UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Yasmine Miudin Albuquerque Guerreiro
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Infantil e
Desenvolvimento.
Por: Yasmine Miudin Albuquerque Guerreiro.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por me iluminar
nesta caminhada. A minha família e
amigos pelo companheirismo.
DEDICATÓRIA
4
Dedico este trabalho a toda a minha
família e amigos pelo incentivo e
companheirismo. Aos professores que me
ensinaram e compartilharam
conhecimentos que ajudaram para meu
crescimento.
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RESUMO
O trabalho em questão transcreve sobre a importância e aplicabilidade das
atividades psicomotoras na educação infantil, abordando o conceito de
psicomotricidade e seus objetivos, além do conceito de educação infantil para
enfim chegar à questão chave sobre as atividades psicomotoras neste
segmento que visam contribuir na formação integral do aluno e em seu
desenvolvimento por meio do conhecimento de seu corpo e das possibilidades
que este oferece na construção dos aspectos afetivos, sociais e cognitivos.
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METODOLOGIA
Para desenvolver a pesquisa é essencial pesquisarmos o método ou
os métodos mais adequados que se encaixam no estudo, porém o escolhido
foi o bibliográfico, onde por meio da leitura de obras de nomeados autores
conhecemos e nos aprofundamos sobre o tema escolhido.
Sendo assim, foram pesquisados autores como Fátima Alves, em sua
bibliografia Psicomotricidade (2012); Carlos Alberto de Mattos Ferreira, Ana
Maria Heinsius, Darcymires do Rêgo Barros na obra Psicomotricidade Escolar
(2011); Geraldo Peçanha Almeida no livro Teoria e Prática em
Psicomotricidade: Jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras
infantis (2010); dentre outros.
A psicomotricidade é um estudo relativamente novo, principalmente no
que diz respeito ao contexto escolar, no entanto percebemos que a maioria
das escolas não possui um piscomotricista atuando e valorizando as atividades
psicomotoras na educação infantil.
Então, o estudo sobre as atividades psicomotoras na educação infantil
vem somar para que possamos oferecer aos alunos um conhecimento que vai
além da aprendizagem formal, uma vez que propõe o autoconhecimento de
seu corpo, suas possibilidades e limites além do uso deste como forma de
expressão e comunicação. Pensar assim ajuda a compreendermos a função
primordial da psicomotricidade que se estabelece na relação do sujeito com o
seu corpo e deste com o meio e com os outros
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Educação Infantil 10
CAPÍTULO II - Psicomotricidade 18
CAPÍTULO III – A aplicação das atividades Psicomotoras na E.I 26
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 42 ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
O estudo realizado sobre o tema psicomotricidade tem o intuito de
abordar o conceito da mesma e assim expor sobre as atividades psicomotoras
na educação infantil.
Para falarmos sobre o assunto se fez necessário uma pesquisa sobre
a educação, mais precisamente sobre a educação infantil, levando em
consideração sua história, alguns pensadores e seus objetivos.
Entendemos como educação tudo que envolve os processos de
ensinar e aprender, logo representa a troca de experiências, vivências e
histórias, quer por consequência volta-se para uma transmissão de cultura e
padrões já estabelecidos pela sociedade.
A educação infantil retrata este processo dentro de um espaço
especializado e direcionado para as crianças atendendo suas necessidades e
estimulando suas habilidades motoras e cognitivas.
Já a psicomotricidade compreende uma ciência que estuda o corpo do
homem em movimento e sua relação com ele mesmo, com o outro e com o
meio, ou seja, com seu mundo interno e externo.
As atividades psicomotoras são definidas como estratégias a serem
planejadas e desenvolvidas utilizando sempre o lúdico como fonte inspiradora,
uma vez que faz parte da realidade da criança, para assim a mesma conhecer,
explorar e vivenciar de maneira prazerosa o mundo que a rodeia visando o seu
amadurecimento psicomotor, além do afetivo, cognitivo e social.
Então, este trabalho nos remete a uma reflexão sobre a educação vista
como fonte de formação integral do indivíduo, já que considera o aluno sujeito
do processo de ensino-aprendizagem que se dá inicialmente pelo
conhecimento de seu corpo e o lugar que este ocupa no espaço e assim parte
para as relações.
Para que consigamos contribuir para uma formação global do indivíduo
é essencial que as crianças passem por todas as fases de desenvolvimento,
pois cada uma exige um grau de maturidade específico e consequentemente
atividades propícias para cada faixa etária.
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O educador dentro desse contexto tem a função de assumir o papel de
facilitador do processo de desenvolvimento e aprendizagem, proporcionando a
criança liberdade para conquistar suas próprias descobertas. Para que isso
aconteça deve planejar situações e estímulos cada vez mais variados.
O primeiro capítulo descreve sobre a educação infantil, passando
brevemente sobre seu contexto histórico e seus objetivos.
O segundo capítulo aborda o conceito de psicomotricidade e sua
concepção dentro da educação infantil.
Para finalizar o terceiro capítulo traz a aplicação das atividades
psicomotoras na educação infantil, descrevendo alguns exemplos e a
importância desta no desenvolvimento infantil.
Este trabalho limitou-se a estudar as bibliografias mais conceituadas
dos últimos 30 anos que se encontram disponíveis no Brasil. A pesquisa foi
realizada levando em consideração crianças na faixa etária de 3 a 6 anos que
estejam ingressadas na educação infantil.
A presente monografia propõe-se mediante a revisão bibliográfica do
tema estudado, avaliar a contribuição das atividades psicomotoras durante o
período no qual a criança se encontra inserida na educação infantil, tendo em
vista a facilitação da construção de sua unidade corporal, afirmando sua
identidade e conquistando sua autonomia intelectual e afetiva.
CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO INFANTIL
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Para entendermos sobre a educação infantil iniciaremos pela sua
trajetória no Brasil e assim entendermos quando e como surgiu realmente a
educação infantil como temos até hoje.
Até o século XVII a criança era vista como uma “diversão” para a
família, além de ser considerada como um adulto em miniatura. Até sua
vestimenta era igual à deles.
Foi a partir do século XVIII com a industrialização que tudo começou a
mudar, inclusive a concepção de criança. Isso aconteceu porque com todo
esse processo de modernização as mulheres passaram a se inserir no
mercado de trabalho e assim as crianças não tinham onde ficar e então surge
as “mães mercenárias” que cuidavam dos filhos das operárias, já que não
trabalhavam nas fábricas vendiam seu trabalho. Neste período tivemos um
grande número de mortalidade infantil devido à ausência da mãe e também de
más condições de higiene.
“Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, a fim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais violência e mortalidade infantil”. (RIZZO, 2003, p. 31).
Dentro desse contexto surgiram as primeiras creches, escolas, porém
com caráter assistencialista e compensatório que tinham o objetivo de garantir
a higiene, alimentação e saúde física, além de fornecer atendimento às
crianças pobres. Muitas eram filantrópicas e foi a primeira vez que a educação
das crianças sai do âmbito familiar. Vários órgãos de amparo assistencial e
jurídico surgiram como o Departamento Nacional da Criança em 1940;
FUNABEM e SAM em 1941; Projeto Casulo e Legião Brasileira de Assistência
em 1942; UNICEF, em 1946; comitê Brasil da Organização Mundial de
Educação Pré-Escolar em 1953; CNAE em 1955; OMEP em 1969; COEPRE
em 1975. Estas nem sempre cumpriram sua função ou alcançavam sue
objetivo. As fábricas consideravam importante e vantajoso ofertar também
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atendimento aos filhos das operárias visando mais produção e lucro, uma vez
que elas ficavam satisfeitas e assim trabalhavam mais e melhor. Oliveira relata
sobre o assunto:
“Os donos das fábricas, por seu lado, procurando diminuir a força dos movimentos operários, foram concedendo certos benefícios sociais e propondo novas formas de disciplinar seus trabalhadores. Eles buscavam o controle do comportamento dos operários, dentro e fora da fábrica. Para tanto, vão sendo criadas vilas operárias, clubes esportivos e também creches e escolas maternais para os filhos dos operários. O fato dos filhos das operárias estarem sendo atendidos em creches, escolas maternais e jardins de infância, montadas pelas fábricas, passou a ser reconhecido por alguns empresários como vantajoso, pois mais satisfeitas, as mães operárias produziam melhor”. (OLIVEIRA, 1992, p. 18).
Em 1960 até meados dos anos 70, temos um período de inovação de
políticas sociais e notamos a mudança na educação que deixa de ser
assistencialista e passa a ter uma função educativa que visava o
desenvolvimento cognitivo e linguístico. O nível básico é gratuito e estendido
para oito anos, com garantia da Constituição. A lei 5692/71 traz o princípio da
municipalização.
Houve neste período uma crescente evasão escolar e repetência das
crianças das classes pobres. Por isso, foi instituída a educação pré-escolar
(chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos para
suprir carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa.
Contuso, essas pré-escolas não possuíam um caráter formal, não havia
contratação de professores qualificados para a construção de um trabalho
pedagógico sério. A educação se queixava da falta de alimentação e das
condições difíceis das crianças, e assim, as creches públicas continuavam a
prestar um atendimento assistencialista precário e de baixa qualidade, que
consistia na oferta de alimentação, higiene e segurança física. Apenas as
escolas particulares desenvolviam atividades educativas, voltadas para
aspectos cognitivos, emocionais e sociais.
Nos anos 80, os problemas referentes à educação pré-escolar incluem
ausência de uma politica integrada, a fala de coordenação entre programas
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educacionais e de saúde, predominância do enfoque preparatório para o
primeiro grau, insuficiência de docente qualificado, escassez de programas
inovadores e falta de participação familiar e da sociedade.
Através da Constituição de 1988 que a educação pré-escolar passa a
ser vista como necessária e de direito de todos, além de ser dever do Estado e
deverá ser integrada ao sistema de ensino, apesar de não ser obrigatória. Há a
reafirmação da gratuidade do ensino público em todos os níveis. A partir daí,
tanto a creche quanto a pré-escola são incluídas na política educacional,
seguindo uma concepção pedagógica, e não mais assistencialista. Esta
perspectiva pedagógica vê a criança como um ser social, histórico, pertencente
a uma determinada classe social e cultural.
Em 1990 é estabelecido um regime de cooperação entre estados e
municípios, nos serviços de saúde e educação de primeiro grau. Os municípios
passaram ater responsabilidades pelos direitos da infância e adolescência a
partir da lei 8069/90 – o Estatuto da Criança e do Adolescente – criando
diretrizes municipais de atendimento, do Conselho Municipal, o Fundo
Municipal e o Conselho Tutelar.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a LDB em
1986, a educação infantil toma novos rumos e é vista como a primeira etapa da
educação básica. As crianças agora são valorizadas junto com sua cultura,
história considerando-a capaz de construir seu próprio pensamento. Por sua
vez, o professor, passa a ser compreendido como mediador da criança com o
mundo que a cerca. Já a família passa a ser coadjuvante neste novo contexto
educacional.
Criou-se também um Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil que se preocupou com novas propostas pedagógicas voltadas
diretamente para o universo infantil, pensando na criança como realmente ela
é e respeitando a bagagem cultural de cada um. . Este nos relata:
Cabe ao professor individualizar as situações de aprendizagem oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais, cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Isso significa que o
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professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda, simultaneamente, às demandas do grupo e as individualidades de cada criança. (O REFERENCIAL CURRICULARNACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL,1998, p.32).
Como podemos perceber a função e a concepção da educação infantil
veio se modificando ao longo de sua história e hoje notamos que realmente as
exigências são outras e isso fica explícito, pois mesmo os pais que têm
condições financeiras opta por colocar os filhos desde cedo na escola por
acreditarem que a mesma é um espaço de desenvolvimento e socialização.
O “cuidado”, o “zelo” e o caráter assistencialista não deixaram de
existir, porém estão inseridos entre os objetivos pedagógicos, uma vez que a
visão maior volta-se para estimulação da autonomia, independência com o
intuito de uma formação integral, e isso tudo se dá através do lúdico.
A educação infantil tem a função de iniciar seu trabalho pedagógico
pelo conhecimento prévio de seus alunos e também a partir da realidade deles,
pois assim terá melhores condições de elaborar atividades lúdicas, prazerosas
que tenham significado para as crianças e a partir daí contribuir para a
aquisição de novos conhecimentos.
Um dos objetivos mais importantes da educação infantil está voltado
para a compreensão do mundo, a visão de um indivíduo que está inserido
neste e participante, buscando a comunicação, a aquisição e troca de
conhecimentos.
Um critério relevante quando tratamos à educação infantil é o espaço
físico que propicia o desenvolvimento de habilidades como também é visto
como um espaço de interação seja com o meio ou com outras pessoas e
assim possibilita a construção de si mesmo. Além disso, é válido ressaltar que
os espaços físicos são recursos de auxílio da aprendizagem.
O espaço na Instituição de Educação Infantil deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito a modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas. (O
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REFERENCIAL CURRICULARNACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL,1998, p.69).
A maneira mais fácil, rápida e eficaz para se promover o aprendizado
infantil se dá por meio da brincadeira, que representa o universo da criança e
por isso ela se interessa, participa, aprende e se desenvolve por meio da
estruturação de seus pensamentos e emoções. Esse desenvolvimento vai
progredir dependendo do estímulo que lhe é oferecido.
Ele possibilita a criança vivenciar experiências significativas como, resolver conflitos, lidar com regras e valores, respeitar o outro, superar dificuldades com ajuda do professor, cooperar, vivenciar papéis, aprender e apropriar-se de elementos da sua realidade e cultura (IMAI, 2005, p. 231).
O brincar está diretamente associado ao desenvolvimento de algumas
áreas como comunicação, imaginação, vontade, pensamento, concentração,
valores, linguagem, dentre outros. Kishimoto possui vários artigos e livros que
relatam sobre jogos e brincadeiras e a importância destes na educação infantil.
Em seu livro “O Brincar e suas teorias (1998) cita Froebel (1912c) quando fala
sobre a importância do brincar na infância:
“É a fase mais importante da infância - do desenvolvimento humano neste período – por ser a auto-ativa representação do interno – a representação de necessidades e impulsos internos. ... A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica de vida humana enquanto um todo- da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação e auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção de seu bem e de outros.... Como sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial, é sério e de profunda significação”. (Kishimoto, 1998, p.68).
O brincar proporciona o desenvolvimento integral das crianças, pois
propicia a experimentação de variadas experiências além de estimular áreas
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de conhecimento como a linguagem, motricidade e afetiva. E esta
oportunidade se resume à educação infantil. Lima (2005) retrata:
“Quando a criança brinca, desenvolve também os conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, destacando entre elas o pensamento, a imaginação e a memória, a vontade, a concentração e a atenção, a linguagem e a comunicação, os valores, a orientação espaço-temporal, a auto-estima e a motricidade”. (LIMA, 2005,p. 176).
Autores como Piaget, Vygotsky e Wallon, contribuíram muito para
educação infantil, pois procuraram estudar e entender o desenvolvimento e o
processo de ensino-aprendizagem das crianças. Portanto, Piaget relata como
acontece o desenvolvimento cognitivo e nos coloca que o conhecimento se dá
por etapas, logo por meio dos estágios de desenvolvimento, onde evoluem
progressivamente por meio de estruturas de raciocínio que ocorre a
assimilação mental e depois a acomodação de novos dados. No entanto,
compreendemos que a criança constrói seus conhecimentos pelas suas
próprias experiências.
Vygotsky apresenta uma teoria sociocultural do desenvolvimento, pois
para ele o ser humano se constrói nas relações pessoais, internalizando
elementos da cultura. Ele diz que a aprendizagem impulsiona o
desenvolvimento, logo nos leva a pensar sobre o papel do professor na
educação infantil, uma vez que acredita na intervenção deste propondo
desafios em busca avanços e estimulando a interação das crianças.
Wallon leva em consideração para o desenvolvimento as emoções e
portanto valoriza os espaços da sala de aula e a liberdade de movimento.
Coloca que o aspecto emocional está ligado ao orgânico e assim a criança
precisa se movimentar para expressar suas emoções e assim se relacionar
afetivamente com o mundo.
Tomando como base esses referenciais teóricos, percebemos que a
educação infantil é a primeira instância de desenvolvimento, conhecimento e
possibilidades de formação das crianças, por ser considerada um espaço de
troca de experiências, integração e socialização, que proporciona o
desenvolvimento social, cultural e individual que permite variadas formas de
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expressão, criatividade e comunicação que se estabelece levando em
consideração o lúdico através das brincadeiras e jogos.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil relata sobre
a necessidade deste segmento promover a integração dos aspectos nas
crianças com o intuito de promover o desenvolvimento de um ser individual,
respeitando suas particularidades e promovendo estimulações tanto
emocionais como cognitivas e sociais.
Para que tenhamos uma educação infantil de qualidade não basta
olharmos só para o aluno, pois esta se faz também na relação educador e
educando. Portanto, os dois devem estabelecer uma ligação afetiva e
respeitosa que busque harmonia e sintonia no processo de aprendizagem.
O professor de educação infantil deve ter uma formação adequada
com a faixa etária e trabalhada visando sempre se atualizar e aprimorar suas
práticas para assim melhor atender seus alunos, compreendendo estes como
seres individuais e com ritmo de aprendizado diferenciado.
Sendo assim, o educador deve ter o objetivo de um desenvolvimento
global do aluno que englobe os aspectos afetivos, sociais, cognitivo e cultural.
E para que isso aconteça deve compreender que ele não é o detentor do
saber, logo o conhecimento se dá na troca de vivências.
.Sendo assim, estando aberto para novas experiências e
reconhecendo seu real papel na educação, como um agente facilitador da
aprendizagem, ele estará em constante avaliação de suas práticas, propondo
atividades instigantes e desafiadoras, buscando conhecer cada vez mais seus
alunos, enxergando eles como sujeitos da aprendizagem, conseguirá junto
com eles alcançar os objetivos traçados pela educação infantil.
Uma de suas missões é se desvincular um pouco do conteúdo e
entender o aluno, o que ele tem de bagagem cultural, histórica e de
conhecimento para compartilhar com todos e assim alinhavar uma nova
história na vida daquele indivíduo que está ali aberto para dar e receber o que
a educação tem a oferecer.
.
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CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE
“Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização”. (S.B.P, 2012).
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Para iniciarmos esse estudo devemos compreender o conceito da
palavra psicomotricidade que quer dizer mente e motricidade, ou seja, a união
do psicológico com o corpo em movimento. Sendo assim, podemos dizer que
ela abrange o movimento ao mesmo tempo que põe em jogo as funções
intelectivas.
A psicomotricidade estuda o corpo do homem em movimento e, por
conseguinte sua relação com o mundo, o que se refere ao meio e as pessoas
levando em consideração aspectos como o cognitivo afetivo e motor.
Sendo assim, representa a consciência do homem em relação a esse
corpo em movimento que se dá por parâmetros como velocidade, espaço e
tempo. Está inserida no meio educacional, uma vez que visa uma educação
integrada que se utiliza da linguagem e comunicação corporal que se dá
voluntariamente ou involuntariamente na busca pelo domínio de seu corpo.
Segundo Alves (2003):
“A psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolvem a motricidade da criança visando o conhecimento e o domínio de seu próprio corpo”. (ALVES, 2003, p. 3).
A psicomotricidade está relacionada ao movimento organizado e
integrado que se baseia nas experiências vivenciadas pelo indivíduo cuja
manifestação é resultado de sua individualidade, linguagem e socialização.
Schinca (1991) descreve:
“...a partir da vivência do corpo no espaço e no tempo desenvolve-se a consciência de si mesmo como ser íntegro, sensível, material e espiritual, capaz de sentir, expressar e, o mais importante, capaz de compartilhar e comunicar-se com os demais”. (SCHINCA, 1991).
A psicomotricidade é encontrada em várias áreas de atuação como
Psicologia, Fonoaudiologia, Educação física e Educação e em cada uma delas
a abordagem se modifica. Nesta pesquisa vamos nos abster a falar somente
do trabalho desenvolvido na área educacional, mais precisamente na
educação infantil. Dentro desse contexto percebemos os conceitos relacionais
e funcionais da psicomotricidade o que se refere às relações como desejo,
frustação, interação do indivíduo com o meio, objetos e consigo mesmo e a
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integralização motora (coordenação motora fina e ampla, ritmo, equilíbrio,
esquema corporal, dentre outros) em um determinado espaço e tempo para
assim se dá a construção do aprendizado.
Fazendo uma síntese da história da educação psicomotora
abordaremos as três principais correntes que nortearam este estudo como:
Psicocinética de Jean Le Boulch (1966); Diálogo Corporal de Pierre Vayer
(1971) e Educação Vivenciada ao Abstrato de André Lapierre e Bernard
Aucouturier (1974).
Na abordagem Psicocinética o objetivo principal era promover o
equilíbrio da função biológica e relacional e assim contribuir para a diminuição
do fracasso escolar. Sua proposta em relação ao esquema corporal é
contribuir na construção da imagem do corpo operatório, através do
entendimento de corpo vivido, corpo percebido e corpo representado. “A
atividade motora e sensório-motora, graças ao qual o indivíduo explora e
maneja o meio, é essencial na sua evolução”. (LE BOULCH, 1982).
Pierre Vayer apresentava uma visão relacionada à construção da
organização do eu pela criança, desta diante o mundo, dos objetos e do
mundo do outro. Em relação à imagem corporal visava o equilíbrio tônico-
relacional e o diálogo corporal da criança consigo mesmo e da realidade do
mundo.
A Educação vivenciada ao abstrato de André Lapierre e Bernard
Aucouturier preocupava-se com o desenvolvimento da percepção, a
organização do eu e do mundo na busca da inteligência e personalidade. Além
disso, visava contribuir na resolução de conflitos relacionais; desenvolver
experiência sensório e perceptivo-motoras. A imagem corporal está associada
ao pensamento abstrato através da participação da motricidade que amplia as
possibilidades de expressões, seja simbólica ou gráfica e na construção lógica
de si mesmo, do outro e do mundo.
Foi na França que a ideia de psicomotricidade surgiu deixando para
trás uma concepção mecanicista e se transformando em uma prática
educacional que busca a formação global da criança. Esta primeira instância
dentro da área educacional estava relacionada à Educação Física e Le Boulch
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contribui bastante para o aprimoramento desta com a perspectiva da teoria
psicocinética que concebe “o conceito de corporeidade baseado em uma
manifestação significante da conduta do homem”. (LE BOULCH, 1987).
Portanto, para este autor o objetivo principal da ação educativa
psicomotora está associada à relação e aos vínculos que o sujeito estabelece
com seu meio social o que vai repercutir em dois aspectos: o desenvolvimento
funcional (linguagem, movimento, atenção, memória, pensamento e
percepção) e relacional (qualidade das relações estabelecidas entre sujeito e
meio que interfere na formação da personalidade).
Para que os objetivos da psicomotricidade sejam alcançados Le
Boulche apresenta um plano de trabalho com cinco campos de intervenção: o
exercício global da psicomotricidade por meio de jogos e brincadeiras
funcionais e de imaginação para que a criança crie diversas possibilidades de
expressão; percepção e conhecimento de seu “corpo próprio”, atividades que
propiciem a construção do esquema corporal, logo utiliza o jogo de
interiorização; o tempo que representa o ajustamento e a percepção temporal
e o ritmo; o espaço que se abstém a percepção de seus elementos e sua
estruturação; a educação psicomotora e o grafismo através inicialmente da
estruturação espontânea do desenho até a expressividade não figurativa e das
formas geométricas.
Pierre Vayer iniciou sua pesquisa em educação psicomotora com
trabalhos voltados para crianças com retardo mental. Ele focou a coordenação
motora ampla, logo pensando também na educação infantil. O autor pensa em
uma educação psicomotora que valorize o corpo propriamente dito e assim a
ação corporal como forma de expressão, relação e diálogo da criança com o
mundo.
“O esquema corporal é uma noção, quer dizer, um conhecimento intuitivo e sintético de nosso corpo, abrigando a presença do mundo, essa que se expressa nas diferentes ações e nas diferentes comunicações – isto que se convencionou chamar de esquema corporal é a síntese de um conjunto de informações: podem-se, então, conceber atividades orientadas para facilitar ou desenvolver tal ou tal aspecto da consciência de si ou tal ou tal capacidade de organização de si, de uma forma dinâmica”. (Vayer, 1978/1986).
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Para Vayer toda e qualquer relação da criança com o mundo, com o
outro e os objetos é mediada pelo corpo, ou seja, pela atividade corporal e
assim se estabelece vínculos, afeto e conhecimento. Dentro desse contexto
diferencia a atividade tônica (primitivo elo de relação que vê na afetividade um
meio de comunicação responsável pelas atitudes) e motora (movimentos do
desenvolvimento infantil como deslocar-se, estender e segurar), ambas
responsáveis pela atividade corporal. Sendo assim, podemos dizer que Vayer
introduziu o conceito de corporeidade na educação psicomotora.
A educação psicomotora de André Lapierre e Bernard Aucouturier se
apresenta em três fases distintas: a educação vivenciada ao abstrato; a
psicomotricidade relacional e análise corporal de relação (Lapierre) e a prática
psicomotora (Aucouturier), sendo estas duas últimas produzidas
independentes.
A primeira fase destina-se ao conceito psicogenético de hierarquia do
desenvolvimento da aprendizagem baseada no sensório-motor das relações
entre a criança e seu próprio corpo, com os objetos e com os outros. Essas
relações com o passar do tempo vão sendo simbolizadas pela fala, desenho,
jogo de faz de conta, que são instrumentos de uma atividade mental que
constrói o eu e das abstrações. Valoriza uma educação vivenciada. Baseiam-
se em Piaget logo, descrevem que o processo de alcançar o pensamento
lógico e a representação mental passa pelas atividades vivenciadas no plano
sensório-motor e na abstração:
“...buscam na concepção de inteligência sensório-motora e pré-operatória as bases para estabelecer e classificar as noções perceptivas que estão implícitas na intelectualização do pensamento e na lógica abstrata, ápice da razão humana”. (FERREIRA, 2011, P. 40).
A segunda abordagem, a psicomotricidade relacional volta-se para
uma compreensão da criança não somente no âmbito cognitivo como também
em seu agir como ser humano. Esta sofreu resistência de algumas escolas
uma vez que possuíam uma postura rígida e de repressão ao corpo e a
psicomotricidade relacional veio quebrar este paradigma apresentando uma
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postura ousada de compreensão do corpo como fonte de desejos e prazeres
com o intuito de descobrir maneiras de agir e ser em uma integração.
A partir do conhecimento histórico sobre a psicomotricidade podemos
compreender seu objetivo que é desenvolver no indivíduo a capacidade de
reconhecimento de seu corpo, suas possibilidades, limitações e formas de
expressão e comunicação visando o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo
e social do sujeito.
Segundo Alves, o objetivo da psicomotricidade é:
“Desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominá-lo, economizando sua energia, além de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio”. (Alves, 2003, p.10).
Tomando como base o objetivo e as características da
psicomotricidade percebemos que a mesma está diretamente relacionada e
inserida no contexto da educação infantil, uma vez que está associada a toda
ação corporal realizada pelo indivíduo consigo mesmo, com o outro, com o
mundo e objetos em busca de uma formação integral do sujeito. Sendo assim,
vamos retratar a psicomotricidade na educação infantil.
Na educação infantil buscamos o desenvolvimento global do aluno
através da troca de experiências e vivências corporais, por meio da ludicidade
e características próprias das salas de aula.
Nesta fase a criança busca experiências em seu próprio corpo,
formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da
psicomotricidade permite a compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse
corpo, localizando-se no tempo e no espaço.
O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir
de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em
comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as
etapas em seu desenvolvimento.
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a
formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e
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psicológico, dando oportunidade para eu por meio de jogos, de atividades
lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a criança
desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do
comportamento psicomotor.
Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão
motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de
maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das
crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde
física, mental e no equilíbrio socioafetivo.
Segundo Barreto (2000):
“O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”.
Para se trabalhar a educação psicomotora é essencial o uso das
funções motoras, perceptivas, afetivas, pois assim a criança explora o
ambiente, vivencia experiências concretas, que são essenciais para o
desenvolvimento intelectual e integral, fazendo com que ela tome consciência
de si mesma e do mundo a sua volta.
A brincadeira e jogos fazem parte do universo infantil e favorecem a
relação entre o real e a fantasia e a partir desta a criança simboliza e
demonstra seu contexto histórico cultural.
A psicomotricidade na educação infantil tem como princípio
desenvolver as potencialidades psicomotoras da criança, trabalhando suas
habilidades buscando promover o aspecto motor e intelectual.
Segundo Pinto (2011, p.100) a aprendizagem é:
“A aprendizagem é então entendida como um percurso que a criança deseja percorrer para buscar uma autorrealização. Viver intensamente as fases sensório-motora e pré-operatória (PIAGET, 2001) permite que a criança descubra, por meio da manipulação e exploração, as coisas que estão ao seu redor, as pessoas e o espaço. Para isso, ela terá de interagir e dar sentido as experiências vividas – base na construção do
24
pensamento. Seu processo inacabável de aprender foi iniciado”.
A partir do conhecimento de seu prórpio corpo e do movimento a
criança espressa o que sente, pensamento, atitudes e comportamentos. A
psicomotricidade visa preservar a eficiência física, psicológica e intelectual e
assim contribuir no desenvolvimento da aprendizagem, por meio da
combinação de fatores biológicos, pscicológicos e sociais.
Então a psicomotricidade tem um papel de prevenção no que se diz
respeito à aprendizagem, pois se preocupa em compreender a crinça como um
ser individual, conhecendo suas particularidades para assim ofertar um
desenvolvimento qualitativo envolvendo principalemnte coordenação motora
ampla.
Podemos concluir que educação infantil e a psicomotricidade
caminham juntas quanto ao processo de formação do ser humano. Ambas
possuem uma visão ampliada da educação onde percebe a mesma como um
instrumento de transformação e formação humana. Sendo assim, vê a criança
como sujeito deste processo na construção de sua unidade corporal,
personalidade, identidade, afetividade, como ser social.
25
CAPÍTULO III
A APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
A escola é o espaço apropriado para o desenvolvimento infantil, devido
às possibilidades de interação e socialização, estrutura e recursos disponíveis
para cada faixa etária e profissionais conhecedores de teorias e práticas que
contribuem para o crescimento humano.
Neste cenário podemos dizer que a educação psicomotora pode
contribui de forma transdisciplinar, pois entendemos que desde o nascimento a
criança apresenta possibilidades para desenvolver-se, que não dependem
apenas da maturação dos processos orgânicos, como também do intercâmbio
com o ambiente, com outras crianças e com os adultos. Esta troca tem
influência determinante na orientação de sua personalidade e no seu
desenvolvimento.
No início da educação infantil a preocupação da escola era dirigida
para os aspectos motores funcionais, como andar, saltar, pular, correr,
equilíbrio, lateralidade e noção espaço-temporal. Logo, as atividades
psicomotoras apareciam como pré-aprendizagem em prol da ação pedagógica.
O enfoque era na detecção e na reeducação da falha.
Atualmente, este aspecto psicomotor está focalizado nas múltiplas
potencialidades apresentadas, descobertas e desenvolvidas pelos alunos. E
26
para se chegar a essa concepção foi necessário quebrar o paradigma
relacionado ao modelo e padrões de corpo e movimento vinculado ao “ter que
ser” e então passar a observar a criança como ela é, em sua particularidade,
criando possibilidades de desenvolverem seus potencias levando em
consideração seu meio social.
Vimos que o desenvolvimento psicomotor é muito importante para a
formação e aprendizagem do ser humano e a educação infantil é a primeira
instância deste processo, logo podemos dizer que é a base para as fases
seguintes. Por meio do corpo a criança expressa vontades, sentimentos e
necessidades, então se propormos uma exploração do ambiente, respeitando
o interesse delas, poderão adquirir experiências que ajudarão para o
reconhecimento de seu corpo e suas possibilidades de movimento.
“...a educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base da escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos”. (BOULCH, apud ALMEIDA, 2007, p.27).
Para se aplicar as atividades psicomotoras na educação infantil além
de conhecer a teoria, conceito e práticas da psicomotricidade se faz necessário
conhecer a turma, as características de cada faixa etária e suas necessidades,
pois cada aluno tem sua individualidade, um ritmo próprio, além de sofrerem
influência do meio.
A partir daí é essencial planejar as atividades respeitando os eixos
temáticos (esquema corporal; estruturação espacial; orientação temporal) e
aspectos psicomotores (locomoção; manipulação; equilíbrio), cognitivos
(atenção; concentração; discriminação; memorização; identificação;
comparação) e afetivo-sociais (conhecimento de si e dos outros; respeito a si
aos outros e as regras; espírito de equipe; responsabilidade; disciplina;
organização; participação; cooperação; autoconfiança; autocontrole). Oliveira
fala sobre o esquema corporal organizado:
27
“Um esquema corporal organizado, portanto, permite uma criança se sentir bem, na medida em que seu corpo lhe obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo. Ela deve ter o domínio do gesto e do instrumento que implica em equilíbrio entre as forças musculares, domínio de coordenação global, boa coordenação óculo-manual”. (OLIVEIRA, 2002, p.51).
Assim como a educação infantil a psicomotricidade visa à formação
integral da criança. Logo, é importante trabalhar nela todos os aspectos e não
supervalorizar uma ou outra habilidade motora.
“Na educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e, ao mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras”. (ALVES, 2012, p. 148).
Vayer define que por meio da ação temos melhora na precisão e na
coordenação dos movimentos, sendo assim, as aulas de psicomotricidade
deverão valorizar sim, a ação, a execução, os diversos modos de realizar a
mesma tarefa, porém sem o padrão de precisão e exigência de técnicas
perfeitas.
As atividades psicomotoras devem ser propostas levando em
consideração a espontaneidade, a faixa etária e o nível de maturação biológica
para que assim, as crianças desenvolvam o controle mental e a coordenação
motora. Molinari e Sens (2003) descrevem que “as atividades psicomotoras
tem o objetivo de favorecer a consolidação de hábitos higiênicos, a
criatividade, a socialização, o desenvolvimento motor e mental e a melhoria da
aptidão física contribuindo para a formação da personalidade dos alunos”.
A educação infantil é à base do desenvolvimento humano, nela
instigamos, promovemos, incentivamos a evolução de todos os aspectos, para
garantir bons rendimentos motores, psicológicos, afetivos e sociais e assim
efetivar a passagem dos alunos por todas as fases de desenvolvimento. A
28
psicomotricidade está inserida neste contexto uma vez que os aspectos
psicomotores interferem na aprendizagem escolar dos alunos. Segundo Le
Boulch:
“A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa de confrontação com o meio escolar, tem a finalidade não de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim de permitir-lhe, mediante o jogo, exercer sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças. No estágio escolar, a primeira prioridade constitui atividade motora lúdica, fonte de prazer, permitindo a criança prosseguir a organização de sua imagem do corpo ao nível do vivido e de servir de ponto de partida na sua organização práxica em relação com o desenvolvimento das atitudes de análise perceptiva”. (LE BOULCH, 1987, p.129).
As práticas psicomotoras na educação infantil tem por objetivos
favorecer: o desenvolvimento da função simbólica (prazer de agir, brincar e
criar diante dos diferentes níveis de simbolização); os processos de
asseguramento (trabalhar as angústias); os processos de descentralização
(permite a abertura ao prazer de pensar e ao pensamento operatório).
As atividades psicomotoras na educação infantil não pretendem a
realização do movimento por si só, e sim a propostas relacionadas ao cotidiano
da criança, dentro de um contexto lúdico e prazeroso para ela. Assim, ela
passa a ter conhecimento a partir da ação exercida e então se relaciona com o
mundo, enfrenta obstáculos e troca informações e experiências com o outro.
Martinez, Peñalver e Sanchez (2003) colocam que “o movimento é sua
própria fonte de aprendizado e permite aquisição de experiências que passam
a ter finalidades e objetivos, contribuindo assim com o autoconhecimento e
evolução, concomitantemente as competências humanas”.
O movimento bem como as práticas psicomotoras procuram
desenvolver as habilidades motoras amplas (conhecimento de seu próprio
corpo e movimentar-se expressivamente); comunicação (expressão de ideias);
exploração do mundo físico (conhecimento do espaço); percepção rítmica;
habilidades motoras finas (movimentos com a mão que facilitam a escrita).
29
“Ajuda a criança a adquirir o estágio de perfeição motora até o final da infância (7 a 11 anos), nos seus aspectos neurológicos e maturação, nos planos rítmicos e espacial, no plano da palavra e no plano corporal. Por meio da psicomotricidade e dos órgãos dos sentidos, a criança descobre o mundo e se autodescobre”. (ALVES, 2012, p.150).
Para que este trabalho caminhe bem temos que pensar na figura do
professor de educação infantil, levando em consideração seu planejamento,
práticas e atitudes em relação aos seus alunos e quanto ao seu objetivo a ser
alcançado. Portanto, o Referencial curricular Nacional para Educação Infantil
(2002) retrata:
“Os professores deveriam destinar a mesma atenção ao movimento tanto o quanto são destinadas as outras áreas do conhecimento. A avaliação do movimento deve ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor”. (RCNEI BRASIL, 2002).
A psicomotricidade é uma função integradora, através da qual
alcançamos o controle corporal, que representa a capacidade de coordenar e
dissociar os diversos segmentos corporais, com precisão e economia de
gestos e este permitirá um efetivo relacionamento do indivíduo com o meio.
“A Psicomotricidade favorece a aprendizagem quando reconhece que diferentes fatores de ordem física, psíquica e sociocultural atuam em conjunto para que se dê a aprendizagem. Trabalhando no ser humano, cada uma das etapas possibilitam-no alcançar a consciência corporal, a consciência do mundo que o cerca, o relacionamento deste com o seu corpo e com o que está ao seu redor. Proporciona ao indivíduo a capacidade de ser, ter, aprender a fazer e a fazer, na medida em que se reconhece por inteiro, alcançando a organização e o equilíbrio das relações com os diferentes meios e a sua distinção, relacionando-se com o mundo de forma equilibrada”. (ALVES, 2012, p.153).
Pensando no ser em sua totalidade, visando o exercício do corpo pelo
movimento, podemos dizer que as atividades psicomotoras propiciam a
integração do sujeito com os meios físico e social e trabalha a relação deste
30
com o mundo que o rodeia. Quintão, et al (2005), afirmam “a partir da interação
com o meio social e físico a criança tem um desenvolvimento abrangente e
eficiente, indicando que o envolvimento com o meio social desencadeia
variados processos que auxiliam seu desenvolvimento¨.
A partir dos estímulos proporcionados pelos professores por meio dos
jogos e brincadeiras, as crianças descobrem seu corpo no que se refere às
habilidades e potencialidades e assim passam a compreender sobre conceitos
psicomotores como: lateralidade, tempo, espaço e velocidade. Essa
descoberta do corpo deve ser bem trabalhada e compreendida, pois uma
distorção na imagem desse corpo pode apresentar futuramente um distúrbio
comportamental.
As atividades psicomotoras devem se basear em três fundamentos
essenciais para a formação humana como: movimento (posturas), intelecto
(realização) e afeto (relações). Então, podemos dizer que elas devem
promover a livre expressão, na busca da autoconfiança, autonomia,
independência e convivência, por meio da afetividade e assim compreender as
diferenças encontradas nos grupos sociais contribuindo para seu crescimento
pessoal e social. Em outras palavras, promover potenciais intelectuais,
cognitivos, afetivos e sociais.
O reconhecimento do esquema corporal está diretamente relacionado
com o conhecimento de mundo que a criança tem, ou seja, é a base, o centro
de tudo e se não se conhece dificilmente conhecerá o mundo e estabelecerá
relação espaço-temporal.
A estruturação do eu e do mundo que rodeia a criança se dão por meio
das vivências e experiências proporcionadas, por exemplo, pela escola e estas
se consolidam através da racionalidade e afetividade. Além disso, elas
contribuem também para o desenvolvimento da personalidade e inteligência.
31
As atividades psicomotoras são indispensáveis ao desenvolvimento
global da criança, e isto se afirma quando pensamos que o desenvolvimento
parte do geral para o específico, logo quando percebemos alguma dificuldade
de aprendizagem podemos dizer que esta está no nível das bases do
desenvolvimento psicomotor.
As práticas psicomotoras abrangem o desenvolvimento funcional de
todo o corpo e suas partes, portanto a aplicabilidade das atividades
psicomotoras na educação infantil implica nos seguintes aspectos:
coordenação motora global; coordenação motora fina; esquema corporal;
lateralidade; equilíbrio; ritmo; estruturação espacial; estruturação temporal e
percepções.
A coordenação motora global representa a coordenação dos grandes
grupos musculares, o controle e organização destes para a realização de
movimentos mais complexos. As atividades direcionadas para este aspecto
são: saltar de diferentes formas; pular; chutar; subir; descer; brincar de
carrinho de mão; andar com uma bola entre as pernas, dentre outras.
“É a coordenação existente entre os grandes agrupamentos musculares. Para a criança, é mais fácil fazer movimentos simétricos e simultâneos, pois só em uma segunda etapa é que ela movimentará os membros separadamente”. (ALVES, 2007, p.58).
A coordenação motora fina compreende as tarefas que usam os
músculos pequenos, como das mãos e dos pés e exige controle visual,
regulação e verificação das atividades manipulativas. São movimentos mais
precisos e delicados. Para o desenvolvimento desta propomos o recorte com
tesoura; fazer bolinha com massinha ou papel; amassar; picar, pintar com os
dedos; dobradura; jogo de pega varetas; entre outras.
“Segunda fase da aprendizagem motora, em que a sequência do movimento se faz harmônica e fechada. É uma fase de correções, refinamento e diferenciação do movimento. O uso coordenado de pequenos músculos, resultando do desenvolvimento dos músculos a um grau em que possam
32
desempenhar pequenos movimentos específicos, como cortar, escrever, segurar etc”. (MATTOS, 2005, p.65).
O esquema corporal é o saber a respeito de seu corpo, que permite
que o sujeito se relacione com o espaço, pessoas, objetos que a rodeiam.
Além disso, é a base para a formação da personalidade uma vez que
representa o equilíbrio entre as funções psicomotoras e sua maturidade. Alves
(2007) descreve sobre o corpo valorizando este como fonte de experimentação
e sensação que permite ao indivíduo ampliar suas percepções e controlar seu
corpo por meio da interiorização das sensações. A partir daí ele amplia suas
possibilidades de ação, além de interagir com o mundo. Brincadeiras como
espelho mágico (uma criança na frente da outra imitando o movimento);
“mestre mandou”, estão inseridas neste contexto.
Segundo Le Boulch (1982):
“...esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos de nosso próprio corpo, seja em posição estática ou em movimento, em relação às diversas partes entre si e, sobretudo, nas relações com o espaço e os objetos que o circundam”.
A lateralidade é a vivência dos movimentos utilizando os dois lados do
corpo (direito e esquerdo). Ela pode ser: ocular; auditiva; manual e pedal;
unilateral (definida); cruzada (em lados diferentes) e ambidestra (os dois
lados). Algumas atividades propostas são: amarelinha; jogo com cruzamento
de instruções etc.
“A lateralidade é a função da dominância, tendo um dos hemisférios à iniciativa da organização do ato motor, que indicará no aprendizado e na consolidação da práxias. Esta capacidade funcional, suporte da intencionalidade, será desenvolvida de maneira fundamental nessa época da atividade de investigação durante a qual a criança vai confrontar-se com seu meio...permitir à criança organizar suas atividades motoras globais é a ação educativa fundamental. Desse modo, coloca-se a criança em melhores condições para construir uma lateralidade homogênea e coerente”. (BOULCH, 1982, apud ALMEIDA, 2007, p.61).
33
Equilíbrio é o conjunto de habilidades estáticas e dinâmicas. É à base
da coordenação dinâmica global. Os exercícios direcionados para este campo
são: equilibrar-se de várias maneiras como em um pé só, jogando o corpo para
trás e para frente; andar na ponta dos pés; andar sobre uma corda, dentre
outros.
“Controle do copo em ação com relação ao seu centro de gravidade (sobre uma base) por combinação de ações musculares; estado de repouso em que se acham os corpos solicitados por forças iguais e contrárias; estado particular pelo qual um sujeito pode, por sua vez, manter uma atividade ou um gesto, ficar imóvel ou lançar seu corpo no espaço utilizando a gravidade e, ao mesmo tempo, resistindo-a; faculdade para manter o controle do corpo em circunstâncias difíceis”. (MATTOS, 2005, p.96).
Ritmo representa a alternância entre a contração e relaxamento do
movimento e tem característica particular, uma vez que cada sujeito tem o seu.
Algumas atividades motoras relacionadas ao ritmo são: dança das cadeiras;
brincadeiras com cantigas de roda; reprodução de sons com materiais
diversificados etc.
“Cadência regulada pelo automatismo respiratório, aliada à frequência e à amplitude dos movimento e dependente dos parâmetros da forma física e da habilidade motora; qualidade física é explicada por um encadeamento de tempo, um encadeamento dinâmico-energético, um mudança de tensão e de repouso, enfim, uma variação regular com repetições periódicas; a palavra vem do grego rhythmos, que significa movimento compassado”. (MATTOS, 2005, p.239).
A estruturação espacial está relacionada à nossa referência que é
nosso próprio corpo e se desenvolve a partir do sistema visual. É um aspecto
ligado a memória. Jogos como quebra-cabeça, ditado topológico (desenho a
partir de uma história contada especificando posições), arremessos de bolas
em locais determinados, dentre outros fazem parte deste contexto.
34
“Nos situamos por meio do espaço e das relações espaciais para vivermos no meio estabelecendo relações entre as coisas, fazendo observações, comparando-as, combinando-as, vendo as semelhanças e diferenças entre elas. Nesta comparação entre os objetos, constatamos as características comuns a eles (e as não comuns também)”. (ALVES, 2007, p.69).
A estruturação temporal está associada a nossa capacidade de nos
situarmos quanto ao tempo cronológico, rítmico e subjetivo. Para trabalhamos
este aspecto propiciamos atividades como: sequência lógica; calendário;
contar uma história com início, meio e fim; e outras.
“O tempo é das mais difíceis habilidades para se trabalhar na escola infantil, dada dificuldade de se distinguir, por parte da criança, o tempo real do tempo ficcional. As histórias que ela ouve se passam em um tempo, as cobranças que ela escuta se passam em outro muito mais real, e o dia tem uma organização temporal que ainda não é de domínio ou de aceitação ou de reconhecimento por parte dela”. (ALMEIDA, 2007, p.93).
As percepções estão voltadas para os sentidos, logo representam a
capacidade de obter informações sobre determinada coisa e entender,
distinguir as diferenças entre elas, levando em consideração, por exemplo,
caraterísticas como cor, tamanho, sons, etc. Elas se dividem em: auditiva,
visual e tátil. Então podemos ofertar atividades como: caixa surpresa com
elementos variados; colagem de texturas; identificação de instrumentos
musicais pelo som, etc.
A aplicabilidade da psicomotricidade na educação infantil caminha
junto com a aprendizagem sendo um elemento facilitador de caráter preventivo
em relação ao desenvolvimento integral. Este processo deve ser prazeroso
para a criança, logo realizado por meio das atividades lúdicas. E para obter
sucesso é essencial o equilíbrio entre os aspectos psicoemocional, cognitivo e
corporal.
Através do conhecimento de seu corpo a criança desloca-se, manipula,
experimenta variadas situações e aprende, sendo estas a base para uma boa
coordenação motora no que se refere até à escrita. Então, podemos dizer que
35
para o aluno obter uma boa coordenação motora fina, essencialmente ele terá
que ter bem desenvolvida a coordenação motora ampla e esta é trabalhada
nas atividades psicomotoras.
O desenvolvimento da consciência corporal, da reflexão, criatividade,
afetivo, cognitivo e motor constituem alguns dos objetivos da psicomotricidade
que, se alcançados, possibilitarão adultos sadios e felizes. Proporcionar o
trabalho psicomotor irá ajudar na estruturação da personalidade da criança, já
que ela poderá expressar melhor seus desejos, elaborar seus fantasmas,
desenvolver suas necessidades e trabalhar suas dificuldades.
36
CONCLUSÃO
Quando falamos em educação não podemos nos abster a escolar, pois
a mesma tem um significado muito maior e abrangente dentro da nossa vida.
O ato de educar vai além das carteiras escolares e está associado ao processo
de desenvolvimento do aspecto cognitivo, intelectual além do afetivo, moral e
humano. Sendo assim, a educação visa à formação do ser humano, enquanto
sujeito e ser social.
Através da educação a pessoa se constrói a partir do conhecimento de
si mesma e também na interação e no reconhecimento do outro para assim
formar sua identidade e autonomia.
Devemos compreender a educação como um processo interminável
que se inicia desde o momento em que nascemos e só termina quando
morremos, pois como já dito ela vai além da escola. Então, na constante busca
de nos tornarmos seres melhores estaremos sempre aprendendo e evoluindo
e carregando conosco nossa história.
A primeira instância do aprendizado formal se dá na educação infantil
que procura desenvolver habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais na
busca da formação de um ser global.
Uma das principais propostas da educação infantil é, portanto criar
espaços e oportunidades onde as crianças se vejam podendo realizar várias
atividades, sempre experimentando, pois acreditamos que só assim que elas
poderão de fato tornar-se cada vez mais saudáveis confiantes e autônomas.
A psicomotricidade veio somar neste desenvolvimento, pois auxilia na
construção do indivíduo mais consciente quanto ao uso do seu corpo,
reconhecendo suas habilidades e limitações, uma vez que tem como objeto de
37
estudo o homem e seu corpo em movimento e a partir daí estuda as relações
que ele constrói. Tem também o objetivo de prevenir barreiras na
aprendizagem formal.
Através da ação, a criança vai descobrindo as suas preferências e
adquirindo a consciência do seu esquema corporal. Para isso é necessário que
ela vivencie diversas situações durante o seu desenvolvimento, nunca
esquecendo que a afetividade é à base de todo o processo de
desenvolvimento, principalmente o de ensino-aprendizagem.
A intenção aqui era saber o porquê de se aplicar as atividades
psicomotoras na etapa da educação infantil e estabelecer uma relação entre
elas. Assim, compreender a real contribuição da psicomotricidade nesta fase.
. O estudo realizado confirmou a hipótese inicial do projeto que era
comprovar a contribuição das atividades psicomotoras nas crianças que se
encontram inseridas na educação infantil.
A pesquisa delimitou-se a bibliografia dos últimos 30 anos e buscou
compreender o trabalho desenvolvido pela psicomotricidade em crianças da
faixa estaria compreendida dos 3 aos 6 anos que estejam ingressadas na
educação infantil.
A educação psicomotora se desenvolvida dentro de um contexto lúdico
auxilia na aprendizagem, pois instiga por meio do corpo em movimento,
desafios que buscam o desenvolvimento das habilidades.
.Este trabalho teve grande valia para o enriquecimento de
conhecimentos e na compreensão da contribuição das atividades psicomotoras
na educação infantil, fazendo-nos pensar em uma educação diferente, integral,
humana e para toda a vida.
38
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Desenvolvimento Infantil.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
42
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO 10
CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE 18
CAPÍTULO III
A APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NA E.I 26
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 42
ÍNDICE 43
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