ESPECIAL DIGITAL
2.0REPÓRTER QUE FAZ FOTO, VÍDEO E TEXTO. DESTINO OU SONHO DE CHEFIA?
QUANDO O JORNALISMOCOLABORATIVO AJUDA. E QUANDO ATRAPALHA
SUA MATÉRIA CABE NOS 140 TOQUES DO TWITTER?
PREPARE-SE PARAFAZER SUA PRIMEIRAWEBVIDEORREPORTAGEM
CURSO ABRIL 2009Treze ideias práticas que podem mudar seu site,seu celular e – sim, ela tem futuro! – sua revista
Não é só turbo. É turbinado.Não é só turbo. É turbinado.
CHEGOU
www.fiat.com.br SAC 0800 707 1000
MOVIDOS PELA PAIXÃO.
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Leo B
urne
tt B
rasi
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Para ir à reunião de pauta.
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s m
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ente
ilus
trativ
as, c
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Para ir à festade lançamento.
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O Punto agoratem a versão T-Jet.
• Motor Turbo T-Jet 152 cv • Air bag duplo + ABS (HSD) • Sistema Blue&Me™ + volante em couro com comandos
de rádio e telefone • Painel central na cor do veículo• Bancos esportivos revestidos parcialmente em couro• Rodas exclusivas de liga leve 17”• Sistema de som Hi-Fi• Cruise Control • Sensor de estacionamento.
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Orientação: Alfredo Ogawa, Carlos Grassetti e Edward PimentaEdição: Amanda Zacarkim, Leo Branco, Luciana Oliveira, Paula Rothman (Texto); Fernanda Ribeiro, Letícia Pires, Maíra Miranda, Marina Brant (Arte)
Reportagem: Alexandre Salvador, Alessandra Moura, André Faust, Ana Luiza Leal, Cecilia Arbolave, Cecília Araújo, Clara Vanali, Elisa Tozzi, Felipe Carneiro, Frederico Machado, Giselle Hirata, Gustavo Simon, Juliene Moretti, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho, Marcio Orsolini, Mariana Amaro, Nádia Tamanaha, Raquel Borges, Renata Betti, Renan
Candeloro, Thiago Bronzatto (Texto); Eduardo Bessa, Luciana Martins (Arte), Diogo Salles, Paola Máximo, Pedro Silveira (Foto)
Colaboradores: Henrique Barone , Sattu, Vorko.com (Ilustração), Nelson Eufracio (Tratamento de imagem), Rosângela Ducati (Revisão)
Tratamento de imagem: Eduardo Blanco (Supervisor), Aldo Teixeira, Alexandre Fortunato, Cristina Negreiros, Fernando Batista, Leandro Alves, Luciano Custódio, Marcelo Tavares, Rogério da Veiga, Tatiana S. Silva
Produção: Wania Capelli
CURSO ABRIL DE JORNALISMO 2009
Coordenação: Edward PimentaProdução e Logística: Wania Capelli
Estagiários: Ricky Hiraoka e Valdir Junior
ORIENTADORES Adriano Sambugaro, Airton Seligman, Aline Sordili, Angélica Banhara, Angélica Santa Cruz, Bruno D’Angelo, Carolina Hungria, Christina Biltoveni, Cristiane Yamazato,
Daniel Tozzi, Demetrius Paparounis, Eliane Testone, Fábio Arruda, Felix Fassone, Fernando Ramos, Giuliana Tatini, Giuliano Girondi, Gisleine Carvalho, Jadyr Magalhães, Jefferson Rubbo, Kaio Medau, Kátia Perin, Kika Gianesi, Lia Camargo, Márcia Carini, Marcos Moitas, Maurício Grego, Peri Dias, Renata Aguiar, Renata Deos, Renata Verdasca,
Roberto Gerosa, Sandra Soares, Sérgio Gwercman, Sérgio Teixeira Jr., Thais Oyama e Wilson Weigl
PALESTRANTESAlexandre Ferreira, Aline Sordili, Ana Célia Aschenbach, Bia Mendes, Carlos Grassetti, Carlos Maranhão, Carlos Neri, Cláudio Ferreira, Daniela Bertocchi, Demian Grull,
Eurípedes Alcântara, Eriel Civale, Fabiana Zanni, Giuliana Tatini, Jairo Mendes Leal, João Gabriel de Lima, José Roberto Guzzo, Julius Wiedemann, Laurentino Gomes, Luis Crispino, Luiz Iria, Manoel Lemos, Marcelo Duarte, Marcelo Tas, Marcia Neder, Marco Bari, Monica Bergamo, Paulo Vitale, Policarpo Jr., Thais Oyama, Thiago Taboada e Thomaz Souto Corrêa
ALUNOS Texto: Alexandre Salvador, Alessandra Moura, Amanda Zacarkim, André Faust, Ana Luiza Leal, Bruno Meier, Caio Barretto Briso, Cecilia Arbolave, Cecília Araújo, Clara Vanali,
Elisa Tozzi, Felipe Carneiro, Frederico Machado, Giselle Hirata, Gustavo Simon, Juliene Moretti, Karolina Pinheiro, Kleyson Barbosa Pinto, Leo Branco, Luciana Oliveira, Luís Guilherme Barrucho, Marcio Orsolini, Manuel Cunha, Maria Luiza Figueiredo, Mariana Amaro, Nádia Tamanaha, Paula Rothman, Raquel Borges, Renata Betti, Renan Candeloro,
Ricardo Vasques Helcias, Sofia Krause e Thiago Bronzatto
Design: Bruno Bortoletto, Carolina Eitelberg, Daniela Cadore, Danielle Simões, Dânue Falcão, Eduardo Bessa, Eduardo Mendes, Everton Prudêncio,Felipe Grandinetti, Fernanda Ribeiro, Gabriela Vergaças, Giuliano Muccioli, Henrique Barone, Letícia Pires, Luciana Martins, Luiz Monteiro, Maíra Miranda, Marina Brant,
Mauro Kawasaki, Mirian Alves, Paula Fabris, Thiago Moura e Willian Knack
Mídias digitais: Conrado Braga
Vídeo: Ananda Morais, Bernardo Mangaravite, Gustavo Forti e Vitor Brunoro
Foto: Carol Freitas, Diogo Salles, Felipe Russo, Paola Máximo e Pedro Silveira
SERVIÇOS EDITORIAIS Apoio Editorial: Carlos Grassetti (Arte), Luiz Iria (Infografia)
Apoio Técnico e Difusão: Bia MendesDedoc e Abril Press: Grace de Souza
Treinamento Editorial: Edward Pimenta
Fundador: VICTOR CIVITA(1907-1990)
Presidente do Conselho de Administração: Rober to Civi taPre si dente Executivo: Giancarlo Civita
Vice-Pre si den tes: Arnaldo Tibyriçá, Douglas Duran, Marcio Ogliara, Sidnei Basilewww.abril.com.br
Editor: Roberto CivitaPresidente Executivo: Jairo Mendes Leal
Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Giancarlo Civita,
Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo
Diretor de Assinaturas: Fernando CostaDiretora de Mídia Digital: Fabiana Zanni
Diretor de Planejamento e Controle: Auro Luís de IasiDiretora Geral de Publicidade: Thais Chede Soares
Diretor Geral de Publicidade Adjunto: Rogerio Gabriel CompridoDiretor de RH e Administração: Dimas MiettoDiretor de Serviços Editoriais: Alfredo Ogawa
cada janeiro, uma tropa de garotos e garotas vin-
dos do Brasil inteiro se aglomera ruidosamente no
auditório do edifício-sede da Abril, em São Paulo.
Neste ano, eram 56 de 14 estados e mais dez jovens que
já trabalham na empresa. Diversos em sua origem, eles
esperavam a abertura do Curso Abril de Jornalismo, edição
2009, com uma expectativa única: provar que nasceram
para aquela que o presidente do Conselho da Abril, Roberto
Civita, chama de “melhor profissão do mundo”.
A melhor, sem dúvida para quem já a abraçou; sempre
atraente, como provam as 1800 inscrições para o curso
deste ano, mas... que profissão é essa hoje? E o que será
dela amanhã? Essas perguntas acompanharam os alu-
nos do primeiro ao trigésimo e último dia de atividades.
A convivência de papel e digital foi tema recorrente nas
palestras que a turma teve com grandes nomes da Abril e
do mercado (veja alguns deles nas imagens ao lado). Mesmo
nos trabalhos práticos, os efeitos da tecnologia no nosso
ofício eram evidentes. Nada menos que 11 dos 13 projetos,
todos sugeridos e supervisionados por publicações da
Abril, estavam ligados às plataformas virtuais.
Esta revista PLUG, totalmente produzida pelos alunos, é
um aprofundamento da questão. Findo o curso, os alunos
ganharam a tarefa extra de encontrar histórias, persona-
gens e fatos que explicitam alguns dos dilemas atuais
da carreira. Jornalismo colaborativo, videorreportagem,
Twitter... O que tudo isso muda na nossa vida?
Só para finalizar e não perder o foco do principal, o
que NÃO muda?
Desde que foi criado, em 1984, o Curso Abril tem
a missão de atrair, selecionar e treinar os melhores
talentos recém-saídos das faculdades. Em 25 anos,
temporada após temporada de gente barulhenta,
o curso abriu as portas para quem faria carreira – e vários,
história – na casa. Isso não muda.
A
Carlos Maranhão,
de VEJA SãO PAULO:
ler é fundamental Roberto Civita e Jairo Mendes
Leal com a primeira versão
do folder que apresenta os
participantes do Curso Abril 2009 fo
to: P
edro
Silv
eira
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CARTA AO LEITOR
A colunista Monica
Bergamo, da Folha de
S. Paulo, fala aos alunos
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PLUG 2009
SUMÁRIO
10 PLUG-IN
Caiu na rede Números e curiosidades da Abril e do mundo da mídia na internet
18 ENTREVISTA
O vídeo e a vida Com uma câmera na mão, Adam Ellick põe ideias na cabeça de jornalistas do NYT
22 ENSAIO
Carteira de trabalhoCinco profissionais da Abril fazem coisas que ninguém imaginava alguns anos atrás
28 REPORTAGEM
Estão atrás de você Entenda por que e para que você ainda vai ter uma conta no Twitter
32 REPORTAGEM
Ajuda externa Leitores e internautas viram repórteres com o jornalismo colaborativo. Isso é bom?
38 REPORTAGEM
E os jornalistas nisso? Com tantas tecnologias novas, quais são as tarefas dos profissionais ?
44 CURSO ABRIL
Mandou, tá feito! Conheça os 13 projetos práticos realizados pelos alunos deste ano
82 ARTIGO
O mundo dá voltas Roberto Gerosa, editor de Veja.com, e a primeira turma do Curso Abril de Jornalismo
Marcia Neder, de
CLAUDIA, ensina o que
as mulheres querem
Eurípedes Alcântara,
de VEJA: investir
na investigação
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Thomaz Souto Corrêa
e o "Cavaleiro do Óbvio":
troféu em defesa do básico
e fundamental nas revistasPLUG 2009
1983 A leva inicial de
PCs aportou na Abril com o
que havia de mais moderno
no mercado. Compare a
capacidade entre os aparelhos
da época e os atuais na Abril
Prológica S700
Lenovo 2009
origem
Brasil
origem
China
processador
4 MHz
processador
1.60 GHz
memória
64 Kb
memória
2 GB
cores
2
cores
16,7 milhões
<< 10 pRIMEIROSdE AbRILComputadores com 256 Kb de memória, Scitex e as mulheres, Idealyze, BOL... Como foram os passos iniciais da empresa na revolução digitaltexto Mariana Amaro design Letícia Pires
1971 O primeiro computador
da Abril chegou em 1971. Era um
IBM 360, trambolho que exigia
90 metros quadrados e a
supervisão de 55 técnicos.
Ele organizava as etiquetas
dos assinantes de VEJA e os
holerites dos funcionários com
seus 256 Kb de memória.
1981 VEJA foi a primeira
redação a entrar na era digital.
Em 1981, ganhou seis terminais
ligados ao que só os mais velhos
lembrarão: Centro de Computação
de Dados. Nenhum jornalista
botava o dedo neles. Para isso
existiam cinco digitadores.
1989 Duas semanas de treino
e SUPERINTERESSANTE estava
pronta para ser a primeira revista
feita na Abril sem auxílio das já
saudosas máquinas de escrever.
1987 Retocar as fotos
de mulheres na PLAYBOY era
coisa de artista. A partir de 1987,
o exercício da fantasia ficou
a cargo da Scitex, precursora
do Photoshop. A ex-jogadora
de basquete Hortência
deve agradecer até hoje.
foto
s: D
edo
c
PLUG 2009
Pioneiros,
personagens
e curiosidades do
mundo web
Pioneiros, PersonaGens e cUriosidades da tecnoLoGia no mUndo da mídia
1992 Esta é para a
turma da arte: os primeiros Macs
chegaram apenas em 1992.
11 >>
1993 O futuro era o
CD-ROM. Pelo menos assim
diziam as bancas da época. A
edição do pioneiro ALMANAQUE
ABRIL em disco esgotou as
duas primeiras tiragens.
2000 A internet começa
a entrar nos celulares
e abre espaço para a
criação da Abril Sem
Fio. INFO e PLAYBOY
puxam a fila do
conteúdo da
editora produzido
para mobile.
1994 Na Copa de 1994,
nos Estados Unidos, a PLACAR fez
sua primeira cobertura quente com
máquinas fotográficas digitais.
Ganhou em tecnologia, perdeu
feio em qualidade, como você vê
na foto de Taffarel defendendo
um pênalti na final contra a Itália.2005 Em dezembro,
INFO é a primeira revista com
uma versão digital no Brasil.
VEJA havia chegado um pouco
antes, mas só podia ser acessada
pelos assinantes no exterior.
1996 Em 23 de abril foi ao ar o
Brasil Online, ou BOL , primeiro site
da Abril e também o primeiro site
de notícias do país (o UOL apareceu
apenas três dias depois). À época
existiam cerca de 15 mil
computadores conectados
na internet brasileira.
2000 Surgem a Usina do Som
e suas 37 mil músicas para o
internauta montar sua própria
rádio online – de graça! Bateu
em 240 milhões de page views.
Mas nem a publicidade nem a
posterior cobrança das músicas
fizeram a conta fechar. A Usina
saiu do ar em 2004.
1998 Assine a revista no
site e concorra a uma mochila,
uma camiseta ou ao maravilhoso
Kit Placar Traz a Copa Até Você,
com home theater, microondas,
geladeira e pipoca! Pronto: em
1998 abriam-se as portas das
promoções da Abril na internet.
1999 A Abril lança o Ajato,
provedor de internet de banda
larga que prometia diminuir o
tempo de um download de
sete horas para três minutos.
Isso foi em 1999, e você tem
muita sorte se não viveu os
tempos de internet discada.
2001 Não é por falta
de tentativas que a Abril
não tem hoje uma rede
social para chamar de sua.
O Nossogrupo.com.br
se propunha a ser o lugar para
pessoas com interesses
afins. O que faltou foi
interesse da audiência.
PLUG 2009
<< 12
188 é o total
de blogs
nos sites da
Editora Abril
Em 3 anos, Reinaldo
Azevedo, de VEJA,
escreveu 20 mil posts com
600 mil comentários
10são os blogs que falam
de comida ou bebida,
o tema mais recorrente
nos sites da Abril
812 foram os
comentários
feitos ao post de Márcia
Piovesan, de TITITI,
quando ela sugeriu
um final para a novela
A Favorita
70posts
contaram
o passo-a -passo
da gravidez (de gêmeos)
da jornalista Ana
Holanda, no
Bebê.com.br
Numa editora especializada em revistas segmentadas, os jornalistas não perderiam a chance de falar de seu assunto favorito nos sites da Abriltexto Thiago Bronzatto
design Letícia Pires
bLOCOdOSbLOGS
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PLUG 2009
13 >>500
xingamentos enviados
pela torcida do Cruzeiro (MG)
por causa do post
“Foquinha e seu drible”
renderam a Sérgio Xavier Filho,
diretor de redação de PLACAR,
o título informal de campeão
de imprecações nos blogs
10%
da audiência do site de VEJA vêm
de seus 16 blogs
145 é o total
de vídeos
com comentários sobre
filmes no blog da
colunista de cinema,
Isabela Boscov,
de VEJA
69%
dos blogs são
escritos por
mulheres
4 milhões de page views
foram gerados em dois
meses pelos
21 blogs do título
que mais investe na
blogosfera: CAPRICHO
PLUG 2009
<< 14
Com tanta gente criando tanta coisa em tão pouco tempo, as empresas abusam da imaginação ao batizar seu novo serviço. Neste quadro você percebe que, entre muitas "viagens", há padrões. Estranhos, mas padrõestexto Kleyson Barbosa
design Letícia Pires
QUEM SOU EU?
MUNDO REAL
O googol é uma medida da Física que equivale a 10 elevado à centésima potência. Simboliza a imensidão da informação que o Google pretende organizar
Gênio matemático, Stephen Wolfram presta homenagem ao criador do primeiro site de busca realmente inteligente: ele mesmo
Auto-homenagem de quem projetou a rede social mais conhecida no Brasil. Pelo menos, o turco Orkut Büyükkokten não usou o sobrenome para batizar sua criação
O nome do serviço de hospedagem de vídeos é um anagrama da palavra movie (em português, filme)
A conexão se faz com a famosa maçã do físico Isaac Newton. Mas o nome e a mordida renderam anos de disputa com a homônima ex-gravadora dos Beatles
A frase “Follow your bliss” (em português, "Siga sua felicidade"), do estudioso de mitologia americano Joseph Campbell, foi o que inspirou o criador da rede social voltada para a autoavaliação
O nome do sistema operacional para celulares partiu da cabeça do engenheiro criador do aplicativo. Ele gosta de robôs e, assim, vamos de Android (em português, androide)
O nome é uma mistura do inglês wiki, termo das tecnologias usadas para criar sites colaborativos, e enciclopédia
15 >>
VIAGEM NA MAIONESE
METáFORA
TROCA LETRA
O navegador ia se chamar Firebird, mas este nome já tinha sido registrado. Apelaram para o disponível Firefox. Fox significa raposa e ela está no logo. Mas Firefox é na verdade panda vermelho
Buscador alternativo, o Cuil é controverso. Seus donos dizem que o nome é a palavra irlandesa para conhecimento. Outros dizem que, dependendo do acento, vira avelã. Na dúvida, dá um Google
O comunicador instantâneo web usa a sigla para Mouse Exonic Evidence Based Oligonucleotide (nem vale traduzir, né?). Na verdade, era um nome facil de memorizar dentro de uma lista de 50 sugestões
Versão oficial do serviço de telefonia: “o mundo inteiro pode falar de graça” num língua perdida da Rússia. Melhor acreditar em versão menor de Skyper, contração de Sky peer to peer, ou “céu de par para par”
O assassinato de vogais em nomes foi popularizado por este site de compartilhamento de fotos. Mais um acaso. Flicker, que significa brilho intermitente, já tinha dono
Nem eles sabem por quê. A palavra para designar a rede social foi escolhida por ser curta e fácil de pronunciar em vários idiomas
É gorjear, em inglês. Escrever em até 140 toques no microblog seria como o gorjear de um pássaro. Sacou? Não? Podia ser pior. Os fundadores pensavam em batizá-lo como Twttr, sem vogais mesmo
É quase uma interjeição. Para a Microsoft a palavra traduz a sensação que a pessoa tem ao encontrar a resposta certa em seu novo serviço de busca
O aplicativo para celulares faz a união de duas palavras: free-ring (literalmente, anel livre). Free porque é na faixa e anel, como símbolo da ligação que faz entre redes sociais
A empresa começou como Jerry and David's Guide to the World Wide Web, em homenagem cabotina a seus criadores, Jerry Young e David Filo. O grito de comemoração veio depois
O nome é a união de hi (em inglês, oi) e do gesto que se faz ao levantar a mão aberta para cumprimentar as pessoas. Nada mau para uma rede social
PLUG 2009
<< 16 COM A bOLATOdA
lanacion.comArgentina,26 milhões
espn.comEstados Unidos,923 milhões
noticias.uol.com.brBrasil,33 milhões
ultimosegundo.ig.com.br Brasil,70 milhões
g1.com.brBrasil,107 milhões
uol.folha.com.brBrasil,33 milhões
nytimes.com Estados Unidos,
120 milhões
foxnews.comEstados Unidos,
293 milhões
mediotiempo.comMéxico,
52 milhões
esmas.com México,62 milhões
gazetaesportiva.net Brasil,15 milhões
cnn.comEstados Unidos,
586 milhões
PLUG 2009
As 10 MAiores AudiÊnCiAs nA ABril (em milhões de page views)
47,7 29,6 18,8 12,7 11,2 10,1 9,1 7,9 7,1 5,7
M DE MULHER CAPRICHO VEJA CONTIGO! CASA.COM NOVA INFO VIAJE AQUI BOA FORMA MANEQUIM
clarin.comArgentina,342 milhões
estadao.com.br Brasil,
13 milhões
Fon
te: C
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fica
, ab
ril d
e 20
09
Quais são os líderes de audiência pelo mundo na categoria "sites de notícia" na medição da consultoria americana comScore*texto Luciana Oliveira e Kleyson Barbosa design Letícia Pires
Em page views
Fonte: comScore, março de 2009
* Na categoria "sites de notícia",
a comScore não considera revistas, blogs
e portais
17 >>
news24.comÁfica do Sul,
13 milhões
ifeng.comChina,
1,28 bilhão
news.sina.com.cnChina,
501 milhões
bbc.co.ukInglaterra,
71 milhões
marca.comEspanha,
189 milhões
goo.ne.jpJapão,
35 milhões
elpais.comEspanha,
62 milhões
menara.ma Marrocos,
42 milhões
algomhuria.net.egEgito,
34 milhões
spiegel.de Alemanha,
346 milhões
aufeminin.fr França,
135 milhões
lequipe.fr França,
401 milhões
163.com China, 311 milhões
abc.net.au Austrália,
16 milhões
guardian.co.uk Inglaterra,
33 milhões
rambler.com/newsRússia,
18 milhões
bild.deAlemanha,
117 milhões
supersport.co.zaÁfica do Sul,
4 milhões
thesun.co.ukInglaterra,
117 milhões
PLUG 2009
As 10 MAiores AudiÊnCiAs dAs revistAs AMeriCAnAs (em milhões de page views)
679 319 249 136 97,9 70,2 70 68,3 65,1 58,3
PEOPLE 1 SPORTS
ILUSTRATED 1
US MAGAzINE 2 FORTUNE 3 ENTERTAIN-
MENT wEEKLY 1INSTYLE 1 MARTHA
STEwART
LIVING 1
BETTER
HOMES AND
GARDENS 1
MAXIM 2 NEw YORK
MAGAzINE 1
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bri
l de
2009
3 N
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en, a
bri
l de
2009
PLUG 2009
<< 18 AS ApARÊNCIAS ENGANAM
Depois de treinar os profissionais do The New York Times para fazer reportagens em vídeo na web, Adam Ellick tem uma convicção: para os jornalistas, é mais fácil do que se imagina, mas demora bem mais
os 32 anos, o repórter Adam Ellick tem duas
funções claras no The New York Times. Na
primeira, faz matérias, como aquelas que
o levaram recentemente para uma tempo-
rada no Afeganistão e no Paquistão. A outra, pouco usual
em nosso meio, vem sendo realizada desde 2006 com os
correspondentes internacionais do jornal. Em ambas,
algo em comum: a câmera de vídeo. Ellick é, ao mesmo
tempo, quem produz parte dos melhores vídeos do site
do NYT e o responsável pelo treinamento de outros pro-
fissionais da casa no mundo das imagens.
Ellick parece uma escolha natural. Foi free lancer de
jornais em vários países durante seis anos, deu aulas de
jornalismo em algumas universidades e tem experiência
com os diversos meios de divulgação da notícia. Ainda
assim é visto com ceticismo por alguns colegas. “Muitos
temem que o trabalho seja desvalorizado ao adotar uma
forma de notícias de TV de que eles não gostam’’, afirma.
Em maio, Adam Ellick esteve na sede da Editora Abril,
em São Paulo, numa palestra fechada para jornalistas do
Grupo e para um workshop com a equipe de Veja.com.
Em entrevista à PLUG, ele conta como ensina seus cole-
gas a fazer bons vídeos: "É como cozinhar. Você precisa de
todos os ingredientes para fazer dar certo. Sem farinha,
você não pode cozinhar um bolo".
Atexto Bruno Meier design Maíra Miranda foto Paola Máximo
<< 18
// reportagem
PLUG 2009
19 >>
<< 20
É difícil treinar jornalistas do veículo
impresso para produzir conteúdo em
vídeo para sites?
ADAM ELLICK Esse é um processo com-
plicado. A introdução do vídeo em vá-
rios jornais dos Estados Unidos tem
sido confrontada com um grande ce-
ticismo de repórteres veteranos. Eles
temem que seu trabalho seja des-
valorizado ao se transformar numa
forma de notícia da qual não gostam.
A única maneira de fazer com que
isso tenha sucesso é esse profissional
entender o seguinte: na média das
matérias, o repórter escreve sobre
10% das informações que colheu. O
webvideojornalismo é um meio que
pode alcançar os outros 90%. O vídeo
deve ser defendido – e ele existe para
isso – como um meio que valoriza e
complementa a reportagem tradicio-
nal feita pelo profissional. Do contrá-
rio, seria o vídeo pelo vídeo. Não seria
elogioso, mas redundante.
Explique como você tem feito esse
treinamento no The New York Times.
ADAM ELLICK Ter começado minha
carreira como repórter de impresso
por seis anos me deu sensibilidade
para perceber os preconceitos. Eu es-
crevi um longo guia conceitual e de
instruções sobre como um jornalista
de impresso pode se tornar um jor-
nalista de vídeo. Sentei com cada um
dos repórteres, e nós lemos todo o
guia e vimos toneladas de exemplos.
Simplesmente armar
um jornalista com
uma câmera e dizer-
lhe o que tem de fa-
zer – como muitos
tentam – está destinado ao fracasso.
Vídeo é como cozinhar. Você precisa
de todos os ingredientes básicos. É
impossível editar um vídeo que não
tenha as tomadas necessárias para
uma boa edição, assim como não se
pode cozinhar um bolo sem farinha.
Quem é referência em vídeos de sites
jornalísticos para você?
ADAM ELLICK Há muita coisa ruim aí
fora que os internautas precisam se-
lecionar. A PBS [canal público de tele-
visão dos Estados Unidos] tem coisas
boas, especialmente o Frontline World
(www.pbs.org/wgbh/pages/frontline).
Qual é a principal dificuldade que
os repórteres encontram ao fazer re-
portagens em vídeo na internet?
ADAM ELLICK Eles começaram fazen-
do vídeos ruins. Depois melhoraram
produzindo vídeos o.k. Eventualmente
bons. Demora um tempo, mas qual-
quer um pode aprender isso. É como
escrever o lead de uma reportagem. Se
você faz isso sempre, em um ano vai
compreender o modo como é feito.
Você trabalhou em universidades
da Europa, dos Estados Unidos e da
Rússia. Os cursos de comunicação nas
universidades formam o jornalista
para as mídias digitais?
ADAM ELLICK Eu acredito nas meto-
dologias tradicionais. Os graduandos
em jornalismo são vítimas da tecno-
logia. Eles conhecem Flash e Final Cut
Pro, mas com frequência falta a base
para apurar e escrever. Sem essa base,
a tecnologia não vai permitir que você
"Armar um jornalista com uma câmera e só dizer-lhe o que ele tem de fazer está destinado ao fracasso"
Procure no NYT.com por >>Class Dismissed in Swat Valley
Ameaça Talebã"Segui uma garota paquistanesa
de 11 anos quando o Talebã fechou
sua escola e ameaçou a vida das
pessoas que viviam na cidade"
Procure por >>Skateistan
Procure por >>An Angel in Queens
Anjo em Nova York"Um motorista de ônibus
alimenta os mendigos com
o próprio dinheiro, todos os
dias, durante três anos"
Foco no personagem Os vídeos de Ellick mostram gente comum com histórias diferentes
Skate de Alá"Um australiano tenta levar
o skate para o Afeganistão,
mas, com a guerra, o
sucesso não é tão fácil"
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rep
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Como se faz para fugir dos modelos
tradicionais?
ADAM ELLICK No The New York Times,
eu tenho usado um estilo que não foi
visto na televisão nem empregado
nas páginas impressas. Eu definiria
como a primeira voz da revista. É a
primeira pessoa sem o narcisismo do
repórter de televisão. Mas ainda estou
trabalhando para refinar isso.
Existe futuro para os vídeos jornalís-
ticos na web?
ADAM ELLICK É muito cedo para qual-
quer um responder a essa questão
com autoridade. Ainda estamos nos
encontrando. Se você olhar a história,
bons jornalistas foram bem-sucedi-
dos tanto no papel como no jornal,
no rádio ou na televisão. Jornalista que
trabalha com vídeos jornalísticos para
web não deve ser diferente. Talvez o
maior problema com esse meio é que
ninguém descobriu uma forma viável
de ganhar dinheiro. O dinheiro ainda
está na televisão. Conforme o mercado
vai mudando, a situação deve se alte-
rar. Mas atualmente ainda há relutân-
cia mesmo entre aqueles que seriam
os corajosos para experimentar.
cresça como jornalista. Eu falo para
meus alunos esquecerem câmera,
edição, software e pegar um trabalho
por dois anos num jornal diário ou
num serviço de notícias na internet.
Mesmo que você não queira trabalhar
na mídia impressa, isso é treino para
os fundamentos da carreira. É como
um boxeador batendo em seu saco de
pancadas por anos antes da primeira
luta. Depois de tanto treino, você pode
aprender qualquer tecnologia e facil-
mente pular de um meio para outro.
Por que os vídeos na web ainda são
tão parecidos com os da televisão?
ADAM ELLICK Hoje, a tecnologia é mais
barata, mais leve e melhor do que an-
tes. Todo mundo pode gravar vídeos
para internet. A vantagem é ser mais
um meio democrático sem os “guar-
diões da ditadura”. A desvantagem
é que qualquer um pode gravar vídeos.
Em termos de produção e jornalismo,
a maioria das coisas na web é muito,
muito ruim. Além disso, a reação mais
previsível para qualquer pessoa que
faz vídeos é seguir o que conhece: te-
levisão. Vai demorar para ser estabe-
lecida uma linguagem própria.
Ellick nas ruas do Paquistão: "Qualquer um pode gravar. No fim, o conteúdo é o rei"
Qual é o perfil do jornalista que tem
feito sucesso ao trabalhar com vídeos
na internet?
ADAM ELLICK Não é diferente de
qualquer outro tipo de jornalista.
Tudo pode ser ensinado. Curiosidade
nesse meio é a característica mais
necessária. Em segundo, um aspiran-
te a jornalista deve aprender a apurar,
a desenvolver um olhar para o que é
uma reportagem e o que não é. Ele
precisa saber como olhar os fatos,
usar uma voz, escrever etc. Qualquer
um pode ensinar você a gravar. Claro,
algumas pessoas têm um olhar mais
artístico, mas no final o conteúdo é o
rei. Um dos meus vídeos mais pode-
rosos apresenta uma imagem com
chuviscos – ele foi gravado no telefo-
ne celular por homens que cometiam
um crime. Funcionou por causa do
conteúdo: uma mulher russa é despi-
da e agredida por policiais na Chechê-
nia por ter um caso extraconjugal. Até
agora nenhum espectador reclamou
da qualidade da gravação tampouco
me questionou sobre que câmera usei
para registrá-lo ou se é de alta defi-
nição. Eles só estavam pensando no
conteúdo. Isso é vitória.
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// eNSaIo
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VAGASABERTASABERTASABERTAS
No passado recente, eles não teriam emprego na Abril.Suas funções simplesmente não existiamtexto Amanda Zacarkim e Elisa Tozzi design Marina Brant foto Diogo Salles
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23 >>
MANOEL LEMOS_ CTO DA ABRIL DIGITAL_ Manoel Lemos, 34 anos, chegou à Abril Digital em 2008 com duas missões. A primeira é puramente administrativa. Ele precisa gerenciar as equipes de tecnologia responsáveis por funcionamento dos sites, desen-volvimento e implementação de novos programas e relacionamento com internautas. A segunda é bem menos corporativa. Lemos tem de captar as inovações que flutuam pela rede e adaptá-las às necessidades da Abril. “Sou um evangelizador tecnológico”, diz. Formado em engenharia da computação, foi gerente da Hypercom, uma multi-nacional de tecnologia, criador do BlogBlogs, portal que agrupa blogs brasileiros, e fundador da Webco, empresa que se dedica a criar produtos voltados a internautas.
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MARcO MOREiRA_ ARQUITETO DE INFORMAÇãO_Se você nunca construiu um prédio, como pode ser arquiteto? Essa é a pergunta a que o arquiteto de informação Marco Moreira, 32 anos, mais tem de responder. Para tanto, ele lança mão da metáfora: “Desenhar um site é como erguer um edifício. É preciso avaliar o terreno, entender o que o cliente quer e montar uma estrutura que priorize o usuário”. Webdesigner por formação, Moreira trabalhou na Abril até julho de 2009 e se envolveu com arquitetura quando era estagiário, cinco anos atrás. Organizado e louco por planilhas, ele adora trabalhar nas etapas de criação de um site, que começam em pesquisas com internautas, passam por rascunhos de layout e chegam aos testes de navegabilidade. Testes que nunca terminam. “Sites são seres vivos; estão em constante mutação”, diz.
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25 >>
FABiANA ZANNi_ DIRETORA DE MÍDIA DIGITAL_A internet dava seus primeiros sinais de vida na Editora Abril, e Fabiana já estava ansiosa por trabalhar no novo meio. Foi assim que, em 1995, bateu à porta do coordenador do projeto, Wagner Barreira, e pediu trabalho. Três meses depois, Fabiana programava páginas dos sites, além de editar e publicar matérias. Aos 38 anos, ela é diretora de Mídias Digitais, área de apoio que coordena ações de internet da editora. Sua equipe trabalha em busca de informação, desenvolvimento e novas linhas de negócio para todos os sites da casa. Ela brinca que queria ter saído da faculdade agora para aproveitar o que chama de “revolução social” na forma como produzimos e recebemos informação.
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LiA cAMARgO_ WEBDESIGNER DA CAPRICHO_Sejamos sinceros. Não é esse exatamente o cargo da Lia. Entre outras tarefas, ela também desenvolve projetos, cuida do visual das páginas e identifica tendências na web. “Acho que minha função ainda não existe”, diz Lia, 25 anos, criadora de sites há nove e na equipe de Capricho.com.br desde 2007. Enquanto o RH não encontra o termo correto, ela se especializa num campo novíssimo: moderar comunidades de redes sociais para estreitar o contato com as meninas. A mais nova criação baseada nesse contato está em CAPRICHO Ama. “Vimos a necessidade que as meninas têm de falar de seu ídolo em comunidades e criamos uma página que traz o universo dos fan sites. Para as garotas, isso significa muito.”
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27 >>
RicARdO MAEkAwA_GERENTE DE SEO_ Na Abril Digital, Ricardo Maekawa, 33 anos, é um buscador de buscadores. Ele passa os dias à caça das palavras-chave que fazem um site aparecer com destaque no Google. Chama-se isso de search engine optimization (SEO) e, por suas regras, escrever “automóvel” na página em vez de “carro” custa uns bons milhares de page views. Aos buscadores da web não interessa a leveza do estilo do autor, e sim identificar se o site fala mesmo do tema procurado. “O texto tem de ser direto para que o encontrem”, afirma Maekawa. “Um link no Google é como uma chamada de revista: pode convencer o internauta a ler ou não.”
<< 28
ssim que surgiram os pri-
meiros protestos contra o
resultado na eleição pre-
sidencial do Irã, em ju-
nho passado, o governo recrudesceu
a censura aos meios de comunicação.
Eficiente no passado, o cerco dessa vez
não impediu que o mundo soubesse
detalhes das passeatas e da repressão
que a ditadura local preferiria escon-
der. Em tempo real, pessoas mandavam
fotos, vídeos e textos diretamente das
ruas de Teerã, a capital iraniana – para
horror dos aiatolás e consagração do
Twitter como a mais poderosa aliada
do jornalismo entre as redes sociais.
Criado há apenas três anos, o Twitter
deixou de ser apenas um canal de mi-
croblogs pessoais, concebido para que
AAo ajudar o jornalista da pauta à cobertura dos fatos, o Twitter vira uma rede social que, enfim, vale a pena acompanhar
texto Kleyson Barbosa, Luciana Oliveira e Mariana Amaro design Luciana Martins
O CAMINhO A SEGUIR
// reportagem
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Protestos contra a eleição no Irã: o governo tentou
censurar, mas a informação se espalhou com o Twitter
CNN Breaking News [twitter.com/cnnbrk] Criada por um internauta que queria ler notícias da CNN no celular, hoje é a 3a conta mais popular no Twitter
aproximadamente 2 milhões de seguidores
New York Times [twitter.com/nytimes]São mais de 50 perfis do diário nova-iorquino para escolher. Um deles destaca as reportagens na capa do site, além de linkar blogs associados
aproximadamente 1,2 milhão de seguidores
MuckRack [twitter.com/muckrack]Rede social com perfis de jornalistas dos principais veículos no mundo. Tem busca de temas mais comentados pelos profissionais
aproximadamente 3 mil seguidores
Trampos [twitter.com/trampos]Funciona como uma agência de empregos, e apresenta vagas para designers, diretores de arte, arquitetos da informação e jornalistas
aproximadamente 6 200 seguidores
Chris Anderson [twitter.com/chr1sa]O editor da revista Wired traz links de ciência, tecnologia e inovação de diversas fontes em seu perfil no Twitter
aproximadamente 360 mil seguidores
Daniela Bertocchi [twitter.com/danibertocchi]A especialista brasileira em ciberjornalismo mostra links de pesquisas em arquitetura da informação da web
aproximadamente 1 400 seguidores
Sartorialist [twitter.com/sartorialist]A moda de rua inspira um dos blogs de design mais influentes do mundo, editado pelo americano Scott Schuman. Agora no Twitter
aproximadamente 550 mil seguidores
Quem está na frente?
alguém conte o que faz em telegráficos
140 toques, e virou fonte e ao mesmo
tempo disseminador de informações.
São 20 milhões de usuários cadastra-
dos no mundo, número que cresceu 15
vezes em um ano. Cada pessoa pode
falar sobre seu café da manhã, mas
também sobre um acidente que acaba
de testemunhar, um escândalo público,
as condições do trânsito na cidade,
enfim, pode dar uma notícia.
Mas por que chamar de “aliada” uma
rede com exércitos de concorrentes ama-
dores da imprensa? Porque o Twitter
ajuda o jornalista a se aproximar e até
mesmo ouvir melhor o leitor. E isso vale
para revistas, como se pode ver em
dois exemplos simples e diretos, um
de fora e outro da Abril.
Pete Cashmore [twitter.com/mashable]O fundador do Mashable, o principal blog sobre redes sociais e novidades da internet, comenta os dois assuntos em seu perfil
aproximadamente 930 mil seguidores
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ção
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um “twitteiro”, você recebe, via celular
ou página de internet, cada pílula de
texto que o “seguido” bota no ar.
Às vezes, o que chega faz do seguidor
quase uma testemunha da história.
Foi o que aconteceu com os amigos
do empresário americano Janis Krums.
Em janeiro passado, ele estava num
ferry boat a caminho de Nova York
quando presenciou o pouso forçado de
um avião da US Airways sobre as águas
do Rio Hudson. Em cinco minutos,
Krums usou seu iPhone para foto-
grafar os sobreviventes à espera
de ajuda nas asas da aeronave e
Na versão inglesa da Grazia, atual
fenômeno das revistas femininas euro-
peias, as repórteres que cobrem moda
têm de “twittar” direto das passarelas,
enquanto as modelos desfilam. “Nos-
sas leitoras amam, pois se sentem na
primeira fila vendo tudo pelos nossos
olhos”, afirmou recentemente Jane
Bruton, diretora de redação. "Nossa
cobertura é minuto a minuto.”
Ricardo Lombardi, diretor de VIP,
aproveita o Twitter de outra maneira.
“Uso como fonte de pautas para a VIP
e para o blog: são centenas de pautei-
ros trabalhando sem parar. De graça.
Incluindo eu, claro”, diz Lombardi, em
exatos 129 toques, a pedido da PLUG.
Outras redes sociais permitem atu-
alizações instantâneas ou conversar
com sua audiência em busca de ideias
para reportagens. O que faz o Twitter
diferente é a combinação de simpli-
cidade (poucos vão precisar de um
pré-adolescente ao lado para fazer seu
perfil no Twitter.com) com a total con-
veniência. Você só recebe informações
de quem quer e, caso se encha, basta
um clique para ficar livre. O princípio
básico está em “seguir” alguém ou
algo, como revistas, jornais e asseme-
lhados de mídia. Como “seguidor” de
enviou para sua página no Twitter.
Seus colegas virtuais trataram de
espalhá-la e, em 20 minutos, o em-
presário dava entrevistas na TV so-
bre o resgate e a primeira imagem
a registrar o acidente, de sua autoria.
“Eu esperava chegar ao fim do ano
com mil seguidores. No dia seguinte ao
acidente, já tinha superado a marca”,
disse Krums à PLUG. Em junho, ele che-
gara a 5 500 pessoas acompanhando
seus comentários.
Ainda que tenha virado uma mi-
nicelebridade na rede social, Krums
está longe, muito longe, da legião que
Esta imagem do avião pousado no rio ganhou o mundo via Twitter
No ataque terrorista em Mumbai, na Índia, uma mensagem falsa enganou a inglesa BBC
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Toques para "twittar" melhorNão é só escrever pouco. O Twitter tem ferramentas que podem auxiliar o trabalho do jornalista. Eis algumas:
@ Este símbolo precede o nick, ou nome adotado pela pessoa, no Twitter. Se você quiser falar com um internauta, use o nick dele antes do texto.
RT Significa retwitt. É o famoso “citar a fonte” no jargão jornalístico. Se você achou interessante o que alguém escreveu e quer passar o post adiante, basta copiá-lo e acrescentar um RT na frente.
# Chamado de hashtag, ou jogo da velha, pode ser usado no post como um facilitador de buscas. No final da mensagem, basta colocá-lo, antes das palavras-chave.
Short URL Para não gastar toques com longos endereços de sites citados, vale usar serviços que "encurtam" a URL. Um bom exemplo é o Migre.me
TwitPic Não é possível enviar imagens via Twitter, mas você pode dar o endereço da foto hospedada num site. O TwitPic armazena e cria URLs especificamente para o Twitter.
TweetBeep É o alarme de mensagens. Quando os termos que você selecionou no Twitter são mencionados, ele manda uma mensagem para o seu e-mail. Mantém você alerta.
segue a americana CNN Breaking News,
a maior fonte de notícias no Twitter
com quase 2 milhões de seguidores.
Outros destaques são o jornal The New
York Times, com 1,2 milhão de seguido-
res, e o perfil da apresentadora de TV
Martha Stewart, com 900 mil.
Na Abril, a mais populosa seita de
seguidores são os 25 600 de CAPRICHO,
cujo perfil foi criado em agosto de
2007. Logo atrás vem o da SUPERIN-
TERESSANTE, com 21 800 pessoas.
Levantamento da agência Bullet, em
abril, mostrou que 79,3% dos "twittei-
ros" brasileiros seguem ou já seguiram
o perfil de um jornal, uma revista
ou um portal de notícias.
E o Twitter é apenas a porta de
entrada. “Como o espaço é pequeno,
a gente só conta o que faz, mas dá o
link para a matéria em nosso site”,
afirma Giuliana Tatini, editora-chefe
do site da CAPRICHO. “Isso aumenta
a audiência.” Hoje o Twitter é a nona
fonte de tráfego externo para os sites
da Editora Abril. Em fevereiro, ocupava
o posto 39. Em Veja.com, esse movi-
mento trazido pelo Twitter cresceu
sete vezes em três meses.
Para as empresas de mídia, o site
também funciona como uma ferra-
menta de broadcasting. Ele permite
que uma pessoa fale com muitas.
Agora de uma maneira tão rápida
que faz e-mail parecer ultrapassado.
Sérgio Teixeira Jr., editor executivo de
EXAME, considera que as duas for-
mas de utilizar o Twitter, dar links
ou dialogar, não são excludentes.
“O site pode servir para mil propósi-
tos”, afirma. “Não há regras sobre qual
melhor maneira de atuar. É uma
questão de escolha sobre qual será
o tipo de relacionamento com o inter-
nauta.” O jeito de usar o Twitter tem a
ver com o propósito de cada empresa
de comunicação e com o perfil de seus
leitores e telespectadores, ou melhor,
de seus seguidores na rede. É o caso
da revista americana People que,
durante o mês de junho, dedicou 10%
de seus tweets a responder comentá-
rios dos 700 mil seguidores.
Além da People, a revista de tec-
nologia Wired também ampliou o
diálogo com seus seguidores (em
maio, representava 4% dos posts; em
junho, 18%). Mas é bom lembrar que
toda escolha exige comprometimento
e não dá para começar a dialogar com o
leitor e depois parar. “A interação é um
caminho sem volta”, diz Teixeira Jr..
Até agora, viu-se que o Twitter traz
mais page views, amplia a interati-
vidade em tempo real, gera pautas
e comentários dos leitores. Mas,
desde que foi criado, o serviço ganhou
ferramentas extras
que ampliam as
possibilidades para
o jornalista (veja
quadro ao lado). Vale
dizer que ele tam-
bém serve como um
rádio-escuta moderno. Aqui começa a
lista dos perigos do Twitter.
Em dezembro do ano passado, um
grupo terrorista atacou a cidade de
Mumbai, na Índia. A BBC cobriu com
seus correspondentes e abriu espa-
ço no site para posts de “cidadãos”.
A maior parte trazia relatos de tes-
temunhas locais. Uma delas, no en-
tanto, publicou no Twitter da BBC
que o governo indiano teria pedido
que não fossem feitas mais atualiza-
ções via... Twitter. Era falso. Sob uma
saraivada de críticas da concorrência
e de seus próprios dirigentes, a BBC
se desculpou publicamente. Ela não
irá censurar os tweets, mas passou a
checar toda informação que acredita
controversa.
Pode-se usar um texto para dar o link da matéria e isso aumenta a audiência do site
PLUG 2009
// reportagem
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ada vez mais internautas adicionam fotos, pod-
casts, vídeos e textos a blogs ou redes sociais. Em
2008, os geradores de conteúdo eram 42,8% do
total de pessoas que navegam na web nos Esta-
dos Unidos, e eles serão a maioria em cinco anos, segundo
a consultoria eMarketer. O crescimento desafia a impren-
sa: amadores já têm tecnologia (celulares que tiram fotos
e gravam vídeos) e estrutura (blogs e redes sociais) para
furar os jornalistas no relato das notícias.
Para acompanhar seu público, veículos tradicionais in-
vestem em jornalismo colaborativo. O conceito nasceu
em fevereiro de 2000, quando o site coreano OhMyNews
estabeleceu o modelo no qual o internauta manda seu re-
lato, checado por um profissional antes da publicação. Dos
100 maiores jornais americanos, 58% tinham ferramentas
para o envio desse tipo de conteúdo em 2008, contra 24%
no ano anterior, segundo o Bivings Group. “O público está
deixando de ser apenas consumidor de conteúdo jornalístico
e adquiriu relevância informativa”, afirma Ramon Salaverría,
da Universidade de Navarra, na Espanha.
Essa relevância resultou nas histórias das páginas se-
guintes, como a do Spot.Us, site em que a audiência sugere
pautas e paga para que o jornalista as apure, ou a da 8020
Media, editora de revistas que só usam conteúdo escolhido
em suas comunidades virtuais. O relato colaborativo é ainda
mais importante quando jornalistas são impedidos de estar
no local da notícia, como na ofensiva israelense em Gaza,
no início do ano. Para suprir a demanda por informação, a
estudante Eman Mohammed tornou-se correspondente de
guerra e viu seu trabalho repercutir pelo mundo.
texto Leo Branco, Alexandre Salvador e Giselle Hirata design Eduardo Bessa ilustração Henrique Barone
AOS OLhOS dA MULTIdÃO
No mundo onde todos são repórteres, três exemplos de como transformar colaboração em jornalismo
C
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Uma vez impedida a entrada
de jornalistas estrangeiros em
Gaza, Eman Mohammed
(acima) tornou-se correspondente de
guerra. Seu foco era o impacto dos
bombardeios sobre as crianças
A história pelo lado de dentroNa Faixa de Gaza, o conflito testemunhado pelas lentes de uma moradora
“As redes sociais eram as bases de nossa ação”
man Mohammed tirou suas
primeiras fotos aos 18 anos,
quando ingressou no curso de
jornalismo da Universidade de Gaza.
Eventualmente postava algumas em
redes sociais e recebia elogios pela
sensibilidade com que retratava a
realidade à sua volta. Em dezembro
de 2008, enquanto estudava para as
provas do último semestre, presen-
ciou o bombardeio de sua sala de
aula no início da ofensiva israelen-
se contra militantes do Hamas, que
durou 22 dias.
Diante da guerra que interrompeu
as aulas e da impossibilidade de jorna-
listas estrangeiros entrarem na área
de conflito, Eman pôs-se a registrar o
que via com uma câmera Canon 40D.
O restante da logística de um jorna-
lista – coletes à prova de balas e car-
ros blindados, entre
outros – ela pedia a
colegas de agências
internacionais, às
vezes sem sucesso.
No segundo dia de
bombardeios, foi atingida no nariz por
estilhaços. Aos 21 anos, era a única
mulher a retratar a situação em Gaza
e, por isso, suas imagens tinham uma
perspectiva diferente. Seu tema pre-
dileto era o impacto da guerra sobre
as crianças. “Adultos podem se matar,
mas elas não poderiam ter passado
por esse sofrimento”, diz.
Ao fim da jornada, Eman enviava
as fotos para o Demotix, site funda-
do no segundo semestre de 2008 e
que reúne mais de 10 mil fotos e 5 600
colaboradores em 120 países. Após o
cadastro no site, é possível checar as
fotos de outros usuários e comprá-
las. As imagens de Eman foram pa-
rar no diário inglês The Guardian e
em uma emissora de TV do Líbano.
Após o conflito, ela recebeu 60 libras
e o reconhecimento, que vê com
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Seu patrão é o internautaO Spot.Us faz a audiência pautar o repórter
No Spot.Us, o jornalista sugere a pauta, as pessoas financiam e recebem parte do dinheiro se ela for vendida a uma publicação. Criado por David Cohn (acima), o modelo financiou uma reportagem sobre os efeitos ambientais da extração de cimento na California
amargura. “Fiquei mal por causa do
trauma da guerra, mas tirar fotos
me deixou inspirada a fazer mais”,
diz, enquanto sonha em trabalhar
em outras zonas de conflito.
Do outro lado do front, o israelen-
se Niv Calderon, de 28 anos, sentia
que a imprensa internacional era
contrária a seu país, apesar do pavor
causado pelos mísseis do Hamas nas
cidades próximas à fronteira com
Gaza. Blogueiro e usuário de redes
sociais, Calderon emprestou telefo-
nes celulares com câmera a mora-
dores da região para que gravassem
a guerra que viam. Surgiu até um
vídeo sobre o movimento dos shop-
pings após o cessar-fogo.“Eu não in-
terferia no conteúdo, pedia apenas
que falassem em inglês”, conta.
Postado no YouTube, o material foi
para o site Help Us Win, criado por
Calderon para defender a posição
de Israel como vítima da guerra. “As
redes sociais eram as bases de nossa
ação”, conta ele. Sob slogan adapta-
do da Guerra do Vietnã – “Conquis-
tando corações e mentes para Israel”
–, o site agrega voluntários para fa-
lar bem do país no Twitter e no Face-
book. Os argumentos estão em carti-
lhas disponíveis online.
Um dos recursos mais populares
do Help Us Win é o Qassam Counter,
um programa de mensagens auto-
máticas que funciona no Facebook
e no Twitter. O intuito é alertar os
usuários cadastrados sobre os mís-
seis lançados pelo Hamas – chama-
dos Qassam – em solo israelense.
“Durante a guerra, eles perturbavam
meu dia”, conta Calderon, para quem
o efeito emocional dos 378 alertas no
Twitter influenciou a opinião inter-
nacional sobre o conflito. “Espero no
futuro não precisar das redes sociais
para mostrar nossa voz”, diz.
repórter freelancer Chris Ami-
co, de 23 anos, queria retratar
com maior profundidade o
impacto da produção de cimento no
sul da Califórnia, assunto que acom-
panhou enquanto trabalhava em um
jornal local. Em vez de vender a pauta
a algum veículo, Amico usou a web
para financiá-lo na empreitada. Ele
está cadastrado no Spot.Us, site no ar
desde novembro de 2008 em que jor-
nalistas “vendem” suas pautas direta-
mente a internautas. Vinte
pessoas colaboraram.
Amico arrecadou
os 350 dólares que
pediu para cobrir
ligações telefôni-
cas e viagens para
a reportagem, pu-
blicada em três
jornais locais, em
um da Finlândia e
no Spot.Us. “É uma
maneira de finan-
ciar histórias que
não seriam conta-
das de outra for-
ma e de envolver o público
no processo”, afirma.
O site funciona nos mol-
des de uma rede social.
Os jornalistas podem criar
perfis, visíveis para outros
usuários, em que publicam pautas e
pedem uma quantia para realizá-las.
Quando as doações atingem o total
solicitado pelo jornalista, ele recebe
um prazo para executar o trabalho.
A equipe do Spot.Us distribui o ma-
terial para outros veículos e divide o
lucro entre os internautas que finan-
ciaram a história. “Editores podem
pagar para ter preferência sobre as
reportagens ou obtê-las de graça, sem
a exclusividade”, diz o editor David
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ação
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A editora de todos nósAqui a foto e a viagem do amador viram páginas de revistas
Cohn, de 26 anos, que fundou o site
após pesquisar a aplicação do crowd-
funding, modelo de financiamento
coletivo via internet, ao jornalismo.
A ideia de Cohn, ex-colaborador da
revista Wired, ganhou o concurso
anual da Knight Foundation, institui-
ção que premia as iniciativas mais
inovadoras em mídia. Cohn recebeu
300 000 dólares e supervisão edito-
rial para os mais de 400 jornalistas
cadastrados.
Desde a fundação, o Spot.Us rece-
beu 10 mil dólares em contribuições.
De 120 pautas enviadas, 19 foram
financiadas por internautas e duas
vendidas a outros veículos, uma de-
las sobre o mercado de sexo em São
Francisco, na Califórnia. As restrições
dos editores de veículos tradicionais
explicam a venda de poucas histó-
rias produzidas no Spot.Us. “A pauta
pode ser boa, mas eles não gostam
de publicar um material que foge de
seu controle editorial e que teriam es-
crito sob outro ângulo”, explica Cohn.
Ele acredita que a crise econômica e
o avanço das notícias gratuitas na in-
ternet devem mudar essa posição. As
redações diminuirão e serão obriga-
das a decidir se reduzem sua cober-
tura, perdendo qualidade e leitores,
ou se abrem sua estrutura para cola-
boradores externos. “As organizações
de mídia aprenderão a trabalhar com
conteúdos que não estão sob seu con-
trole editorial direto”, prevê Cohn.
A abrangência do Spot.Us é hoje a
região metropolitana de São Francis-
co, mas há planos de expansão para
mais cidades dos Estados Unidos e
outros países, inclusive na Améri-
ca do Sul. Por enquanto a equipe é
formada por Cohn e uma jornalista
contratada para gerenciar os comen-
tários incluídos no site.
crise econômica americana
afetou o mercado publicitário
e quase fechou a 8020 Me-
dia, uma das editoras pioneiras no
uso de conteúdo produzido na web
no mercado editorial de revistas. A
8020 Media foi fundada em junho
de 2006 com a premissa de utilizar
a contribuição de membros de co-
munidades online para produzir re-
vistas com conteúdos inovadores. A
editora, sediada em São Francisco,
na Califórnia, é responsável por duas
publicações, a JPG, sobre fotografia,
e a Everywhere, especializada em des-
tinos turísticos.
Em janeiro passado, a direção da
8020 Media anunciou que encerraria
suas atividades por falta de dinhei-
ro em caixa, resultado da saída dos
A
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Na editora 8020 Media, são
os membros das comunidades
virtuais que enviam o conteúdo publicado
nas revistas
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Quem foi que disse isso?Prepare-se para separar fatos reais de boatos
Para Juca Varella, do FotoRepórter, material colaborativo exige checagem
Em 3 de outubro de 2008, o va-lor das ações da Apple na Bolsa de Nova York caiu 5,4% em menos de 20 minutos após a informação de que Steve Jobs teria sofrido um ata-que cardíaco. A informação, veicula-da no iReport.com, canal colabora-tivo da rede CNN, foi desmentida e o autor, excluído do site que agrega conteúdo enviado por mais de 240 mil usuários. “Eles questionaram a informação, que foi removida por nossa equipe”, explica Jennifer Mar-tin, relações-públicas da CNN.
Os procedimentos de checagem, nesses casos, incluem entrar em contato com o autor do material e consultar especialistas no tema. Essa é a opinião do editor de foto-grafia Juca Varella, desde outubro de 2005 à frente do primeiro canal brasileiro de jornalismo colaborati-vo, o FotoRepórter, do Grupo Esta-do. “No começo, eu mesmo analisa-
primeiros investidores, entre eles
Steve Minor, fundador do portal de
tecnologia CNet. Dois meses depois,
a empresa foi vendida a um grupo
de investidores com a esperança de
diversificar o modelo de negócio:
em vez de apenas vender assinaturas,
a editora trabalhará com promoção
de eventos, venda de exemplares an-
tigos e itens promocionais.
As duas revistas publicadas pela
8020 Media trabalham unicamente
com conteúdo enviado por colabo-
radores cadastrados em seus sites.
O material é selecionado por edito-
res e submetido a votação entre os
internautas antes da publicação na
versão impressa. Tanto a JPG quanto
a Everywhere trabalham com edições
temáticas também escolhidas pelos
colaboradores já cadastrados. Autores
de fotos estampadas na Everywhere
ganham uma edição da revista, que
está no quarto número. Na bem edita-
da JPG, o prêmio é de 100 dólares e seis
números grátis da revista, que está
na 19ª edição, publicada em janeiro.
Para o editor da JPG, Brian Hunziker,
a colaboração de pessoas de fora é
fundamental para a produção da
revista, mas é preciso balancear a
contribuição entre amadores e pro-
fissionais. “Milhões de pessoas com
câmeras ao redor do mundo signi-
ficam milhões de pessoas no lugar
certo, na hora certa para tirar uma
boa foto e contar uma boa histó-
ria", afirma. Mas essa modalidade
de jornalismo, segundo o editor,
precisa de uma liderança forte dos
veículos de mídia. "É responsabilida-
de do editor checar os dados e pes-
quisar as fontes que colaboraram
em suas edições”, diz Hunziker. Hoje
a comunidade da revista tem mais
de 200 mil colaboradores.
va o material que recebíamos para ver se não era montagem”, conta. Hoje a tarefa de analisar o material enviado por 11 mil colaboradores cabe a uma equipe de oito edito-res. Ajuda no trabalho a exigência de CPF, telefone e outros dados pessoais no cadastro.
E, quando a informação está errada, de quem é a culpa: do co-laborador ou do veículo? No caso do iReport, a legislação ameri-cana diz que a responsabilidade é exclusiva da pessoa que postou a informação. Assim, a CNN está isenta de condenação, segundo o advogado Ronaldo Lemos, espe-cialista em direitos autorais pela Fundação Getulio Vargas. Se hou-vesse no Brasil um episódio seme-lhante, a decisão dependeria do juiz, pois falta uma lei que defina de quem é a culpa. “A insegurança é total”, afirma Lemos.
PLUG 2009
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Marco Chiaretti, especialista em novas tecnologias: contra os modismos
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texto Ana Luiza Leal, Clara Vanali, Nádia Tamanaha e Renata Betti
design Marina Brant foto Pedro Silveira
VOCÊ, VERSÃO REMIx
Com tantas novas mídias, querem que o jornalista vire um profissional multifunções. Será um fato inexorável na carreira ou só mais um papo-cabeça da sua chefia?
ntre 2000 e 2001, Giuliana Tatini se destacou
como uma das melhores repórteres da CAPRI-
CHO. Perguntava e escrevia bem. Sabia editar
o texto dos outros. Tinha jeito com equipes.
Virou editora da revista. E aí... foi trabalhar na web.
“Eu quis me dedicar a isso porque entendi que a internet
era importante para leitores de revistas, especialmente
os adolescentes”, diz a jornalista. Em dois anos, o site de
CAPRICHO virou referência em relacionamento com par-
ticipantes de redes sociais, extensão para mobile, vídeo
na web e em outras coisas que, obrigatoriamente, passam
ou já foram feitas por Giuliana, hoje editora sênior.
No caso dela, foi um convite da chefia que abriu
espaço para uma profissional multimídia. No atual ritmo
de mudanças no mercado, ficam algumas perguntas:
esse é mesmo o melhor caminho a seguir? Ou é o único?
“O jornalista atual não tem de escolher ser multimí-
dia. Essa escolha já foi feita. Quem não estiver atento
está fora da brincadeira.” As frases são de Marcelo Tas,
um dos profissionais mais bem-sucedidos da era digital.
E
Giuliana Tatini, editora de CAPRICHO:
do off para o online por
vontade própria
PLUG 2009
PLUG 2009
<< 40
do digitado ao digital
Cada um no seu tempo, não haveria jornalismo sem estes aparelhos
máqUina de escrever
Se você tem 40 anos, são
grandes as chances
de ter batucado
matérias numa
Olivetti. Essas máquinas
de escrever dominaram
o século 20 até
o início dos anos 90
radiofoto
Popular no Brasil entre
os anos 40 e 60, transmitia
imagens e textos a longa
distância pelas ondas do rádio
teLefoto
Evolução da radiofoto
adotada a partir de 1979.
Usava o telefone para
transmitir – isso quando
o telefone funcionava
teLex
O barulhento aparelho
mandava e recebia textos
por uma rede semelhante
à telefônica. Com seu
fim no ano 2000, acabou
também uma profissão:
o operador de telex
Ao longo de mais de 25 anos de carreira, ele viu a che-
gada da internet e dos primeiros sites de informação – no
início apenas uma reprodução online dos jornais impres-
sos. Aprendeu na prática as novas ferramentas e hoje
é considerado proficiente em todos os tipos de mídia. Seu
blog é um dos mais acessados do portal UOL; o progra-
ma CQC, que apresenta na TV Bandeirantes, faz sucesso
pela mistura de notícia com humor; e, aos 49 anos, Tas
usa serviços como Twitter e YouTube com a naturalidade
de um pré-adolescente.
Parte dos colegas da geração de Tas não comunga
da fé do multiespecialista. Muitos preferem manter o
foco numa área específica. “Eu não acredito mais nessa
coisa do homem-orquestra”, diz Marco Chiaretti, 51 anos,
jornalista e ex-editor-chefe de Conteúdo Digital do Grupo
Estado, há 13 anos lidando com novas tecnologias. “Isso
foi uma tendência que não se confirmou.” Ele não vê es-
paço para aquela imagem do repórter de jornal saindo
à rua para apurar uma pauta com uma câmera de vídeo
e uma máquina fotográfica. Se for necessário registrar
a imagem, afirma Chiaretti, é mais sensato enviar um
profissional especializado para esse trabalho.
Há quem prefira o meio-termo. Pedro Dória, colunista
do caderno Link, também do jornal O Estado de S. Paulo,
acredita que o melhor profissional entende das várias
mídias, mas prefere usá-las separadamente. “Uma vez
fui para a Espanha blogando e filmando ao mesmo
tempo. Foi equivalente à cobertura de uma guerra.
Dá um trabalho danado, e você não faz nada direito”,
diz ele. Edson Rossi, diretor de conteúdo do portal Ter-
ra, tem a mesma opinião. “Fazer tudo ao mesmo tem-
po não contribui para a qualidade de nada. Saber fazer
tudo amplia a qualidade”, afirma Rossi, que cita até um
exemplo anterior à discussão das multiplataformas.
“Fotografar e ter noções de design enriquece o repórter”,
afirma Rossi, com a experiência de quem foi diretor de
redação de CONTIGO! e VIP.
Na Editora Abril, não há uma orientação única para suas
55 revistas e seus 60 sites. Existem redações que integram
a produção para a internet e para o impresso (ou “on e off-
line”, como o jargão tecnológico gosta de defi-
nir). É o caso da CAPRICHO de Giuliana Tatini
e de outros seis profissionais que escrevem
para a revista quinzenal e também têm tex-
tos, fotos, vídeos ou podcasts publicados no
site ou no serviço mobile do título. Outras redações adotam
operações distintas, com equipes próprias – sem eliminar
colaborações de parte a parte.
VEJA pode ser colocada no segundo grupo, mas, como
se viu no Curso Abril de Jornalismo 2009, tem espaço para
jornalistas que produzam nos dois mundos ao mesmo
tempo. Pela primeira vez os alunos do curso designados
para VEJA e Veja.com apuraram um tema em comum que
viraria reportagem impressa e do site, além de infografia
e vídeo. “Uniu-se a boa reportagem a uma navegação que
"Não acredito nessa coisa do homem-orquestra. O repórter de jornal que sai à rua com uma câmera de vídeo e uma máquina fotográfica"
foto
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ação
PLUG 2009
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comPUtador
No Brasil, entrou
nas redações a partir
dos anos 80. Eram
trambolhos de
tela verde ou,
sabe-se lá por quê,
marrom na Abril
ceLULar
Os primeiros a
descobrir o poder
imediato do
aparelho foram
os repórteres
de rádio. Virou
substituto do
microfone logo
que chegou
em 1990
cÂmera
Pode ser de vídeo, fotográfica
ou de celular. Virou item comum
na vida das pessoas – e uma
polêmica na vida dos jornalistas
Marco Chiaretti, especialista em
novas tecnologias: contra os modismos
foto
s: D
edo
c
PLUG 2009
<< 42
ajudou a contar a história de forma integrada, exploran-
do as possibilidades de cada mídia”, diz Roberto Gerosa,
editor-executivo de Veja.com.
Dos 13 trabalhos do Curso Abril 2009, 11 adotavam
de alguma forma a internet ou o celular (veja a apresen-
tação dos trabalhos a partir da pág. 44). Não foi decisão dos
alunos. Escolher o tema era prerrogativa das redações
participantes. Como a maioria queria testar projetos ou
ideias online, chamar os universitários foi uma solução
natural. Não só porque, aos 20 e poucos anos, todos são
“nativos” digitais, mas também pela própria formação.
Segundo levantamento da PLUG, das 100 maiores facul-
dades de jornalismo no país, 80% incorporaram matérias
ligadas à internet e vídeo à grade curricular.
Aparentemente consensual no Brasil, o mix de jorna-
lismo e tecnologia nas faculdades provoca polêmica nos
Estados Unidos. Até 2008, o jornal The New York Times
buscava estagiários na tradicional Universidade Colum-
bia. Para o projeto “Local”, lançado em 2008, o jornalão
bateu à porta da rival New York University. Explicação:
como se tratava de um site de notícias, o atual currículo
da NYU, já adaptado ao padrão da mídia virtual, produzi-
ria alunos mais bem preparados para a missão. Abalada
por casos assim, Columbia decidiu reagir e mudou sua
grade – para desgosto público de professores veteranos
Sem segunda chance
Não faz tanto tempo assim, mas provavelmente
você já apagou o Second Life da sua memória. Em
2007, o site prometia criar um universo paralelo virtual
em que todos teriam identidade e vida novas. Pessoas,
empresas, marcas e revistas correram para criar seus
“avatares”, nome do alter ego digital. A VIP foi uma das
primeiras na Abril a montar sua redação por lá e, na
estreia, reuniu 19 mil “frequentadores”. Pouco mais de
um ano depois, a experiência foi abandonada sem que
ninguém lamentasse (ou, pior, notasse).
VIP arriscou-se num problema comum na web. Como
saber se o fenômeno do momento é só isso mesmo: algo
do momento. “Foi uma aposta editorial na época”, diz
Ricardo Lombardi, diretor de redação, que não estava na
revista mas aprova a atitude. “O bom da internet é que
ela permite ao jornalista fazer esse tipo de experiência.”
Na verdade, há pouco espaço para escolha. “A imprensa
tem de estar sempre presente”, afirma Fernando
Madureira, gerente de interação editorial do UOL.
“O artista tem que estar onde o povo está.”
que veem na mudança um ataque ao texto de qualidade.
Se depender da inglesa BBC, multimídia antes mes-
mo de a palavra entrar na moda, o domínio das letras
continuará sendo item eliminatório no RH. “Sem um bom
texto jornalístico, não há uma base sobre a qual se possa
criar o resto”, afirma Américo Martins, editor-executivo
para as Américas do serviço mundial da BBC. Ele defen-
de que os jornalistas sejam cada vez mais capazes de
produzir material em áudio, vídeo e outras linguagens.
“É claro que há um limite para isso, e o limite tem nome.
Chama-se qualidade”, diz Martins.
Talvez não seja a melhor opção abraçar-
se ao seu texto impecável de 30 mil toques
e esperar que essa “onda” passe. Haverá
espaço para autores na imprensa? Prov-
avelmente sim. Mas vale ouvir Marion
Strecker, diretora de conteúdo do UOL: “Nem todos os
jornalistas da empresa produzem hoje bons textos, bons
vídeos, boas fotos e bons áudios. Acho natural que, com
o passar do tempo, eles aprendam a utilizar melhor as
novas técnicas e equipamentos. Os que já dominam es-
tão em vantagem competitiva na hora da contratação”.
Não está convencido ainda? Isso é coisa de portal
de internet? Palavras de Victor Javoski, gerente de con-
teúdo digital do jornal carioca O Dia: “Não é exigido que
o profissional saiba trabalhar com todas as plataformas, mas
é esperado. Não apenas no site, mas também no impresso.
Ser capaz de produzir um vídeo curto na beira do campo
de futebol, durante a entrevista com um político ou numa
delegacia já é regra na equipe do jornal, e não exceção”.
"O jornalista atual não tem de escolher ser multimídia. Essa escolha já foi feita. Quem não estiver atento está fora da brincadeira"
PLUG 2009
43 >>
Marcelo Tas, multimídia por excelência: no blog, na TV, no Twitter...
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3 >>
Confira quem fez e o que foi feito
o virar esta página, você começa a conhecer os
13 projetos realizados no Curso Abril de Jornal-
ismo 2009. Fique atento aos detalhes: 66 jovens
profissionais de 14 estados, escolhidos entre
1 865 recém-formados de todo o país, trabalharam durante
31 dias. O resultado prático surgiu numa série de aplicativos,
sites, vídeos e reportagens feitos pelos alunos.
Se já era uma tendência nos últimos anos, em 2009 os
alunos abraçaram de vez o modo digital de fazer jornal-
ismo – ou “produzir conteúdo”, como virou moda falar. Essa
turma de garotos e garotas com 20 e poucos anos usou as
mídias virtuais para sugerir pautas, apurar matérias e se
divertir, claro, em meio a tantas redes sociais.
Nos relatos a seguir, feitos pelos próprios alunos, estão as
ideias inovadoras e os desafios de execução de cada grupo
de trabalho. Ao fim, surgiram propostas práticas e prontas
para usar de três novos sites, duas experiências com redes
sociais, dois canais de vídeo, um redesenho de banco de
dados e dois aplicativos para celular. (E um especial em
papel e um novo projeto editorial para seções de revista, que
o impresso está longe de morrer!)
Mas, antes de entrar na apresentação dos trabalhos,
talvez você queira saber quem são, afinal, os tão falados
“jovens profissionais” do Curso Abril. Eles estão aqui “atrás”,
nas páginas centrais do folder. Conheça um pouco de seus
gostos, hábitos, preferências. Eles são nosso novo público
– e, com certeza, nossos futuros colegas.
A
texto Amanda Zacarkim e Leo Branco
design Maíra Miranda ilustração Vorko.org
46 > capricho
50 > contigo!
54 > m de mulher
56 > men's health
58 > abril digital
62 > recreio
64 > gloss
66 > veja e veja.com
70 > boa forma
72 > info
74 > superinteressante
76 > exame
78 > casa.com
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A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia
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33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo
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32% 23 designers
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Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais
100%inseridos em redes socias
participam demais cinco delas
assinam até duaspublicações impressas
A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm
mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3
28,2% trocam de seis a dez SMS por semana
leem até cincoveículos apenas nainternet
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29% Orkut25% YouTube
17% Facebook16,5% Blog pessoal
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61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês
90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede
3horas/dia
A média de tempoque passam conectados àinternet é de
10horas/dia
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33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo
1,5%
80%
14%
4,5%
0%45,5% têm entre 22 e 23 anos
32% 23 designers
4 vídeo
1 mídias digitais
De onde vieram Idade Faculdades Formação
Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais
100%inseridos em redes socias
participam demais cinco delas
assinam até duaspublicações impressas
A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm
mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3
28,2% trocam de seis a dez SMS por semana
leem até cincoveículos apenas nainternet
Redes Sociais
58%
47%73%
+1000músicas13% Twitter
29% Orkut25% YouTube
17% Facebook16,5% Blog pessoal
iPod/MP3 SMS Compras pela internet Conteúdos para a internet
Hábitos
iPod 9:42 AM
61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês
90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede
3horas/dia
A média de tempoque passam conectados àinternet é de
10horas/dia
xx x
Boa forma Gloss M de mulher Casa.com.br Contigo!Men’s Health Recreio Superinteressante Abril digital Exame Veja InfoCapricho
A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia
Eduardo BessaDesign
Alessandra MouraTexto
Gustavo SimonTexto
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Gabriela VergaçasDesign
Danielle CruzDesign
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Henrique BaroneDesign Marina Brant
Design
Renan CandeloroTexto
Amanda ZacarkimTexto
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Maria Luiza LaraTexto
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Thiago BronzattoTexto
Ananda MoraisVídeo
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Luciana OliveiraTexto
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Bruno MeierTexto
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Felipe CarneiroTexto
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Bernardo MangaraviteVídeo
Luiz MonteiroDesign
Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki
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Elisa TozziTexto
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Conrado BragaMídias digitais
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André FaustTexto
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Redes Sociais
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<< 46
a abertura do Curso Abril,
uma surpresa: um dos
projetos mais femininos
contava com a participa-
ção de quatro marmanjos e apenas
uma garota. A missão da editoria de
CAPRICHO foi criar um campeonato
de “colírios” – os meninos bonitos que
as adolescentes adoram –, uma disputa
baseada em ranking e votação, tendo
as redes sociais como referência.
O desafio do grupo era aproveitar
o blog Colírios (que mostra meninos bo-
nitos, famosos ou anônimos, indicados
pelas internautas) para criar algo novo
e, assim, fidelizar a internauta. Em todo
esse processo, não se perdeu de vista
o perfil da adolescente de CAPRICHO,
que consome informação e se relacio-
na com as amigas e com os “colírios”
usando a internet.
O projeto foi desenvolvido por dois
jornalistas, dois designers e um fotógra-
N fo, sob orientação da editora de internet
Giuliana Tatini e da webdesigner Lia
Camargo. De acordo com Giuliana, o
objetivo era propor algo que pudesse
ser realizado por completo em apenas
quatro semanas – da fase do brainstor-
ming até a funcionalidade completa do
site. “Se a ideia final fosse inteligente
e bem realizada, o projeto sofreria as
adaptações necessárias e iria para o
ar”, conta. De fato, o projeto foi bem-
sucedido e passa agora por ajustes nas
mãos de Phelipe Cruz, editor assistente
de Capricho.com.br, que previa a es-
treia da batalha para julho.
De início, o objetivo foi pesquisar
tudo que estava relacionado ao Univer-
so CAPRICHO: site oficial, blogs, perfil
no Twitter, aplicativos para celular, co-
munidades no Orkut, Fotolog e, claro,
sugestões e comentários das meninas
em todas as plataformas. Para se ter
uma ideia do tamanho desse universo,
UNIVERSO CAPRICHO>>maio de 2009>>
1,162 milhão de unique visitors
31 milhões de pageviews
Unir meninos bonitos e novas tecnologias: esse era o desafio do grupo de CAPRICHOtexto Amanda Zacarkim e Renan Candeloro design Maíra Miranda
PLUG 2009
47 >>
MissãoOrganizar o primeiro
campeonato
brasileiro de colírios,
rede social baseada
em ranking e votação
Quem fez?> Amanda Zacarkim
TEXTO
> Renan Candeloro TEXTO
> Bruno Bortoletto DESIGN
> Willian Knack DESIGN
> Felipe Russo FOTO
Quem orientou?
> Giuliana TatiniEDITORA SÊNIOR
DE CAPRICHO ONLINE
> Lia Camargo WEBDESIGNER DE CAPRICHO
Palavra do orientador
"Todos os alunos foram criativos nas soluções dos problemas, entenderam as encomendas e os limites técnicos e souberam desenvolver um bom produto editorial. Além disso, se divertiram fazendo."GIULIANA TATINI
em maio de 2009 o site de CAPRICHO
registrou 1,16 milhão de unique visitors
e teve 31 milhões de page views, segun-
do dados do Certifica. As internautas
veem esse ambiente como uma amiga
virtual e encontram ali as respostas
para suas dúvi-
das, junto com
o conteúdo de
que mais gostam.
O valor desse pro-
jeto reside no fato
de que muitos
desses meninos
convivem com a garota na escola, no
shopping, na balada... E é exatamente
isso que potencializa o desejo de cada
adolescente de ver seu “colírio” ven-
cendo cada etapa da competição.
O nome do site, Top Colírio, foi defi-
nido com base em uma pesquisa de
opinião com 20 meninas da Galera
CAPRICHO – a ideia de “listar” meni-
nos bonitos, como num Top 5, agradou
à maioria delas. O próximo passo foi
definir regras para a competição, que se
baseia em um ranking gerado de acordo
com a porcentagem de aproveitamento
de cada candidato. Os meninos duelam
diariamente pela preferência das garo-
tas, e os votos resultam em rankings
semanais. As batalhas continuam até
que seja eleito o colírio do mês, que
ganha um ensaio fotográfico e pode
lutar pelo título de colírio do ano.
A principal ferramenta utilizada na
construção do campeonato foi o Orkut,
rede social do Google que comporta
As meninas são estimuladas a indicar os amigos e colegas de escola para concorrer. Fazem campanha por seus preferidos e, com isso, aumentam a audiência do site
O site simula uma batalha entre meninos indicados por garotas de todo o Brasil. Elas votam em seus favoritos até chegar ao Top Colírio. A disputa usa as redes sociais como referência
<< 48
mais de 40 milhões de perfis brasi-
leiros*. O site, velho conhecido das
meninas, permite comunicação ágil e
prática, fator essencial num projeto de
quatro semanas. Os repórteres criaram
perfis no Orkut e entraram na comu-
nidade oficial da CAPRICHO, que hoje
conta com 105 mil membros. Criaram,
então, dois tópicos de discussão, pe-
dindo indicações de meninos bonitos
para participar da nova competição.
Em menos de quatro dias, o número
de respostas foi de deixar qualquer
internauta de primeira viagem de boca
aberta: 1 742 respostas e mais de 300
indicações de “colírios”.
Segundo Phelipe Cruz, o Top Colírio
terá inicialmente 200 meninos cadas-
trados, indicados por garotas de todo
o Brasil, concorrendo ao título de colí-
rio do mês. A ideia é que esse número
de indicações dobre já nas primeiras
semanas, de acordo com a expectati-
va de grande audiência do novo site.
Para que haja a fidelização da usuá-
ria, a proposta é que um novo colírio
entre na competição semanalmente,
1. Na home
o recurso de
maior destaque
é a batalha de
colírios. A garota
pode votar
diversas vezes,
escolhendo um
participante
como favorito
ou mudando
de ideia a cada
novo clique.
O menu à direita
indica quantos
meninos
bonitos ela
ainda verá
aleatoriamente
na disputa
2. Tratamento
top para o
menino mais
votado do mês,
que ganha
um ensaio
fotográfico e
pode concorrer
ao título de
colírio do ano
Como se escolhe o garoto dos sonhos
1
2Publicidade
PLUG 2009
rep
rod
uçã
o
49 >>
de segunda a sexta. Aos sábados, será
aberta uma nova votação que definirá
os três meninos que permanecem no
jogo na semana seguinte. O resultado
é divulgado somente aos domingos,
o que potencializa o número de acessos
durante o fim de semana.
Além do site oficial, o Top Colírio evo-
luiu para vários aplicativos que tendem
a aumentar ainda mais o Universo
CAPRICHO: a disputa foi para o perfil
da internauta no Orkut, para fotos
no fotolog, virou stickers que levam
a brincadeira para a balada e até uma
busca de colírios pelo iPhone.
Phelipe e Giuliana confirmam a
estreia do Top Colírio em julho deste
ano. Quanto aos alunos do CAJ 2009,
Giuliana acredita que “todos foram
criativos nas soluções dos problemas,
entenderam as encomendas e os limi-
tes técnicos e souberam desenvolver
um bom produto editorial. Além disso,
divertiram-se fazendo”.
* Dados de pesquisa do Ibope//NetRatings
sobre redes sociais realizada em 2008
3. Cada
menino tem
uma página
de perfil em
que responde
a perguntas
e publica um
álbum de fotos,
uma das formas
de se destacar
na competição.
A seção foi
inspirada no
Orkut, a rede
social mais
acessada pelos
adolescentes
brasileiros
4. O que
seria de uma
rede social
sem interação?
No campo de
comentários, as
meninas podem
reclamar,
elogiar e
declarar seu
amor pelos
colírios da
CAPRICHO
5. A batalha
vai para o
celular com o
aplicativo de
iPhone. Usando
o Google Maps,
a menina
também pode
encontrar
os colírios de
sua cidade
ou seu estado
indicados
na disputa
5
Felipe Castelo Branco
3
4
PLUG 2009
rep
rod
uçã
o
rep
rod
uçã
o
<< 50
os últimos anos, os sites
de celebridades aprovei-
taram fenômenos como o
Big Brother Brasil para au-
mentar sua audiência. Apostar em
novas editorias e seções na internet
é prioridade para publicações como
CONTIGO!. Essa é a visão de Felix
Fassone, diretor de redação, e Giuliano
Girondi, consultor de mídias digitais.
Para eles, investir em conteúdo multi-
mídia é o caminho, pois logo tudo será
transmitido não só em revistas, mas
por meio de sites, vídeos, celulares...
Desenvolver conteúdo para todas es-
sas plataformas é fundamental. Por
isso, a missão do grupo de alunos do
Curso Abril de Jornalismo foi criar
conteúdo multiplataforma, para web,
áudio e vídeo, com extensão na seção
de cultura da revista.
N Antes de mergulhar no universo
de celebridades de CONTIGO!, os seis
componentes do grupo quiseram
conhecer o público-alvo da revista.
Após algumas discussões com os ori-
entadores Fassone e Girondi, ficou claro
que a editoria Música não era explorada
nem no impresso nem no site. Surgiu
assim o canal CONTIGO! Na Parada.
O primeiro passo foi criar um plano
editorial para o Na Parada: missão, con-
ceito, análise de pontos fracos e pontos
fortes. Tudo aprovado pelos orientadores
e com base em palestra de Bia Mendes,
O primeiro passo foi criar o CONTIGO! Na Parada, um canal para mostrar a relação dos artistas com suas canções e bandas favoritas e, assim, revelar um lado pouco conhecido para os internautas
LUZES, CâMERA E... SOM
No site da CONTIGO!, você sabe tudo sobre as celebridades. Ou quase tudo... Com cinco ferramentas novas, a música vira, enfim, uma grande estrela
gerente de Apoio Técnico, da Diretoria
de Serviços Editoriais, que explicou, du-
rante o curso, como criar essa fórmula
e fazê-la ganhar vida e notoriedade no
mercado. Não demorou para as ideias
de seções surgirem. O problema é que
foram muitas – tantas que ficou difícil
chegar a um consenso.
A Tá no iPod é uma ferramenta que
traz as músicas que uma celebridade
tem em seu MP3. A ferramenta fun-
ciona com os mesmos comandos e
a mesma interface de um iPod real,
porém o usuário pode escutar apenas
texto Raquel Borges e Bruno Meier design Maíra MIranda
PLUG 2009
A atriz Gigi Monteiro
encarnou a roqueira
Courtney Love para
o ensaio da nova
seção Atitude Pop
51 >>
MissãoElaborar projeto de
conteúdo cultural
multiplataforma com
extensão em papel
Quem fez?> Alexandre Salvador
TEXTO
> Bruno Meier TEXTO
> Raquel Borges TEXTO
> Paula Fabris DESIGN
> Bernardo Mangaravite
VÍDEO
> Diogo Salles FOTO
Quem orientou?
> Felix Fassone DIRETOR DE REDAÇãO
> Giuliano Girondi CONSULTOR DE MÍDIAS DIGITAIS
Palavra do orientador
"CONTIGO! Na Parada foi uma ideia renovadora para o site, pois trouxe a música e os músicos como foco editorial."FÉLIX FASSONE
foto
: Dio
go S
alle
s
Música em várias versões
1. A página
do Na Parada
reúne as seções
criadas para
explorar a relação
das celebridades
com a música
2. Para ligar
as duas mídias,
destaques do
site viram notas
na seção Antena
da revista
1
2
<< 52
30 segundos de cada canção. Caso
queira ouvi-la por inteiro, ele tem a
opção de comprar o arquivo. Com
isso, o site de CONTIGO! pode fechar
parcerias com gravadoras, portais
e operadoras de celulares. Para esse
projeto, o repórter Alexandre Salvador
foi saber o que os artistas gostam de
ouvir enquanto se exercitam ou estão
em casa ou no carro. Enquanto isso,
a designer Paula Fabris cuidava do
layout da nova ferramenta do portal.
Girondi ressaltou que os leitores de
uma revista ou um site especializado
em celebridades sempre têm a curiosi-
dade de ver os famosos em diferentes
situações, destacando a importância
das imagens para o projeto. Seguin-
do a dica, o grupo criou o Atitude Pop,
ensaio fotográfico no qual uma celeb-
ridade incorpora um astro do mundo
da música. A principal dificuldade foi
encontrar um famoso que estivesse
disponível para passar um dia in-
teiro numa sessão de fotos. A repórter
Raquel Borges e o fotógrafo Diogo
Salles correram atrás de produção,
locação, maquiador e tudo mais para
transformar a atriz Gigi Monteiro
na roqueira Courtney Love.
Enquanto isso, Bruno Meier produzia
a Palinha. Nessa seção, a ideia era mos-
trar uma banda se apresentando para
o público de maneira descontraída, mes-
clando bate-papo e música. A banda
Trupe, do ator Raoni Carneiro, gravou
PLUG 2009
rep
rod
uçã
o
3. Você
pode ouvir as
canções que
um artista
famoso tem no
MP3. Espaço,
quem sabe,
para uma
parceria com
gravadoras
4. Vale até
pedir para um
famoso cantar
no chuveiro
3
4
53 >>
sua participação em um programa di-
vertido e cheio de imprevistos. Durante a
gravação, um dos geradores de luz pegou
fogo – mas calma, não houve feridos!
Para aumentar a interação com
o site, o grupo criou o Agora É Sua Vez.
A primeira a participar foi a cantora
sertaneja Beth Guzzo, que convidou
o público a mandar vídeos imitando
sua performance no palco.
Outra parte bem-humorada do
projeto é o No Chuveiro, esquete di-
vertida na qual uma celebridade
improvisa uma cantoria no banho.
O humorista Evandro Santo, o Chris-
tian Pior do programa Pânico na TV,
aceitou o convite para participar e,
em frente às câmeras, soltou a voz
cantando Madonna enquanto a edição
satirizava o filme Psicose.
O grupo sugeriu que o projeto desen-
volvido para o site tivesse um espaço
na revista dentro da seção Antena,
que já faz parte da publicação. Com
isso, os leitores dos cerca de 170 mil
exemplares de CONTIGO! vendidos
semanalmente saberiam o que rola no
Na Parada. O objetivo é chamar o leitor
para o site e o internauta para a revista.
“CONTIGO! Na Parada foi uma ideia
renovadora para o site, pois trouxe
a música e os músicos como foco edi-
torial”, comentou Fassone. De acordo
com o diretor de redação, o mais impor-
tante foi conquistar um novo público
de 20 a 30 anos.
PLUG 2009
rep
rod
uçã
o
rep
rod
uçã
o
<< 54
urante o Curso Abril, um
dos assuntos mais fala-
dos eram as redes sociais.
Para o grupo das publi-
cações semanais, elas não foram só
um meio para concretizar o projeto,
apurando e descobrindo personagens.
Foram a própria missão da equipe.
No primeiro encontro, Demetrius Pa-
parounis, diretor de núcleo, Renata
Deos, editora-chefe do M de Mulher, e
Kika Gianesi, diretora de arte, listaram
as possibilidades para um novo canal
no portal feminino. O foco era criar
“um ambiente na web para mulheres
compartilharem experiências e desa-
fios do dia a dia”. Era necessário criar
na web um espaço aconchegante e
convidativo o suficiente para integrar
as cerca de 2 milhões de usuárias do
portal. Na prática, os alunos do curso
que utilizam redes sociais como hob-
by teriam de idealizar a interface e o
funcionamento desse espaço.
d Na primeira semana, o grupo já es-
tava trabalhando a pleno vapor. Aqui
vai a explicação: visitas aos chamados
“datalistas” para entender o que é data-
base marketing. Pedro Zaborowszy, um
dos analistas de marketing da Editora
Abril, pesquisou nomes de mulheres
aleatoriamente no banco de dados para
demonstrar de quanta informação so-
bre os brasileiros
a editora dispõe.
Para se concretizar,
o projeto poderia
tirar proveito dos
dados de cerca de
28 milhões de pes-
soas cadastradas. A expectativa é que
o M de Mulher possa descobrir gostos
e hábitos de suas leitoras para lhes
oferecer conteúdos personalizados. Ou
melhor, aquela sensação de “Ah, eu es-
tava mesmo querendo ler sobre isso!”.
Oferecer o que a leitora deseja. Estava
delimitado o desafio. O próximo pas-
so foi dar trabalho à designer Marina
Brant, que, escutando as sugestões do
grupo, criou o layout da rede social,
batizada de Do Meu Jeito. As páginas
internas serviram de exemplo das fer-
ramentas criadas: um “caderno de re-
ceitas” que as internautas usariam para
catalogar as suas favoritas e sugeri-las
a outras mulheres. A ideia está entre as
que Paparounis pretende usar no M de
Mulher em, no máximo, dois anos.
Enquanto isso, o designer Henrique
Barone desenhava personagens de ani-
mação e se deliciava com o roteiro de
um novo final para a novela A Favorita.
Esse seria o espaço mais divertido do
novo canal: as leitoras não dariam
O canal Do Meu Jeito, do portal M de Mulher, se adapta ao perfil das usuárias para entregar as noticias que elas querem
O objetivo é descobrir gostos ehábitos das internautas para conseguir aquela sensação de “Ah, eu estava mesmo querendo ler sobre isso!”
REdE dE
TRICô
PLUG 2009
texto Luciana Oliveira design Marina Brant ilust
raçã
o: H
enri
qu
e B
aro
ne
Flora e Donatela, da novela
A Favorita: juntas por
vontade das internautas
55 >>
MissãoCriar um ambiente
na web para troca
de experiências entre
mulheres no dia a dia
Quem fez?> Luciana Oliveira
TEXTO
> Thiago Bronzatto TEXTO
> Henrique Barone DESIGN
> Marina Brant DESIGN
> Paola Máximo FOTO
Quem orientou?
> Demetrius Paparounis DIRETOR DO NÚCLEO SEMANAIS
> Renato Deos EDITORA-CHEFE MdeMULHER
> Kika Gianesi DIRETORA DE ARTE DO NÚCLEO SEMANAIS
Palavra do orientador
“Uma rede social é tudo o que falta para que o M de Mulher não seja só o maior portal feminino do Brasil, mas também o que mais conhece cada internauta.”
DEMETRIUS PAPAROUNIS
pitaco só no velho “comente esta ma-
téria”; elas poderiam sugerir finais
diferentes e vê-los na internet.
Para criar essas ferramentas, a equi-
pe precisava saber do que as inter-
nautas mais sentiam falta em sites
femininos. Para os jornalistas Luciana
Oliveira e Thiago Bronzatto, acabou
sendo a etapa mais apaixonante do
projeto – percorrer a Grande São Pau-
lo para tomar um cafezinho com as
leitoras do M de Mulher. O resultado
não poderia ter sido outro: confirmar
que para cada uma delas poderia haver
um site “com uma experiência única de
navegação”, como Paparounis explicou
desde o primeiro encontro, quando a
frase ainda não fazia sentido; um site
diferente, com toque especial, do jeito
de cada uma delas.
Cada mulher com seu jeitore
pro
du
ção
Um livro virtual para compilar na internet, pra todo mundo ver, as receitas prediletas
Nos fóruns das novelas, podem-se sugerir novos desfechos. Os mais votados ganham versão animada
As usuárias colocam suas informações pessoais, e o site indica a dieta mais adequada
Foto
: Iva
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o: G
abi C
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is
<< 56
epois de mais um longo
dia de serviço, duas horas
de treinamento pesado na
academia. Na volta pra
casa, um trânsito intenso o espera.
Você olha para o relógio e vê que vai
se atrasar para aquela festa chata do
trabalho para a qual seu chefe o “con-
vidou” e à qual você não pode deixar
de comparecer. “Só passar em casa
rápido, comer alguma coisa, tomar um
banho e ir.” Bom seria se tudo fosse tão
simples assim. “Devo comer só uma
fruta para repor as energias gastas com
os mais de 300 abdominais que fiz ou
uma lasanha congelada para ‘forrar a
barriga’ e poder beber mais? Vou de
camisa polo ou de social e gravata?
Como dar uma escapadinha das con-
versas sobre tecnologia da informação
e arrumar um jeito de me aproximar
d
Exercícios físicos e outras dicas no primeiro aplicativo da Men's Health para iPhone
daquela gerente do RH que vive me
dando mole sem parecer arrogante?”
Você sabe que as respostas estão todas
em sua coleção de MEN’S HEALTH em
casa, mas em qual edição? Em que
página? Essas per-
guntas não fazem
mais sentido no
terceiro milênio.
Por isso, você vai
resolver seus pro-
blemas enquan-
to caminha até o
carro, ali mesmo, com o iPhone no bolso.
Basta acessar o aplicativo MH5 Bem-
Estar em Cinco Segundos e mergulhar nas
dicas rápidas enquanto o manobrista
não chega. Esse aplicativo, disponível
tanto no iPhone quanto na internet,
seria uma espécie de amigo sabe-tudo,
um oráculo sempre disposto a dar o
conselho certo para cada ocasião. Basta
percorrer as tags – palavras-chave que
organizam a informação – no aplica-
tivo, e a resposta aparece em algumas
poucas frases, fotos ou vídeos.
Foi pensando nessa rotina maluca do
homem sem tempo, que tem acesso à
informação de várias maneiras e ainda
assim vive cheio de dúvidas, que o grupo
norteou seu trabalho durante o Curso
Abril. Nas primeiras conversas, os orien-
tadores deixaram claro: a MH não é feita
para ser lida, mas para ser usada. Nada
texto Felipe Carneiro
e Frederico Machado
design Letícia Pires
Batizado de MH5, o programa é uma espécie de consultor pessoal sabe-tudo, sempre pronto para dar o conselho certo em cada ocasião – até para a balada
PLUG 2009
Rep
rod
uçã
o
57 >>
MissãoProduzir e distribuir
conteúdo men's
HeaLtH em
plataformas móveis
Quem fez?> felipe carneiro
texto
> frederico machado texto
> Letícia Pires desiGn
> Luiz felipe monteiro desiGn
> diogo sallesfoto
Quem orientou?
> airton seligman diretor de redação
> Wilson Weigl editor
Palavra do orientador
"O pessoal do curso funcionou como um tubo de oxigênio para arejar e sacudir nosso caminho pela internet, que é obrigatório e inevitável.”
AIRTON SELIGMAN.
melhor que também usá-la no celular
e na internet, duas plataformas bem
conhecidas pelo leitor da revista.
Suportes definidos, hora de explorar
as possibilidades de cada um. Para
não ficar apenas no campo das ideias,
uma pauta multimídia foi pensada.
Os repórteres, o fotógrafo e o cinegra-
fista foram ao Clube Pinheiros, onde
César Cielo despontou para a elite da
natação mundial, a fim de conhecer
as técnicas do exercício funcional,
um treinamento que teve origem no
esporte de alto rendimento e virou
mania nas academias. Depois, consul-
taram profissionais de educação física
para mostrar como a técnica pode
ser adaptada à atividade física diária
do leitor de MEN’S HEALTH por meio
de vídeos, galerias de fotos, podcasts
e links relacionados. Enquanto isso,
os designers trabalhavam para aco-
modar as novidades, desenvolvendo
um novo layout para o site, de nave-
gação mais fácil e que valorize o MH5.
O celular, ou melhor, o iPhone também
ganhou um portal da MEN’S adequado
às particularidades do aparelho.
Pronto. Site com novo layout, portal da
revista no iPhone e um aplicativo dispo-
nível nas duas plataformas que levam o
conteúdo da MEN’S HEALTH ao usuário
de maneira simples, onde ele estiver.
Depois, uma matéria para mostrar como
é possível tratar o mesmo assunto em
plataformas diferentes. O que fica para
a Abril? “Claro que vamos levar algo do
trabalho deles. Eles foram selecionados
em uma geração que está por dentro
das mídias digitais e nos deram uma
contribuição muito rica”, afirma Airton
Seligman, diretor de redação.
Os benefícios são visíveis
Nada de textos longos. Para convencer, o melhor é mostrar exercícios em vídeos
Na versão para iPhone, tudo simples e direto
O dESfILE fOI fEITO pARA VOCÊ
Com o TopModa, criado para a ABRIL DIGITAL, o internauta vê o melhor da passarela e até monta seu modelito
urante a primeira semana
do Curso Abril, era mais
fácil encontrar o grupo
da ABRIL DIGITAL pelos
corredores da Bienal do Ibirapuera do
que nas palestras. A missão deles era
planejar e executar a cobertura de um
evento de moda em tempo real: a 25ª
São Paulo Fashion Week, que começara
no domingo 18
de janeiro. Uma
votação inter-
na da redação
do portal Abril.
com escolheu
o tema, já que
era permitido o uso de soluções ori-
ginais para a cobertura de eventos. A
esse desafio, a equipe somou outro:
produzir conteúdo para um canal que
tivesse informações sobre os principais
eventos de moda do Brasil.
Nascia o conceito do Abril TopModa.
Para concebê-lo, foi preciso pesquisar
a audiência e a estrutura dos canais
de moda que são referências no Brasil
d e no mundo. Percebeu-se que a maior
parte dos cliques era de mulheres entre
18 e 50 anos. Para atingir faixas etárias
tão díspares – e possivelmente com
diferentes níveis de conhecimento
sobre moda –, o portal deveria ofere-
cer conteúdo relevante e fácil de ser
compreendido por todos os grupos.
Ficariam de fora os preciosismos e os
jargões do ramo. Daí partiu a missão
do site, que pretende desmistificar
o mundo fashion para quem é leigo
mas tem interesse no assunto.
Um site que propõe uma abordagem
acessível dos conteúdos deve facilitar
a navegação do internauta. Assim, a
estrutura do Abril TopModa previu
a classificação do conteúdo em tags,
palavras-chave que permitem encon-
O primeiro desafio cumprido: cobrir ao vivo a São Paulo Fashion Week e criar ferramentas que permitissem a participação da audiência
texto Leo Branco e Giselle Hirata design Maíra Miranda
<< 58
PLUG 2009
MissãoPlanejar e executar
a cobertura de um
evento de moda
em tempo real
Quem fez?> Giselle Hirata
TEXTO
> Karolina Pinheiro TEXTO
> Leo Branco TEXTO
> Eduardo Mendes DESIGN
> Conrado Braga MÍDIAS DIGITAIS
> Paola Máximo FOTO
> Ananda Moraes VÍDEO
Quem orientou?
> Aline Sordili GERENTE DE CONTEÚDO
> Daniel Tozzi EDITOR DA ABRIL DIGITAL
> Carolina HungriaEDITORA-ASSISTENTE
> Renata AguiarDESIGNER
Palavra do orientador
"O fundamental foi a equipe entender que, neste projeto, a adoção e a criação de ferramentas originais para o site eram mais importantes que a produção de reportagens."DANIEL TOZZI
Das passarelas da São Paulo Fashion Week saiu o primeiro site da Abril totalmente dedicado a moda
foto
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59 >>
Moda passo a passo
1
2
3
rep
rod
uçã
o
<< 60
trar, em uma página específica e atuali-
zada automaticamente, tudo que está
disponível sobre determinado assunto.
Em outro plano, o site se propõe es-
tar bem localizado em páginas de re-
sultados do Google. Para isso, a equipe
aplicou técnicas de SEO (otimização de
buscadores, em inglês), que definiram
os termos utilizados no site, seja nos
títulos e topos das páginas, ou em
nomes de seção, entre outros.
O conteúdo obedeceu a uma re-
gra: apesar de semelhantes a outros
portais de moda, as seções trariam
soluções originais. As galerias de fotos
do TopModa possuem uma ferramenta
que aproxima o zoom da imagem,
permitindo que o internauta veja os
detalhes das roupas. Elas também
têm filtros que separam as fotos por
cores, tendências e grifes. Tudo isso
facilita a vida do internauta, que pode
escolher, entre tantos recursos vi-
suais, aquele que mais lhe agrada.
Além de contar as tendências em
textos de críticos de moda, no TopModa
elas foram separadas em infográficos
que estimulam o uso da moda das
passarelas de maneira prática, no tra-
balho ou no lazer. Para acessar as infor-
mações dos desfiles em tempo real, o
TopModa propõe a utilização do CoverIt
Live, uma ferramenta de chat gratuita
PLUG 2009
4
1. O Abril
TopModa torna
o mundo fashion
acessível para as
internautas. Em
Tendências, elas
encontram dicas
de acessórios,
com preços e
indicações de
pontos de venda
2. No Jogo
da Estilista,
a internauta
pode escolher
a estampa e
o tecido para
montar seu
modelo de
roupa ideal
3. A seção de
vídeos vai além
da cobertura
dos desfiles.
O foco é mostrar
a influência
das passarelas
no look dos
visitantes da
SPFW e o que
pensam os
profissionais da
semana de moda
5
5. É obrigatório
para um site
de moda ter
galerias de fotos
de desfiles e
tendências. No
Abril TopModa,
as imagens têm
visualização
aproximada e
filtros para que
o internauta
veja somente as
fotos que desejar,
seja por cores,
grifes ou peças
4. Para cobrir
em tempo real
os desfiles da
SPFW, o site
usa o programa
Coverlt Live, que
permite o envio
de comentários
via Twitter,
fotos e vídeos
rep
rod
uçã
o
61 >>
e disponível na internet que permite
o envio de fotos, vídeos e mensagens
via Twitter para a sala de bate-papo.
Entre outras interatividades, o usuário
pode ainda montar sua peça de roupa
em um jogo virtual, votar em enquetes,
deixar sua opinião em murais e testar
seus conhecimentos sobre moda.
Nos vídeos, a proposta era ir além
da cobertura dos desfiles e abordar
a moda fora das passarelas por meio
de linguagens audiovisuais inovadoras.
Foram criadas duas séries de vídeos:
uma sobre a vida de trabalhadores na
Semana de Moda de São Paulo e a outra
sobre a influência das tendências em
looks de visitantes na SPFW.
Todas essas iniciativas visaram
a um site que tivesse agilidade de atua-
lização, flexibilidade de edição e aces-
sibilidade na leitura e na navegação,
características-chave para um canal
que se propõe como referência em
moda no Brasil. Entre as ferramen-
tas que podem ser usadas pela Abril
Digital, de acordo com o editor Daniel
Tozzi, estão o sistema de tags por todo
o conteúdo do site, os filtros de busca
de imagens de galeria, além das pá-
ginas permanentes para as grifes. “Se
tivéssemos de colocar o site no ar hoje,
estaríamos em estágio bem adiantado
de desenvolvimento”, diz ele.
PLUG 2009
<< 62
azer conteúdo para crianças
não é tarefa simples. Princi-
palmente para aquelas que
nasceram na era digital. Elas
acessam a internet, têm milhares de
canais de televisão, livros e revistas à
disposição. E não são apenas os meios
de comunicação que competem en-
tre si. Entram na disputa também do-
ces e brinquedos. Qualquer distração
pode ser concorrência.
A revista RECREIO, na versão im-
pressa, ocupa posição de destaque
nesse mundo de opções: informa,
educa e entretém cerca de 850 mil
leitores, de acordo com pesquisa do
Instituto Verificador de Circulação
realizado em 2008. Mas é preciso re-
novar. Para ter a mesma relevância
do mundo real, é vital que a publica-
ção mergulhe fundo no meio virtual.
f Hoje, a home da revista está em
desvantagem em relação a outros
sites para crianças. De acordo com
levantamento Ibope/NetRatings, que
estuda ranking de sites e portais,
Disney Online, a líder, teve média de
903 mil unique visitors por mês em
2008, enquanto o pico de audiência
da Recreio Online no período ficou
em torno de 100 mil unique visitors.
Comparando os demais sites infan-
tis com a página da RECREIO, nota-
se que ela é estática, o que pode ser
uma causa para os atuais resultados.
E foi exatamente esse o problema
apresentado para os alunos do Cur-
so Abril. Eles receberam a missão
de criar um canal de vídeos on-line
e um conteúdo multimídia, com ên-
fase na animação, um dos recursos
preferidos da garotada.
Quem disse que criança gosta de imagens paradas no site?
RECREIO MAIS ANIMAdO
Oi, eu sou o Tuneba. Agora eu me mexo de verdade. Vai lá ver no site!
texto Elisa Tozzi e Juliene Moretti design Fernanda Ribeiro
ilust
raçõ
es: J
ean
Gal
vão
rep
rod
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o
63 >>
MissãoCriar e produzir
conteúdo para canal
de vídeos do site
Quem fez?> Elisa Tozzi
TEXTO
> Juliene Moretti TEXTO
> Dânue Falcão DESIGN
> Fernanda Ribeiro DESIGN
> Mauro Kawasaki DESIGN
> Carolina Freitas FOTO
> Bernardo Mangaravite AUDIOVISUAL
Quem orientou?
> Fernando Ramos DIRETOR DE ARTE
> Cristiane Yamazato EDITORA
Palavra do orientador
“O resultado positivo foi decorrência do planejamento e envolvimento do grupo, que encontrou soluções eficazes para cumprir o desafio proposto.”
CRISTIANE YAMAZATO
Segundo Cristiane Yamazato, edi-
tora da revista, a linguagem audiovi-
sual é o caminho mais natural para
conquistar o público infantil. “Pes-
quisas mostram que o consumo de
vídeos na internet só aumenta, e a
tendência é continuar crescendo. O
público infantil está entre os grupos
analisados”, afirma Yamazato. Mas
como chamar a atenção da geração
multimídia para um canal de vídeos
no site da revista RECREIO?
O grupo fez levantamento e análi-
se de sites infantis para entender a
linguagem desses
meios e a relação
das crianças com a
internet e, em sites
adultos, para veri-
ficar quais são os recursos disponí-
veis para as crianças que acessam
qualquer tipo de informação. Com
os resultados, a equipe encontrou a
solução ideal para adaptar seções já
existentes no meio impresso para a
internet: vídeos curtos, de até dois
minutos, com cortes rápidos e se-
cos, narradores irreverentes, efeitos
sonoros e a interferências de anima-
ções. Dos layouts do site à pesquisa
de trilhas sonoras, tudo foi feito pe-
los alunos, que até se aventuraram
como dubladores.
As animações são eficientes para
suprir a necessidade de imagens e
ações impossíveis de ser realizadas
realmente. Também são compatíveis
com as mídias digitais, pois os arqui-
vos são menores, permitindo trans-
missões mais rápidas, além da cria-
ção de ampla variedade de assuntos.
No caso desse projeto, as animações
substituíram cenas que poderiam ser
fortes para crianças, como mostrar o
movimento da circulação sanguínea
dentro do corpo humano.
Mas animar não é um processo fá-
cil. Para produzir os cinco vídeos de
estreia da RECREIO no mundo das
animações, a equipe gastou 24 ho-
ras só na criação de roteiros e story-
boards. Contabilizou 15 horas para a
produção dos vídeos. Somou mais de
nove horas para a gravação de áudio. E
penou durante 88 horas para dar vida
aos personagens estáticos, tirados da
revista – o tempo seria bem maior se
fossem feitos novos desenhos.
Dessa forma, o grupo também
manteve a identidade da publicação
dentro do canal. Ao todo, foram 136
horas para montar apenas seis mi-
nutos de vídeos. Por ser tão trabalho-
sa, a linguagem nunca tinha sido tes-
tada pelo núcleo, como diz Cristiane:
“Esse processo demanda um ‘saber
fazer’ que não dominamos por aqui.
Além de ter um custo alto”. Conter
custos foi também uma das preocu-
pações da equipe do Curso Abril.
Para completar o projeto, não
adiantaria ter vídeos animadíssimos
se o internauta não conseguisse en-
contrar aquilo que procura. Para que
a criança não perdesse a paciência
buscando seu vídeo preferido, a prio-
ridade para o layout do site foi a faci-
litação da navegabilidade. Os vídeos
mais legais, os mais vistos e os mais
recentes receberam grande destaque
na home. E, para diminuir a ansieda-
de dos mais apressados, o campo de
busca aparece bem no alto. Assim,
quem sabe, o site da RECREIO não
termine ganhando a disputa contra
a barra de chocolate - ou alguns sites
um pouco maiores?
Criar seis minutos de vídeos animados com os personagens do site exigiu 136 horas de trabalho
Foram cinco historinhas feitas para o Canal da RECREIO
<< 64
ogo no primeiro dia do Curso
Abril de Jornalismo foi apresen-
tada a missão: “Criar e produzir
conteúdo editorial para suple-
mento da revista GLOSS”. A equipe,
então, começou suas atividades como
em todo início de produção jornalística:
brainstorming. O auxílio em assun-
tos, pautas e projetos editorial e visual
veio com os argumentos de Angélica
Santa Cruz, diretora de redação, San-
dra Soares, editora de comportamento,
e Eliane Testone, editora de arte.
O formato do trabalho foi proposto
pelas orientadoras como forma de
relacionar novidades na revista com
o curso. “Iniciamos, neste ano, uma
série de suplementos especiais encar-
tados na revista, lançados em fevereiro
e março. É um formato que faz sucesso
e tem dado bastante certo, por isso
queremos experimentar mais. O pro-
jeto realizado durante o curso foi bom
para sugerir ideias nesse caminho”,
afirma a editora Sandra Soares.
A escolha do tema também ficou
a cargo das editoras. “O assunto ‘tec-
nologia’ foi escolhido porque tem tudo
a ver com a leitora da revista, que
é internauta e está inserida no universo
tecnológico”, diz Sandra. Além desse
perfil e do contínuo acesso à inter-
net, o público de GLOSS é composto
de mulheres entre 18 e 28 anos das
L
Na minirrevista, os alunos do grupo da GLOSS falaram para um público especial: eles mesmos
pRópRIO pApEL
texto Alessandra Moura design Maíra Miranda
Ícone entre as garotas ligadas em tecnologia, a blogueira Marimoon virou capa do especial
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ipe
Ru
sso
PLUG 2009
65 >>
MissãoCriar e produzir
conteúdo editorial
para suplemento
de tecnologia
Quem fez?> Alessandra Moura
TEXTO
> Maria Luiza Lara TEXTO
> Paula Rothman TEXTO
> Danielle Cruz DESIGN
> Gabriela Vergaças DESIGN
> Felipe Russo FOTO
Quem orientou?
> Angélica Santa Cruz DIRETORA DE REDAÇãO
> Sandra Soares EDITORA DE COMPORTAMENTO
> Eliane Testone EDITORA DE ARTE
Palavra do orientador
"Ficamos contentes com o resultado. Pretendemos utilizar parte do material produzido, seja em formato de notas ou mesmo de matérias."SANDRA SOARES
classes econômicas A e B. As jovens
são escolarizadas e, na maioria, cursam
faculdade ou enfrentam o início da car-
reira profissional. “Leitoras”, inclusive,
estavam presentes na editoria – as
cinco garotas da equipe se encaixam no
perfil e são consumidoras da revista.
Assim, as componentes da editoria
GLOSS avistaram seu principal de-
safio: falar para um público ao qual
pertencem sobre um tema cotidiano
em sua vida. Afinal, trazer à tona seus
próprios interesses e dúvidas pode
parecer cômodo, mas ao mesmo tempo
exige reflexão. Foi preciso re-
pensar se determinados assun-
tos e ideias eram individuais
ou coletivos. E, especialmente,
se os temas abordados no es-
pecial impresso seriam úteis
ao universo virtual no qual
a leitora está imersa.
Foi justamente essa oni-
presença tecnológica que guiou
a produção do suplemento.
Pesquisas, entrevistas, busca
por fontes, foram muitas as
atividades realizadas pela in-
ternet, por e-mail,
Twitter, Orkut, Face-
book, Flickr e, espe-
cialmente, Google.
Diversos sites e
blogs foram indi-
cados, descobertos e lidos, resultando
em notas, dicas e seções de consumo
nas páginas da revistinha.
Muitos temas do universo de GLOSS,
como moda, estilo e beleza, foram abor-
dados no material, sempre com o en-
foque da internet. Todas as matérias
têm indicação de sites – uma forma
de ligar o conteúdo impresso ao meio
virtual. Também foram tratados assun-
tos como investimento online na bolsa
de valores, blogueiros bem-sucedidos,
paquera na web, novidades tecnológicas
e tecnologias “retrô”.
O suplemento revela, ainda, outra
atitude de GLOSS captada pela equipe:
mesmo quando o tema da matéria
é um alerta, o visual deve ser tratado
como um editorial de moda. Exemplo
dessa preocupação está na matéria
sobre garotas viciadas em internet.
O tema pode parecer pesado, mas
a concepção visual revela a sacada.
Que tal colocar essas mulheres no
meio da rua com seus computadores
no colo? E lá foram elas, em plena Ave-
nida Paulista, no centro de São Paulo,
vestidas de pijama, para mostrar seu
vício às leitoras da revista.
E, de fato, a matéria encontrou suas
leitoras – e seus leitores. Todo o con-
teúdo do suplemento pode ser lido nas
páginas do material, que foi impresso
e entregue no dia do encerramento do
curso. Com o produto final em mãos,
as orientadoras consideram que a
editoria GLOSS do Curso Abril realizou
um trabalho com qualidade editorial,
apto a ilustrar as páginas da revista.
“Encartar o suplemento integralmente
vai ser difícil. Mas ficamos contentes
com o resultado. Pretendemos utilizar
parte do material produzido, seja em
forma de notas ou mesmo de maté-
rias”, diz Sandra Soares.
Para quem não leu o suplemento,
fica a dica: uma das notas feitas já foi
reaproveitada na seção Mundo da edi-
ção de março (número 18, capa com
Juliana Paes) de GLOSS. Confira!
Uma garota sentada no meio da avenida com um notebook. Por quê? Porque a GLOSS exige surpresas
rep
rod
uçã
o
<< 66
VEJA, LEIA E ACESSE
Planejada do começo ao fim, uma reportagem multimídia feita pela mesma equipe para VEJA e Veja.com
Pela
primeira vez
no Curso Abril,
o projeto
prático uniu
as mídias
impressa
e digital
texto Caio Barretto Briso e Luís Guilherme Barrucho design Maíra Miranda
foto
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ro S
ilvei
ra
PLUG 2009
67 >>
screver uma reportagem
para a maior revista do
Brasil já seria um grande
desafio. O projeto da equipe
VEJA/Veja.com foi além. Ao realizar
uma cobertura jornalística multimí-
dia, o grupo viveu na pele as dificul-
dades com que veículos do mundo
inteiro deparam. A primeira delas:
como contar uma única história para
dois mundos, o impresso e o virtual,
à primeira vista tão distintos? Em se-
guida, surgiu outra
pergunta: os jovens
jornalistas estão
prontos para esse
desafio? Para cum-
prir a proposta, foi
necessário, pela pri-
meira vez, que as editorias de VEJA
e Veja.com formassem uma só. Até
2008, elas estavam divididas em dois
projetos no Curso Abril de Jornalismo.
“É uma necessidade da publicação
que a revista e o site estejam cada
vez mais próximos”, afirma Roberto
Gerosa, editor-executivo de Veja.com.
“E essa integração está alinhada com
os objetivos da empresa na área de
mídia digital”, acrescenta. Ele e Ká-
tia Perin, editora do site, orientaram
a equipe, formada por quatro jorna-
listas, duas designers, um fotógrafo e
um profissional de rádio e TV.
A tão propalada evolução tecnoló-
gica, no entanto, ainda não derrubou
E as paredes entre as redações. VEJA
e Veja.com têm repórteres exclusivos
e reuniões de pauta separadas. Por
outro lado, Gerosa conversa diaria-
mente com o diretor de redação de
VEJA, Eurípedes Alcântara, para que
o conteúdo divulgado no site não vá de
encontro ao da revista – e vice-versa. A
prática da boa vizinhança evita repe-
tição de matérias, acesso às mesmas
fontes e informações truncadas. Mas
ainda não é suficiente. “Acredito que
teremos uma união completa apenas
quando houver uma plataforma única
que sirva tanto ao conteúdo impresso
quanto à internet”, disse Gerosa. Seria
parte da solução para diminuir o des-
compasso entre as mídias impressa
e virtual. Por isso, não é de hoje que
especialistas correm contra o tem-
po para desenvolvê-la. Um exemplo
tímido dessa convergência, segundo
Gerosa, é o e-book, dispositivo em que o
usuário pode ler e baixar livros. Resta,
no entanto, adaptá-lo a jornais e revis-
tas brasileiras, além de diminuir seu
custo e produzi-lo em larga escala. Algo
pouco provável de ser estabelecido, a
curto prazo, no país, onde a população
O grupo foi em busca de uma resposta: o que professores e escolas estão fazendo para se adaptar ao novo aluno do século 21?
MissãoPlanejar e executar
uma cobertura
jornalística multimídia
para a revista VEJA
e o portal Veja.com
Quem fez?> Caio Barretto Briso
TEXTO
> Kleyson Barbosa TEXTO
> Luís Guilherme Barrucho TEXTO
> Sofia Krause TEXTO
> Carolina Eitelberg DESIGN
> Maíra Miranda DESIGN
> Vitor Brunoro RÁDIO/TV
> Pedro Silveira FOTO
Quem orientou?
> Jadyr MagalhãesREPÓRTER DE VEJA.COM
> Katia Perin EDITORA DE VEJA.COM
> Roberto Gerosa EDITOR EXECUTIVO DE VEJA.COM
Palavra do orientador
"Uma equipe multidisciplinar, como a de VEJA e Veja.com, mostra que é possível produzir uma reportagem que integre revista e internet se for planejada desde a pauta.”ROBERTO GEROSA
<< 68
com acesso à internet não ultrapassa
os 40 milhões de pessoas.
A integração das duas plataformas
criou novos desafios para o traba-
lho do grupo. “Os projetos até então
eram muito mais focados. Era mais
fácil tanto para orientar quanto para
o grupo realizar. Neste ano a dimensão
foi maior, e a necessidade de organi-
zação da equipe também”, disse Kátia.
Coube aos oito profissionais escolhidos
desenvolver a pauta “Novas tecnologias
e educação”. A equipe foi em busca
de uma resposta para a pergunta:
o que professores e escolas estão fa-
zendo para se adaptar ao novo aluno
do século 21? Alguns dos maiores
especialistas do Brasil, dos Estados
Unidos e da Europa foram entrevista-
dos por telefone ou e-mail e, somados
ao restante da apuração, renderam
uma reportagem de dez páginas.
Havia, ainda, outra preocupação:
o conteúdo do site. Ele precisava trazer
O desafio no papel
A solução no virtual
≤ | 18 de fevereiro, 2009 | 6968 | 18 de fevereiro, 2009 | ≤ ≤ | 12 de novembro, 2008 | 69
Caio barretto briso, kleyson barbosa,
luís guilherme barruCho e sofia krause
Quem vai ensinar – e o Quê – a eles?internet, Skype, blogs, GPS, lousas interativas e simuladores 3d: nada disso é novidade para o aluno do século 21. A pergunta é se professores e escolas já se adaptaram a esse novo aluno ou se ainda lecionam como no século passado
Geração multimídia Alunos utilizam biblioteca da escola para navegar na internet. Livros ficam em segundo plano Pe
dr
o S
ilv
eir
A
educação
1
1. Computadores
de um lado, livros
do outro:
o dilema do ensino
do século 21 foi
retratado numa
reportagem de
dez páginas para
a revista VEJA
2. Para a versão
impressa foram
produzidas fotos
e infográficos que
mostram
a necessidade
de um professor
adaptado às
novas tecnologias
1. O hotsite
exibe perfis
do aluno,
do professor e
da sala de aula
do futuro, sem
lousas nem
paredes.
O conhecimento
viajará pela
rede, e a
interação
aumentará
1 2
rep
rod
uçã
o
rep
rod
uçã
o
ilust
raçã
o: J
oão
Fer
raz
PLUG 2009
69 >>
algo que a revista não pudesse repro-
duzir no papel, e não ser um mero de-
pósito do que sobrou da parte impressa
do trabalho. Pensando nisso, os alunos
criaram um hotsite interativo. Com
base nas projeções dos especialistas
entrevistados, o grupo desenvolveu
o que seria a sala de aula do futuro,
na qual o internauta pode acessar
vídeos – alguns deles colaborativos
– e encontrar informações que vão
além do conteúdo da revista.
Para os orientadores da equipe,
o resultado foi positivo. “Os alunos
deram conta de mostrar que o jovem
jornalista deve ser capaz de lidar com
várias mídias”, diz Kátia. Tal avalia-
ção permitiu que o projeto ganhasse
a tela do computador de milhões de
brasileiros: depois de um mês, ele foi
ao ar no site Veja.com e pode, hoje, ser
acessado pelo buscador do site. Basta
digitar “a escola do futuro” e navegar
pela sala de aula virtual.
2. Os alunos
podem enviar
vídeos para
o site e contar
o que suas
escolas têm
feito de mais
inovador. Os
pontos coloridos
no mapa marcam
a localização das
instituições
3
3. Em entrevistas
gravadas, crianças
e adolescentes
revelam o que
esperam da
escola no futuro.
Há pedidos por
recreios mais
longos e até
por aulas sem
a presença de
professores
2
con
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ção
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PLUG 2009
foto
: Ped
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ilvei
ra
<< 70
missão da editoria era pro-
por o redesenho do site
de BOA FORMA, um dos por-
tais mais bem-sucedidos da
casa, entre os top 10 em número de
page views. A exemplo do que bus-
cam as leitoras da revista, a página
também passaria por um processo de
transformação para ficar ainda mais
bonita – nesse caso específico, com
novas ferramentas e soluções de design
interessantes, capazes de aumentar
o número de visitas e trazer maior
rentabilidade comercial.
O primeiro passo foi destrinchar
o site, em conjunto com os orienta-
dores, para detectar
o que funcionava bem,
o que poderia melho-
rar e o que deveria sair.
Um dos problemas en-
contrados foi a grande
dependência em relação
ao conteúdo impresso.
Os principais destaques da página,
que remetiam às matérias da revista,
ficavam estáticos. Como BOA FORMA
é mensal, eles assim permaneciam por
mais de três semanas. Resultado: um
site frio, a despeito do conteúdo vibrante
– e de boas iniciativas, como um bem
desenvolvido canal de vídeos.
De cara foram propostas atualiza-
ções semanais; a criação de uma
TV flash, uma sequência animada
de notícias que são destaque na home,
e um menu de canais superior que
abrisse mais espaço para conteúdo
e publicidade mas que ajudasse a tor-
nar o visual clean.
Na sequência, o grupo buscou re-
ferências em grandes sites de fitness,
beleza e conteúdo feminino para
descobrir ferramentas modernas
e interativas. E, com base em uma
pesquisa do próprio site, analisou
as vontades e aspirações das internau-
tas para selecionar o que de melhor
poderia ser usado para elas. Conhecer
as leitoras, afinal, é fundamental. Fo-
ram criados, então:
>> Para as que querem emagrecer,
uma seção personalizável que se tor-
nasse um espaço exclusivo da inter-
nauta dentro do portal, com direito
a gadgets de outros sites e notícias di-
A
A versão virtual de BOA FORMA precisava ficar mais leve e atraente. A receita da transformação: descobrir o que a internauta queria
O site antigo ainda dependia do conteúdo impresso e acabava desatualizado. No novo projeto, a interatividade estimula as pessoas a voltarem sempre
Leitoras foram convidadas para
contar como conseguiam
manter a forma
pERSONAL TRAINER
texto Gustavo Simon design Eduardo Bessa
PLUG 2009
foto
: Fel
ipe
Ru
sso
71 >>
MissãoRedesenhar o site
pensando em uma
nova distribuição
de conteúdo, novas
ferramentas para
fidelização da usuária
e meios de trazer renda
Quem fez?> Gustavo Simon
TEXTO
> Ricardo Helcias TEXTO
> Eduardo Bessa DESIGN
> Fernanda Ribeiro DESIGN
> Felipe Russo FOTO
Quem orientou?
> Christina BiltoveniEDITORA DE FITNESS
> Kaio Medau EDITOR DE INTERNET
> Deise Coelho EDITORA DE INTERNET
Palavra do orientador
"Os meninos arriscaram novos ingredientes para o site de BOA FORMA. Acertaram a mão: as matérias ficaram uma delícia!”
CHRISTINA BILTOVENI
rigidas. E mais interação: aproveitando
o arquivo de matérias de BOA FORMA,
a usuária teria indicados uma dieta e um
plano de exercícios e poderia conferir
de hora em hora no portal os próximos
passos de seu desafio;
>> Para as esportistas, um guia de
academias e pontos de caminhada,
em possível parceria com serviços como
GoogleMaps, MapMyRun e Associação
Brasileira de Academias. Além de dar
indicações, as internautas poderiam
trocar experiências sobre cada ponto;
>> Para as que adoram experimen-
tar receitas saudáveis, uma seção
inteligente, antenada com a rotina
do usuário para sugerir as melhores
receitas de acordo com o dia da se-
mana e o horário da visita;
>> Para as fãs das estrelas da capa,
espaço para baixar a playlist do treino
das famosas;
>> Para as que só se inspiram com a
ajuda de casos do mundo real, gale-
rias de fotos e histórias de superação
de leitoras e internautas.
A home foi dividida em blocos temáticos e ganhou ferramentas que permitem personalizar o conteúdo
>> E, para as ávidas por conhecimento
sobre saúde e beleza, matérias com
atualização semanal.
As ferramentas ganharam um layout
que valorizou o conteúdo sem deixar
de reforçar o principal conceito de BOA
FORMA: ajudar a leitora a conseguir
um corpo mais bonito e uma vida mais
saudável, mostrando que a transfor-
mação é possível.
No fim, o grupo provou que a trans-
formação do portal também era pos-
sível. O projeto de reformulação, que
já estava sendo tocado pela redação,
recebeu boas sugestões – algumas só
não entraram no ar imediatamente
depois de recebidas para que a em-
presa também visse as boas ideias do
grupo. Cumpriu-se, pois, a proposta do
curso – oxigenar redações e abastecê-
las de soluções. Em agosto, quando
o novo site de BOA FORMA entrar no ar,
80% do layout e 50% das ferramentas
sugeridas pelo grupo devem fazer parte
do pacote. O portal continuará, certa-
mente, em muito boa forma.
rep
rod
uçã
o
<< 72
ois designers ansiosos
pela criação, duas jor-
nalistas inquietas para
sair às ruas, um fotógrafo
louco para fugir das clássicas fotos
de estúdio e um projeto que dizia:
“Elaborar um site sobre games para
a INFO”. A princípio, um tema di-
fícil, já que o único que se delicia-
va em joguinhos e videogames era
o designer Thiago Moura. Para o res-
tante do grupo, um mundo distante
e ainda não explorado. Então, por
onde começar?
Logo na primeira reunião com os
orientadores, descobrimos que essa
proposta foi feita porque a audiência
do site sobre tecnologia se concentra-
va principalmente em dias úteis, no
horário comercial. A ideia, então, era
buscar novos usuários que aumen-
tassem o acesso à noite e nos fins de
semana. Falar sobre algum tipo de
entretenimento parecia ser a melhor
solução dentro dos possíveis temas
relacionados ao mundo da INFO.
A partir daí, o grupo iniciou pes-
quisas em sites de games para saber
como conversar com esse público tão
específico, exigente e ávido por notí-
d cias diárias sobre tendências, mercado
e lançamentos de jogos. O tempo era
curto e exigia a divisão de tarefas. As
jornalistas Clara Vanali e Renata Betti
devoravam informações na internet
e revistas sobre o assunto em busca
de boas pautas. Os designers Thiago
Moura e Luciana Martins encaravam o
trabalho de criar um layout que trans-
mitisse a adrenalina dos games sem
esquecer os padrões da INFO Online,
claro e de fácil navegação.
Mas, afinal, o que os gamers pro-
curam em um portal informativo de
jogos? Para descobrir,
uma pesquisa nas redes
sociais da internet foi
fundamental. Nesse caso,
nos fóruns de videogames.
Passamos a bola para os jogadores,
e eles rapidamente nos deram dicas
para a criação do mais novo portal
de games da internet – o INFO Games.
Após esse retorno dos usuários, a nossa
sorte só aumentou. Ao mesmo tempo
que acontecia o Curso Abril, São Paulo
recebia o maior evento de tecnologia
do mundo, o Campus Party. No local, o
Centro de Exposições Imigrantes, havia
uma arena dedicada aos games e cheia
A REGRA dO JOGO
texto Clara Vanali e Renata Betti design Luciana Martins
de boas histórias. Uma delas é a de um
menino que descobriu a vontade de ser
piloto após voar por 560 horas em um
simulador online. Com essa pauta, o
fotógrafo Pedro Silveira pôde começar
a mostrar seu talento.
Outro bom exemplo de matéria re-
alizada para o projeto foi sobre mu-
lheres que gostam de videogames ou
trabalham com eles. Três entrevistadas
contaram como nasceu o interesse pelos
jogos e como lidam com o preconceito
de meninos que não as levam a sério.
Com matérias como essas, o resulta-
do do projeto dos alunos foi um portal
de games que se destacou por trazer
conteúdo próprio, e não informações de
outros sites – o que já existia na rede.
As notícias não se restringiram ao
universo dos jogos, como dicas e tru-
ques, mas se relacionavam também a
mercado, perfil do usuário, novidades e
entrevistas com profissionais da área.
Outra inovação para o canal foi
a criação de widgets, janelas em que
O resultado foi um portal que produz conteúdo próprio e não copia dicas de outros sites
Como aumentar a audiência fora dos horários de pico? Obedeça aos gostos dos madrugadores virtuais e crie um canal de games como a INFO pediu
PLUG 2009
73 >>
MissãoDesenvolver um
canal informativo
sobre jogos para
INFO Online
Quem fez?> Clara Vanali
TEXTO
> Renata Betti TEXTO
> Luciana Martins DESIGN
> Thiago Moura DESIGN
> Pedro Silveira FOTO
Quem orientou?
> Maurício GregoREDATOR-CHEFE DA INFO
> Renata VerdascaANALISTA DE SUPORTE
Palavra do orientador
“O grupo se empenhou em identificar o público-alvo e preparar conteúdo atraente para ele. Esse é o caminho.”
MAURÍCIO GREGO
A home do INFO Games mostra os destaques do site. Dentro dele o usuário pode navegar em páginas específicas para cada console
o usuário poderia personalizar sua
página e escolher o conteúdo a ser visto
no site. Além disso, o canal possibilitou
que as notícias estivessem divididas de
acordo com os consoles, os aparelhos
eletrônicos que executam os games.
Sendo assim, o gamer poderia clicar
apenas na seção sobre uma plataforma
e ler as notícias de seu interesse.
Uma experiência que pareceu distan-
te no começo acabou trazendo novos
conhecimentos. Para os orientadores
da editoria, Renata Verdasca e Mau-
rício Grego, o projeto final mostrou-se
dinâmico, atrativo e viável. Por ora, não
está prevista a implantação de um
canal de jogos na INFO Online.
Audiência para o canal não iria faltar.
Os games fazem parte de um segmen-
to importante, o de entretenimento,
e estão mais próximos de nós do que
imaginamos. Seja no celular, na televi-
são ou no computador, joguinhos são
sempre cativantes. Você, por exemplo,
vai dizer que nunca se arriscou nas
aventuras de um Mario Bros.?
rep
rod
uçã
o
<< 74
asta uma folheada em qual-
quer exemplar da SUPER-
INTERESSANTE para concor-
dar que ela cumpre a missão
de ajudar seu leitor a compreender o
mundo que o cerca. Ela não pode ficar
parada. Mas por que uma revista com
essas características não optou por
aproveitar os alunos do Curso Abril
para, assim como as outras equipes,
mergulhar no mundo di-
gital? Porque, apesar de
seu conteúdo estar liga-
do aos assuntos multi-
mídia, a SUPER tem uma
constante vontade de melhorar o que
já faz bem: seu produto impresso.
O redator-chefe Sérgio Gwercman
explica que, nos últimos anos, a de-
manda editorial tem sido imensa e que
o curso coincidiu com um momento de
transição da SUPER: "A revista pretende
entrar num processo de reforma gráfica
e de mudanças de conteúdo. Então
vimos no curso uma oportunidade de
encontrar talentos que nos trouxessem
novas ideias." Os alunos tiveram como
missão apresentar dez páginas com
novas seções e soluções gráficas.
Jornalismo, design e fotografia tive-
ram que andar bem juntos ao longo
de todo o processo, que começou com
uma pesquisa aprofundada de várias
edições da SUPER e de outras publi-
cações. No diagnóstico elaborado, a
principal questão levantada foi a neces-
sidade de diversificar as vozes dentro
da revista, aumentar a presença de
temas comportamentais e culturais e
humanizar o conteúdo. Graficamente, a
busca se orientou no sentido de reforçar
a identidade visual, arejar as páginas
e utilizar ilustrações mais conceituais
e menos figurativas, além de ampliar
o espaço da fotografia.
Nem tudo que foi apresentado será
usado, mas as novas ideias e conceitos
ajudarão no processo de transformação
da revista. Gwercman assegura que ele
e o diretor de arte Adriano Sambugaro
ficaram muito satisfeitos com o resul-
tado final e que ambos vão estudar
algumas das propostas. “A princípio,
O objetivo foi trazer para a pauta da publicação mais temas ligados à cultura e ao comportamento
Na SUPERINTERESSANTE, a busca por soluções simples para humanizar a revista
dE VOLTA AO bÁSICO
texto Cecilia Arbolave e Cecília Araújo design Fernanda Ribeiro
b
Foto usada no projeto: gente
no lugar de ilustrações
foto
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PLUG 2009
75 >>
MissãoCompor seções com
soluções gráficas
e propostas de
edição originais
Quem fez?> André Faust
TEXTO
> Cecília Araújo TEXTO
> Cecilia ArbolaveTEXTO
> Daniela Cadore DESIGN
> Everton PrudêncioDESIGN
> Carolina FreitasFOTO
Quem orientou?
> Sérgio GwercmanREDATOR-CHEFE
> Adriano Sambugaro DIRETOR DE ARTE
Palavra do orientador
"O Curso Abril coincidiu com um momento de transição da revista. O grupo deu conta do recado com méritos.”SÉRGIO GWERCMAN
vamos levar em consideração as crí-
ticas feitas e transpô-las para seções
já existentes. Um exemplo é tentar
‘humanizar’ o SuperPapo”, afirma.
Na seção SuperNovas, foi mantido o
caráter noticioso e sugerida uma inova-
ção: a criação de uma coluna. A sugestão
de autor para esse espaço é o jornalista
John Tierney, blogueiro e colunista do
The New York Times, que escreve sobre
descobertas científicas e tecnológicas
e seus desdobramentos na sociedade.
A escolha de Tierney partiu do tipo
de abordagem de seus textos, que se
adaptam bem ao estilo da SUPER.
Para a seção SuperRespostas, foram
apresentadas três propostas de subse-
ções. A denominada Como É Possível
faz um tipo de pergunta que leva a
explicações de cunho cultural e com-
portamental. A ilustração que acompa-
nha a matéria reafirma a decisão pelo
uso de imagens conceituais.
Outra subseção é Origem das Palavras,
que, com uma estrutura curta, é usada
para dar ritmo às páginas iniciais. A
terceira proposta é Como Chegamos, que
traz a evolução de uma invenção huma-
na, sempre explorando a infografia.
Já SuperFigura é um espaço onde se
conta a história de uma pessoa, pos-
sivelmente anônima para o grande
público, mas de destaque em sua área
de atuação. A seção traz personagens
ao mesmo tempo comuns e extraordi-
nários que inspirem o leitor. Ela abre
espaço para o uso da fotografia, técnica
que o grupo se propôs a fortalecer no
projeto editorial da revista.
A seção SuperInfo é a reformulação
do Pôster, uma subseção já existente.
O grupo manteve a dupla, mas acres-
centou um conceito à sua estrutura:
representar metaforicamente assuntos
difíceis de visualizar.
No Tech na Prática, foi decidido tratar
o tema tecnologia com viés mais hu-
mano e comportamental. A sugestão é
mostrar como algumas pessoas estão
utilizando as diferentes tecnologias
pelo mundo, muitas vezes de forma
inusitada e curiosa.
Para encerrar o pacote de altera-
ções na SUPER, o grupo criou O Planeta
Agradece, uma subseção de serviços que
apresenta os mais recentes produtos
tecnológicos que se propõem a diminuir
o impacto ambiental.
O que muda nas seções
SuperNovasColuna de John Tierney, blogueiro do The New York Times, que escreve sobre os desdobramentos sociais de novas descobertas
SuperRespostasA seção ganha três novas áreas:>> Como é possível >> A análise sobre fenônemos culturais e comportamentais >> Origem das palavras >> Rápida, direta e auto-explicativa>> Como chegamos >> Infográfico com a evolução de uma invenção
Os aparelhos mais modernos explicados e aplicados na vida real dos leitores
Tech na Prática
rep
rod
uçã
o
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<< 76
EPara não ficar atrás da concorrência, como mostra o projeto de EXAMEtexto Mariana Amaro design Henrique Barone
VÍdEO pARA QUÊ?
m 2005, o YouTube mudou
completamente a relação
entre o vídeo e a internet.
O barateamento dos antes
caríssimos equipamentos para gra-
vação e edição ajudou na explosão
do acesso ao site e chacoalhou as em-
presas de comunicação que insistiam
em acreditar que videojornalismo é
coisa para a televisão. Elas estavam
certas em um ponto: a postura séria
e aquele velho padrão de passagens e
narração é realmente coisa para a TV.
A internet é o local para testar e des-
cobrir novas maneiras de transmitir
a informação.
Para experimentar esses forma-
tos, ninguém melhor que os jovens,
que vivem o momento mais multi-
mídia da história. Como a EXAME te-
ria à sua disposição a vontade de tra-
balhar de seis exemplos dessa nova
geração, nada mais interessante que
pedir a eles que desenvolvessem um
projeto audiovisual: uma série de re-
portagens em vídeo sobre um tema
pertinente para o leitor que seria
hospedado no portal da revista.
“A internet possibilita usar diver-
sos meios para transmitir uma no-
tícia. Os vídeos são o exemplo dessa
diversidade”, diz Sérgio Teixeira Jr.,
editor de EXAME, apaixonado por tec-
nologia e orientador do trabalho de
três jornalistas, um designer, um fo-
tógrafo e um midiálogo. “O vídeo leva
o leitor imediatamente para dentro
da matéria. Não precisa de descri-
ção. Ele mostra o fato e economiza
o tempo do leitor”, afirma Teixeira.
Não é por menos. A popularidade dos
web videos pode ser comprovada em
uma pesquisa feita pela consultoria
americana Trendstream: em janeiro,
durante uma semana, 97 milhões de
americanos assistiram a pelo menos
um desses vídeos.
Escolher o tema de uma série de
reportagens sempre é mais complica-
do do que sugerir uma única pauta.
A equipe do Curso Abril gravou quatro matérias em vídeo para a web, um formato popularizado pelo YouTube
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ro S
ilvei
ra
PLUG 2009
77 >>
MissãoRealizar uma série
de reportagens em
vídeo para o site
Quem fez?> Mariana Amaro
TEXTO
> Marcio Orsolini TEXTO
> Manuel Cunha Pinto TEXTO
> Giuliano Muccioli DESIGN
> Gustavo Forti LeitãoVÍDEO
> Pedro SilveiraFOTO
Quem orientou?
> Sérgio Teixeira Jr. EDITOR EXECUTIVO
> Peri Dias REPÓRTER
Palavra do orientador
“O trabalho envolvia vídeo e tinha uma grande complexidade logística,
além do tema específico: tecnologia de celulares. Apesar disso, o desempenho do grupo foi excelente.”
SÉRGIO TEIXEIRA JR.
Em janeiro de 2009, 97 milhões de americanos assistiram a pelo menos um vídeo na internet numa semana
1. Fazer vídeos não
basta. O hotsite dá
destaque à produção
2. Elementos como o QR Code
(código lido pelo celular) integram
o conteúdo a outras midias
O motivo é óbvio: o assunto precisa,
necessariamente, render várias pro-
postas interessantes com uma cer-
ta ligação. Depois de descartar pelo
menos dez sugestões, a eleita foi o
celular, por sua representatividade
para a comunicação e sua impor-
tância para os leitores de EXAME.
Quando foi lan-
çado no merca-
do brasileiro, em
1983, servia ape-
nas para fazer e
receber ligações. Isso parece piada
perto dos modelos disponíveis no
mercado hoje, que conseguem, en-
tre várias funções, contar batimen-
tos cardíacos, fazer check-in no ae-
roporto e ler códigos de barras.
A importância desse aparelhinho
na vida moderna foi explorada em
quatro reportagens. Desde os no-
vos aplicativos para o telefone até o
futuro do celular. Um dos entrevis-
tados conseguiu explicar em pou-
cas palavras o que ele representa.
Carlos Alberto Teixeira, assessor de
inovação da companhia aérea Gol,
disse que, “se uma pessoa esquece a
carteira em casa, ela não volta para
pegar. Algum amigo pode pagar seu
almoço. Mas, se essa pessoa esquece
o celular, ela volta”.
Encontrar imagens que dialogas-
sem com as entrevistas e fugissem do
senso comum foi a maior dificuldade
do grupo. A salvação foi o enorme ban-
co de imagens do YouTube.
Durante o processo de edição das
reportagens, surgiu a necessidade de
criar uma identidade para a série,
já que a intenção do editor era levar o
conteúdo ao ar. Para isso foi desenvol-
vido um hotsite com design e logotipo
inspirados no iPhone e constituídos
com elementos das matérias, como o
QR Code. Foram desenvolvidos ainda
conteúdos extras: um ensaio fotográ-
fico feito nos bastidores das grava-
ções, uma lista de reportagens sobre o
assunto publicadas em EXAME e uma
linha do tempo do celular.
Entre as lições aprendidas no Cur-
so Abril 2009, a principal foi dada por
Sérgio Teixeira Jr.: “Todas as publica-
ções deviam ter vídeos”. Que atire a
primeira pedra quem nunca parou de
ler uma matéria para assistir ao vídeo
sobre o mesmo assunto que estava ao
lado. Ou, pelo menos, assistiu depois
que terminou de ler.
rep
rod
uçã
o
1 2
<< 78
Casa.com.br é um por-
tal da Editora Abril que
oferece ampla cobertura
editorial dos segmentos de
arquitetura, decoração e design. Em
maio, ele registrou 890 mil visitantes
únicos, 52% acima do registrado no
mesmo período de 2008, e 10,7 milhões
de page views. Dada a popularidade
das seções de conteúdo colaborati-
vo, como Mostre Sua Casa, Bichos
de Estimação e Faça Você Mesmo,
pode-se constatar que grande parcela
da audiência do site é composta de
pessoas comuns em busca de dicas
e informações básicas sobre os temas.
Por isso, desenvolver um produto para
profissionais é uma oportunidade de
estreitar o vínculo deles com as mar-
cas CASA CLAUDIA, ARQUITETURA
& CONSTRUÇÃO e Casa.com.br e,
além disso, levar os anunciantes a um
público altamente qualificado.
A missão que o grupo Casa.com.br
recebeu foi a de desenvolver um proje-
O to editorial com foco em redes sociais
para profissionais e estudantes de
arquitetura e decoração. O objetivo
era aumentar e qualificar a partici-
pação desse público no site por meio
da criação de um clube para promo-
ver a troca de experiências. Esse é o
foco do Casa/PRO, espaço virtual em
que o usuário cadastrado apresenta
seu portfólio, tem a oportunidade de
interagir com os principais nomes do
meio e acessa conteúdos editoriais e
serviços específicos.
De acordo com o orientador do
grupo, o gestor de projetos Jefferson
Rubbo, a vontade de trabalhar com
comunidades surgiu em 2007. "Utili-
zamos como referência uma demanda
prevista no planejamento estratégico
do Casa.com.br – o CasaNetwork,
uma rede social para decoradores,
arquitetos e estudantes. Tínhamos
o embrião do que se tornou o Casa/
PRO e concluímos que o grupo traria
boas ideias”, afirma.
Casa/PRO será ambiente para troca de experiências e contatos entre arquitetos
pROJETO COLETIVO
texto Ana Luiza Leal e Nádia Tamanaha design Fernanda Ribeiro
O Casa/PRO foi feito para ser a rede social do segmento
79 >>
MissãoDesenvolver projeto
com foco em redes
sociais e clubes
patrocinados
Quem fez?> Ana Luiza Leal
TEXTO
> Nádia Tamanaha TEXTO
> Felipe Grandinetti DESIGN
> Mirian Alves DESIGN
> Conrado Braga MÍDIAS DIGITAIS
> Diogo Salles FOTO
> Ananda Morais AUDIOVISUAL
Quem orientou?
> Jefferson RubboGESTOR DE PROJETOS DO CASA.COM.BR
> Marcia Carini EDITORA DO CASA.COM.BR
> Marcos Moitas EDITOR DE ARTE DO CASA.COM.BR
Palavra do orientador
“Relevância, serviços e o relacionamento entre os profissionais e o núcleo CASA são os pilares para atrair os usuários ao Casa/PRO.”
JEFFERSON RUBBO
O projeto foi desenvolvido com base
na pesquisa em sites especializados
internacionais e brasileiros e no diálogo
com profissionais da área e de internet.
A linguagem usada por eles na web
e os assuntos e serviços buscados nes-
sas redes também foram objeto de
estudo. Após o levantamento, o grupo
constatou que o público
em questão exige con-
teúdo e design de van-
guarda. Para atraí-lo, o
projeto do Casa/PRO traz
blogs especializados as-
sinados por grandes nomes e uma seção
sobre o que os expoentes da área fazem,
além de reportagens especiais em texto,
vídeo e fotografia.
Conceitos como funcionalidade e inte-
ratividade pautaram o desenvolvimento
do Casa/PRO. Como o foco é a troca de
experiências, o perfil do usuário inclui
portfólio, currículo e fotografia. Nesse
ambiente, o internauta faz amizades
e contatos profissionais. Da mesma
forma, constrói o conteúdo do clube
por meio da proposição de tópicos nos
fóruns e da exposição de seus projetos
em galerias de fotos temáticas.
O usuário também tem acesso a um
calendário de cursos e eventos da área,
alimentado de forma permanente pela
redação e pelos próprios internautas.
“O Casa/PRO tem o ousado desafio de
reunir arquitetos e decoradores em
uma rede social digital. Relevância de
conteúdos, serviços, participação em
eventos e relacionamento entre os espe-
cificadores e os editores do núcleo CASA
& CONSTRUÇÃO são os pilares para
atrair e reter os usuários”, diz Rubbo.
Outra tarefa solicitada ao grupo foi
a criação de vídeos para divulgar a mar-
ca Casa.com.br. A proposta era fugir do
“Desenvolver um produto para profissionais é uma oportunidade de levar os anunciantes a um público altamente qualificado”
No hotsite especial, Mauro Munhoz (do Museu do Futebol)
mostra seus prédios favoritos em São
Paulo, como o Masp
foto
: Dio
go
Sal
les
<< 80
Rede social em quatro passos e um viral
1. Na seção
Portfólios, o
profissional
se apresenta
e mostra seus
melhores
trabalhos aos
colegas em rede.
A home do
Casa/PRO exibe
os últimos perfis
atualizados
institucional e fazer algo leve e engra-
çado com elementos do cinema. Não foi
sem algumas horas de discussões que o
grupo chegou a uma premissa simples
e compatível com o orçamento – per-
sonagens inusitados, como uma freira
e um dono de botequim, em busca de
soluções de decoração no portal.
Foram produzidos dois curtas-
metragens e outros três roteiros que
complementam a série. Ao final, os
projetos foram divulgados no YouTube
e, em duas semanas, tiveram cerca de
1 090 visualizações.
O grupo desenvolveu ainda um vídeo
em que o arquiteto Mauro Munhoz,
autor do projeto do Museu do Futebol,
localizado no Estádio do Pacaembu,
em São Paulo, fala sobre as obras que
mais aprecia na capital paulista – lista
que inclui o Conjunto Nacional e o
Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Para concluir o especial, pensado
como parte do material exclusivo do
1
2 2. Tópicos
de Discussão
é um fórum
em que os
membros
do Casa/PRO
propõem
e debatem
assuntos
relacionados
à área. Os
últimos temas
propostos viram
destaque no site
rep
rod
uçã
o
81 >>
4. Um dos principais atrativos do Casa/PRO, o conteúdo
exclusivo reúne blogs assinados por profissionais renomados
e notícias sobre o mundo da arquitetura, design e decoração
5. Bem-humorado, o vídeo viral
foi criado para divulgar o site
Casa.com.br e recebeu
1 090 visitas em duas semanas
Casa/PRO, o grupo produziu fotografias
dos locais apontados por Munhoz. Por
fim, para hospedar o conteúdo, foi
criado um hotsite que, além de dispo-
nibilizar todas as imagens, trazia um
pequeno perfil do arquiteto.
“O desempenho do grupo foi for-
midável. Os alunos trabalharam
muito bem em equipe e contribu-
íram com soluções criativas para a
proposta”, afirma Jefferson Rubbo.
"O resultado será aproveitado na vida
real, com algumas alterações que
ocorrerão por conta das ferramentas.”
O Casa/PRO tem lançamento previsto
para novembro de 2009.
3
4
53. O To Do
é um calendário
colaborativo
no qual membros
podem acrescentar
eventos e até
organizar sua
própria agenda
rep
rod
uçã
o
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rod
uçã
o
m 1984, os computadores ain-
da eram ficção nas redações.
Nos Estados Unidos, a Apple
lançava o primeiro Macin-
tosh, modelo “portátil” de “apenas 9
quilos” que podia ser “transportado
numa sacola”, segundo VEJA. Dá para
acreditar nesse conceito de mobilida-
de? Nós não digitávamos as matérias,
datilografávamos em jurássicas má-
quinas de escrever. Foi numa dessas
que batuquei o texto que valeu minha
vaga na primeira turma do Curso Abril
de Jornalismo em Revistas.
Se o objetivo da editora era trans-
mitir o conhecimento acumulado por
seus fazedores de revistas, o nosso, um
grupo de recém-formados de facul-
dades de São Paulo, era trabalhar na
casa. De preferência em VEJA.
Roberto Civita, então diretor-superin-
tendente da Abril, deu a aula inaugural.
O assunto: publishing. Nós éramos
irritantemente teóricos em 1984, e uma
palestra sobre publishing era um cho-
que de realidade. RC mostrava a impor-
tância do ciclo de publicação: desde a
criação, passando pela publicidade, até
a impressão e a circulação. Aprendía-
mos que havia algo além da apuração
e da edição de uma matéria.
E Para quem se julgava o centro do
universo, como nós, uma grande lição
era saber quem manda em uma pu-
blicação: “É o leitor, estúpido!”, diziam
pratas da casa como Thomaz Souto
Corrêa, Alberto Dines, Mário Escobar
de Andrade e Augusto Nunes. Os 15
dias de aprendizado valeram mais
do que quatro anos de faculdade.
Vinte e cinco anos depois, são ou-
tros os focas, mas segue o desafio:
abocanhar o peixe. O objetivo de cada
turma continua a ser um lugar ao
sol na Editora Abril. O da empresa,
renovar seu estoque de talentos.
O cardume agora é mais diversificado,
e a Abril não faz só revistas. Produz
conteúdo em papel, vídeo, internet,
celular e o que mais vier (alguém aí
também pensou no e-reader?). Meu
papel também mudou: de aprendiz
passei a orientador de grupos em mí-
dias digitais, especificamente aquelas
ligadas a Veja.com.
O perfil dos alunos acompanhou a
transformação. Plugada desde as fral-
das, esta turma está mais preparada
do que a de 1984. Conhece texto, foto,
vídeo, design e internet. Para minha
surpresa, as ideias costumam vestir
terno e gravata nas sugestões iniciais
que os alunos trazem. Reajo com um
bordão: “As ideias velhas, tenho eu”.
Estabelecido o cri-
tério de inovação,
o resultado sem-
pre surpreende. A
proposta neste ano
foi produzir uma
reportagem explo-
rando as possibilidades das mídias
impressa e digital.
Em 2009, o desafio é maior. Discute-
se como as revistas devem se reinven-
tar e como a Abril vai acompanhar
– e liderar – o processo. A revolução,
que já acontece, passa pelas mãos,
pelos olhos e pelas telas dessa moçada.
Os alunos de 1984, os de 2009 e os que
estão para chegar terão de continuar
aprendendo se quiserem ser protago-
nistas de tal transformação.
"Para quem se julgava o centro do universo, uma grande lição foi saber quem manda numa publicação"
1984, O CURSO QUE NÃO TERMINOU
>> Roberto Gerosa é editor executivo de Veja.com e foi aluno da primeira turma do Curso Abril de Jornalismo, em 1984
por Roberto Gerosa design Maíra Miranda
A primeira turma, a 25 anos atrás: só revistas, só São Paulo
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PLUG 2009
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Era assim que recrutávamos os jovens talentos do Brasil, há 40 anos.
Vem aí o Curso Abril de Jornalismo 2010.
Reprodução de anúncio publicado na revista CLAUDIA, em novembro de 1967, para recrutar jornalistas que, meses depois, iriam integrar a primeira redação da revista VEJA. www.cursoabri l .com.br
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