VEREDAS...GRANDE SERTÃO VEREDAS Surgem como espaços de resiliência engajados com o Genius Loci -...

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RESIDÊNCIAS - 1 PVTO RUA PRINCIPAL (TERRA) PRAÇA CENTRAL CANUDOS VELHO MUSEU POPULAR IGREJA VEREDAS MEMÓRIA E RESILIÊNCIA | CANUDOS-BA A memória coletiva de um povo é construída também pelo seu patrimônio histórico e quando suprimido pela destruição ou não- preservação, acarreta em um prejuízo identitário imensurável. A perda das particularidades e das singularidades são fenômenos recorrentes entre lugares de interesse histórico, o que priva as gerações passadas de vivenciarem memórias e as futuras da sua própria origem. Canudos, no interior da Bahia, representa a resistência nordestina diante da hostilidade ambiental, desigualdade social e autoritarismo do Estado. Após diversas tentativas de apagamento histórico, resistiu a um massacre e posteriormente a um alagamento para a construção de um açude. Hoje, às margens de Canudos Velho, estão os descendentes do povo que lutou com Antônio Conselheiro e suas ruínas parcialmente submersas. O trabalho é uma proposta projetual de um conjunto de intervenções simbólicas de resgate histórico e promoção cultural na região de Canudos Velho. Sua concepção é fundamentada em conceitos de patrimônio, memória coletiva e permacultura. Utiliza- se como referências Françoise Choay, Maurice Halbwachs, Pollak, Bill Mollison e David Holmgren, além de obras literárias/ artísticas e autores como Ariano Suassuna, Juraci Dórea, Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, entre outros. O objetivo do projeto é questionar o histórico abandono da região e as diversas tentativas de destruição e apagamento do povo e do patrimônio local, além de evidenciar a resistência, a cultura e a história, através de uma proposta arquitetônica simbólica e sustentável, que contribua para o resgate da memória coletiva e sirva de infraestrutura de apoio comunitário, interação social e engajamento coletivo. O PROCESSO Nasce da necessidade de voltar-se antropologicamente ao sertão nordestino, partindo de uma longa incursão com vivências locais, registros fotográficos, depoimentos da população, diagnósticos e desenvolvimento das propostas baseadas nos anseios populares e na viabilidade de execução com materiais, técnicas e mão de obra locais. CONCEITO Em analogia à obra de Guimarães Rosa, parte-se da possibilidade de haver no Grande Sertão duro e desigual, Veredas como vazios alternativos possíveis. Constitui-se, portanto, como espaços de resiliência engajados com o Genius Loci - Espírito do Lugar- evidenciando a memória, o vernacular e o autóctone. Pretende-se uma integração entre o patrimônio remanescente e as intervenções propostas, respeitando a cultura e a memória coletiva, em equilíbrio com as questões ambientais e patrimoniais. 01/05 Separação Museu x Igreja Fluxo simbólico (circuito) Separação dos volumes Elevação (monumentalidade) Canudos 1 Canudos 2 Canudos 3 Canudos 1 Canudos 2 Canudos 3 Estrutura [Madeiras Locais] Água [Captar + Reaproveitar] Cobertura [Telha colonial cerâmica] Estrutura/ Vedação [Tijolos de demolição] Vedação [Tijolos de adobe] Madeiras regionais: Pereiro, Umburana, Angico, Barauna e Aroeira. Madeira local Peles de animais Tecidos e membranas Brises e ripas Madeira local Borracha proteção Correntes ligações Barril plástico Nem o fogo nem a água conseguiram apagar nossa história.” Reportagem El País: “Canudos, a cidade do fim do mundo” O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” Euclides da Cunha. Os Sertões. N Canudos se acabou primeiro por guerra e depois pelas águas. Mas aí foi uma acabação pra nunca mais. A guerra pior foi das águas. Eu frequentei Canudos Velho novo, depois Canudos Velho se acabou [...] A guerra que eu vivi foi essa. A enchente de Canudos. Ave Maria.” Transcrição documentário “Sobreviventes: filhos da guerra de Canudos” N CHEGADA CENTRO CAMINHO RUÍNAS Fig. 1: Esquerda para a direita: entrada do vilarejo, praça central, igrejinha central, trajetos, açude, e ruínas em época de seca. Canudos Velho. O autor. Fig. 2: Mapa: Localização de Canudos no interior da Bahia. Stamen Maps. Fig. 3: Esquema ilustrativo da praça central do vilarejo de Canudos Velho em vista superior. Sem escala. Fig. 4: Proposta de requalificação da praça central de Canudos Velho, conjunto com galeria e centro comunitário. Fig. 5: Proposta de intervenções de apoio nos caminhos do vilarejo de Canudos Velho. Fig. 6: Proposta de novos acessos flutuantes às ruínas de Canudos Velho em tempos de cheia. Trincheira

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RESIDÊNCIAS - 1 PVTO

RUA PRINCIPAL (TERRA)

PRAÇA CENTRAL CANUDOS VELHO

MUSEU POPULARIGREJA

VEREDASMEMÓRIA E RESILIÊNCIA | CANUDOS-BA

A memória coletiva de um povo é construída também pelo seu patrimônio histórico e quando suprimido pela destruição ou não-preservação, acarreta em um prejuízo identitário imensurável. A perda das particularidades e das singularidades são fenômenos recorrentes entre lugares de interesse histórico, o que priva as gerações passadas de vivenciarem memórias e as futuras da sua própria origem.

Canudos, no interior da Bahia, representa a resistência nordestina diante da hostilidade ambiental, desigualdade social e autoritarismo do Estado. Após diversas tentativas de apagamento histórico, resistiu a um massacre e posteriormente a um alagamento para a construção de um açude. Hoje, às margens de Canudos Velho, estão os descendentes do povo que lutou com Antônio Conselheiro e suas ruínas parcialmente submersas.

O trabalho é uma proposta projetual de um conjunto de intervenções simbólicas de resgate histórico e promoção cultural na região de Canudos Velho. Sua concepção é fundamentada em conceitos de patrimônio, memória coletiva e permacultura. Utiliza-se como referências Françoise Choay, Maurice Halbwachs, Pollak, Bill Mollison e David Holmgren, além de obras literárias/ artísticas e autores como Ariano Suassuna, Juraci Dórea, Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, entre outros.

O objetivo do projeto é questionar o histórico abandono da região e as diversas tentativas de destruição e apagamento do povo e do patrimônio local, além de evidenciar a resistência, a cultura e a história, através de uma proposta arquitetônica simbólica e sustentável, que contribua para o resgate da memória coletiva e sirva de infraestrutura de apoio comunitário, interação social e engajamento coletivo.

O PROCESSO

Nasce da necessidade de voltar-se antropologicamente ao sertão nordestino, partindo de uma longa incursão com vivências locais, registros fotográficos, depoimentos da população, diagnósticos e desenvolvimento das propostas baseadas nos anseios populares e na viabilidade de execução com materiais, técnicas e mão de obra locais.

CONCEITO

Em analogia à obra de Guimarães Rosa, parte-se da possibilidade de haver no Grande Sertão duro e desigual, Veredas como vazios alternativos possíveis. Constitui-se, portanto, como espaços de resiliência engajados com o Genius Loci - Espírito do Lugar- evidenciando a memória, o vernacular e o autóctone. Pretende-se uma integração entre o patrimônio remanescente e as intervenções propostas, respeitando a cultura e a memória coletiva, em equilíbrio com as questões ambientais e patrimoniais.

01/05

Separação

Museu x Igreja

Fluxo simbólico (circuito)

Separação dos volumes

Elevação (monumentalidade)

Canudos 1

Canudos 2

Canudos 3

Canudos 1

Canudos 2

Canudos 3

Estrutura

[Madeiras Locais]

Água

[Captar + Reaproveitar]

Cobertura

[Telha colonial cerâmica]

Estrutura/ Vedação

[Tijolos de demolição]

Vedação

[Tijolos de adobe]

Madeiras regionais: Pereiro, Umburana, Angico, Barauna

e Aroeira.

Madeira local Peles de animaisTecidos e membranas Brises e ripas Madeira local Borracha proteçãoCorrentes ligaçõesBarril plástico

“Nem o fogo nem a água conseguiram apagar nossa história.”Reportagem El País: “Canudos, a cidade do fim do mundo”

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.”Euclides da Cunha. Os Sertões.

N

“Canudos se acabou primeiro por guerra e depois pelas águas. Mas aí foi uma acabação pra nunca mais. A guerra pior foi das águas. Eu frequentei Canudos Velho novo, depois Canudos Velho se acabou [...] A guerra que eu vivi foi essa. A enchente de Canudos. Ave Maria.”Transcrição documentário “Sobreviventes: filhos da guerra de Canudos”

NCHEGADA CENTRO

CAMINHO RUÍNAS

Fig. 1: Esquerda para a direita: entrada do vilarejo, praça central, igrejinha central, trajetos, açude, e ruínas em época de seca. Canudos Velho. O autor.

Fig. 2: Mapa: Localização de Canudos no interior da Bahia. Stamen Maps.

Fig. 3: Esquema ilustrativo da praça central do vilarejo de Canudos Velho em vista superior. Sem escala.

Fig. 4: Proposta de requalificação da praça central de Canudos Velho, conjunto com galeria e centro comunitário. Fig. 5: Proposta de intervenções de apoio nos caminhos do vilarejo de Canudos Velho. Fig. 6: Proposta de novos acessos flutuantes às ruínas de Canudos Velho em tempos de cheia.

Trincheira

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1863 – Antônio Conselheiro inicia sua peregrinação pelo sertão da Bahia. Foram quase 30 anos de andanças e, por onde passou, restaurou igrejas, cemitérios e açudes.

CANUDOS 1

CANUDOS 2

CANUDOS 3

Do bem comunitário à guerra

Da ressurreição ao afogamento

Do nome apenas

Fig. 7: Desenho do antigo Vilarejo de Canudos.

Fig. 8: Ruínas de Igreja da Segunda Canudos.

Fig. 9: Atual cidade de Canudos. O autor.

1893 – Conselheiro chega a Canudos e lidera o arraial que se torna rapidamente a segunda maior cidade da Bahia, com 25 mil habitantes organizados em prol do bem comunitário e contra certos valores republicanos;

1896 – Teve início, no governo de Prudente de Moraes, a Guerra entre o Exército Brasileiro e os integrantes do movimento popular liderado por Conselheiro;

1897 – Na quarta incursão o massacre é consolidado, morre Antônio Conselheiro e Canudos é derrotada.

1897 – Os sobreviventes da guerra migram para as redondezas e reerguem-se, definindo o que posteriormente seria chamada Segunda Canudos;

1920 – Fenômeno do banditismo social com o cangaço e o bando de Lampião;

1930 – Surgimento da estrada transnordestina, atual BR 116;

1940 – Após visita do presidente Getúlio Vargas, decidiu-se construir um açude no local do vilarejo;

1950 – Avançam as obras de construção da barragem que inundou o vilarejo e os habitantes partem para outras localidades, principalmente, Bendegó, Uauá, Euclides da Cunha e Feira de Santana;

1969 – Com o término das obras, o local onde ficava Canudos desapareceu sob as águas do açude. Um pequena comunidade se formou às margens (Canudos Velho).

1985 – O vilarejo de Cocorobó tornou-se município e, aproveitando a fama do nome, foi batizada de Canudos, tornando-se assim a terceira cidade com este nome;

1994 – A partir desse ano, em épocas de seca severa, as ruínas da Segunda Canudos podem ser vistas.

1997 – A pedido do então deputado Inácio Arruda (PCdoB/ CE), solicitou-se o tombamento da região. O IPHAN considerou que seria necessário outros instrumentos, devendo o local se tornar uma Paisagem Cultural brasileira.

CANUDOS

N

SERTÃO NORDESTINO

TRÊS VEZES CANUDOS | Cronologia dos fatos

CANUDOS 2(CANUDOS VELHO)

CANUDOS 2(SUBMERSA)

B

CD

CANUDOS 1(GUERRA)

A

CANUDOS 3(GENÉRICA)

N

250 0 250 500m

Fig. 10: Imagem de satélite da região de Canudos. Google Earth.

Memorial Antônio Conselheiro Parque Estadual de Canudos

PATRIMÔNIO OFICIAL

BA

Figura 1

5: M

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o. O autor.

Figura 16: Entrada do Parque Estadual. O autor.

C Museu mantido pela populaçãoRuínas da Segunda Canudos

PATRIMÔNIO CLANDESTINOD

Figura

17:

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Figura 18: Museu popular na Praca Canudos Velho. O autor.

RUÍNAS | CANUDOS SUBMERSA

C1

C2

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N

C1: Igreja de Santo Antônio

C2: Igreja Velha

C3: Igreja Nova

C4: Cemitério da Segunda Canudos

50 0 50 100m

Figu

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14:

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PRAÇA CENTRAL | CANUDOS VELHO

N

50 0 50 100m

Fig.

11:

Imag

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Fig.

12:

Pra

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.

MEMÓRIA

INFRAESTRUTURA

+

TERRITÓRIO DE CANUDOS

Do Grande Sertão duro e desigual nascem as Veredas como vazios

alternativos possíveis.

GRANDE SERTÃO

VEREDASSurgem como espaços de

resiliência engajados com o Genius Loci - Espírito do Lugar-

evidenciando a memória, o vernacular e o autóctone.

CONCEITO

02/05

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Separação

Museu x Igreja

Fluxo simbólico (circuito)

Separação dos volumes

Elevação (monumentalidade)

Canudos 1

Canudos 2

Canudos 3

Canudos 1

Canudos 2

Canudos 3

Com técnicas e materiais locais e inserido em uma praça requalificada, o conjunto volta-se ao monumento de Antônio Conselheiro e abraça o Museu Popular existente, evidenciando o patrimônio. Inicia-se uma separação simbólica e representativa entre o Museu Popular e a Igreja, indicando um fluxo em sentido também simbólico com elementos que remetam aos 3 momentos de Canudos e que sejam espaços comunitários. No primeiro espaço, adentra-se por trincheiras de pedra que elevam-se até submergir na galeria austera feita em blocos de demolição e com um rasgo superior que ilumina o ambiente, remetendo ao momento da Guerra, com nichos demolidos para exposições e artefatos históricos; o segundo espaço é de transição, uma ponte sobre um espelho d’água com nível variável naturalmente, abastecido por captação pluvial e remetendo ao alagamento da Segunda Canudos; o terceiro espaço é o Centro Comunitário, em estrutura de madeira e paredes de adobe, representando uma atual Canudos de cultura e coletividade, composto por salão de comércios locais, espaço multiuso, mezanino-palco e varanda com mirante e espaço de expansão. Um conjunto que visa ao resgate da memória, preservação do patrimônio, estrutura de apoio à população e engajamento coletivo.

GALERIA E CENTRO COMUNITÁRO | PRAÇA CANUDOS VELHO

Estrutura

[Madeiras Locais]

Água

[Captar + Reaproveitar]

Cobertura

[Telha colonial cerâmica]

Estrutura/ Vedação

[Tijolos de demolição]

Vedação

[Tijolos de adobe]

Madeiras regionais: Pereiro, Umburana, Angico, Barauna

e Aroeira.

Trincheira

ÁREA DEINTERVENÇÃO

1341,2m²

SITUAÇÃOEsc 1:750

CENTROCANUDOS VELHO

VENTOPREDOMINANTE

03/05

Fig. 19: Vista frotal da praça com o conjunto proposto ao fundo.

Fig. 20: Perspectiva superior da praça com vista do mezanino do conjunto proposto.

Fig. 21: Ponte sobre espelho d’água de captação ligando a Galeria (direita) ao Centro Comunitário (esquerda).

Fig. 22: Varanda ao fundo do Centro Comunitário. Espaço de expansão e mirante.

Fig. 23: Espaço multiuso do Centro Comunitário. Fig. 24: Espaço comercial do Centro Comunitário. Fig. 25: Galeria e representação da primeira Canudos da guerra.

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12

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78

910

1112

1314

15

+0,45 +0,45

+3,11

+0,05

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0.45

6.00

2.88

2.60

1.54

4.14

h=1,00m

h=1,00m

+0,45

VARANDA 01CIRC.

MEZANINO

VARANDA 02

h=0,6m

0,00+0,45+0,45

h=1,00m

h=1,00m

3.00

0.10

2.00

2000L2000L

GALERIA

CORTE CC’Esc 1:100

Foram utilizadas diversas estratégias bioclimáticas para explorar o potencial dos materiais e trazer maior conforto diante das condicionantes climáticas locais. Inércia térmica (adobe e tijolos de demolição); Porosidade (telhas e argila expandida sobre laje); Resfriamento evaporativo (espelho d’água de água captada); Proteções solares (beirais); Efeito Chaminé (shed e lanternim); Iluminação zenital e aberturas laterais altas.

ESTRUTURA DE MADEIRAESCADA SERVIÇO

ALVENARIA DE PEDRA

TIJOLOS DE DEMOLIÇÃO

TELHADO CERÂMICO

ESTRUTURADE MADEIRA

PAREDESDE ADOBE

CONCRETOCICLÓPICO

TELHADOCERÂMICO

TIJOLOS DEDEMOLIÇÃO

ALVENARIADE PEDRA

ESCADASERVIÇO

ELEVAÇÃO LESTEEsc 1:100

CENTROCOMUNITÁRIO

238m² GALERIA67,9m²

IGREJAEXISTENTE

~75m²

MUSEUEXIST.~8,3m²

ESTÁTUACONSELHEIRO

CRUZ

CISTERNA ÁGUA PLUVIAL

ACESSOCIRCUITO

ACESSOCENTRO

+0.15

+0.05 +0.05

+0.05

+0.05

+0.05

I=8%

RUA PRINCIPAL

+0,45

PONTE8,3m² FOSSA SÉPTICA

SUMIDOURO

22.0

913

.08

7.67 4.04 14.66 3.94 10.23

7.68

18.20 2.75 9.30

2.85 6.15 2.26 2.26 2.60 3.41 0.40

s

4.002.50 3.00

13.7

9

+0.05

0.00

ESPELHO D'ÁGUA DECAPTAÇÃO PLUVIAL

0.00

LAJOTA CERÂMICA CHÃO DE TERRACALÇAMENTODE CONCRETO

Sobe

21

Sobe

21

IMPLANTAÇÃOEsc 1:250

N

100x210

+0,45

MULTIUSO53m²

B'B

Elevação Leste

234567

89101112131415

1Sobe

A A'

+0,45

+0,45

Sobe

MUSEU~6,6m²

+0,45

COMÉRCIO46,6m²

0,00

GALERIA52m²

VARANDA 139,7m²

VARANDA 268,5m²

+0,45

PONTE8,3m²

2

1

2

1Sobe

Sobe

Sobe

0.00

CIRC.19,4m²

+0,43

BHO2,7m²

+0,43

BHO2,7m²

C'

C

100x210

100x210 100x210 100x210 100x210

100x210100x210

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210

80x2

10

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0.20

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PROJ. MEZANINO PROJ. MEZANINO

PROJ. TELHADO

2.00

0.60

1.50

0.60

2.00

0.30 8.40 0.602.75

2.10

3.00

2.10

-0,20

E. D'ÁGUA19m²

0.30

6.70

0.30

1.65

3.50

1.65

1.80

80x190

PLANTA BAIXA | PAVIMENTO 1Esc 1:100

N

PRAÇA

RequalificaçãoMobiliário

Comunitário

PLATAFORMAS RUÍNAS

VisibilizarRecriar acessos

ContemplarPreservar

ESPAÇO CANUDOS 1

MemóriaExposiçõesSimbolismoResistência

GUERRA

ESTRUTURAS DINÂMICAS

ReplicávelAdaptativo

EstávelSombreamento

mobiliário

MultiusoEncontros

CulturaLazer

Oficinas

ArtesanatoGastronomia

ComércioApoio

ATIVIDADE, CULTURA E COLETIVIDADE

ESPAÇOS CANUDOS 3 ESPAÇO CANUDOS 2

ALAGAMENTO

TransiçãoPassagem

Espelho d’água

entradatrincheira

CORTE AA’Esc 1:100

0,00+0,45 +0,43 +0,45 +0,45

3.20

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2000L

GALERIA BHO COMÉRCIO MULTIUSOPONTE

12

34

56

78

910

1112

1314

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4.14

h=1,00m

h=1,00m

+0,45

VARANDA 01CIRC.

MEZANINO

VARANDA 02

h=0,6m

0,00+0,45+0,45

h=1,00m

h=1,00m

3.00

0.10

2.00

2000L2000L

GALERIA

CORTE BB’Esc 1:100

MUSEU

04/05

Fig. 27: Perspectiva oeste do conjunto. Maquete física em papel couro e cortiça, escala 1:75.

Fig. 28: Perspectiva leste do conjunto. Maquete física em papel couro e cortiça, escala 1:75.

Fig. 29: Detalhes do conjunto proposto. Maquete física 1:75.

Fig. 26: Esquema com fluxograma de propostas e intenções.

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Em meio à aridez e ao calor do sertão, os trajetos tornam-se exaustivos. Partindo disso, propõe-se estruturas de apoio que, associadas em diversos arranjos, conciliem sombreamento e mobiliário e adaptem-se aos vazios dos percursos do vilarejo. De modo replicável, com diferentes possibilidades de combinações e estáveis em qualquer terreno, possuem baixo custo e facilidade de execução com madeiras e outros materiais locais. O tripé proporciona estabilidade contra as forças no sentido para baixo, as forças horizontais e os momentos em relação ao eixo vertical. As dimensões podem ser variáveis conforme a necessidade e tamanho das peças disponíveis e a fixação das peças permite parafusamento ou amarração com cordas. Com forte influência da estética de Juraci Dórea e da dinamicidade e interatividade da obra Os Bichos de Lygia Clark, as estruturas enveredam-se pelo sertão, ocupando vazios, amenizando distâncias e gerando resiliência.

ESTRUTURAS DINÂMICAS DE APOIO | TRAJETOSAs ruínas da Segunda Canudos, cidade que foi alagada, em certos períodos de cheia ficam parcialmente submersas tornando-se inacessíveis e distanciando-se dos moradores e visitantes. Para criar maior vínculo e diminuir essa distância, propõe-se recriar os acessos em sua volta, através de plataformas flutuantes associadas que se adaptem às variações de nível do açude. Os decks em madeira local possuem aproximadamente 3,5m x 4,5m, são apoiados em tonéis reaproveitados e o conjunto é associado por correntes. Além disso, utiliza-se tiras de pneus nas laterais para evitar degradação por atrito e amortecer choques mecânicos. Busca-se evidenciar a história gerando aproximação e contemplação sem agredir o meio ambiente e preservando o patrimônio.

PLATAFORMAS FLUTUANTES | RUÍNAS CANUDOS SUBMERSA

Peças de madeira local Peles de animaisTecidos e membranas Brises e ripas

MEMBRANA BANCO PELES BRISES TECIDOSREDE

Peças de madeira local Dispensa fundaçõesTiras Borracha proteçãoCorrentes ligações Barril plástico usado

05/05

Fig. 30: Estruturas dinâmicas de apoio

(sombreamento e repouso) nos caminhos do vilarejo de

Canudos Velho.

Fig. 31: Conjunto de intervenções: estruturas de apoio às margens (esquerda) e plataformas flutuantes ao redor das ruínas parcialmente submersas (direita).

Fig. 32: Plataformas flutuantes ao redor das ruínas parcialmente submersas. Fig. 33: Estruturas dinâmicas de apoio (sombreamento e repouso) nos caminhos do vilarejo de Canudos Velho.

Fig. 34: Esquemas e materiais das

plataformas flutuantes.

Fig. 36: Esquemas e materiais das estruturas dinâmicas.

Fig. 35: Estruturas dinâmicas com diversos arranjos. Maquete física em palitos de madeira, escala 1:50.