UNIVERSIDADE PARANAENSE- CASCAVEL-PR
MIKAELLY ROMANNA DA SILVA
AVALIAÇÃO DO ESTUDO DO IMC DOS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE
UM MUNICIPIO DO OESTE DO PARANÁ
CASCAVEL/PR
2017
MIKAELLY ROMANNA DA SILVA
AVALIAÇÃO DO ESTUDO DO IMC DOS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA
DE UM MUNICIPIO DO OESTE DO PARANÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
comissão julgadora do Curso de Enfermagem da
Universidade Paranaense - UNIPAR- Unidade
Cascavel/PR como requisito parcial para obtenção
do Titulo de Bacharel em Enfermagem
Orientador (a): Prof Ms: Analia Fiorini Ogura
CASCAVEL/PR
2017
MIKAELLY ROMANNA DA SILVA
AVALIAÇÃO DO ESTUDO DO IMC DOS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE
UM MUNICIPIO DO OESTE DO PARANÁ
Artigo apresentado à comissão julgadora como parte dos requisitos para avaliação parcial do
curso de Enfermagem da 5° ano no período noturno na Universidade Paranaense Cascavel –
Paraná.
Banca Examinadora:
Professor Orientador: Ms. Analia Fiorini Ogura
Professora Mestre em Educação pela Universidade
Federal de Uberlândia- UFU- da Universidade Paranaense- UNIPAR-
Unidade de Cascavel – PR.
Profª. Esp. Carla Passolongo da Silva.
Especialista em Acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Therapias e Ensinno, especialização
em Enfermagem do Trabalho pelo Centro Universitário Internacional e especialização em
Saúde da Família pela Universidade Paranaense-UNIPAR.
Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Paranaense-UNIPAR-Unidade de
Cascavel-PR
Profª. Esp. Débora Tatiane Feiber Girardello.
Especialista em Gerenciamento de Enfermagem em Clínica Médica e Cirúrgica Universidade
Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.
Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Paranaense – UNIPAR – Unidade de
Cascavel – PR
CASCAVEL
2017
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado saúde е força para superar ás dificuldades, minha vida, família
е amigos, que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha vida, е não somente nestes
anos como universitária, mas em todos os momentos é o maior mestre que alguém pode
conhecer.
À Instituição pelo ambiente criativo е amigável que proporciona pela oportunidade de
fazer о curso, seu corpo docente, direção е administração que oportunizaram а janela que hoje
vislumbro um horizonte superior.
A minha orientadora, pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho, pelo suporte
no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções е incentivos.
Agradeço а todos os professores por me proporcionar о conhecimento não apenas
racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação
profissional, por tanto que se dedicaram а mim, não somente por terem me ensinado, mas por
terem me feito aprender.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Agradeço а minha mãe
heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço.
Ao meu amor, por sempre estar presente comigo, ser meu amigo e companheiro,
tornando minha vida mais alegre e completa.
Obrigada meus avôs, que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo
superior, sempre fizeram entender que о futuro é feito а partir da constante dedicação no
presente.
Meus agradecimentos aos amigos que fizeram parte da minha formação е que vão
continuar presentes em minha vida com certeza.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito
obrigado.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, о que
seria de mim sem а fé que eu tenho nele. Agradeço
а Deus que iluminou о meu caminho durante esta
caminhada, pela força е coragem, por ser essencial
em minha vida, autor do meu destino, meu guia,
socorro presente na hora da angústia, ao meu pai,
minha mãe e todos os familiares.
À minha mãe, por sua capacidade de acreditar em
mim е investir em mim. Mãe, seu cuidado е
dedicação foi que deram em alguns momentos, а
esperança para seguir.
À professora orientadora Analia Fiorini Ogura
pela paciência na orientação е incentivo que
tornaram possível а conclusão deste trabalho de
conclusão de curso.
Sumário
I. INTRODUÇÃO ..................................................................... ...............................................8
II. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 10
III. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 20
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................... 21
V. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 29
ANEXO 1 ................................................................................................................................. 35
ANEXO 2 ................................................................................................................................. 36
AVALIAÇÃO DO ESTUDO DO IMC DOS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE
UM MUNICIPIO DO OESTE DO PARANÁ
SILVA, Mikaelly Romanna1
OGURA, Anália Fiorini2
RESUMO
Trata-se de um estudo bibliográfico e documental sobre a Obesidade Infantil, considerada como um
grave problema de saúde pública e uma doença multifatorial determinada por um ou pela soma de fatores
genéticos, ambientais, comportamentais e socioculturais. As complicações relacionadas à obesidade são
decorrentes de uma variada gama de alterações no organismo: endócrinas, cardiovasculares,
gastrointestinais, pulmonares, ortopédicas, neurológicas, dermatológicas, neoplásicas e psicossociais. O
presente artigo teve por objetivo conhecer a prevalência da obesidade infantil, no contexto educacional
em um município do Oeste do Paraná, mais especificamente evidenciar por meio de uma
fundamentação teórica o sobrepeso e obesidade na educação e comparar o índice de sobrepeso e
obesidade na educação fundamental inicial, descrevendo a obesidade infantil, ressaltando fatores
relacionados como à influência familiar no controle dessa patologia e mostrar como é necessário à
intervenção dos familiares como forma de controle na alimentação infantil, a fim de promover saúde
alimentar às crianças desde a primeira infância, através do aleitamento materno e o início da
introdução de alimentos saudáveis e ricos em nutrientes, enfatizando também a influência do
marketing e como ele atua negativamente no hábito alimentar das crianças, além de apresentar causas
de transtornos alimentares, que podem surgir ao longo do tempo levando a consequências graves e como
fatores genéticos podem agravar esta patologia. Mostrar a importância do papel do profissional
enfermeiro no cuidado desta patologia, a importância das orientações para os pais para a consolidação
de hábitos que não tragam complicações para a saúde na vida adulta, orientações sobre o aleitamento
materno desde o primeiro dia de vida e sobre a importância da presença do profissional enfermeiro no
programa saúde da escola (PSE).
Palavras chave: obesidade infantil, peso, sobrepeso, prevalência.
1 Discente formanda do Curso de Enfermagem da Universidade Paranaense- UNIPAR- Unidade de
Cascavel PR. 2 Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Paranaense- UNIPAR- Unidade de Cascavel
PR. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia- UFU- Minas Gerais.
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I. INTRODUÇÃO
A obesidade tornou-se nos últimos anos um problema de saúde pública em praticamente
todos os países, de forma global atingindo todas as faixas etárias, especialmente as crianças,
bem como todas as classes sociais indistintamente, pertencem ao grupo de doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), e tem se constituído na principal causa de mortalidade (MARCHI-
ALVES et al., 2011).
A obesidade infantil tem se constituído em uma grande preocupação em diversas áreas
do conhecimento. É definida como uma patologia crônica, caracterizada pelo acúmulo de
gordura corporal na fase inicial da vida de uma pessoa. Suas complicações podem atingir os
mais diversos sistemas do organismo. Na infância, o excesso de tecido adiposo tem
características multifatoriais, estando envolvidos nesse processo os hábitos alimentares
incorretos, estilo de vida familiar especialmente na infância com o uso prolongado de vídeo
game e o ato de realizar refeições assistindo televisão, pré-disposição genética, condições
socioeconômica, sedentarismo condicionado por redução na prática de atividades físicas e ainda
outros fatores como psicológicos e etnia (SOARES et al., 2012).
A obesidade infantil além de acarretar sérias complicações à saúde do indivíduo, tem se
constituído no Brasil como um problema relevante, uma vez que uma criança obesa tem maior
chance de se tornar um adulto obeso, consequentemente além de gerar uma gama de fatores de
risco a saúde diminuindo a expectativa de vida (OLIVEIRA; CERQUEIRA; OLIVEIRA,
2005).
De acordo com Rocha; Gerhard; Santos (2007), a alimentação e a nutrição saudável
estão diretamente relacionados com uma qualidade de vida, tornando-se integrantes
fundamentais para a prevenção, proteção e manutenção da saúde, permitindo desta forma um
pleno potencial de crescimento e desenvolvimento saudável, desde a infância até a fase adulta
do indivíduo.
Do ponto de vista emocional, a obesidade infantil acarreta inúmeros problemas
decorrentes, um dos mais frequentes é a possibilidade de isolamento social, devido à
discriminação sofrida pelas crianças do seu meio social. Com isso ela busca refúgio e uma
compensação nos alimentos, preferencialmente as guloseimas (FERNANDES; VARGAS,
2007).
Dessa forma, conforme pontua, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), em seu
art. 4 define as crianças e os adolescentes como sujeitos de direito, sendo-lhes garantida a
proteção integral. Considerando a criança na faixa etária de 0 a 12 anos incompletos. Ainda
9
destaca que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder publico
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2005).
Para Aries (2006) a infância é o período que vai desde o nascimento até
aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande
desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança
especialmente nos três primeiros anos de vida e durante a puberdade. A infância é um período
em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios relativos ao
peso que incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e
comunidades
Devido aos fatores sociais em relação à saúde da criança, uma das preocupações é com
relação ao peso e sobrepeso, assim, o problema do estudo busca saber quais fatores contribuem
para a obesidade infantil e discutir a importância do papel do enfermeiro na prevenção da
obesidade infantil. Para tanto, obteve como resposta quando Freitas; Coelho; Ribeiro (2009)
citaram que o estilo de vida, os fatores nutricionais, as escolhas dos alimentos, quantidades e
frequências com que são ingeridos mostram-se determinantes no atual quadro de obesidade
infantil, e que ocorreu uma estagnação no consumo de leguminosas, verduras, frutas e sucos
naturais e ascensão do consumo excessivo de açúcar e refrigerantes.
Rinaldi; Pereira; Macedo (2008), afirmaram que os meios de comunicação, em especial
a televisão, mostram-se como uma grande vilã no processo da obesidade infantil. Os comerciais
de televisão influenciam diretamente no comportamento alimentar infantil, assim o hábito de
assistir televisão está diretamente relacionado a pedidos de consumo de alimentos anunciados
que possuem elevados índices de gorduras, óleos, açúcar e sal, assim os alimentos mais
consumidos pelas crianças em frente à televisão são os biscoitos, salgadinhos, refrigerantes,
pipocas e pães o que não esta de acordo com as recomendações de uma dieta saudável e
balanceada.
Este estudo se justifica pelo tema que foi à vivência e experiência no período de estágios
nas UBS (Unidade Básica da Saúde) de um município do Oeste do Paraná. Diante desta prática
vivenciada, um fato bastante importante chamou a atenção que foi à elaboração de um projeto
com crianças de idade escolar. Este projeto foi aplicado em seis escolas municipais de ensino
fundamental inicial. O projeto teve como foco a avaliação do estado nutricional segundo o IMC
dos escolares da rede pública municipal.
10
A denominação de período escolar compreende a idade de seis a 12 anos. Nesse
período entende-se que a criança já esteja matriculada em uma escola. A criança é educada em
uma instituição de ensino para inserir-se e tornar-se membro ativo e produtivo de uma
sociedade e para isso precisa adquirir cultura e aprendizado. A criança na fase escolar, por isso
denominado de escolar, torna-se menos egocêntrica, consegue participar e ter ciência de
trabalhar e de socializar-se em grupos. Nessa fase convive e é influenciada por diferentes
pessoas com valores diversos, como funcionários da escola, colegas da vizinhança, da escola,
da igreja, enfim da comunidade onde estão inseridas (OLIVEIRA; CERQUEIRA;
OLIVEIRA, 2005).
O objetivo do estudo foi em conhecer a prevalência da obesidade infantil, no contexto
educacional em um município do Oeste do Paraná, mais especificamente evidenciar por meio
de uma fundamentação teórica o sobrepeso e obesidade na educação e comparar o índice de
sobrepeso e obesidade na educação fundamental inicial.
II. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Enes; Slater (2010) a obesidade tanto infantil quanto em adulto é definida
como uma doença crônica causada por excesso de gordura no corpo, em relação ao peso
corporal, a obesidade infantil é considerada uma síndrome multifatorial na qual, apesar de se
tratar de uma condição clínica individual, é vista, cada vez mais, como um sério e crescente
problema de saúde pública.
Nos dias atuais, a obesidade representa uma doença universal de prevalência crescente
e que vem adquirindo proporções altamente alarmantes e epidêmicas, nas sociedades modernas,
sendo considerado um problema altamente relevante nos países desenvolvidos e vem se
constituindo da mesma forma nos países em desenvolvimento (ALENCAR et al., 2009).
O peso dos brasileiros vem aumentando de forma demasiada nos últimos anos, em
especial, as crianças que visivelmente também têm sido vítimas pela obesidade, caracterizando
a obesidade infantil. A possibilidade destas se tornarem adultos obesos é enorme e por esse
motivo esta temática tem sido alvo de inúmeras pesquisas no mundo todo, sendo considerada a
doença nutricional que mais cresce no mundo e com maiores dificuldades de tratamento
(ALENCAR et al., 2009).
Para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde
(OMS) a obesidade infantil apresenta dimensões epidêmicas. No mundo, existem 17,6 milhões
de crianças obesas com idade menor que cinco anos. O número de crianças obesas entre 6 a 11
11
anos desde a década de 60 dobrou. Trata-se de um problema global que atinge os países
desenvolvidos de forma crescente e é responsável por 2 a 6% do custo total de atenção à saúde
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2003).
Para a criança pequena há uma valorização da corpulência como sinônimo de bebê
saudável e bem cuidado, para quase todos os grupos sociais. Com o crescimento da criança, na
fase escolar, já não se espera tanta corpulência, o excesso de peso já pode trazer algumas
dificuldades em atividades físicas, a corpulência pode começar a ser motivo de “chacotas”, o
que se intensifica na fase de adolescência (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Conforme Poeta; Duarte (2010) apresentaram que vários fatores são importantes na
identificação da obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos, o aumento no
consumo de alimentos ricos em açúcares e gordura, com alta densidade energética, e a
diminuição da prática de exercícios físicos, são os principais fatores relacionados ao meio
ambiente, verificou-se que a obesidade infantil foi relacionada com a prática da atividade física
sistemática, com a presença de TV, computador e videogame nas residências, além do baixo
consumo de verduras, confirmando a influência do meio ambiente sobre o desenvolvimento do
excesso de peso em nosso meio. Outro fator importante foi o fato da criança estudar em escola
privada e ser unigênita, como os principais fatores na determinação do ganho excessivo de peso
demonstrando a influência do fator socioeconômico e do micro ambiente familiar.
O fator socioeconômico também está associado ao aumento da obesidade, uma vez que
indivíduos com poder aquisitivos maiores dispõem de recursos financeiros para aquisição de
produtos industrializados, a este fato, comprova-se com uma pesquisa realizada no Rio de
Janeiro com alunos de escolas públicas que apresentaram 18,4% dos escolares com sobrepeso
ou obesidade, em contra partida os alunos de escolas particulares apresentaram peso de 27,1%
alterado (MIRANDA; ORNELAS; WICHI, 2011).
O marketing infantil de produtos alimentícios tem se tornado um fator preocupante para
os pais e também para os profissionais da saúde. É possível perceber de uma forma geral, que
antes dos quatro anos as crianças veem as propagandas apenas como um meio de informação e
não são capazes de diferenciar da programação, a partir dos cinco anos a sete anos, já são
capazes de diferenciar propagandas de programação e com os oito anos podem compreender a
intenção de afirmação. Com onze anos as crianças conseguem ser críticas com as intenções
publicitárias para com o produto apresentado (RODRIGUES et al., 2011).
Ultimamente, o marketing alimentar voltado para o público infantil tem chamado à
atenção. Também sido o assunto mais cotado e pauta de debates internacionais pelo fato de ser
grande a presença e quantidade de publicidade de alimentos pouco saudáveis, principalmente
12
presentes em horários estratégicos onde a maioria das crianças está assistindo televisão
(RODRIGUES et al., 2011).
É necessário tomar cuidados específicos com crianças em fase de crescimento, pois as
mesmas não sabem diferenciar o que é bom para sua alimentação e o que não é. Por esses
motivos, elas são levadas e envolvidas pelo que a publicidade apresenta a elas e quando se trata
de hábitos alimentares elas são facilmente influenciadas. A publicidade também acaba
oferecendo brindes que se tornam interessantes para as crianças, levando-as a consumir
alimentos que não fazem bem à saúde, muitas vezes por causa dos brindes, que em sua maioria
são brinquedos, muitas vezes de filmes e desenhos preferidos (GUEDES, 2015).
A preocupação maior em relação à obesidade é o excesso de peso que têm atingido cada
vez mais crianças, o que leva à obesidade infantil e se torna cada vez mais preocupante e
chamado à atenção da saúde pública e da sociedade (RODRIGUES, et al., 2011).
Atualmente o sobrepeso ou obesidade infantil são considerados importantes fatores de
riscos, fazendo com que essas crianças desenvolvam ainda na infância a hipertensão arterial,
diabetes tipo 2, vindo a carregar esse problema na fase adulta (FERREIRA et al., 2007).
Ferreira et al. (2007) atenta para o excesso de peso, uma vez que está relacionado ao
fato das doenças crônico-degenerativas, o que vem a contribuir significativamente para a
redução da qualidade de vida dos indivíduos. Destaca que crianças obesas sofrem
consideravelmente com sérios problemas psicológicos, pois ao ver sua imagem corporal
alterada, reduz sua autoestima tendo como consequência o isolamento.
Segundo Domingues e Oliveira (2006) o trauma provocado nas articulações é provocado
pelo excesso de peso, sendo os joelhos os mais afetados, havendo a necessidade de uma
intervenção cirúrgica, alterações dermatológicas são bastante comuns como: acantose nigrians
com escurecimento da pele nas axilas e no pescoço, predisposição a micoses, dermatites e
piodermites, estrias, fragilidade da pele nas regiões das dobras.
A autora acrescenta que a criança obesa apresenta sofrimento psicológico decorrente ao
preconceito social, pela forma de como se comporta durante o ato de alimentar-se. Já nas
complicações do sistema respiratório estão o aumento do esforço respiratório como, asma,
intolerância a atividades físicas e apneia do sono.
Malfará (2007), também confirma os prejuízos emocionais causados pelo preconceito
em relação às crianças e adolescentes obesos, pois em suas pesquisas identificou indícios de
sofrimento emocional em pré-adolescentes obesos, caracterizados por baixa autoestima e um
auto conceito rebaixado, quando foram analisados em relação aos pré-adolescentes que não
sofrem com a obesidade, é muito mais agravante em meninas, uma vez que na cultura ocidental
13
a imagem corporal preconizada é de ser magra, sendo associada ao sucesso, controle e atrativos
sexuais, enquanto que o excesso de peso nessa faixa etária corresponde à preguiça, falta de
controle e força de vontade.
De acordo com Amorin; Andrade (2009), outros distúrbios nutricionais podem interferir
no crescimento e desenvolvimento de uma criança como a desnutrição infantil, pelo desmame
precoce, pois ao introduzir outros alimentos correm-se riscos de contaminação durante o
preparo da alimentação na utilização de utensílio contaminados ou higienizados incorretamente,
favorecendo a ocorrência de doenças diarreicas, além claro da introdução de alimentos com
maior teor calórico e, pois ainda se tem a prática de adição de solutos nos preparos de
mamadeira contribuindo para o aumento de peso ainda quando bebê.
A nutrição é um dos principais fatores decisivos para garantir que a criança desenvolva
hábitos alimentares saudáveis, que a permita crescer de forma saudável. Importante considerar
nos primeiros anos de vida técnicas de avaliação nutricional adequada e considerando também
alguns fatores que estão relacionados às condições presentes na vida da criança e da família. A
alimentação infantil não só tem papel importante no que se refere a crescimento e
desenvolvimento, mas também se houver uma alimentação rica em nutrientes, esta pode atuar
na prevenção de algumas doenças na idade adulta (MONTEIRO, JÚNIOR, 2007).
A alimentação ideal da criança, no 1° ano de vida é praticamente o leite materno, pois é
a mais saudável, pois fornecerá todos os nutrientes necessário para o bebê, importante ressaltar
que alimentação da mãe também deverá ser pautada e alimentos ricos em vitaminas e minerais.
Esta tem que ser adequada desde o primeiro momento após o nascimento, através do
aleitamento materno, pois o mesmo é necessário e exclusivo para a saúde das crianças nos
primeiros seis meses de vida, pois é um alimento completo e capaz de fornecer inclusive água
e é especialmente adaptado ao metabolismo da criança (MENDONÇA, 2010).
Além de ser necessário, o ato de amamentar é capaz de fornecer inúmeros benefícios e
é o primeiro alimento ao qual o recém-nascido tem contato. É uma prática que deve ser
estimulada para promover saúde à criança e promove também o primeiro contato com hábitos
alimentares saudáveis sendo capaz também de prevenir doenças (MENDONÇA, 2010).
A Enfermagem tem um papel essencial na conscientização das mães sobre a importância
do leite materno nos seis primeiros meses de vida do bebê mostrando alguns benefícios como:
As bactérias benéficas existentes são essenciais para o desenvolvimento da flora bacteriana do
bebê e do seu sistema imunológico; A amamentação traz efeito positivo nas relações entre mãe
e filho, e facilita a interação do desenvolvimento cognitivo; A mãe produz anticorpos criados
especificamente para proteger o bebê contra os patógenos adquiridos no seu entorno; Novos
14
anticorpos são produzidos cada vez que a mãe entra em contato com microrganismos
prejudiciais ou quando amamenta. (CARVALHO et al., 2011).
A Enfermagem trabalha em conjunto com a sociedade na prestação da devida assistência
e na educação continuada, concedendo treinamentos no pré-natal, sendo o papel principal dos
que atuam no Programa de Saúde da Família, com intenção de prevenir agravos e doenças.
(CARVALHO et al., 2011).
O profissional da saúde atuante da rede básica, hospitalar ou ambulatorial, enfrenta uma
demanda bastante diversificada, e para isto, deve estar preparado para orientação da mulher no
pós-parto, mostrando a existência de momentos oportunos de educação relacionados à
amamentação, comprometendo-se não apenas em repassar conhecimentos científicos, mas
principalmente pela arte e sensibilidade que pode desenvolver no outro os sentimentos,
vontades e que induzem ao aleitamento materno (AMORIM; ANDRADE, 2009).
Tem sido fundamental a atuação de uma equipe multiprofissional, destacando a
enfermagem com a apresentação de uma filosofia assistencialista e educativa, garantindo
condições de valorização no seu trabalho. A atuação do enfermeiro para promover incentivo ao
aleitamento materno necessita da influência desses fatores. É essencial a sistematização da
assistência de enfermagem para garantir ações especificas e visíveis da equipe profissional,
mostrando a mãe os cuidados necessários para a adaptação após o parto consigo mesmo e com
o recém-nascido para proporcionar maior qualidade e adesão ao leite materno, diminuindo os
riscos de possíveis complicações após o nascimento do bebê, como também o tempo de
permanência no hospital e garantindo a redução de dispêndios aos cofres públicos devido à
alimentação correta e sadia dos primeiros meses de vida das crianças (AMORIM; ANDRADE,
2009).
Para Brasil (2006) cabe ao enfermeiro envolver a comunidade na participação de ações
visando melhoria da qualidade de vida da mesma, realizar ações de promoção de saúde,
orientação alimentar saudável, prevenção do ganho de peso e consulta de enfermagem,
monitorizando os dados antropométricos de peso e altura, solicitar exames complementares,
avaliar os casos de riscos e quando necessário buscar o apoio especializado. Participar e
coordenar atividades de educação permanente no âmbito da saúde e nutrição.
Brasil (2006) relata que o enfermeiro está apto nas orientações fornecidas à família,
ensinando a comer devagar, mastigando bem os alimentos, cabe a ele a instrução de paciente e
pais no planejamento das refeições anteriormente ao consumo, discutirem os perigos de
algumas atividades como comer ao realizar outra atividade, comer de pé o que pode dar a
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impressão de não ter realizado nenhuma refeição, comer por mau humor, estresse ou outro
motivo psicológico e comer porque outras pessoas estão comendo. O enfermeiro deve orientar
também para ingestão de calorias obtidas de frutas e vegetais, em lugar de carnes e laticínios,
evitar as refeições rápidas com alto conteúdo de gordura e calorias, se for comer em outros
lugares, como restaurantes planejar o que vai comer antecipadamente e cumprir o planejado,
escolher uma grande variedade de alimentos apropriados para reduzir o sentimento de privação.
Pela obesidade ser considerada um problema de Saúde Pública, a atuação do enfermeiro, frente
a essa problemática, torna-se fundamental, o conhecimento e divulgação dessa assistência
contribuirão para a prevenção e melhoria na qualidade de vida da criança obesa.
Para a identificação do excesso de peso na criança é necessário à utilização de um
método seguro e confiável para que seja feita assim a sua prevenção e tratamento, o índice de
massa corporal (IMC) tem sido utilizado por uma grande parte dos estudos populacionais para
avaliação e classificação do sobrepeso e obesidade em crianças por ser uma técnica
antropométrica de fácil interpretação e baixo custo, torna-se importante à identificação precoce
dessa população. (MARCHI, et.al.; 2011).
A avaliação do estado nutricional é uma estratégia fundamental para prevenção do
ganho de peso dos indivíduos, principalmente durante a infância, pois realizar o
acompanhamento das alterações nutricionais é bastante importante para a promoção da saúde
dos escolares (MARCHI, et.al.; 2011).
Conforme a O.M. S (Organização Mundial da Saúde) o cálculo do IMC é feito
dividindo o peso pela altura ao quadrado. Assim se obtém o calculo para observa-se se a
pessoa esta acima ou abaixo do peso.
A escola apresenta influências diretamente relacionadas com os hábitos e atitudes que a
criança adota no decorrer da vida, a maioria das crianças não pratica atividade fora do ambiente
escolar, o que pode favorecer a incidência de sobrepeso e obesidade, este fato mostra a
importância da atividade na escola, às crianças constitui, portanto, um dos principais grupos
alvos para estratégias de prevenção e controle do sobrepeso, não só devido às características de
ser um grupo de risco, mas também por conta da possibilidade de sucesso das ações a serem
implantadas. (FERNANDES et.al.; 2007).
O Programa Saúde na Escola é resultado do trabalho do Ministério da Educação em
junção com Ministério da Saúde, com intuito de estreitar ações de saúde para alunos da rede
pública de ensino. O processo é desenvolvido com a população principal que são alunos de
diferentes faixas etárias com o envolvimento dos educadores e funcionários (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2009).
16
O enfoque deste processo envolve atitudes para que haja a incorporação de ações que
favoreçam a mudança benéfica na qualidade de vida desses alunos. Durante atuação na área
profissional o enfermeiro tem como foco a promoção, prevenção e manutenção da saúde.
Inserindo estes aspectos no campo escolar torna-se de grande importância a atuação do
enfermeiro, pois trata-se de um local onde crianças e adolescente tem seu senso crítico, moral,
ético, e hábitos de saúde básicos para com a manutenção de sua própria saúde e para o ambiente
em que vivem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
O enfermeiro pode atuar junto às escolas educando quanto à importância de hábitos
alimentares saudáveis e de práticas de atividades físicas de forma a sensibilizar diretores,
professores educadores físicos e os responsáveis pelo o preparo do lanche escolar. Deve
também, levá-los a refletir o que estão servindo aos seus alunos, pois a escola é um ambiente
onde as crianças passam boa parte de suas vidas. E é nesse espaço que elas devem ser
sensibilizadas, para o autocuidado com sua saúde, crescimento e desenvolvimento de forma
adequada, pois a obesidade pode vir a ser um transtorno para o futuro (ALVES, YAGUI,
RODRIGUES, MAZZO, RANGEL, GIRÃO, 2011).
Várias temáticas podem ser trabalhadas com os alunos, entre eles o acompanhamento
do crescimento e desenvolvimento, observando e orientando sobre as transformações que
acontecem em cada fase, e diante de cada uma destas são proporcionadas orientações
pertinentes e específicas relacionada à nutrição, hábitos de higiene pessoal, drogas, IST’S,
sexualidade dentre outros assuntos. O enfermeiro é um profissional capacitado para realizar o
preenchimento destas lacunas de conhecimento em integrar de forma abrangente a estes
aspectos, visto que é esperado que o mesmo desempenhe a função de educador da saúde
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
A escola é um local privilegiado para intervenções de enfermagem e deve ser uma
grande aliada no combate a obesidade infantil, onde o enfermeiro aliado a um professor de
educação física devem orientar as atividades físicas, de modo a proporcionar às crianças meios
de tornarem autônomas na prática das atividades físicas, e a mudança nos hábitos alimentares,
são favorecidas pelo ambiente escolar, uma vez que a regularidade dos horários é seguida a
risca, favorecendo a perda de peso e seu condicionamento físico e prevenindo as doenças
(PEREIRA; LOPES, 2012).
Também para Nettina (2011), a escola é um local onde o enfermeiro tem um papel
importante, uma vez que ele pode atuar com palestras sobre os benefícios de uma alimentação
equilibrada e saudável utilizando-se dos recursos como os jogos educativos, palestras, vídeos e
apresentar cardápios variados e atrativos para as crianças, além das crianças seu foco deve ser
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os pais, ou responsável a adotar práticas que possam promover a saúde da criança, além de
orientar as atividades físicas para o seu desenvolvimento, como praticar mais esportes,
brincadeiras e caminhadas.
Fica evidente que a presença do enfermeiro é fundamental no ambiente escolar, visto
que é durante este período da vida que há a formação física e intelectual da criança e adolescente
e a falta de informações podem gerar prejuízos futuros a estes indivíduos em formação. Desta
forma, a presença destes profissionais em saúde torna-se indispensável no que tange a saúde
escolar, na busca de prevenir doenças e principalmente promover saúde (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2009).
E dever do profissional enfermeiro independente do seu campo de atuação estar
orientando sobre a nutrição das crianças para obter êxito frente à obesidade infantil. Deve
conscientizar primeiramente aos pais sobre a importância da prevenção da obesidade, através
das realizações de palestras, folhetos educativos e visitas domiciliares, proceder com
informações das possíveis patologias causadas pela obesidade, formular junto com os pais e a
criança um cronograma de horários para as refeições as quais devem ser organizadas em duas
refeições maiores que é almoço e o jantar, o desjejum e duas a três refeições intermediárias. O
local deve ser preparado e adequado servido à mesa, com cardápio adaptado a realidade da
família, incentivar exercícios físicos, brincadeiras ao ar livre, jogos esportivos e outros,
mostrando a família que para uma alimentação saudável não necessita de ser de alto custo.
(FERNANDES; VARGAS, 2007).
Colaborando com autor acima Alencar et al. (2009) enfatiza que o enfermeiro deve
proceder com orientações junto aos pais sobre os hábitos alimentares e o estilo de vida
sedentária, mostrar os benefícios que a mudança de vida poderá proporcionar há criança,
contribuindo para a diminuição da obesidade.
De acordo com Smeltzer e Bare (2005), o enfermeiro deve proceder com a triagem de
saúde, pois tem sido um aspecto importante no cuidado da saúde na infância, para que seja
detectado precocemente qualquer problema, o qual se deve promover as práticas de saúde
positiva em idade precoce como, estimular os hábitos de vida saudável com o encorajamento
de desenvolver atitudes de uma saúde positiva.
Paulino et al. (2011) afirma que o enfermeiro deve estimular à participação da família
na assistência prestada a criança obesa, promovendo uma relação de confiança entre as partes.
A atuação do enfermeiro na puericultura é importante, pois na Unidade Básica este tem
instrumentos de trabalho que o ajudam a identificar e acompanhar o crescimento das crianças,
sendo eles: mensuração do peso e altura, preenchimento do cartão da criança fazendo a curva
18
de crescimento e o cálculo do ganho de peso esperado para a idade. A identificação de crianças
em risco de obesidade fornece aos profissionais da saúde/ enfermeiros a oportunidade de
intervenção precoce, com o objetivo de limitar a progressão do ganho de peso anormal
(ALENCAR et al, 2009).
A partir do momento que se identifica a obesidade é fundamental um acompanhamento
em conjunto com outros profissionais, principalmente a nutricionista. Se os hábitos errados de
alimentação e o sedentarismo constituem-se como os principais fatores que levam à obesidade
infantil pode-se considerar que a falta de informações e de educação adequada influenciam
neste processo. Quando as famílias não possuem as informações necessárias para correção
desses fatores, a escola e os serviços de saúde apresentam-se como os principais veículos de
informações para as crianças, e deve cumprir seu papel de educar no sentido mais amplo
(ALENCAR et al, 2009).
Portanto Alencar et al. (2009) ainda recomenda que os enfermeiros que atuam na
Estratégia Saúde da Família (ESF) devem realizar consultas de rotina para as orientações de
hábitos e estilo de vida saudáveis, com vista a prevenção da obesidade infantil, pois a consulta
de enfermagem é um recurso importante e fundamental, visto que aproxima o profissional da
família favorecendo a confiança e adesão as recomendações.
Amorim e Andrade (2009) enfatiza que o enfermeiro independente de seu local de
trabalho e atuação, pode estar implantando e desenvolvendo uma equipe de multiprofissionais
onde irá redirecionar a aquisição para uma alimentação saudável em quantidades adequadas
para a idade, vindo a colaborar para resultados positivos em relação à diminuição da obesidade
infantil.
Domingues e Oliveira (2006) salienta que o enfermeiro através de falas educativas
poderá ajudar na educação dos aspectos nutricionais das crianças obesas e dos familiares,
podendo planejar um programa educativo iniciando pela observação do ambiente e as pessoas
com que essa criança se alimentam, orientar com frequência sobre refeições saudáveis, evitando
pular algumas delas, não alimentar-se durante atividades como assistir televisão, leitura, ou
refeições feitas em pé, de forma a garantir o sucesso da prevenção e tratamento.
O enfermeiro deve avaliar lesões de continuidade na pele de crianças obesas de forma a
intervir correta e adequadamente, monitorar a pressão arterial e demais sinais vitais, fazer coleta
de sangue para avaliação dos valores correspondentes para cada idade e encaminhando para
avaliação médica caso tenha dados alterados (PAULINO et al., 2011).
Consequentemente com as devidas orientações feitas pelo enfermeiro e seguidas à risca
pela criança e principalmente pelos pais, a redução de peso, e a prevenção serão certas, desta
19
forma a criança terá uma diminuição do esforço e sobrecarga nas articulações em especial às
dos joelhos, também irá favorecer os problemas dermatológicos uma vez que a pele ficará livre
de dobras cutâneas favorecendo a transpiração (SILVA; COSTA; PINTO, 2008).
A Secretária da Saúde e Educação do município repassou o projeto “Sementinha da
Nutrição” que deu início em 2015 e término no ano de 2016, que consta sobre a avaliação
nutricional dos escolares, orientações e atividades físicas.
Para desenvolver este projeto a Secretaria da Saúde e Educação montou uma equipe
multiprofissional tais como: Enfermeiros; Nutricionistas; Educador Físico e Assistente Social
para verificar e monitorar a saúde física dos alunos, fazer a avaliação antropométrica e
orientações sobre uma alimentação adequada.
Conforme o projeto “Sementinha da Nutrição” dará continuidade ao público alvo que
foi escolhido, pois os mesmos ficarão na rede pública até o quinto ano, assim podendo
acompanhar e verificar possíveis mudanças nos hábitos alimentares e adequação do peso
corporal, se os escolares não adequarem ao peso normal em apenas um ano.
Sobre as ações desenvolvidas pelo município com relação ao sobrepeso e obesidade o
projeto aplicado foi desenvolvido no polo do Programa Academia da Saúde, localizado em
um bairro do munícipio. Os escolares que moram em bairros distantes tiveram transporte
escolar para irem até o local. Em termos de procedimentos éticos, foi solicitada a autorização
aos pais ou responsáveis pelas crianças para participação no grupo.
Os encontros da equipe multiprofissional eram realizados quinzenalmente no contra
turno escolar, e as atividades eram realizadas pelas nutricionistas da Alimentação Escolar
programa do munícipio, juntamente com equipe multiprofissional (Enfermeiro, Educador
Físico e Assistência Social) das Secretarias de Saúde e Educação. A duração prevista para
cada encontro foi de duas horas e meia, podendo variar de acordo com a atividade proposta.
III. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado um estudo de cunho bibliográfico e documental. Conforme Gil (2010)
destaca que a pesquisa bibliográfica é realizada a partir do levantamento de referências teóricas
já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos.
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Ainda o mesmo autor aborda que a
20
pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, a pesquisa
documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais
como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas.
Optou-se pela abordagem qualitativa, por que não se preocupa com representatividade
numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma
vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças
contaminem a pesquisa (MINAYO, 2008).
O universo do estudo foi um município do Oeste do Paraná, mais especificamente em
seis escolas municipais do ensino fundamental inicial para verificar os dados fornecidos pela
Secretária da Saúde e Educação em relação: levantar o sobrepeso e a obesidade dos escolares;
as ações desenvolvidas pelo município com relação ao sobrepeso e obesidade; como que
estimula a pratica alimentar das crianças; como que estimulam a prática de atividade física;
como verificaram o consumo alimentar desses escolares.
Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado o primeiro contato no Departamento
de Saúde da cidade de Matelândia, com o termo de permissão dos dados e uma copia do projeto
de pesquisa sobre o tema elencado para autorização do responsável para o mesmo autorizar a
realização da pesquisa. Anexo 1.
A pesquisa passou pelo comitê de ética respeitando-se os preceitos éticos da pesquisa
com seres humanos, conforme resolução de nº 466/2012 que após ter recebido as informações
sobre a pesquisa assinou o Termo de Permissão de Utilização de Dados. Sendo o projeto
aprovado conforme o parecer nº 2.180.347, e CAE nº 70459917.9.0000.0109, na data de 20 de
Julho de 2017. Anexo 2.
Após o projeto de pesquisa cientifica ser aprovado, foi realizado o contato para a coleta
de dados junto ao órgão responsável, no qual gentilmente cedeu o projeto “Sementinha da
Nutrição” que passou a ser o nosso objeto de estudos.
21
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este estudo de coleta de dados foi por meio do acompanhamento do projeto
“Sementinha da Nutrição”, no qual foi extraído o quadro abaixo, fornecido pela Secretaria da
Saúde e Educação do município. As equipes das secretarias desenvolveram o acompanhamento
das crianças em seis escolas municipais no ensino fundamental inicial público nos anos de
2015/2016. Para tanto, algumas informações como a faixa etária e perfil das crianças não foram
possível identificar, a considerar que as mesmas estavam em branco. Porém foi possível
trabalharmos com outras informações relevantes que constam em nossa metodologia e que
atende aos objetivos propostos no estudo.
A seguir apresenta o quadro que compreende a avaliação realizada pelo projeto
Sementinha da Nutrição que apresenta o índice de massa corporal.
Quadro 1- Avaliação do Índice de Massa Corporal do Ano de 2015.
AVALIAÇÃO POR INDICE DE MASSSA CORPORAL
ENSINO
FUNDAMENTAL
BAIXO
PESO
EUTRÓFICO
SOBREPESO
OBESIDADE
TOTAL
DOM PEDRO II
5
129
52
43
229
DOM BOSCO 10 262 64 74 410
VOVO CASSIANO
3
96
17
11
127
CLAUDINO ZANON
3
102
32
25
162
EBEHARDO 5 183 25 29 242
VILA ESMERALDA
2
44
15
15
76
TOTAL 28 816 205 197 1246
PERCENTUAL 2,247191 65,48956661 16,4526485 15,8105939 100
Fonte: Secretaria municipal de Educação do município do Oeste do Paraná.
Conforme a representação do quadro acima (quadro 01 do ano de 2015) observou que
das seis escolas pesquisadas, obteve 1,246 crianças (100%) regularmente matriculadas. Deste
total evidencia-se que apresentam 28 (2,24%) crianças com baixo peso, 816 (65,48%) crianças
com peso eutrófico, que não é objeto deste estudo, 205 (16,45%) crianças com sobrepeso e 197
(15,81%) crianças apresentam obesidade infantil.
Dessa forma, observa-se que o índice de crianças com sobrepeso e obesidade infantil, é
considerado de forma razoável, tendo em vista a quantidade de crianças que foram avaliadas
nas seis escolas apresentadas conforme tabela acima.
Segundo autores Alencar et al. (2009), Soares et al. (2012); Marchi-Alves et al. (2011)
destacaram que a obesidade é um problema de grande magnitude atingido em geral em todo o
mundo, tanto nos países desenvolvidos como os em fase de desenvolvimento, e que a obesidade
22
infantil tem-se constituído um problema para diversos profissionais em diversas áreas,
principalmente na saúde.
No estudo de Poeta; Duarte (2010) apresentou-se que nos últimos anos teve um aumento
significativo de casos de obesidade infantil em diversos países e em diversas classes sociais. E
que a obesidade na infância tem crescente importância por ser uma condição bastante
problemática para o indivíduo, no Brasil, é crescente o aumento da obesidade inclusive entre as
crianças, o que tem transformado a obesidade em um problema de saúde pública.
O interesse na prevenção da obesidade infantil se justifica pelo aumento de sua
prevalência com permanência na vida adulta, pela potencialidade enquanto fator de risco para
as doenças crônico-degenerativas antes vista somente em adultos. Além disso, frequentes
intervenções em crianças, principalmente antes dos 10 anos de idade, reduzem mais a
severidade da doença do que as mesmas intervenções na idade adulta, por que mudanças na
dieta e na atividade física podem ser influenciadas pelos pais tornando-se um tratamento eficaz
e preventivo (PEGOLO, 2005).
Quadro 2: Avaliação do Índice de Massa Corporal do Ano de 2016.
ENSINO FUNDAMENTAL Baixo Peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade TOTAL
DOM PEDRO 1 126 53 33 213
DOM BOSCO 3 223 85 66 377
VOVO 0 95 13 10 118
CLAUDINO ZANON 3 109 36 18 166
EBEHARDO 4 146 38 20 208
DUQUE DE CAXIAS 0 67 17 10 94
TOTAL 11 766 242 157 1176
PERCENTUAL 0,94 65,14 20,58 13,35 100
Fonte: Secretaria municipal de Educação do município do Oeste do Paraná.
Conforme a representação do quadro acima (quadro 02 do ano de 2016) observou que
das seis escolas pesquisadas, totalizou 1,176 crianças (100%) regularmente matriculadas. Deste
total evidencia-se que apresentaram 11 (0,94%) com baixo peso, 766 (65,14%) com peso
eutrófico, o que não é objeto deste estudo, 242 (20,58%) crianças com sobrepeso e 157
(13,35%) que apresentam obesidade infantil.
Dessa forma, observa-se que o índice de crianças com sobrepeso e obesidade infantil,
que somados totalizam 399 (34.93%), isto representa um índice grande comparado à totalidade
das somatórias das escolas.
O percentual dos dois quadros acima representa uma diferença pequena com relação às
crianças com sobrepeso, com uma margem de 37 crianças; já em relação à obesidade
23
identificou-se uma diferença de 40 crianças. Isto representa que de um ano para outro não foi
tão significativo o numero encontrado, significa que as ações que a escola vinha realizando
surtiram efeitos positivos.
A ocorrência do excesso de peso na infância aumenta as chances dessas crianças
continuarem obesas na vida adulta. Dessa forma, é necessária uma identificação do estilo de
vida e dos hábitos alimentares de crianças obesas, com a finalidade de modificá-los, e assim,
diminuir a ocorrência de problemas na vida adulta, visto que, nessa fase, a intervenção torna-se
mais difícil, e há maior facilidade de recidivas (MORABIA, COSTANZA, 2005).
Um estudo realizado na cidade de São Paulo, entre os meses de março e setembro de
2008, envolvendo crianças de ambos os sexos, na fase escolar, na faixa etária de 7 a 10 anos
cursando o ensino fundamental I, estudantes de uma escola municipal, instituição de ensino da
rede pública Os escolares foram avaliados verificando-se peso e estatura e também foi
realizada a pesagem com as crianças. Os resultados do peso e altura das crianças foram
classificados como baixo peso, eutróficas, com sobrepeso ou obesidade de acordo com a
relação peso/estatura, segundo os limites propostos pela OMS.
Verificou-se que das 162 crianças participantes, 92 (84,4%) são do sexo feminino e 70
(56,7%) do sexo masculino. A idade mínima foi de 06 anos e 11 meses e máxima de 10 anos e
11 meses. Com relação ao estado nutricional, os eutróficos, ou seja, crianças consideradas
dentro do peso foram 89 (54,9%), os baixo peso foram 11 alunos (6,8%), os com sobrepeso 32
crianças (19,8%) e os obesos totalizaram 30 crianças (18,5%).
Os dados obtidos confirmam a tendência de mudança no perfil nutricional, mostrando
uma prevalência maior de sobrepeso/obesidade (38,3%) do que de desnutrição (6.8%). Esse
fato gera uma mudança substancial no planejamento e direcionamento de ações de saúde a
essa população. Existe relação entre estado nutricional e o número de refeições diárias, quais
sejam: café da manhã, merenda escolar, almoço, lanche e jantar.
Outro estudo através de pesquisa de revisão de literatura foi possível verificar o perfil
epidemiológico da obesidade infantil em escolares nas diversas regiões do país, confirmando
a dimensão e a gravidade do problema.
Numa pesquisa realizada na cidade de Feira de Santana, Bahia, com 699 crianças, foi
possível detectar o sobrepeso em 9,3% da população estudada e a obesidade em 4,4%. A
obesidade estava presente em 2,7% das crianças de escolas públicas e em 7% das que
frequentavam escolas de ensino privado (OLIVEIRA; CERQUEIRA; OLIVEIRA, 2005).
24
Em Salvador, Bahia, foram analisados 387 alunos, entre 5 e 10 anos, sendo 66%
estudantes de escolas públicas. Nas escolas particulares, observou-se uma prevalência de
obesidade (30%), em relação às escolas públicas (8%), e constatou-se maior percentual de
obesos com mais de 7 anos, e a idade com predominância de obesos foi 9 a 10 anos (LEÃO
ARAÚJO, MORAES, ASSIS, 2003).
Na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, pesquisadores aferiram o peso e a altura de
3.721 crianças na faixa etária de 2 a 6 anos, de escolas públicas e de escolas da rede privada.
Os autores observaram a prevalência de sobrepeso em cerca de um quarto dos escolares dentre
os quais 13,9% eram do sexo masculino e 10,8% do feminino. Foi detectado o excesso de
peso em 19,7% dos alunos da rede pública e em 32,5% da rede privada (BARRETO,
BRASIL, MARANHÃO, 2007).
Outro estudo avaliou 230 crianças em duas escolas particulares de Recife, sendo 108
(47%) meninos e 122 (53%) meninas. Os autores encontraram 52 crianças com sobrepeso
(22,6%) e 26 crianças obesas (11,3%). Do sexo masculino, foram encontradas 19 crianças
com sobrepeso (17,6%) e 14 obesas (13%). Já do sexo feminino, 33 crianças tinham
sobrepeso (27%) e 12 obesidade (9,8%) (SILVA, BALABAN, FREITAS, BARACHO,
NASCIMENTO, 2003).
Na região Norte do país, numa pesquisa sobre o estado nutricional de 1.057 crianças
com idade entre 7 e 10 anos, de baixo nível socioeconômico, foi observado que 7,0%
apresentavam sobrepeso e 3,0% eram obesas [15]. Já em Londrina, Paraná, observou-se
sobrepeso em estudantes de alto nível socioeconômico. O estudo foi realizado com 411
escolares, entre os quais 19,7% dos meninos e 17,3% das meninas apresentavam sobrepeso
(RONQUE CYRINO, DÓREA, JÚNIOR, GALDI, ARRUDA, 2005).
Em Florianópolis, numa pesquisa com 1.362 escolares, 41,6% de escolas estaduais,
38,9% de escolas municipais e 19,5% de escolas particulares, foi detectado excesso de peso em
12,9% dos estudantes de escolas públicas e 18,4% de escolas privadas (SILVA, PELEGRINI,
HOEFELMANN, VASQUES, LOPES, 2008).
O objetivo do projeto “Sementinha da Nutrição” foi em saber quais eram as ações
desenvolvidas pelo município com relação ao sobrepeso e obesidade para sanar e diminuir os
índices de sobrepeso e obesidade infantil dos escolares que frequentam a rede pública municipal
de ensino.
Assim, percebeu que as ações desenvolvidas pela equipe multidisciplinar foi em fazer
uma reeducação alimentar e nutricional, analisar o consumo alimentar desses escolares,
melhorar a qualidade de vida, informar os riscos de saúde decorrente da alimentação inadequada
25
para os pais, estimular práticas alimentares saudáveis para essas crianças, incentivar a prática
de atividade física, formar multiplicadores da alimentação adequada, tanto no meio escolar
como familiar.
Como existe uma grande variedade de alimentos no mercado industrial que atendem
aos mais diversos desejos e praticidade de consumo e isso se da ao estilo americano que está
sendo adotado pelos brasileiros, o qual este associado a doenças crônicas e degenerativas, sendo
a alimentação realizada de maneira inadequada e rápida (PASTON, 2002).
Uma pesquisa recente feita com crianças em idade pré-escolar no Brasil apresentou 42%
terminam suas refeições rapidamente, 35% podem ser consideradas beliscadoras, que come de
qualquer jeito deixando de lado as proteínas preferindo as gorduras e carboidratos, elevando a
ingestão calórica. Esta pesquisa mostrou que os lares com donas de casa obesas têm um gasto
10% maior em comida e bebida, e que a maioria das crianças acima do peso vive em casas onde
é elevado o consumo de óleo, doces, refrigerantes e massas (PASTON, 2002).
Assim, a família tem um papel fundamental na inserção de alimentos saudáveis logo
nos primeiros anos de vida de uma criança, uma vez que exerce forte influência sobre o
comportamento alimentar dos filhos, pois quanto mais os pais insistem em consumir certos
alimentos prejudiciais, maior é a probabilidade das crianças consumirem e tornar-se uma rotina
no seu consumo. O ideal é que sejam recomendado aos pais que ofereçam aos seus filhos
refeições balanceadas, lanches saudáveis e disponibilizem maior ingesta de frutas, legumes,
verduras que contém nutrientes adequados e ainda a criança possa escolher os alimentos
saudáveis desejados por ela (ALENCAR et al., 2009).
Esse mesmo autor também retrata que os pais ainda podem influenciar seus filhos na
prática de atividade física, deixando de lado o sedentarismo e associando a melhorar a ingesta
de alimentos com menor taxa calóricas, com isso estimular as crianças aos hábitos alimentares
mais saudáveis.
Pesquisas apontam que o repentino crescimento da obesidade na infância pode estar
associado a diversos fatores contribuintes, como: maus hábitos alimentares, sedentarismo,
fatores genéticos, nível socioeconômico e fatores emocionais (FISBERG, 2001).
Torna-se evidente que não é apenas a alimentação inadequada que influencia no
aumento da prevalência da obesidade. A atividade física tem seu papel fundamental em seu
tratamento e prevenção, esta acelera a perda de peso e o aumento da massa muscular, ajudando
a reduzir os níveis de gordura no peso corpóreo (URASAKI, RIBEIRO, 2006).
Dessa forma, outro objetivo do projeto desenvolvido no município, foi em saber como
era realizado o consumo alimentar desses escolares. Evidenciou que as medidas para diminuir,
26
ou pelo menos evitarem aumentos ainda maiores na prevalência da obesidade, são relativamente
simples de realização, como a diminuição do consumo calórico com refeições mais saudáveis
e, aumento do gasto energético com prática regular de atividades físicas. São medidas de
prevenção e terapia com custo insignificante, mas que dependem da conscientização e ação de
cada indivíduo, ou dos pais, no caso de influenciar positivamente o comportamento das
crianças. As práticas alimentares são destacadas como determinantes diretos dessa doença e a
educação alimentar e nutricional têm sido abordada como tática a ser seguida para que a
população tenha uma alimentação mais saudável e, dessa forma, um peso adequado.
Uma grande tendência ao sedentarismo se dá devido ao número de horas dedicadas
diariamente a televisão, computadores e videogames. Os aspectos que colaboram para esse
quadro são: a urbanização dos hábitos rotineiros (controle remoto, automóveis, televisão,
telefone, etc) e a impossibilidade das crianças brincarem e se exercitarem em ruas e parques
(falta de espaços adequados, medo da violência nas cidades, etc) (URASAKI, RIBEIRO, 2006).
V. CONCLUSÃO
Esse estudo possibilitou a reflexão acerca de um crescente desafio para a saúde pública:
o progressivo aumento da obesidade infantil. A exploração do assunto permitiu um melhor
entendimento sobre as interfaces da obesidade na infância, seus fatores contribuintes e seus
reflexos na saúde da criança.
A realização desse estudo possibilitou verificar quais fatores contribuem para a
obesidade infantil e que o profissional enfermeiro assume papel fundamental altamente
relevante dentro de sua área de atuação independente do local de trabalho, seja ele nas UBS,
escolas, hospitais, uma vez que esse profissional mantém contato muito próximo da população
que assiste, e que suas ações devem ser voltadas para as formas de prevenção de toda e qualquer
patologia, devendo fazer parte de suas ações primordiais o manejo correto quando se tratar de
obesidade infantil.
(A BANCA PEDIU PARA COLOCAR NA CONCLUSÃO AS TAXAS DE
OBESIDADE QUE DERAM NOS RESULTADOS E DISCUSSÕES).
Possibilitou verificar as taxas de obesidade nas seis escolas de ensino fundamental
inicial do município que foram estudadas, que no ano de 2015 obteve 1,246 crianças
(100%) regularmente matriculadas. Apresentaram-se 28 (2,24%) crianças com baixo
27
peso, 816 (65,48%) crianças com peso eutrófico, que não é objeto deste estudo, 205
(16,45%) crianças com sobrepeso e 197 (15,81%) crianças apresentam obesidade infantil.
No ano de 2016 totalizou 1,176 crianças (100%) regularmente matriculadas nas
seis escolas municipais. Apresentaram-se 11 (0,94%) crianças com baixo peso, 766
(65,14%) crianças com peso eutrófico, o que não é objeto deste estudo, 242 (20,58%)
crianças com sobrepeso e 157 (13,35%) crianças que apresentam obesidade infantil.
O aumento da obesidade infantil é patente em todas as regiões do Brasil, fato que
preocupa a Saúde Pública e os profissionais diretamente envolvidos, uma vez que estes
exercem um papel fundamental e determinante na detecção precoce, na prevenção e no
tratamento do problema. Os problemas acarretados pela obesidade são bastante onerosos
para o governo, o que implica uma premente necessidade de intervenção precoce, para,
assim, condicionar se uma vida adulta mais saudável e diminuir-se o contingente de
indivíduos acometidos por esse mal.
O fato de haver mais crianças com sobrepeso que crianças obesas em quase todos
os estudos de certa forma é um resultado positivo, uma vez que o sobrepeso é mais fácil
de reverter que a obesidade. Entretanto, é importante considerar que o sobrepeso
constitui uma etapa anterior à obesidade, ou seja, se a criança com sobrepeso não for
precocemente tratada, poderá tornar-se obesa.
É necessário acompanhamento regular dessa criança por uma equipe
multidisciplinar, incluindo médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, educador físico
e, sobretudo, familiares. É de suma importância a conscientização de pais e responsáveis,
através da divulgação dos problemas ocasionados pela obesidade, para que a população
tenha ciência da importância da prevenção.
O papel do enfermeiro visa à estimulação do autocuidado como ferramenta primordial
para a prevenção da obesidade infantil. Recordando o papel singular e intransferível de cada
participante da recuperação. O enfermeiro deve estar habilitado para lidar com a função de
escutar os anseios e permitir o surgimento de uma troca de experiência e exposição de suas
dificuldades e dúvidas, criando alternativas para alcançar os resultados pretendidos.
A educação em saúde tem a possibilidade de ocorrer num entrelaçamento de ações e
intervenções científicas, sociais e de natureza compreensiva, envolvendo o cliente, a família e
o enfermeiro em suas relações de cuidado, despertando, ainda, suas consciências de cidadania
e de ser sujeito de suas ações, contribuindo para uma sobrevida maior e com muito mais
qualidade.
28
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