UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Poesia como gênero vivo na escola
Autor Rosana Gonçalves Torquato Gallassi
Escola de Atuação Colégio Estadual Barão do Rio Branco – E.F.M.P.
Município da escola Assaí
Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio
Orientador Prof. Dr. Thiago Alves Valente
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Artes. História
Público Alvo
Estudantes da 8ª B do período matutino
Localização
Colégio Estadual Barão do Rio Branco – E.F.M.P.
Rua Manoel Ribas, 1103 Centro Assaí-PR
Apresentação:
Pautada na reconhecida indiferença do estudante em relação à leitura e produção, a proposta possui a finalidade de promover o gosto pela leitura, por meio da criatividade e técnicas variadas de ensino para a formação de estudantes leitores, um dos grandes desafios do trabalho do professor em sala de aula. Nesse sentido, consciente dessa realidade e da importância da leitura foca-se a poesia como uma forma atrativa para o atendimento dos objetivos da proposta. A sistematização do trabalho de implementação dar-se-à em forma de um Caderno Pedagógico que e composto por várias Unidades Didáticas, e será desenvolvido através do método criativo de Bordini e Aguiar (1983) que prevê etapas resumidas em: constatação de uma carência, coleta desordenada de dados, elaboração
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intensa de dados, constituição do projeto criador, elaboração do material e divulgação do trabalho. E para dinâmica do trabalho serão utilizadas música e tecnologia. Nessa perspectiva, há o intuito de utilizar a expressão poética em diferentes textos, para contribuir na elevação do número e qualidade de estudantes leitores do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Assaí – Paraná.
Palavras-chave Leitura; Aprendizagem; Poema; Música; Tecnologia.
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Sumário
UNIDADE 01 Para gostar de ler: identidade e sociedade (Alaine Costa Nader Perusso)
UNIDADE 02 Leitura e produção de texto com Monteiro Lobato (Elizabete Benedita Augusto)
UNIDADE 03 Releituras contemporâneas dos contos de fadas (Mirian Terue Kamei)
UNIDADE 04 Poesia como gênero vivo na escola (Rosana Gonçalves Torquato Gallassi)
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UNIDADE 04
Poesia como gênero vivo na escola
Rosana Gonçalves Torquato Gallassi
APRESENTAÇÃO
O projeto de intervenção que tem como tema de estudo “Ensino e
aprendizagem de leitura com a formação de leitores a partir de poemas” e título
“Poesia como gênero vivo na escola”, justifica-se por ser um grande desafio
educacional na sociedade contemporânea a formação de leitores. Sendo pautada na
reconhecida indiferença do estudante em relação à leitura e produção, a proposta
possui a finalidade de promover o gosto pela leitura, por meio da criatividade e
técnicas variadas de ensino para a formação de estudantes leitores, um dos grandes
desafios do trabalho do professor em sala de aula.
Ser leitor não é uma característica da sociedade atual, principalmente de
nosso país, onde se constata que, por diversos fatores o número de leitores foi
sempre pouco expressivo. Portanto, não só os estudantes apresentam este perfil,
mas as pessoas em geral, o que pode ser considerado um aspecto de nossa cultura.
Nesse sentido, conscientes dessa realidade e da importância da leitura,
focamos a poesia como uma forma atrativa para o atendimento dos objetivos do
projeto de intervenção pedagógica. Abordamos a poesia em diversas manifestações:
nas canções de ninar, nas cantigas de roda, nas parlendas, nas propagandas, nos
livros, tendo-se por premissa que o trabalho com poemas constitui uma estratégia
valiosa no incentivo da leitura.
Pretende-se utilizar para a dinâmica das aulas a música e a tecnologia. A
música porque é bem aceita pelos discentes e tem boas chances de gerar trabalhos
agradáveis, que favorecem em participação e envolvimento. E é preciso que a
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES escola seja um espaço que promova diferentes textos com diferentes funções
sociais. E a música pode se “converter em recursos para apreciação da literatura”,
como afirma Maria G. Bordini (1986, p.97) e a tecnologia para o desenvolvimento de
atividades no laboratório de informática, com interação dos estudantes a partir de
pesquisas, produção de poemas, uso da internet e outros. Sendo assim o uso de
tecnologia nas aulas é de suma importância, já que se pode fazer uso dos recursos
visuais e sonoros, deixando o assunto mais agradável. E também propicia ao
educando a leitura de textos diferentes (poéticos, e-mail, Chat, blog) tendo em vista
que “todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da
linguagem” (BAKHTIN, 1992, P.261).
Portanto faz se necessário um trabalho com objetivo de aproximar o
educando do universo literário (poético).
Assim, o objetivo principal da proposta apresentada não será a dissecação
formal dos poemas, será a aproximação com a linguagem poética, no sentido de
familiarizar os alunos com a poesia, para que tenhamos prazer com ler e ouvir
poemas, e, sobretudo, para que se sintam motivados a expor suas emoções através
dos recursos tão expressivos da linguagem poética. No entanto, a responsabilidade
da escola não é de “fazer poetas, mas de desenvolver no aluno (leitor) sua
habilidade para sentir a poesia, apreciar o texto literário, sensibilizar-se para a
comunicação através do poético e usufruir da poesia como uma forma de
comunicação com o mundo”. (ZILBERMAN, 1982, p.67).
Então, será trabalhada também a leitura expressiva, o modo como o docente
procede à leitura do texto poético poderá tanto despertar o gosto pólo poema como
a falta de interesse pólo mesmo. Assim, antes de apresentá-lo para os educandos o
professor deve estudar apreciar, interpretar, enfim, fruir o poema. Portanto, deverá
observados quais recursos de construção do poema devem ser considerados para
leitura e, como mediador do processo, contribuir para que os discentes sejam
capazes de identificá-los e, sobretudo, permitir a eles que efetivem , de fato, a
experiência de ler o texto poético em toda a sua gama de possibilidades. (DCS,
2008, p.72)
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Considerando que o ato de ler não pode se apresentado como uma atividade
mecânica, uma vez que ler é muito mais do que reconhecer palavras, frases e
textos, o desenvolvimento de atividades que incentivem e que contribuam para o
aperfeiçoamento da leitura se faz necessário, sendo que a proposta também não
perde de vista a finalidade de tornar a leitura um instrumento de apropriação de
novos saberes.
Nessa perspectiva, há o intuito de utilizar a expressão poética em diferentes
textos, para contribuir na elevação do número e qualidade de estudantes leitores do
Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Assaí - Paraná.
Elegem-se os alunos da 8ª série B para participação do projeto, que será
desenvolvimento através do método criativo de Bordini e Aguiar (1993) que prevê
etapas resumidas em: constatação de uma carência, coleta desordenada de dados,
elaboração intensa dos dados, constituição do projeto criativo, elaboração do
material e divulgação do trabalho.
O método criativo se associa usualmente a prática de caráter artístico, porém,
pode converter-se em aquisição de conhecimento quando se processa
planejadamente.
O processo criativo se inicia pela constatação de uma carência individual ou
coletiva, sendo uma carência é uma sensação que não pode ser imposta pela
escola. Deriva das necessidades dos jovens e por eles deve ser constatada.
Percebida a carência o professor os incentiva a tentar resolvê-la através da criação
de uma solução dando início a etapa de coleta desordenada de dados, para esta
solução o professor fornece condições de modo a que os alunos entrem em contato
com os elementos da realidade que têm relação com a falta percebida pelos
mesmos. Quando as soluções encontradas passam a ser significativas para o
sujeito, está ocorrendo à elaboração interna dos dados esta etapa se dinamiza sob
força de uma pressão psicológica, operando por vias inconscientes a mente tenta
acomodar os dados obtidos de forma a restabelecer o estado de equilíbrio rompido
pela carência. Consciente da solução que deseja atingir começa a constituição do
projeto criador etapa que prevê os esforços a serem desenvolvidos para a
supressão final da carência, através de uma ação criativa. O projeto servirá de
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES suporte para a elaboração material, sendo necessária a atuação do professor como
fonte de informação e treinamento. Terminado o processo faz se necessário a
divulgação do trabalho que é a prestação de contas que o criador faz à sociedade
que o abriga. (Bordini e Aguiar, 1993, p.68; 70)
A sistematização do trabalho de implementação pedagógica, dar-se-á em
forma de um Caderno Pedagógico que é composto por várias Unidades Didáticas,
com abordagem centrada em tema(s) de área/disciplina específica, contendo texto
de fundamentação teórica com, obrigatoriamente, as respectivas sugestões de
atividades a serem desenvolvidas.
1º ENCONTRO: CONSTATAÇÃO DE UMA CARÊNCIA
PROFESSOR: Inicialmente será explicado aos alunos, como será
desenvolvido o projeto, o que se pretende com essas escolhas, o que se espera
deles e, além disso, possibilitar que cada um exponha o que já sabe e perceber o
que se pode aprender. (Através de um slide)
Questionário sobre Hábitos de leitura. (Agora, com música ambiente para
deixar o lugar mais aconchegante e agradável, os alunos individualmente
responderão um questionário sobre seus hábitos de leitura. Questionário este que
será usado para tabulação de dados no final da produção).
QUESTIONÁRIO
1. Identificação
Idade: ________ Sexo: � Masculino
� Feminino
Série: ________
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2. Hábitos de Leitura
Marque com um “X”
a) Como costuma ocupar seus tempos livres:
( ) Lendo
( ) Assistindo TV
( ) Praticando esporte
( ) Descansando
( ) Conversando com os amigos
( ) Ouvindo Música
( ) Outro: _________________________________________
b) O que costuma ler?
( ) Textos na internet
( ) Jornal
( ) Revistas
( ) Livros
( ) Outros: ________________________________________
c) Com que freqüência você lê poesias?
( ) Nunca
( ) Raramente
( ) Diariamente
( ) Algumas Vezes
( ) Sempre
d) Você sente dificuldade ao ler poesia?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às Vezes
Comente: ________________________________________
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES e) Que tipo de livros você prefere ler?
( ) Romance
( ) Poesia
( ) Ficção
( ) Aventura
( ) Outro: _________________________________________
f) Quando você sente necessidade de ler?
( ) Quando seus pais lhe dão uma dica
( ) Quando o professor indica
( ) Quando indicado por um amigo
( ) Por iniciativa própria
( ) Nunca Procura
( ) Outro: _________________________________________
g) O que é leitura para você?
( ) Passatempo
( ) Prazer
( ) Forma de aprender
( ) Obrigação
( ) Chatice
( ) Outro: _________________________________________
RESPONDA:
a) Você gosta de ler? Por quê?
b) Você tem costume de procurar informações sobre livros na internet? Comente.
c) Que tema escolheria para um poema escrito por você?
d) Você considera que a sua freqüência de leitura aumentou durante o ano? Justifique.
e) Está lendo algum livro atualmente? Qual?
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PROFESSOR: Neste momento, é necessário apresentar vários gêneros de
diferentes esferas: literárias (poema, crônica, conto...); Jornalística (notícia,
reportagem...); televisiva (novela, entrevistas...); digital ( e-mail, blog...) etc. Para que
possam reconhecer a variedade de gêneros existentes, esclarecendo-lhes que irão
trabalhar com gênero literário (poema). Fazer um breve comentário sobre cada texto
para que os alunos possam perceber a diferença entre o poema e os demais.
1) Poesia: 1 Arte de escrever em verso. 2 Conjunto das obras em verso escritas numa
língua. 3 Cada um dos gêneros poéticos. 4 Composição poética pouco extensa; pequeno
poema. 5 Qualidades que caracterizam os bons versos. 6 Caráter do que desperta o
sentimento do belo; inspiração. 7 Elevação nas idéias, no estilo.
Convite - José Paulo Paes
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
Figura 1: Poesia. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno /portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poesia acesso em 25 de jul. 2011.
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que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes
Fonte: http://cristianemarinom.blogspot.com/2009/02/convite-jose-paulo-paes.html.
2) Conto: sm (der regressiva de contar) 1 Narração falada ou escrita. 2 História ou historieta
imaginadas. 3 Fábula. 4 Patranha inventada para engazopar indivíduos rústicos e geralmente de má-
fé. sm pl Embustices, histórias, tretas.
Um Apólogo - Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que
vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem
cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a
sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os
cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose
sou eu e muito eu?
Figura 2: Conto Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=conto acesso em 25 de jul. 2011.
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— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou
feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você,
que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante;
vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,
ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse
que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não
andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha,
enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano
adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de
Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por
ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no
outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto
compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo
parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas,
enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não
menor experiência, murmurou à pobre agulha:
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— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Fonte: http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp.
3) Crônica: sf (gr khronikós, via lat) 1 Narração histórica, pela ordem do tempo em que se
deram os fatos. 2 Seção ou artigo especiais sobre arte, literatura, assuntos científicos, esporte, notas
sociais, humor etc., em jornal ou outro periódico, sempre do mesmo autor, geralmente refletindo suas
idéias e tendências pessoais. 3 Biografia, geralmente escandalosa. 4 História da vida de um rei. sf pl
Cada um dos dois livros do Antigo Testamento que narram os feitos das principais personagens
bíblicas, especialmente os dos reis de Israel e Judá; Paralipômenos.
Telefone (Carlos Drummond de Andrade)
__ O senhor é que é o senhor mesmo?
__Como?
__Estou perguntando quem é no senhor, afinal.
__Evaristo Pestana de Matos, seu criado.
__Isso estou vendo na carteira de identidade. Mas o talão de inscrição diz Abel
Setembrino de Matos.
__É meu avô paterno.
__Então fala pra seu avô vir ele mesmo, trazendo a carteira.
__Isso eu não posso falar não senhor.
__Não pode por quê?
__Porque ele já é falecido desde 1952.
Figura 3: Crônica Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=crônica acesso em 25 de jul. 2011.
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__Se já é falecido, nada feito. A inscrição está cancelada.
__Cancelada como, se ele foi chamado pela Companhia no jornal de hoje?
__Olha, moço, a Companhia chamou na suposição dele estar vivo. Não estando, fica
sem efeito a chamada. Compreendeu?
__Compreendi não. A Companhia chamou tá chamado. Eu vim em nome de meu
saudoso avô pagar a primeira cota do telefone que ele pediu há 24 anos, quando eu era
menino de colo, aliás, afilhado dele.
__O senhor está é brincando. Seu avô não precisa mais de telefone.
__Mas preciso eu, que sou neto dele, será que o senhor também não mora? Este
talão aqui foi conservado pela família durante um quarto de século. Meu avô, sentindo uma
dor do lado esquerdo, chamou meu pai e disse: “Etelberto, tira da gavetinha do criado-mudo
minha inscrição de telefone e guarda ela com cuidado. Não pude deixar um aparelho para
você, mas deixo essa esperança. Não vende a inscrição por dinheiro nenhum, meu filho.
Satisfaz minha última vontade”. Disse e morreu.
__É comovente, mas...
__Espera aí. Tem mais. Meu pai guardou o papel 13 anos e também embarcou,
coitado. Na hora de despedida, me fez a mesma recomendação. Estou cumprindo um
mandado de família, uma coisa sagrada para min. Já lhe dei o talão. Me dá meu telefone,
cidadão.
__Esse talão é de Abel Setembrino de Matos, ô homem!
__Eu sei. Meu avô, pai de meu pai. Me tocou como bem de família.
__Tocou como? Por acaso entrou em inventário, o senhor tem formal de partilha
provando isso?
__Formal eu não tenho, mas tenho o talão. Quem mais senão eu podia ficar com o
talão, se sou filho único de filho único de céu avô?
__Eu sei lá se o senhor é único ou se fez parte de escadinha. Nem interessa à
Companhia saber quem é filho único de quem. Sabe que mais? A conversa já esticou
demais. Vou chamar o próximo.
__ Me atenda antes, por favor. Não vai me obrigar a ir para a televisão reclamar o
direito de meu avô, nem contratar advogado. Pois eu vou, eu contrato.
__Faça o que quiser.
__O que eu quero é o telefone de meu avô, pedido em 1943!
__Retire-se, o senhor está enchendo!
__Hein?!
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__Estou é me sentindo mão... Uma coisa do lado esquerdo... uma nuvem...uma
vertigem...A gente esperando desde a Segunda Guerra Mundial, e na hora de receber o
telefone, ah meu Deus, o Senhor me chama para o seu seio...Não faz isso comigo, deixa
pelo menos eu tomar um táxi, ir em casa entregar a meu filho Tonico este talão...Quem sabe
se ele um dia...
Cai.
Andrade, Carlos Drummond de.Caminhos de João Brandão.2º ed. Rio de Janeiro.
José Olympio, 1976. p. 13-15.
PROFESSOR: Após a leitura e comentário dos diferentes textos ressaltar o
gênero poético dando ênfase ao poema “CONVITE” – JOSÉ PAULO PAES,
orientando os no sentido de ler e ouvir, saboreando o ritmo e os sons.
ATIVIDADE:
• Pedir a alguns alunos para fazer a leitura do poema. Cada um dos alunos pode ler
uma estrofe ou um verso;
• Conversar com os alunos, dizendo que gostaria de lhes fazer um convite. Pedir par
imaginar qual seria o convite, que convite gostaria de receber e se eles acharam que
poderiam aceitar o convite a ser feito.
• Escreve no quadro:
CONVITE À POESIA
PROFESSOR: Conversar sobre poesia, procurar saber se conhece alguns
poemas, se gostam ou não e por quê. Se notar que há pouco interesse pelo tema,
desafiá-los argumentando que é preciso conhecer para gostar. Ver se identificam as
letras de canções populares como poema, este vai ser nosso ponto de partida para
introduzir poemas.
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Pedir para os alunos pesquisarem em sites da internet ou em outro
material disponível, poemas e a biografia do poeta José Paulo Paes.
Sugestão: http://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo.html
AUDIÇÃO DE MÚSICA
ALEGRIA – DESCONTRAÇÃO – INTERESSE
PROFESSOR: Como o gosto pela leitura representa um dos grandes desafios
no trabalho do professor, a proposta é apresentar estratégias dinâmicas, criativas
para a formação de estudantes leitores. Sendo assim, a atividade de audição de
música reúne as três estratégias utilizadas no projeto (poesia, música e tecnologia).
Primeiramente ouvir as músicas com a letra em mãos e juntos ir observando a
distribuição dos versos, estrofes e rimas.
Legião Urbana - Metal Contra As Nuvens
Não sou escravo de ninguém
Ninguém é senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais
Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra
Tem a lua, tem estrelas
E sempre terá
Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão (4x)
É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos
Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão
Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então
Tudo passa
Tudo passará (3x)
E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.
Fonte: http://www.vagalume.com.br/legiao-rbana/metal-contra-as-nuvens.html#ixzz1Q1XVrDxG
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“Metal Contra as Nuvens” é a mais longa música do Grupo Legião Urbana.
Tem uma variação melódica, inicial calma, depois passa ser agitada e termina
suavemente.
PROFESSOR: Neste momento, separar as estrofes para que a turma, em dois
grupos (meninos e meninas), possa cantar a música percebendo a relação entre a
sonoridade e a letra da música.
a) Observando a variação da melodia, é possível relacioná-la à letra da música?
b) Localize na música a estrofe que passa uma mensagem positiva.
João Márcio e Fabiano - Não Pode Negar
Sinto que entre nós está pintando o fim
Ninguém pede um tempo quando está feliz
Talvez eu não deva te falar de mim
Mas é que eu não sei ainda o que é que eu fiz
Se quiser me falar
Tô aqui pra escutar
Se não der pra ficar
Vou tentar não chorar
Só quero te lembrar
Que o perfume e o espinho
Fazem parte da flor
Que o ciúme e o carinho
Fazem parte do amor
Pode não entender
O meu jeito de amar
Mas eu amo você
Não pode negar
Sinto uma dúvida no teu olhar
O silêncio não me deixa te ajudar
Onde te encontrar, como te descobrir
Se nem mesmo sei onde te perdi
Se quiser me falar
Tô aqui pra escutar
Se não der pra ficar
Vou tentar não chorar
Só quero te lembrar
Que o perfume e o espinho
Fazem parte da flor
Que o ciúme e o carinho
Fazem parte do amor
Pode não entender
O meu jeito de amar
Mas eu amo você
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Não pode negar
Que o perfume e o espinho
Fazem parte da flor
Que o ciúme e o carinho
Fazem parte do amor
Pode não entender
O meu jeito de amar
Mas eu amo você
Não pode negar
Não pode negar
Não pode negar
Fonte: http://www.vagalume.com.br/joao-marcio-e-fabiano/nao-pode-negar.html#ixzz1Q1YXQQqR
PROFESSOR: A dupla João Márcio e Fabiano1 irá participar do Sarau
realizado no final da implementação deste trabalho, apresentando a música “Não
pode negar” e outras. Como sugestão, se não houver possibilidade da apresentação
de uma dupla sertaneja como essa, convidar alunos que tenham facilidade para
cantar a música proposta.
a) Observe na música os pares de palavras que apresentam sonoridade.
b) Qual o tema explorado neste texto poético?
c) Com qual estrofe você mais se identificou? Explique.
1 É uma dupla sertaneja da cidade de Ibiporã – Pr, nascidos de família humilde, se destacaram com várias composições cantadas por Daniel, Gino e Geno, Ataíde e Alexandre e outros.
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Gilberto Gil - Pela Internet
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em
Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo
celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer
para se jogar
Fonte: http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/pela-internet.html
Metáfora: é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.
Figura 4: Metáfora. Fonte: http://resumoulisses.blogspot.com/2011/07/portugues-6-lingua-uso-e-reflexao:html acesso em 25 de jul. 2011.
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
PROFESSOR: Visto que será utilizada a tecnologia para o desenvolvimento
de atividades no laboratório de informática com: pesquisas, produção de poemas,
uso da internet e outros, a música “Pela Internet” de Gilberto Gil será utilizada como
uma introdução do uso das tecnologias. O texto propicia ao educando de forma
agradável o contato com palavras do universo virtual através da música ( poesia).
Depois da audição de músicas, responda verbalmente:
a) Qual é o assunto da música? Como Gilberto Gil apresenta sua visão sobre a
internet?
b) Que público entenderia melhor o vocabulário apresentado? Você conseguiu
entender com facilidade? Comente.
c) Cite alguns termos usados pelo autor que fazem parte do universo virtual.
d) O autor utilizou a palavra navegar com sentido que não lhe é próprio. Isto
recebe o nome de metáfora. Cite dois termos que o autor utilizou para indicar
a “navegação na Internet”?
e) Os versos que não apresentam rima são chamados versos livres. Há rima em
todos os versos?
DISCUSSÃO SOBRE OS TEMAS LEVANTADOS
Pedir para próxima aula poemas que já conhecem ou gostem.
2º ENCONTRO COLETA DESORDENADA DE DADOS
• Dividir a sala em grupos;
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• Cada grupo receberá um envelope com o mesmo poema cortado em versos;
(convite – José Paulo Paes).
• O grupo deverá organizar o poema com os versos que receberam; ( copiando
ou colando em um sulfate)
• Peça que cada grupo escolha um representante para ler e comparar com os
demais o poema produzido;
• Os alunos irão perceber que é possível fazer diferentes combinações com os
versos;
• Ofereça-lhes a versão original do poema, para que a comparem com as suas,
estimulando os a dizer qual a que mais os agradou e se houve alteração de
sentido;
• Fazer a leitura do poema original (professor) mostrando entonação de voz e
alertando os quanto à postura de leitura.
Trabalhando em Grupo
• Propor que declamem os poemas que trouxeram, depois faça troca de
poemas entre os alunos para que manuseie observando os títulos, os
autores, as ilustrações, o assunto, etc.
• Construir um cantinho para fixar os vários tipos de poemas trazidos pelos
alunos.
• Apresentação e manuseio dos livros: “Os Cem Melhores Poemas
Brasileiros do Século” (Ícaro Moriconi); “Prêmios Ufes de Literatura Poesia
& Contos” e outros da autora Bárbara Lia2. Nesse momento apresentar a
poetisa assaiense.
• Peça – lhes que leiam o poema que mais lhes tenha despertado interesse.
• Após as leituras, abra espaço para uma conversa descontraída onde cada
um possa expor o que sentiu. Procure criar na classe um clima de respeito 2 Bárbara Lia é uma escritora brasileira. Nasceu em Assaí, norte do Paraná, em 24 de agosto de 1955. Professora de Geografia e História. Vive em Curitiba com os filhos. Publicou poemas no jornal Rascunho, Finalista do Prêmio SESC de Literatura em 2004, Publicou vários livros (O sorriso de Leonardo, O sol das rosas, A última chuva, Solidão Cacinada, etc).
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seja acolhida pelo grupo. Estimule os mais tímidos a se pronunciarem.
Esclareça-os que a poesia atinge sobretudo o emocional do leitor.
3º ENCONTRO
• Utilizando a TV multimídia (pendrive) um slide – Ler os dois textos um
poético de Manuel Bandeira, grande escritor do Modernismo brasileiro, “O Bicho”
(retrata a desigualdade social). E um outro tirado da revista Veja “Descuidar do lixo é
sujeira” (relata o cotidiano humilde das pessoas desprestigiadas socialmente).
PROFESSOR: Este trabalho exige que o aluno descubra qual o enfoque dado
às diferenças e o tratamento ao assunto, através de uma interpretação e produção
de texto.
Leia os trechos seguintes:
TEXTO I
CUIDAR DO LIXO É SUJEIRA
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência [de
uma das filiais do MCDonald’s] deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados
de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete
de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos
espalhados pelo calçadão.
(Veja São Paulo, 23/12/1992.).
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES TEXTO II
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
POESIA SOCIAL
Como vimos à poesia “O BICHO” de Manuel Bandeira aborda um tema social.
Os temas sociais revelam os principais problemas enfrentados por uma sociedade,
tais como a miséria, o desemprego, a violência, a saúde precária, entre outros.
1) Agora, discuta em grupos os problemas apresentados nos textos e indique:
a) Suas causas
b) Suas conseqüências
c) As possíveis formas de resolvê-los
2) Qual texto mostrou sentimento com relação ao assunto?
3) Colete, em livros da biblioteca da escola, poemas que abordem temas sociais. Em
seguida, formarão grupos e entre os vários temas apresentados nos livros, escolherão
um poema para comentar com os outros grupos. Após este momento, inspirando-se nos
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comentários da turma, cada estudante elegerá um tema social (fome, miséria,
desemprego entre outro) e produzirá o seu próprio poema. Todos terão a oportunidade
de ler o texto que produziu. Após, todos os textos serão afixados no mural da sala.
Buscar em sites ou em outros materiais disponíveis, a biografia e
poemas do autor Castro Alves e seus poemas. (Para próxima aula)
Sugestão: http://www.sempretops.com/informacao/castro-alves-biografia-e-
poemas/
http://pensador.uol.com.br/poemas_de_castro_alves/
4º ENCONTRO ELABORAÇÃO INTERNA DOS DADOS
CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE CASTRO ALVES E SEUS POEMAS
Retomando a atividade proposta na aula anterior, referente à vida e obra de
Castro Alves, os estudantes se reunirão em equipes para manusear os dados
coletados por eles, tendo a oportunidade de fazer leituras e comentários sobre o
autor. Os poemas selecionados serão afixados no mural da sala.
Entregar a letra da música e poesia ( O NAVIO NEGREIRO )
• Ouvir a música e fazer uma comparação com o poema original.
O Navio Negreiro - Caetano Veloso
'Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a
noite,
Horrendos a dançar...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Negras mulheres, suspendendo às
tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas,
espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão
resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa dos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras
voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanaz!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
E existe um povo que a bandeira
empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que
bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no seu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da
esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES ...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos
ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
Fonte: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/o-navio-negreiro.html#ixzz1RupNs9Ky
Navio Negreiro-Castro Alves
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no
espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do
firmamento
Os astros saltam como espumas de
ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o
oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as
velas
Ao quente arfar das virações
marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus
errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o
espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam
traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o
firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a
brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela
proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a
esteira
Que semelha no mar — doudo
cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as
gazas,
Sacode as penas, Leviathan do
espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
III
Desce do espaço imenso, ó águia do
oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode
olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue
voador! Mas que vejo eu aí... Que
quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras!
Que cena infame e vil... Meu Deus!
Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o
tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a
noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às
tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e
espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão
resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a
manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos
nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. .
.
E da ronda fantástica a serpente
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras
voam!...
Gritos, ais, maldições, preces
ressoam!
E ri-se Satanás
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira
empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que
bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!
...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da
esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea
plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos
ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
Fonte: http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm
PROFESSOR: CONVERSANDO COM OS ALUNOS
* O texto é de Castro Alves e o baiano Caetano Veloso criou uma música para
o poema e canta-o em estilo rap, junto com Maria Bethânia. Rap é um gênero
musical cultivado geralmente na periferia das grandes cidades por negros e por
outros grupos socialmente excluídos. O cruzamento do poema com o rap parece
lembrar que os problemas de opressão e miséria social vividos pelos negros no
passado, com algumas diferenças, continuam os mesmos.
*O poema é a denúncia da escravização e do transporte de negros para o
Brasil. Foi escrito em 1868, fazia dezoito anos que vigorava a lei que proibia o
tráfego de escravos. O autor faz uma recriação poética das cenas dramáticas no
porão dos navios negreiros. Par isso utiliza os relatos de escravos com quem
conviveu na Bahia, quando menino.
*Castro Alves é o fundador da poesia social (è a poesia que fala sobre temas
sociais revelando os problemas enfrentados por uma sociedade, tais como a
miséria, o desemprego, o alto custo de vida, a violência, a devastação da natureza,
a saúde precária, entre outros). (Português Linguagens, 2003, p.192; 194)
Faça um paralelo entre a letra da música e o poema, observando:
a) assunto:
b) público interessado por cada texto:
c) versos que apareçam em ambos os textos:
d) vocabulário usado por cada autor:
Escolha uma estrofe, leia e comente para a turma.
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES 5º ENCONTRO
FIGURAS DE LINGUAGEM
PROFESSOR:
• Durante a leitura ir chamando atenção quanto às linguagens utilizadas nos
poemas, a linguagem tem várias funções ou finalidades, conforme as
intenções ou ponto de vista do emissor.
• A linguagem conotativa usa recursos de expressão chamados figuras de
linguagem (ou figuras de estilo). Vamos conhecer algumas delas, o que
facilitará a análise de textos poéticos.
• As figuras dão vida, força, ênfase, colorido e beleza ao texto, quando
empregamos adequadamente.
• Neste momento, é necessário apresentar para a turma vários suportes
onde aparecem as figuras de linguagem.
• Fazer a audição da música e em seguida levar o estudante a localizar nos
versos exemplos de linguagem.
Sol e Lua
Você pensa que eu sou escravo do seu coração Faz de conta que eu não sinto nada e deixa a solidão Nos meus braços toda vez que eu quero ter você aqui Perto de mim Você pensa que eu já não importo aonde você vai Que eu não ligo de saber às vezes com quem você sai Que eu não morro um pouco a cada dia sem você aqui Perto de mim, perto de mim (fragmentos) <http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/990948/>acesso em 28 de abr. 2011.
Hipérbole: utiliza do exagero para chamar a atenção do interlocutor, buscando uma ênfase muito forte. Antítese: é figura de linguagem que trabalha no texto ideias opostas.
Figura 5: Figura de linguagem Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8141acesso em 02 de ago. 2011
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
a) Qual o tema abordado pelo autor nesta música? Isto é comum entre pessoas que se
gostam? Comente.
b) Qual figura de linguagem o verso “Que eu não morro um pouco a cada dia sem você
aqui” apresenta?
c) O título da música é “Sol e Lua”, que representa as diferenças existentes entre o
casal. Qual a figura de linguagem utilizada neste título?
Amor de Violeiro
Moça eu não sei falar Coisas bonitas pra te conquistar Eu tenho só uma viola moça Eu só sei cantar. Moça eu não tenho dinheiro Minha riqueza eu vou te contar É um braço da viola Moça eu só sei cantar Moça se você parar um pouco pra me ouvir Em alguns minutos vai me descobrir Enxergar o fundo do meu coração. Moça eu já sei que o papo agora é ficar Mas eu to querendo mesmo é me casar Se me achar careta te peço perdão Mas eu quero falar com seus pais Pedir a sua mão. (fragmentos) http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/555285/ acesso em 11 de abr. 2011
Após ouvir a música:
a) Com qual intenção o autor repete a palavra “moça” várias vezes?
b) Lendo do 12º ao 16º versos, podemos afirmar ser uma atitude frequente
entre os jovens nos dias atuais? Por quê?
c) No verso “O braço da viola vai me consolar” temos duas figuras de linguagem.
Procure identificá-las, fazendo a classificação.
PROFESSOR: Promover uma leitura dinâmica com o poema “Elegia tardia”,
onde cada fila lerá um verso. Todos deverão ficar atentos para não atrapalhar o
andamento da leitura.
Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
Figura 6: Catacrese e personificação Fonte: http://www.brasilescola.com/portugues/figuras-linguagem.htm acesso em 02 de ago. 2011.
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Elegia tardia
O pai abrindo a cripta pequena
-branca-
apoiada em seus joelhos
no terceiro degrau da escada
escura.
- venham dizer adeus ao irmão!
Pedro nunca entrou na nossa casa;
Pedro nunca saiu do meu coração.
A mãe procurando a tosca cruz.
O coveiro confirmando o despejo.
Pedro virou pedra revirada,
despejados seus ossos,
com mortalha de nuvens e tudo.
A mãe sugada
-olhar de pedra fria-
no redemoinho da certeza
da iniquidade da pobreza.
As estrelinha fraturadas
que me espiam em noites
de êxtase ou de amargura
são ossinhos de Pedro
-o anjo despejado- (LIA, 2007)
Agora, após a leitura do poema, responda:
a) Qual o tema abordado neste poema?
b) Quais sentimentos são apresentados pela autora?
c) Na estrofe, abaixo, localize a figura de linguagem presente:
“As estrelinhas fraturadas
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que me espiam em noites
de êxtase ou de amargura
são ossinhos de Pedro
- o anjo despejado – “
SELEÇÃO DE POEMAS
• Na sala de aula será feita pela turma e professores seleção de poemas
preferidos dos alunos.
6º ENCONTRO CONSTITUIÇÃO DO PROJETO CRIADOR
Em equipe, já com os poemas selecionados em mãos, com música ambiente
para deixar o lugar mais agradável, confeccionar os cartazes fazendo (ou não)
ilustração.
Depois ir para a biblioteca para apresentação dos poemas aos alunos do
colégio, com (ou sem) fundo musical ou com (ou sem) dramatização.
Na biblioteca ainda ler vários poemas e selecioná-los. Após levá-los para sala
e organizar grupos para produção de seus próprios poemas.
*Conhecendo um pouco mais sobre poesia
Poesia Poema
1 Arte de escrever em verso. 2
Conjunto das obras em verso escritas
numa língua. 3 Cada um dos gêneros
poéticos. 4 Composição poética pouco
extensa; pequeno poema. 5
Qualidades que caracterizam os bons
versos. 6 Caráter do que desperta o
sentimento do belo; inspiração. 7
Elevação nas idéias, no estilo.
1 Obra em verso. 2 Composição
poética do gênero épico, mais ou
menos extensa e com enredo. 3
Epopéia. 4 Obra em prosa em que há
ficção e estilo poético. 5 Assunto ou
coisa digna de ser cantada em verso.
P. épico: narração poética de uma
empresa ou feito grande e interessante,
em que intervêm entes sobrenaturais;
epopéia. P. heróico: narração em verso
de um acontecimento histórico
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Verso Estrofe
1 Palavra ou reunião de palavras
sujeitas a certa medida e cadência,
seguindo regras fixas,
convencionalmente adotadas. 2 Cada
linha de uma composição poética. 3 As
composições poéticas em geral. 4
Versificação, metrificação. 5 A
linguagem ou a parte da literatura que
encerra as obras poéticas. 6 A poesia.
1 Partes de igual ou diferente número
de versos em que se dividem algumas
composições poéticas; estância. 2 No
teatro antigo, a parte do canto,
correspondente ao movimento dos
coros, quando mudavam para a direita.
7º ENCONTRO
Na sala de informática os alunos irão digitar os poemas que foram produzidos
por eles, após trocarão poemas por e-mail. Pesquisando também poemas cinéticos
(atividade visual). Perguntando-lhes o que há de diferente nesses poemas. Explique-
lhes que a poesia, além dos recursos poéticos também costuma ter efeitos gráficos
(visuais) para enfatizar suas mensagens poéticas. Depois dessas considerações,
proponha-lhes que escrevam poemas em que explorem esse recurso. Os alunos
poderão utilizar cores para enfatizar suas mensagens poéticas.
Irão fazer uma visita ao blog da autora Bárbara Lia, lendo seus poemas e
postando poemas criados por eles, com permissão da autora.
(chaparaasborboletas.blogspot.com)
Figura 7: Poesia. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno /portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poesia acesso em 25 de jul. 2011.
Figura 8: Poema. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno /portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poema acesso em 25 de jul. 2011.
Figura 9: Verso. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/ portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=verso acesso em 25 de jul. 2011.
Figura 10: Estrofe. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/
portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=estrofe acesso em 25 de jul. 2011.
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8º ENCONTRO ELABORAÇÃO MATERIAL
Na sala de aula com auxílio do professor em grupos os alunos irão escolher
seus melhores poemas ou dos autores já trabalhados para uma apresentação com
(ou sem) acompanhamento musical, envolvendo (ou não dramatização). Iniciando os
ensaios para apresentação em um “SARAU” que será realizado no final da proposta.
Preparando o questionário para realização das perguntas no dia da palestra.
9º ENCONTRO
Neste dia haverá palestra com professores de Língua Portuguesa do Colégio
Barão e um escritor do município que, no decorrer de sua carreira, acumularam
vários poemas que produziram, mas que não foram divulgados e este é o momento
ideal para a exposição de seus poemas e também para um bate papo descontraído
com os estudantes.
Os estudantes farão perguntas aos palestrantes, perguntas estas que com
auxilio do professor já foram planejadas anteriormente.
PROFESSOR: Caso não tenha na escola ou em sua cidade professores que
escrevam poemas leve para a sala informações sobre a vida e obra textos de
autores da região ou do estado.
10º ENCONTRO DIVULGAÇÃO DO TRABALHO
Para divulgação do trabalho realizado, os alunos irão organizar um mural de
poemas produzidos por eles mesmos no corredor do colégio e um outro com
poemas de autores já estudados. E confeccionarão um painel com a biografia da
autora Bárbara Lia, para que toda a escola conheça a autora assaiense que hoje
mora em Curitiba, mas, que nunca se esqueceu da sua terra natal.
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11º ENCONTRO
Trabalhando com poemas cinéticos os educandos sentarão em grupos e
através de livros farão à leitura de vários poemas e fazendo assim as suas
produções e exposições.
Observando os poemas cinéticos que foram produzidos e selecionando os
que mais gostaram os educandos irão à sala de informática para conhecer o blog da
escola e assim postar seus poemas.
Preparação para o “SARAU”, organizar o lugar para o evento.
12º ENCONTRO
SARAU
Evento cultural realizado geralmente à noite, em casa particular, pode
envolver apresentações musicais, de canto, declamação de poesia, leitura de livros,
interpretações teatrais e outras performances artísticas.
Neste dia de encerramento do projeto, nos períodos matutino e vespertino, a
poetisa Bárbara Lia irá falar um pouco da sua vida e obra, declamará alguns de seus
poemas e será entrevistada pelos estudantes do Colégio.
Logo à noite teremos o “SARAU” com apresentações de:
* Os alunos farão declamações de poemas produzidos por eles, pelos
professores do Colégio e também da poetisa Bárbara Lia;
* Declamação da assaiense Bárbara Lia, que irá expor seus livros;
Figura 11: Sarau. Fonte: Sarau. Folha de Londrina, Londrina, 21 de jun. 2011. Folha Cidadania, p. 4.
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* Apresentação acústica do Maestro Edinho e seu filho Diego Souza,
compositores e músicos, ambos de Londrina – Pr;
* Show da dupla João Marcio e Fabiano de Ibiporã;
* O evento contará com a presença de professores, diretores, equipe
pedagógica, APMF e pais.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será um processo de aprendizagem contínuo, contemplando as
várias etapas de realização do trabalho proposto, através do desempenho do aluno
na realização das múltiplas atividades, o que proporciona um acompanhamento de
sua evolução cognitiva. Inicialmente responderão um questionário sobre hábitos de
leitura, e ao final da unidade, será aplicado novamente o mesmo questionário para
análise dos resultados.
REFERÊNCIAS: ANDRADE, Carlos Drummond de. Caminhos de João Brandão. 2. ed. Rio de Janeiro. José Olympio, 1976. p.13-15. BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução de Michel Leahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: A formação do Leitor. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português Linguagens. São Paulo: Atual, 2003. CRYSTAL, David. Language and the Internet. Cambridg: Cambridge University Press, 2001.
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES LÉVY, Pierre. A Ideografia dinâmica: Rumo a uma Imaginação Artificial. São Paulo, Loyola, 1998. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Gêneros textuais emergentes e atividades lingüísticas no contexto da tecnologia digital. Texto revisto de conferência apresentada no 50º Seminário do GEL – Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo, realizado na USP em maio de 2002. Disponível eletronicamente em <http://salasvirtuais.universiabrasil.net/cgibin/maioabrirave.pl?comunidade=livre/&ave=18jul102144245/> acesso em 25 de agosto de 2010. PADILHA, Simone de Jesus. Os gêneros poéticos em livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental: uma abordagem enunciativo-discursiva. São Paulo: PUC. 2005. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008. SANTOS, Fabiano dos; MARQUES NETO, José Castilho; RÖSING,Tânia M. K. Mediação de leitura: discussões e alternativas para a formação de leitores. São Paulo: Global, 2009. SARAU. Folha de Londrina, Londrina, 21 de jun. 2011. Folha Cidadania, p. 4. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. Campina Grande: Bagagem, 2007. Sites consultados: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=conto. Acesso em 25/07/2011. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=cronica. Acesso em 25/07/2011. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poesia. Acesso em 25/07/2011. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=prosa. Acesso em 25/07/2011. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=estrofe. Acesso em 25/07/2011. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=verso. Acesso em 25/07/2011. http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm http://www.releituras.com/machadodeassis_apologo.asp. Acesso em: 05/07/2011 http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/o-navio-negreiro.html#i. Acesso em: 16/07/2011 http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/metafora.html. Acesso em: 10/07/2011
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CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/pela-internet.html. Acesso em 10/07/2011 http://www.vagalume.com.br/joao-marcio-e-fabiano/nao-podenegar.html#i. Acesso em: 05/07/2011 http://www.vagalume.com.br/legiao-rbana/metal-contra-asnuvens.html#ix. Acesso em: 08/07/2011 http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/propostas.html. Acesso em 15/07/2011 http://cristianemarinom.blogspot.com/2009/02/convite-jose-paulo-paes.html. Acesso em 01/07/2011 http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm. Acesso em: 10/07/2011 http://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo.html. Acesso em: 27/07/2011 http://www.sempretops.com/informacao/castro-alves-biografia-e-poemas/. Acesso em: 28/07/20111 http://pensador.uol.com.br/poemas_de_castro_alves/. Acesso em: 28/07/20111 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8141acesso em 02 de ago. 2011 http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/555285/ acesso em 11 de abr. 2011 http://resumoulisses.blogspot.com/2011/07/portugues-6-lingua-uso-e-reflexao:html acesso em 25 de jul. 2011.
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