Post on 24-Jan-2019
A HISTORICIDADE COMO ELEMENTO DE AGREGAÇÃO ENTRE A
TEORIA E A PRÁTICA
Hilson Cano1
Dr. Fábio de Azevedo2
RESUMO
O presente artigo expõe a importância de tornar as aulas de ciências mais desafiadoras e reflexivas, através do conhecimento da história das teorias científica que as envolvem e da análise de teorias controversas, de modo a permitir o desenvolvimento do pensamento crítico e contribuir com a aproximação da teoria à prática e do empírico com o científico. O trabalho foi desenvolvido com alunos do 8º e 9º anos da Escola Estadual Vale do Tigre – Ensino Fundamental – de Nova Londrina – PR, no segundo semestre de 2011. Os resultados demonstraram que este tipo de metodologia desenvolve no educando uma aprendizagem mais reflexiva e o motiva à busca de mais conhecimentos através de pesquisas em livros e pela internet, como também melhorar a sua participação efetiva em sala de aula, além de auxiliá-lo na apropriação do conhecimento, fator indispensável para a tentativa de transformar sua realidade e da sociedade em que vive.
Palavras chaves: História da ciência, teorias científicas, epistemologia.
1 Graduado em Ciências pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí e pós-
graduado em Educação infantil, pela Universidade Rio Branco. e-mail: hilsoncano@hotmail.com.
2 Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (2000), mestre em Ciências
(Ecologia) pela Universidade Estadual de Maringá (2002) e doutor em Ciências (Ecologia) pela
Universidade Estadual de Maringá. e-mail: fabioazeve@yahoo.com.br.
1. INTRODUÇÃO
O papel da escola é propiciar ao aluno a aquisição de conhecimentos científicos e
criar situações que facilitem a aprendizagem e o domínio dos conteúdos culturais, além
de auxiliar o aluno no desenvolvimento das habilidades necessárias à vida em sociedade.
A ciência é uma promessa de compreensão racional do mundo e validação dos
conhecimentos. Como toda atividade cultural, ela é também uma aventura no tempo, um
instrumento humano de adaptação e transformação do mundo, que responde às
necessidades e problemas enfrentados pela sociedade (CARVALHO, et al., 2009, p.87). É
na escola que buscamos o conhecimento de diferentes formas de aprender, pois se
constitui de maneira intencional, sistemática e contínua.
A pedagogia escolar deve estar ciente, por um lado, de que não é a única
instância educativa, e pelo outro, que não pode renunciar a ser aquela instância
educacional que tem o papel peculiar de criar conscientemente experiências de
aprendizagem, reconhecíveis como tais pelos sujeitos envolvidos (ASSMANN, 2007,
p.26).
É preciso difundir entre os professores como a utilização da abordagem histórica
na aula de Ciências pode fornecer uma visão de ciência diferente da que predomina
atualmente no meio estudantil. Pois, hoje, o professor dispõe de alternativas que
oferecem atualização sobre os mais diversos temas científicos, dentre eles podemos
destacar a internet e revistas científicas.
A abordagem histórica da ciência permite que se apresente ao aluno o raciocínio
de um cientista que parte de uma constatação e chega a uma conclusão, permite também
que este acompanhe o processo de formulação de uma teoria científica e, portanto,
entenda melhor a relação existente entre a teoria e o fenômeno observado (BLAUTH,
2005, p 55).
A abordagem histórica, então, faz com que o aluno se liberte da noção de
verdades absolutas na ciência, liberdade esta que desperta sua criatividade. Esta
abordagem, ainda, leva o aluno a situar-se em uma fase da contínua evolução científica,
podendo questionar teorias para entender sua relação com a natureza, sentindo-se assim,
através da reflexão, capaz de entender as teorias apresentadas e tomar uma decisão em
relação àquela que considera mais apropriada.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. A DIFÍCIL APROXIMAÇÃO DA TEORIA À PRÁTICA
A tradição contextualista assevera que a história da ciência contribui para o seu
ensino porque: (1) motiva e atrai os alunos; (2) humaniza a matéria; (3) promove uma
compreensão melhor dos conceitos científicos por traçar seu desenvolvimento e
aperfeiçoamento; (4) há um valor intrínseco em se compreender certos episódios
fundamentais na história da ciência - a Revolução Científica, o darwinismo, etc.; (5)
demonstra que a ciência é mutável e instável e que, por isso, o pensamento científico
atual está sujeito a transformações que (6) se opõem a ideologia cientificista; e,
finalmente, (7) a história permite uma compreensão mais profícua do método científico e
apresenta os padrões de mudança na metodologia vigente.
2.2. USO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA NA EDUCAÇÃO
Segundo Piaget & Garcia (1989), a história da ciência deve ser vista como um
importante instrumento no ensino das ciências, por vários motivos: como forma de
introduzir ciências em cursos de humanidades; como meio de facilitar e aprofundar a
compreensão conceitual da própria ciência; como instrumento para permitir a discussão e
ensino da própria natureza e método da ciência; e para outras finalidades.
Por estas razões, os professores de ciências que desejam utilizar a história da
ciência no ensino devem primar por um tipo de abordagem que trate tanto de aspectos
sociais quanto filosóficos, metodológicos e conceituais das ciências, e que focalize temas
tradicionais, tais como os que fazem parte dos currículos das escolas e das
universidades.
2.3. PROBLEMAS ATUAIS DA HISTÓRIA SOCIOLÓGICA DA CIÊNCIA
Pinch (1990) afirma que a abordagem sociológica da história da ciência é
atualmente, sem dúvida, a tendência mais forte na área. A visão deste autor sobre esta
abordagem, inclusive, vai além, não a considerando uma dentre muitas abordagens, mas
a única abordagem válida.
Após a análise do posicionamento deste autor é interessante ressaltar que é
válido e útil estudar as forças sociais que agem no desenvolvimento da ciência, e que
estes estudos proporcionam uma melhor compreensão da dinâmica científica à medida
que desmistifica os “grandes cientistas” e, ainda, tira o pesquisador do seu pedestal.
Porém, é importante não consideramos válido limitar a história da ciência à sociologia da
ciência. Em outras palavras, não acreditamos em uma única abordagem da ciência a ser
seguida por todos.
Thuillier (1994) diz que ao tentar entender teorias controversas, o pesquisador vê-
se mergulhado em estudos de casos destinados a “complicar a imagem que diversos
manuais e obras de vulgarização apresentam das atividades científicas”. Na verdade, o
que se pretende é que a área de história da ciência, ao invés de complicar venha a
melhorar a pesquisa historiográfica e que este tipo de estudo adote uma pluralidade de
abordagens sem que nenhuma delas venha proibir ou dominar as demais, mas que se
complementem ou redirecione o estudante na busca do melhor conhecimento.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi realizado em 2011, com os alunos de 8º e 9º anos da Escola
Estadual Vale do Tigre – Ensino Fundamental, no município de Nova Londrina, Estado do
Paraná. O município possui 13 mil habitantes e a escola adota uma gestão escolar e
democrática como princípio, envolvendo a participação conjunta de toda comunidade
escolar, através da representatividade do Conselho Escolar e APMF – Associação de
Pais, Mestres e Funcionários.
A escola integra-se com a comunidade através de ações pedagógicas como
reuniões, apresentações culturais e do desenvolvimento de projetos, os quais vêm
colaborar para a melhoria da escola e aprendizagem dos alunos.
4. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Inicialmente foi entregue aos alunos um questionário diagnóstico, com o propósito
de perscrutar o nível de conhecimento sobre os assuntos que seriam desenvolvidos, bem
como, algumas atividades que já direcionassem suas respostas, como se segue:
1. O que você entende por teoria?
2. Você poderia citar dois ou mais nomes de teorias que já estudou?
3. Cite nomes de alguns cientistas, filósofos ou historiadores que você ouviu
falar?
4. Quanto ao movimento dos planetas, em relação ao sol, qual a sua opinião:
( ) Que a Terra é o centro do universo e o sol e os demais planetas giram
em torno dela?
( ) Que o sol é o centro do universo e a Terra e os demais planetas giram
em torno dele?
5. Você acha que os cientistas se preocupam em saber qual das alternativas
da questão 4 é a correta?
6. Porque será que é importante saber sobre os movimentos dos astros?
7. Qual a ciência que estuda os astros e seus movimentos? Analise o nome
desta ciência.
8. Quanto à origem do Homem, quais as teorias que você conhece?
9. Pesquise qual o nome da teoria que diz que a Terra é o centro do universo e
o sol e os demais planetas giram em torno dela. Analise o nome desta teoria com
seus colegas e discuta a formação desta palavra.
10. Pesquise qual o nome da teoria que diz que o sol é o centro do universo e a
Terra e os demais planetas giram em torno dele. Analise o nome desta teoria com
seus colegas e discuta a formação desta palavra.
O mesmo questionário foi entregue ao final do desenvolvimento do projeto para
averiguação de aprendizagem.
No laboratório de informática os alunos leram o texto “Do geocentrismo ao
heliocentrismo” (PORTUGAL, 2011), ainda acessaram o texto “Conhecendo as galáxias”,
sobre o sistema solar (TEODÓSIA, 2011), cujo objetivo era despertá-los a familiarizar-se
com os personagens envolvidos nesta teorias e estimulá-los à pesquisa e à discussão
sobre as principais diferenças e embasamento de cada uma delas. Após análise e
discussão dos dois textos citados, propôs-se o seguinte questionário:
1. Quem é o autor da teoria do geocentrismo?
2. Porque Cláudio Ptolomeu defendia o geocentrismo?
3. Que instituição defendia o geocentrismo?
4. Fundamentada em que a Igreja defendia o geocentrismo?
5. Quem é considerado o autor da teoria do heliocentrismo? No 4º parágrafo do
texto lido diz que “Copérnico, prudente que era, divulgou suas observações e
seus cálculos como uma hipótese... em 1530.
Observe as palavras negritadas e responda:
a) O que é uma hipótese?
b) Porque o autor do texto diz que Copérnico foi prudente ao divulgar suas
observações como hipótese?
6. O texto cita outros dois cientistas que concordavam com Nicolau Copérnico.
Quem são eles?
7. O que aconteceu com Giordano Bruno por defender a teoria do
heliocentrismo?
8. O que era a Santa Inquisição?
9. O que aconteceu com Galileu Galilei por defender o modelo coperniano, ou
heliocêntrico ?
10. O que significava uma obra ser incluída no Index?
Em seguida foram analisadas as teorias do geocentrismo e do heliocentrismo, a
partir dos seus fundamentos e de suas pretensões, bem como as contribuições e
prejuízos que trouxeram à humanidade, traçando um paralelo entre elas.
Ainda, no laboratório de informática, foi lido e analisado o texto “criação e
evolução” de Isaac Epstein (Epstein, 2004) e feitos os questionamentos abaixo, no
sentido de elucidar as teorias criacionista e evolutiva se seus fundamentos.
1. O que o autor do artigo considera:
2. O criacionismo?
3. O evolucionismo?
4. Segundo o autor, qual o objetivo de cada uma destas propostas ou teorias?
5. A primeira proposta, criacionista radical, é adotada pela teologia judaico-
cristã. O que vem a ser teologia?
6. Segundo o texto em que se baseia (fundamenta) o:
a) Criacionismo?
b) Evolucionismo?
7. Segundo Epstein em que está apoiado o criacionismo? Discuta isto com
seus colegas.
8. E em que está apoiado o evolucionismo? Discuta isto com seus colegas.
9. Analise com seus colegas as partes controversas das duas teorias expostas
no texto de Epstein.
10. Analisando o texto, qual a posição do autor sobre as duas teorias: ele é
criacionista ou evolucionista? Promova uma discussão com seus colegas e
justifique sua resposta.
Ainda, para um maior esclarecimento foi explorado no laboratório de informática o
texto “criacionismo ou evolucionismo” da Revista Renascer (Brasil, 2001). Após leitura,
foram promovidas discussões baseadas nas seguintes questões:
1. O autor deste artigo é defensor do criacionismo ou do evolucionismo?
2. Em que se fundamenta o autor para defender sua ideia?
3. Você já participou de alguma explicação sobre o criacionismo na igreja em
que você frequenta? (por exemplo, uma palestra sobre os três primeiros capítulo do
Gênesis?)
Então, foram lidos com os alunos os textos de Gênesis capítulos 1, 2 e 3. E, para
fundamentar o pensamento evolucionista leu-se o texto: “as teorias da evolução: Lamark,
Darwin e a seleção natural” (CESAR & SEZAR, 2005) e, posteriormente, foram realizadas
discussões a partir dos seguintes questionamentos:
1. Em que estas teorias da evolução tem colaborado com a preservação da
espécie?
2. Em que as teorias da evolução tem contribuído para o progresso científico?
Após as discussões foi proposto aos alunos pesquisarem sobre Ptolomeu,
Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, Charles Darwin, Karl Marx, Lamarck, Josué
(personagem bíblico que pediu a Deus para que o sol parasse – fundamento do
Geocentrismo), Harold Hill, entre outros, visando uma familiarização com estes cientistas
e personagens históricos.
Como forma de expandir a ideia do projeto à comunidade foi solicitado aos alunos
uma pesquisa, com pelo menos, cinco pessoas da comunidade (pais, avós, vizinhos, líder
da igreja que frequenta) com os seguintes dados:
1. Idade:
2. Grau de Instrução e época que concluiu seu maior grau:
3. Igreja que frequenta:
4. Opinião da pessoa entrevistada sobre o movimento dos astros:
( ) Se a Terra é o centro do universo e o sol e os demais planetas giram em
torno dela.
( ) Se o sol é o centro do universo e a Terra e os demais planetas giram em
torno dele.
5. Em que a resposta desta pessoa se baseia?
6. Sobre a origem do Homem, esta pessoa acredita:
( ) no criacionismo, em que usa a Bíblia para defendê-la?
( ) no evolucionismo, teoria defendida pela Ciência (Darwin, Lamark, etc)
7. Em que a resposta desta pessoa se baseia?
8. Você acredita que o Homem foi a lua? Por que?
Os alunos foram orientados a não interferirem nas respostas dos entrevistados.
Em seguida foi apresentado aos alunos o mesmo questionário inicial, para
responderem novamente, e assim, averiguar a aprendizagem deles. Ao mesmo tempo, foi
feita uma comparação entre suas respostas e as respostas dadas pelas pessoas da
comunidade às questões da entrevista realizada por eles.
Aproveitando a presença dos pais na escola, por ocasião da entrega de boletins
de notas do 3º Bimestre, foi proferida a eles uma palestra explicativa sobre o projeto,
tendo como alvo principal aqueles pais que responderam a entrevista realizada pelos
alunos. Então, lhes foi explicada a importância dos estudos realizados pelos cientistas e,
a contribuição que cada teoria tem dado à humanidade, com o objetivo de desmistificar e
dirimir uma possível aversão dos participantes à ciência. A palestra foi presenciada por
cerca de 110 pessoas.
Nesta ocasião, a equipe pedagógica distribuiu aos participantes da palestra do
professor PDE um formulário, contendo uma sondagem sobre o grau de aceitação da
palestra e dos assuntos abordados na implementação do projeto. A cada pergunta, o
entrevistado tinha quatro opções:
( ) Ótimo, se estivesse plenamente satisfeito.
( ) Bom, se estivesse satisfeito com alguma ressalva.
( ) Regular, se compreendeu mas não concordava.
( ) Péssimo, se não entendeu nada.
5. RESULTADOS
Considerando a comparação entre a primeira avaliação (diagnóstica) e a
avaliação final, pode-se constatar uma apropriação excelente dos conhecimentos dos
assuntos abordados (Fig. 1 e 2).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
0,0 a 3,0
3,1 a 5,0
5,1 a 10,0
Figura 1. Pontuação dos alunos do Projeto de Intervenção Pedagógica de Ciências – 2011 – Escola
Estadual Vale do Tigre – EF – referente primeira avaliação do questionário diagnóstico ( nota de 0,0 a 10,0)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
0,0 a 3,0
3,1 a 5,0
5,1 a 10,0
Figura 2. Pontuação dos alunos do Projeto de Intervenção Pedagógica de Ciências – 2011 – Escola
Estadual Vale do Tigre – EF – referente avaliação final do questionário diagnóstico, para verificação de
aprendizagem (nota de 0,0 a 10,0).
Os resultados apresentados demonstram que na primeira avaliação cerca de 80%
dos alunos obtiveram notas iguais ou inferiores a 3,0, cerca de 10% obtiveram notas
dentro do intervalo de 3,1 a 5,0 e o mesmo percentual de 5,1 a 10,0. No entanto, após a
implementação do projeto estes percentuais inverteram-se totalmente, passando a ser de
90% para notas de 5,1 a 10,0 e 10% de 3,1 a 5,0, sem que houvesse notas inferiores a
3,0. Assim, os alunos puderam perceber o quanto é importante a lapidação do
conhecimento popular através do contexto histórico científico.
Os resultados da pesquisa da equipe pedagógica sobre a aceitação dos pais e
membros da comunidade ante a implementação do projeto também foi positiva (Fig. 3).
Aproximadamente 65% dos participantes consideraram bons, a palestra e o projeto
implementado, 30% consideraram ótimo e apenas 5% regular.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
ótimo
bom
regular
Figura 3. Nível de aceitação dos membros da comunidade após palestra com professor PDE sobre a
valorização da ciência e explicação dos assuntos abordados com os alunos durante a Implementação do
Projeto na Escola Estadual Vale do Tigre – EF (conceitos ótimo, bom, regular e péssimo).
O desenvolvimento do projeto incentivou os alunos ao questionamento dos
assuntos apresentados, gerando muitas dúvidas, no início. Isto foi considerado muito
bom, pois, oportunizou situações para investigações e reflexões que aliaram-se à
curiosidade típica da faixa etária dos alunos envolvidos, produzindo o resultado esperado.
Fator relevante no desenvolvimento do projeto foi que os alunos analisaram as
teorias, questionaram-nas e chegaram às suas próprias conclusões sobre o que estavam
analisando. Eles puderam também expressar suas opiniões ao mesmo tempo em que
incentivaram seus pais e os membros da comunidade a analisarem melhor os conceitos
que traziam consigo.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebeu-se que quando a exposição da aula se torna motivadora, o processo
ensino-aprendizagem ocorre de maneira mais natural, facilitando a investigação a respeito
do assunto visto. Também, a participação ativa do aluno, proporciona situações de
reflexões e fornece as interações necessárias à apropriação dos conceitos científicos.
Assim, os alunos experimentaram a importância de seu papel atuante e de sua
participação e contribuição para o progresso de seu próprio conhecimento e na
elucidação de um determinado conceito ou pensamento científico relacionando-os ao seu
contexto moral, espiritual, cultural e histórico. Por exemplo, durante a análise da teoria do
evolucionismo, mesmo que houvesse dificuldade em aceitá-la, devido ao dogma do
criacionismo, eles reconheceram sua importância, pois, entenderam que questões como:
a evolução dos remédios e vacinas, o avanço na cura ou na estagnação de determinadas
doenças e vírus, o controle da qualidade dos alimentos, etc, tem a evolução como ponto
de partida e desenvolvimento.
Outro ponto positivo em relação a esse trabalho foi a socialização entre os alunos,
que se deu através da troca de informações, à medida em que as dificuldades apareciam.
Também, apesar dos questionamentos e pesquisas na internet, os alunos sempre nos
pediam uma opinião final, demonstrando a necessidade do professor enquanto mediador
e orientador das pesquisas e não como uma relação de total dependência.
A realização deste trabalho veio mostrar que a prática docente deve ser
repensada em relação às metodologias utilizadas no ensino de ciências. Ela deve
reconhecer a historicidade e a sociologia da Ciência como estratégia de ensino. Ainda, as
aulas de ciências devem criar um ambiente favorável a questionamentos e discussões;
incentivar a pensar, analisar e por em dúvida as informações, com a finalidade do aluno
mesmo construir um conhecimento significativo, embasado em suas próprias
investigações.
7. REFERÊNCIAS
ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação: rumo à sociedade aprendente. Rio de Janeiro. Editora Vozes,2007.
BLAUTH, Patrícia. A História de Ciências no Ensino de Ciências, Ed. Ática, São Paulo, 2005.
CARVALHO, A. M. P. et al. Ciências no ensino fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 2009.
CESAR & SEZAR. Biologia: volume único, São Paulo, Ed. Saraiva, 2005
Epstein, I. Criação e evolução. 10/07/2004. Disponível em: <http://www.comciencia.br/200407/reportagens/15.shtml>. Acesso em 16 jul. 2012.
PIAGET, J. & GARCIA, R. Psychogenesis and History, Columbia University Press, New York, 1989
PINCH, T. A sociologia da ciência comunitária. In: OLBY, Ediarte, São Paulo, 1990
Portugal, P. J. S. C. Cláudio Ptolomeu e Nicolau Copérnico do geocentrismo ao
heliocentrismo. 2011. Disponível
em:<http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CFQ/Geocentrismo_Heliocentrismo/Geocentrism
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Professora Teodósia. 2011. Disponível em: <cantinhodateodosia.blogspot.com.br/p/galaxias_04.html>. Acesso em 16 ago. 2011.
Revista Renascer Brasil. 2001. Disponível em<http://www.renascebrasil.com.br/f_criador3.htm>. Acesso em 01 fev. 2001.
THUILLIER, Pierre. De Arquimedes a Einstein: A face oculta da invenção científica. Coleção Ciência e Cultura, Jorge Zahar Editor, 1994.