Análise das bases legais do ensino de teatro

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Análise Crítica das Bases Legais do Ensino de Teatro no

Brasil

Prof. Tássio Ferreira

Jequié2013

“A Educação é um processosocial, é desenvolvimento.Não é a preparação para avida, é a própria vida.”

John Dewey

QUE ARTE QUEREMOS?

Bases que amparam o ensino das Artes (Teatro)

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira(LDB)

•Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

Breve Histórico do Ensino da Arte no Brasil

• Jesuítas e o teatro catequético;

•1816 – Criação da Academia de BelasArtes no Brasil;

•Primeira metade do século XX:

- Desenho geométrico, trabalhosmanuais (imitação) e canto orfeônico.

• Escola Tradicional: valorização dostrabalhos manuais (“dons artísticos”);

•Domínio técnico: professor detentorda técnica e de sua TRANSMISSÃO(Ordem Imitativa);

•Disciplinas: desenho geométrico, donatural e pedagógico;

• Teatro e Dança: utilização nasfestividades. Ex: Natal, Páscoa,Independência etc.

•Na década de 30, Heitor Villa-Lobos eo Canto Orfeônico (Era Vargas);

•Canto Orfeônico substituído pela Educação Musical (LDB, 1961);

• Entre os anos 20 e 70: a Estética Moderna influência a educação em arte;

•Psicologia cognitiva, psicanálise e Gestalt (movimentos filosóficos que embasaram a Escola Nova)

• Surgimento de museus de Arte Moderna e Contemporânea;

• Modernidade do Teatro Brasileiro; consolidação dos grupos Arena e Oficina;

• Criação do Movimento Popular de Cultura, tanto no nordeste como no Sul;

• Pixinguinha e Noel Rosa, fomentam a cultura Popular;

•Década de 30 e 40, difusão dos ideiasde John Dewey;

•1950, Anísio Teixeira e a criação doInst. Educacional Carneiro Ribeiro;

•Desvalorização de Arte na Escola;

• Fim da década de 60 – poucos cursospara formação de professores de arte.

LDB: Lei 5.692, de 11 de agostode 1971.• Art. 7º Será obrigatória a inclusão de

Educação Moral e Cívica, Educação Física,Educação Artística e Programa de Saúdenos currículos plenos dosestabelecimentos de 1º e 2º graus,observado quanto à primeira o disposto noDecreto-lei no 869, de 12 de setembro de

1969.

• Criação de cursos superiores em Artes;

• Incentivo à pesquisa no campo da Arte-Educação (inexistente, até então);

• Lei n° 9394/96, art. 26, Parágrafo 2º:

“O ensino da arte constituirá componentecurricular obrigatório, nos diversos níveisda educação básica, de forma a promovero desenvolvimento cultural dos alunos.”(BRASIL, 1996)

Brecha do “S”

Professor Polivalente

Concursos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/1997)

PCN I – 1ª a 4ª séries (Fundamental I)

PCN II – 5ª a 8ª séries(Fundamental II)

•Nomenclatura: TEATRO E DANÇA;

• Importância do Teatro para as séries iniciais VAGO DEMAIS;

Teatro na Escola:

“[...] uma combinação de atividade para odesenvolvimento global do indivíduo, um processode socialização consciente e crítico, um exercíciode convivência democrática.”

Ou ainda:

“[...] uma atividade lúdico criativa, baseada naexperimentação e na compreensão.” (PCN- ARTEI, P.84 e 85)

• Falta de Fundamentação didática para as aulas de Teatro – Esboço do Construtivismo;

• “O jogo é uma das peças fundamentais para asolução de problemas de ordem pedagógica,devendo ser levado à categoria de fundamentosde métodos educacionais” (KOUDELA, 1991)

• Jogo simbólico, jogo espontâneo, jogode regras ou jogo dramático (Sériesiniciais e falta e formação);

•PCN-ARTE I, bibliografia escassa.

• “O Teatro no espaço escola deve considerar acultura dos adolescentes/jovens, propiciandoinformações que lhes deem melhores condiçõesnas opção culturais e na interpretação dos fatose das situações da realidade com a qualinteragem.” (PCN-ARTE, p.89. Grifo nosso)

• “O Teatro, no processo de formação da criança,cumpre não só a função integradora mas dáoportunidade para que ela se aproprie crítica econstrutivamente dos conteúdos culturais desua comunidade.” (PCN-ARTE, p.84. Grifo nosso)

Proposta de Base de Ensino PCN

Produção Fruição Reflexão

PROPOSTA TRIANGULAR

Ana Mae Barbosa(1998)

Agrupamento de Conteúdos

1) Teatro como comunicação eExpressão;

2) Teatro como produção coletiva;

3) O Teatro como Produto Cultural eApreciação Estética.

Peregrino e Santana (2001):

“[...] é preciso balancear aaplicação desses três eixosnorteadores, para que oensino não se torne maisexplicativo do queexperienciado”. (p.106)

•Conteúdos apropriados, porém muitoabrangentes;

• Temas transversais nãocontextualizados com a linguagemteatral (poderiam ser aplicados aqualquer área):

“Exercício constante da observação do universocircundante, do mundo físico e da cultura (...), de espaços,ambientes, arquiteturas, sonoridades; de contingências esingularidades da nossa e de outras culturas”. (PCN – ARTEII, p.91)

Considerações Finais

Referências• BARBOSA, Ana Mae. Arte- educação:

conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad,1984.

• BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte /Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 1998.

• ______. Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de1996. 3. Ed. Senado Federal/Subsecretaria deEdições Técnicas, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf(acesso em 06/08/2013)

• DEWEY, John. Experiência e Educação. Trad. deAnísio Teixeira. São Paulo: C. E. Nacional, s/d.

• PAGNI, Pedro Angelo. Anísio Teixeira:experiência reflexiva e projeto democrático: aatualidade de uma filosofia da educação.Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

• PENNA, Maura (org). É Este o Ensino de Arte queQueremos? Uma análise das propostas dosParâmetros Curriculares Nacionais. João Pessoa:Editora Universitária CCHLA/ PPGE, 2001.

• SAVIANI, Dermeval. História das idéiaspedagógicas no Brasil. – Campinas, SP: AutoresAssociados, 2007. – (Coleção memória daeducação).