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Andragogia
Dante Mantovani
2012
O que é andragogia?
• Aprendizagem voltada para as características e necessidades de adultos. Do grego:
o andrós = homem
o paidós = criança
o agogo = aquele que conduz, dirige
• Tornar-se adulto: processo iniciado na adolescência e se consolida em geral após o período escolar.
• Definição psicológica do adulto: responsável pela própria vida – autodirigido.
Quais as diferenças?
Pedagogia
• Conteúdo
• Educação
• Conhecimento
• Pré-formatado
Andragogia
• Metodologia
• Aprendizagem
• Crescimento
• Compartilhado
Autodireção – Knowles (2009)
• Nós temos um ritmo natural de crescimento, e a medida que amadurecemos, a pedagogia se torna cada vez menos eficaz como método de aprendizagem.
• Entretanto, ela ainda praticada fora do contexto ideal, reduzindo o ritmo do amadurecimento.
ritmo de crescimento permitido pela cultura
ritmo de crescimento natural
Princípios da Andragogia
6
Malcolm Knowles estruturou 6 princípios da andragogia, que apresentamos a seguir.
Princípios da Andragogia
1
Necessidade do saber
O que é que eu ganho com isto que você quer me ensinar?
Por que preciso?
Princípios da Andragogia
1
Necessidade do saber
O que é que eu ganho com isto que você quer me ensinar?
Por que preciso?
Princípios da Andragogia
2
Autoconceito do participante
Como posso participar?
Posso decidir os meus caminhos?
Princípios da Andragogia
2
Knowles acredita que os adultos entram em situação de aprendizado com o autoconceito de serem autodirigidos e responsáveis. Precisamos ajudá-los a encontrarem suas necessidades e a escolher suas experiências de aprendizado. O facilitador deve evitar que os participantes retomem as lembranças do paradigma professor-aluno
Princípios da Andragogia
3
Papel das experiências
Como isto se relaciona com o que eu já sei?
Eu sou a minha experiência. Use-a!
Princípios da Andragogia
3
Knowles acredita que os adultos trazem consigo uma grande experiência e vontade de participar. Quando conseguem conectar o que estão aprendendo com o que já sabem, o aprendizado se torna relevante e gera influência. O facilitador deve não só considerar como valorizar o que os participantes já trazem em sua experiência de vida.
Princípios da Andragogia
4
Prontidão para aprender
Qual problema vou resolver agora com isto que você quer que eu aprenda?
Posso aplicar à minha realidade hoje?
Princípios da Andragogia
4
Knowles acredita que os adultos tem muita prontidão para aprender algo que pode facilitar a solução dos problemas diários e com as situações que lidam na vida. Quanto mais próximo for a aplicação do aprendizado no dia a dia, mais relevante este será.
Princípios da Andragogia
5
Orientação para aprendizagem
Estou aprendendo matérias ou ganhando ferramentas?
Princípios da Andragogia
5
Knowles acredita que os adultos vão colocar sua energia para aprender algo que eles acreditam que vai resolver um problema ou melhorar seu desempenho em determinada atividade. O facilitador deve encontrar maneiras de relacionar o treinamento com o dia a dia dos participantes, bem como proporcionar momentos de quebra para reenergizar e trocar experiências entre participantes.
Princípios da Andragogia
6
Motivação
Dedicar-me a isto vai resultar em mais satisfação ou melhorar a minha
vida?
Princípios da Andragogia
6
Motivação
Knowles acredita que os adultos respondem mais aos motivadores internos, como autoestima, do que os externos, como salários. O facilitador deve estar atento a situações que podem inibir a motivação para o aprendizado, como o medo de falhar ou a inabilidade de lidar com a mudança positivamente.
Sugestão de aplicação: escreva suas ideias aqui
Questões Estratégias para preparação do programa
Estratégias para facilitação
1. O que é que eu ganho com isto que você quer me ensinar?
2. Como posso participar e decidir os meus caminhos?
3. Como isto se relaciona com o que eu já sei?
4. Qual problema vou resolver agora com isto que você quer que eu aprenda?
5. Estou aprendendo matérias ou ganhando ferramentas?
6. Dedicar-me a isto vai resultar em mais satisfação ou melhorar a minha vida?
Exemplo de preenchimento
Questões Estratégias para preparação Estratégias para facilitação
1. O que é que eu ganho com isto que você quer me ensinar?
Planejar tempo no começo da sessão para falar do propósito, responder questões.
Ligar o conteúdo a rotina de trabalho dos participantes e a possíveis desafios que eles estejam enfrentando
2. Como posso participar e decidir os meus caminhos?
Colocar um painel “idéias brilhantes” para os participantes sugerirem e escreverem.
Enfatizar que as questões são bem vindas.
3. Como isto se relaciona com o que eu já sei?
Planejar tempo para discussões. Acelere se os participantes já tiverem entendido, e repita caso sinta que não aprenderam.
4. Qual problema vou resolver agora com isto que você quer que eu aprenda?
Pesquisar os assuntos que os participantes encontram no trabalho.
Torne-se disponível nos breaks e almoço para conversar e discutir casos particulares.
5. Estou aprendendo matérias ou ganhando ferramentas?
Planeje tempo para a autorreflexão, para que os participantes possam reconhecer seus modelos mentais.
Compartilhe suas próprias experiências sobre por que você precisou aprender o assunto e como utilizou.
6. Dedicar-me a isto vai resultar em mais satisfação ou melhorar a minha vida?
Pesquise sobre pontos da motivação interna. Descubra estórias de carreiras e conheça os planos futuros da organização.
Procure conhecer todos os participantes em oportunidades de conversas individuais para fazer correlações com suas motivações e planos futuros.
Quando não ser “Andragogo”?
1. Os alunos são realmente dependentes (área de conhecimento desconhecida);
2. Os alunos não tem experiência anterior com a área de estudo;
3. Os alunos não compreendem a relevância da área de estudo com os problemas da vida;
4. Precisam acumular conhecimento para atingir determinada performance;
5. Não sentem necessidade interna de aprender.
Bibliografia
• KNOWLES, Malcom S. Aprendizagem de Resultados. Uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. São Paulo: Elsevier, 2009.
• BIECH, Elaine ASTD’s Ultimate train the trainer. EUA, ASTD Press, 2008.
Dante Mantovani dantemantovani@dorseyrocha.com Engenheiro formado pela POLI- USP, com MBA em Gestão de Pessoas e Operações pela Boston College (EUA), Coach por curso credenciado no International Coach Federation (ICF). Professor dos cursos de Pós Graduação em Administração de Empresas e Recursos Humanos pela FIA, FGV e BSP. Atuou por 10 anos como executivo de Recursos Humanos nas empresas Gradiente, Ernst & Young, Grupo CCR onde gerenciou as áreas de desenvolvimento humano e organizacional. Atua como consultor há 3 anos, em projetos de Educação Corporativa, e-learning, Desenvolvimento Gerencial, Processos de Desenvolvimento Organiza-cional e Coaching. Fala inglês fluentemente, e atualmente cursa o 7º semestre de graduação em psicologia.
Sobre o autor