Setor 5 ........................................................................................................................ 158
6.1.6. Setor 6 ........................................................................................................................ 158
6.2. USO E COBERTURA DAS TERRAS ................................................................... 159
6.2.1. Uso e Cobertura das Terras no Setor 1 ....................................................................... 160
6.2.2. Uso e Cobertura das Terras no Setor 2 ....................................................................... 163
6.2.3. Uso e Cobertura das Terras no Setor 3 ....................................................................... 167
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vii
6.2.4. Uso e Cobertura das Terras no Setor 4 ...................................................................... 171
6.2.5. Uso e Cobertura das Terras no Setor 5 ...................................................................... 175
6.2.6. Uso e Cobertura das Terras no Setor 6 ...................................................................... 179
6.3. Análise das Áreas de Preservação Permanente .................................................... 184
7. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ............................................................................ 189
7.1. Avaliação da influência do uso e ocupação das terras na qualidade da água .... 189
7.2. Reflexão Crítica ....................................................................................................... 205
7.3. Conclusões ................................................................................................................ 212
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 215
APÊNDICE
ANEXO I – VARIÁVEIS E INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS.
ANEXO II – SÉRIES HISTÓRICAS DAS VARIÁVEIS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
DOS PONTOS MONITORADOS PELA CETESB.
ANEXO III - SÉRIES HISTÓRICAS DAS VARIÁVEIS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
DOS PONTOS MONITORADOS PELA SANASA.
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ix
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1.1. Metodologias analíticas utilizadas pela SANASA para avaliação da
qualidade da água ................................................................................... 4
Quadro 2.1.2 Parâmetros analisados pela SANASA nos pontos de monitoramento
para o período de 2001 a 2004 ............................................................... 6
Quadro 2.1.3. Metodologias analíticas utilizadas pela CETESB para avaliação da
qualidade da água ................................................................................... 9
Quadro 4.1.1. Divisão Hidrográfica Nacional ............................................................... 19
Quadro 4.2.1. Municípios situados na bacia do rio Piracicaba ..................................... 26
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xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.2.1. Áreas de drenagem da bacia do rio Piracicaba ....................................... 26
Tabela 4.2.1.1.1. Vazões das sub-bacias do rio Piracicaba ................................................ 30
Tabela 4.2.1.1.2. Demandas das sub-bacias do rio Piracicaba de acordo com o uso ......... 30
Tabela 4.2.1.1.3. Disponibilidade hídrica e Demandas verificadas nas sub-bacias do rio
Piracicaba ............................................................................................... 30
Tabela 4.2.1.2.1. Demandas das sub-bacias do rio Piracicaba ........................................... 33
Tabela 4.2.2.1. Vazão lançada nas sub-bacias do rio Piracicaba .................................... 34
Tabela 4.2.2.2. Carga orgânica lançada nas sub-bacias do rio Piracicaba ...................... 34
Tabela 4.2.3.1. Demanda a serem disponibilizadas pelo Sistema Cantareira ................. 37
Tabela 5.4.1.1. Índices Pluviométricos registrados no ano de 2001 (mm) ..................... 90
Tabela 5.4.1.2. Índices Pluviométricos registrados no ano de 2002 (mm) ..................... 91
Tabela 5.4.1.3. Índices Pluviométricos registrados no ano de 2003 (mm) ..................... 92
Tabela 5.4.1.4. Índices Pluviométricos registrados no ano de 2004 (mm) ..................... 93
Tabela 5.4.2.1.1. Análise do parâmetro Cor nos pontos monitorados pela SANASA, no
rio Atibaia ............................................................................................... 99
Tabela 5.4.2.2.1. Análise do parâmetro Turbidez pontos monitorados pela SANASA, no
rio Atibaia ............................................................................................... 103
Tabela 5.4.2.3.1. Análise do parâmetro pH nos pontos monitorados pela SANASA, no
rio Atibaia ............................................................................................... 107
Tabela 5.4.2.4.1. Análise do parâmetro Ferro nos pontos monitorados pela SANASA,
no rio Atibaia .......................................................................................... 111
Tabela 5.4.2.5.1. Análise do parâmetro OD nos pontos monitorados pela SANASA, no
rio Atibaia ............................................................................................... 113
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xii
Tabela 5.4.2.6.1. Análise do parâmetro DBO5,20 nos pontos monitorados pela
SANASA, no rio Atibaia ........................................................................ 117
Tabela 5.4.2.7.1. Análise do parâmetro Coliformes Termotolerantes nos pontos
monitorados pela SANASA, no rio Atibaia ........................................... 121
Tabela 5.4.3.1.1. Análise do parâmetro Cor nos pontos monitorados pela SANASA, no
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 127
Tabela 5.4.3.2.1. Análise do parâmetro Turbidez nos pontos monitorados pela
SANASA, no ribeirão Pinheiros ............................................................ 133
Tabela 5.4.3.3.1. Análise do parâmetro pH nos pontos monitorados pela SANASA, no
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 137
Tabela 5.4.3.4.1. Análise do parâmetro Ferro nos pontos monitorados pela SANASA,
no ribeirão Pinheiros .............................................................................. 143
Tabela 5.4.3.5.1. Análise do parâmetro OD nos pontos monitorados pela SANASA, no
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 147
Tabela 5.4.3.6.1. Análise do parâmetro Coliformes Termotolerantes nos pontos
monitorados pela SANASA, no ribeirão Pinheiros ................................ 151
Tabela 6.2.1.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 1 ............................................. 163
Tabela 6.2.2.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 2 ............................................. 167
Tabela 6.2.3.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 3 ............................................. 171
Tabela 6.2.4.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 4 ............................................. 175
Tabela 6.2.5.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 5 ............................................. 179
Tabela 6.2.6.1. Classe de Cobertura das Terras no Setor 6 ............................................. 183
Tabela 6.3.1. Áreas de APP’s na microbacia do ribeirão Pinheiros ............................ 187
Tabela 7.2.1 Valores de IQR para o Aterro Sanitário de Valinhos ............................ 210
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xiii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 4.1.1. Conflito pelo uso das águas na Região Hidrográfica do Paraná ............ 21
Ilustração 4.2.1. Classificação das UGRHI’s do Estado de São Paulo ............................. 23
Ilustração 4.2.2. Bacias Hidrográficas do Piracicaba, Capivari e Jundiaí ........................ 27
Ilustração 4.2.1.2.1. Unidades aqüíferas da bacia hidrográfica do Piracicaba, Capivari e
Jundiaí .................................................................................................... 31
Ilustração 4.2.3.1. Esquema do Sistema Cantareira ............................................................. 35
Ilustração 4.3.1. Localização da microbacia do ribeirão Pinheiros no bacia do PCJ ........ 39
Ilustração 5.1. Localização dos pontos de monitoramento de qualidade da água ......... 43
Ilustração 5.1.1.1. Variação do pH nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 47
Ilustração 5.1.2.1. Variação do Turbidez nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 51
Ilustração 5.1.3.1. Variação do Ferro nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 55
Ilustração 5.1.4.1. Variação do Manganês nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 59
Ilustração 5.1.5.1. Variação do DBO5,20 nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 63
Ilustração 5.1.6.1. Variação do OD nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia .................................................................................................... 67
Ilustração 5.1.7.1. Variação do Coliformes Termotolerantes nos pontos de amostragem
da CETESB no rio Atibaia ..................................................................... 71
Ilustração 5.2.1.1. Volume de armazenamento do Sistema Cantareira ................................ 75
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xiv
Ilustração 5.2.2.1. Variação de Volumes nos pontos de amostragem da CETESB no rio
Atibaia ................................................................................................ 79
Ilustração 5.3.1.1. Variação do IQA no rio Atibaia ......................................................... 81
Ilustração 5.3.2.1. Variação do IAP no rio Atibaia ......................................................... 83
Ilustração 5.3.3.1. Variação do IVA no rio Atibaia ......................................................... 85
Ilustração 5.3.4.1. Variação do IET no rio Atibaia ......................................................... 87
Ilustração 5.4.1.1. Índices Pluviométricos verificados na captação de Campinas .......... 95
Ilustração 5.4.2.1.1. Variação de Cor nos pontos AT 3 e AT 1........................................... 97
Ilustração 5.4.2.1.2. Variação de Cor nos pontos AT 3 e AT 1, desconsiderando os dias
de ocorrência de chuvas ....................................................................... 99
Ilustração 5.4.2.2.1. Variação de Turbidez nos pontos AT 3 e AT 1.................................... 101
Ilustração 5.4.2.2.2. Variação de Turbidez nos pontos AT 3 e AT 1, desconsiderando os
dias de ocorrência de chuvas ................................................................ 103
Ilustração 5.4.2.3.1. Variação de pH nos pontos AT 3 e AT 1............................................... 105
Ilustração 5.4.2.4.1. Variação de Ferro nos pontos AT 3 e AT 1........................................... 107
Ilustração 5.4.2.4.2. Variação de Ferro nos pontos AT 3 e AT 1, desconsiderando os dias
de ocorrência de chuvas ......................................................................... 109
Ilustração 5.4.2.5.1. Variação de OD nos pontos AT 3 e AT 1............................................... 111
Ilustração 5.4.2.5.2. Variação de OD nos pontos AT 3 e AT 1, desconsiderando os dias de
ocorrência de chuvas .............................................................................. 113
Ilustração 5.4.2.6.1. Variação de DBO5,20 nos pontos AT 3 e AT 1........................................ 115
Ilustração 5.4.2.6.2. Variação de DBO5,20 nos pontos AT 3 e AT 1, desconsiderando os
dias de ocorrência de chuvas .................................................................. 115
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xv
Ilustração 5.4.2.7.1. Variação de Coliformes Termotolerantes nos pontos AT 3 e
AT 1......................................................................................................... 119
Ilustração 5.4.2.7.2. Variação de Coliformes Termotolerantes nos pontos AT 3 e AT 1,
desconsiderando os dias de ocorrência de chuvas .................................. 119
Ilustração 5.4.3.1.1. Variação de Cor nos pontos de monitoramento da microbacia do
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 123
Ilustração 5.4.3.1.2. Variação de Cor no ribeirão Pinheiros, desconsiderando os dias de
chuvas .................................................................................................... 125
Ilustração 5.4.3.2.1. Variação de Turbidez nos pontos de monitoramento da microbacia do
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 129
Ilustração 5.4.3.2.2. Variação de Turbidez no ribeirão Pinheiros, desconsiderando os dias
de chuvas ................................................................................................ 131
Ilustração 5.4.3.3.1. Variação de pH nos pontos de monitoramento da microbacia do
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 135
Ilustração 5.4.3.4.1. Variação de Ferro nos pontos de monitoramento da microbacia do
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 139
Ilustração 5.4.3.4.2. Variação de Ferro no ribeirão Pinheiros, desconsiderando os dias de
chuvas ................................................................................................ 141
Ilustração 5.4.3.5.1. Variação de OD nos pontos de monitoramento da microbacia do
ribeirão Pinheiros ................................................................................... 145
Ilustração 5.4.3.6.1. Variação de Coliformes Termotolerantes nos pontos de
monitoramento da microbacia do ribeirão Pinheiros ............................. 149
Ilustração 6.1.1. Microbacia do ribeirão Pinheiros – Setores de Estudo .......................... 155
Ilustração 6.2.1.1. Cobertura das terras no Setor 1 .............................................................. 161
Ilustração 6.2.2.1. Cobertura das terras no Setor 2 .............................................................. 165
Ilustração 6.2.3.1. Cobertura das terras no Setor 3 .............................................................. 169
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xvi
Ilustração 6.2.4.1. Cobertura das terras no Setor 4 .............................................................. 173
Ilustração 6.2.5.1. Cobertura das terras no Setor 5 .............................................................. 177
Ilustração 6.2.6.1. Cobertura das terras no Setor 6 .............................................................. 181
Ilustração 6.3.1. Condições das APP’s na microbacia do ribeirão Pinheiros ................... 185
Ilustração 7.2.1. Microbacia do ribeirão Pinheiros – Localização de instalações de
interesse na microbacia do ribeirão Pinheiros ........................................ 207
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xvii
LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Encontro das águas do córrego Samambaia com o ribeirão Pinheiros .............. 193
Foto 2 - Ribeirão Pinheiros, ausência da mata ciliar e assoreamento da calha do rio ..... 193
Foto 3 - Lago – Antiga Fazenda da Remonta .................................................................. 195
Foto 4 - Devastação em topo de morro (queimada) ........................................................ 195
Foto 5 - Loteamento implantado em área de nascente .................................................... 197
Foto 6 - Loteamento edificado sem preservação de áreas verdes .................................... 197
Foto 7 - Loteamento em fase de implantação, isolamento de matas ............................... 199
Foto 8 - Efluente lançado em curso d’água ..................................................................... 199
Foto 9 - Empresa instalada em topo de morro, local de afloramento de lençol freático .. 201
Foto 10 - Efluente de empresa lançado em nascente ......................................................... 201
Foto 11 - Efluente de empresa lançado em nascente ......................................................... 203
Foto 12 - Entulho de construção civil despejado em área reflorestada .............................. 203
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xix
SIGLAS
ANA Agência Nacional de Águas
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado
de São Paulo
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
DAEE Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
IAP Índice de qualidade de água bruta para fins de Abastecimento
Público
IET Índice de Estado Trófico
IQA Índice de Qualidade das Águas
IQR Índice de Qualidade de aterro de Resíduos
IVA Índice de qualidade de água para proteção da Vida Aquática
SANASA Sociedade de Abastecimento de Abastecimento de Água e
Saneamento S/A. – SANASA Campinas
UTM Universal Transversal Mercator (Sistema de Coordenadas)
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xxi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram para que eu pudesse concluir este trabalho, em especial à
minha orientadora Profª Dra. Sueli Yoshinaga Pereira, pela paciência, compreensão e incentivo.
Agradeço aos funcionários da UNICAMP, especialmente à Valdirene Pinotti por sua atenção e
disposição constantes.
Agradeço aos meus companheiros de trabalho, pelo auxílio e solidariedade.
Agradeço aos meus amigos pela compreensão e encorajamento.
Agradeço à minha família pela força e apoio e, em especial, à minha mãe, pela cumplicidade,
apoio, compreensão e, principalmente, incentivo em todos os momentos.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS
MINERAIS
Qualidade das Águas na Bacia do Ribeirão Pinheiros: Uma Proposta de Recuperação
RESUMO
Tese de Mestrado
Adriana Angelica Rosa Vahteric Isenburg
A gestão dos recursos hídricos é hoje uma questão preocupante e polêmica. À medida que se verifica um intenso crescimento populacional, com uma exploração hídrica descontrolada, constata-se a evolução da degradação ambiental, com sérios prejuízos para os corpos d’água. A política implantada sugere que somente com a construção de estações de tratamento de esgoto, poderá ser revertido o quadro de poluição exacerbada dos rios. Entretanto, pretende-se com este trabalho demonstrar que apenas esta medida não proporcionará a recuperação adequada dos rios. São necessárias outras ações para que a qualidade das águas seja restabelecida e, assim, permitir sua utilização harmônica, seja para consumo humano, seja para o cultivo de plantas, dessedentação de animais e lazer. O estudo é desenvolvido em uma importante microbacia situada a montante da principal captação de água do município de Campinas e avalia sua influência na degradação da qualidade da água no rio Atibaia. A microbacia em questão, denominada Microbacia do ribeirão Pinheiros, é caracterizada pela existência de um alto adensamento urbano, resultante da conurbação existente entre os municípios de Campinas, Valinhos e Vinhedo. Com a entrada em operação das estações de tratamento de esgoto nos municípios de Campinas e de Vinhedo é possível avaliar a evolução dos parâmetros de qualidade da água ao longo do principal rio que recebe os efluentes destas três cidades. O estudo analisa também o reflexo dos novos procedimentos operacionais estabelecidos quando da outorga do Sistema Cantareira para o abastecimento da cidade de São Paulo, que possibilitou uma adequação da vazão disponibilizada para o rio Atibaia. A partir da análise dos dados de qualidade e das informações existentes sobre a ocupação das terras é desenvolvido um diagnóstico ambiental da microbacia, destacando a importância de ações de recuperação ambiental, respeitando as áreas de preservação, bem como de implementação de projetos urbanísticos estruturados e de programas de conscientização, desta forma, buscando a melhoria da qualidade de vida da população.
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xxv
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS
MINERAIS
Water Quality in the Ribeirão Pinheiros Basin: A Proposal of Recovery
ABSTRACT
Master's degree Thesis
Adriana Angelica Rosa Vahteric Isenburg
The hydric resources management is nowadays a concerning and controversial subject. As an intensive population growth is verified and an uncontrolled hydric exploration, the evolution of the environmental degradation is noticed with serious harms for the rivers. The implemented policy suggests that only with the construction of sewage treatment plants must reverse the exacerbated rivers pollution frame. However, in this work we intend to demonstrate that this measure is not enough to provide the appropriate recovery of the rivers. There will be other actions to reestablish the water quality and so, it will allow its harmonic usage such as human consumption, or for plants growth, to quench the animals’ thirst and leisure. This study is developed in an important microbasin located upstream of the main water catchment of Campinas City and it is evaluated its influence in the water quality degradation in the Atibaia River. The microbasin in study, called Ribeirão Pinheiros Microbasin, is characterized by the existence of a high urban densification, concerning the existent conurbation among Campinas, Valinhos and Vinhedo municipalities. When the sewage treatment plants started their operation in Campinas and Vinhedo cities it was possible to evaluate the improvement of water quality parameters in the main river, which received the effluents from these three cities. The study also analyzed the reflex of the new operational proceedings established when it got the Cantareira System Granting to supply São Paulo City that enabled a flow adequacy available to Atibaia River. Apart from the quality data analyze and the existent information about the land occupation it was developed the microbasin environmental diagnosis, detaching the importance of the environmental recovery actions, respecting the preservation areas as well as the structured urbanistic projects implementation and cognizants programs and this way trying to improve the quality of life of the population.
-
1
1. INTRODUÇÃO
O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a qualidade da água do ribeirão
Pinheiros e sua influência, direta ou indireta, no rio da Atibaia, importante manancial da bacia
do Piracicaba.
O rio Atibaia é responsável pelo abastecimento público dos municípios de Campinas,
Valinhos, Itatiba, Sumaré e Jundiaí, sendo ainda integrado ao sistema Cantareira,
possibilitando o atendimento de 50% da Região Metropolitana de São Paulo, com a reversão
de 31 m3/s para a ETA Guaraú.
O ribeirão Pinheiros se estende por 20 km, iniciando-se no município de Vinhedo e seguindo
pela parte urbana e central do município de Valinhos até desaguar no rio Atibaia, 2.100 m a
montante da principal captação do município de Campinas.
Este rio recebe a contribuição do córrego Samambaia que tem sua origem no município de
Campinas e percorre áreas densamente urbanizadas dos municípios de Campinas e Valinhos.
Destaca-se a construção de três importantes estações de tratamento de esgoto: a do
Samambaia, inaugurada em junho de 2001, que iniciou efetivamente sua operação em
fevereiro de 2002 e trata todos os esgotos do município de Campinas que deságuam neste
córrego; a de Vinhedo – ETE Pinheirinho, inaugurada em fevereiro de 2002 e com sua
operação viabilizada apenas em abril de 2004, trata os efluentes do município que drenam
para o rio Atibaia; e a ETE Capuava, em Valinhos, inaugurada em agosto de 2004 e em
regime de pré-operação.
O estudo faz uma avaliação dos parâmetros de qualidade da água no ribeirão Pinheiros e no
rio Atibaia, nos diversos pontos de amostragem existentes, monitorados pela CETESB –
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e SANASA – Sociedade de
Abastecimento de Água e Saneamento S/A, diagnosticando as ações antrópicas realizadas ao
longo dos anos com o objetivo de promover o desenvolvimento social e econômico da região.
O ribeirão Pinheiros está enquadrado como um rio de classe 3, de acordo com o Decreto
10.755/771, entretanto, devido à alta carga de efluentes domésticos e industriais, suas águas
1 Decreto Estadual 10.755/77, dispõe sobre o enquadramento dos corpos d’água receptores do território do Estado de São Paulo.
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encontram-se em desacordo com os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA
357/20052.
Destaca-se que a concentração de poluentes existente no ribeirão Pinheiros altera de forma
significativa a qualidade das águas do rio Atibaia, causando um sério problema na captação
de Campinas, devido a sua proximidade.
O Relatório da Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo de 2003, elaborado
pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, em sua avaliação das
condições do rio Atibaia, salienta: “É importante ressaltar que a qualidade do Rio Atibaia, no
ponto ATIB02065, na captação de Campinas, também tem apresentado níveis
significativamente elevados de coliformes termotolerantes, por conta de sua localização a
jusante do Ribeirão Pinheiros, o qual recebe grande parte dos esgotos domésticos de
Valinhos e Vinhedo.” (p. 89, grifos nossos).
Com a finalidade de comprovar os efeitos positivos resultantes do tratamento dos esgotos dos
municípios de Campinas e de Vinhedo, foi feita uma análise dos dados relativos aos pontos
de monitoramento da qualidade da água existentes no ribeirão Pinheiros e rio Atibaia,
avaliando sua evolução em função da redução da carga orgânica atingida com estes
processos.
O estudo mostrou a necessidade de uma análise mais detalhada do uso e ocupação do
território, a fim de avaliar o inter-relacionamento existente entre o desenvolvimento urbano e
a degradação dos cursos d’água e, principalmente, estabelecer critérios para recuperação
ambiental de microbacias.
2 Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005 – Resolução Federal do Conselho Nacional de Meio Ambiente que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como sobre os padrões de qualidade das águas, estabelecendo os limites individuais para cada substância em cada classe. Esta resolução revogou a Resolução CONAMA 20/86.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS O desenvolvimento do trabalho teve como base a pesquisa documental de dados
disponibilizados pela SANASA, responsável pelo sistema de abastecimento e esgotamento da
cidade de Campinas, bem como as informações qualitativas dos postos monitorados pela
CETESB.
2.1. Avaliação da Qualidade das Águas A SANASA possui uma série histórica de dados qualitativos da água do rio Atibaia e do
ribeirão Pinheiros em 9 pontos que foram estudados. Estes pontos estão assim localizados:
• AT 1, localizado na captação de Campinas – Coordenadas: N: 7.465.749,899; E:
297.532,189 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
• AT 2, localizado na ponte de Sousas – Coordenadas: N: 7.468.570,163; E:
298.361,637 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
• AT 3, localizado na Usina de Salto Grande – Coordenadas: N: 7.462.520,678; E:
305.563,549 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1999 a 2004;
• AT 4 – Jusante da Bragantina – Coordenadas: N: 7.447.030,035; E: 332.067,255
(datum Córrego Alegre) – série histórica de 1999 a 2004;
• PIN 1 – Foz do ribeirão Pinheiros – Coordenadas: N: 7.464.837,466; E: 299.033,262
(datum Córrego Alegre) – série histórica de 1999 a 2004;
• PIN 2 – Jusante da Gessy Lever – Coordenadas: 7.458.908,119; E: 295.506,502
(datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
• PIN 3, localizado a jusante do Cartonifício – Coordenadas: N: 7.458.687,747; E:
295.636,845 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
• PIN 4, localizado a jusante da Rigesa – Coordenadas: N: 7.458.702,526; E:
295.552,331 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
• PIN 5, localizado a montante da Rigesa – Coordenadas: N: 7.457.663,031; E:
296.135,934 (datum Córrego Alegre) – série histórica de 1993 a 2004;
Os pontos de amostragem AT 1, AT 2, AT 3 e AT 4 estão localizados fora do limite de
abrangência da microbacia do ribeirão Pinheiros, porém, é muito importante o
acompanhamento dos parâmetros de qualidade nestes pontos, pois demonstram as condições
do rio Atibaia a montante e a jusante do recebimento das águas do ribeirão Pinheiros.
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A metodologia utilizada para as análises é a descrita no Standard Methods for the
Examination of Water and Wasterwater e em reconhecidas organizações nacionais e
internacionais, sendo empregados os métodos constantes no quadro 2.1.1.
O anexo I traz a definição das Variáveis e Índices de Qualidade das Águas, de acordo com o
Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2004 (CETESB, 2005,
pg. 10 a 34; 40 a 53).
Parâmetros Metodologias para análise Alumínio total Espectrometria de absorção atômica. Bário total Espectrometria de absorção atômica. Cádmio total Espectrometria de absorção atômica. Chumbo total Espectrometria de absorção atômica. Cloreto total Titulometria com nitrato de prata. Clorofila a Método Holandês. Clorofórmio Método segundo EPA – Cromatografia Gasosa e Espectrômetro de Massa. Cobre Total Espectrometria de absorção atômica. Coliformes termotolerantes Métodos de análises baseados na 2ª edição do “Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater”. Comunidade Fitoplanctônica Método qualitativo e quantitativo. Cromo total Espectrometria de absorção atômica. DBO 5,20 20ª edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”. DQO 20ª edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”. Ferro total Espectrometria de absorção atômica. Fluoreto total Potenciometria com eletrodo íon-seletivo. Fósforo total Colorimetria automática com molibdato de amônio e ácido ascórbico. Giárdia sp Método de Análise Segundo EPA 1623. Manganês total Espectrometria de absorção atômica. Mercúrio total Espectrometria de absorção atômica. Microcistina Técnica de Elisa – Ensaio Imunoenzimático. Níquel total Espectrometria de absorção atômica. Nitrogênio amoniacal total Colorimetria automática com salicilato de sódio. Nitrogênio Kjeldahl total Colorimetria automática com salicilato de sódio, após digestão ácida em meio
sulfúrico. Nitrogênio Nitrato total Colorimetria automática com N (1-naftil) etilenodiamina e sulfanilamida, após
redução em coluna de Cádmio. Pesticidas Organoclorados Cromatografia gasosa. Potássio total Espectrometria de absorção atômica. Trihalometanos Cromatografia gasosa. Sódio Total Espectrometria de absorção atômica. Tetra Cloreto de Carbono Cromatografia gasosa. Tetracloroetileno Cromatografia gasosa. Tricloroetileno Cromatografia gasosa. Turbidez Método turbidimétrico nefelométrico. Zinco total Espectrometria de absorção atômica.
Fonte: SANASA Quadro 2.1.1 – Metodologias analíticas utilizadas pela SANASA para avaliação da qualidade
da água.
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Os resultados das análises foram planilhados e interpretados de forma gráfica, utilizando o
software EXCEL 2000. Também foram feitas avaliações estatísticas dos valores
encontrados.
No período de 1993 a 2000 as análises referem-se a médias mensais e a partir de
janeiro de 2001 a amostragem passou a semanal, sendo definido este período para a
análise dos dados, uma vez que possuem uma melhor caracterização de informações,
por representarem os parâmetros verificados nos dias das coletas das amostras e não a
uma média relativa ao mês, além disto, são destacados os dias de ocorrência de
chuvas.
Os dados coletados da série histórica existente encontram-se no anexo III, onde foram
desenvolvidos gráficos para os parâmetros de Cor, Turbidez, DBO, DQO, OD, Coliformes
termotolerantes, Nitrogênio amoniacal, Ferro e Manganês para os diversos pontos
amostrados, além dos gráficos de IQA – Índice de Qualidade das Águas, para os pontos PIN
1, AT 1 e AT 3.
Foram escolhidos os pontos AT 1 e AT 3 para uma análise mais criteriosa em função de sua
posição geográfica, sendo estes os pontos de monitoramento localizados mais próximos da
foz do ribeirão Pinheiros, situados a jusante e a montante, respectivamente (AT1 – captação
Campinas e AT 3 – Usina de Salto Grande).
Para a definição dos parâmetros a serem analisados primeiramente foi feita uma
avaliação da série histórica existente, uma vez que havia descontinuidade de
informações.
O quadro 2.1.2 demonstra a representatividade existente de dados dos parâmetros analisados
pela SANASA para o período de 2001 a 2004.
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Parâmetros AT3 AT 1 PIN 1 PIN 2 PIN 3 PIN 4 PIN 5
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Cor
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Turbidez
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim pH
Sim Alcalinidade
Sim Sim Cloretos
Sim Sim Sim Sim DBO
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim DQO
Sim Dureza
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Ferro
Sim Sim Sim Fósforo Total
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Manganês
Sim Sim Nit. Amoniacal
Sim Sim Sim Nit. Total
Sim Nit. Nitrato
Sim Nit. Nitrito
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim O. Consumido
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim O. Dissolvido
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Res. Totais
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Res.Dissolvidos
Sim Sim Sim Sim Sim Surfactantes
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Colif. Totais
Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Colif. Termot.
Sim Sim Clorofila
Quadro 2.1.2 – Parâmetros analisados pela SANASA nos pontos de monitoramento para o período de 2001 a 2004.
A escolha dos parâmetros foi feita em função de uma avaliação daqueles que possuem uma
série de dados mais representativos, apresentando uma melhor caracterização da evolução da
qualidade das águas e que são definidos pela Resolução CONAMA 357/2005 como
indicadores de qualidade para as águas doces.
Os parâmetros avaliados no presente estudo são os seguintes:
• Cor – é um parâmetro que indica a presença de sólidos dissolvidos, principalmente
material em estado coloidal orgânico e inorgânico. O problema de uma maior
coloração da água geralmente é estético, uma vez que provoca um efeito repulsivo.
Tanto para um rio de classe 2 (rio Atibaia) como de classe 3 (ribeirão Pinheiros) o
limite máximo estabelecido pela Resolução CONAMA 357/2005 é de 75 mg Pt/L.
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• Turbidez – indica o grau de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar a
superfície da água, sendo influenciado pelas partículas em suspensão existentes na
água. Uma alta turbidez reduz a capacidade de fotossíntese da vegetação submersa,
podendo influenciar a produtividade das comunidades aquáticas. De acordo com a
resolução CONAMA 357/2005 o limite máximo de turbidez para rios de classe 2 ou 3
é de 100 UNT.
• pH – Potencial Hidrogeniônico – define o caráter ácido, básico ou neutro da água,
sendo importante para a avaliação de sua qualidade, uma vez que podem alterar o
sabor e acarretar problemas à vida aquática. Valores abaixo de 7 indicam aumento de
acidez na água, já valores altos caracterizam águas alcalinas. Geralmente, a alteração
dos valores de pH estão associados à presença de despejos industriais. A Resolução
CONAMA 357/2005 determina os limites entre 6 e 9 para rios de classe 2 ou 3.
• DBO5,20 – determina a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria
orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável,
durante um período de 5 dias numa temperatura de incubação de 20ºC. Valores altos
de DBO5,20 caracterizam a presença de matéria orgânica na água, a qual pode provocar
um alto consumo de oxigênio, interferindo no equilíbrio da vida aquática. A
Resolução CONAMA 357/2005 estabelece os valores máximos de 5 mg/L O2 para um
rio de classe 2 e de 10 mg/L O2 para um de classe 3.
• Ferro – este parâmetro é essencial ao sistema bioquímico das águas, quando em
quantidades adequadas, entretanto, em grandes quantidades pode ser nocivo, provocando
sabor e cor desagradáveis. Os limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA
357/2005 são de 0,3 mg/L Fe para um rio classe 2 e de 5 mg/L Fe para um classe 3. O
ferro apresenta-se normalmente associado ao manganês, sendo que para a análise dos
pontos monitorados pela SANASA foi feita avaliação apenas do parâmetro ferro, o qual,
como pode ser verificado no capítulo 5, apresenta-se muito elevado.
• Oxigênio Dissolvido (OD) – indica a capacidade de um corpo d’água manter a vida
aquática, sendo essencial a manutenção de uma adequada concentração de Oxigênio
Dissolvido para promover a auto-depuração dos sistemas aquáticos. Os limites
mínimos de OD estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 são de 5 mg/L O2
para um rio classe 2 e de 4 mg/L O2 para um classe 3.
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• Coliformes Termotolerantes – são indicativos de contaminação fecal. As bactérias
coliformes termotolerantes restringem-se ao trato intestinal de animais de sangue
quente, mostrando-se mais significativas que as “totais” para a avaliação da presença
de efluentes domésticos nas águas. Os limites máximos estabelecidos pela Resolução
CONAMA 357/2005 para um rio de classe 2 são de 1000 coliformes termotolerantes
por 100 mL em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período
de 1 ano, com freqüência bimestral e para um rio de classe 3 este valor não deve
exceder a 4000 coliformes por 100 mL.
No capítulo 5 é feita uma avaliação dos dados levantados para o período de janeiro / 2001 a
dezembro / 2004, sendo avaliada a influência da entrada em operação das Estações de
Tratamento de Esgoto Samambaia (fev/2002) e Pinheirinho (abril / 2004).
A CETESB possui 9 pontos de amostragem no rio Atibaia, sendo 5 caracterizados como
Monitoramento Regional, 3 como Rede Básica de Monitoramento e 1 como Rede de
Sedimento, destes, foram destacados 5 pontos em função de sua localização e
representatividade de informações, com base nos mesmos critérios adotados para os
parâmetros monitorados pela SANASA.
Sendo definidos os seguintes pontos para análise de parâmetros de qualidade da água:
• ATIB 02010, localizado junto à captação do município de Atibaia, Rede Básica de
Monitoramento – Coordenadas: N: 7.444.212,341 E: 341.799,591 (datum Córrego Alegre);
• ATIB 02030, Localizado na captação de Itatiba, Rede de Monitoramento Regional –
Coordenadas: N: 7.458.709,580; E: 310.597,095 (datum Córrego Alegre);
• ATIB 02035, localizado na captação de Valinhos, Rede de Monitoramento Regional-
Coordenadas: N: 7.463.072,302; E: 301.749,652 (datum Córrego Alegre);
• ATIB 02065, localizado na captação de Campinas, na divisa entre os municípios de
Campinas e Valinhos – Coordenadas: N: 7.465.647,340; E: 297.569,630 (datum
Córrego Alegre);
• ATIB 02605 – na ponte da Rodovia SP 332 que liga Campinas a Cosmópolis-
Coordenadas: N: 7.481.107,335; E: 278.758,107 (datum Córrego Alegre).
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De acordo com o Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo –
2004, CETESB, 2005 (pg. 35 e 36), a metodologia analítica utilizada para os ensaios das
variáveis de água é a apresentada no quadro 2.1.3.
Parâmetros Metodologias para análise 1, 2 Dicloroetano Método de análise segundo EPA – método. Alumínio total Espectrometria de absorção atômica chama óxido nitroso / acetileno (método 3030). Bário total Espectrometria de absorção atômica chama óxido nitroso / acetileno (método 3030). Bifenilas Policloradas (PCBs)
Método de Análise segundo EPA – 8082.
Cádmio total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030). Carbono Orgânico dissolvido
Método de combustão infra-vermelho 5310.
Chumbo total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030). Cloreto total Colorimetria automática com tiocianato de mercúrio – Método 4500-CL. Clorofila a Conforme norma técnica CETESB L5.306 – Determinação de pigmentos
fotossintetizantes Clorofila a – A, B, C e Feofitina a. Clorofórmio Método segundo EPA – método 8260. Cobre Total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030). Coliformes termotolerantes
Métodos de análises baseados na 2ª edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”.
Comunidade Bentônica Conforme norma técnica CETESB L5.309 – Determinação de bentos de água doce – Macroinvertebrados. Método qualitativo e quantitativo.
Comunidade Fitoplanctônica
Conforme norma técnica CETESB L5.303 – Fitoplâncton de água doce. Método qualitativo e quantitativo.
Comunidade Zooplanctônica
Conforme norma técnica CETESB L5.304 – Zooplâncton de água doce. Método qualitativo e quantitativo.
Cromo total Espectrometria de absorção atômica chama óxido nitroso / acetileno (método 3030). Cryptosporidium sp Normas CETESB L5.312, L 5.403 e método 1623 (EPA). DBO 5,20 20ª Edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” –
APHA – AWWA – WEF. Deformidade em mento de Chirnomus
Avaliação de freqüência em pelo menos 100 larvas de 4º instar, sendo considerado deformidade: falta ou excesso de dentes e “gap”.
Demais variáveis Métodos de análises baseados na 20ª edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” – APHA – AWWA – WPCF – 1998.
DQO 20ª Edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” – APHA – AWWA – WEF.
Ensaio de toxicidade aguda com Vibrio fisheri
Norma técnica CETESB l 5.227.
Ensaio de toxicidade com sedimento e Hyalella azteca
Conforme ASTM, 2000, modificado segundo procedimento interno SQ PR/LB-085.
Ensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphina dubia
Conforme ABNT-NBR 13373/1995, segundo procedimento SQ PR/LB-088.
Fenóis totais Colorimetria com 4 amino-antipirina (método 5530). Ferro total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030).
Fonte: Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2004, CETESB, 2005. Quadro 2.1.3 – Metodologias analíticas utilizadas pela CETESB para avaliação da qualidade
da água
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Parâmetros Metodologias para análise Fluoreto total Potenciometria com eletrodo íon-seletivo (Método 4500-F, item C). Fósforo total Colorimetria automática com molibdato de amônio e ácido ascórbico – Método 4500-
P. Giárdia sp Método de Análise Segundo EPA 1623. Granulometria Norma CETESB LC 160 (1995). Hidrocarbonetos Poliaromáticos
Método de Análise Segundo EPA 8310.
Manganês total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030). Mercúrio total Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio (3112). Metais em sedimento Procedimentos de Análise baseados nos Métodos 3051 EPA e 3000 do Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA – WEF – 1998 – 20th ed. Microcistina Técnica de Elisa – Ensaio Imunoenzimático (EnviroLogix Inc. – Microcystins Plate
Kit (EP 022) ). Níquel total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030). Nitrogênio amoniacal total
Colorimetria automática com salicilato de sódio.
Nitrogênio Kjeldahl total
Colorimetria automática com salicilato de sódio, após digestão ácida em meio sulfúrico.
Nitrogênio Nitrato total Colorimetria automática com N (1-naftil) etilenodiamina e sulfanilamida, após redução em coluna de Cádmio – Método 4500-NO3.
Óleos e Graxas Métodos de análise, coleta e preservação das amostras baseadas na 20ª Edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA – WEF”.
Pesticidas Organoclorados
Método de Análise segundo EPA – Método 8081B.
Potássio total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno – Método 3500-K, item D. Potencial de Formação de Trihalometanos
Método de análise segundo EPA – método 8260 A/B Volatile organics by chromatography / mass spectrometry – Standard Methods.
Sódio Total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno – Método 3500-Na, item D. Sólido e Umidade no Sedimento
Métodos de análise, coleta e preservação das amostras baseados na 20ª Edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA – WEF”.
Mutagenecidade em água
Teste de Ames, baseado na Norma Técnica CETESB L5.241.
Mutagenecidade em sedimento
Teste de Ames, baseado na Norma Técnica CETESB L5.620.
Tetra Cloreto de Carbono
Método de análise segundo EPA 8260 A/B.
Tetracloroetileno Método de análise segundo EPA 8260 A/B. Tricloroetileno Método de análise segundo EPA 8260 A/B. Turbidez Método turbidimétrico – Método 2130. Zinco total Espectrometria de absorção atômica chama Ar / acetileno (método 3030).
Fonte: Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2004, CETESB, 2005. Quadro 2.1.3 (cont.) – Metodologias analíticas utilizadas pela CETESB para avaliação da
qualidade da água
Os dados relativos à qualidade das águas nos pontos de interesse do presente trabalho
encontram-se disponibilizados no anexo II.
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O mesmo critério utilizado para a definição dos parâmetros monitorados pela SANASA foi
adotado para os da CETESB, sendo definindo aqueles que possuem uma série de dados mais
representativos e considerados pela Resolução CONAMA 357/2005 como indicadores de
qualidade para as águas doces.
Os resultados das análises também foram planilhados e interpretados de forma gráfica e
através de avaliações estatísticas, utilizando o software EXCEL 2000.
Nestes pontos foi feita avaliação de pH, Turbidez, DBO5, OD, Ferro, Manganês, Coliformes
Termotolerantes e Vazão do rio Atibaia. Foram também analisados os Indicadores da
Qualidade da Água: IQA, IVA, IET e IAP nos pontos ATIB 02010, 02065 e 02605.
Estas análises encontram-se detalhadas no Capítulo 5.
2.2. Uso e Ocupação das Terras
A redução da carga orgânica lançada no ribeirão Pinheiros ocorrida após a implantação das
unidades de tratamento de esgoto de Campinas e de Vinhedo provocou um reflexo positivo na
qualidade das águas do ribeirão, entretanto, esta melhora não se mostra muito representativa,
em função dos altos teores de poluentes lançados. Assim, nota-se a necessidade de ações
conjuntas que permitam a reversão deste cenário.
Com a finalidade de constatar a influência causada pela ocupação inadequada dos terrenos,
principalmente nas proximidades das áreas de nascentes, onde ocorreram ações degradatórias,
como o desmatamento e assoreamento dos corpos d’água foi feita uma avaliação do uso e
ocupação das terras.
Para o desenvolvimento de mapas temáticos foram utilizados os softwares AUTO CAD 2000
e o ARC GIS 9.
O trabalho teve como base os seguintes mapas:
Mapa base da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, elaborado pela
Irrigart – Engenharia e Consultoria em Recursos Hídricos e Meio Ambiente Ltda. para o
desenvolvimento do Relatório de Situação 2002-2003. Este mapa encontra-se
disponibilizado no site do Comitê PCJ – www.comitepcj.sp.gov.br – na versão dwg.
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Mapa de situação das áreas de preservação permanente, elaborado pela DEMACAMP
Planejamento, Projeto e Consultoria S/C Ltda. para a elaboração do Plano Diretor de
Reflorestamento para a Unidade Gestora do Programa Atibaia / Pinheiros. Este mapa
encontra-se na versão dwg.
Mapa de uso das terras, desenvolvido pela EMBRAPA para o Diagnóstico Ambiental
da microbacia Atibaia / Pinheiros. Este mapa encontra-se na versão dxf.
Inicialmente foi feita a importação dos arquivos dwg para o ARC MAP, processando o
georeferenciamento dos dados para as coordenadas UTM e o Datum: Córrego Alegre. Para
esta conversão foi utilizado o ARC CATALOG.
Após a formatação do arquivo foi feita a conferência dos pontos de captação e dos pontos de
monitoramento, com base nos dados disponibilizados pelo DAEE, SANASA e CETESB.
Para a elaboração do mapa de uso e cobertura das terras foi inicialmente feito um trabalho de
digitalização das áreas dos 6 setores definidos para a microbacia do ribeirão Pinheiros, de
acordo com o mapa de situação elaborado pela DEMACAMP. Sobre este, foi feita uma
sobreposição do mapa de uso das terras, elaborado pela EMBRAPA, utilizando o AUTO
CAD 2000. Como havia um deslocamento entre os dois mapas foi feito um ajuste, tomando
como base o rio Atibaia, no ponto da captação de Campinas.
A partir deste trabalho, foi possível fazer a redigitalização dos mapas temáticos de uso das
terras, definindo os polígonos de cobertura das terras, classificadas em
• áreas densamente urbanizadas;
• áreas urbanizadas e em urbanização;
• capoeira;
• construções rurais;
• corpos d’água; cultura anual;
• cultura perene;
• floresta estacional semidecidual;
• pasto limpo; pasto sujo;
• reflorestamento;
• solo exposto;
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• vegetação ciliar;
• vegetação mista;
• vegetação rupestre e
• eixos rodoviários.
A definição das diferentes classes de cobertura das terras encontra-se no capítulo 5.
Após a digitalização das classes de cobertura foi feita uma avaliação quantitativa destas para
cada setor.
Finalmente foi feita a importação dos arquivos para o ARC GIS 9, criando os mapas
temáticos de avaliação das áreas de preservação permanente para cada setor, caracterizando o
nível de degradação existente, principalmente nas regiões mais adensadas.
Para a avaliação dos pontos críticos de degradação foi tomado como base o Plano Diretor de
Reflorestamento para a Unidade Gestora do Programa Atibaia / Pinheiros, elaborado pela
DEMACAMP. Os mapas em arquivo dwg foram convertidos para o programa ARC GIS 9,
sendo feita a compatibilização dos setores de estudo.
Foram realizadas visitas a campo, com a finalidade de verificar as condições locais,
constatando-se problemas sérios em diversas nascentes, inclusive com lançamentos
clandestinos de efluentes, que serão melhor demonstrados no capítulo 6.
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3. FUNDAMENTAÇÃO
O presente estudo trata da avaliação de uma importante microbacia pertencente à bacia
hidrográfica do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A área em questão envolve parcialmente 3
municípios da Região Metropolitana de Campinas – Campinas, Valinhos e Vinhedo.
É necessário destacar a influência do desenvolvimento social e econômico destes municípios,
função da evolução política e cultural ocorrida no Estado de São Paulo.
O saneamento básico está intrinsecamente ligado às intervenções físicas que o homem
promove. Em função da busca de uma melhor qualidade de vida o homem vem alterando
significativamente o espaço em que vive, assim, é importante delinear a evolução da região e
o processo de ocupação e desenvolvimento ocorrido.
A origem do povoado data de meados do século XVIII, quando foi criado um pouso para o
percurso dos bandeirantes que buscavam as minas de ouro de Goiás. Esta paragem fixou-se
na metade do caminho entre Jundiaí e Mogi-Mirim.
O saudoso Prefeito Antonio da Costa Santos, em sua tese defendida em 1999 traz uma
descrição da evolução de Campinas e região, sendo importante citar um trecho de seu
trabalho, que trata sobre a primeira concessão de terras ocorrida em 2 de dezembro de 1732 a
Alexandre Simões Vieira.
“morador no termo da Villa de Jundiahy que, vendo o prejuízo que,os viandantes
das Minas dos Goyazes tinham no Caminho da dita villa, até a paragem chamada
a Campina por ser ruim e longe, abrira outro caminho a sua custa melhor, e mais
perto, razão porque todos os viandantes e mineiros andavão por ele e que teria de
distância seis legoas, pouco mais, ou menos, por não haver mantimentos para
sustento dos que frequentão o dito Caminho feito os supp., uma roça de três
alqueires de planta, no meyo do dito Caminho em um Ribeirão chamado do
Pinheiro, cuja paragem pretendia haver por Carta de data de Sesmaria
concedendo-se-lhe uma legoa de terra em quadra fazendo a quadra nas cazas da
morada da dita paragem.” (apud SANTOS, A. C. Campinas, das Origens ao
Futuro. pg. 92, 2002, grifos nosso).
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Destaca-se aqui a importância do ribeirão Pinheiros como o início da implantação dos núcleos
urbanos na região. Naquela época as ocupações ocorriam próximos aos rios e córregos,
necessários à subsistência dos moradores e também para suprir as necessidades econômicas,
caracterizadas no final do século 18 pelo Ciclo da Cana e posteriormente pelo do Café, no
século 19.
Neste período são instaladas as primeiras estradas de ferro no Brasil, com a finalidade de
escoar a produção de café para o porto de Santos. Salienta-se a inauguração em 1867 da São
Paulo Railway Company, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos Jundiaí; em
1868 a criação da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, ligando Jundiaí a Campinas; e em
1872 a Companhia Mogyana de Estrada de Ferro, ligando Mogi Mirim a Campinas.
Campinas passou a ser conhecida como o maior entroncamento ferroviário do Império.
Com a abolição da escravatura ocorreu a falta de mão de obra, favorecendo a chegada de
imigrantes que vinha a procura de melhores condições de vida. Destaca-se a imigração
italiana no final da década de 1880, que impulsionou a agricultura, promovendo sua
diversificação, com o cultivo do figo roxo na região de Valinhos.
A crise cafeeira incentivou a procura por novas alternativas econômicas, desenvolvendo-se a
cultura da cana-de-açúcar e do algodão, a partir da década de 1930, iniciando-se um processo
de industrialização no ramo têxtil, metal / mecânica e de produtos alimentares.
Em função da proximidade de São Paulo e da facilidade da rede de transportes (estradas de
ferro e a construção da Rodovia Anhanguera, ligando São Paulo a Campinas e Ribeirão Preto,
em 1948) grandes indústrias instalaram-se na região, a partir de 1950, dentre elas: Bosch,
Clark, GE, Dunlop, B. F. Goodrich, Merck e Sharp, Chicago Bridge, Rigesa, Wabco, Bendix.
A região passa por uma expansão das atividades agropecuárias e o conseqüente
desenvolvimento de atividades terciárias, com a ampliação de serviços bancários, transporte,
armazenagem, comercialização e serviços produtivos de apoio.
Paralelamente ao processo de industrialização houve uma migração intensa na década de
1970, na busca por melhores oportunidades. Este aumento populacional se manifestou de
maneira desordenada. Entre os anos de 1950 e 1980 ocorreu uma forte especulação
imobiliária, fruto da necessidade de moradia, dando origem a dezenas de loteamento
clandestinos, resultando num cenário alarmante.
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A falta de planejamento urbano resultou em populações assentadas em terrenos carentes de
infra-estrutura básica de saneamento, localizados, na maioria das vezes nas áreas ribeirinhas,
vivendo em condições sub-humanas, com sérios problemas de saúde pública, resultantes da
falta de água potável e de coleta de esgoto, convivendo com problemas de alagamentos,
deslizamento de terrenos, enfim, perdas materiais e humanas, que poderiam ser evitadas com
ações eficazes de recuperação e planejamento urbano.
Este assentamento inadequado resultou numa grande degradação ambiental, provocada pelo
desmatamento de áreas situadas nas margens de córregos, aterramento de nascentes e
assoreamento de cursos d’água, além da poluição provocada pelo lançamento de efluentes
sem o devido tratamento e a disposição de detritos nas áreas ribeirinhas.
Este estudo pretende avaliar a contribuição do tratamento de esgotos domésticos de Campinas
e de Vinhedo para a melhoria da qualidade das águas e o impacto provocado pela ocupação
inadequada das terras.
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4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
4.1. Contexto Regional
A microbacia do ribeirão Pinheiros pertence à Unidade de Gerenciamento de Recursos
Hídricos 5 – UGRHI 5, correspondente às Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari
e Jundiaí, situada na região hidrográfica do Paraná.
A Resolução Federal 32 de 15 de outubro de 2003 estabeleceu a Divisão Hidrográfica
Nacional, definindo regiões hidrográficas constituídas como o espaço compreendido por uma
bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas, com características naturais, sociais e
econômicas homogêneas ou similares.
Assim, foram instituídas 12 Regiões Hidrográficas que estão resumidamente caracterizadas
no quadro 4.1.1.
Região Hidrográfica Conceituação Amazônica Constituída pela bacia hidrográfica do rio Amazonas situada no território nacional e,
também, pelas bacias hidrográficas dos rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no Estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte.
Tocantins / Araguaia Constituída pela bacia hidrográfica do rio Tocantins até a sua foz no Oceano Atlântico. Atlântico Nordeste Ocidental
Constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Nordeste, estando limitada a oeste pela região hidrográfica do Tocantins / Araguaia, exclusive, e a leste pela região hidrográfica do Parnaíba.
Parnaíba Constituída pela bacia hidrográfica do rio Parnaíba. Atlântico Nordeste Oriental Constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho
Nordeste, estando limitada a oeste pela região hidrográfica do Parnaíba e ao sul pela região hidrográfica do São Francisco.
São Francisco Constituída pela bacia hidrográfica do rio São Francisco. Atlântico Leste Constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho
Leste, estando limitada ao norte e a oeste pela região hidrográfica do São Francisco e ao sul pelas bacias hidrográficas dos rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.
Atlântico Sudeste Constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela bacia hidrográfica do rio Doce, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do São Francisco e do Paraná e ao sul pela bacia hidrográfica do rio Ribeira, inclusive.
Paraná Constituída pela bacia hidrográfica do rio Paraná situada no território nacional. Uruguai Constituída pela bacia hidrográfica do rio Uruguai situada no território nacional,
estando limitada ao norte pela região hidrográfica do Paraná, a oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.
Atlântico Sul Constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Sul, estando limitada ao norte pelas bacias hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapuí, Serra Negra, Tabagaça e Cachoeira, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do Paraná e do Uruguai e ao sul pelo Uruguai.
Paraguai Constituída pela bacia hidrográfica do rio Paraguai situada no território nacional.
Fonte: Resolução 32 de 15/10/2003 Quadro 4.1.1 – Divisão Hidrográfica Nacional
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A Região Hidrográfica do Paraná destaca-se no contexto regional por representar a área de
maior desenvolvimento econômico do País, aliado à mais alta taxa de adensamento da
América do Sul. Em contrapartida dispõe de baixa infra-estrutura em saneamento para fazer
frente às necessidades impostas pela evolução sócio-econômica.
O Documento Básico de Referência elaborado para a discussão do Plano Nacional de
Recursos Hídricos discute alguns aspectos relacionados aos conflitos existentes na gestão dos
recursos hídricos, dos quais podem ser destacados:
• O lançamento de efluentes domésticos nos reservatórios causa comprometimento da qualidade das águas e limita seu uso para o abastecimento humano, com destaque para a região metropolitana de São Paulo (reservatórios Guarapiranga e Billings) e o Distrito Federal. Sendo assim, é necessário ampliar a coleta e o tratamento dos esgotos domésticos nos principais centros urbanos. Em algumas unidades hidrográficas é de muita importância, também, o tratamento de efluentes industriais (grifos nossos);
• Cerca de 30 m3/s são desviados da bacia do Piracicaba para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, causando um déficit de água nas cidades ao longo do rio Piracicaba (Campinas, Piracicaba, entre outras) (grifos nossos);
• Conflito entre as demandas de irrigação e abastecimento público, em locais com disponibilidade limitada, principalmente nos rios Piracicaba, Sorocaba, Grande e Turvo (unidades hidrográficas dos rios Tietê e Grande);
• Conflito entre a necessidade de manutenção de volumes mínimos para permitir o transporte fluvial na Hidrovia Tietê-Paraná e a geração de energia hidrelétrica. Portanto, existe a necessidade de reavaliar as regras operacionais das hidrelétricas, para permitir usos múltiplos;
• Conflito entre a demanda das indústrias de cana-de-açúcar e álcool e o abastecimento público nas bacias do Baixo Pardo e Mogi (unidade hidrográfica do rio Grande);
• Necessidade de fomentar programa para uso e manejo adequado dos solos e controle de erosão visando a preservação dos mananciais e assoreamento dos rios;
• Necessidade de racionalizar o uso da água na irrigação e na indústria, e diminuir as perdas nos sistemas de abastecimento;
• Necessidade de implementar sistema de outorga e de cobrança pelo uso dos recursos hídricos nas unidades hidrográficas mais críticas;
• Necessidade de estabelecer estratégia de preservação de cheias e proteção de áreas inundáveis, principalmente nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Curitiba e de outros grandes centros urbanos;
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21
• É preciso ampliar programas de extensão rural baseado em um zoneamento agroclimático e na aplicação de melhores práticas agrícolas, para controle e problemas de erosão e degradação do solo; nesse sentido, cabe destacar a necessidade de racionalizar o uso de insumos agrícolas tendo em vista reduzir a poluição difusa nos recursos hídricos;
• Promover ações que induzam à implantação e o fortalecimento institucional, objetivando avançar na gestão descentralizada dos recursos hídricos. (ANA, Documento Básico de Referência elaborado para a discussão do Plano Nacional de Recursos Hídricos, nov/2003, p.266,7)
Estas informações são apresentadas na ilustração 4.1.1
Fonte: Documento Básico de Referência, ANA, nov/2003.
Ilustração. 4.1.1 – Conflito pelo uso das águas na Região Hidrográfica do Paraná.
Sem escala
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23
4.2. Bacia Hidrográfica do Piracicaba – Caracterização geral.
A Lei 7663 de 30/12/1991 instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema
Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os princípios básicos que norteiam esta
lei são o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado dos recursos hídricos; a
adoção da bacia hidrográfica como unidade físico-territorial de planejamento e
gerenciamento; e o reconhecimento dos recursos hídricos como um bem público, de valor
econômico e, como tal, deve ser cobrado.
No Estado de São Paulo, foram definidas 22 Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de
Recursos Hídricos – UGRHI’s, classificadas, de acordo com as características de seu
desenvolvimento, em 4 categorias: conservação, agropecuária, industrial e em
industrialização.
A ilustração 4.2.1 mostra a delimitação das UGRHI’s e sua classificação.
Fonte: CBH-PCJ, 2003.
Ilustração. 4.2.1 – Classificação das UGRHI’s do Estado de São Paulo.
Sem escala
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25
A caracterização da bacia hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí como uma
região industrial, remonta do final da década de 1920, da mesma forma que para a Região
Metropolitana de Campinas, conforme já relatado no capitulo 3. Com a crise do café que
provocou a diversificação e ampliação da produção agrícola na região, ocorreu a exploração
de novas culturas e a industrialização da carne. Este novo cenário intensificou a especulação
imobiliária, que foi sendo aprimorada com a expansão da malha rodoviária, interligando o
porto de Santos ao interior do Estado.
As novas rodovias atraíram importantes indústrias, que buscavam a descentralização de suas
atividades, anteriormente concentradas na cidade de São Paulo.
A grande industrialização ampliou a urbanização e a modernização da agricultura,
verificando-se índices de crescimento superiores à média do Estado, entretanto, a ineficiência
no gerenciamento dos recursos naturais resultou numa deterioração da qualidade ambiental,
com conseqüências seríssimas para os recursos hídricos, devido, principalmente, à sua
exploração descontrolada, ao desmatamento e ao lançamento de efluentes domésticos e
industriais sem o devido tratamento.
A bacia hidrográfica do Piracicaba, Capivari e Jundiaí possui uma área total de 15.503,67
km2, tendo seu início no sul do Estado de Minas Gerais, englobando os municípios mineiros
de Camanducaia, Extrema, Itapeva e Toledo e parte do município de Sapucaí – Mirim. A
porção mineira representa apenas 7,4 % da bacia.
No Estado de São Paulo, a bacia se estende por 14.137,79 km2, sendo 11.442,82 km2 na bacia
do rio Piracicaba, 1.620,92 km2 na bacia do rio Capivari e 1.114,03 km2 na bacia do rio
Jundiaí.
A bacia do rio Piracicaba é sub-dividida em 7 sub-bacias: Piracicaba, Corumbataí, Jaguarí,
Camanducaia e Atibaia. A tabela 4.2.1 apresenta a área das sub-bacias hidrográficas do
Piracicaba e Jundiaí e o quadro 4.2.1 relaciona os municípios localizados nas sub-bacias.
A ilustração 4.2.2 espacializa estas informações, apresentando a bacia hidrográfica do
Piracicaba, Capivari e Jundiaí e o limite de suas sub-bacias.
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Tabela 4.2.1 – Áreas de drenagem da bacia do rio Piracicaba.
Área (km2) Sub-bacias Estado de São
Paulo Estado de
Minas Gerais Total %
Piracicaba 3.700,79 - 3.700,79 24,18
Corumbataí 1.679,19 - 1.679,19 10,97
Jaguari 2.323,42 966,58 3.290,00 21,50
Camanducaia 870,68 159,32 1.030,00 6,73
Atibaia 2.828,76 39,98 2.868,74 18,75
Total Piracicaba 11.402,84 1.165,88 12.568,72 82,13
Total PCJ 14.137,79 - 15.303,67 100 Fonte: Relatório de Situação 2002-2003, Irrigart Eng. e Cons. em Rec. Hid. e Meio Ambiente, 2005.
Sub-bacia Municípios
Piracicaba Águas de São Pedro, Americana(*), Campinas(*), Charqueada(*), Hortolândia, Iracemápolis(*), Limeira, Monte Mor(*), Nova Odessa(*), Paulínia(*), Piracicaba(*), Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara D’Oeste, Santa Maria da Serra, São Pedro e Sumaré.
Corumbataí Analândia, Charqueada(*), Cordeirópolis(*), Corumbataí, Ipeúna, Iracemápolis(*), Itirapina, Piracicaba(*), Rio Claro, Santa Gertrudes e São Pedro.
Jaguari Americana(*), Amparo(*), Artur Nogueira, Bragança Paulista(*), Camanducaia(*), Campinas(*), Cordeirópolis(*), Cosmópolis(*), Extrema(*), Holambra(*), Itapeva, Jaguariúna(*), Joanópolis, Limeira, Morungaba(*), Nova Odessa(*), Paulínia(*), Pedra Bela(*), Pedreira(*), Pinhalzinho(*), Piracaia(*), Santo Antonio de Posse(*), Tuiuti(*) e Vargem.
Camanducaia Amparo(*), Extrema(*), Holambra(*), Jaguariúna(*), Monte Alegre do Sul, Pedra Bela(*), Pedreira(*), Pinhalzinho(*), Santo Antonio de Posse(*), Toledo e Tuiuti(*).
Atibaia Americana(*), Atibaia, Bragança Paulista(*), Camanducaia(*), Campinas(*), Campo Limpo Paulista, Cosmópolis(*), Extrema(*), Itatiba, Jaguariúna(*), Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Louveira, Morungaba(*), Nazaré Paulista, Nova Odessa(*), Paulínia(*), Piracaia(*), Valinhos e Vinhedo.
Fonte: Relatório de Situação 2002-2003, Irrigart Eng. e Cons. em Rec. Hid. e Meio Ambiente, 2005. (*) – Municípios localizados em mais de uma bacia.
Quadro 4.2.1 – Municípios situados na bacia do rio Piracicaba.
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4.2.1. Demanda / Disponibilidade de Água. 4.2.1.1. Águas superficiais
Segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das bacias hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2002 – 2003, elaborado pela empresa Irrigart Eng.
e Consultoria em Rec. Hídricos e Meio Ambiente Ltda., o clima da região abrangida
pela bacia é do tipo quente, temperado e chuvoso.
Segundo a classificação Köppen, o clima é definido em função da temperatura, da
precipitação e da distribuição dos valores de temperatura e precipitação nas estações
do ano, sendo classificados da seguinte forma:
1ª letra: A = Clima quente e úmido B = Clima árido ou semi-árido C = Clima subtropical ou temperado 2ª letra: f = sempre úmido m = monçônico (com pequena estação seca) w = chuvas de verão 3ª letra: h = quente a = verões quentes b = verões brandos
O clima na bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí é classificado como do tipo Cfb,
Cfa e Cwa e de acordo com a classificação de Köppe, adaptada para o Brasil tem as
seguintes características:
• Cfb – subtropical, com chuvas bem distribuídas e verões brandos. Pluviosidade média de 1500 mm/ano e chuvas bem distribuídas.
• Cfa – subtropical, com chuvas bem distribuídas e verões rigorosos. O regime de temperaturas apresenta-se entre 17 ºC e 19 ºC.
• Cwa – tropical de altitude, com chuvas de verão e verões rigorosos. As temperaturas variam entre 19 ºC e 27 ºC.
Verifica-se a ocorrência de chuvas intensas nos meses de outubro a abril e estiagem
entre maio e setembro, com índices pluviométricos médios variando entre 1.200 e
1.800 mm anuais.
As vazões verificadas na bacia do rio Piracicaba encontram-se demonstradas na tabela
4.2.1.1.1, que demonstra as vazões Qm, Q1,10, Q7,10 e Q95, que representam a vazão
média de longo período, a vazão mínima de 1 mês consecutivo e período de retorno de
10 anos, a vazão mínima de 7 dias consecutivos e período de retorno de 10 anos e a
vazão com tempo de permanência superior ou igual a 95%.
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Tabela 4.2.1.1.1 – Vazões das sub-bacias do rio Piracicaba.
Vazões (m3/s) Sub-bacia Qm Q1,10 Q7,10 Q95
Piracicaba 36,53 10,20 8,16 13,26 Corumbataí 21,04 5,89 4,70 7,64
Jaguari 40,81 12,86 10,29 15,35 Camanducaia 14,67 4,49 3,59 5,33
Atibaia 31,27 11,27 9,01 13,57 Piracicaba 144,32 44,71 35,76 55,14
Total – PCJ 166,70 50,95 40,44 63,25 Fonte: Relatório de Situação 2002-2003, Irrigart Eng. e Cons. em Rec. Hid. e Meio Ambiente, 2005.
As demandas constantes no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das bacias
hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2002 – 2003 são apresentadas na
tabela 4.2.1.1.2.
Tabela 4.2.1.1.2 – Demandas das sub-bacias do rio Piracicaba de acordo com o uso.
Usos Sub-bacia Urbano Industrial Rural Outros
Total %
Piracicaba 2,694 4,355 1,673 0,057 8,779 21,24 Corumbataí 2,506 0,696 0,733 0,061 3,996 9,67
Jaguari 2,602 3,359 1,258 0,012 7,230 17,49 Camanducaia 0,293 0,110 0,602 0,007 1,011 2,45
Atibaia 5,512 3,009 1,590 0,011 10,123 24,49
Total - PCJ 17,367 14,559 9,117 0,288 41,331 - Fonte: Relatório de Situação 2002-2003, Irrigart Eng. e Cons. em Rec. Hid