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IGREJA BATISTA EL-SHADAY – Corpo Diáconal (Apostila elaborada pelo Pr. Venicios). Página 1
INTRODUÇÃO
Nos tempos que atravessamos a igreja se fraciona nos chamados
multiministérios. Pastores, educadores religiosos, ministros de
musica, assistentes sociais e mesmo administradores estão sendo
chamados pelas igrejas ao desempenho de atividades correlatas a
cada uma de suas áreas, inclusive de forma profissionalmente
enquadradas.
O diaconato foi à solução da igreja primitiva para esta necessidade
presente já há dois mil anos atrás. Quando os crentes da primeira
igreja cristã do mundo decidiram pela escolha de diáconos:
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós,
sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo
e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio” (At. 6:3).
Referindo-se basicamente ao “serviço às mesas”, estava sendo
criada a visão multiministerial moderna.
O diaconato moderno tal como o do passado bíblico, não é
remunerado pela igreja. Ele “serve” à igreja do Senhor. Seu trabalho
como servidor que é da igreja, pode se estender a qualquer área de
atividade dela. Ele será visto sendo diretor da EBD, responsável pelo
patrimônio, diretor de evangelismo, responsável pela ação social
etc., sem que isto represente qualquer tipo de remuneração ou
contratação como funcionário da igreja. Ele dá “tempo integral ou
parcial” à igreja (dando até do que este), pois ele, como bom
diácono está a disposição da igreja para bem servi-la no melhor e
verdadeiro espírito bíblico neotestamentário. Enquanto diácono ele
não é remunerado pela igreja. Pois bem, é para um contexto como
este que este estudo está sendo elaborado e trazido ao conhecimento
da igreja e dos irmãos. Ele será um marco importante para o
esclarecimento devidamente do verdadeiro conceito do diaconato
bíblico e com base nisto, nos colocamos a disposição e em condições
de melhor definir o que será a continuidade desse ministério nos
novos tempos que temos pela frente.
Que o Nosso Senhor Jesus nos abençoe!
Pr. José Venicios
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Instituição do Diaconato
1 – Base Institucional
Sua existência tem inegável amparo espiritual, segundo
preceitos bíblicos perfeitamente claros, os quais afloram no livro de
Atos dos Apóstolos como vimos no versículo acima e na primeira
carta de Paulo a Timóteo seu filho na fé, encontramos basilares
ensinamentos a serem observados na escolha de diáconos pela igreja:
“Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre,
não dado a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;
Guardando o mistério da fé numa consciência pura.
E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam se forem
irrepreensíveis. Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não
maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a
seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem
como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita
confiança na fé que há em Cristo Jesus”.
(I Tm. 3:8-13).
Este conhecimento exordial torna-se indispensável ao diácono, ou
mesmo àquele que deseja embasar-se no estudo deste assunto, o que
por certo, dar-lhe capacidade para transmitir às demais pessoas,
sejam elas crentes ou não, a razão de ser do diaconato e
conseqüentemente, o que é a função diáconal, a ser exercida por um
irmão escolhido por sua igreja, mediante orientação do Espírito
Santo, com posterior imposição de mãos para relevante trabalho no
Reino de Deus. Seu respaldo bíblico é irrefutável, pois além dos
textos já mencionados, ainda encontramos no Novo Testamento
outros relatos.
2. Conceitos sobre a expressão diácono
Em simples palavras, poderíamos conceituá-los com a seguinte
expressão: Obreiro separado por Deus, mediante orientação do
Espírito Santo a sua igreja, para exercer um ministério especifico e
especial junto aos irmãos economicamente carentes, com o sentido
precípuo de equacionar seus problemas, de acordo com os recursos
que lhe são fornecidos pela igreja, bem como desempenhar outras
atividades relacionadas com o diaconato, determinadas por Deus
mediante a orientação da igreja local.
Sem dúvida a murmuração dos gregos contra os judeus foi o
principal motivo pelo qual o Espírito Santo falou aos apóstolos, uma
vez que as viúvas gregas eram desprezadas no ministério cotidiano,
isto é, preteridas na distribuição dos recursos em poder da igreja para
os mais carentes:
“ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos,
houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus,
porque as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano” (At.6:1).
Eles não aceitavam que houvesse tratamento desigual, pois tanto
gregos como judeus haviam sidos regenerados pelo sangue de Jesus.
Os apóstolos uma vez reunidos buscaram a direção do Espírito Santo
e ele os orientou no sentido de elegerem 7 (sete) irmãos virtuosos
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como diáconos, para solucionarem os problemas que
intranqüilizavam a igreja. Os eleitos apresentavam virtudes para o
diaconato, as quais ainda hoje são requeridas aos separados para tão
importante serviço.
Virtudes dos primeiros diáconos
Cheio do Espírito Santo:
Os primeiros diáconos estavam em consonância com as coisas
espirituais, não obstante terem sido eleitos para uma tarefa especifica
de cunho eminentemente social, mas que deveria ter a indispensável
direção do Espírito Santo. Com a orientação divina tudo se torna
oportuno, perfeitamente fácil de realizar, com isso ele sempre
procede de modo correto, pois o Todo poderoso dá-lhe uma visão
perfeita a respeito de como fazer ou realizar o que foi entregue pela
igreja. Sem a presença do Espírito Santo em nossas vidas é
impossível realizarmos a obra do Senhor, portanto, um diácono
indubitavelmente, fará sempre o melhor. Aqueles homens que
serviriam a igreja primitiva como diáconos deviam ter sido pessoas
profundamente espirituais. (observem bem este vocábulo
(“espiritual”), lembrando que a bíblia fala também em “malignidade
espirituais” porque parece um tipo de piedade que afasta em vez de
atrair. A verdadeira espiritualidade primeiramente é uma relação
com o Espírito Santo, e não uma atitude ou ato.
Boa Reputação:
Trata-se do conceito cristão que o diácono deve apresentar como
pessoa lavada pelo sangue de Jesus e pelo Espírito Santo separado
para especial tarefa que é o diaconato. Sua boa reputação há de ser
evidenciada no seio da igreja a que está filiado e perante as demais
pessoas que o cercam. Seu nome precisa ser bem aceito pelos
irmãos, pois todos o têm como crente exemplar, pacifico, ordeiro,
conhecedor da palavra de Deus, conselheiro e de extremo zelo pelos
necessitados, notadamente, os que o cercam na igreja. O que temos
observado é de que todos procuram olhá-lo com simpatia; respeitam-
no como pessoa separada pelo Espírito Santo para exercer uma
missão importante entre os irmãos, desfruta de confiabilidade, por
conseguinte deve corresponder à confiança de que foi alvo pela
igreja. Importante: este vocábulo aparece 25 vezes em o N. T. com a significação de
“dar testemunho”. No capítulo 11 da carta aos Hebreus diz que “os antigos
alcançava bom testemunho”, significando com isso que o povo dizia, boas
coisas a respeito deles. O mesmo capítulo refere-se àqueles que pela fé
alcançaram boa reputação.
Cheio de Sabedoria:
Não se trata de uma formação acadêmica, de uma
intelectualidade de grau universitário, uma vez que a função não
requer título de bacharel, mestre ou doutor, e sim, perfeito
embasamento espiritual. Todavia, se o diácono os possui, devem
ser eles utilizados quando necessário para o melhor
desempenho de suas tarefas. O diácono por excelência deve usar
de sabedoria contida na bíblia e jamais ouvida-la ou substituí-la
por outros conhecimentos relacionados com os ensinamentos
bíblicos. Deve o diácono ser um bom leitor da bíblia,
principalmente os textos relacionados com as funções diaconais
para não esquecê-las.
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Cheio de Fé:
Os diáconos deveriam ser homens cheios de fé. Vemos que
isso não exigiu de modo direto; mas quando lemos que
escolheram Estevão porque era homem cheio de fé, torna-se
clara esta inferência, isto significa que Estevão possuía uma
fé mais esclarecida e mais poderosa do que qualquer outra
pessoa que vivia aqui na terra no seu temp. Nem mesmo os
apóstolos compreendiam tão claramente o significado do
Reino de Deus, da igreja e de sua obra como o varão Estevão.
Por isso foi ele figura da primeira grandeza da igreja
primitiva. E a explicação ai está “homem cheio de fé”.
Homem de negócio:
Os diáconos devem possuir certas qualificações seculares.
Esta parte recebe nas Escrituras Sagrada um tratamento
menor. Não obstante, pela natureza dos trabalhos que os
diáconos têm a desempenhar, admite-se que são homens da
liderança mais firmes e seguras. Precisamos examinar com
bastante atenção a palavra “negócio”, a fim de evitar
possíveis mal-entendidos. A palavra grega aqui é cheia, que
fundamentalmente significa “necessidade”. Assim ela é
traduzida 25 vezes. Esta passagem de Atos é a única que se
traduziu por “negócio”.
Qualidades Negativas de um Diácono!
Na bíblia Sagrada a vida do homem é comparada a casa bem
limpa e adornada, tendo-se posto fora todos os diabos.
Quando não se põem dentro de casa coisa boas e dignas para
enchê-la, o inimigo (o diabo) torna a invadi-la, agora sete
vezes mais forte que dantes. O cristão não pode ser
construído de negativas. O que se diz, portanto, nesta
passagem é que existem certas coisas que não podem fazer
parte da vida dos diáconos. Assim, homens que tiverem essas
coisas presente em suas vidas e delas não se tenham
corrigido não podem ser feitos diáconos.
Não de língua dobre:
Essa expressão Paulo escrevendo a Timóteo, dizendo que o
diácono não deve ser de língua dobre. É este o único lugar que
aparece este vocábulo nas Escrituras Sagrada. Significa dizer
uma coisa a esta pessoa e outra coisa àquela. Há homens que
perante um auditório dizem umas coisas, e já perante outro
auditório dizem coisas bem diferentes. São homens de língua
dobre, de duas línguas popularmente falando. O vocábulo como
vem empregado nesta passagem bíblica acusa uma qualidade
bem desfavorável, pois indica uma fala insincera (falsa), cujo
intento é ludibriar (enganar).
Não dado a muito vinho:
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Esta é a segunda negativa a respeito do homem a ser
escolhido para o diaconato. Não dado a muito vinho. Este parece
um modo estranho de tratar coisas importantes. No versículo 3
se diz que o diácono (pregador) não deve ser “dado ao vinho”.
Noutra versão isto é traduzido por (“temperado”), e ainda numa
terceira versão se diz: (“vigilante”). Muitos irmãos acham grande
conforto neste fato, enquanto o pastor não deve fazer uso de
vinho, do diácono simplesmente se exige que não beba muito
vinho. Interpretam, então, o texto afirmando que este dá certa
liberdade aos diáconos no que respeita o uso de bebidas
alcoólicas, uma vez que não se excedam. Mas achamos não haver
base aqui para se criar escrituristicamente um duplo padrão. E é
chegado o momento de se afirmar que o simples fato de uma
pessoa se abster do uso de bebidas alcoólicas não basta para
qualificá-la para o diaconato.
Não cobiçosos de torpe ganância:
Este terceiro defeito do qual o diácono deve fugir. É coisa
muito interessante esta, relação ao diaconato. Por uma simples
palavra aqui é novamente contrastada a posição do ministro com
a do diácono. Ainda que a mesma tradução “não cobiçosos de
torpe ganância”, se constitua requisito de ambos os ofícios, no
grego as palavras não são as mesmas. Somos alertados a não ter
amor (apego) ao dinheiro. O que a bíblia aqui afirma certamente
é uma palavra de alerta (aviso) para todos nós que almejamos o
ministério da palavra e o diaconato.
Qualidades Positivas de um Diácono!
Antes de passarmos ao exame das qualidades positivas
que o diácono deve possuir, convém repisar que estas
qualidades negativas em nada autorizam as igrejas a eleger seus
diáconos só porque não fazem tais coisas. Conquanto seja muito
desejáveis que os homens abandonassem maus pensamentos e
ações por amor de Deus, não devemos dar demais ênfase as
qualidades negativas, em se tratando de escolher homens para o
diaconato. Dando-se demasiado destaque a isso, ter-se á a idéia
de que o diácono é uma pessoa solenemente afastada de todas as
realidades da vida, separadas de seus semelhantes, e que não
esteja visceralmente empenhada em fazer as coisas que mais
agradam a Deus.
Sério:
Esta é a primeira qualidade positiva que Paulo apresenta
a Timóteo no que tange ao diácono – ser homem sério. O
vocábulo grego significa “venerável”, “honrável”, “grave”. Bem
examinado, este vocábulo refere-se não a qualidade do rosto do
homem, nem ao seu comprimento. Não se pode dizer que este ou
aquele homem é religioso só pelo formato de seu rosto.
Apresenta-se rosto grave ou fechado pode bem ser resultado de
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má digestão. Não deixemos que estas palavras “graves” destruam
o claro ensinamento bíblicos de que os cristãos são gentes
alegres e de que seus líderes são gente feliz em sua experiência
com Cristo. deus espera que sua igreja eleja para diáconos
pessoas que interiormente possuam certa dignidade, que
tenham plena consciência do valor do homem que é do divino
privilégio de servi-lo, que vivam diretamente ligados ao Senhor;
e que assim se tornem homens respeitáveis e que tragam dentro
de si o índice da venerabilidade.
Que guardam o mistério da fé em uma pura
consciência:
Neste tema agora discutiremos aquilo em que o diácono
deve crer. É claro que ele deve ser homem de grandes
convicções. Embora a discussão deste assunto esteja reservada
para lembrar as qualidades positivas que os diáconos devem
possuir.
Provado:
O diácono tem que ser provado, experimentado, primeiro.
Hoje e sempre, dia a dia, urge fazer asa igrejas se lembrarem
disto. É muito fácil às igrejas deixarem-se levar pela forte
personalidade de qualquer individuo ou serem arrastadas e
enganadas pelo seu zelo aparente para com os negócios
eclesiásticos, esquecendo-se de procurar saber qual a atuação do
tal individuo nas congregações de onde ele veio. A idéia principal
ou fundamental deste vocábulo “provado”, é a de provação ou
demonstração de capacidade individual. Esta mesma palavra no
N. T., é traduzida também por “experimentar” e “discernir”. No
capítulo 14 de Lucas, Jesus, falando de escusas, refere-se a um
homem que comprara cinco juntas de bois e dissera: “vou
experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.” O que é
ridículo aqui é o fato que o homem tenha comprado os bois sem
antes primeiro experimentá-los. Igualmente nas igrejas cristãs,
será temeridade e insensatez colocar um homem numa alta
posição de responsabilidade e liderança sem primeiro provar
suas capacidades.
Que sejam irrepreensíveis:
Quando a bíblia afirma que os diáconos devem ser
“irrepreensíveis”, parece-nos estar Deus exigindo uma qualidade
assaz desejável, mas impossível. Mas isto não quer dizer que o
candidato a diácono deva ser perfeito, e nem que se exige do
pastor. Sim, porque, se exigisse a perfeição, seriam postos fora
de cogitação todos os mortais. Quem é perfeito? Que significa
então “ser irrepreensível”? Significa isento de mau procedimento.
Nas qualificações exigidas do pregador, vemos que se requer
seja ela uma pessoa a quem ninguém possa imputar más ações,
uma pessoa que saia vitoriosa de qualquer investigação
imparcial. O diácono igualmente precisa ser uma pessoa que
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esteja acima de qualquer reprovação, um individuo contra quem
não se possa alegar coisa alguma.
Marido duma só mulher e que governe bem sua
casa
Estas duas últimas qualificações positivas discutiremos, mas a
frente, quando trataremos do lar do diácono. Então estudaremos
como deve ser, no total, o lar do irmão a quem devemos eleger
para o diaconato.
A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO DIACONAL
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria,
aos quais constituamos sobre este
“importante negócio” (At. 6:3).
Inicialmente os irmãos diriam que todo cargo ou função
exercido na igreja do Senhor Jesus Cristo, não deixa de ser
importante, pois o trabalho é de Deus. Sobre isto não resta a
menor dúvida, fato questionável, mas se trata da aplicação dos
dons espirituais.
Todavia as tarefas diaconais destacam-se grandemente
dentre as demais que temos a realizar como crente, em face de
serem elas instituídas de um modo muito especial, como ocorreu
nos tempos apostólicos, cuja visão era de facilitar o trabalho
daqueles líderes que se dedicavam ao ministério da palavra.
Assim, deve o diácono entender o seu trabalho como um grande
privilégio de servir à sua igreja e aos irmãos.
A oportunidade de servir deve ser considerada como
importante pelo diácono, uma distinção que muitos irmãos
desejariam, desta forma cabe-lhe honrá-la com perfeita
diligência. O exercício das funções que lhe foram atribuídas
constitui inegavelmente um privilégio, porém marcado de
responsabilidade, devido ao compromisso assumido perante a
igreja e o Seu Senhor, que é Jesus Cristo. Esta prática encontra-se
ligada à sua personalidade, alicerçada na Palavra de Deus e
aprimorada com o exercício do diaconato, conseqüentemente,
ligada a função que abraçou.
BASES DA SELEÇÃO
Vasculhando os membros da Igreja:
Há três princípios que devem nortear a igreja do Senhor
na escolha de seus diáconos. Se ela se apegar bem a tais
princípios, conseguirá vitórias nesta seleção. O primeiro
principio, diz respeito ao vasculhamento (procura) dos membros
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da igreja. A comissão ou qualquer outro grupo encarregado das
indicações deve fazer um estudo minucioso dos que aparecem
no rol de membros da igreja. Estive presente numa reunião que
foi apresentada uma longa lista de candidatos ao cargo diaconal.
Foram lidos todos os nomes da congregação em voz alta, e isto se
fez com seguidas pausas para se poder notar bem o efeito que
cada nome produzia nos eleitores
A escolha da Congregação:
O segundo principio básico é que a escolha se faça pela
congregação em base puramente democrática. Deve-se permitir
aos eleitores que se manifestem livremente. Assim, a igreja
poderá apresentar na eleição o seu melhor juízo. Este é o
principio geral sobre que se deve construir o bem-estar da
igreja. Leia-se com cuidado o capítulo 6 de Atos para ver como
foi que a igreja primitiva agiu naquela eleição dos sete. Vê-se
bem que houve um forte espírito unidade e cooperação e que
tudo foi feito democraticamente, conforme as necessidades do
momento e das escolhas assim feitas.
Espírito de Oração:
O terceiro principio, nos fala da necessidade de se
processar a eleição no espírito de oração e segundo o conselho
de Deus. Os processos democráticos duma igreja
neotestamentária não irão adiante sem a oração. Sim, esta deve
permear toda e qualquer eleição, escolha ou atividade da igreja.
Se uma igreja precisa ser sincera em suas orações, deve ser
sincera na eleição dos seus diáconos. Lembrando que o N. T.,só
fala de dois ofícios na igreja, erro muito sério, e talvez
irreparável, se cometerão, quando a igreja ocupar esses cargos.
Urge sempre e sempre buscar a orientação e o conselho do
Espírito Santo.
MÉTODOS DE SELEÇÃO
São inúmeros os modos pelos quais as igrejas selecionam seus
diáconos. Os batistas são gente que se mostram bastantes
independentes, até mesmo quanto ao processo. Assim, a
discussão de alguns métodos de seleção será coisa vantajosa no
sentido de se avaliar a atuação duma igreja.
Indicação pelos Diáconos:
Um dos primeiros métodos conhecido é este – os novos
diáconos são indicados pelos velhos diáconos. Se houver a
necessidade de uma quantidade maior discutiam, então, o
assunto e se propunham apresentá-los a igreja. Por fim, faziam a
indicação de nomes à igreja. Admitia-se tacitamente que
quaisquer indicações a serem feitas deviam vir do grupo de
diáconos em exercício. Não há dúvidas em minha mente sobre a
sabedoria, o espírito de oração e a habilidade da junta de
diáconos das igrejas batistas. Reconheço, não obstante, que este
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processo consigo algumas desvantagens muito sérias. É preciso
ter intervalos regulares. A questão da eleição só é apresentada
quando alguém da igreja se faz ser notada na igreja, daí então
entra-se a cogitar se o irmão fulano, se ele deve ou não ser eleito
diácono.
Indicado pelo Pastor da Igreja:
Outro método não muito usado no meio dos batistas, mais
é seguido por muitas igrejas cristãs, é o de indicação provinda
pelo pastor da igreja local. Apresso-me a dizer e afirmar que
penso que não se deve indicar ninguém para o diaconato sem
primeiro ser consultado o pastor da igreja. Sim, porque, se há na
igreja que vitalmente se interesse por tais eleições, esse alguém
é o pastor. Por causa da posição em que Deus o colocou e porque
a igreja deve confiadamente reconhecer a sua liderança na igreja
é obra do Espírito Santo do Senhor. Agora que disse acerca dos
defeitos dos primeiros métodos devo dizer também deste
segundo. A prudência está igualmente contra este método. Uma
igreja batista é essencialmente congregacional em seu sistema
de governo, embora nós, batistas nem sempre tenhamos tido o
devido cuidado de deixar nossas congregações tomar suas
decisões.
A Indicação pela comissão Indicadora:
Este é o terceiro método. Tal comissão pode ser uma
comissão especial, eleita para a ocasião. É de grande importância
o processo pelo qual se constitui uma comissão indicadora
permanente. Há igrejas com muitos membros ou não. Tal
comissão pode também ser indicada pelo pastor da igreja, se for
indicada pela comissão constituída.
ORDENAÇÃO:
Quando a igreja já elegeu seus diáconos e estes já
decidiram consagrar-se ao oficio, conhecendo bem o significado
do serviço a ser prestado à igreja, resta determinar o dia das
ordenações, e segue-se a cerimônia: Deve ser numa ocasião que
realce o valor do oficio, e tão logo quanto possível. Os membros
da igreja devem estar presentes, o dia a hora deve ser
largamente anunciado. A ordenação deve processar-se com
muita solenidade, dignidade, e sinceridade como um momento
muito sagrado da vida da igreja e da vida dos ordenados.
Daí segue-se a imposição de mãos, que é a parte mais frisada
pelas Sagradas Escrituras. Isto não é como o passar de capas,
ainda mesmo no sentido espiritual. O fato de um homem por
suas mãos sobre a cabeça de outro não quer dizer que o poder
espiritual daquele passe automaticamente para este não. É um
sinal de oração e encorajamento, de aceitação num maravilhoso
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companheirismo, bem como o reconhecimento duma instituição
divina. Após a imposição de mãos, convém que os membros da
igreja estendam sua destra fraternal aos recém-ordenados. E
logo os membros se dispersam para seus lares, com seus novos
diáconos devidamente ordenados.
Os Pastores ficariam somente com o
Ministério da Palavra
“Mas nós perseveraremos na oração e no ministério
da palavra” (At. 6:4).
Parece-nos que este é o desejo de cada pastor, isto é, o
que ocorreu na instituição do diaconato, com o qual os apóstolos
contaram para cumprir rigorosamente o ide de Jesus, fazendo
novos discípulos. Também os obreiros, hodiernos, pastores,
pensam da mesma forma no sentido de lhes favorecer o
ministério da palavra.
Os apóstolos dedicar-se-iam a disseminação do evangelho
e ao doutrinamento dos crentes, com isto, a expansão do reino
de Deus seria uma realidade, como foi a ponto de alcançar o
mundo naquela época conhecido. Atestam este fato as igrejas
organizadas, muito das quais foram visitadas pelos apóstolos
não só quando as implantaram, como também, posteriormente
para conservá-las firmes na sã doutrina e na fé. O problema dos
irmãos necessitados que angustiavam os apóstolos, passaram a
ser confiados aos diáconos, o que lhes proporcionava um alivio
da carga social enfrentada pela igreja em dias tão difíceis.
O exercício do ministério apostólico constituir-se-ia da
pregação do evangelho e instrução espiritual aos neófitos, isto é,
o perfeito doutrinamento passou a ser uma realidade. Hoje o
pastor deve contar com o apoio diaconal, o qual necessita ser
bem desenvolvido em nossas igrejas, capaz de solucionar as
dificuldades sociais dos irmãos, o que deixará a vontade (o
pastor), para se dedicar ao ministério da palavra que lhe foi
confiada.
O DIÁCONO COMO EVANGELISTA
Além de sua missão precípua, o diácono pode desenvolver seu
trabalho com objetivo de ganhar almas para Cristo. Temos dois
grande exemplos: Estevão e Felipe (obreiros notáveis que
souberam desenvolver além das tarefas normais do diaconato.
Estevão foi o primeiro mártir do cristianismo, isto é, o primeiro
cristão a sofrer grandemente pela obra de Jesus. Ele entregou a
sua vida em testemunho vivo do evangelho. Soube perdoar
aqueles que não entenderam a mensagem salvadora do Filho de
Deus. ao recordarmos suas últimas palavras, sentimos como
andou perto de Cristo. foi um diácono cheio de fé e de poder, que
realizou prodígios e grandes sinais entre o povo. Chegou a
contemplar o Senhor Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo
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ao fixar os olhos no céu; viu a glória de Deus, e Jesus que estava a
direita do Pai:
“E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que
está em pé à mão direita de Deus” (At. 7:56).
Cremos que os demais diáconos que foram eleitos também evangelizaram, porém as vidas desses (Estevam e Felipe), nos mostram, inequivocamente, a grande responsabilidade que nos cabe como obreiros do Senhor para ganharmos almas para o seu reino. Em nossos dias, os diáconos poderiam desenvolver a missão de anunciar o evangelho, podemos citar algum modo da propagação:
1. Colaborar com as Frentes Missionárias!
As igrejas abrem frentes missionárias com sentido de
espalhar a palavra de Deus. nem sempre elas encontram pessoas
capazes de assumirem a responsabilidade de dirigi-las. São
agências do reino do Senhor que podem alcançar um
determinado bairro ou locais previamente escolhidos, indo ao
encontro daqueles que ainda não ouviram a mensagem do
Senhor.
Aos diáconos cabe prestar valiosa colaboração, não só
assumindo a direção dessas frentes, mas também, de instruir na
palavra do Senhor os que se convertem. É hora de pensarmos na
participação efetiva dos diáconos nessa importante obra do
Senhor, para que elas (frente missionárias) sejam bem
sucedidas, pois na maioria delas, encontramos futuras
congregações ou até mesmas futuras igrejas.
2. Colaborar com as Congregações!
Poderíamos conceituar as congregações como igrejas
emergentes, visto que, apresentam visível progresso e
possibilidades de ser em breve uma nova igreja. Elas possuem
cultos normais, escola bíblica dominical recolhe ofertas etc.
Falta-lhes apenas autonomia administrativa, e serem
organizadas de acordo com as praxes eclesiásticas e lei vigente
para as pessoas jurídicas de direito privado. Para dirigi-las são
indispensáveis obreiros experientes e os diáconos de modo em
geral, que possuam qualificações necessárias para esta tarefa.
3. O púlpito da Igreja!
Nem todas as igrejas possuem pastores de tempo integral,
bem como seminaristas que os substituam na pregação da
palavra do Senhor nos cultos regulares. Principalmente no
interior de nossa pátria, esse problema é tão grave e a solução
um tanto difícil.
Os diáconos podem prestar inestimável colaboração ao
ocupar os púlpitos dessas igrejas, na ausência de seus obreiros
anteriormente citados. Para que não seja quebrada a seqüência
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da obra do Senhor, cabe ao diácono suprir essa lacuna. Temos
verificado nas cidades e locais pobres de nosso país, igrejas que
sobrevivem sem pastores, graça ao trabalho abnegado dos
diáconos que se destacam na anunciação do evangelho do
Senhor. Portanto, todavia, cabe ao diácono preparar-se
devidamente, estudar a Palavra do Senhor e manusear bons
livros de como preparar sermões e orientar-se com seu pastor,
para ser eficiente quando solicitado.
4. Participação como Conselheiro!
Certas igrejas entregam aos diáconos a responsabilidade do
primeiro contato com aqueles que se decidem ao lado de Cristo.
As primeiras palavras ao recém-convertido podem ser
decisivas para que ele se mantenha firme na sua decisão ao lado
de Cristo. O diácono pode fazer o trabalho de maneira eficiente.
Portanto, sempre que a igreja precisar, ou mesmo, quando o
diácono sentir essa necessidade, não deve esperar que o pastor o
convide, mas de imediato, oferecer-se para servir como
conselheiro e professor dos mais novos (neófitos) no evangelho.
5. Evangelismo Pessoal!
Não pode o diácono perder a oportunidade de falar de Jesus.
Há sempre ocasiões para lançarmos a semente do reino de Deus.
O diácono que não evangeliza, ou melhor, que não aproveita as
boas oportunidades para falar a respeito da Palavra do Senhor,
procede de maneira semelhante aquele que esconde a sua
lâmpada, que guardada, não pode dissipar as trevas que o
cercam. Encontramos em vários locais pessoas aflitas, ansiosas,
tristes, que precisam de Cristo para solucionar seus problemas.
Alguns já recorreram a macumba, cartomante, psicólogos,
psiquiatras e nada conseguiram. O mal que elas carregam está na
alma, é o mal do espírito e só Jesus pode curá-las. Que na volta
de Cristo, não haja alguém a culpar o diácono com esta
expressão “Este não falou de Jesus, da sua obra redentora, quando
deveria fazê-lo”.
O bom relacionamento do diácono com as
pessoas que o cercam!
Geralmente o diácono mantém um circulo muito grande
de amizade. Seu comportamento estende-se por várias camadas
da sociedade, por conseguinte, não se limita à esfera da
comunidade cristão a qual serve. Nunca tivemos conhecimento
de um diácono que se furtasse ao bom convívio social. Por
natureza de sua tarefa ele é uma pessoa cordial e sociável.
Na Igreja!
Seu relacionamento é muito extenso no seio da família que
compõem a igreja, devido a função diaconal que ocupa. O
diácono constantemente está em contato com o pastor da igreja,
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colegas do corpo diaconal, líderes, diretoria, e demais membros
da igreja os quais deve manter cordialidade, agradável trato e
servi-los no que for possível.
Com o Pastor!
O pastor é o guia espiritual da igreja mediante a orientação
do Espírito Santo os irmãos o escolheram e o colocaram à frente
da igreja de Cristo. O pastor desenvolve um ministério
indispensável no doutrinamento dos crentes; pregação do
evangelho àquele que não conhecem ainda Jesus Cristo como
Salvador, para o que necessita de auxilio de todos, especialmente
o diácono. Para melhor desempenho de sua tarefa o pastor conta
com a colaboração do corpo diaconal, a fim de solucionar os
problemas ligados à parte social, que lhe permite bom
desempenho no ministério do culto. Não podemos admitir o
diácono e o ministério da palavra como dois órgãos paralelos,
em conflitos, uma vez que ambos têm objetivos únicos que é o
crescimento do reino de Deus.
Não deve existir disputa, nem muito menos superposição;
pelo contrário, eles precisam estar interligados relacionando-se
de modo perfeito, como aconteceu na igreja primitiva. Isto é
notório quando o pastor e o diácono caminham juntos para o
crescimento da obra do Senhor.
Os diáconos existem para ajudar a igreja na obra proposta
pelos apóstolos:
“E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus
e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante
negócio” ( At. 6:2-3).
E se isto for uma realidade, pode o pastor dedicar-se
exclusivamente ao ministério da palavra. Ele saberá que os
problemas atinentes à parte social e outros que por acaso surjam
serão confiados ao corpo diaconal, entregue a obreiros
competente e dedicados, escolhidos por Deus para esta missão.
Portanto, diácono e pastor devem trabalhar unidos para o
crescimento do reino de Deus. o bom relacionamento dos
diáconos com o pastor só pode redundar em bênção e promoção
do reino do Senhor Jesus Cristo.
Com colegas do corpo diaconal!
O tratamento entre os diáconos deve ser o mais cordial e
agradável, pois o interesse em atender à causa do Senhor, torna-
os mais unidos e solidários. As indelicadezas precisam ser
evitadas, principalmente palavras ásperas. Algumas dificuldades
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podem surgir a respeito de assuntos delicados, mas o poder do
Senhor fará a obra maravilhosa da compreensão e prevalecerá
sempre o consenso. Visitas mútuas deverão ser programadas
com o objetivo de unir as famílias dos diáconos assim se
conhecem melhor. Nas divisões das tarefas diáconais impõe-se
também boa cortesia. Só deve o diácono recusar uma
convocação se algo definitivamente o impede, neste caso, bom
seria licenciá-lo.
O diácono perfeitamente irmanados podem fazer uma grande
obra na igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Há muita coisa para
se fazer e realizar, os irmãos e a membresia depositam nos
diáconos irrestrita confiança no que tange ao cumprimento de
suas tarefas.
Com os membros da Igreja!
Geralmente o diácono é olhado como um membro exemplar
tanto na área doutrinária, como servo do Senhor que
testemunham das verdades Santas. Ele ocupa lugar na liderança
da igreja e todos os membros têm-no como bom obreiro. Ele
deve ser visto como um irmão mais experiente que está disposto
a ajudar osque procuram.
Desta forma o relacionamento entre o diácono e os demais
membros da igreja não deve ser somente um ideal, mas uma
autêntica realidade, para qual o diácono precisa concorrer
grandemente, esforçando-se o máximo para que isto se
concretize.
Seu Relacionamento com os não-membros da Igreja:
Este campo mostra-se bem mais espaçoso devido a necessidade
de o diácono relacionar-se também com pessoas não-crentes nas
mais diferentes esferas de nossa comunidade e sociedade; como
parente em diversos graus, os quais não podem ser esquecidos ,
pois seria para eles uma decepção, se os diáconos se furtassem a
manter um bom relacionamento de parentesco.
Parentes:
Ao saberem de que o irmão é um diácono, pessoas
estranhas à igreja de Cristo, esperam muito de sua ajuda, quer
no campo espiritual, como na possível assistência aos seus
problemas. Cremos que o mais importante será a sua conduta,
sempre pautada pela Palavra do Senhor, que assim marcará
junto aos seus parentes não membros da igreja, sua
personalidade cristã.
Os Vizinhos:
O crente deve ser um bom vizinho. Os que residem perto de
uma pessoa importante na igreja como diáconos esperam dele
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excelente testemunho. Será sempre solicito para atender os que
o procuram e o fará desinteressadamente, por amor.
Amigos e colegas de trabalho:
A maioria não conhece o evangelho e para eles o crente
vive de maneira bem diferente, pelo que entre eles cabe muito o
seu testemunho cristão. O viver falará bem mais alto do que as
suas palavras. Suas palavras, linguagem correta e serena dirá
que ele é uma pessoa que experimentou uma nova vida em
Cristo. é comum crentes ser interrogados sobre diferentes vícios,
se fala palavrões, palavras de baixo calão, bebidas, cigarros,
jogos, tóxicos, cuja opinião deve ser sincera, pautada pela bíblia,
se possível, mostrar com os textos bíblicos.
O diácono deve ter todo cuidado para não decepcionar com
o seu proceder aqueles que esperam dele comportamento
exemplar.
Atendimento aos carentes
da Igreja
Este serviço o diácono deve fazê-lo com absoluto amor.
Jamais o irmão deverá furtar-se a esta responsabilidade. O
membro carente em sua necessidade procura a pessoa certa;
aquela que a pode ajudar, ou seja, o diácono.
Os principais carentes são:
As Viúvas
alegam os irmãos estrangeiros membros das igreja em
Jerusalém, que suas viúvas eram desprezadas e pediam aos
apóstolos imediata providência para que elas fossem mais
discriminadas, preteridas por outras co-irmãs, por ocasião da
entrega dos bens arrecadados, os quais deveriam ser
equanimente distribuídos aos irmãos carentes arrolados. Não
podem esperar que elas solicitem nossa presença é nosso dever
agir antes que tal fato ocorra.
Os Órfãos, Crianças e Adolescentes
São as crianças que não possuem pais. Que não tem
amparo de parente próximo ou talvez de nenhuma pessoa da
família. Principalmente conforto espiritual. Jesus dedicou uma
atenção especial às crianças. Ele as amou e teve por elas grande
apreço, os Evangelhos Sinóticos, falam muito a este respeito.
Anciãos, Idosos e Deficientes
Muitos não podem ir à igreja, devido problemas de saúde,
físicos ou mentais. Uma visita cordial de alguns minutos traz-
lhes grande satisfação. Normalmente, a leitura da bíblia será
oportuna nesta visita, assim como a oração, e o ouvir de suas
necessidades e problemas. Com toda atenção o diácono anotará
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seus pedidos, providenciando imediatamente o que estiver ao
seu alcance, e o que escapar de sua alçada, cientifica o pastor, ou
presidente diaconal ou departamento especializado da igreja
para o que for necessário realizar.
Os diáconos e outras entidades
O principal departamento que mantém constante
relacionamento com o diácono é o de Assistência Social. Casos há
em que os dois precisam marchar juntos para solucionar uma
série de problema que surgem atinentes aos nossos irmãos. De
um modo geral o corpo diaconal não trabalha com verba da
igreja, ele o faz via departamento social, ou saque junto a
tesouraria da igreja.
1. SUS – Sistema Único de Saúde!
Os diáconos atuam juntos a esses órgãos de modo a
providenciar socorro aos irmãos que não dispõem de um plano
de saúde ou recursos para serem atendidos por médicos e
hospitais particulares. Acompanham os tratamentos que lhe são
dispensados, a fim de que lhe sejam condignamente assistidos.
2. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social!
São muito comuns as solicitações dos irmãos junto a este
instituto, cuja administração do seguro social é verdadeiramente
complexa, devido sua estrutura marcada por gerência,
departamentos, regiões, o que muito confunde os segurados,
aposentados, e pensionistas. Vários são os formulários utilizados
para obtenção de benefícios, cujo preenchimento de cada um
exige atenção quanto aos dados a serem fornecidos.
3. Delegacias de Policia!
Tornaram-se corriqueiros os casos de roubos e furtos,
principalmente nas capitais e cidades menores, dos quais
infelizmente não estamos isentos, que exige às vezes imediato
registro nas delegacias de polícia, afim de que não haja prejuízos
maiores. Uma boa orientação ao irmão pelo corpo diaconal,
torna-se medida oportuna.
4. Presídios ou penitenciarias!
Estranhos problemas poderão ocorrer mediante solicitação
de membros da igreja para pessoas que se encontram
encarceradas (presas), como parentes, amigos e colegas de
trabalho. Trata-se de um atendimento que na prática, escaparia
o âmbito do diaconato, mas não podemos decepcionar os irmãos
que nos procuram. Dentro do possível, devemos atendê-los e
passar-lhes as informações necessárias de como proceder.
5. Juizado da Infância e da Juventude!
Até agora poucos sãos os processos em que menores filhos
de nossos irmãos estiveram envolvidos com este órgão da
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justiça. Todavia, devemos estar preparados para agir quando for
necessário. É um ramo da justiça marcado por certas
burocracias, difícil, principalmente aos humildes. O corpo
diaconal deve olhar com bastante atenção às solicitações que lhe
forem feitas quanto a menores ligados as pessoas da igreja.
6. Abrigos e Asilos!
Essas instituições destinam-se a receber pessoas idosas não
assistidas normalmente pelas famílias. Muito são casos de
abandono que nós conhecemos, parentes para se verem livres
dos idosos os internam e jamais o procuram. Lamentavelmente,
até pessoas que se dizem crentes, não querem ser incomodadas
com seus parentes idosos, mesmo quando se trata de seus pais.
Compete ao corpo diaconal mediante entendimento com o
departamento de assistência social, agir para solucionar os
problemas desses anciãos.
7. Orfanatos!
No exercício de nossas funções, diaconais, temos procurado
providenciar a internação de alguns menores, principalmente
junto à Cidade Batista da Criança (Rio de Janeiro), as nossas
igrejas não nunca nos tem negado apoio necessário neste
sentido para a solução dos problemas que eventualmente
ocorrem quanto ao amparo do menor. O trabalho diaconal não
tem fronteiras: Ele se estende à sociedade de um modo geral.
8. Escolas!
Especialmente para os filhos dos membros da igreja, o corpo
diaconal manterá entendimento com o departamento de
assistência social, para que estes sejam atendidos na sua
pretensão de estudar. Matriculas nas escolas públicas, bolsas de
estudos, podem ser objeto de ação dos diáconos, no sentido de
consegui-las. Se a igreja dispõe de verbas para estes
atendimentos, uma boa seleção precisa ser feita, a fim de que os
mais carentes sejam contemplados.
9. Creches!
Sempre surge em nossas igrejas a sugestão para
organizarmos uma creche. A idéia é por sinal bem acolhida,
todavia, esbarra em alguns pontos, tais como:
Local: Nem sempre as igrejas dispõem de locais
adequados para este serviço. Algumas exigências devem
ser obedecidas no que tange aos órgãos de fiscalizações.
Como igreja do Senhor Jesus Cristo, devemos obedecer ao
que pedem as autoridades constituídas.
Recursos: Trata-se de um investimento razoável que não
pode prejudicar as demais missões da igreja. Hoje a
instalação de uma creche exige um bom recurso. Sendo
atividade muito controlada pelos órgãos públicos, exigirá
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da igreja uma estrutura bem profissional para não ter
maiores problemas.
Pessoal: Os funcionários devem estar perfeitamente
habilitados para este trabalho. Existe legislação estadual
especificas para tal assunto. Organizada a creche, seguir-
se-á o recebimento de crianças. Pelo que acabamos de
expor, a função do diácono é grande e marcada de
inúmeros serviços para os quais necessita estar bem
preparado.
A ÉTICA DIACONAL
A igreja não o elege só para exercer funções limitadas, como
assistência social, distribuição da Ceia do Senhor, recolher
dízimos e ofertas, efetuar visitas e assistir reuniões do corpo
diaconal. Seu campo de atuação e trabalho é mais extenso e
abrange maior parte das atividades que a igreja empreende.
1. Escola Bíblica Dominical:
Se o diácono possui qualidades para ensinar, ainda conhece
métodos e técnicas de ensinos, pode colaborar grandemente com
esta organização como professor de uma das classes. Pressupõe-
se que todo diácono conhece bem a bíblia e deste modo, não lhe
falta conteúdo para lecionar. Se ele não tem conhecimento
didático, poderá fazer um curso prático ou pesquisar alguns
livros sobre o assunto e adquirir razoável conhecimento para
exercer ainda melhor função de professor. A firmeza doutrinária
é uma das características dos diáconos.
2. Doutrinar os Neófitos:
Aqueles que se convertem ao evangelho e não pertencem a
uma família de crentes, possui acentuadas dificuldades em
interpretar a Palavra do Senhor, de entender a missão da igreja e
as suas organizações. Pensemos na grande colaboração que um
diácono pode dar quanto a instrução dos crentes novos,
ajudando-os para que cresçam bem alicerçados na Palavra
(bíblia), sua regra de fé e prática. Tal procedimento pode ser a
pedido da igreja ou poderá fazer espontaneamente. Muitos
desanimam e abandonam a carreira cristã, porque os irmãos
mais experientes não se dispõem em ajudá-los.
3. Aconselhar os fracos na Fé:
As vezes, a fraqueza espiritual ocorre na vida dos crentes,
não obstante muitos irmãos dizerem-se fortes. Razão tinha o
apóstolo Paulo para exclamar em sua primeira carta aos
Coríntios:
“Fiz-me como fraco para os fracos,
para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os
meios chegar a salvar alguns” (1Co. 9:22).
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Vem o desânimo e acabam deixando a igreja. Critica o pastor, o diácono, as organizações, a diretoria estatutária e chegam a dizer que para ser não precisa ir constantemente à igreja, basta uma vez ou outra . antes de se iniciar o aconselhamento, seria bom que o diácono não se esquecesse de buscar a orientação divina, uma vez que só podemos fazer a obra do Senhor mediante sua presença. Primeiramente deve o diácono ouvir atentamente o irmão; saber o que o afastou da igreja e o enfraqueceu na fé.só após isto, o diácono atuará no sentido de ajudá-lo a voltar a voltar para o aprisco do Senhor. Fá-lo-á com muito amor, compreensão, e desejo que brevemente aquele que se encontrava desanimado retorne ao aprisco do Senhor.
4. Ser Dizimista:
O diácono deve ser fiel defensor da doutrina bíblica do dizimo e da oferta. A fidelidade do diácono é um fato natural. Algumas dificuldades podem surgir no seio da igreja quanto à interpretação desta doutrina, mas o diácono estará atento para ajudar aqueles que têm dúvida sobre a entrega do dizimo, que na realidade, pertence ao Senhor. Não cremos que os irmãos possam consagrar um diácono que não conheça bem a base bíblica do dizimo, como também recomendar aos irmãos para estado probatório aquele que não é dizimista.
5. Colaborar para a boa disciplina na igreja:
Sua experiência cristã será muito valiosa nesta missão.
Mesmo que o diaconato não faça parte da comissão de ética ou
departamento de disciplina, pode perfeitamente colaborar para
que irmãos faltosos pensem na responsabilidade que têm
perante a igreja.
Vez por outra é o diácono convocado para atuar nesta
área e deve fazê-lo co amor. Sua palavra será marcada pelo bom
senso cristão, procurando reabilitar o irmão que caiu ou está em
falta com a igreja. Ele aplicará somente os ensinamentos de
Cristo, sob orientação do Espírito Santo, nesta reabilitação do
membro que representa a ovelha distante do rebanho, a
desgarrada.
A disciplina do culto e demais reuniões da igreja costuma
exigir a intervenção do diácono. Toda experiência cristã e boa
tática devem ser aplicadas, fazendo ver ao membro da igreja que
se comporta de modo irreverente, portanto, fora dos
ensinamentos da Bíblia, seu compromisso assumido perante a
igreja, na presença de Deus. embora não seja este trabalho
especifico do diácono, não lhe custará muito atender ao chamado
da igreja para colaborar, a fim de que tudo se faça com decência
e ordem, como determina apalavra de Deus.
6. O diácono deve perdoar sempre!
Nenhum outro membro de uma igreja terá o perdão como
lema tão forte na vida cristã como o diácono. Ele deve amar
mesmo que sofra ofensas, seja ela praticada por um irmão na fé
ou por pessoa não-crente. Este procedimento faz parte da vida
daquele que se dedica ao diaconato e o adotará sempre que for
necessário.
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7. Assuntos delicados que chegam ao
conhecimento do diácono
Alguns assuntos pela natureza e pessoas que envolvem,
não pode ser tornado público de imediato. Também assuntos
complexos que são ventilados pelos obreiros e no corpo
diaconal, merecem do bom diácono certa prudência, a fim que
não sejam transmitidos a outras pessoas, as quais possam
interpretá-los de maneira bem diferente de seu conteúdo.
Assim o diácono precisa disciplinar grandemente a sua
língua, no sentido, mesmo, de ajudar a igreja. Se problemas
delicados chegam ao seu conhecimento, cabe-lhe examiná-los,
estudá-lo com o pastor ou expô-lo ao presidente do corpo
diaconal. Se o assunto foi encaminhado ao setor competente da
igreja, deve aguardar com paciência e oração, pois Deus sempre
orienta seus servos para que tudo se resolva bem.
8. Outras obrigações perante a igreja:
Além das funções inerentes ao diaconato, normalmente o
diácono assume outros compromissos no sentido de colaborar
com as organizações da igreja. Na realidade suas obrigações
começam no cumprimento de escala e horário. O diácono precisa
ser exemplo para os demais membros. Diácono que chega
costumeiramente atrasado aos seus compromissos eclesiásticos
e não é cumpridor de seus deveres com a igreja, pode estimular
outros irmãos a seguirem seu mau exemplo.
O bom conceito que em geral a igreja faz do diácono deve ser
preservado, mediante a serenidade da palavra e cumprimento
do dever, do contrário a sua imagem ficará prejudicada.
Os diáconos a respeito das
Ordenanças da igreja
As duas ordenanças neo-testamentárias legadas à igreja
de Cristo pelo Senhor Jesus, merecem uma atenção especial por
parte dos diáconos:
A Ceia do Senhor!
Ela é uma ordenança que nos foi transmitida pelo nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo. cabe ao diácono conhecê-la com
segurança; saber exatamente a razão pela qual procuramos
realizá-la com regularidade.
Nós celebramos (os batistas) em memória do Nosso
Amado Mestre Filho de Deus. Constitui um momento solene de
grande enlevo espiritual, portanto, todos que dela participam
devem ter o pensamento voltado ao Pai Celestial; nada de
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anormal pode prejudicar nossa comunhão com o Senhor, quando
dela estivermos participando.
Nós seguidores de Jesus Cristo precisamos pensar
decididamente sobre o grande significado da ceia, o que ela nos
faz lembrar. Não a tenhamos como um ato corriqueiro,
esquecendo-nos o seu verdadeiro sentido e valor, nem muito a
tenhamos como sacramento e que dela venhamos a usufruir
graça. O apóstolo Paulo escreve àqueles que estavam em Corinto
através da sua segunda epístola, capítulo 11, faz sérias
advertências aos irmãos, lembrando-os da necessidade de
preservarem a ceia do Senhor, a não terem comportamentos
desrespeitosos. Dois elementos foram usados por Jesus para
celebrá-la: Pão e o Vinho. Devemos preservá-los como os únicos
elementos para a ceia do Senhor.
1. Pão: O Senhor Jesus falou sobre ele o seguinte:
“E, quando comiam, Jesus tomou o pão,
e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai,
comei, isto é o meu corpo” (Mt. 26:26).
E Paulo na sua instrução aos coríntios diz:
“Porque eu recebi do SENHOR o que também vos ensinei: que o
Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu
corpo que é partido por vós; fazei isto em
memória de mim” (1Co. 11:3-23-24).
Desta forma o pão continua normais, suas propriedades
não alteram. É aquele que costumeiramente é feito
tradicionalmente nas panificadoras e usado por nós, em nosso
dia a dia.
Algumas igrejas evangélicas defendem que a verdadeira
ceia do Senhor só pode ser celebrada com a utilização do pão
“sem fermento”, o chamado pão ázimo. Alguns estudiosos desse
texto escrito pelo apóstolo Paulo, afirmam que os irmãos
daquela igreja levavam para a ceia grande quantidade de
comidas e grandes tonéis de vinho.
2. O Vinho:
Simboliza o sangue de Jesus. Mateus usa as seguintes
palavras para relatar o que se passou concernente ao vinho:
“E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele
todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento,
que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até
aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai”
(Mt. 26:27-29)..
Nos dias hodiernos as igrejas evangélicas usam suco de uva no lugar do vinho. Como se trata de produtos extraídos da
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uva, não vemos como deixar de usá-los, pois o ato é apenas simbólico e de recordação “in memoriam”.
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do
Senhor. “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão
e beba deste cálice” (1Co. 11:16-28).
Ao longo dos anos têm surgido algumas teses a respeito da ceia do Senhor, as quais podem ser reunidas nas seguintes doutrinas mais importante:
Doutrinas sobre a Ceia do Senhor
a) Transubstanciação – Esta palavra é formada com prefixação “Trans”, significa além. É o principio seguido pela Igreja Católica Apostólica Romana. A hóstia (pão) e o vinho, depois de abençoados pelo sacerdote, tornam-se corpo, sangue, respectivamente, e divindade de Cristo. As substâncias são transformadas milagrosamente. Não encontramos no Novo Testamento qualquer ensinamento ou instrução a esse respeito, nem sequer aviso que isto ocorreria.
b) Consubstanciação – Defende os que seguem esta doutrina que os elementos utilizados são instrumentos de bênção espiritual depois de abençoados pelo ministrante. É imprescindível a participação do fiel. Segundo esses seguidores pão e o vinho são transformados como no
primeiro caso, sim, dinamizados por um poder miraculoso. Se o membro está enfermo em casa ou hospital, deve a igreja providenciar alguém que lhe ministre a ceia, de preferência o pastor da igreja. Alguns grupos do protestantismo adotam este sistema e para eles deve usar a expressão “Santa Ceia” sempre, e não ceia do Senhor.
c) Memorial – (in memoriam) – Doutrina segundo a qual os elementos não sofrem quaisquer transformações, isto é, o pão continua sendo pão e o vinho de igual modo é vinho. Visa a ceia do Senhor, trazer à memória dos participantes o fato da última ceia celebrada pelo Mestre e o que ocorreu no calvário. O texto é bem claro:
“Fazei isto, em memória de mim” (1Co 11:25b).
As bênçãos que encontramos podem ser traduzidas pela grande contrição, exame de consciência e de oportunidade para reconsagração de vidas. Porém os elementos (pão e vinho), não sofrem qualquer transformação e nenhuma bênção possui. Estes princípios são seguidos e aceitos principalmente pelas igrejas batistas.
Distribuição da Ceia:
a) Ampla – Trata-se de uma distribuição a todos que se encontram presente no ato de sua celebração. Tal procedimento vai encontrar nas chamadas igrejas carismáticas, que não fazem distinção entre crentes e não-crentes. Isto agrada a todos, pois não discrimina os que ainda não se converteram e conseqüentemente
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devemos lembrar que Jesus a celebrou exclusivamente com os 12 (doze), assim não fez com todos os que seguiam.
b) Só para Evangélicos – As igrejas chamadas protestantes adotam este critério e o defendem, alegando que todos os evangélicos foram transformados pelo poder do Senhor Jesus e, com isso, não deve haver restrição a qualquer crente. Apenas não participaria da ceia aqueles que ainda não estão salvos.
c) Restrita a Denominação – Entendem-se principalmente os batistas que a ceia só deve ser distribuída aqueles que pertencem a igreja da mesma fé e ordem doutrinária. Defendem que é necessário o mesmo pensamento batista em comunhão com a sua igreja pode e deve participar da ceia mesmo que faça como visitante a outra igreja co-irmã.
d) Ultra-Restrita – tal procedimento depende não só da igreja, como do propósito do celebrante, no sentido de que somente os que pertencem ao rol de membros da igreja local, devem participar da ceia. Esse procedimento esbarra na praxe dos batistas que reconhecem os membros de igrejas da mesma fé e ordem e que estejam em comunhão com sua igreja, o direito de participarem deste tão grande memorial.
As igrejas batistas são autônomas e locais, por isso, podem decidir a respeito de seus assuntos internos independente de um órgão superior. Todavia devem fazê-lo mediante a orientação Espírito Santo do Senhor, a fim de que sejam por ele orientados.
O Batismo!
Quando à segunda ordenança, também em apoio ao
ministério pastoral, como já vimos no caso da Ceia do Senhor, os diáconos podem auxiliar aos que vão passar por ela, tanto antes, durante e depois do ato propriamente em si. Tratar-se de inegável colaboração que os diáconos podem prestar às igrejas, na qualidade de obreiros que possuem experiência como crentes em nosso Mestre Jesus Cristo. Grande foi o trabalho desenvolvido por Felipe nas terras de Samária, bem como, para a evangelização de outras pessoas, como na instrução para o batismo ministrado ao importante funcionário do reino de Cadance. Esta ajuda pode ser dividida em três partes, que se entrelaçam para maior cumprimento da missão diaconal.
1) Auxiliando antes do Batismo:
Em capítulo anterior abordamos rapidamente este ponto, quando tivemos a oportunidade de comentar sobre a colaboração do diácono àqueles que desejam ser batizados. Ressaltamos que na impossibilidade do pastor ministrar a classe dos novos decididos ou recém-convertidos, poderia indicar para essa missão um diácono. Mas para que haja perfeita instrução aos neófitos no evangelho que desejam o batismo, o espaço dominical que é reservado durante a escola bíblica, a nosso ver, não lhe é suficiente, notadamente quando se trata de pessoas não procedentes de família evangélicas, para as quais tudo nesta fase constitui grande novidade.
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2) No ato batismal propriamente:
Este constitui sempre num momento solene para a igreja.
Devem os diáconos prestar apoio àqueles que serão batizados, notadamente, os não criados no evangelho. Para eles o batismo se constitui em uma novidade cercada de grande expectativa. Devem estar cientes pelos diáconos que os acompanham de que o batismo tem sua expressão simbólica, representada pela imersão e conseqüentemente emersão. A imersão representa a morte, sepultamento da vida marcada de procedimento pecaminoso:
“Assim que, se alguém está em Cristo,
nova criatura é;
as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co. 5:17).
Atos praticados antes da do conhecimento da Palavra do Senhor, os quais passam ser odiados por satanás por terem sidos ditados (apagados), às suas vidas pelo inimigo de nossas almas (o diabo). Já a emersão representa uma nova vida, o surgimento de uma nova criatura ligada a Jesus Cristo e seu reino, conseqüentemente, distanciada do pecado.
3) Após o ato do Batismo:
A partir desse instante, satanás vai procurar trazer a mente do recém-batizado acontecimentos por ele vivido no tempo que
seguia a inclinação da carne; tais como “tudo bem, você está na igreja, mas, não precisa ser fiel , pode continuar com certas práticas”; “não há necessidade de você falar que é crente a outras pessoas”; “essas manias de evangelização é fanatismo” etc. entretanto nossas igrejas possuem um grupo forte capaz de instruir, sanar dúvidas, desses irmãos, ajudá-los na doutrina, instruí-los na evangelização e testemunho da Palavra de Deus, que são os diáconos. Não há missão mais importante para um servo do Senhor do que a de ajudar um irmão que está prestes a distanciar dói rebanho ou mesmo que tenha caído.
O tempo de serviço e quantos é
necessários para a igreja
Este tópico está sendo incluído com o objetivo de ajudar a igreja do Senhor e diáconos a respeito das dificuldades surgidas sobre o tempo que o diácono deve servir a igreja, quantos são necessários para o trabalho diaconal, e a possibilidade de revezamento na execução desse trabalho. A instituição do diaconato não fixou prazo para o exercício do trabalho normalmente desenvolvido pelo diácono.
Podemos deduzir que se os apóstolos desejassem diáconos para um certo período, ou seja simplesmente com objetivo de suavizar o problema que enfrentavam, certamente teriam mencionado isso ao consagrá-los. Pela leitura deste texto só podemos deduzir que o diaconato não tem prazo limitado advogados por alguns não tem respaldo bíblico. Pelo contrario o texto de Atos 6:1-7, não nos permite nem longe pensar em tal comportamento dos apóstolos. Não há palavras capazes de nos
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induzirem a uma interpretação diferente, que nos proporcione respaldo para admitirmos prazos determinados relativamente ao diaconato.
Pode-se usar a estratégia do revezamento, os membros da
igreja indistintamente, teriam a oportunidade de serem eleitos para o ministério diaconal e com isso a igreja ficaria livre para substituir os mais antigos, isto é, não os teria até serem recebidos por Deus na glória. Acreditamos que o revezamento seja possível quando a igreja tem um bom número de diáconos e não há possibilidade para que todos trabalhem e executem suas tarefas diaconais. Mas as igrejas que conhecemos, ao contrário carecem de maior número de diáconos; elas crescem rapidamente, por isso precisam eleger e consagrar cada vez mais diáconos.
Quantos diáconos são necessários para uma
igreja? Outro tema bastante polêmico. A igreja nos primórdios
elegeu sete (7) e os achou inicialmente suficiente para a obra do Senhor naqueles dias. As igrejas no passado interpretavam que sete deveria ser o número de diáconos, não obstante quantos membros ela estivessem. Não existe um manual que nos instrua a este respeito, de modo a mostrar o número ou percentual.
Pelo Concílio de Cesaréia (2314 d. C.), este número deveria ser obedecido. Alguns sustentam em nossos dias que o número sete passou a ser simbólico, por conseguinte, não deve
prevalecer essa limitação numérica, e sim, a perfeição que ele contém, segundo a simbologia bíblica do numero sete.
Para manter o número ideal, isto é, compatível com o tamanho da igreja e seus membros. Oremos muito para que as nossas igrejas não tenham dificuldades em elegerem, conseqüentemente, consagrarem diáconos, e que o número deles seja sempre compatível com o trabalho que elas desejam realizar, segundo a vontade do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Alguns pontos delicados no exercício do
Diaconato!
Abrimos este capítulo para mostrarmos e estudarmos alguns pontos polêmicos atinente ao diaconato.
1. A idade para o diácono:
Os ensinamentos contidos no N. T., não versão sobre este assunto, tão delicado. Pelo que encontramos em Atos 6:1-7, sentimos que eram irmãos não muitos jovens, que gozavam de boa responsabilidade no seio da igreja. Igualmente, Paulo escreve ao escrever a Timóteo na sua primeira carta, 3:8-13, dá instruções básicas sobre os requisitos para o diácono, mas silencia quanto a idade mínima a ser exigida por Timóteo ou o máximo de anos que possa ter o candidato.
2. Estado Civil:
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Se no tópico anterior o assunto foi grandemente polêmico e
fomos obrigados a ficar com a praxe adotada pelas igrejas primitivas. A instrução de Paulo e bem enfática na primeira carta a Timóteo: “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas” (1Tm. 3:12).
3. Tempo de filiação a uma igreja:
Outro ponto polêmico, que tem trazido dificuldades às igrejas é o tempo dos candidatos a ela filiados, há um silêncio a esse respeito, Paulo não cita nada sobre este assunto. Um bom cuidado deve ter a igreja neste sentido uma vez que o diácono pode desempenhar outras funções além das tradicionais que lhe são atribuídas.
4. Diaconisas:
Certos estudiosos dos ensinamentos de Paulo a Timóteo, do texto já mencionado várias vezes, nesta interpretação: “Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo” (1Tm. 3:11), como adequado às diaconisas, isto é, aquelas que exerceram funções diaconais no passado, podemos citar o exemplo de Febe: “RECOMENDO-VOS, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia” (Rm.16:1). A ela se refere Paulo em (1Tm. 3:11). Argumenta ainda que já existiam diaconisa na igreja da Bitínia desde o ano 100, porque Plínio em sua célebre carta ao imperador Trajano, a respeito dos cristãos, diz que examinou duas velhas comunidades cristã que eram chamadas de ministros.
Procuramos conferir as passagens citadas e elas não mencionam a palavra diaconisa. Quanto a última citação, dá-nos entender que procede de um tratamento carinhoso, porque o trabalho por elas desenvolvido, muito se aproximava das funções exercidas pelos diáconos. No pequeno dicionário Bíblico de S. E. Mc Nair, encontramos a palavra diaconisa, como sendo uma serva, aquela que presta serviços incessante, sinceramente, numa boa observação, não encontramos base para tal posição. Em nossos dias a palavra diaconisa, feminino de diácono, tem sido usada para caracterizar as irmãs consagradas ao ministério diaconal. Faz muito tempo “O Jornal Batista” publicou um artigo escrito, creio que por um pastor, no qual o autor interpretava este texto, como às futuras irmãs diaconisas, as quais Paulo se referia, conjugando-o com outros textos bíblicos. Respeitamos a opinião de quem assim o escreveu, porque não nos julgamos perfeitos, nem muito menos donos da verdade, mas de sã consciência, não podemos comungar deste ponto de vista. Se a igreja assim deseja consagrar mulheres para o diaconato poderá sem dúvida fazê-lo, sem a menor dúvida. Ela é soberana e democrática, porém, consideramos que não há amparo bíblico.
No entanto reconhecemos, face a realidade presente ao mundo de hoje: a igreja poderá argumentar que o assunto não foi devidamente tratado naquela época porque questões culturais, no caso as mulheres não eram respeitadas como elas mereciam ser.
Conclusão
Esperamos que este estudo o incentive a buscar melhor
servir ao Senhor Jesus Cristo neste maravilhoso ministério, esteja sempre apto e pronto a servir na casa de Deus, com seus dons e talentos.
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“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não
tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”
(2Tm. 2:15).
Deus os abençoe neste maravilhoso Ministério: o Diaconato. Amém!
Pr. Venicios
BIBLIOGRAFIA
Souza, Lecy Nunes de
De diácono para diácono – Um ministério de 2000anos de idade/Lecy Nunes de Souza – Rio de Janeiro: JUERP, 2001. 217p. ISBN 85-350-0164-6 Naylor, Robert E. O diácono na Bíblia. Trad. por Waldemar W. Wey. 5ª edição, Rio de Janeiro – JUERP, 1986. 177p. Trad. João Ferreira de Almeida, Bíblia de Estudo de Genebra São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil 1999. 1728p.