Liturgia breve histórico

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Liturgia cristãBREVE HISTÓRICO

Rafael Zanata Albertini, SDB

Primeiros séculos do Cristianismo

“Culto espiritual”: não havia um ritual próprio, como era comum aos judeus levitas.

Centro no Cristo: Ele é templo, sacerdote, altar e Páscoa

Os próprios cristãos realizavam em si o sacrifício-altar-templo de Deus em Cristo e com Cristo.

Todos os ritos (batismo, ceia, confirmação, unção dos enfermos) expressam o único culto espiritual.

Liturgia e teologia se identificam.

Fração do pão – séc. II “No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que

moram nas cidades ou nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite. Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.

Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de orar, apresentam-se pão, vinho e água. Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos” (Justino - I Apologia Cap. 66-67 : PG 6,427 - 431).

Domus Ecclesiae (a casa da Igreja)

Casa de São Pedro

As catacumbas Eram antigos cemitérios

subterrâneos, utilizados durante os tempos do Império romano. Os primeiros cristãos celebravam nelas, ocasionalmente, a Eucaristia, e se transformavam em refúgios temporários.

As catacumbas são formadas por longos túneis (até 15 km), em cujas paredes foram cavados os loculos, (nichos retangulares), que abrigavam um ou mais cadáveres.

Entre os muitos símbolos, desenhados, grafitados ou pintados, foram encontrados: o desenho do Orante, uma pessoa com braços abertos em sinal de oração; a figura do bom Pastor, com sua ovelha no ombro simbolizando o Cristo; uma pomba, símbolo da alma e da paz divina; as letras gregas Alfa e Ômega, significando que Cristo é o começo e o fim da criação; o peixe, cujas letras gregas significam “Cristo, Filho de Deus, Salvador”,... e outros mais.

Peixe eucarístico

Nossa Senhora e o menino e o profeta Balaam na catacumba de Priscila

O Bom Pastor na cripta de Lucina

Nossa Senhora e o menino na catacumba de Comodila

 Cripta dos papas na catacumba de São Calixto

As basílicas A partir do séc. IV, sobretudo após o Edito de Milão,

313, de Constantino influência do ambiente histórico, social e cultural: contato com elementos culturais do paganismo.

Liturgia dos romanos: marcada pela sobriedade e moderação, muito racional e pouco sentimental. A domus ecclesiae cede lugar ao templo (basílica). A mesa se transforma em altar de pedra, objeto de culto retorno à liturgia dos levitas, centrada em formas exteriores.

Basílica pagã

1. Pretor2. Juízes assistentes3. Altar de Minerva4. Ambões de testemunhas e advogados

Basílica cristã

1. Bispo2. Clero3. Altar4. Ambões do Evangelho e da Epístola5. Adro6. Batistério ou fonte

Basílica de São João de Latrão (324dC) - Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo

Basílica de São Pedro

Catedral de Colônia (séx. XIII)

Idade Média O formalismo-jurisdicismo se intensifica cada vez

mais, à medida que a liturgia é feita pelo clero e assistida pelos leigos – o que separa a teologia da liturgia, que passa a ser verdadeiro espetáculo.

Afastamento do povo e materialização da liturgia, em detrimento da espiritualidade.

Ordo Romanus I: o que deve ser feito, sem alternativas. Surgem práticas como o alegorismo (interpretações subjetivas dos símbolos) e reações populares como o devocionalismo.

A missa a partir de Trento Em latim. Sacerdote voltado “ad Orientem” ou

“versus Deum”. Esquema rígido de gestos: seguimento total

das rubricas. Missa = sacrifício.

Devotio moderna Atitude intimista comum nos séculos XIV e XVI,

com desvalorização dos sacramentos e valorização dos afetos de modo subjetivo – tendo exemplos como A imitação de Cristo.

Orientada a um contato imediato com o divino, pautava-se no esforço psicológico através da meditação sobre a humanidade de Jesus.

Valorizava o recolhimento, a mortificação, a humildade, as virtudes, (época dos milagres eucarísticos, veneração do crucifixo e dos santos); desprezava a linguagem místico-contemplativa.

Vaticano II Um Concílio eminentemente pastoral e

eclesiológico. Nova eclesiologia de comunhão e participação: o

povo de Deus – que é povo sacerdotal. O primeiro grande fruto do CVII foi sobre... a

liturgia: a Sacrossanctum Concillium (4 de dezembro de 1963).

Na SC Igreja devolveu a liturgia ao povo, que havia se acostumado a assistir passivamente. A própria linguagem usada dificultava a compreensão daquilo que era celebrado. Orientações da SC 50: Manifestar a conexão entre as partes; Participação piedosa e ativa dos fiéis Simplificação dos ritos; Omissão ou restauração de ritos.

Vaticano II – formação do Consilium Após promulgar da SC, Paulo VI tratou logo

de colocá-la em prática por meio de grupos de trabalho (Consilium).

Em novembro de 1968, Paulo VI aprovou o novo rito da missa, que entrou em vigor em 69.

O novo Lecionário foi aprovado em 69 e posto em prática em 70.

“A reforma litúrgica é o fruto

mais visível de toda a obra

conciliar”(Sínodo dos bispos - 1985)

Vaticano II – principais mudanças “Giro copernicano”: do sacerdote celebrante

para o povo sacerdotal. Todo o povo celebra. Missa no idioma do lugar e padre na posição

versus populum.

Inculturação dos ritos e proliferação dos cantos (polifonia).

Difusão das missas temáticas até a década de 90.

Algumas situações atuais: Exageros litúrgicos. Retorno ao rito antigo.

Após o Vaticano II

Elementos fundamentais

CADEIRA

AMBÃOALTAR