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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
DAIANE OLIVEIRA DA LUZ
ARTIGO /PDE
RELAÇÕES EM CONSTRUÇÃO - ESCOLA E FAMÍLIA
Trabalho de conclusão de atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional. PDE – 2014. Orientadora: Suzete Terezinha Orzechowski
PITANGA – PARANÁ
2015
RELAÇÕES EM CONSTRUÇÃO - ESCOLA E FAMÍLIA
Autora: Daiane de Oliveira da Luz1
Orientadora: Suzete Terezinha Orzechowski2
RESUMO
Este artigo é resultado da aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica dentro do Programa PDE/Pr, aplicado às famílias dos alunos da Escola Estadual Tiradentes, município de Pitanga, no ano de 2015, durante os meses de agosto a outubro. O trabalho realizado teve como objetivo oportunizar a discussão sobre a participação da família na escola, bem como promover a participação da família no ambiente escolar e/ou nas atividades que a escola solicita a presença dos pais. Também traz o resultado da Unidade Didática a qual teve como objetivo principal após a realização dos encontros, estimular os pais à participação efetiva na vida escolar de seus filhos. A metodologia da pesquisa ancora-se na pesquisa-ação e, fundamenta-se bibliograficamente nos seguintes autores: Ackerman (1986), Coleman (1966) e Nogueira (1999).
PALAVRAS CHAVE: Escola; Família; Integração.
1 INTRODUÇÃO
Acompanhar os filhos até a escola, não é sinônimo de acompanhamento em
sua vida escolar. Este é um dilema enfrentado na maioria, senão em todas as
escolas de rede pública estadual. A família também é responsável pela
aprendizagem e os pais são os primeiros mestres. De acordo com Fernandes
(2001,p.42)
“... a família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as atitudes destes frente às emergências de autoria, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos.”
1 Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Centro Oeste - Aluna do PDE- Pitanga –
Professora Pedagoga da Escola Estadual Tiradentes. 2 Professora no Departamento de Pedagogia da UNICENTRO – Paraná, Doutora em Educação e
membro do grupo de pesquisa GETFOP- Trabalho e Formação de professores.
Uma das principais reclamações dos profissionais que atuam nas escolas é
sobre a ausência e a falta de comprometimento dos pais nas atividades escolares de
seus filhos, considerando que essa falta de comprometimento, colabora também
para o fracasso escolar dos educandos.
Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa instituição. A escola tem sua metodologia filosofia, no entanto ela necessita da família para concretizar seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99)
Seguindo esse raciocínio, é necessário que a escola possibilite aos pais uma
maior participação dentro da escola, para que eles sejam parte integrante da vida
escolar de seus filhos cada um com suas particularidades e necessidades. Aqui
quando se fala em participação não é somente nas datas comemorativas ou
projetos, mas sim no cotidiano escolar.
Sabe-se que atualmente os pais não encontram tempo, devido ao trabalho e a
correria do dia a dia. Entretanto, a educação de seus filhos deve ser prioridade, e
essa prioridade estende-se à escolarização. A função da escola, segundo Savianni
(2010) é apropriar o educando dos conhecimentos historicamente produzidos.
Educar a criança para que ela aprenda a conviver em sociedade, com a finalidade
de que tenha uma vida plena e realizada, além de formar o profissional contribuindo
assim, com a melhoria da sociedade.
Sendo assim, a família e a escola se completam. É primordial que essas duas
instituições estejam articuladas e abertas às trocas de experiências mediante uma
parceria significativa. Esta não é uma tarefa fácil, pois muitas vezes a própria escola
não deixa claro sua verdadeira intenção nessa parceria, deixando a família insegura.
Com a visão de que são chamados apenas para ouvir reclamações de seus filhos.
Para que essa parceria aconteça é necessário que a escola possibilite à
família esclarecer sobre o trabalho pedagógico e os objetivos educacionais que se
pretende alcançar, na aprendizagem escolar, oportunizando o conhecimento do
Projeto Político Pedagógico.
Coleman (1996) entende que, “A escola exerce pouca influência no
desenvolvimento da criança que possa ser considerada independente de seu
contexto social maior. Neste, estão incluídos os pais, bem como a sociedade na qual
a criança cresce”. (1966, p. 325). Portanto, a sociedade como um todo: a escola, os
pais e a comunidade escolar; constituem uma rede de interação, na qual aluno/filho
encontra-se plenamente envolvido.
As seções que direcionam a leitura do presente artigo estão dispostas, em um
primeiro momento analisando a família e sua participação na vida escolar de seus
filhos. No segundo momento a relação família, escola e cidadania. Na terceira seção
apresenta-se a participação dos pais no Conselho de Classe. A quarta seção traz as
intervenções realizadas discussões e debates de pais, educandos e professores
sobre a participação da família no ambiente escolar e nas atividades onde são
solicitados, como: Reunião Pedagógica, Conselho de Classe, e participação nos
Colegiados Escolares. Partindo dessas discussões pretende-se apresentar
resultados da unidade didática que teve como finalidade estimular a participação dos
pais na vida escolar de seus filhos. Finalizando apresentam-se as considerações
finais que fazem um apanhado geral das ideias apresentadas.
2 RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: Na atualidade
A família é a primeira instituição social que atua como socializadora e
mediadora de comportamentos, padrões e valores éticos e morais, e, portanto
influencia significativamente o modo de ver o mundo e a sua relação com o mesmo.
Conforme Kreppner (2000) a família é responsável pela transmissão de valores,
crenças, ideias e significados que estão presentes nas sociedades.
Atualmente, a instituição familiar apresenta muitas mudanças, adaptações e
determina novas relações que a sociedade exige. O próprio conceito de família e as
suas representações são diversas. Cada constituição familiar tem sua identidade e
suas particularidades (nuclear, monoparentais, homossexuais entre outras), esta
constante evolução gera diversas adequações.
O momento histórico em que nos encontramos, tem alterado a configuração da vida familiar e tem abalado os padrões estabelecidos de Indivíduo, Família e Sociedade. [...] Seres humanos e relações humanas foram lançados em um estado de turbulência, enquanto a máquina cresce muito, à frente da sabedoria do homem sobre si mesmo. A redução do espaço e a intimidade forçada entre as pessoas vivendo em culturas em conflito exigem um novo entendimento, uma nova visão das relações do homem com o homem e do homem com a sociedade. (ACKERMANN, 1986, p.17)
A família está depositando na escola, a responsabilidade de educar o seu
filho. Este é um dilema para as escolas. E, faz com que a instituição escolar vá além
de sua função.
Mesmo diante de tantas mudanças, a família ainda é a principal instituição
responsável pela educação de seus filhos, conforme Kreppner (2000). Além da
adaptação a essas mudanças, a família ainda tem a tarefa de manter o bem estar
psicológico de seus membros.
Nesse sentido, a parceria escola-família tem importância no desenvolvimento
da aprendizagem escolar, afirmam Ackerman(1986) e Genofre (1997). Família e
escola se completam, portanto, não há como vê-las distantes. [...] o traço
dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um grupo cada vez
menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se funda na afeição mútua.
(GENOFRE, 1997)
No entanto, nos dias de hoje, esta relação nem sempre é completa. Quanto
mais cedo à família participar da vida escolar da criança, das atividades propostas
em parceria com a escola, melhores serão os resultados na aprendizagem. De
acordo com Muller (2001, p. 31), quanto ao envolvimento dos pais nas atividades
propostas pelas escolas constata-se que muitos praticamente não dispõem de
tempo para estarem indo à escola participar de discussões pedagógicas.
Além disso, muitos pais não têm condições adequadas para acompanhar a
vida escolar de seus filhos. E, a escola necessita encontrar maneiras de oportunizar
a estas famílias se fazerem presentes. Nogueira (1999) enfatiza que, se a escola é
uma instituição pública da qual os pais dos alunos fazem parte, estes devem poder
participar de tomadas de decisões em relação aos objetivos educacionais, à
prioridade e às metas do projeto educativo. (p.15).
Nesse contexto, a importância da família na escola se faz necessária porque
se entende que os pais são referências para o aluno, e quanto essa ausência e a
falta de comprometimento na vida escolar, podem influenciar em inúmeras
dificuldades, por exemplo: baixo rendimento, falta de interesse e a indisciplina. Os
pais necessitam estar atentos nas dificuldades que seu filho apresenta, pois estas
na maioria das vezes resultam em mudanças de comportamento as quais interferem
no relacionamento com colegas e professores.
3 FAMÍLIA, ESCOLA E CIDADANIA
Para melhor entender a importância da família na vida escolar dos filhos, em
uma entrevista Mario Sergio Cortella (2014)3 expõe de forma sucinta e clara o papel
da família e da escola. Em um dos momentos, ele fala que [...] a educação é dever
da família em primeiro lugar e do poder público em segundo lugar, e que o papel da
escola é de escolarizar e não de educar. Em outro momento dessa mesma
entrevista enfatiza que [...] se a família não cumpre com aquilo que é obrigação dela
cumprir, a escola não dará conta. [...] é preciso fazer uma parceria com a família, de
formar os pais4; porque a maioria dos pais vive em submissão a falta de limites dos
filhos; e provoca dizendo que [...] temos que tomar cuidado, pois estamos formando
uma geração sem responsabilidade. E deixa evidente a necessidade dos pais de
dedicarem um tempo de seu dia para dialogar com seus filhos, para aprender a
conhecê-los, a criar laços de afetividade, de compreensão, de mundo.
Nessas provocações do filósofo Mario Sergio Cortella, compreende-se que a
família está se eximindo da educação de seus filhos e colocando todas as
3 Entrevista de Mario S. Cortella, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=FNEN3eJ8_BU
4 Escola de Pais – Exemplo de formação além da escolarização. http://escoladepais.org.br/
expectativas na escola; e quando ele afirma que a escola tem que formar pais, não
está exagerando, pois existem pais que não sabem educar seus filhos.
A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006).
Portanto, há uma diminuição das relações entre família e escola, são poucos
os pais que se preocupam com a vida escolar de seus filhos. Muitos transferem as
responsabilidades para com seus filhos à escola. E nesse interim a escola também
perde a sua função prioritária que é ensinar os conhecimentos historicamente
produzidos.
4 O CONSELHO DE CLASSE E A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
O Conselho de Classe é uma das instâncias colegiadas presentes na
organização da escola. Tem como finalidade avaliar o ensino-aprendizagem, e
nesse momento que a comunidade escolar se reúne para solucionar os problemas
ou dificuldades encontradas com alunos, professores e mesmo com a organização
e andamento da instituição no decorrer do bimestre, trimestre, semestre, conforme
a organização de cada escola.
A avaliação escolar apresentava-se na figura do aluno como portador de problemas que recaiam sobre a falta de estudo, a falta de disciplina, e a falta de interesse diante das atividades escolares. O Conselho de Classe é uma atividade em que a avaliação é constituída a partir das experiências vividas na sala de aula. A construção é feita através da oportunidade. O Conselho de Classe na perspectiva crítica deve rever métodos, uma vez que, os professores juntamente com a direção e equipe pedagógica refletem sobre os acontecimentos escolares e juntos analisam a atitude a ser tomada (DALBEN, 2004, p. 36).
Sendo assim, o Conselho de Classe é um espaço de troca de experiências
onde deve ser permitido, expressar ideias e pontos de vista. No entanto, para que
isso aconteça os participantes, precisam entender que a relação ensino-
aprendizagem requer reflexões e ações, afim de que sejam alcançados os objetivos
educacionais propostos.
Essa instância desenvolve um papel central no sentido de promover maior
conhecimento sobre o aluno, quais suas dificuldades, mas também suas qualidades
e suas habilidades. Conforme deliberação 16/99, que normatiza o Conselho de
Classe presente nos estabelecimentos de ensino do Estado, se estabelece:
Art. 30 - O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe, tendo por objetivo avaliar o processo ensino aprendizagem na relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso.
Art. 31 – O Conselho de Classe tem por finalidade: - estudar e interpretar os dados da aprendizagem, na sua relação com o trabalho do professor, na direção do processo ensino-aprendizagem, proposto pelo plano curricular; - acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor; - analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da turma, com a organização dos conteúdos e com o encaminhamento metodológico; - utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação dos alunos entre si; - responder a consultas feitas sobre assuntos didático-pedagógicos, restritas a cada turma deste estabelecimento de Ensino.
Art. 32 – O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pela Coordenação Pedagógica e por todos os Professores que atuam na mesma classe.
Portanto, o Conselho de Classe deve promover momentos de reflexões,
análises, estudos que provoquem desafios, e ações que possibilitem alternativas
para as diversas situações encontradas no cotidiano escolar.
O Conselho de Classe sob esta concepção torna-se um trabalho colaborativo
entre os sujeitos envolvidos no espaço escolar, para que este seja realmente um
espaço importante de constante relação entre ensino e aprendizagem.
A participação dos pais não é formal, mas a participação dos filhos, que se
institucionaliza é um meio de representatividade da família. As escolas poderiam
abrir mais espaços para que alunos e pais busquem soluções para os problemas
vivenciados no cotidiano de sala de aula, realizando o Conselho Participativo.
5 PROJETO DE INTERVENÇÃO: ANÁLISE E RESULTADOS
Este projeto de intervenção realizou-se na Escola Estadual Tiradentes.
Juntamente com a equipe pedagógica, diretiva, docentes e pais das turmas do 6º
ano, tivemos o propósito de estudar, refletir e analisar como está sendo a articulação
entre os segmentos escola e família. O foco foi discutir junto a estes às
responsabilidades da escola e da família para o sucesso escolar do educando.
Primeiramente, apresentou-se o projeto a ser desenvolvido na escola para
toda a comunidade escolar. Em seguida realizou-se uma pesquisa qualitativa, com
levantamentos de dados referentes aos fracassos na aprendizagem e os avanços
conquistados. Participaram dessa pesquisa a Direção, a Equipe Pedagógica e os
Professores, quando questionados sobre a importância da participação dos pais,
percebe-se que estes acham a participação dos pais na escola muito importante,
sendo unanimidade entre os respondentes este fato.
Planejou-se realizar quatro (4) encontros de oito (8) horas cada, onde foram
discutidos juntamente com os pais, os levantamentos de dados da pesquisa. Bem
como trabalhar textos informativos e reflexivos, que incitem as discussões sobre o
tema “família e escola”. Tais textos e as discussões serviram como ferramentas para
a compreensão da importância de uma articulação entre família e escola,
possibilitando ações que promovam a relação entre estes dois segmentos.
Na primeira reunião de pais do ano letivo de 2015, foi anunciado aos pais nas
turmas do 6º ano o desenvolvimento deste projeto na escola. Os pais foram
convidados a participar e alguns aceitaram.
Primeiro Encontro
Após o acolhimento dos pais, foi trabalhada uma dinâmica com o objetivo de
interação e descontração com todos os participantes. Após esta atividade, a
pedagoga pediu para que os participantes respondessem a um questionário. Após
foi proposto um debate a respeito das questões abordadas, onde todos se
envolveram e participaram das discussões. Nesse encontro os pais ainda se
encontravam tímidos, mas aos poucos eles foram se interando e participando mais
das discussões.
Segundo Encontro
Foi proposta a leitura do texto “A importância da participação dos pais na
escola”. Em seguida apresentou-se um vídeo com relatos de experiências variadas
de pais quanto a sua participação junto à escola de seus filhos e o acompanhamento
do desenvolvimento escolar dos mesmos.5 Foi proposto um debate e reflexões sobre
o tema. Alguns pais compartilharam também suas experiências sobre a ideia do que
seria uma escola. Muitos nem imaginavam que a presença deles era tão importante,
outros não questionaram nada. Porém, a maioria percebeu, nesse momento, que
sua participação está diretamente ligada à aprendizagem de seu filho. Foi um
momento gratificante e dinâmico.
Terceiro Encontro
Com a leitura do texto “Família e suas responsabilidades - participar na vida
escolar dos filhos dentro e fora da escola”, os pais se sentiram mais a vontade. Foi
apresentado o vídeo “Educa Sempre - Emocionante Mensagem para pais e mães” 6.
O vídeo trouxe dicas e um excelente momento de reflexão de como educar o seu
filho para que ele venha a ser uma pessoa respeitada, amada, aceita socialmente e
feliz.
5 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=2ajhwqGtxgo
6 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Ed-aG4xDkRE.
A partir daí, realizou-se a leitura do artigo de Vicente Martins: “Educação na
Constituição de 1988: o artigo 205”. O texto proporcionou a reflexão e o debate
sobre alguns preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que já estavam
determinados pela Constituição Federal de 1988, Destacou-se os: art. 4º, art.22,
art.53 aos 59, os quais fazem referência à educação. As discussões em relação ao
texto foram dinâmicas com debates concisos e atendimento às dúvidas que surgiram
no decorrer da leitura. Houve a participação efetiva de todos.
Quarto Encontro
Neste último encontro trabalhou-se o tema “Relação escola e família –
integração e afetividade”. Para auxiliar essa leitura apresentou-se o vídeo “A família
e a escola como parcerias”7, seguido de leitura, questionamentos e reflexões do
texto de Heloisa Luck – “A dimensão participativa da gestão escolar”. Finalizando
com a avaliação dos encontros, onde os participantes responderam questões
relacionadas ao aproveitamento que tiveram durante os encontros e formalmente
elucidaram se estes encontros refletiram em suas atitudes com relação à
participação no desenvolvimento do ensino aprendizagem dos filhos. Em todos os
encontros a participação dos pais foi ativa e trouxe muitas contribuições,
acrescentando na concretização do trabalho.
Na avaliação dos encontros os pais relataram a importância desses
momentos de reflexão e troca de experiências entre escola e família, onde todos os
participantes avaliaram como ótima a proposta e gostariam que tivesse
continuidade.
7 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=S76a9dLdSKM
5.1 GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)
O GTR - Grupo de Trabalho em Rede é um trabalho desenvolvido com um
grupo de professores, que tem como suporte o MOODLE (ambiente de
aprendizagem virtual) cuja finalidade é promover a integração, a troca de
experiências e a capacitação dos docentes da rede pública estadual, e está dividido
em 3 módulos:
1º Módulo: Aprofundamento teórico, onde os professores cursistas realizaram cinco
atividades.
Neste módulo os professores realizaram atividade de glossário, fórum de
discussões simples, diário, fórum de discussões com inserção de tópicos, o que
oportunizou a leitura de alguns artigos disponibilizados pelo professor PDE,
pertinentes ao tema, os quais subsidiaram as atividades.
2º Módulo: Projeto de intervenção pedagógica na escola e produção didático-
pedagógica.
Este módulo possibilitou o primeiro contato com o Projeto de Intervenção
Pedagógica e Produção Didática Pedagógica. Foi o momento de se familiarizar com
os documentos que nortearam o trabalho e assim por meio de fórum e diário
contribuir com sugestões e algumas adaptações que acharam necessárias devido
cada escola ter uma realidade diferente.
3º Módulo: Implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola.
Este módulo possibilitou aos professores cursistas compartilhar experiências
vividas em seu cotidiano. Contribuíram por meio de plano de ação, onde propôs-se
uma situação problema, seguida de estratégias de ação e resultados esperados com
relação ao tema do GTR. O grupo de trabalho em rede é um momento de
capacitação e ao mesmo tempo de compartilhamento de experiências vivenciadas
pelos professores em seu dia a dia.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As relações entre escola e família sempre foram um espaço importante na
área educacional, isto porque essas duas instituições são as principais responsáveis
pela educação e formação integral do sujeito. Contudo, seus papeis são distintos,
porém ligados, integrados. O contexto familiar é o primeiro espaço de aprendizagem,
de socialização, de respeito. É essa instituição que proporciona as crianças os
valores e conhecimentos que nortearão sua vida.
A escola possibilita formar esse indivíduo, ensinar, que saibam pensar,
refletir, solucionar problemas cooperar, trabalhar uns com os outros, formar sujeitos
críticos e participativos, conscientes de sua participação no mundo e nas mudanças
da sociedade. Porém, diante de tantos dilemas que a escola se encontra, como na
tarefa de educar o ser humano, de ensiná-los a ter tolerância, a respeitar os outros,
a preservar o meio ambiente entre tantos outros. Além dos conhecimentos
produzidos pela humanidade, este trabalho necessita do auxílio das famílias para
que o educando compreenda a importância da escola em sua vida. Sendo assim,
cabe a essas instituições, se unirem, para auxiliar o educando no processo de
ensino aprendizagem.
Neste sentido, o projeto de intervenção possibilitou que a família se
integrasse, que se fizesse presente na escola, e isto, só foi possível quando a
família foi chamada a conhecer e colaborar com todo o processo que acontece na
escola. A família precisa conhecer os documentos que norteiam a escola como o
Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar, e com isso formar os pais para que
eduquem seus filhos. Portanto, escola e família devem estabelecer relações de
cooperação, em que a família possa atuar com o trabalho realizado pela escola, de
forma a estimular, acompanhar e auxiliar a criança em seu desenvolvimento.
A intervenção pedagógica possibilitou a discussão, reflexão e ações que
propiciem a colaboração de todos para que a escola realize a sua função. Também
como uma prática pedagógica que contribua na formação do ser crítico reflexivo, e
que valorize a participação ativa dos pais no processo educativo. Assim contribuindo
para a construção de uma sociedade transformada.
7 REFERÊNCIAS
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