PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
MARIELI RAMOS STOCCO
TREINO FUNCIONAL PARA IDOSOS
Londrina-PR
2017
MARIELI RAMOS STOCCO
TREINO FUNCIONAL PARA IDOSOS
Dissertação apresentada à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Franco Oliveira.
Londrina-PR
2017
MARIELI RAMOS STOCCO
TREINO FUNCIONAL PARA IDOSOS
Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Exercício Físico na
Promoção da Saúde, área e concentração em Exercício Físico na Idade Adulta como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre conferida pela Banca
Examinadora formada pelos professores:
___________________________________
Prof. Dr. Orientador: Rodrigo Franco de Oliveira
UNOPAR
____________________________________
Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior
UNOPAR
____________________________________
Prof. Dr. Denilson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, 17 de fevereiro de 2017.
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação na publicação (CIP) Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
Biblioteca CCBS/CCECA PIZA
Setor de Tratamento da Informação
Stocco, Marieli Ramos
S864t Treino Funcional para Idosos. / Marieli Ramos Stocco. Londrina: [s.n],
2017.
107f.
Dissertação (Mestrado em Exercício Físico na Promoção da Saúde).
Universidade Norte do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Franco Oliveira.
1- Treino funcional - dissertação de mestrado - UNOPAR 2- Treino
funcional - idosos 3- Exercício físico 4- Envelhecimento 5- Protocolo I-
Oliveira, Rodrigo Franco; orient. II- Universidade Norte do Paraná.
CDD 613.7
2
STOCCO, Marieli Ramos. Treino Funcional para idosos. 107 páginas. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2017.
RESUMO:
Devido ao processo de envelhecimento, há declínios físicos característicos desta fase, que muitas vezes têm repercussões sobre o comprometimento funcional, resultando em déficits de capacidades físicas como: força muscular, equilíbrio postural, flexibilidade e outros, o que pode comprometer a qualidade de vida (QV) dos idosos. Sendo a pratica regular de exercícios físicos um meio de atenuar estes prejuízos, o Treino Funcional, como tal, vem se consolidando como uma estratégia empregada não apenas com o objetivo de promover o aprimoramento do desempenho físico, mas também de contribuir com a promoção da saúde dos indivíduos idosos. Todavia, a literatura carece de materiais que possam auxiliar profissionais das áreas da saúde que trabalhem com o método. Além disso, tendo em vista a grande variação de exercícios que a técnica oferece, existe a necessidade de abordar aqueles que podem e devem ser trabalhados com idosos iniciantes no método. Desta forma, o objetivo do presente relatório técnico é apresentar uma proposta de elaboração de um livro que contemple tópicos sobre a aplicação do Treino Funcional em idosos. O desenvolvimento do livro consta dos seguintes itens: introdução; envelhecimento; aptidão física; treino funcional; considerações finais. Na introdução são apresentadas considerações iniciais de forma a instigar a curiosidade do leitor. Na sequência, o envelhecimento relatará, com base na literatura científica atual, alterações demográficas e aspectos biológicos do envelhecimento, como também, as alterações na capacidade funcional. No tópico relacionado à aptidão física, são apresentados os componentes da aptidão física, relacionados à saúde e a habilidade, passiveis de serem treinados em idosos. Sobre o treino funcional, este capítulo, além de trazer uma descrição do método, traz uma proposta de treino específico para idosos. Quanto às considerações finais, realiza-se aí o fechamento do livro. A proposta apresentada pelo presente relatório técnico possibilitará aplicação prática direta aos profissionais da área do exercício físico relacionado à promoção da saúde, uma vez que contemplará variáveis referentes a um protocolo de exercícios para uma parcela da população onde os profissionais estão cada vez mais atentos. Porém, carecem de literatura específica para este fim. Palavras-chave: Envelhecimento. Exercício Físico. Treino Funcional. Idosos. Protocolo.
3
STOCCO, Marieli Ramos.Aging and Physical Exercise: Functional Training. 107 p. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. 2016.
ABSTRACT Due to the aging process, there are physical declines characteristic of this phase, which often have repercussions on functional impairment, resulting in deficits in physical capacities such as: muscular strength, postural balance, flexibility, and others, which may compromise the quality of life (QOL) of the elderly. As the regular practice of physical exercises is a way of mitigating these losses, Functional Training, as such, has been consolidated as a strategy employed not only in order to promote the improvement of physical performance but also to contribute to the promotion of health of the elderly. However, the literature lacks books that can assist health professionals in working with the method. Moreover, in view of the wide variation of exercises that the technique offers, there is a need to address those more specific to older beginners in the method. Thus, the objective of this technical report is to present a proposal to compile a book that covers topics about the application of Functional Training in the elderly. The development of the book consists of the following items: introduction; aging; physical fitness; functional training; final considerations. In the introduction initial considerations are presented in order to instigate the reader's curiosity. Following this, aging, based on the current scientific literature, demographic changes and biological aspects of aging, as well as changes in functional capacity. On the topic related to physical fitness, its components related to health and skills that can be trained in the elderly are presented. Concerning functional training, this chapter, in addition to providing a description of the method, proposes a functional training for the elderly. As for final considerations, it’s the closing of the book, which enable direct practical application for the professionals in the area, since it will include variables related to an exercise protocol for a portion of the population, in which professionals are increasingly aware but lack specific literature for this purpose. Keywords: Aging, Physical Exercise, Functional Training, Elderly, Protocol
4
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................... 7
2.1 ENVELHECIMENTO ............................................................................................. 7
2.1.1 Envelhecimento e exercício físico ...................................................................... 8
2.2 TREINO FUNCIONAL ........................................................................................... 8
2.2.1 Treino Funcional para Idosos ............................................................................. 9
3. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 10
3.1 COMPOSIÇÃO DO LIVRO .................................................................................. 10
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO DO LIVRO ................................................................ 12
3.3 APLICAÇÃO DO TREINO FUNCIONAL RELACIONADO À PROMOÇÃO DA
SAÚDE ...................................................................................................................... 13
4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO .................................................................. 14
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS ......................................................................... 15
APÊNDICE A - TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO CIENTÍFICO ............... 18
APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO E CARTA DE ACEITE ................................. 20
ANEXO 1 – CERTIFICADO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO EM EVENTO
CIENTÍFICO .............................................................................................................. 36
ANEXO 2 – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM ............................. 37
ANEXO 3 – ESBOÇO DO LIVRO ............................................................................. 38
5
1. INTRODUÇÃO
O prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer indivíduo.
Entretanto, só pode ser considerado, de fato, uma conquista na medida em que se
agregue qualidade aos anos adicionais vividos1. O envelhecimento representa o
conjunto de consequências ou efeitos da passagem do tempo2. Trata-se, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), de um processo sequencial, individual,
cumulativo, irreversível, universal, não patológico, comum a todos os membros de
uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao
estresse do meio ambiente3.
O envelhecer nos remete a um processo de transformação
constante que não acontecem de modo simultâneo em todo o organismo. Esse
processo envolve múltiplos fatores: moleculares, celulares, sistêmicos,
comportamentais, cognitivos e sociais que interagem e regulam o funcionamento do
indivíduo que envelhece4,5 bem como acarretam redução da reserva fisiológica em
diferentes sistemas do corpo, contribuindo para perda progressiva da capacidade
funcional, modificação do estado nutricional e composição corporal do idoso,
expondo-o a um estado de maior vulnerabilidade 6.
A população mundial, notadamente a brasileira, esta envelhecendo e
isso consiste em um fato indiscutível. Enquanto a expectativa de vida aumenta, a
taxa de fecundidade e natalidade diminui4. As alterações na dinâmica populacional
são claras, inequívocas e irreversíveis7,8,9, dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE-2010) mostraram que, no ano 2000, 5,61% da população total do
Brasil era de idosos. As estimativas para 2030 indicam que 13,44% da população do
Brasil será composta de idosos10.
As consequências dessa dinâmica implicam em uma maior procura
por serviços de saúde. As internações hospitalares tornam-se mais frequentes e o
tempo de ocupação do leito é maior quando comparado a outras faixas etárias. Se
considerarmos que envelhecimento acompanha, em alguns casos, maior carga de
doenças, mais incapacidades e aumento do uso dos serviços de saúde1, a
investigação dos fatores que permitem uma boa qualidade de vida na velhice, bem
como das variações que esse estado comporta, reveste-se de grande importância
científica e social11.
6
A fim de promover a saúde, o exercício físico pode trazer benefícios
para a aptidão física, minimizando as perdas, próprias do processo de
envelhecimento, no indivíduo fisicamente ativo, bem como auxiliando o quadro
mental, psicológico e social12. Afinal a saúde nada mais é que um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença
ou enfermidade, como notoriamente definido pela Organização mundial da Saúde
(OMS)13,14,15. Assim, a participação do idoso em programas de exercício físico
regular fornece respostas favoráveis que contribuem para o envelhecimento
saudável.
Entretanto é necessário determinar a amplitude e os mecanismos
em que o exercício físico pode melhorar a saúde, capacidade funcional, aptidão
física, qualidade de vida e independência nesta população16. Surge então a proposta
do Treino Funcional, um novo método, que deve ser compreendido sob a ótica e
princípio da funcionalidade, o qual preconiza a realização de movimentos integrados
e/ou multiplanares, que implicam em aceleração, desaceleração e estabilização a
fim de aprimorar a habilidade de movimento, eficiência neuromuscular e força da
região do tronco17.
Este método visa melhorar a capacidade funcional, através de
exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos, os quais proporcionam
melhora no desenvolvimento da consciência sinestésica e do controle corporal
atuando sobre o equilíbrio muscular estático e dinâmico e diminuindo a incidência de
lesão e aumentando a eficiência dos movimentos 18; igualmente, buscam adicionar
ao estímulo neuromuscular e aeróbico outras características, como agilidade e
coordenação motora19,20 e os demais componentes da aptidão física.
Existe uma ampla possibilidade de aplicação e "transferência" dos
efeitos deste tipo de treino para as atividades do cotidiano17, assim é importante que
se analise as características das atividades de vida diárias do indivíduo, a fim de
propor-lhe um programa de treinamento que potencialize suas demandas e
compense possíveis desajustes18.
Há poucas referências bibliográficas que aborde de forma conjunta
os termos Treino Funcional e Idosos, ou ainda a prescrição de Treino Funcional
voltado para a população idosa, assim objetivou-se por meio desta produção técnica
desenvolver uma material teórico prático que possa nortear profissionais da área da
7
saúde (Fisioterapeutas e Profissionais de Educação Física) a orientar a prescrição
de Treino Funcional para idosos
2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 ENVELHECIMENTO
Os seres vivos passam por transformações ao longo da vida que
envolve inúmeros fatores: moleculares, celulares, sistêmicos, comportamentais,
cognitivos e sociais que interagem e regulam o funcionamento do indivíduo que
envelhece4,5. O processo de envelhecimento implica em redução da reserva
fisiológica e perda progressiva da capacidade funcional, modificação do estado
nutricional, tornando-o mais vulnerável6.
Os problemas de saúde e o declínio fisiológico se desenvolvem
progressivamente no indivíduo e, em parte, devem-se ao estilo de vida mantido ao
longo dos anos. A nutrição e o exercício físico desempenham um papel relevante ao
longo da vida7. A história alimentar e o sedentarismo de uma pessoa mantêm
estreita relação com o seu perfil de saúde-doença, especialmente quando se trata
de enfermidades que estão relacionadas ao aumento da idade21,22.
A relação entre envelhecimento, exercício físico e saúde vem sendo
cada vez mais discutida e analisada cientificamente. Atualmente, é consenso entre
os profissionais da área da saúde que o exercício físico é um fator determinante no
sucesso do processo do envelhecimento21. Este é uma séria preocupação para os
governos e a população em geral, pois altera o perfil de uma sociedade e requer a
adaptação de todo o sistema sócio-político, já que há uma procura crescente de
serviços especializados de saúde22.
8
2.1.1 Envelhecimento e exercício físico
O avanço da idade propicia o surgimento de perdas progressivas na
aptidão/capacidade física e funcional do organismo que influenciam na diminuição
da prática de exercício físico. A inatividade física age como acelerador do declínio
humano e ocasiona maior incapacidade funcional, perda de qualidade de vida,
aumento do número de doenças, obesidade e mortalidade, entre outras
consequências23, deixando evidente a importância do exercício físico para a pessoa
idosa.
É fato que o exercício físico regular é um ingrediente fundamental
para um envelhecimento saudável. De todos os grupos etários, os idosos são os
mais beneficiados por sua prática, já que o risco de muitas doenças e problemas de
saúde, comuns na velhice, como hipertensão arterial sistêmica, depressão,
osteoporose, fraturas ósseas e diabetes, diminuem com a prática regular de
exercício físico. Além de que idosos treinados fisicamente podem se cuidar mais
adequadamente e se envolver nas atividades comuns da vida24. A participação em
um programa de exercício regular é uma modalidade de intervenção efetiva para
reduzir e prevenir inúmeros declínios funcionais associados ao envelhecimento 16.
2.2 TREINO FUNCIONAL
O Treino Funcional surgiu como uma nova proposta a ser
compreendida sob a ótica e princípio da funcionalidade, o qual preconiza a
realização de movimentos integrados e multiplanares que implicam aceleração,
estabilização e desaceleração, com o objetivo de aprimorar a habilidade de
movimento, da eficiência neuromuscular e força da região do tronco. Este método
busca a “transferência” dos efeitos do treino para as “atividades da vida diária” 16,17.
O Treino Funcional visa melhorar a capacidade funcional, por meio
de exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos, os quais proporcionam
melhora no desenvolvimento da consciência sinestésica e do controle corporal
atuando sobre o equilíbrio muscular estático e dinâmico, diminuindo a incidência de
9
lesão e aumentando a eficiência dos movimentos18. Buscam também adicionar ao
estímulo neuromuscular e aeróbico outras características, como agilidade e
coordenação motora19,20.
As características das atividades de vida diárias do indivíduo devem
ser analisadas, para que se possa propor um programa de treino que potencialize as
demandas do aluno e compense possíveis desajustes18. É importante ressaltar que
as atividades de vida diárias ocupam aproximadamente 1/3 do tempo diário,
portanto, é fundamental que sejam dedicadas de 2 a 3 horas semanais, para que
sejam transmitidas modificações positivas e o controle dos os hábitos negativos
inerentes ao estilo de vida16,18.
2.2.1 Treino Funcional para Idosos
O processo de envelhecimento dos músculos esqueléticos é
caracterizado por um número reduzido de unidades motoras, fibras musculares e
tamanho das fibras tipo II que levam a uma perda da força muscular e de potência.
Além disso, há uma deterioração da propriocepção e tempo de reação observada
com o aumento da idade26. Estas mudanças resultam em redução de força
muscular, equilíbrio estático e dinâmico e mobilidade articular, o que podem induzir a
quedas e/ou uma perda de independência26.
O Treino Funcional para idosos tem sido uma excelente proposta
porque é voltada para movimentos de vida diária26. Buscam adicionar ao estímulo
neuromuscular e aeróbico outras características, como estímulo proprioceptivo,
agilidade e coordenação26. Neste método, realiza-se exercícios visando à melhoria
do controle, da estabilidade e da coordenação motora27, essenciais aos idosos que
sofre alterações provenientes do processo de envelhecimento natural e
consequentemente perdas funcionais, levando a condições favoráveis a
dependência.
Especificamente em idosos, níveis adequados de força muscular e
flexibilidade, dentre outros fatores, são determinantes para a eficácia na execução
dos diferentes movimentos envolvidos na realização das atividades de vida diárias.
A diminuição na funcionalidade desses componentes, com o avançar da idade,
10
podem comprometer de maneira parcial ou completa a realização das atividades
cotidianas, acarretando uma maior dependência e redução de qualidade de vida.
Neste sentido, a prática regular de programas de exercícios físicos, como o Treino
Funcional, voltados para o desenvolvimento da força muscular, flexibilidade, e
demais componentes da aptidão física, tem sido recomendado como meio de
atenuar ou reverter os efeitos negativos relacionados ao envelhecimento e/ou
fatores a ele associados28.
3. DESENVOLVIMENTO
Nesta seção do relatório, consta a produção técnica, em que são
descritas informações de formatação do material e os itens que compõem o livro,
com explicações detalhadas sobre a importância de cada tópico e sub-tópico que
integraram o documento final.
3.1 COMPOSIÇÃO DO LIVRO
O livro seguirá as normas de publicação da editora ainda a ser
escolhida. No mesmo constarão os seguintes tópicos:
Introdução: Nesse item, é realizada uma contextualização do
leitor sobre o assunto a ser tratado no livro. O principal
objetivo deste tópico no livro é instigar a curiosidade do leitor,
motivando-o a adentrar nos demais tópicos;
1. Envelhecimento: É explicitado no livro algumas definições
de envelhecimento para que se compreenda melhor o
processo pelo qual passa o indivíduo idoso para que lhe seja
proposto o treino adequado para suas capacidades físicas
além de serem citados alguns aspectos demográficos do
11
envelhecimento a fim de que se possa ver a relevância deste
grupo etário na população.
Aspectos biológicos do envelhecimento é outro tópico deste
capítulo que relata algumas alterações físicas e de
componentes da aptidão física diante do envelhecimento.
Para finalizar, tem-se o tópico capacidade funcional, tão
almejada hoje em dia, especialmente nesta fase da vida que é
marcada por perdas, afinal, não basta envelhecer, tem-se que
envelhecer com qualidade, funcionalidade e independência.
Em resumo, este tópico define, segundo vários autores, o
processo do envelhecimento, discorre brevemente sobre os
aspectos demográficos e aspectos biológicos do mesmo,
além da capacidade funcional em idosos;
2. Aptidão Física: Este capítulo busca esclarecer o leitor
sobre o que é e qual a importância de se treinar os
componentes da aptidão física em indivíduos idosos. Para
tanto, realiza-se uma breve abordagem sobre os
componentes da aptidão física relacionados à saúde e à
habilidade, já que, quando trabalhados em conjunto e
orientados por profissionais da área da saúde, compõem uma
excelente estratégia de promoção da saúde e prevenção de
agravos, principalmente em idosos.
Para a construção deste capítulo, dividiram-se os
componentes da aptidão física em temas relacionados à
saúde e à habilidade; posteriormente, discorreu-se sobre
cada um deles de forma específica, com base teórica em
artigos científicos publicados em periódicos indexados nas
bases de dados supracitadas.
Em resumo, este capítulo trata sobre os componentes da
aptidão física relacionada à saúde e a habilidade
considerando sempre o público idoso como coadjuvante do
treino destas capacidades.
4. Treino Funcional: Neste tópico, o livro busca trazer os
aspectos mais relevantes do Treino Funcional bem como
12
fatos importantes para sua aplicação na população idosa,
como algumas orientações metodológicas e didáticas,
materiais, vantagens, desvantagens, cuidados, periodização
das sessões de treino e uma proposta de treino que inclui
alguns exercícios.
Em resumo, este último e mais importante capítulo do livro
aborda o definições de Treino Funcional, os aspectos do
envelhecimento que influem no treino, algumas abordagens
metodológicas e didáticas, os materiais mais comuns,
algumas vantagens, desvantagens e cuidados, além da
periodização de sessões de treino e finaliza com uma
proposta de Treino Funcional para idosos.
Considerações Finais: São expostas considerações sobre a
importância dos tópicos abordados;
Referências: Apresenta as referências bibliográficas
utilizadas durante todo o texto do livro.
3.2 REFERENCIAL TEÓRICO DO LIVRO
Para seleção do referencial teórico do livro, optou-se principalmente
por artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, em revistas científicas
indexadas. São incluídos ainda livros cujos autores são referência quanto ao tema
relacionado ao envelhecimento e ao Treino Funcional e para a definição de
conceitos. Foi realizada uma busca em periódicos indexados nas seguintes bases
de dados eletrônicas: Scielo, PubMed (MEDLINE) e LILACS e no banco de dados
BIREME, além de livros e sites que abordassem tais assuntos.
Optou-se como sequência para o material, o tema envelhecimento,
seguido de aptidão física e Treino Funcional. No livro, essas sessões têm como
finalidade suscitar no leitor a importância da prática do exercício físico, mais
especificamente o Treino Funcional, para atenuar os declínios comumente
relacionados ao envelhecimento e para tanto, os dois primeiros temas abordados,
servem como componentes essenciais para que se realize uma contextualização do
13
tema abordado para melhor compreensão dos mesmos diante de sua participação
no Treino Funcional.
3.3 APLICAÇÃO DO TREINO FUNCIONAL RELACIONADO À PROMOÇÃO DA
SAÚDE
Sobre a aplicação da produção técnica (livro) na área do exercício
físico para à promoção da saúde, destaca-se o fato de existirem poucos materiais
referentes à aplicação do Treino Funcional. Quando a área é especificamente
relacionada ao envelhecimento, a situação é ainda mais crítica.
Atualmente, os cursos de graduação das áreas do exercício físico
relacionado à promoção da saúde, normalmente, não possuem uma disciplina
específica que aborde o envelhecimento. A temática do envelhecimento nem sempre
é estudada de forma completa nestes cursos.
Dessa forma, a proposta de produção técnica apresentada pelo
presente relatório vem contribuir com a lacuna atualmente existente na literatura,
sobre a aplicação do Treino Funcional em idosos.
Uma vez que todo material foi confeccionado tomando-se como
base as pesquisas científicas existentes sobre a temática. O profissional, ao usufruir
do livro, encontrará informações atuais e confiáveis sobre o tema em questão,
podendo compreender de forma pontual e organizada como a técnica pode
possibilitar o desenvolvimento de capacidades físicas imprescindíveis para a pessoa
idosa.
Espera-se com isso que o presente material auxilie de maneira
didática e prática profissionais que atuam com o Treino Funcional para que possam
atender a demanda crescente de idosos na prática deste exercício físico, quanto à
promoção da saúde.
14
4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO
Este livro poderá auxiliar os profissionais da área do exercício físico
na promoção da saúde, como aqueles graduados em Educação Física e
Fisioterapia, tendo como intuito a melhoria na qualidade dos serviços, e na
intervenção dos exercícios físicos referentes Treino Funcional.
O livro sugere exercícios que são capazes de promover os
componentes da aptidão física à terceira idade e os detalha através de descrições e
fotos. Assim, poder-se-á haver uma chance maior de sucesso na intervenção,
notadamente quando o foco estiver direcionado para estas variáveis, tão importantes
para a maior independência e melhor qualidade de vida dos idosos.
15
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APÊNDICE A - TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO CIENTÍFICO
PERFIL DE RISCO DE SÍNDROME METABÓLICA E DOENÇAS
CARDIOMETABÓLICAS EM IDOSOS
STOCCO, Marieli Ramos; PROENÇA, Mahara; MARTINI, Fabio Antônio Néia; OLIVEIRA, Rodrigo Franco de - [email protected] - Universidade Estadual
do Norte do Paraná (UENP); Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). INTRODUÇÃO: O envelhecimento é considerado a fase de declínio do desempenho fisiológico e funcional, havendo uma limitação das capacidades de adaptações do indivíduo. A Síndrome Metabólica (SM) consiste na associação de três dos cinco fatores de risco: obesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica, hiperglicemia, resistência insulínica e dislipidemia. Relaciona-se a este último os fatores comportamentais: atividade física, tabagismo e etilismo que associados às alterações advindas do envelhecimento contribuem para acentuação da SM predispondo os indivíduos aos riscos cardiometabólicos. OBJETIVO: Identificar a presença e analisar os riscos da SM e doenças cardiometabólicas em idosos. METODOLOGIA: Coletaram-se informações referentes à prática de atividade física, uso de tabaco e álcool, medidas antropométricas, pressão arterial sistólica e diastólica, dosagens de lipídeos plasmáticos e glicemia, dos 37 indivíduos idosos que procuram os serviços do laboratório municipal de análises clínicas de Jacarezinho-PR e concordaram em participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Análise estatística realizou-se mediante o pacote computadorizado SPSS, versão 13.0. RESULTADOS: A média de índice de massa corporal e idade da amostra foi 27,9 (sobrepeso) e 65 anos respectivamente. Com relação aos fatores de risco da SM, as alterações glicêmicas foram as mais incidentes, 90% dos indivíduos diagnosticados com SM apresentaram altos níveis glicêmicos e 60 vezes mais chances de desenvolver doenças cardiometabólicas. Estas chances caem para 30 vezes, em indivíduos com redução da lipoproteína de alta densidade (HDL-C), presente em 83% dos sindrômicos. Para os fatores comportamentais, verificou-se que o tabagismo foi o fator mais incidente na amostra de sindrômicos (73,3%), com um risco cardiometabólico de 3,3; seguido da atividade física (respectivamente 66,0% e 1,8) e etilismo (55,9%, 1,5). CONCLUSÃO:
Verificou-se a relevância do processo de envelhecimento diante da SM e seus fatores comportamentais bem como sua estreita relação com os riscos cardiometabólicos. A SM esteve presente em mais da metade da amostra (73%) e os fatores de riscos cardiometabólicos mais significantes foram às alterações glicêmicas e diminuição do HDL-C. Os fatores comportamentais não se mostraram relevantes na amostra analisada. Palavras chaves: Risco, Doenças cardiometabólicas, Idosos. Stocco MR, Proença M, Martini FAN, Oliveira RF. Perfil de Risco de Síndrome Metabólica e Doenças Cardiometabólicas em Idosos. XIII Seminário Internacional sobre Atividade Física para a III Idade. Londrina, Brasil. Universidade Estadual de Londrina, Faculdade de Educação Física, 2016.
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20
APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO E CARTA DE ACEITE
ARTIGO ORIGINAL
Correlação entre equilíbrio postural estático, quedas e pico de torque isocinético
de extensores e flexores do joelho em idosos
Correlation between static postural balance, falls and pick torque isokinetic of
extensors and flexors of the knee in elderly
Correlação entre equilíbrio, quedas e força em idosos
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR),
Londrina (PR), Brasil.
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP),
Jacarezinho (PR), Brasil.
Marieli Ramos Stocco(1), Fábio Antônio Néia Martini(2), Laís Campus de Oliveira(3), Raphael
Gonçalves de Oliveira(4), Rodrigo Franco de Oliveira(5).
1Mestre docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Norte do
Paraná (UENP), Jacarezinho (PR), Brasil; 2Doutor docente do Centro de Ciências da
Saúde da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Jacarezinho (PR),
Brasil; 3Doutoranda do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR), Londrina (PR), Brasil e docente do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Jacarezinho (PR), Brasil; 4Doutorando
do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR),
Londrina (PR), Brasil e docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual
do Norte do Paraná (UENP), Jacarezinho (PR), Brasil; 5Doutor docente do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina (PR),
Brasil.
Corresponding Author: Rodrigo Franco de Oliveira. Address: Rua Marselha 591, Bairro Jardim Piza, Londrina (PR), Brasil. CEP: 86041-140. Telephone: (43) 3371 7339/ 3371 9849. E-mail: [email protected] CONFLICTS OF INTEREST: The authors declare that they have no conflicts of interest in the research.
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RESUMO:
Introdução: Declínios de equilíbrio postural estático e força muscular, especialmente de
membros inferiores são fortes preditores de quedas em idosos. Objetivo: O objetivo
deste estudo foi identificar a possível correlação existente entre equilíbrio postural
estático, quedas e pico de torque isocinético de extensores e flexores de joelho em
idosos. Método: Realizou-se um estudo transversal contendo avaliação antropométrica,
de equilíbrio postural estático em apoio unipodal de membro dominante por meio da
plataforma de força, teste de força muscular de flexão e extensão de joelho do membro
dominante por meio do dinamômetro isocinético e a aplicação de um questionário
estruturado sobre quedas. Concordaram em participar da pesquisa 106 voluntários de
ambos os sexos mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os
dados foram tratados no programa Statistical Package for the Social Sciences versão
20.0. Resultados: Verificou-se uma correlação positiva fraca entre área do COP e pico
de torque de flexão (r=0,204; p=0,041) e extensão (r=0,228; p=0,022) do joelho, e
também entre pico de troque de extensão de joelho e velocidade ântero posterior
(r=0,319; p=0,001) e médio lateral (r=0,324; p=0,001). Uma correlação positiva
moderada entre área do COP e velocidade ântero posterior (r=0,694; p=0,000) e médio
lateral (r=0,646; p=0,000) e correlação positiva forte foi encontrada apenas entre pico
de torque de flexão e extensão de joelho (r=0,719; p=0,000). Conclusão: Houve uma
correlação fraca entre equilíbrio postural estático e força muscular de membro inferior
dominante e não houve correlação entre quedas e força muscular de membro inferior
dominante ou quedas e equilíbrio postural estático na amostra estudada.
Palavras-chave: Correlação; Equilíbrio estático; Força muscular; Idosos; Quedas.
ABSTRACT:
Introduction: Declines of static postural balance and muscle strength, especially of
lower limbs are strong predictors of falls in the elderly. Objective: The objective of this
study was to identify the possible correlation between static postural balance, falls and
isokinetic torque peak of knee extensors and flexors in the elderly. Methods: A cross-
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sectional study with anthropometric evaluation of static postural balance in unipodal limb
support was performed using the force platform, flexural strength test and knee
extension of the dominant limb using the isokinetic dynamometer and the application Of
a structured questionnaire on falls. They agreed to participate in the study 106
volunteers of both sexes through the signing of the free and informed consent. The data
were treated in the Statistical Package for the Social Sciences program version 20.0.
Results: There was a weak positive correlation between COP area and peak flexion
torque (r=0.204, p=0.041) and extension (r=0.228; p=0.022) of the knee, as well as
peak extension (r=0.319, p=0.001) and lateral mean (r=0.324, p=0.001). A moderate
positive correlation between COP area and anteroposterior velocity (r=0.694, p=0.000)
and lateral mean (r = 0.646; p = 0.000) and strong positive correlation was found only
between peak flexion torque and knee extension (r=0.719, p=0.000). Conclusion:
There was a weak correlation between static postural balance and dominant lower limb
muscle strength, and there was no correlation between falls and lower limb muscle
strength, or between falls and static postural balance in the studied sample.
Keywords: correlation; Static balance; Muscle strength; Elderly; Falls.
INTRODUÇÃO:
As limitações biomecânicas associadas ao envelhecimento estão
fortemente relacionadas com a força muscular e equilíbrio em idosos. Geralmente, devido
ao envelhecimento, há uma deterioração de vários órgãos dos sentidos que afetam
diretamente estas variáveis 1, 2. O desequilíbrio postural é um fator limitante na vida de
idosos 3 e somado a instabilidade decorrente da fraqueza muscular, acabam por
comprometer a marcha, tornando-a lenta, cautelosa, arrastada, acompanhada de
gingado, ocasionando maior propensão às quedas 4, 5.
A manutenção do equilíbrio postural deve-se a um conjunto de reflexos
que desencadeiam respostas baseadas em estímulos visuais, vestibulares ou
somatossensoriais. Mudanças relacionadas à idade no sistema sensório-motor e no
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sistema neuromuscular afetam negativamente o desempenho do controle postural
estático e dinâmico, mesmo em idosos saudáveis 6,7. Essas mudanças também afetam o
tempo de reação, o grau de oscilação do corpo aumenta, mesmo em posições simples,
como uma postura ereta, fazendo com que indivíduos idosos sofram mais oscilações 8 e
estejam mais susceptíveis a quedas.
A diminuição de força muscular, assim como do equilíbrio 9, traz
consequências para a autonomia funcional deste grupo etário. De forma geral, perdas
progressivas de força tendem a deixar os idosos incapacitados para realizarem as tarefas
mais simples do dia-a-dia, tornando-os muitas vezes dependentes dos que os cercam, o
que acaba por reduzir em grande escala a qualidade de vida desses indivíduos 10.
Fraqueza muscular, marcha prejudicada e equilíbrio diminuído são
fatores de risco relevantes para quedas em idosos 11. A incidência de quedas é uma
importante questão social, uma vez que pode levar a redução da saúde física, social e
problemas psicológicos. Dentre as consequências da queda estão: redução da
funcionalidade, perda de independência e, em alguns casos, a morte. Além disso, cair
leva ao aumento dos custos de saúde e define uma série de problemas sociais 2. Sendo
assim, é extremamente relevante avaliar equilíbrio postural, quedas e força muscular em
idosos, a fim de elucidar as alternativas eficientes que podem ser aplicadas para
prevenção de quedas e reabilitação após as mesmas em idosos. Portanto se objetivou
identificar a correlação entre equilíbrio postural estático, quedas e pico de torque
isocinético de extensores e flexores de joelho em idosos de uma comunidade do interior
do Estado do Paraná, Brasil.
METODODLOGIA
Participantes
A pesquisa foi delineada como um estudo transversal, com a proposta
de avaliar as seguintes variáveis: força muscular de membro inferior e equilíbrio postural
estático em idosos saudáveis com instrumentos de avaliação padrão ouro. Participaram
24
da mesma, 106 idosos de ambos os sexos. O número da amostra foi estabelecido com
base nos artigos científicos publicados sobre o tema cuja metodologia se aproxima ao do
presente estudo.
Todos os idosos foram recrutados na comunidade local. Os critérios de
inclusão neste estudo foram os seguintes: idade acima de 60 anos, ter independência
para realizar as atividades da vida diária (AVDs) e atividades instrumentais da vida diária
(AIVDs; não apresentarem limitações funcionais para deambular ou que usem
dispositivos de apoio (bengala, andador e muletas), não apresentarem nenhuma
deficiência física, auditiva ou visual que impeça a realização dos testes, responder de
forma negativa a um questionário com perguntas auto-referidas em relação à
comorbidades, para identificar problemas como osteoartrose de joelhos ou de quadril,
crises de labirintites, cirurgias ortopédicas de quadril, joelhos ou tornozelos que limitem a
realização dos testes para equilíbrio, ter capacidade cognitiva para responder
corretamente aos questionários (pontuação>19 no Mini Exame do estado mental); não
ser considerado sedentário (por meio do IPAQ-versão curta). Os critérios gerais de
exclusão foram os seguintes: doenças ou distúrbios auto-relatados musculoesqueléticos e
do sistema neural, labirintite grave e crônica; doenças crônicas dos sistemas
cardiovascular e respiratório, presença de qualquer dispositivos eletrônico ou metálico
implantado, como um marca-passo.
Para determinar o nível de atividade física, uma versão curta do
questionário IPAQ foi usada por todos os voluntários. Os participantes foram informados
sobre o protocolo experimental e os riscos possíveis do estudo e deram o consentimento
escrito antes da participação. Atendendo ao prescrito na resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde, os idosos concordaram em participar voluntariamente da pesquisa,
assinando, para isto, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1). O
protocolo e o termo de consentimento foram previamente aprovados pelo Comitê de
Ética da UNOPAR - CEP - Unopar sob n° 513.001.
25
Procedimentos
A massa corporal foi mensurada em balança de leitura digital, da marca
Filizola, modelo ID 110, com precisão de 0,1 kg e a estatura foi aferida com um
estadiômetro de alumínio com precisão de 0,1 cm, de acordo com os procedimentos
descritos por Gordon; Chumlea; Roche12. A partir dessas medidas, foi calculado o índice
de massa corporal (IMC) por meio da relação entre a massa corporal e o quadrado da
estatura, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros
(m). Os idosos foram classificados de acordo com os pontos de corte recomendados pela
Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) no projeto Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento (SABE) que pesquisou países da América Latina, incluindo o Brasil: baixo
peso (IMC<23kg/m2), peso normal (23<IMC<28kg/m2), pré-obesidade
(28<IMC<30kg/m2) e obesidade (IMC>30kg/m2).
Foi aplicado um questionário estruturado na forma de entrevista para
conhecer o número de quedas sofridas pelo indivíduo no ultimo ano. O questionário
continha duas questões simples, referentes ao número de quedas nos últimos seis meses
e no último ano.
Após a familiarização com o instrumento e protocolo experimental, as
participantes realizaram o teste de equilíbrio postural em apoio unipodal com o membro
inferior de preferência sobre uma plataforma de força (BIOMEC400), foram realizadas
três tentativas de 30 segundos, com repouso de 30 segundos entre cada. Para as
análises estatísticas, utilizou-se a média das tentativas. O protocolo foi padronizado para
a tarefa: pés descalços, braços soltos e relaxados ao lado do corpo e com o seguimento
cefálico posicionado horizontalmente ao plano do solo. Cada participante direcionou seu
olhar para um alvo fixo (cruz preta = 14,5 cm altura X 14,5 cm largura X 4 cm de
espessura), posicionada na parede a uma distância de 2,5 metros e na altura dos olhos.
Para avaliação do equilíbrio, os sinais da força de reação do solo provenientes das
medidas da plataforma foram coletados em uma amostragem de 100 Hz. Todos os sinais
de força foram filtrados com um filtro de segunda ordem Butterworth passa-baixa a 35
Hz. Em seguida os sinais foram convertidos por meio de uma análise estabilográfica,
26
compilada com as rotinas do MATLAB do próprio software da plataforma (The Mathworks,
Natick, MA). O principal parâmetro de equilíbrio computado foi a velocidade de oscilação
do COP (Vel. COP), nas direções ântero-posterior (A/P) e médio-lateral (M/L) e área do
COP (cm2).
FIGURA 1: Avaliação na plataforma de força
A força muscular de membro inferior dominante foi mensurada através
de um dinamômetro isocinético da marca Biodex modelo Multi-Joint Pro, a uma
velocidade angular de 60º por segundo, sendo analisados o pico de torque e o trabalho
muscular total. A avaliação foi realizada com o indivíduo sentado com a cadeira
posicionada em 85º de flexão de quadril, eixo de rotação do equipamento alinhado ao
centro da articulação do joelho (epicôndilo lateral), cintos posicionados no tronco e
(cruzados) região pélvica, em volta da coxa do membro contralateral e tornozelo
homolateral ao membro avaliado, conforme o protocolo de Potulski et al (2011)13.
Antecedendo ao teste no dinamômetro, o aparelho foi devidamente
“calibrado” estando pronto para armazenar os dados dos voluntários seguindo
corretamente as normas do fabricante. Antes do início do teste os mesmos realizaram
um aquecimento em uma bicicleta ergométrica da marca Monark durante cinco minutos,
sem carga. Logo em seguida foram conduzidos à cadeira isocinética para o início da
avaliação.
27
Seguindo as normas do fabricante, o avaliador deve estabilizar o
indivíduo na cadeira de acordo com o seu biótipo, por cintos transversais na região
torácica, um cinto na região pélvica e um cinto na perna não dominante (altura do
quadríceps). A perna dominante será presa junto ao braço alavanca do dinamômetro,
ficando a almofada de apoio a dois centímetros do calcanhar e o eixo do dinamômetro
paralelo ao eixo da articulação do joelho do voluntário. O avaliador utilizou o aparelho
como modelo para demonstração da técnica e forma de execução adequada. Após ser
devidamente instruído, o indivíduo teve uma breve familiarização com o dinamômetro,
com relação à força e amplitude de movimento.
A avaliação foi realizada no modo concêntrico/concêntrico, ou seja, para
testar os extensores, o joelho deverá partir de 90º para 0º, e para testar os flexores o
joelho deverá partir de 0º para 90º. A velocidade angular será de 60º/s, sendo
realizadas cinco repetições, tendo um intervalo de 30 segundos entre as três séries.
FIGURA 2: Avaliação no dinamômetro isocinético
Análises Estatísticas
Foi realizada análise descritiva dos dados, expressos na forma de média
e desvio-padrão. Para verificar a normalidade da distribuição dos dados, foi realizado o
teste Kolmogorov-Smirnov. Para a comparação entre os gêneros utilizou-se o teste
Mann-Whitney para amostras independentes. A correlação entre as variáveis analisadas
foram avaliadas usando o teste de correlação de Spearman. O intervalo de confiança
28
admitido em todos os testes foi 95% (P<0,05). Os dados foram tratados no programa
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Corp., Chicago, IL, EUA), versão 20.0.
RESULTADOS
As características da amostra estão dispostas na TABELA 1. A média de
idade dos indivíduos avaliados foi de 68,58±5,86. Todos os avaliados eram destros em
membro inferior dominante, assim, apenas o membro inferior direito foi avaliado. Os
dados representados na TABELA 1 evidenciam peso de 67,40±11,99 quilogramas e altura
de 1,62±0,07 metros e Índice de Massa Corporal de 25,58±3,68, o que caracteriza a
amostra geral com peso normal (23<IMC<28kg/m2) segundo classificado de acordo com
os pontos de corte recomendados pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) no
projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE).
TABELA 1 - Características da amostra
Total (N=106) Mulher
(n=80)
Homens
(n=26)
Valor de
P
Peso (Kg) 67,40±11,99 69,16±9,64 76,70±13,38 0,000**
Altura (m) 1,62±0,07 1,60±0,06 1,66±0,08 0,000**
IMC 25,58±3,68 24,93±3,50 27,41±3,60 0,002**
Quedas 0,49±0,93 0,47±0,91 0,56±0,99 0,425
PT. Extensão 91,19±28,96 83,65±21,80 112,81±35,92 0,001**
PT. Flexão 47,19±17,70 42,67±15,22 60,16±18,19 0,001**
Área do COP 105,84±483,32 68,36±252,04 213,40±854,63 0,952
Vel. AP 6,46±5,56 6,02±4,91 7,70±7,04 0,471
Vel. ML 9,84±26,81 9,39±28,41 11,16±22,10 0,454
Nota: ** p < 0,01; * p < 0,05; IMC = Índice de Massa Corporal; PT. Extensão = Pico de Torque de Extensão; PT. Flexão = Pico de Torque de extensão; Área do COP = Área de deslocamento do centro de pressão; Vel. AP = Velocidade Antero Posterior; Vel. ML = Velocidade Médio Lateral.
Com relação às variáveis analisadas verificou-se uma correlação positiva
desprezível entre quedas e pico de torque de flexão (r=0,213; p=0,040), correlação
positiva fraca entre área do COP e pico de torque de flexão (r=0,204; p=0,041) e
29
extensão (r=0,228; p=0,022) do joelho, e também entre pico de troque de extensão de
joelho e velocidade ântero posterior (r=0,319; p=0,001) e médio lateral (r=0,324;
p=0,001). Uma correlação positiva moderada ocorreu entre área do COP e velocidade
ântero posterior (r=0,694; p=0,000) e médio lateral (r=0,646; p=0,000). E por fim
correlação positiva forte foi encontrada apenas entre pico de torque de flexão e extensão
de joelho (r=0,719; p=0,000), e velocidade médio lateral e ântero posterior (r=0,710;
p=0,000) como evidenciados pela TABELA 2, assim a hipótese do estudo que seria uma
correlação inversa entre força muscular e oscilação na plataforma de força, não foi
confirmada, ou seja, de maneira geral os dados estão mostrando que quanto maior a
força, há mais oscilação na plataforma de força, o que pressupõe um equilíbrio
deficitário, o que pode ser explicado supostamente por condições de rigidez, por
exemplo. No entanto são necessários novos estudos que possam analisar esta variável
juntamente a equilíbrio postural estático na plataforma de força e força muscular de
membro inferior por meio do isocinético.
TABELA 2 - Correlação entre as variáveis do estudo
Quedas PT. Extensão PT. Flexão Área de COP Vel. AP Vel. ML
Quedas r -
p -
PT. Extensão r -0,128 -
p 0,219 -
PT. Flexão r 0,213* 0,719** -
p 0,040 0,000 -
Área do COP r 0,031 0,228* 0,204* -
p 0,775 0,022 0,041 -
Vel. AP r -0,010 0,319** 0,189 0,694** -
p 0,922 0,001 0,059 0,000 -
Vel. ML r 0,025 0,324** 0,154 0,646** 0,710** -
p 0,816 0,001 0,124 0,000 0,000 -
Nota: ** p < 0,01; * p < 0,05; IMC = Índice de Massa Corporal; PT. Extensão = Pico de Torque de Extensão; PT. Flexão = Pico de Torque de extensão; Área do COP = Área de deslocamento do centro de pressão; Vel. AP = Velocidade Antero Posterior; Vel. ML = Velocidade Médio Lateral.
30
Detecção dos fatores de risco de queda é essencial para implementar
estratégias eficazes e adaptadas especificamente para prevenção queda 18. Alguns
fatores de risco de queda são irreversíveis, enquanto outros são potencialmente
modificáveis com intervenções apropriadas 14,15,16. Três dos intrínsecos fatores de risco
mais comuns modificáveis são fraqueza muscular, déficit de equilíbrio e instabilidade da
marcha 17,18,19,20.
Misic e col. (2009) 21 avaliou o pico de torque de flexores e extensores
de joelhos de cinquenta e cinco idosos aos 60º e 120º por meio de um dinamômetro
isocinético. Seus resultados evidenciam após intervenção comparando dois programas de
treino (resistência cardiovascular e flexibilidade/equilíbrio) que em todos os indivíduos
melhorou pico de torque do joelho para flexão (47,73±22,45) e extensão
(108,41±46,81) para ambas as velocidades testadas.
Neste estudo, embora de caráter transversal, os valores de pico de
torque para flexores (47,19±17,70) e extensores (91,19±28,96) de membro inferior
dominante avaliado através de dinamometria isocinética apresentou-se muito próximos
aos encontrados por Misic e col. (2009) apesar do fato de incluir na amostra indivíduos
ativos e sedentários, treinados e não treinados, enquanto Misic utilizou como critério de
inclusão para a pesquisa o ponto de corte de 45 (de um total de 54 pontos) na Escala de
Equilíbrio de Berg.
Mesquita (2015)10 avaliou sessenta e três idosos por meio da plataforma
de força após programas de treino envolvendo Pilates e Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva e grupo controle, em apoio bipodal, - Área do COP (102,6±100,6), Vel. AP
(21,05±12,01), Vel. ML (14,06±8,00). Este estudo, embora tenha avaliado o equilíbrio
em apoio unipodal, se aproximam destes resultados – Área do COP (105,84±483,32),
Vel. AP (6,46±5,56), Vel. ML (9,84±26,81).
Os resultados do presente estudo mostram que houve uma correlação
positiva fraca entre área do COP e pico de torque de flexão e extensão do joelho, e
também entre pico de troque de extensão de joelho e velocidade ântero posterior e
médio lateral. Uma correlação positiva moderada ocorreu entre área do COP e velocidade
31
ântero posterior e médio lateral. E por fim a melhor correlação encontrada (correlação
positiva forte) foi entre pico de torque de flexão e extensão de joelho.
Este resultado indica que quanto maior a área de COP, ou seja, a área
de oscilação da plataforma de força (o que pressupõe, déficits de equilíbrio), maior foi a
força de flexão e extensão de membros inferior, ou seja a correlação entre equilíbrio
postural e força muscular de flexores e extensores de joelho foi fraca. Também foi fraca
a correlação entre pico de torque de extensão (força de extensão) de joelho e velocidade
de deslocamento ântero posterior e médio lateral na plataforma de força.
Outro achado foi que a área do COP e velocidade de deslocamento
ântero posterior e médio lateral apresentaram correlação moderada, indicando que uma
maior velocidade de deslocamento ântero posterior e médio lateral na plataforma, nem
sempre vem acompanhada de uma grande área de deslocamento na mesma. E por fim,
como já era de se esperar, a correlação entre pico de torque de flexão e extensão de
joelho foi forte evidenciando que ambos são grandezas diretamente proporcionais.
Assim a hipótese do estudo que seria esperar uma correlação inversa
entre força muscular e oscilação na plataforma de força, não foi confirmada, ou seja, de
maneira geral os dados estão mostrando que quanto maior a força há mais oscilação na
plataforma de força pressupondo maiores déficits de equilíbrio.
Até o momento foi encontrado nenhum estudo de correlação entre as
variáveis analisadas que utilize uma avaliação metodológica próxima a este para
comparação das mesmas. Mais pesquisas são necessárias para determinar qual a relação
e quais componentes da aptidão física que quando somados em um treino, são eficazes
em termos de preservação de quedas em idosos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dado o exposto temos que houve uma correlação fraca entre equilíbrio
postural e força muscular e não houver correlação entre quedas e força muscular ou
quedas e equilíbrio na amostra estudada. Portanto, recomendamos que novos estudos
32
incluam amostras maiores e intervenções que comparem e/ou estas variáveis a outros
componentes da aptidão física a fim de compreender mecanismos que levam os idosos a
sofrerem quedas. Isso ajudará a elucidar as alternativas eficientes que podem ser
aplicados para prevenção de quedas e reabilitação após as mesmas em idosos.
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36
ANEXO 1 – CERTIFICADO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO EM EVENTO
CIENTÍFICO
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ANEXO 2 – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM
38
ANEXO 3 – ESBOÇO DO LIVRO
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