Post on 11-Mar-2021
RESIDÊNCIAS - 1 PVTO
RUA PRINCIPAL (TERRA)
PRAÇA CENTRAL CANUDOS VELHO
MUSEU POPULARIGREJA
VEREDASMEMÓRIA E RESILIÊNCIA | CANUDOS-BA
A memória coletiva de um povo é construída também pelo seu patrimônio histórico e quando suprimido pela destruição ou não-preservação, acarreta em um prejuízo identitário imensurável. A perda das particularidades e das singularidades são fenômenos recorrentes entre lugares de interesse histórico, o que priva as gerações passadas de vivenciarem memórias e as futuras da sua própria origem.
Canudos, no interior da Bahia, representa a resistência nordestina diante da hostilidade ambiental, desigualdade social e autoritarismo do Estado. Após diversas tentativas de apagamento histórico, resistiu a um massacre e posteriormente a um alagamento para a construção de um açude. Hoje, às margens de Canudos Velho, estão os descendentes do povo que lutou com Antônio Conselheiro e suas ruínas parcialmente submersas.
O trabalho é uma proposta projetual de um conjunto de intervenções simbólicas de resgate histórico e promoção cultural na região de Canudos Velho. Sua concepção é fundamentada em conceitos de patrimônio, memória coletiva e permacultura. Utiliza-se como referências Françoise Choay, Maurice Halbwachs, Pollak, Bill Mollison e David Holmgren, além de obras literárias/ artísticas e autores como Ariano Suassuna, Juraci Dórea, Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, entre outros.
O objetivo do projeto é questionar o histórico abandono da região e as diversas tentativas de destruição e apagamento do povo e do patrimônio local, além de evidenciar a resistência, a cultura e a história, através de uma proposta arquitetônica simbólica e sustentável, que contribua para o resgate da memória coletiva e sirva de infraestrutura de apoio comunitário, interação social e engajamento coletivo.
O PROCESSO
Nasce da necessidade de voltar-se antropologicamente ao sertão nordestino, partindo de uma longa incursão com vivências locais, registros fotográficos, depoimentos da população, diagnósticos e desenvolvimento das propostas baseadas nos anseios populares e na viabilidade de execução com materiais, técnicas e mão de obra locais.
CONCEITO
Em analogia à obra de Guimarães Rosa, parte-se da possibilidade de haver no Grande Sertão duro e desigual, Veredas como vazios alternativos possíveis. Constitui-se, portanto, como espaços de resiliência engajados com o Genius Loci - Espírito do Lugar- evidenciando a memória, o vernacular e o autóctone. Pretende-se uma integração entre o patrimônio remanescente e as intervenções propostas, respeitando a cultura e a memória coletiva, em equilíbrio com as questões ambientais e patrimoniais.
01/05
Separação
Museu x Igreja
Fluxo simbólico (circuito)
Separação dos volumes
Elevação (monumentalidade)
Canudos 1
Canudos 2
Canudos 3
Canudos 1
Canudos 2
Canudos 3
Estrutura
[Madeiras Locais]
Água
[Captar + Reaproveitar]
Cobertura
[Telha colonial cerâmica]
Estrutura/ Vedação
[Tijolos de demolição]
Vedação
[Tijolos de adobe]
Madeiras regionais: Pereiro, Umburana, Angico, Barauna
e Aroeira.
Madeira local Peles de animaisTecidos e membranas Brises e ripas Madeira local Borracha proteçãoCorrentes ligaçõesBarril plástico
“Nem o fogo nem a água conseguiram apagar nossa história.”Reportagem El País: “Canudos, a cidade do fim do mundo”
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.”Euclides da Cunha. Os Sertões.
N
“Canudos se acabou primeiro por guerra e depois pelas águas. Mas aí foi uma acabação pra nunca mais. A guerra pior foi das águas. Eu frequentei Canudos Velho novo, depois Canudos Velho se acabou [...] A guerra que eu vivi foi essa. A enchente de Canudos. Ave Maria.”Transcrição documentário “Sobreviventes: filhos da guerra de Canudos”
NCHEGADA CENTRO
CAMINHO RUÍNAS
Fig. 1: Esquerda para a direita: entrada do vilarejo, praça central, igrejinha central, trajetos, açude, e ruínas em época de seca. Canudos Velho. O autor.
Fig. 2: Mapa: Localização de Canudos no interior da Bahia. Stamen Maps.
Fig. 3: Esquema ilustrativo da praça central do vilarejo de Canudos Velho em vista superior. Sem escala.
Fig. 4: Proposta de requalificação da praça central de Canudos Velho, conjunto com galeria e centro comunitário. Fig. 5: Proposta de intervenções de apoio nos caminhos do vilarejo de Canudos Velho. Fig. 6: Proposta de novos acessos flutuantes às ruínas de Canudos Velho em tempos de cheia.
Trincheira
1863 – Antônio Conselheiro inicia sua peregrinação pelo sertão da Bahia. Foram quase 30 anos de andanças e, por onde passou, restaurou igrejas, cemitérios e açudes.
CANUDOS 1
CANUDOS 2
CANUDOS 3
Do bem comunitário à guerra
Da ressurreição ao afogamento
Do nome apenas
Fig. 7: Desenho do antigo Vilarejo de Canudos.
Fig. 8: Ruínas de Igreja da Segunda Canudos.
Fig. 9: Atual cidade de Canudos. O autor.
1893 – Conselheiro chega a Canudos e lidera o arraial que se torna rapidamente a segunda maior cidade da Bahia, com 25 mil habitantes organizados em prol do bem comunitário e contra certos valores republicanos;
1896 – Teve início, no governo de Prudente de Moraes, a Guerra entre o Exército Brasileiro e os integrantes do movimento popular liderado por Conselheiro;
1897 – Na quarta incursão o massacre é consolidado, morre Antônio Conselheiro e Canudos é derrotada.
1897 – Os sobreviventes da guerra migram para as redondezas e reerguem-se, definindo o que posteriormente seria chamada Segunda Canudos;
1920 – Fenômeno do banditismo social com o cangaço e o bando de Lampião;
1930 – Surgimento da estrada transnordestina, atual BR 116;
1940 – Após visita do presidente Getúlio Vargas, decidiu-se construir um açude no local do vilarejo;
1950 – Avançam as obras de construção da barragem que inundou o vilarejo e os habitantes partem para outras localidades, principalmente, Bendegó, Uauá, Euclides da Cunha e Feira de Santana;
1969 – Com o término das obras, o local onde ficava Canudos desapareceu sob as águas do açude. Um pequena comunidade se formou às margens (Canudos Velho).
1985 – O vilarejo de Cocorobó tornou-se município e, aproveitando a fama do nome, foi batizada de Canudos, tornando-se assim a terceira cidade com este nome;
1994 – A partir desse ano, em épocas de seca severa, as ruínas da Segunda Canudos podem ser vistas.
1997 – A pedido do então deputado Inácio Arruda (PCdoB/ CE), solicitou-se o tombamento da região. O IPHAN considerou que seria necessário outros instrumentos, devendo o local se tornar uma Paisagem Cultural brasileira.
CANUDOS
N
SERTÃO NORDESTINO
TRÊS VEZES CANUDOS | Cronologia dos fatos
CANUDOS 2(CANUDOS VELHO)
CANUDOS 2(SUBMERSA)
B
CD
CANUDOS 1(GUERRA)
A
CANUDOS 3(GENÉRICA)
N
250 0 250 500m
Fig. 10: Imagem de satélite da região de Canudos. Google Earth.
Memorial Antônio Conselheiro Parque Estadual de Canudos
PATRIMÔNIO OFICIAL
BA
Figura 1
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o. O autor.
Figura 16: Entrada do Parque Estadual. O autor.
C Museu mantido pela populaçãoRuínas da Segunda Canudos
PATRIMÔNIO CLANDESTINOD
Figura
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Figura 18: Museu popular na Praca Canudos Velho. O autor.
RUÍNAS | CANUDOS SUBMERSA
C1
C2
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N
C1: Igreja de Santo Antônio
C2: Igreja Velha
C3: Igreja Nova
C4: Cemitério da Segunda Canudos
50 0 50 100m
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PRAÇA CENTRAL | CANUDOS VELHO
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MEMÓRIA
INFRAESTRUTURA
+
TERRITÓRIO DE CANUDOS
Do Grande Sertão duro e desigual nascem as Veredas como vazios
alternativos possíveis.
GRANDE SERTÃO
VEREDASSurgem como espaços de
resiliência engajados com o Genius Loci - Espírito do Lugar-
evidenciando a memória, o vernacular e o autóctone.
CONCEITO
02/05
Separação
Museu x Igreja
Fluxo simbólico (circuito)
Separação dos volumes
Elevação (monumentalidade)
Canudos 1
Canudos 2
Canudos 3
Canudos 1
Canudos 2
Canudos 3
Com técnicas e materiais locais e inserido em uma praça requalificada, o conjunto volta-se ao monumento de Antônio Conselheiro e abraça o Museu Popular existente, evidenciando o patrimônio. Inicia-se uma separação simbólica e representativa entre o Museu Popular e a Igreja, indicando um fluxo em sentido também simbólico com elementos que remetam aos 3 momentos de Canudos e que sejam espaços comunitários. No primeiro espaço, adentra-se por trincheiras de pedra que elevam-se até submergir na galeria austera feita em blocos de demolição e com um rasgo superior que ilumina o ambiente, remetendo ao momento da Guerra, com nichos demolidos para exposições e artefatos históricos; o segundo espaço é de transição, uma ponte sobre um espelho d’água com nível variável naturalmente, abastecido por captação pluvial e remetendo ao alagamento da Segunda Canudos; o terceiro espaço é o Centro Comunitário, em estrutura de madeira e paredes de adobe, representando uma atual Canudos de cultura e coletividade, composto por salão de comércios locais, espaço multiuso, mezanino-palco e varanda com mirante e espaço de expansão. Um conjunto que visa ao resgate da memória, preservação do patrimônio, estrutura de apoio à população e engajamento coletivo.
GALERIA E CENTRO COMUNITÁRO | PRAÇA CANUDOS VELHO
Estrutura
[Madeiras Locais]
Água
[Captar + Reaproveitar]
Cobertura
[Telha colonial cerâmica]
Estrutura/ Vedação
[Tijolos de demolição]
Vedação
[Tijolos de adobe]
Madeiras regionais: Pereiro, Umburana, Angico, Barauna
e Aroeira.
Trincheira
ÁREA DEINTERVENÇÃO
1341,2m²
SITUAÇÃOEsc 1:750
CENTROCANUDOS VELHO
VENTOPREDOMINANTE
03/05
Fig. 19: Vista frotal da praça com o conjunto proposto ao fundo.
Fig. 20: Perspectiva superior da praça com vista do mezanino do conjunto proposto.
Fig. 21: Ponte sobre espelho d’água de captação ligando a Galeria (direita) ao Centro Comunitário (esquerda).
Fig. 22: Varanda ao fundo do Centro Comunitário. Espaço de expansão e mirante.
Fig. 23: Espaço multiuso do Centro Comunitário. Fig. 24: Espaço comercial do Centro Comunitário. Fig. 25: Galeria e representação da primeira Canudos da guerra.
12
34
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+0,45 +0,45
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h=1,00m
h=1,00m
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VARANDA 01CIRC.
MEZANINO
VARANDA 02
h=0,6m
0,00+0,45+0,45
h=1,00m
h=1,00m
3.00
0.10
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2000L2000L
GALERIA
CORTE CC’Esc 1:100
Foram utilizadas diversas estratégias bioclimáticas para explorar o potencial dos materiais e trazer maior conforto diante das condicionantes climáticas locais. Inércia térmica (adobe e tijolos de demolição); Porosidade (telhas e argila expandida sobre laje); Resfriamento evaporativo (espelho d’água de água captada); Proteções solares (beirais); Efeito Chaminé (shed e lanternim); Iluminação zenital e aberturas laterais altas.
ESTRUTURA DE MADEIRAESCADA SERVIÇO
ALVENARIA DE PEDRA
TIJOLOS DE DEMOLIÇÃO
TELHADO CERÂMICO
ESTRUTURADE MADEIRA
PAREDESDE ADOBE
CONCRETOCICLÓPICO
TELHADOCERÂMICO
TIJOLOS DEDEMOLIÇÃO
ALVENARIADE PEDRA
ESCADASERVIÇO
ELEVAÇÃO LESTEEsc 1:100
CENTROCOMUNITÁRIO
238m² GALERIA67,9m²
IGREJAEXISTENTE
~75m²
MUSEUEXIST.~8,3m²
ESTÁTUACONSELHEIRO
CRUZ
CISTERNA ÁGUA PLUVIAL
ACESSOCIRCUITO
ACESSOCENTRO
+0.15
+0.05 +0.05
+0.05
+0.05
+0.05
I=8%
RUA PRINCIPAL
+0,45
PONTE8,3m² FOSSA SÉPTICA
SUMIDOURO
22.0
913
.08
7.67 4.04 14.66 3.94 10.23
7.68
18.20 2.75 9.30
2.85 6.15 2.26 2.26 2.60 3.41 0.40
s
4.002.50 3.00
13.7
9
+0.05
0.00
ESPELHO D'ÁGUA DECAPTAÇÃO PLUVIAL
0.00
LAJOTA CERÂMICA CHÃO DE TERRACALÇAMENTODE CONCRETO
Sobe
21
Sobe
21
IMPLANTAÇÃOEsc 1:250
N
100x210
+0,45
MULTIUSO53m²
B'B
Elevação Leste
234567
89101112131415
1Sobe
A A'
+0,45
+0,45
Sobe
MUSEU~6,6m²
+0,45
COMÉRCIO46,6m²
0,00
GALERIA52m²
VARANDA 139,7m²
VARANDA 268,5m²
+0,45
PONTE8,3m²
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Sobe
Sobe
0.00
CIRC.19,4m²
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BHO2,7m²
+0,43
BHO2,7m²
C'
C
100x210
100x210 100x210 100x210 100x210
100x210100x210
100x
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80x2
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150x
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290
x50/
162
150x210
80x2
1080
x210
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0.20
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0.20
0.80
0.20
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7.20
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18.20
PROJ. MEZANINO PROJ. MEZANINO
PROJ. TELHADO
2.00
0.60
1.50
0.60
2.00
0.30 8.40 0.602.75
2.10
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E. D'ÁGUA19m²
0.30
6.70
0.30
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3.50
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1.80
80x190
PLANTA BAIXA | PAVIMENTO 1Esc 1:100
N
PRAÇA
RequalificaçãoMobiliário
Comunitário
PLATAFORMAS RUÍNAS
VisibilizarRecriar acessos
ContemplarPreservar
ESPAÇO CANUDOS 1
MemóriaExposiçõesSimbolismoResistência
GUERRA
ESTRUTURAS DINÂMICAS
ReplicávelAdaptativo
EstávelSombreamento
mobiliário
MultiusoEncontros
CulturaLazer
Oficinas
ArtesanatoGastronomia
ComércioApoio
ATIVIDADE, CULTURA E COLETIVIDADE
ESPAÇOS CANUDOS 3 ESPAÇO CANUDOS 2
ALAGAMENTO
TransiçãoPassagem
Espelho d’água
entradatrincheira
CORTE AA’Esc 1:100
0,00+0,45 +0,43 +0,45 +0,45
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1.40
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0.35
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GALERIA BHO COMÉRCIO MULTIUSOPONTE
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+3,11
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2.66
0.45
6.00
2.88
2.60
1.54
4.14
h=1,00m
h=1,00m
+0,45
VARANDA 01CIRC.
MEZANINO
VARANDA 02
h=0,6m
0,00+0,45+0,45
h=1,00m
h=1,00m
3.00
0.10
2.00
2000L2000L
GALERIA
CORTE BB’Esc 1:100
MUSEU
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Fig. 27: Perspectiva oeste do conjunto. Maquete física em papel couro e cortiça, escala 1:75.
Fig. 28: Perspectiva leste do conjunto. Maquete física em papel couro e cortiça, escala 1:75.
Fig. 29: Detalhes do conjunto proposto. Maquete física 1:75.
Fig. 26: Esquema com fluxograma de propostas e intenções.
Em meio à aridez e ao calor do sertão, os trajetos tornam-se exaustivos. Partindo disso, propõe-se estruturas de apoio que, associadas em diversos arranjos, conciliem sombreamento e mobiliário e adaptem-se aos vazios dos percursos do vilarejo. De modo replicável, com diferentes possibilidades de combinações e estáveis em qualquer terreno, possuem baixo custo e facilidade de execução com madeiras e outros materiais locais. O tripé proporciona estabilidade contra as forças no sentido para baixo, as forças horizontais e os momentos em relação ao eixo vertical. As dimensões podem ser variáveis conforme a necessidade e tamanho das peças disponíveis e a fixação das peças permite parafusamento ou amarração com cordas. Com forte influência da estética de Juraci Dórea e da dinamicidade e interatividade da obra Os Bichos de Lygia Clark, as estruturas enveredam-se pelo sertão, ocupando vazios, amenizando distâncias e gerando resiliência.
ESTRUTURAS DINÂMICAS DE APOIO | TRAJETOSAs ruínas da Segunda Canudos, cidade que foi alagada, em certos períodos de cheia ficam parcialmente submersas tornando-se inacessíveis e distanciando-se dos moradores e visitantes. Para criar maior vínculo e diminuir essa distância, propõe-se recriar os acessos em sua volta, através de plataformas flutuantes associadas que se adaptem às variações de nível do açude. Os decks em madeira local possuem aproximadamente 3,5m x 4,5m, são apoiados em tonéis reaproveitados e o conjunto é associado por correntes. Além disso, utiliza-se tiras de pneus nas laterais para evitar degradação por atrito e amortecer choques mecânicos. Busca-se evidenciar a história gerando aproximação e contemplação sem agredir o meio ambiente e preservando o patrimônio.
PLATAFORMAS FLUTUANTES | RUÍNAS CANUDOS SUBMERSA
Peças de madeira local Peles de animaisTecidos e membranas Brises e ripas
MEMBRANA BANCO PELES BRISES TECIDOSREDE
Peças de madeira local Dispensa fundaçõesTiras Borracha proteçãoCorrentes ligações Barril plástico usado
05/05
Fig. 30: Estruturas dinâmicas de apoio
(sombreamento e repouso) nos caminhos do vilarejo de
Canudos Velho.
Fig. 31: Conjunto de intervenções: estruturas de apoio às margens (esquerda) e plataformas flutuantes ao redor das ruínas parcialmente submersas (direita).
Fig. 32: Plataformas flutuantes ao redor das ruínas parcialmente submersas. Fig. 33: Estruturas dinâmicas de apoio (sombreamento e repouso) nos caminhos do vilarejo de Canudos Velho.
Fig. 34: Esquemas e materiais das
plataformas flutuantes.
Fig. 36: Esquemas e materiais das estruturas dinâmicas.
Fig. 35: Estruturas dinâmicas com diversos arranjos. Maquete física em palitos de madeira, escala 1:50.