U�IVERSIDADE CA�DIDO ME�DES
I�STITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO I�FA�TIL:
COMO AVALIAR?
AUTORA: ALLI�E FREITAS DA SILVA
RIO DE JA�EIRO
2010
U�IVERSIDADE CA�DIDO ME�DES
I�STITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO I�FA�TIL:
COMO AVALIAR?
Trabalho Monográfico apresentado ao orientador Vilson Sérgio como requisito da disciplina Metodologia da Pesquisa e Monografia para a Especialização em Psicopedagogia, do curso de Psicopedagogia, da Universidade Cândido Mendes.
AUTORA: ALLINE FREITAS DA SILVA
RIO DE JANEIRO
2010
AGRADECIME�TOS
Primeiramente, a Deus! Que a cada manhã me dá força, coragem, saúde e sabedoria
para enfrentar todos os obstáculos da vida. Ele é o meu refúgio e minha fortaleza!
Agradeço à minha família e aos meus grandes amigos pelo apoio e incentivo.
Principalmente, a minha mãe Ivone que ao meu lado “lutou” em mais esta batalha, abrindo
mão de suas atividades para estar presente me incentivando a acreditar na minha capacidade
de vencer mais uma etapa desta caminhada.
Aos meus professores, tanto do curso de graduação quanto do curso de pós-graduação,
que “levantaram” a minha auto – estima, mostrando que sou uma vencedora. Indicaram livros
para enriquecer o meu vocabulário e me aperfeiçoar no mundo das leituras, o que é essencial
na vida.
DEDICATÓRIA
A todos os profissionais da educação, que, como eu, acreditam na “força” da Educação
Infantil. Mostrando que de forma lúdica e prazerosa, a avaliação auxilia na aprendizagem e
fortalece novas conquistas.
EPÍGRAFE
“A avaliação em Educação Infantil precisa resgatar urgentemente o
sentido essencial de acompanhamento do desenvolvimento e de reflexão
permanente sobre as crianças em seu cotidiano, como elo na
continuidade da ação pedagógica”.
(Jussara Hoffmann, 1996, p.48)
RESUMO
Este estudo visa discutir e enfatizar a importância da Educação Infantil para realizar o
desenvolvimento integral das crianças de zero a seis anos de idade. Conhecer também como
ocorre o desenvolvimento da aprendizagem infantil, refletindo sobre as etapas de crescimento
da criança. Respeitar e aproveitar a bagagem cultural e social de cada aluno, faz com que o
aprendiz seja o próprio condutor do seu conhecimento e de sua experiência. Perceber como os
educadores em suas práticas educativas cotidianas, buscam uma relação dialética com os
educandos, e como a motivação, o interesse, a imaginação e a criatividade infantil, através das
atividades lúdicas, torna a aprendizagem prazerosa e o desenvolvimento eficaz. Identificar as
várias concepções que existem sobre a avaliação. Relatar e descrever o porquê que a avaliação
construtivista é o melhor processo e o mais adequado para acompanhar e registrar o passo a
passo da aprendizagem infantil. Refletir sobre a importância de uma psicopedagoga na escola,
com o objetivo de auxiliar a orientar os educadores em relação aos possíveis dificuldades de
aprendizagens apresentadas durante o processo de ensino – aprendizagem e intervir no
processo de aprendizagem quando apresenta alguma dificuldade. A monografia está
estruturada em três capítulos.
PALAVRAS – CHAVE: Educação Infantil – Aprendizagem – Avaliação Construtivista –
Psicopedagogia.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 07
CAPÍTULO I – Educação Infantil: Importância e Desafios ................................................... 09
CAPÍTULO II – O Desenvolvimento da Aprendizagem Infantil .......................................... 16
CAPÍTULO III – O Processo de Avaliação ............................................................................ 26
3 . 1 – As Concepções de Avaliação ....................................................................................... 26
3 . 2 – A Avaliação na Educação Infantil ................................................................................ 30
3 . 3 – As Práticas Avaliativas em Escolas do Município de Duque de Caxias e do Município
do Rio de Janeiro ..................................................................................................................... 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 47
ANEXOS ................................................................................................................................. 49
I�TRODUÇÃO
A Educação Infantil é o alicerce de todo o processo de desenvolvimento das crianças
de zero a seis anos de idade. Esta monografia mostra como o processo de avaliação nesta fase
influencia na construção de aprendizagens posteriores. O estudo apresenta como situação –
problema: Como realizar a avaliação nas turmas de Educação Infantil?. Este tema dá a
oportunidade de conhecer as várias etapas de desenvolvimento infantil e de refletir sobre a
importância da educação infantil, principalmente nos tempos atuais.
O objetivo geral deste trabalho é analisar como acontece a avaliação na Educação
Infantil e investigar as dificuldades encontradas nesse processo. Tem como objetivos
específicos, observar a evolução do desenvolvimento das crianças, compreender os desafios
presentes na prática educativa, e além de refletir sobre a importância de uma psicopedagoga na
escola. Está estruturado em três capítulos: Educação Infantil: Importância e Desafios; O
Desenvolvimento da Aprendizagem Infantil; O Processo de Avaliação.
No primeiro capítulo, apresentaremos os desafios e a importância que a educação
infantil tem a oferecer os primeiros ensinamentos formais do mundo e da vida. A curiosidade,
a imaginação, a criatividade das crianças são utilizados como mecanismos para melhorar a
qualidade do ensino – aprendizagem e despertar novos caminhos e novas conquistas. A partir
do momento que olharmos as crianças como pessoas únicas e participativas das suas próprias
experiências teremos uma nova concepção do que é ser criança.
Como no segundo capítulo abordamos O Desenvolvimento da Aprendizagem, fez-se
necessário conhecer os estágios de desenvolvimento da criança (abordando a teoria de Jean
Piaget e Vygotsky); o que pode contribuir para o professor promover desafios que façam com
que haja avanço na aprendizagem infantil. Precisamos também ter cuidados ao realizar
intervenções para que as aprendizagens infantis sejam significativas e constantes.
Mostramos a importância do cognitivo (Jean Piaget) e do social (Vygotsky) no
desenvolvimento da criança. Acompanhar e procurar entender o que se passa na mente da
criança é um grande desafio para os educadores. Assim como perceber que a interação com o
meio aperfeiçoa aprendizagens futuras e independentes.
O terceiro capítulo apresenta O Processo de Avaliação, onde foram enfocados: as
várias concepções existentes sobre a avaliação; o processo de avaliação mais adequado para a
educação infantil e os momentos adequados para as ações avaliativas.
A metodologia utilizada embasou-se nas idéias de Elisandra Godoi (2006), Elvira
Souza Lima (2006), Jean Piaget (1970), Jussara Hoffmann (2000 / 2006), Gisela Wajskop
(2007), Antoni Zabala (1998) entre outros, e de outros autores que fundamentam a minha
visão pedagógica, enriquecendo os meus conhecimentos e a vida profissional, embora não
sendo utilizados no trabalho monográfico. A pesquisa de campo foi realizada em uma escola
pública (creche) e em uma escola privada, situadas no município de Duque de Caxias e no
município do Rio de Janeiro, respectivamente. Essa pesquisa teve como objetivo observar e
acompanhar no cotidiano escolar o processo de avaliação na Educação Infantil, realizar
entrevistas com os educadores responsáveis por turmas de educação infantil, além de refletir
sobre a suma importância de um psicopedagogo na escola, quando lacunas no processo de
avaliação e no processo de aprendizagem do educando.
A análise dos dados apontam uma avaliação que registra as observações diárias dos
alunos, apesar de ainda existirem instituições de educação infantil que avaliam através de
“provas”, ou seja, avaliações formais.
Espera-se que os profissionais da educação estejam sempre capacitados para trabalhar
com as crianças de zero a seis anos de idade, através de práticas inovadoras, e dando
continuidade na sua formação profissional. Adquirir um novo olhar sobre a finalidade da
educação infantil permite reconhecer a importância do que é ser criança e analisar os desafios
presentes no cotidiano escolar das turmas de Educação Infantil.
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO INFANTIL: IMPORTÂNCIA E DESAFIOS
A Educação Infantil exerce um papel fundamental na vida das crianças de até seis anos
de idade, pois é na fase da infância que as energias e as imaginações estão mais destacadas,
por ser uma etapa de descoberta pela vida.
Antigamente, a educação infantil não tinha tanta importância, já que a instituição era
mais para dar assistência física, alimentar, social e de saúde. As crianças iam para a escola
para que a própria escola tomasse “conta”, dando apoio e o atendimento das necessidades
básicas, enquanto as mães estivessem exercendo alguma atividade remunerada.
A concepção de família patriarcal reforça o papel principal da mulher como doméstica
do lar e responsável pela. a educação dos filhos. Aquelas que trabalhavam, necessitavam de
um local em que as crianças fossem “amparadas”. As instituições de caridade eram então
“erguidas” pela sociedade, na tarefa de assistencialismo, característica descrita no Plano
Nacional de Educação (1998):
“As crianças de 0 a 6 anos de idade eram atendidas sob a égide da assistência social e tinha uma característica mais assistencial, como cuidados físicos, saúde, alimentação. Atendia principalmente as crianças cujas mães trabalhavam fora de casa. Grande parte era atendida por instituições filantrópicas e associações comunitárias, que recebiam apoio financeiro e, em alguns casos, orientação pedagógica de algum órgão público”. (p.9)
Na crítica, a concepção filantrópica ressente-se da necessidade de um novo olhar sobre
o papel da educação infantil para que possamos ter mais habilidades no processo -
aprendizagem, que a faixa de idade exige.
O papel primordial da Educação Infantil está em favorecer o desenvolvimento natural
da infância e a aquisição de conhecimentos do mundo e de si mesmo, em conjunto. O
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) cita que:
“Na instituição de Educação Infantil, a criança encontra possibilidade de ampliar as experiências que traz de casa e de outros lugares, de estabelecer novas formas de relação e de contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e expressões culturais, cruzar histórias individuais e coletivas, compor um repertório de conhecimentos comuns àquele grupo etc”. (p.181)
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 93.94 / 96 (capítulo II, seção II,
artigo 29):
“A Educação Infantil, 1ª etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da sociedade”.(LDB, artigo 29)
Como cada criança tem o seu próprio ritmo de crescimento e maturação, é preciso que
a escola tenha parceria com a família dos alunos. A articulação escola e família é mais do que
um complemento, é valorizar o mútuo conhecimento no processo ensino – aprendizagem,
enriquecendo os valores da educação e produzindo aprendizagens mais amplas e coerentes.
Dessa forma é possível realizar um acompanhamento sobre o dia a dia da criança com outras
pessoas e com a própria família. Essa análise ajudará na observação dos comportamentos e das
as atitudes apresentadas em cada momento da vida, levando a criança a ter consciência dos
seus próprios limites e das suas possibilidades reais.
Enfatizar, também, o lúdico nas atividades educativas é um fator determinante na
aprendizagem, pois a construção da personalidade se dá através de uma interação dialética
com o mundo e com as outras pessoas. Por esse motivo, a escola deve promover atividades
que permitam à criança expressar suas idéias e sentimentos; ampliar seu repertório e conceitos
ao exercer as brincadeiras, os jogos, as práticas educativas e as diferentes linguagens,
trabalhando qualquer tipo de medo e desenvolvendo uma boa auto – estima em relação ao
erro. Como o erro é construtivismo, podemos ressaltar que “é errando que se aprende”, ou
seja, o erro nos traz uma experiência positiva em relação as aprendizagens posteriores.
Existem várias situações no cotidiano escolar que facilitam o desenvolvimento de
aprendizagens, e que são organizadas em: atividades permanentes, projetos e seqüências de
atividades.
As atividades permanentes representam uma forma sistematizada de colocar o contexto
social cultural em situações que atraem o interesse das crianças, não necessariamente elas
acontecem diariamente. Os projetos são várias maneiras de compartilhar e organizar, junto
com as crianças, uma seqüência de atividades pedagógicas articuladas, em torno de temáticas,
articuladas com a realidade das mesmas para obter uma aprendizagem significativa e
prazerosa. E as seqüências de atividades mostram que para obter uma aprendizagem específica
é preciso planejar e orientar ações estratégicas e / ou desafios complexos, o que possibilitará
que as crianças experimentem novas formas de procedimentos de registros e de imaginações.
Na Educação Infantil, podemos encontrar diversas atividades específicas para trabalhar
os seguintes assuntos pedagógicos: Língua Portuguesa, Matemática, Educação Artística,
Ciências Naturais, Ciências Sociais, Psicomotricidade entre outros, os quais as crianças
precisam começar a aprender e a desenvolver no início da vida escolar.
Dentre vários assuntos trabalhados em cada conteúdo didático, podemos destacar:
Língua Portuguesa (linguagem oral e linguagem escrita / literatura / som e fonema /
diversidade de gêneros de leitura); Matemática (classe / operações fundamentais / numeração /
contagem); Educação Artística (artes plásticas / sucata / música / álbum de vida / criatividade /
imaginação); Ciências Naturais (natureza / água / solo / animais / alimentação / vegetais);
Ciências Sociais (família / meio de transporte e comunicação / profissão / comunidade / ser
humano); Psicomotricidade (esquema corporal / motricidade / trabalho e lazer / educação
física).
Trabalhar estes conteúdos de forma que a criança facilmente e consiga desenvolvê–los
no seu dia a dia, não é uma tarefa fácil, exige muita responsabilidade, paciência, carinho, força
de vontade e determinação. É necessário uma constante observação, acompanhamento e
registro de todos os momentos de aprendizagem.
O modelo interdisciplinar é uma maneira inovadora de orientar o educador a auxiliar a
criança a aprender através das experiências e dos conhecimentos que a vida proporciona.
Interdisciplinar nada mais é do que relacionar os assuntos básicos abordados em cada
conteúdo didático e realizar uma integração entre esses assuntos, através dos Temas
Geradores. Esses temas geradores são atividades e / ou projetos que dão a oportunidade de
articular a realidade sociocultural, o desenvolvimento e o interesse infantil dentro da prática
educativa.
O espaço físico da escola também é uma questão muito importante para despertar
certas habilidades motoras das crianças, porém pouco explorado. A escola deve ser um local
acolhedor, seguro e favorável para permanecer na ausência da família, dando “espaço” para as
crianças manifestarem e ampliarem seus interesses e conhecimentos.
Dayrele (1996), citada por Girardelli (2006), aponta que o espaço físico na educação
infantil deve ser acolhedor, apresentando uma diversidade de convivência cultural, social e
histórica para as variadas trocas de experiências. Acrescenta a autora que:
“A escola, como espaço sociocultural, é entendida, [...], como um espaço social próprio, ordenado em dupla dimensão. Institucionalmente, por um conjunto de normas e regras, que buscam unificar e delimitar a ação de seus sujeitos. Cotidianamente, por uma complexa trama de relações sociais entre os sujeitos envolvidos, que incluem alianças e conflitos, imposição de normas e estratégias individuais, ou coletivas, de transgressão e de acordos. (...) o processo educativo escolar recoloca a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade do novo, e nenhum dos lados pode antecipar uma vitória completa e definitiva”. (p.137)
No espaço físico acontece não só a construção de conhecimento do mundo e de si
mesmo, mas também uma interação entre as crianças. Apesar de ocorrer algumas normas, isso
não apresenta nenhum limite a qualquer ação das mesmas.
Precisamos compreender que a prática pedagógica faz parte de uma inter – relação com
o espaço físico, e não é uma questão de isolamento. Também precisamos romper com aquela
“organização fechada” do trabalho pedagógico, que determina como deveria ou deve ser o
saber do educando naquele espaço educativo. De acordo com o Plano Nacional de Educação
(2001), para que as características individuais infantis e as necessidades do processo educativo
sejam atendidas é preciso que a instituição garanta “um ambiente interno e externo para o
desenvolvimento das atividades, conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da
educação infantil, incluindo o repouso, a expressão livre, o movimento e o brinquedo”. (p.14)
O espaço da instituição deve ser um espaço de vida, que oportuniza interação com os
materiais pedagógicos e as brincadeiras ou jogos para que as crianças construam e
reconstruam os seus próprios conhecimentos, suas experiências, e sua linguagem.
É importante que o aluno conheça e se movimente livremente no espaço da escola,
tanto na sala de aula quanto no pátio, no refeitório, no banheiro etc. Ter um ambiente criativo
e flexível faz com que o aluno não seja excluído por ter o seu próprio ritmo de crescimento.
Realizar as práticas educativas desenvolve as emoções, os desejos, os movimentos, os
sentimentos. Entre essas práticas, podemos destacar: confecção de materiais didáticos (mural,
jornal, maquete, álbum); manuseio de revistas, livros, bulas de remédios; artes plásticas;
práticas de leitura; exploração diretamente de qualquer objeto na sala de aula (no espaço
escolar).
Antes de efetivar qualquer prática pedagógica, a escola precisa considerar as crianças
como seres sociais únicos, levando em consideração suas semelhanças e suas diferenças, tanto
no aspecto regional quanto na história de vida. Reconhecer as diferenças entre as crianças será
fundamental para desenvolver o respeito e a valorização das diferenças, desenvolvendo assim,
espírito de cooperação e solidariedade, sua identidade e sua autonomia, sem colocar em
destaque qualquer preconceito.
O professor precisa estar sempre promovendo desafios que permitam aos discentes
ampliar as diversas experiências infantis e despertar a iniciativa, a curiosidade, a coragem, a
imaginação, a criatividade entre as crianças, passando a escola ser um ambiente criativo e
desafiador.
Em relação às brincadeiras, ao mesmo tempo em que é uma atividade específica da
infância, é também uma atividade humana, social e cultural, ou seja, é uma forma diferente e
significativa de se relacionar e de conhecer os seus colegas e a si mesmo, utilizando tanto a
comunicação verbal (a fala) quanto a comunicação não – verbal (gestos, comportamentos).
Conforme ressalta Brougere (1989), citada por Wajskop (2007):
“A brincadeira é uma mutação do sentido, da realidade: nela, as coisas transformam – se em outras. É um espaço à margem da vida cotidiana que obedece as regras criadas pela circunstância. Nela, os objetos podem apresentar – se com significado diferente daquele que possuem normalmente”. (p.35)
A brincadeira ajuda alimentar a imaginação e a criatividade através de situações novas
ou mesmo do seu cotidiano, onde as crianças atribuem diversos significados em relação às
ações e aos objetos em que há interação. As crianças podem experimentar novas descobertas,
criar outras maneiras de brincar o mesmo jogo e mudar certas regras já determinadas, para o
modo como entendem ou querem realizar tal brincadeira, assumindo assim, uma constante e
voluntária decisão frente aos diferentes papéis apresentados em cada recreação.
Harriet Mitchell (1938), citada por Pereira (2005) orienta que:
“O brinquedo, para a criança pré – escolar, é a coisa mais séria do mundo e é tão necessário ao seu desenvolvimento físico como são o alimento e o descanso. (...) Os inúmeros poderes instintivos e intelectuais que compõem o equipamento da pessoa adulta normal são, em princípio, muito imperfeitos: exigem muito exercício, prática e modificações antes que estejam prontos para, mais tarde, capacitarem os indivíduos a enfrentar as necessidades da vida adulta. O meio principal pelo qual esse desenvolvimento e essa modificação se realizam é o brinquedo. Na vida da criança, o brinquedo assume a importância que o adulto concede ao trabalho. A criança brincando todo o dia ocupa – se de sua própria educação. Ela aprende a agir pelas ações, pelas experiências e pelos erros cometidos. O seu maior interesse é explorar, manejar e descobrir as coisas e o que delas pode advir. Durante tal processo estará também formando maneiras de sentir, pensar e agir, que definirão mais tarde a sua personalidade”. (p.31)
Para Pereira (2005), o brinquedo, sua representação e sua relação com a criança faz
com que a aprendizagem seja espontânea e eficaz. É como se tivesse a oportunidade de se
alimentar, onde a alimentação fortalece não só o organismo dando mais força e vitamina para
continuar a caminhada, mas também oferece um rendimento melhor para o sucesso da
aprendizagem. Ou seja, é através do brinquedo que a criança maneja suas ações, seus
comportamentos, explora novas maneiras de agir com o mundo, aprende com os seus próprios
erros e adquire com o tempo sua autonomia e sua personalidade.
Para o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
“[...] as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si mesmo, dos outros e do meio em que vivem”. (p.15)
Portanto, a Educação Infantil é mais do que um lugar agradável para realizar
brincadeiras, é uma etapa sensível da vida que precisa ter bastante cuidado. O professor
precisa ter “jogo de cintura” para lidar com as diversas diferenças culturais, físicas e históricas
entre as crianças em uma sala de aula. E sem esquecer que com um ambiente criativo, afetivo
e desafiador pode estimular e desenvolver a imaginação, os desejos, os comportamentos, as
idéias, os sentimentos, as emoções e os pensamentos infantis.
Precisamos formar alunos autônomos, ativos e participativos das decisões sociais e
políticas, e é na Educação Infantil que se inicia essa formação. Assim oferecer novos desafios
e horizontes aos alunos para resolver com facilidade as situações cotidianas significativas, se
expressar com liberdade, adquirir aos poucos sua autonomia e personalidade é o grande
desafio da Educação Infantil.
CAPÍTULO II
O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM INFANTIL
Tentar compreender o que se passa na mente humana, observar os comportamentos e
as atitudes nas circunstâncias da vida, e acompanhar essas mudanças durante o seu caminhar é
de grande importância pra o desenvolvimento da aprendizagem.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (2001):
“[...] a educação infantil terá um papel cada vez maior na formação integral da pessoa, no desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem e na elevação do nível de inteligência, que não é herdada geneticamente nem transmitida pelo ensino, mas construída pela criança, a partir do nascimento, na interação social mediante a ação sobre os objetos, as circunstâncias e os fatos”. (PNE, p.12)
A aprendizagem infantil exige uma série de observação, de análise e um constante
acompanhamento do desenvolvimento da aprendizagem. Ou seja, observar como a criança
consegue, com a ajuda de outra pessoa ou não, desenvolver certas habilidades para aprender
tais assuntos escolares e socais.
Para entender de que forma a criança constrói o seu próprio conhecimento é necessário
levar em consideração as várias etapas de desenvolvimento. O teórico Jean Piaget desenvolveu
um estudo conhecido como a Epistemologia Genética ou Construtivismo: considera que o
indivíduo, desde o nascimento, constrói o pensamento lógico ( a inteligência ) de etapa em
etapa, através de um equilíbrio, dependente das construções anteriores; com base na interação
sujeito – objeto. Apesar de ser conhecida como uma teoria psicológica do desenvolvimento, a
teoria piagetiana trata da construção de um sujeito epistêmico (sujeito do conhecimento) e não
da construção de um sujeito psicológico.
Segundo Jean Piaget, a inteligência se constrói na medida em que novos níveis de
equilíbrio adaptativo são alcançados. Considerava a inteligência algo dinâmico, que decorre da
construção de estruturas de conhecimento que, enquanto vão sendo construídas, vão se
instalando no cérebro. Portanto, a inteligência não aumenta por acréscimo e sim por
reorganização.
Ale disso, acreditava que atividade intelectual não poderia ser separada do
funcionamento total do organismo, por isso considerou – a como uma forma especial de
atividade biológica. Assim, para entender o processo de organização e adaptação intelectual é
preciso conhecer alguns conceitos piagetianos como hereditariedade, adaptação, assimilação,
acomodação, esquema e equilibração, que são usados para explicar como e por que o
desenvolvimento cognitivo ocorre.
Quanto à hereditariedade, se refere ao organismo que herdamos e que amadurece em
contato com o meio ambiente, uma série de estruturas biológicas favorecem o aparecimento
das estruturas mentais. Como seqüência, a qualidade da estimulação interferirá no processo de
desenvolvimento da inteligência.
A adaptação possibilita ao indivíduo responder aos desafios do ambiente físico e
social. Dois processos compõem a adaptação: a assimilação (uso de uma estrutura mental já
formada) e a acomodação (processo que implica a modificação de estruturas já desenvolvidas
para resolver uma nova situação).
Os esquemas constituem a nossa estrutura básica. Podem ser simples, como por
exemplo, uma resposta específica a um estímulo – sugar o dedo quando ele encosta nos lábios,
ou, complexos, como o modo de solucionarmos problemas matemáticos. Os esquemas estão
em constante desenvolvimento e permitem que o indivíduo se adapte aos desafios ambientais.
A equilibração das estruturas cognitivas consiste em um processo de auto regulação
interna, em uma passagem constante de um estado de equilíbrio para um estado de
desequilíbrio, ou seja, o sujeito buscará novamente o reequilíbrio, com a satisfação da
necessidade, daquilo que ocasionou o desequilíbrio. Veremos a seguir como esse
desenvolvimento acontece nos estágios definidos por Piaget.
Vale lembrar que Piaget não define idades rígidas para os estágios, mas sim que estes
se apresentam em uma seqüência constante. Quando postula sua teoria sobre o
desenvolvimento da criança, descreve – a, basicamente, em quatro estágios:
• Período Sensório – motor: nascimento até 2 anos de idade
• Período Pré – operatório : 2 a 7 anos de idade
• Período Operatório Concreto: 7 a 12 anos de idade
• Período Operatório Formal: 12 anos de idade em diante.
Dentre esses estágios de desenvolvimento cognitivo, o período sensório – motor e o pré
– operatório são os estágios mais adequados para se compreender como ocorre a
aprendizagem das crianças de 0 a 6 anos de idade, faixa etária característica da Educação
Infantil.
Ø Período Sensório – Motor
Nos primeiros anos de vida (recém – nascido), a expressão e os movimentos serão
como instrumentos para provocar mudanças psicológicas, possibilitando aprendizagens
posteriores. Como os bebês gostam de se lambuzar, pegar e colocar na boca de tudo o que
vêem pela frente, sujar o ambiente com papéis picados, morder qualquer brinquedo, os adultos
precisam entender melhor esse comportamentos, pois a experimentação é a primeira e
fundamental atividade dos bebês. As massagens e os exercícios de sentar e engatinhar são
importantes estímulos para descobrir o próprio corpo, e não se restringe só em dormir, fazer
suas necessidades fisiológicas e comer.
O desenvolvimento infantil começa através do movimento, que é mais do que mexer o
corpo, é a possibilidade de conhecer e interagir com outras crianças e adultos e consigo
mesmo, conforme citado no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
“A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas as situações do dia a dia na instituição de educação infantil, possibilitando que as crianças utilizem gestos, posturas e ritmos para se expressar e comunicar. Além disso, é possível citar, intencionalmente, oportunidades para que as crianças se apropriem dos significados expressivos do movimento”. (p.30)
A escola precisa promover um ambiente dinâmico e lúdico, pois a cada momento a
criança trabalha os esquemas corporais, as ações, os sentimentos. Em cada prática educativa
deve – se investigar e analisar o porquê de tal comportamento naquela aprendizagem. Por isso,
Sonia Kramer (1999), junto com suas colaboradoras, e baseada na teoria de Jean Piaget,
apresenta alguns princípios básicos para desenvolver práticas pedagógicas numa pré – escola.
A autora ressalta que:
• Tudo começa pela ação. As crianças conhecem os objetos, usando – os (um esquema é aplicado a vários objetos e vários esquemas são aplicados ao mesmo tempo). • Toda atividade na pré – escola deve ser representada (semiotizada), permitindo que a criança manifeste seu simbolismo. • A criança se desenvolve no contato e na interação com outras crianças: a pré – escola deve sempre promover a realização de atividades em grupo. • Na pré – escola é essencial haver um clima de expectativas positivas em relação às crianças, de forma a encorajá–las a ter confiança nas suas próprias possibilidades de experimentar, descobrir, expressar – se, ultrapassar seus medos, ter iniciativa, etc. (p.30 e 31)
Para Piaget (1970), a importância de desenvolver a inteligência nas crianças enfatiza a
adaptação e a imitação. Para que isso ocorra, precisamos permitir que as crianças estejam
sempre em movimento ou agindo a cada situação e não limitar essas explorações. Com as
imitações que o recém – nascido até as crianças de dois de idade fazem, começa a descobrir o
seu próprio corpo, os gestos e seus limites e possibilidades corporais, permitindo desenvolver
o equilíbrio e a motricidade.
No período sensório – motor, começa a construir a noção do eu X objeto e a utilizar a
memória e a imitar tudo o que vê. A inteligência se adapta aos sentidos e aos movimentos.
Como é o início do aspecto intelectual, o pensamento envolve suas reações. Constroem
também esquemas sensórios – motores, sendo capaz de olhar um objeto, apontá-lo
(principalmente com o dedo indicador), pegá-lo, manuseá-lo, levá-lo à boca e morder. Ou seja,
o contato com o meio direto e imediato, sem representação ou pensamento.
O campo da linguagem se desenvolve a partir da ecolalia (repetição de sílabas) até a
palavra – frase (“água” para dizer que quer beber água), já que não representa mentalmente o
objeto e as ações. Imitar tudo o que vê (tanto objetos e animais quanto pessoas) e a descoberta
do próprio corpo pelo toque são importantes instrumentos para desenvolver as sensações, os
esquemas e a motricidade. Explorar e manifestar curiosidade pelo corpo e pelo mundo permite
ferramenta essencial para expressar seus sentimentos, suas idéias, seus desejos e seus
questionamentos.
De acordo com a Elvira Souza Lima (1997), a construção da aprendizagem acontece
com a interação com o meio em que vive. Por esse motivo, na vida cotidiana, o ser humano
constitui suas ações na medida em que faz a imitação do outro, e aprende a observar o passo a
passo da atuação do outro, aprimorando assim, sua comunicação.
Para autora, a criança começa a trabalhar a comunicação verbal e a não – verbal e a
desenvolver qualquer aprendizagem fazendo imitação de todos os comportamentos e atitudes
das pessoas que o cercam, e querendo manipular todos os objetos que estão visíveis. Mas, é no
período pré – operatório que começa a utilizar estratégias para desenvolver a linguagem.
Ø Período Pré – Operatório
Neste estágio, a criança estará desenvolvendo ativamente a linguagem (em nível de
monólogo, ou seja, todas as crianças falam ao mesmo tempo sem ter uma linearidade com o
que o outro dizendo). A inteligência se dá através das ações mentais e dos esquemas
simbólicos.
Para Woolfolk (2000): “As crianças pré – operatórias, segundo Piaget, são muito
egocêntricas; elas tendem a ver o mundo e as experiências do outro a partir do seu próprio
ponto de vista” (p.42). Como o pensamento, nessa fase, é sustentado por conceitos e ações
simbólicas começa a funcionar mas sem operação, ou seja, sem a possibilidade de retornar
mentalmente, o que foi pensando anteriormente. E o raciocínio está ligado nas coisas
concretas, só acredita no que vê e às vezes só vê o que sabe. Por isso, as crianças desenvolvem
um pensamento centrado em si mesmas, tendo como referência a própria criança e não o ponto
de vista do outro.
Dentre as várias características do pensamento infantil nesta fase, ressaltaremos: o
egocentrismo.
Egocentrismo – devido à ausência de esquemas conceituais e de lógica, o pensamento
será caracterizado por uma tendência lúdica, por uma mistura de realidade com fantasia, o que
determinará uma percepção muito distorcida da realidade, e esta distorção se dará justamente
em função destas limitações. E essa ausência de esquemas conceituais, faz com que o seu
julgamento seja altamente dependente da percepção imediata, e sujeito, portanto, a vários
erros. Se caracteriza, basicamente, por uma visão da realidade que parte do próprio
pensamento, a criança não concebe um mundo, uma situação que faça parte, confunde – se
com objetos e pessoas, no sentido de atribuir a eles seus próprios pensamentos, sentimentos
etc.
As representações das ações e dos acontecimentos ocorrem através das brincadeiras de
“faz de conta”. Yogi (2003) diz que a criança entre dois e seis anos de idade encontra – se na
fase do desenvolvimento simbólico, da fantasia e do “faz de conta”.
Nesta fase, as crianças focalizam sua atenção num aspecto da situação, percebem um
aspecto e abandonam os demais, fundamentando seu pensamento na percepção. Dão vida aos
seres inanimados e formas humanas a objetos. Não separam completamente o real do irreal, e
não diferenciam totalmente a realidade da fantasia. Não tem noção de conservação (quando
muda a aparência do objeto, muda também a quantidade, o volume etc.).
Podemos perceber que algumas aprendizagens contribuirão para o desenvolvimento do
aluno, e, outras, podem causar destruições no seu crescimento. As várias dimensões da
aprendizagem dão a oportunidade de re – organizar o comportamento do aluno. Realizar
qualquer aprendizagem amplia o desenvolvimento do mesmo, ou seja, uma aprendizagem
eficaz terá significado para as aprendizagens posteriores, ampliando assim, o conhecimento.
Aprendizagem se dá em um processo mental que depende de interesses e motivações
para construir o saber, os hábitos, as atitudes, resultando na mudança de comportamento
através da maturação. Alem de ser um processo contínuo e gradativo, exige um dinamismo nas
atividades para que o próprio aprendiz se envolva nessa construção de experiências.
A maturação ocorre aos poucos e acontecendo sempre em seqüência a cada etapa de
crescimento do aluno como, por exemplo, a seguinte seqüência: sentar, arrastar, engatinhar e
andar. Por isso, todo comportamento humano é aprendido e toda a aprendizagem depende a
maturação. Ou seja, não podemos querer tal comportamento e “forçar” a criança a aprender
determinado assunto se o seu organismo interno e a mente não correspondem a nenhum
mecanismo, ou querer pular alguma etapa de crescimento, por haver alguma dificuldade de
desenvolvimento.
Dentre vários fatores que influenciam a aprendizagem, podemos destacar: a motivação,
a adaptação, a relação professor e aluno, o ambiente escolar, a educação familiar, a cultura e a
prática educativa. Estes fatores nos permitem perceber que mesmo que a aprendizagem ocorra
individualmente, a criança precisa receber instrução adequada do professor e das pessoas que
o cercam para que seja mais segura e eficiente sua aprendizagem.
Além destas provas clássicas Jean Piaget realizou inúmeras outras que demonstram
empiricamente a ausência do pensamento conceitual e das nações de conservação e invariância
na criança pré – escolar. Como estas são premissas básicas para a realização das operações
mentais o período foi denominado pré – operacional.
Outro teórico que podemos destacar, pois dá um valor significativo à aprendizagem e
analisa e descreve como ocorre a aprendizagem infantil, é Lev Semanovch Vygotsky. Ele
aborda que o jeito de cada um aprender o mundo é individual, mas aprendemos através das
vivências coletivas, ou seja, é pela aprendizagem nas relações com o outro que construímos os
conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental. Ressaltando também uma frase
do próprio teórico: “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”.
A teoria de Vygotsky é considerada sócio – cultural, com base de um idéia de contínua
e permanente interação entre as considerações sociais e as bases biológicas do comportamento
humano. Uma idéia de que a partir das estruturas orgânicas determinadas pelo processo de
maturação, forma – se novas e mais complexas funções mentais, que dependeriam da natureza
das experiências sociais que as crianças viveriam.
Para o teórico, o homem nasce dotado de funções psicológicas elementares (como os
reflexos e a atenção involuntária), mas com o aprendizado cultural transformam – se em
funções psicológicas superiores. Essas funções psicológicas elementares para superiores
acontece através da elaboração das informações recebidas do meio, não são simplesmente
absorvidas do meio pelo homem, mas também são sempre intermediadas, intencionalmente ou
não, pelas pessoas que o rodeiam.
Segundo Vygotsky (1984), a criança ao cria uma forma de expressar seus desejos, e
interagir com os brinquedos e suas respectivas regras, individualmente ou em grupo, torna – se
a aprendizagem mais significativa para alcançar certos níveis mais complexos do
desenvolvimento. Ou seja, tanto as brincadeiras tradicionais (amarelinha, quebra – cabeça,
pula corda, jogo da velha, esconde – esconde, jogo da forca etc.) quanto as brincadeiras “faz
de conta” (casinha, médico, escolinha) permitem que a criança tenha oportunidade de
desenvolver a capacidade de observação, imitação e imaginação; representar diversos papéis
sociais; obter acesso a várias culturas nas práticas cotidianas; resolver situações de
convivência; experimentar variedades de ser e de pensar; ampliar suas concepções do mundo;
desenvolver a linguagem; compreender melhor as pessoas e as outras crianças, e a si mesmo; e
evoluir o seu desenvolvimento através de um relacionamento mútuo.
Woolfolk (2000) também considera que: “Na teoria de Vygotsky, o sistema simbólico
mais importante para a promoção da aprendizagem é a linguagem” (p.54). A escola, ou
melhor, o professor que oportuniza o aluno se expressar e comunicar com liberdade, através
das conversas, das brincadeiras, dos livros, dos desenhos, das histórias, dos gestos, dos
comportamentos, possibilita a criança construir uma linguagem significativa com segurança,
com firmeza e coerência.
A linguagem tem uma grande importância para o teórico, pois além de ser o principal
instrumento para o desenvolvimento mental da criança (que exerce a função de organizar e
planejar o pensamento), apresenta também uma função social e comunicativa (ou seja, a
intermediação do conhecimento entre os seres humanos).
Vygotsky ressalta que a aprendizagem da criança acontece em três zonas de níveis de
desenvolvimento:
• Zona de Desenvolvimento Real
• Zona de Desenvolvimento Proximal
• Zona de Desenvolvimento Potencial
Esses níveis de desenvolvimento apresentam a importância de analisar e acompanhar
de que maneira as crianças desenvolvem certas aprendizagens sozinhas. Mostram também que
a ajuda do professor ou de outro adulto dará um aperfeiçoamento nessas aprendizagens.
No �ível de Desenvolvimento Potencial, a criança precisa aprender com outras
pessoas com outras pessoas todo o conhecimento que ainda não está consolidado. Podemos
destacar o seguinte exemplo: ao resolver uma conta de divisão, o aluno sabe diminuir e somar,
mas precisa de alguém para auxiliá-lo na multiplicação e colocar todos esses esquemas na
divisão.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
“O mundo onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de fenômenos naturais e sociais indissociáveis diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas. Desde muito pequena, pela interação com o meio natural e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo indagações e questões”. (p.163)
A aprendizagem acontece através de vivencias coletivas. Com essa interação social,
cada criança transmite sua bagagem cultural e constrói as funções psicológicas superiores,
como exemplos: a linguagem e a memória. O aluno não é tão somente o sujeito da
aprendizagem, mas, aquele que aprende junto com o outro tudo aquilo que o seu grupo social
produz. Há uma importância na valorização do ambiente social, pois variando o ambiente, o
desenvolvimento também varia.
O educador também tem um valor fundamental na construção da aprendizagem por
parte das crianças. Ele se torna um desafiador, mediador e provocador de situações, de
desafios que levem os alunos a “aprenderem a aprender”, estimulando também os mesmos a
desenvolverem quaisquer atividades sozinhas, possibilitando assim, avanços na aprendizagem
e no desenvolvimento.
No �ível de Desenvolvimento Proximal, a criança utiliza o pensamento para adquirir
habilidades e potencialidades em tentar resolver sozinha alguma atividade, após o auxílio e a
intervenção de alguém. Ou seja, é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível
de desenvolvimento potencial.
É nesse período que a criança precisa ser estimulada ao desenvolvimento espontâneo,
perceber e respeitar as semelhanças e as diferenças culturais e físicas, através das conversas
diárias, das relações dialéticas e das liberdades de expressão verbal e não – verbal, já que cada
criança tem o seu próprio ritmo de crescimento e de maturação.
No �ível de Desenvolvimento Real, o aluno por já ter um conhecimento firme e
permanente, tem a capacidade de executar e realizar sozinho todas as atividades específicas.
Destacamos o exemplo: de saber resolver qualquer conta de adição (contas = problemas
matemáticos de somar).
Mas, para que ocorra com sucesso esse nível de desenvolvimento real é preciso que a
função da mente desenvolva o pensamento, a percepção, a memória e a atenção, através da
motivação, do impulso, do afeto e do interesse.
Enfim, o processo de aprendizagem vai sendo construído gradativamente. O sustento
da inteligência é desenvolvido a partir das relações recíprocas do homem com o meio social e
consigo mesmo. O meio social influencia bastante na aprendizagem dos aspectos cognitivos e
motores, isto é, o desenvolvimento se realiza por intermédio do aprendizado.
É a Educação Infantil que apresenta importância em valorizar o processo de ensino –
aprendizagem. Se a aprendizagem acontecer o mais natural e precocemente, despertará a
curiosidade, e ajudará a criança a descobrir novos caminhos para realizar aprendizagens
futuras e para o convívio social durante toda a vida.
CAPÍTULO III
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
3 . 1 – CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO
Na escola, a avaliação é uma questão pouco discutida e exploradora nos debates sobre
os assuntos pedagógicos e nos planejamentos diários. Ao discutir sobre o processo de
avaliação, percebe – se que as pessoas parecem não ter dúvidas sobre esse tema, mas acabam
apresentando um significado à avaliação bem reducionista.
Para Zabala (1998):
“Quando se fala de avaliação se pensa, de forma prioritária ou mesma exclusiva, nos resultados obtidos pelos alunos. [...] Os professores, os administradores, os pais e os próprios alunos se referem à avaliação como instrumento ou processo para avaliar o grau de alcance, de cada menino e menina, em relação a determinados objetivos previstos no diversos níveis escolares. Basicamente, a avaliação é considerada como um instrumento sancionador e classificador, em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno, e o objetivo da avaliação são as aprendizagens realizadas segundo certos objetivos mínimos para todos”. (p.01)
Para o autor, as pessoas pensam que os alunos devem receber notas em todos os
comportamentos e serem avaliados se aprenderam ou não tal assunto didático, tendo que
classificar cada aprendizado. Contudo, se preocupar em alcançar os objetivos determinados
tradicionalmente pela escola, em cada série, é uma das principais metas da avaliação.
O mesmo autor diz que “o conhecimento de como cada aluno aprende ao longo do
processo de ensino / aprendizagem, para se adaptar às novas necessidades que se colocam, é o
que podemos determinar avaliação reguladora”. (1998, p.02)
Como o próprio nome já diz, é uma avaliação tradicional que regulamenta o progresso
pessoal e o conhecimento que cada criança aprende em todo o processo. Isso faz com que o
aluno tenha que se adaptar e adequar às propostas da escola, aos instrumentos avaliativos e a
forma como o processo de ensino – aprendizagem é encaminhado, senão poderá ocorrer até
uma exclusão.
Existem várias concepções sobre avaliação, mas podemos resumir em dois tipos
básicos: Avaliação Formal (reguladora, disciplinadora, tradicional) e Avaliação Informal
(construtivista, diagnóstica).
Na Avaliação Formal, os procedimentos avaliativos são considerados comparativos.
Apresenta um caráter seletivo, pois tende a determinar níveis classificatórios, fazendo
julgamentos padronizados sobre as atitudes e / ou desempenhos das crianças, uniformizando
as características individuais das mesmas.
O legado da avaliação tradicional é o de verificar e medir a capacidade de
aprendizagem do aluno, onde o professor transmite o conteúdo didático proposto e o aluno
absorve os conhecimentos pré – determinados e os valores acumulados pelas gerações, e que
são repassados como verdades.
Segundo Pinto (1994), citada por Elisandra Girardelli (2006):
“A avaliação formal se caracteriza através de provas escritas ou orais, exercícios escritos ou orais, testes, questões, trabalhos de pesquisa, tarefas de casa, ou seja, todas as formas previstas de avaliação regulamentada pela escola e pelo planejamento escolar. Nessas situações ou avaliações, o aluno tem conhecimento de que está sendo avaliado e deve saber as regras de como se efetuam estas avaliações e seu funcionamento”. (p.23)
Para a autora, o professor atribui notas às provas e aos trabalhos escolares dos alunos,
basicamente como “uma rede de segurança” para o sistema educacional, sem oportunizar aos
mesmos a construir os seus próprios conhecimentos, a aprender com os erros e a aprender a
compreender e enfrentar as dificuldades e / ou avanços das experiências. As provas e os testes
são considerados trabalhos escolares tradicionais, pois as questões abordadas são de caráter
objetivo, e não subjetivo. Questões objetivas possuem perguntas “fechadas” e uma resposta já
pronta e determinada, sem oportunizar o aluno a se expressar livremente, dando a sua opinião
e o que aprendeu sobre os assuntos trabalhados; é nas questões subjetivas que acontece isso.
Essa avaliação valoriza os aspectos cognitivos (aquisição de conhecimentos
transmitidos), a estimulação da memória e a capacidade de “restituir” o que foi assimilado,
tornando – se uma aprendizagem mecânica e receptiva, baseada em coação (“castigos”). As
provas assumem um papel central entre os instrumentos avaliativos, chegando a determinar o
comportamento e a aprendizagem do aluno.
Por este motivo, precisamos refletir e analisar os meios produtivos que facilitarão a
aprendizagem ser a mais natural possível e significativa.
Um processo de avaliação como base a avaliação construtivista, busca caminhos
significativos para que a criança desenvolva suas habilidades plenamente. Hoffmann (2006),
apresenta alguns princípios coerentes a uma avaliação construtivista:
• Oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas idéias; • Oportunizar discussão entre os alunos a partir de situações desencadeadoras; • Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos estudantes; • Ao invés do certo / errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as tarefas dos alunos, auxiliando – os a localizar as dificuldades, oferecendo – lhes oportunidades de descobrirem melhores soluções; • Transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento. (p.56)
É essa nova concepção de um processo ensino – aprendizagem que exige novas
posturas ao fazer pedagógico e à proposta de avaliação. Possibilitar o aluno ser o próprio
construtor do seu conhecimento, “abre caminhos” para o respeito e a valorização, o
crescimento individual e a liberdade de expressão; para conhecer e acompanhar as evoluções
do pensamento e da experiência; e para desenvolver a criticidade e a interação entre o
educador e o educando.
De acordo Pinto (1994), citada por Elisandra Girardelli (2006):
“A avaliação informal são avaliações que o professor faz em sala de aula e que os alunos desconhecem ou conhecem totalmente, embora implícitas ou encobertas, consideradas regras do jogo ensino – aprendizagem: observações feitas pelo professor das atividades, do comportamento dos alunos durante a aula, do cumprimento ou não da disciplina exigida por ele, imagens e explicações que o professor tem sobre esses alunos”.(p.23)
A avaliação informal é uma forma de romper com a centralização do conteúdo
programático e com uma diversidade de hábitos, valores e práticas padronizadas apresentadas
no currículo e no planejamento da escola. Isso faz com que a avaliação não seja unilateral e
sim uma ação / reflexão das observações e do acompanhamento, em todas atividades, em todo
tempo.
Portanto, conhecer e refletir sobre as várias concepções de avaliação é de fundamental
importância para, primeiramente, ampliarmos os nossos conhecimentos acerca desse processo,
e permitir que tenhamos uma mudança radical na nossa prática pedagógica.
Ao realizar um permanente acompanhamento permitirá conhecer um pouco do
universo das crianças e observar constantemente cada etapa do desenvolvimento infantil. E é
através de atividades lúdicas que encontraremos caminhos mais significativos para
desenvolver cada etapa de crescimento e de aprendizagem. São práticas inovadoras que
desafiam as crianças a fazerem descobertas sobre o mundo e a si mesmo, tornando o ensino –
aprendizagem mais criativo e prazeroso.
3. 2 – AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A avaliação é um objeto de estudo muito complexo, principalmente, para a turma de
Educação Infantil, onde as crianças estão iniciando o mundo escolar cheio de curiosidade,
imaginação e descoberta.
Como a Educação Infantil não é obrigatório e sim opção da família, não podemos
pensar que esse momento seja de preparar e antecipar o modelo escolar, pois estaremos só nos
preocuparmos com os mecanismos a serem atingidos ou não.
De acordo com a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 93.94/96 – a
avaliação na educação infantil “far-se-á mediante acompanhamento e registro, sem o objetivo
de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”. (Artigo 31)
A avaliação como se observa na lei, visa acompanhar todo o desenvolvimento do
aluno, fazendo com que o educador, através de relatórios, possa verificar onde o aluno precisa
de uma intervenção / orientação na aprendizagem. A avaliação na educação infantil não pode
ser classificatória, no sentido de reter e / ou selecionar o aluno, e sim ajudá-lo a ter avanços no
seu desenvolvimento, vendo em que etapa do seu desenvolvimento precisa ser mais trabalhada
e mais orientada. A avaliação deve acontecer a cada momento, ou seja, é uma constante
observação do professor, um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Analisar e registrar não
só o passo a passo que chegou na aprendizagem, mas também na trajetória de vida (o
cotidiano) da mesma, por este motivo que a avaliação não pode ser tradicional.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
“A avaliação deve buscar entender o processo de cada criança, a significação que cada trabalho comporta, afastando julgamento, como feio ou bonito, certo ou errado, que utilizados em, nada auxiliam o processo educativo”. (p.112)
O processo de avaliação deve ser entendido como uma medida para realizar
aprendizagens. Dessa maneira, precisa ser feita de forma que ajude e auxilie a criança a
levantar a auto – estima e conquistar novas descobertas do mundo e de si mesmo ao longo
desse processo. Se no seu desenvolvimento não obtiver nenhum tipo de medo e / ou
preconceito, não prejudicará no crescimento e permitirá que o processo de aprendizagem tenha
significados valiosos no decorrer da caminhada escolar e social.
O envolvimento constante ao processo de avaliação permite a criança compreender a
sua aprendizagem, através de contínua auto – avaliação. Percebe que os trabalhos escolares
dão a oportunidade de demonstrar sua identidade e de fazer escolhas e produções artísticas.
Vários instrumentos enriquecedores são utilizados na avaliação diagnóstica. Entre eles
podemos destacar: o portifólio, os pareceres descritivos e os relatórios.
O portifólio é uma série de produções que demonstram todo o processo de
aprendizagem da criança e apresenta uma coleção de informações, reflexões, atividades
educativas e registros sobre como a mesma está aprendendo.
Lellis (2007) aborda o portifólio como:
“um instrumento de construção de conhecimentos no processo ensino – aprendizagem. É uma forma diagnóstica e contínua de acompanhamento e avaliação de um trabalho desenvolvido, onde se pode verificar e problematizar hipóteses em variadas situações”. (p.01)
O portifólio não é apenas um conjunto de trabalhos escolares. Acontece uma
permanente observação do cotidiano escolar, um constante acompanhamento da aprendizagem
e do desenvolvimento infantil. Dessa forma, trabalhar as atitudes e as habilidades individuais
fazem com que a criança caminhe com segurança e tranqüilidade. Já que a evolução da
aprendizagem não acontece de imediato. (Podemos constatar no Anexo A, um exemplo de
registro de atividades educativas, que terão significados, em postar em um portifólio, para
acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem da criança.)
Porém, as atividades que poderão armazenar tradicionalmente no portifólio, na maioria
das vezes são de estruturas cognitivas e algumas motoras, aquelas que provem através de um
documento, um papel ofício a atividade realizada. Entretanto, os outros aspectos do
desenvolvimento, como psicomotor, afetivo, emocional, que são mais atividades com práticas
educativas, podem constar através de fotos, no portifólio.
Outro destaque para construir a avaliação informal é o instrumento: pareceres
descritivos. Esses pareceres descritivos demonstram que a escola começa a não querer mais as
“provas”, formas de avaliar a aprendizagem que a avaliação formal exige.
É importante que essa forma de avaliar será através de relatos escritos sobre o
desempenho da criança. Ou seja, observar qualquer atitude, qualquer movimento, qualquer
desenvolvimento, qualquer evolução do pensamento e da aprendizagem, e descrever em um
diário, que cada criança deverá possuir, detalhadamente esse crescimento. Como esses relatos
são escritos individualmente, ocorre uma descrição sobre o desenvolvimento, desde o seu
ingresso à turma de educação infantil até o decorrer da sua vida escolar nesta modalidade.
Entretanto, esses pareceres têm sido alvo de muitas críticas. Registrar por escrito todo
o processo de desenvolvimento infantil não é uma tarefa fácil, exige uma série de
responsabilidades e competências para que não haja relatórios breves e superficiais. Pois, se
nos preocuparmos só com a rotina da prática educativa, deixaremos de acompanhar as várias
análises significativas em relação ao desenvolvimento, no aspecto cognitivo e sócio – afetivo.
Como cada aluno tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento, é preciso analisar,
entender e acompanhar o tempo e o modo como cada um realiza as atividades e o aprendizado.
Obter um novo olhar reflexivo sobre esse crescimento faz com que rompemos com os
formulários cheios de regras e padrões de respostas, utilizados nos processos avaliativos, e
deixemos de uniformalizar o comportamento e o crescimento do aluno. Embora muitas escolas
utilizem esse mecanismo, que acaba negando as diferenças individuais infantis e
desrespeitando as diferenças culturais, as trajetórias de vida e os ritmos de maturação.
Os relatórios também são uma das maneiras de realizar a avaliação, a cada bimestre.
Realizando uma constante observação, reflexão e intervenção pedagógica, apresenta um
acompanhamento permanente do cotidiano escolar e social (através da articulação família e
escola). Com isso, dá a “abertura” aos educadores de conhecerem e registrarem as dúvidas, os
porquês, as falas, as conquistas, os comportamentos e as etapas de crescimento de cada
criança.
Madalena Freire (1989), citada por Hoffmann (2006) ressalta:
“Por que é importante registrar? O ato de conhecer é permanente? Então está implícito o conhecimento como ato social e que esse educador faz história. Não existe sujeito do conhecimento sem apropriação de história. É o registro que historifica o processo para a conquista do produto histórico. Possibilita também a apropriação e socialização do conhecimento e a construção da memória, como história desse processo”. (p.05)
Os relatórios devem ser feitos diariamente, de forma que apresentem, aos pais e aos
próprios alunos, uma linguagem legível e de fácil entendimento. Têm as funções de analisar as
conquistas, as dificuldades e as evoluções da aprendizagem e do desenvolvimento;
acompanhar os passos da construção do aprendizado, através de uma síntese e de uma
reorganização desse acompanhamento sistemático e permanente; e reorientar a prática
pedagógica. (Segue em Anexos B e C, a ficha de relatório descritivo e os aspectos que serão
considerados importante no momento da elaboração da mesma).
A criança ao construir conceitos mais elaborados tem a compreensão da realidade e
não limita os mecanismos de avaliar o seu próprio conhecimento, sua própria experiência.
Dessa forma, quando há problemas de aprendizagem também há problemas de ensino. Ou
seja, ao mesmo tempo que o aluno apresenta lacunas no decorrer do aprendizado é porque a
prática educativa precisa ser avaliada. Por isso, o professor tem que ter uma postura
profissional crítica em relação à avaliação para promover a melhoria e a qualidade da ação
educativa.
O processo de avaliação na Educação Infantil questiona o respeito às diferenças
individuais e as gradativas conquistas das aprendizagens e de si mesmo. Criar um padrão de
comportamento significa ter uma única concepção de infância, já que é comum as crianças de
zero a seis anos de idade serem avaliadas pelo seu comportamento. Envolve também reflexões
sobre a finalidade e os desafios da educação infantil.
Romper com a concepção de avaliação autoritária, classificatória e seletiva representa
obter um espaço participativo (liberdade da família e dos alunos se expressarem), de diálogo
(uma relação dialética entre o professor e o aluno) e dinâmico (promove atividades educativas
para interpretar as informações coletadas nas intervenções realizadas, garantindo o avanço no
desenvolvimento.
Elvira Souza Lima (2006) diz que:
“{...} podemos concluir que a avaliação na escola deve abranger tanto as aprendizagens escolares como o próprio processo de desenvolvimento humano do qual elas são parte constitutiva”. (p.06)
A avaliação não acontece só na escola mas também na vida, pois nos oportuniza a
fazermos uma auto – avaliação e a construirmos novos saberes e novas experiências. Podemos
citar o seguinte exemplo: a criança ao tentar subir em algum lugar, considerado alto para ela
(como o sofá), cria estratégias de várias formas para conseguir fazer o quer. Ao avaliar as
dificuldades surgidas, promove essas estratégias para subir.
Tanto em relação aos portifólio, aos pareceres descritivos e aos relatórios quanto aos
outros instrumentos avaliativos, o que precisamos nos preocupar é a maneira como o processo
de avaliação será realizado. Privilegiar o interesse e as necessidades das crianças, valoriza as
potencialidades e as aptidões individuais das mesmas. Interpretar o olhar sensível das crianças
ao explorar o mundo e o seu próprio corpo, e interagir com o meio é o que norteia o trabalho
de avaliação nas turmas de Educação Infantil.
Nas escolas é possível constatar que embora os educadores estejam observando
diariamente cada passo de crescimento infantil, acompanhando e registrando o
desenvolvimento da criança, existem escolas que ainda utilizam a chamada “prova”
bimestralmente, e preferem de maneira formal avaliar os seus alunos.
3 . 3 – AS PRÁTICAS AVALIATIVAS EM ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE
DUQUE DE CAXIAS E NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Tendo o processo de avaliação na Educação Infantil como objeto de estudo de
pesquisa, acreditamos que um estudo aprofundado sobre o tema contribuiu para enriquecer e
construir novos saberes e experiências, mas é a prática cotidiana a melhor forma de analisar
esse processo.
Acompanhamos o processo de ensino – aprendizagem e, principalmente, o processo de
avaliação em uma escola pública e uma escola privada, onde a escola pública está situada no
município de Duque de Caxias e a escola privada está situada no município do Rio de Janeiro.
Essas escolas estão localizadas próximas a uma comunidade de baixa renda e atendem
crianças pertencentes ao bairro. As famílias que possuem um poder aquisitivo melhor
conseguem matricular os seus alunos em uma escola privada. A escola pública
(especificamente, a creche) possui cento e trinta e quatro alunos matriculados, sendo que essa
escola apresenta uma turma de 1 ano de idade, uma turma de 2 anos de idade, duas turmas de
3 anos de idade, duas turmas de 4 anos de idade (manhã e tarde) e duas turmas de 5 anos de
idade (manhã e tarde). Já a escola particular possui cento e sessenta e dois alunos matriculados
até o quarto ano do ensino fundamental, sendo que quarenta e dois alunos estão na educação
infantil.
A pesquisa de campo foi realizada a partir de observação das aprendizagens das
crianças na sala de aula e em outros espaços da instituição, e de acompanhamento do processo
de avaliação. Realizamos uma entrevista com três educadores da escola publica e dois
educadores da escola privada, responsáveis pela turma de educação infantil. (Segue em anexo
D, o relatório de entrevista realizada com os educadores).
Ao realizar uma análise das entrevistas, em relação à formação acadêmica, duas
professoras declararam possuir o Ensino Superior, uma professora possui o curso de Pós-
graduação e duas professoras possuem só o Curso Normal (Formação de Professores).
Na primeira pergunta: Qual a importância da Educação Infantil, para você?, os
professores relatam que a Educação Infantil é o início da “vivência no ambiente escolar”, onde
a “criança começa a interagir com outras crianças fora do seu convívio familiar, adquirindo e
trocando experiências, e aprendendo a lidar com as diferenças”. É o “começo do processo de
alfabetização”, sendo o “primeiro contato com as letras”. É também a principal base para que
a “criança adquira e aperfeiçoe os seus conhecimentos”, e seja trabalhado o desenvolvimento
psíquico e motor, através da socialização. Resumindo, a Educação Infantil é “o pilar
fundamental da educação”, sendo um “alicerce construído com segurança do desenvolvimento
da personalidade e da autonomia”. (fragmentos das falas das entrevistadas).
A Educação Infantil é uma entrada das crianças dos primeiro ensinamentos formais do
mundo e da vida, permitindo uma harmonia ao desenvolvimento das crianças de zero a seis
anos de idade. Uma educadora ressalta em sua fala a importância dessa fase ao dizer que:
“Como o Paulo Freire nos coloca, o aluno não é um banco onde depositamos conhecimento,
mas um indivíduo a ser lapidado e respeitado pelo conhecimento que possui”.
Respondendo a pergunta: Durante a sua formação, você realizou algum estudo sobre a
Educação Infantil e o Processo de Avaliação?, duas professoras revelaram que realizaram um
estudo sobre a educação infantil e processo de avaliação e três professores declararam que não
tiveram nenhum estudo sobre estes assuntos apresentados acima. Como esses professores
declararam não possuir nenhum estudo sobre a educação infantil e o processo de avaliação:
sendo que uma professora possui o Ensino Superior e duas possuem só o Curso Normal.,
percebemos a pouca importância que tanto alguns cursos de formação de professores quanto
algumas universidades (ensino superior) parecem não apresentarem, por não possuírem
nenhum estudo sobre estes temas tão importantes e fundamentais para os profissionais da
educação. Em suma, como a educação infantil é o início de uma caminhada; é a base de todo o
processo, a avaliação é de fundamental importância e se faz necessária em todo o processo
educativo, e não sendo possível ser desprezada em nenhum curso de formação de profissionais
de educação.
Na terceira pergunta: De que maneira você tem aplicado esses conhecimentos em sua
prática de sala?, pudemos perceber que os educadores da educação infantil realizam
observações dos alunos diariamente, desenvolvem atividades de coordenação, trabalham com
o lúdico (músicas, brincadeiras e jogos) e com as vivências de cada aluno, constroem práticas
inovadoras de acordo com a faixa etária e respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada
aluno, e possibilitam as crianças a terem acesso a vários tipos de conhecimentos, buscando
novas descobertas.
Ao responder a pergunta: De que maneira os seus alunos são avaliados?, as
entrevistadas revelaram como avaliam os seus alunos: duas professoras disseram registrar em
relatório individual ao final de cada aula e bimestral; quatro disseram que observam
diariamente o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e emocional da criança; duas
disseram que avaliam o desenvolvimento do grafismo; uma professora faz perguntas sobre o
que está sendo trabalhado e avalia através de um trabalho contextualizado; uma professora
utiliza a ficha de avaliação dividida por: desenvolvimento sócio – emocional, psicomotor e
cognitivo; duas educadoras disseram avaliar os seus alunos através de vários projetos
pedagógicos; três professoras avaliam as atividades pedagógicas realizadas em grupo e
individual, em forma de diagnostico; uma professora avalia nos momentos de lazer dos seus
alunos; enquanto duas educadoras avaliam através de “provas” (com o conteúdo de cada
bimestre) e uma outra executa avaliações formais. O que essa educadora não quis dizer ao
citar “avaliações formais”? Seriam o nome dado para “esconder” as “provas” e os “testes”?
Em conclusão, os profissionais da educação infantil afirmam utilizar variados instrumentos
avaliativos.
Outra professora faz o seguinte relato:
“Quando os instrumentos exercem uma ação reflexiva, propiciando uma investigação didática sobre os processos de aprendizagem dos alunos e a prática do professor, permite avaliar como o aluno vem evoluindo, quais os avanços e dificuldades relevantes, fornecendo pistas ao professor para a reorganização do ensino como também, instrumento de avaliação e pesquisa”.
Os educadores quando refletem sobre a ação educativa promovem uma investigação
sobre a evolução de aprendizagens dos alunos e, ao mesmo tempo, tentam mudar a prática
pedagógica. Essa mudança influencia no processo de ensino – aprendizagem e na avaliação.
Ao realizar as entrevistas, pudemos observar que existem escolas que executam
avaliações formais nas turmas de educação infantil. Se a educação infantil é o momento de
começar a descobrir novos caminhos, a adquirir novas experiências e a desenvolver,
significativamente, a leitura e a escrita, como é possível avaliar as crianças dessa faixa etária
através de provas e testes?. Esse tipo de avaliação nos chama a atenção pela importância que
dá em diagnosticar a aprendizagem do aluno, através do domínio dos conteúdos didáticos
transmitidos. As provas e os testes são instrumentos tradicionais, pois possuam questões com
respostas já pré – determinadas, apontando o que a criança escreveu se está certo ou errado.
Essa atitude bloqueia o aluno, fazendo com este tenha medo e dificuldade de se expressar e
passa a não ter prazer em aprender.
Outro fato que analisamos é que os professores que avaliam de maneira formal os seus
alunos, não realizam nenhuma observação do desenvolvimento infantil, embora a observação
seja instrumento fundamental para uma avaliação eficaz, como revela Madalena Freire
(1998,), citada por Hoffmann (2006):
“A observação é o que me possibilita o exercício do aprendizado do olhar. Olhar é como sair de dentro de mim para ver o outro. É partir da hipótese do momento de educação que o outro está para colher dados da realidade, para trazer de volta para dentro de mim e repensar as hipóteses. É uma leitura da realidade para que eu possa me ler.” (p.03)
A observação é um exercício mais amplo de compreender a realidade. Em cada
aprendizagem, é preciso observar que cada passo que damos, nos permite repensar as
dificuldades apresentadas durante o processo e levantar hipóteses para melhorar a qualidade
do ensino e da educação. Através da observação, pudemos promover um olhar reflexivo e
crítico sobre o desenvolvimento infantil, a cultura e a aprendizagem. É partir do eu para tecer
o nós, ou seja, é a partir de uma análise de cada realidade, que se consegue colher dados
significativos que ajudarão os outros. Todos somos seres ativos que precisamos estar nos
socializando para avançar e aperfeiçoar o nosso desenvolvimento.
As educadoras entrevistadas ao responderem a pergunta sobre: Quais as dificuldades
que encontram ao avaliar os seus alunos?, uma professora revelou que não encontra
dificuldade em avaliar os seus alunos, porém possui dificuldade com o apoio dos pais ou dos
responsáveis. Entretanto, as outras entrevistadas apontam a falta de recursos; a falta de tempo
para acompanhar de forma individual o desenvolvimento do aluno; a baixa freqüência do
aluno na escola; o excesso de alunos na turma; os alunos que apresentam dificuldades de
relacionamento (tímido, agressivo, provocador, destruidor, entre outras); por não concordarem
com as avaliações formais que a direção da escola pré – determina, o tipo de avaliação que
deve ser utilizado na Educação Infantil; e a falta de outros profissionais que equipem a área da
educação (ex: fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo etc). Uma professora disse ainda que
“para uma avaliação do aluno como um todo, é preciso de mais um olhar em alguns casos,
para não sermos injustos com os alunos que apresentam dificuldades não só comportamentais,
mas de aprendizado”. Podemos assim constatar a necessidade de ter uma equipe
multidisciplinar que auxilie nas dificuldades que os alunos possam apresentam e, muitas
vezes, o professor não sabe, por não estar preparado, e não tem condições de tempo para
intervir e acompanhar.
Ao analisar a sexta questão: Que procedimentos tomados diante de alguma dificuldade
de aprendizagem (fala, comportamento, “deficiência(s)”, etc)?, percebemos que as
entrevistadas solicitam o apoio da equipe da escola para os devidos encaminhamentos, ou
melhor, encaminham para a orientação pedagógica e para a orientação educacional as tais
dificuldades apresentadas pelos discentes, onde em equipe analisam e encaminham ao
profissional especializado. Também revelaram que a participação da família é essencial.
A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da educação
e da aprendizagem da mesma, pois o conhecimento e a aprendizagem não são adquiridos
somente na escola, mas também em contato social (família e sociedade). Com isso, lembramos
da famosa frase que conhecemos e pudemos concordar, que diz que “a educação vem desde
berço da família”.
Outro fato que percebemos é que nas escolas, em que foi realizada a pesquisa de
campo, não apresentam nenhum profissional especializado em psicopedagogia. Podemos
perceber também a pouca valorização de um profissional psicopedagogo nas instituições
escolares, e até mesmo o pouco conhecimento sobre o papel do mesmo. Pois seria um
profissional mais indicado em avaliar, identificar, acompanhar e intervir as possíveis
dificuldades apresentadas pelos discentes; auxiliar os educadores a repensarem sobre sua
prática pedagógica, bem como dar assistência à prevenção aos problemas de aprendizado; e
intervir junto com a família ou os responsáveis nessas várias dimensões de aprendizagem
humana.
Concordamos com Souza (1995) quando diz que:
“... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento”. (p.58)
Considerando o exposto acima, a família é uma das ferramentas principais para que o
psicopedagogo possa realizar uma investigação e um acompanhamento permanente a qualquer
bloqueio no processo de aprendizagem. Essa investigação necessita primeiro entender a
origem da dificuldade ou distúrbio apresentado pela criança, para depois diagnosticar qual
transtorno de aprendizagem que a mesma demonstra, e realizar as intervenções necessárias
através das diferentes modalidades de atividades e testes padronizados, de acordo com a
necessidade do caso de atendimento. Resumindo, a criança para aprender precisa ter o desejo
de aprender, mas para que isso ocorra é fundamental que os pais ou responsáveis contribuam
para que a mesma obtenha esse desejo, ou seja, encontrar um desejo de “aprender a aprender”.
Quando analisamos a sétima questão: )a sua opinião, qual a importância de um
psicopedagogo na escola?, percebemos que as entrevistadas sabem que é importante de uma
psicopedagoga na escola, pois deve ser mais um profissional para somar na busca do
conhecimento e no acompanhamento do desenvolvimento individual das crianças. Porém,
revelaram que desconhecem quais são as funções exatas, se é claro que existem, de um
profissional psicopedagogo.
Na verdade, a Psicopedagogia é o campo do conhecimento que visa compreender as
variadas dimensões do desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo das
estratégias e técnicas para facilitar e / ou desobstruir o tal processo. Por meio de técnicas e
métodos próprios, a psicopedagoga pode atuar na forma preventiva e terapêutica, quando há
algum bloqueio que faça com que tenha dificuldade de aprender.
Em relação à forma preventiva, podemos destacar: promover orientações
metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e / ou dos grupos; propor e
auxiliar no desenvolvimento de projetos favoráveis às mudanças educacionais; detectar
possíveis perturbações no processo de aprendizagem; promover uma integração nas relações
da comunidade escolar e familiar.
Na linha terapeuta, ressaltamos: avaliar e diagnosticar os problemas de aprendizagem;
conhecer os potenciais e as dificuldades das crianças; desenvolver técnicas remediativas;
orientar pais e professores; encaminhar, por meio de um relatório, quando necessário, a outros
profissionais (fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista, entre outros).
Vale lembrar que Bossa (1994) afirma que:
“O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a investigação. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria investigação, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito”. (p.74)
Portanto, o psicopedagogo é o profissional que trabalha com o que chamamos de
“problemas de aprendizagem”, tanto dificuldades nas deficiências do aluno quanto as
conseqüências de problemas escolares. Outra função importante desse profissional é de
auxiliar o professor na sala de aula como meio de prevenção de algum bloqueio de
aprendizagem, através de elementos terapêuticos. Também estimula o desenvolvimento de
relações interpessoais nesse ambiente.
Já que cada indivíduo tem o seu momento específico de transformação interna, devido
aos inúmeros fatores, o espaço escolar precisa ser um ambiente que desenvolva as habilidades
e competências do mesmo, dando liberdade de se expressar livremente e de aprender a buscar
novas descobertas nas aprendizagens posteriores, mas quando encontra alguma dificuldade no
aprendizado é o momento adequado para a realização de uma intervenção psicopedagógica.
A observação é a ferramenta principal para ressaltar a importância da educação infantil
e o passo a passo que cada aluno promove para chegar na aprendizagem desejada. Sem
esquecer que a observação é uma peça – chave para acompanharmos e refletirmos sobre os
desafios da Educação Infantil, do Processo de Ensino – Aprendizagem e do Processo de
Avaliação.
CO�SIDERAÇÕES FI�AIS
O objetivo deste estudo foi analisar a importância da educação infantil na vida das
crianças de zero a seis anos de idade, para a sua formação como sujeitos pensantes e ativos na
sociedade. assim como, analisar o processo de avaliação na educação infantil, tendo em vista
que a criança passa por etapas, que a diferencia das outras crianças, para chegar na
aprendizagem desejada.
Abordar a importância e os desafios da educação infantil, nos fez questionar a
finalidade da educação infantil, a maneira interdisciplinar de utilizar o ensino, o lúdico nas
atividades educativas, a articulação família e escola, o espaço físico da instituição, o papel do
educador e o uso das brincadeiras neste nível de ensino.
Considera a principal base da educação, sendo a entrada fundamental para um mundo
cheio de descobertas e experiências, precisamos ter um novo olhar sobre a Educação Infantil.
Devemos adotar a interdisciplinariedade e articular os assuntos didáticos com a realidade e os
interesses dos alunos, enfatizando o lúdico e as brincadeiras nas atividades pedagógicas para
que a aprendizagem seja prazerosa e produtiva. Fazer julgamentos e / ou uniformalizar as
características individuais das crianças gera comportamentos estereotipados, causa rupturas e
obstaculariza o desenvolvimento.
Uma questão importante que enfatizamos neste trabalho monográfico é como ocorre o
desenvolvimento de aprendizagem infantil. Abordamos as teorias de Jean Piaget e de
Vygotsky, para conhecer as diferenças que estes dois teóricos abordam o estudo sobre como a
criança aprende, e para investigar que esse desenvolvimento acontece de forma contínua e
gradativamente, a partir das relações sociais.
Jean Piaget revela que a inteligência é o mecanismo de adaptação do organismo a uma
situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Desta forma, os
indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo
meio que os cercam. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais
“inteligente” será o indivíduo.
A idéia central da teoria de Piaget é de que o conhecimento não procede de uma ampla
programação inata, pré formada no sujeito (embora sua teoria se baseia em alguns elementos
inatos), mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas, as
quais são resultantes da relação sujeito X objeto.
A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades
crescentes, encadeadas umas às outras, de acordo com os seguintes estágios de
desenvolvimento, em relação ao aspecto motor, verbal e mental: período sensório-motor,
período pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. A importância de se definir os
períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que o conhecimento do homem
sobre o mundo está ligado diretamente à sua adaptação à realidade, ou seja, só o conhecimento
faz com que a pessoa se adapte ao mundo. Entretanto, esses conhecimentos obtidos pela
adaptação nada mais são que o desenvolvimento da própria pessoa. Portanto, cada fase de
desenvolvimento da criança apresenta características e possibilidades de crescimento da
maturação e / ou de aquisições do mundo e da vida.
Para Vygotsky, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma
conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros
sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais,
o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. O desenvolvimento e a
aprendizagem estão relacionados desde o nascimento da criança, onde a aprendizagem resulta
do desenvolvimento e este não ocorre sem a aprendizagem. A formação do indivíduo se dá
numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor – ou seja, o homem modifica o
ambiente e o ambiente modifica o homem.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o
cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o
desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções
psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história
social do homem, em sua relação com o mundo.
A construção da linguagem é essencial para as relações sociais, pois possui uma
característica de mediação presente em toda a atividade humana. A criança desenvolve
representações mentais do mundo através da cultura e da linguagem. E as funções psicológicas
especificamente humanas se originam nas relações do indivíduo e seu contexto cultural e
social. Para conhecer como a criança constrói a sua inteligência, Vygotsky relatou que o
desenvolvimento da aprendizagem da criança acontece em três zonas de desenvolvimento:
zona de desenvolvimento potencial, zona de desenvolvimento proximal e zona de
desenvolvimento real. A importância de conhecer e de trabalhar essas zonas desenvolvimento
visa entender que o nível de desenvolvimento mental de um aluno não pode ser determinado
apenas pelo que consegue produzir de forma independente, é necessário conhecer o que
consegue realizar, muito embora ainda necessite do auxílio de outras pessoas para fazê-lo.
Podemos perceber que tanto a teoria de Jean Piaget quanto a teoria de Vygotsky existe alguns
pontos semelhantes, mas há o maior ênfase das diferenças dessas duas teorias. Portanto, Piaget
coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal (de origem biológica) do
desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e
a dimensão histórica do desenvolvimento mental.
A sala de aula deve ser bem estruturada e organizada, pois é um meio muito rico para
resgatar e promover o funcionamento do sujeito, e quando o professor faz uso de diferentes
recursos pedagógicos consegue trabalhar as características individuais dos educandos
(semelhanças e diferenças), onde é um instrumento indispensável para auxiliar e favorecer nas
relações sociais e interpessoais, tanto professor X aluno, aluno X aluno quanto aluno X
sociedade. Com isso o professor se torna um desafiador no desenvolvimento da aprendizagem,
que é um processo evolutivo, particular e único, variando de acordo com as questões internas e
externas do aspecto biológico e da realidade sócio-cultural de cada indivíduo. A aproximação
da família com a escola oferece mais “abertura” para conhecer a cultura e o cotidiano das
crianças, e dá mais segurança ao educador para fazer as intervenções necessárias no decorrer
do processo de ensino – aprendizagem. Já que a escola passa ser a segunda casa do educando,
e na maioria das vezes no tempo integral, a família acaba diminuindo ou transmitindo a
responsabilidade da educação desse educando para a escola. Porém, não podemos esquecer
que a família tem um papel decisivo na condução e na evolução do desenvolvimento e da
aprendizagem da criança.
O espaço físico também é uma questão relevante quando a criança manifesta suas
idéias, seus desejos, seus sentimentos, seus conhecimentos, sua criatividade e sua imaginação.
A criança precisa de um ambiente seguro, criativo e afetivo para se expressar facilmente e com
“liberdade”, mas quando isso não é realizado ou acontece algo que possa desobstruir o
desenvolvimento e a aprendizagem da criança, é necessário de uma intervenção
psicopedagógica individual, através de técnicas e métodos preventivos e terapêuticos, de
acordo com a habilitação profissional e a necessidade do caso de atendimento.
De acordo com Bossa (1994):
“...cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico / prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem”. (p.23)
Dentre várias funções, citadas acima, que o psicopedagogo possui, não podemos
esquecer que a meta do diagnóstico psicopedagógico é a de investigar os vários aspectos do
processo de aprendizagem e seu modo de aprender para identificar as áreas de competências e
limitações, visando conhecer e entender as origens das possíveis dificuldades e / ou distúrbios
de aprendizagem apresentados.
Outro ponto de grande importância e que é o foco deste estudo é a avaliação e como
vem sendo empregada nas turmas de educação infantil. Tendo em vista que o desenvolvimento
e a aprendizagem é um processo gradativo e permanente, cada ser humano tem o seu próprio
ritmo de crescimento e de maturação.
Para Woolfolk (2000):
“Embora haja discordância quanto ao que está envolvido no desenvolvimento e como ele acontece, existem alguns princípios gerais que quase todos os teóricos adotam. 1) As pessoas se desenvolvem em ritmos diferentes; 2) O desenvolvimento é relativamente ordenado; 3) O desenvolvimento acontece de forma gradual”. (p.37)
A avaliação precisa ter uma nova postura pedagógica, oportunizando o aluno a
aprender com o próprio erro, a construir sua identidade e sua autonomia, e a buscar caminhos
significativos para as aprendizagens posteriores. A avaliação que se preocupa em ter alguma
“prova” se o aluno aprendeu ou não tal assunto desejado, determina os conhecimentos que
serão transmitidos, verifica a capacidade que o aluno tem em absorver o conteúdo e classifica
com notas o aprendizado, prejudicando o avanço do desenvolvimento.
Segundo Hoffmann (1996):
“A avaliação em Educação Infantil precisa resgatar urgentemente o sentido essencial de acompanhamento do desenvolvimento e de reflexão permanente sobre as crianças em seu cotidiano, como elo na continuidade da ação pedagógica”. (p.48)
Neste estudo mostramos, como resposta a situação – problema: Como realizar a
avaliação nas turmas de educação infantil?, a forma mais adequada de acontecer uma ação
avaliativa, que será através de uma avaliação construtivista. Essa avaliação enfatiza uma
permanente observação do desenvolvimento individual infantil, um acompanhamento
constante das etapas de crescimento e um registro do passo a passo da aprendizagem, tanto
através de relatório e de portifólio, quanto através de pareceres descritivos e de fichas de
avaliação.
Essas minhas considerações estão embasadas nas observações realizadas foi percebida
durante a pesquisa de campo realizada em uma escola pública e uma escola privada, situadas
no município de Duque de Caxias e no município do Rio de Janeiro, respectivamente.
Percebemos que embora tenhamos encontrado a realização de uma avaliação que não se limita
em um único momento, ou melhor, em um único instrumento, ainda existem escolas que
executam avaliações formais (provas e testes) nas turmas de educação infantil. Isso mostra que
o processo de avaliação ainda não tem sido compreendido em sua verdadeira essência. Cabe
aos cursos de formação de professor, tanto o Curso Normal, o curso de Graduação quanto o
curso de Pós-graduação, Mestrado (contínua formação acadêmica), ampliar, refletir e debater
essa e outras discussões sobre a importância da Educação Infantil, O Desenvolvimento da
Aprendizagem Infantil, O Psicopedagogo na Escola e O Processo de Avaliação.
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
A�EXOS
A�EXO A
EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA ARMAZE�AR �O
PORTIFÓLIO
DESE�HO LIVRE SOBRE SUA VIDA
A�EXO B
DOCUME�TO SOBRE O RELATÓRIO DESCRITIVO DO
DESE�VOLVIME�TO DO (A) ALU�O (A)
ESTADO DO RIO DE JA�EIRO
PREFEITURA MU�ICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Escola Municipal: ____________________________________________________________
Nome do(a) Aluno(a): __________________________________________ Idade: _________
Nome do(a) Professor(a): ______________________________________________________
Turma: _____________ Turno: ______________ Bimestre: _____________ Ano: _________
RELATÓRIO DESCRITIVO DO DESE�VOLVIME�TO
DO (A) ALU�O (A)
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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OBSERVAÇÕES:
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
E�CAMI�HAME�TOS DA ORIE�TAÇÃO EDUCACIO�AL E PEDAGÓGICA:
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
Nº de dias letivos: __________________ Professor: _______________________
Freqüência: ________ dias ______ %
Data: ____/_____/_____ Orientador(a) Educacional: ____________
Responsável: _________________________ Orientador(a) Pedagógico: ____________
A�EXO C
ASPESTOS QUE DEVEM SER CO�SIDERADOS PARA A
REALIZAÇÃO DA FICHA DE RELATÓRIO DESCRITIVO DO
DESE�VOLVIME�TO DO ALU�O
1) DESENVOLVIMENTO AFETIVO
•••• Características pessoais (alegre, falante, agressivo, apático, expansivo,
espontâneo, comunicativo, agitado, destruidor, dispersivo, amável,
tímido, indiferente, triste, provocador, dependente, etc.).
•••• Expressa e controla suas emoções e deu nervosismo.
•••• Resolve suas dificuldades de forma equilibrada.
•••• Tem imagem positiva de si mesmo e suas potencialidades.
•••• Escuta e respeita a opinião alheia.
•••• Tem mudanças repentinas de comportamento.
•••• Tem humor estável / demonstra estabilidade emocional.
•••• Revela autonomia no pensar e agir.
2) RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS / PROFESSORES
•••• Faz amigos com facilidade.
•••• Respeita colegas e professores.
•••• Tem espírito de solidariedade e cooperação.
•••• Observa normas coletivas de disciplina.
•••• Cooperação com colegas e professores.
•••• Tem boa interação nos trabalho em grupo.
3) PARTICIPAÇÃO
• Presta atenção nas aulas e nas atividades.
• Tem persistência na realização das tarefas.
• Tem responsabilidade com os estudos.
• Tem iniciativa.
• Participa bem das atividades em grupo.
• Posiciona – se de maneira crítica e construtiva nas diferentes situações.
• Tem interesse e disposição para o estudo.
• É pontual e assíduo.
4) DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL / APROVEITAMENTO
•••• Expressa seu atendimento através de diferentes linguagens.
•••• Argumenta em defesa de suas próprias idéias.
•••• Pensa criativa e independentemente.
•••• Tem conhecimento (dos assuntos específicos: seqüências, classificações,
categorias, etc.).
•••• Aplica os conceitos aprendidos em outras áreas e em outros problemas.
•••• Sistematiza, combinando as partes no todo: organiza as idéias; relata as
experiências.
•••• Desenvolve estratégias próprias para resolver problemas.
•••• Busca informações em diferentes fontes.
5) ORGANIZAÇÃO E HÁBITOS PESSOAIS
• Mantém seu material em ordem e atualizado.
• Zela pelo material coletivo.
• Tem presteza para iniciar as tarefas.
• Possui hábitos de urbanidade e cortesia.
• Possui hábitos de higiene.
6) ASPECTOS DA CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA
I. ORALIDADE
•••• Expõe suas idéias verbalmente, de forma clara?
•••• Reconta uma história e consegue recuperar a idéia geral do texto?
•••• Argumenta em defesa das idéias próprias?
•••• Apresenta familiaridade com materiais escritos, demonstrando interesse?
•••• Reconhece os tipos de texto que estão sendo trabalhados? (4/5)
II. LEITURA
•••• Nomeia ou descreve as figuras inseridas num texto, percebemos que existe
uma relação entre a parte escrita e as ilustrações?
•••• Diferencia letras, números, desenhos e símbolos?
•••• Sabe o nome da letra mas ainda não estabelece relação com seu som?
•••• Lê algumas palavras, ou parte delas e “adivinha” (infere) o resto, atribuindo
significado ao texto?
III. ESCRITA
•••• Utiliza a escrita ainda que não convencionalmente, como forma de registro,
empregando letras, desenhos e números de forma aleatória?
•••• Diferencia letras, números, desenhos e símbolos reconhecendo o papel das
letras na escrita?
•••• Percebe que as letras servem para escrever, mas não sabe como isso ocorre?
•••• Conhece a grafia das letras do alfabeto, variando letras e sua quantidade
conforme a palavra?
•••• Sabe que tal palavra se escreve com determinada letra mas não sabe onde
colocá-la?
•••• Já demonstra ter consciência da correspondência entre pensamento / fala e a
palavra escrita? Sabe o nome da letra mas ainda não estabelece relação com
seu som?
•••• Demonstra saber que pode com lógica, empregando uma letra para cada
pedaço da palavra, com correspondência de valor sonoro? (4/5)
•••• Demonstra ter conhecimento do valor sonoro convencional de grande parte
das letras, juntando-as para que formem sílabas ou palavras, mesmo ainda
incompletas? (4/5)
•••• Utiliza o conjunto de letras necessárias à construção da palavra, ainda que
não ortograficamente? (4/5)
A�EXO D
ROTEIRO DE E�TREVISTA COM OS EDUCADORES
Prezado (a) Professor (a):
Sua participação será fundamental na realização do trabalho monográfico “EDUCAÇÃO
INFANTIL: COMO AVALIAR?”, do curso de pós-graduação de Psicopedagogia, na
Universidade Candido Mendes.
Atenciosamente,
Alline Freitas da Silva
Instituição: ( ) Pública ( ) Privada
Sua formação: ( ) Curso Normal ( ) Ensino Médio ( )Ensino Superior
( )Pós – Graduação ( ) Outros
Qual a importância da Educação Infantil, para você?
Durante a sua formação, você realizou algum estudo sobre a educação infantil e o processo de
avaliação: ( ) Sim ( ) Não
De que maneira você tem aplicado esses conhecimentos em sua prática de sala?
De que maneira os seus alunos são avaliados?
Quais as dificuldades que você encontra ao avaliar seus alunos?
Que procedimentos tomados diante de alguma dificuldade de aprendizagem (fala,
comportamento etc)?
Na sua opinião, qual a importância de uma psicopedagoga na escola?
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