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XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
SNBU 2014
SERVIÇO DE DESCOBERTA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A
IMPLANTAÇÃO NA REDE DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
Fernanda Maria Lobo da Fonseca Leila Cristina Rodrigues de Andrade
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RESUMO
Descreve o processo técnico de implantação do serviço de descoberta, denominado Descubra,
na Rede Sirius – Rede de Bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, utilizando
a solução EBSCO Discovery Service (EDS). Ressalta a importância do serviço de pesquisa integrada
para a comunidade acadêmica. Apresenta resultados parciais desse processo, ilustrando-os com as telas
customizadas, e as estratégias empregadas para a sensibilização dos colaboradores como agentes
incentivadores do uso da ferramenta como principal fonte de acesso aos recursos informacionais
disponíveis. Tece recomendações para a administração e manutenção do serviço, visando a sua
consolidação e credibilidade.
Palavras-Chave: Serviço de descoberta na web. Pesquisa integrada. Recursos eletrônicos. Biblioteca
universitária.
ABSTRACT
This paper describes the management of the technical process in the implementation of the
web scale discovery service, called “Descubra”, at Rede Sirius – Rede de Bibliotecas da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro – UERJ using EBSCO Discovery Service (EDS) solution. It emphasizes
the importance of integrated research service for the academic community. Presents partial results
illustrated by customized screens and awareness strategies to sensitize employees who are encouraging
the use of the tool as the main access source of information to the available resources. Makes
recommendations for the administration and maintenance of the service targeting its consolidation and
credibility.
Keywords: Web scale discovery service. Integrated research. Electronic resources. Academic library.
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1 Introdução
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) oferece cursos de graduação (33);
pós-graduação (77); especialização (127) e extensão (186). A comunidade acadêmica abrange
33.844 discentes, docentes e servidores (UNIVERSIDADE, 2013).
A Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ, subordinada diretamente a Reitoria, é
composta pela Direção, 4 Núcleos: Processos Técnicos (NProtec); Informática (Informat);
Memória, Informação e Documentação (MID), Planejamento e Administração (PLANAD), e
23 bibliotecas setoriais distribuídas em 10 campi localizados em 7 municípios do Estado do
Rio de Janeiro (Duque de Caxias, Ilha Grande, Nova Friburgo, Resende, Rio de Janeiro, São
Gonçalo, Teresópolis). Encontram-se alocados em seu quadro funcional 194 servidores
técnicos administrativos.
A Rede Sirius, em parceria com as Unidades acadêmicas da UERJ, tem submetido
sistematicamente projetos para captação de recursos junto às agências de fomento. A partir
desse reforço orçamentário, aumentou, no último quadriênio, o volume de aquisição de
material bibliográfico através da Direção da Rede e das bibliotecas setoriais.
O investimento prioritário em recursos eletrônicos se constituiu em uma estratégia
para otimizar a gestão orçamentária, desenvolver, atualizar e renovar o acervo das bibliotecas.
Essa iniciativa está em consonância com o movimento da universidade para reunir e
disponibilizar a produção acadêmica, apoiando iniciativas de acesso aberto, como a Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações da UERJ (BDTD/UERJ) <http://www.bdtd.uerj.br/> e o Portal
de Publicações Eletrônicas <http://www.e-publicacoes.uerj.br/> que utiliza o software Open
Journal System/Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (OJS/SEER).
Em paralelo, observou-se uma demanda crescente da comunidade acadêmica, por
assinatura de bases de dados, aquisição de livros eletrônicos (atualmente são
aproximadamente 20 mil títulos), além da intensificação do acesso ao Portal CAPES e de
pesquisas em bibliotecas virtuais de acesso público em particular, pelos discentes.
Inicialmente, ações e estratégias para o uso das fontes eletrônicas foram
disponibilizadas de forma dispersa, na medida em que os conteúdos eram adquiridos, uma vez
que não se dispunha de dotação orçamentária para uma solução de gerenciamento desses
recursos.
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Na estrutura organizacional da Rede Sirius, o NProtec coordena as políticas para
organização do conhecimento e recuperação da informação, estabelece normas e padrões para
o processamento técnico e participa, com o Núcleo Informat, do gerenciamento do sistema de
automação das bibliotecas.
Nesse cenário, coube ao NProtec iniciar, em 2012, um estudo preliminar para atender
às demandas emergenciais de tratamento da informação dos recursos eletrônicos. Em
decorrência, foram elaboradas as diretrizes de parametrização do sistema de automação de
bibliotecas em uso na UERJ, VTLS Virtua, para a validação dos registros Machine Readable
Cataloging (MARC) desses recursos.
Para o processamento técnico dos 93 primeiros livros eletrônicos, em língua inglesa,
adquiridos das editoras Wiley-Blackwell e Cambridge University Press criou-se um
procedimento para a catalogação de e-books anexado ao “Manual MARC da Rede Sirius para
catalogação de monografias e manuscritos”. Os metadados desses títulos foram analisados e
revisados um a um, enriquecendo assim os respectivos registros com: a tradução de
cabeçalhos de assunto; atribuição de números de chamada; revisão das autoridades (pessoa e
assunto) e da pontuação prescrita; inclusão de textos no campo 856 (Electronic Location and
Access) com as URLs para a capa, sumário, texto completo e termo de uso da editora e
inclusão de notas sobre acesso. Procedeu-se também à catalogação de registros de autoridades
e à criação de índice, no Sistema Virtua, para a recuperação de e-books.
Em 2013, o NProtec realizava treinamentos na catalogação de registros de autoridades
(nome e assunto) visando a conferir maior consistência à base Virtua, quando aconteceu a
aquisição de aproximadamente 12 mil títulos da editora Springer. Tornou-se então necessário
sistematizar uma metodologia de inserção e customização, em blocos, dos registros MARC
disponibilizados pela editora, no catálogo online.
Simultaneamente a esse processamento técnico, o Núcleo de Memória e
Documentação (MID), reformulou o site da Rede Sirius1. O intuito era reunir todas as
informações sobre as coleções eletrônicas recém-adquiridas, por meio de etiquetas de atalho
que direcionassem os usuários ao Catálogo On-Line, aos Livros Eletrônicos, às Bases e
Periódicos e à BDTD. Ainda assim, a recuperação da informação exigia percorrer um
1 O site da Rede Sirius está disponível em: http://www.redesirius.uerj.br/.
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caminho longo, ou seja, pesquisar em cada um desses links e nos sites dos editores dos livros
eletrônicos adquiridos após o segundo semestre de 2013, não integrados no catálogo online.
O NProtec, observando e vivenciando essas dificuldades e outras referentes ao
tratamento técnico em larga escala de metadados dos livros eletrônicos, definiu como
prioridade adquirir uma ferramenta de pesquisa integrada. Com isso se otimizaria a
recuperação, o uso dos recursos informacionais disponíveis pela comunidade acadêmica e
dispensaria a tarefa de inclusão dos metadados no catálogo online.
A partir desse diagnóstico, o Núcleo solicitou à Direção da Rede Sirius essa aquisição.
O software selecionado foi o EBSCO Discovery Service (EDS). O processo de aquisição da
assinatura iniciou-se em outubro de 2013 e concretizou-se em fevereiro de 2014.
Este trabalho apresenta o processo de implantação do serviço de descoberta na Rede
Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ, com foco na configuração técnica da ferramenta.
2 Revisão de Literatura
Com a explosão informacional propiciada pela web as bibliotecas foram obrigadas a
repensar seus processos, instrumentos e métodos de trabalho. Neste novo cenário, surgem
novas demandas e perfis de usuários que instigam e motivam os bibliotecários a oferecem
serviços e produtos que contemplem às expectativas de acesso à informação de uma forma
simples, rápida, amigável, interativa e relevante.
Para Bento (2012) uma das soluções para atender essas expectativas seria a adoção de
um novo catálogo bibliográfico, denominado Catálogo 2.0. Este novo conceito redefine o
catálogo tradicional estendendo a sua abrangência a todos os recursos que os usuários têm à
sua disposição, sejam eles locais ou acessíveis remotamente, com manifestações impressas ou
em formato digital, adquiridos ou em livre acesso. A evolução do Catálogo 2.0 leva este
conceito ainda mais longe ao permitir contribuições dos usuários para o enriquecimento de
dados dos recursos. Ao estabelecerem esta ligação, quer os recursos, quer os usuários, alargam
a sua rede social em novas ramificações de (potenciais novos) recursos, usuários e
comunidades. Este modelo de Catálogo 2.0 é um sistema de descoberta de conteúdos.
Os serviços de descoberta em escala web para bibliotecas são, segundo Vaughan
(2011), serviços capazes de realizarem pesquisas de forma amigável e rápida a um vasto
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conteúdo, local ou remotamente pré-indexado e pré-coletado, provendo resultados
classificados por relevância através de uma interface intuitiva. O autor considera que “[...] a
descoberta em escala web é, ou certamente possui o potencial para ser, a evolução que as
bibliotecas procuram há algum tempo para a descoberta de informação” (Tradução nossa, p. 5).
Para Maranhão (2011; 2012) os serviços de descoberta oferecem uma interface única
de pesquisa a diferentes conteúdos apresentando o resultado reunido, classificado e
ranqueado, de acordo com critérios pré-estabelecidos de relevância. Enquanto Sá (2013)
descreve as soluções de descoberta como softwares de busca e recuperação com “interfaces
inteligentes para os usuários, de forma a propiciar processos interativos e autônomos de
assistência aos diversos perfis de usuários para a apresentação e visualização da informação”.
Quanto à importância da utilização dessa nova tecnologia nas bibliotecas, Breeding
destaca que:
o serviço de descoberta pode desenvolver um papel vital na infraestrutura estratégica da biblioteca. No entanto, deve-se levar em consideração que não
se trata de um produto de tamanho único que atenda aos diversos tipos e
tamanhos de bibliotecas, pois as necessidades de uma biblioteca pública e de uma biblioteca universitária se diferem completamente (BREEDING, 2014a,
p. 25, tradução nossa).
A comercialização desses serviços se intensificou a partir de 2010 e os principais
produtos disponíveis no mercado são os das empresas OCLC (WorldCat Local), Serials
Solutions (Summon), Ebsco (Ebsco Discovery Service), Ex Libris (Primo) e Innovative
(Encore). Trata-se, portanto, de um novo serviço para o segmento de bibliotecas.
Com o intuito de favorecer a seleção de um serviço de descoberta, Peled (2012a)
elaborou critérios de avaliação de sistemas de descoberta estabelecendo as seguintes
funcionalidades mínimas e obrigatórias:
a) experiência de usuário: escopo, características, interface e resultados de busca;
navegação por facetas; recursos de personalização e de computação social
(Web 2.0); área “meu espaço”; alertas; entrega; acessibilidade e usabilidade e
busca federada;
b) fontes de dados: obtenção, normalização e enriquecimento de dados;
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c) suportar padrões, normas e protocolos da ciência da informação e propiciar
interoperabilidade;
d) saas (Software as a Service) - serviços de assinatura.
A implantação de um serviço de descoberta, segundo Richardson (2013) requer a
participação de diversos setores da biblioteca tais como: aquisição e desenvolvimento de
coleções, processamento técnico, tecnologia da informação (TI) e também o serviço de
referência.
O serviço de descoberta é, segundo Peled (2012) a melhor ferramenta para encontrar,
localizar e entregar material informacional aos usuários. Enfatiza também que devemos nos
certificar de que os itens não estejam sendo apenas descobertos, mas principalmente usados e
que as bibliotecas precisam adequar seus serviços para atenderem às expectativas dos usuários
em desfrutar de uma interface de pesquisa amigável, fácil e única onde possam encontrar
todas as coleções da biblioteca.
Embora essa tecnologia esteja há pouco tempo no mercado, “esta inovação é e
continuará a ser uma solução incrivelmente impactante para os serviços e produtos das
bibliotecas” (RICHARDSON, 2013, tradução nossa). Na literatura encontram-se informações
sobre a rapidez de atualização e aprimoramento desses serviços, mas ainda assim ele é
considerado um produto estável e maduro por Breeding (2014b).
3 Materiais e Métodos
O processo de implantação do serviço de descoberta na Rede de Bibliotecas da UERJ
iniciou-se em março de 2014. Utilizou-se como referencial a metodologia de trabalho
sugerida pela EBSCO, e o protótipo da ferramenta, acessível via internet, com o conteúdo de
bases de dados de acesso aberto, disponibilizado, em 2012, à Rede Sirius, para testes e
avaliação.
As análises dos cenários, externo e interno, favoreceram identificar como um dos
desafios adequar a complexidade da tarefa ao tempo disponível, de março a maio de 2014,
reduzido ainda mais por feriados nacionais e municipais, em dias úteis, e pontos facultativos.
Isto porque, a vigência da assinatura já estava em andamento, não se contava com uma equipe
dedicada tempo integral ao projeto. O lançamento, para o público interno, teria que ocorrer
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antes do recesso acadêmico, em junho, em função da Copa do Mundo 2014. Pretendia-se
prevenir contratempos relacionados à alteração do funcionamento da UERJ, dada a
proximidade entre o campus Maracanã, e o estádio de futebol, sede de vários jogos.
Pelos motivos expostos, decidiu-se dividir o projeto de implantação em duas fases: a
primeira dedicada à configuração inicial da ferramenta e pré-lançamento com a liberação do
serviço para testes pela comunidade interna da Rede Sirius, no início de maio de 2014. A
segunda fase iniciaria, após o recesso da Copa, com o aprimoramento da configuração da
ferramenta contemplando os feedbacks dos colaboradores da Rede Sirius e o lançamento para
a comunidade acadêmica.
Com base na documentação de gerenciamento do projeto disponibilizado pela
empresa, os Núcleos NProtec e Informat elaboraram um plano de trabalho para atender às
demandas de informação do fornecedor e necessárias para a configuração inicial do serviço.
Em paralelo, o NProtec iniciou seu próprio plano de ação. Após a análise da
documentação e do protótipo, verificou-se que a complexidade e volume das tarefas
envolvidas na configuração do EDS exigiriam quatro frentes de trabalho: infraestrutura de
tecnologia da informação, customização técnica, layout e divulgação. Uma proposta de
trabalho foi apresentada à Direção da Rede com o intuito de acertar a participação do Núcleo
MID e PLANAD. O primeiro, nas questões relativas à customização do layout, criação de
logotipo, personalização da marca, divulgação da ferramenta e o segundo, nos contatos com
os fornecedores dos recursos eletrônicos existentes, para a obtenção das informações técnicas
necessárias à integração desses ao EDS.
Um grupo de trabalho interdisciplinar foi articulado para a configuração e divulgação
do produto composto por: 2 bibliotecários (NProtec), 1 analista de sistemas (Informat) e 3
agentes administrativos (MID), com formação em comunicação, design e tecnologia da
informação, em regime de dedicação parcial ao projeto.
Na primeira reunião do referido grupo, o NProtec apresentou a ferramenta e seu
protótipo; distribuiu as atividades e a documentação de acordo com as competências dos
Núcleos envolvidos e a área de atuação de cada participante; estabeleceu o cronograma de
implantação, incluindo as datas de lançamento do produto para os públicos interno e externo e
explicou o funcionamento do sistema administrativo de configuração (EBSCOAdmin). Coube
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ao Informat providenciar as contas de acesso para administradores e ao MID expor duas
propostas de logotipo para avaliação. Definiu-se que as reuniões para acompanhamento do
projeto seriam presenciais, semanais, e que o trabalho seria realizado de forma colaborativa, à
distância.
Para registro, as principais etapas desenvolvidas pelo grupo, por vezes de forma
concomitante:
a) coleta, sistematização e análise de dados e da documentação - para
personalização do EDS, em resposta aos questionários técnicos da EBSCO,
contemplando: análise dos metadados do catálogo online com a seleção de
campos MARC 21 a serem exportados; escolhas das bases de dados parceiras,
inclusas na assinatura, e das bases de acesso aberto; questões sobre a
interoperabilidade do serviço de descoberta com o catálogo online e os
repositórios institucionais – BDTD/UERJ e Portal de Publicações Eletrônicas
(OJS/SEER);
b) análise da estrutura do protótipo;
c) elaboração da matriz de responsabilidade - identificando as competências e
responsabilidades para realização das tarefas;
d) desenvolvimento de instrumentos de controle interno e acompanhamento das
atividades, tais como as entregas de informações do Núcleo à EBSCO e as
pendências das solicitações feitas aos outros Núcleos, e ao fornecedor (Figura
1). Elaboração do cronograma de implantação;
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Figura 1 - Controle interno das atividades de configuração EDS
Fonte: Os autores, 2014.
e) benchmark nas Instituições de Ensino Superior (IES) que utilizam o serviço no
Brasil e no exterior, com relação à interface gráfica e à terminologia
empregada, em língua portuguesa, para descrever a ferramenta. Escolha da
nomenclatura: pesquisa integrada;
f) padronização das descrições de identificação e localizações das bibliotecas em
todos os campi UERJ, simplificando e favorecendo a localização espacial do
acervo pelos usuários do sistema;
g) reuniões com o suporte técnico EBSCO/EDS, via teleconferências; visita
técnica do Gerente de Engenharia de Serviço de Descoberta, América Latina e
Europa e com o coordenador Discovery Solutions nos Estados Unidos;
h) exportação dos metadados do catálogo online para o servidor EBSCO;
i) levantamento das assinaturas de base de dados, periódicos e coleções de livros
eletrônicos, não contemplados no catálogo online;
j) contato com os fornecedores para informações complementares de acesso aos
metadados das coleções eletrônicas para integração ao serviço de descoberta;
k) definição do logotipo e escolha do nome “Descubra” para o serviço de
descoberta da UERJ;
l) criação de Uniform Resource Locator (URL) para o Descubra;
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m) customização técnica da ferramenta (renomeação e/ou tradução de menus e
funcionalidades, inclusão de abas, widgets e links);
n) realização de testes: de integração do catálogo online e dos demais recursos
eletrônicos; de uso das interfaces do site mobile e dos aplicativos para iPhone e
Android e das funcionalidades (pasta de armazenamento, compartilhamento em
redes sociais, exportação da pesquisa para gerenciadores de referência, alertas
automáticos entre outras);
o) planejamento da reunião de pré-lançamento do Descubra para a comunidade
interna da Rede Sirius, com a definição da dinâmica de apresentações dos
envolvidos no projeto e convite ao representante comercial da EBSCO para
apresentação sobre o panorama de utilização do EDS no Brasil e no mundo;
p) elaboração da apresentação sobre o processo de implantação do serviço e
demonstração dos recursos básicos de pesquisa e funcionalidades da
ferramenta;
q) solicitação de estatísticas de uso do acervo eletrônico, relativo ao período
anterior à implantação do Descubra, às editoras dos livros eletrônicos, ao
Portal Capes, aos representantes das bases de dados assinadas, ao Portal de
Publicações Eletrônicas para comparação após o lançamento do serviço e
r) estratégias de divulgação do lançamento do Descubra na Rede Sirius.
Para que o Descubra venha a ser a principal forma de acesso ao acervo da Rede Sirius,
a interface de pesquisa deve conferir visibilidade e favorecer o acesso de forma fácil e
amigável a todos os conteúdos, tanto os já tradicionalmente em uso pela comunidade, quanto
os recém-incorporados. Por outro lado, essa meta não poderá ser alcançada, sem a
sensibilização das equipes das bibliotecas, as principais multiplicadoras e incentivadoras do
uso do serviço, junto aos usuários. Daí a importância da divulgação interna e do emprego de
estratégias específicas para esse público, como a criação de um canal de comunicação
destinado a recolher suas sugestões e dúvidas sobre o uso do software.
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4 Resultados Parciais
A configuração estrutural do Descubra e os testes iniciais foram realizados em menos
de dois meses de trabalho intenso das equipes envolvidas, cumprindo assim o cronograma
previsto para esta fase do projeto. A participação da equipe de suporte da EBSCO EDS foi
imprescindível para alcançarmos os objetivos propostos (Figura 2).
Figura 2 – Descubra pesquisa integrada: tela inicial
Fonte: Site de acesso interno do Descubra, maio, 2014.
A integração do catálogo online ao serviço de descoberta (Figura 3) foi realizada com
sucesso, havendo apenas a necessidade de ajustes de informações sobre a disponibilidade dos
itens em tempo real. Tais ajustes dependem de dados técnicos do fornecedor do sistema de
gerenciamento de bibliotecas em uso na universidade.
Figura 3 – Descubra pesquisa integrada: detalhe da tela de resultados
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Fonte: Site de acesso interno do Descubra, maio, 2014.
As limitações técnicas e comerciais de algumas das bases de dados, tais como
metadados não disponíveis, ou modelos de negócio restritivos à visualização do conteúdo,
foram superadas por meio da inserção de links em banners, que favorecem o acesso a essas
bases. A integração da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ encontra-se em
fase de ajustes no protocolo de interoperabilidade. Portanto, provisoriamente, o acesso se dá
através de aba BDTD/UERJ criada no menu da tela principal e de widget2 para Teses e
Dissertações online (Figura 4). Este aplicativo aparece na tela de resultado de pesquisa do
Descubra e oferece a funcionalidade de pesquisa em bases nacionais e internacionais de teses
e dissertações, sem que haja a necessidade de repetição do termo de busca. Além disso,
adicionou-se ainda um banner com link para a BDTD/UERJ.
Figura 4 – Descubra pesquisa integrada: detalhe para o widget
Fonte: Site de acesso interno do Descubra, maio, 2014.
A customização de abas e menus do Descubra foi além da simples tradução destes para
a língua portuguesa. Estes foram renomeados de modo a se tornarem autoexplicativos. O
recurso chamado de “Periódicos A-Z” renomeado como “e-Coleções” é um exemplo, pois
nesta aba, além de periódicos eletrônicos, recuperam-se também e-books do acervo da Rede
Sirius, de acesso aberto e dos parceiros EBSCO (Figura 5). Com o intuito de favorecer a
divulgação dos conteúdos integrados criou-se a aba “Descrição das Bases” contendo uma
breve sinopse das bases de dados e a aba “Ajuda” contendo os tutoriais relacionados à
2 Widgets são aplicativos simples que se tornam “atalhos” para serviços e utilidades.
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pesquisa e aos seus recursos em português, adicionalmente à opção “Help?”, na tela inicial,
cujo conteúdo encontra-se em inglês.
Figura 5 – Descubra pesquisa integrada: tela e-Coleção de A-Z
Fonte: Site de acesso interno do Descubra, maio, 2014.
Em decorrência do processo bem sucedido de configuração da ferramenta, foi possível
realizar o evento de apresentação do Descubra aos colaboradores das bibliotecas da Rede
Sirius, conforme estabelecido no cronograma. Neste evento foi disponibilizado um URL para
uso interno e divulgada a criação de um tópico sobre o Descubra, no fórum de trabalho da
Rede Sirius, com o objetivo de captar sugestões e promover ajustes antes do lançamento para
a comunidade acadêmica. Os primeiros feedbacks de uso da ferramenta foram registrados em
menos de 24 horas do seu lançamento, demonstrando um bom nível de aceitação do público
interno.
5 Considerações Finais
Considera-se que o pioneirismo da UERJ, na aquisição do serviço de descoberta, face
às demais universidades públicas, no Estado do Rio de Janeiro, foi favorecido pelo
alinhamento da Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ - com a atual política acadêmica da
universidade. Ambas empenhadas em proporcionar à sua comunidade amplo acesso à
informação científica, nacional e internacional, e ampliar a visibilidade da produção
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acadêmica da universidade. Além disso, no que concerne às esferas administrativas, a Rede
Sirius vem adequando os seus fluxos de trabalho às exigências contábeis e legais do governo
do Estado do Rio de Janeiro, o que otimiza a tramitação dos processos de aquisição de
produtos e serviços informacionais. Credita-se aos fatores supracitados que a alocação de
recursos financeiros da universidade para a aquisição e manutenção da assinatura deste
serviço tenha se sobressaído entre tantos outros projetos apresentados à Administração
Central.
Cabe acrescentar que a configuração de um serviço de descoberta é um processo, que
exige monitoramento sistemático da vigência do conteúdo assinado pela instituição e
integrado à ferramenta, garantindo assim o acesso ininterrupto aos recursos e favorecendo a
credibilidade do serviço. O aperfeiçoamento e o incremento das funcionalidades devem ser
realizados pari passu às demandas percebidas com a sua utilização. Da mesma forma, a
capacitação dos profissionais envolvidos na administração da ferramenta precisa ser
constante, em função das atualizações no produto, consolidando o domínio da língua inglesa
na qual são oferecidos recursos de treinamento, a documentação e o gerenciamento do
serviço.
O suporte da EBSCO, no acompanhamento do pós-venda e da coordenação de
soluções do EDS, foi crucial no processo de implantação do serviço de descoberta na Rede
Sirius. Esta equipe mostrou-se proativa, eficiente, disponível e ágil na resolução dos
problemas técnicos. As tecnologias de comunicação e informação (TICs) eliminaram as
barreiras comumente impostas pela distância física entre as equipes sediadas no Rio de
Janeiro, Brasil e em Boston, Estados Unidos.
A segunda fase da implantação contemplará: ajustes pontuais, a partir das avaliações
dos colaboradores; testes complementares; lançamento para a comunidade acadêmica através
de divulgação nas mídias internas da universidade e no site da Rede Sirius; análise estatística
comparativa de uso das coleções e da ferramenta e continuidade no aprimoramento de novos
recursos.
O serviço de descoberta, assim configurado, se constituirá em uma ferramenta
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estratégica para a Rede Sirius, pois ratificará o perfil inovador da Rede de bibliotecas na
prestação de serviços informacionais de qualidade, e para a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, ao contribuir com a excelência acadêmica.
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