MASP
ARTE EXPOSTA
Três lugares de exposição de arte
PERMACULTURA
Compartilhando uma vida melhor
TOMIE
OHTAKE
BIENAL
MÚSICA
Fernandinho BeatBox — Caminho Estreito
ASSISTIMOS E INDICAMOS
NA BATUCADA DO SAMBA
Uma história de resistência
ENTREVISTAS
María Catalina Plazas
Restauradora e Conservadora de
Arte
Kiara Terra
Escritora e Contadora de Histórias
PEDALANDO NO TEMPO
A evolução da bicicleta
SUPER-HERÓIS
Superman
Mulher Maravilha
Batman
Homem-Aranha
CURTA O CURTA
CLICK
DICAS DE LEITURA
Revista Eletrônica
Abre-te cérebro! #2
Mais um semestre se passou e até que enfim o 2º volume da
nossa revista saiu do forno!!!
Depois de um período de longos estudos, pesquisas, leituras,
conversas, risadas e algumas lamentações, afinal de contas
somos adolescentes, aqui estamos novamente com uma revista
super legal, recheada de pautas bacanas, links interessantes,
entrevistas incríveis, além de dicas de livros e filmes.
Esta publicação é o resultado do trabalho desenvolvido no
2º semestre de 2012 pela turma do Ateliê Matéria Prima no Ar.
Abre-te cérebro!
E descubra o tesouro do conhecimento.
P.S. A turma de 2012 do Ateliê Matéria Prima no Ar se despede
deste projeto e faz um pedido: Que outros integrantes que
passarem por esta redação publiquem volumes tão especiais
quanto foram os nossos deste ano!
O Ateliê Matéria Prima no Ar, pertence ao Projeto Matéria Prima Itapevi, um pro-
jeto socioeducativo do Instituto Eurofarma, que oferece atividades complemen-
tares ao ensino escolar para crianças e adolescentes com idade entre 7 e 12
anos.
Saiba mais sobre o Instituto Eurofarma:
http://www.eurofarma.com.br/versao/pt/resposabilidade/index.asp
Envie sugestões para os próximos volumes:
E-mail: [email protected]
Idealização: Ateliê Matéria Prima no Ar
Educadora responsável: Renata Melo
Participantes do Ateliê Matéria Prima no Ar
Alan Macedo
Alessandro Alves Quatrini
Amanda Letícia Daniel da Silva
Beatriz Mariane Santana
Carlos Augusto Soares
Emanoel Pereira de Oliveira
Ester de Araújo Souza
Evelyn Vitória Freitas Silva
Gabriel Calixto Nunes
Guilherme Santos Moreira
Igor Mateus de Oliveira
Inara Priscila Santos
Kevin Pedro Silva
Larissa Rocha Menezes
Layanne Araújo da Silva
Lyncon Gabriel Gouvea
Maiara Aparecida Mendes
Maria Eduarda Conceição
Robert da Silva Arruda
Samuel Calixto Nunes
Weverton Souza Ferreira
Capa: Zulmira Amaral
Diagramação: Bianca Colussi de Sousa e Renata Melo
com colaboração da turma do Ateliê Matéria Prima no Ar
Realização: Instituto Eurofarma
Gestão pedagógica: La Fabbrica do Brasil
A bicicleta levou muito tempo para chegar ao que é hoje, foram anos e anos de tentativas
e adaptações. Veja como foi a evolução desse meio de transporte que agrada adultos
e crianças e faz você se sentir voando.
O Celerífero
Em 1790, um
brinquedo, criado
pelo francês Conde
de Sivrac, era todo
de madeira e tinha
duas rodas, ligadas por uma ponte onde a
pessoa podia sentar e apoiar as mãos em
uma parte que ficava na transversal. Para
brincar, era preciso apoiar os pés no chão e
empurrar, tentando manter o equilíbrio.
A brincadeira devia ser bem difícil, pois,
como era todo em madeira, pesava muito,
além disso, os tombos eram inevitáveis.
A Draisiana
Em 1817, um engenheiro agrônomo e florestal alemão chamado
Karl von Drais, colocou em um celerífero um sistema de direção, um
sistema de freio e um selim onde era possível ajustar a altura. Com o
sistema de direção, ficou um pouco mais fácil manter o equilíbrio e
com o selim ajustável, pessoas de várias estaturas podiam
experimentar a brincadeira. Esse brinquedo adaptado passou a se
chamar “draisiana”. Muitas pessoas gostaram, pois passaram a sentir
mais segurança durante o movimento. Mesmo assim, o impulso era
dado com os pés, que depois eram levantados quando o condutor
pegava o equilíbrio. A velocidade dependia do piso, pois naquela época os pisos eram bem irre-
gulares. Algumas draisianas começaram a ser fabricadas e espalhadas pelo mundo, devido ao
seu sucesso.
Um projeto de Leonardo da Vinci
Por volta de 1966, monges
italianos encontraram
documentos de Leonardo da
Vinci e junto com eles, havia
um projeto de uma bicicleta.
Esses documentos eram de aproximadamente
do ano de 1490. O projeto mostrava um dese-
nho de uma bicicleta muito parecida com a que
conhecemos hoje, mas pelas análises que foram
feitas, o eixo de direção dobrava no meio e, por
causa disso, devia ser muito difícil manter o
equilíbrio em cima dela.
Mas, antes de Leonardo da Vinci, já existiam
pinturas em vasos, murais e relevos com brin-
quedos de duas rodas que provavelmente
inspiraram a criação da bicicleta como
conhecemos hoje.
A bicicleta levou muito tempo para chegar ao que é hoje, foram anos e anos de tentativas
e adaptações. Veja como foi a evolução desse meio de transporte que agrada adultos
e crianças e faz você se sentir voando. A primeira competição
Em 1829 aconteceu na cidade de Munique,
a primeira competição. Competiram 26
draisianas e o vencedor conseguiu
percorrer pouco mais de 30 km. Foi uma
verdadeira vitória porque percorrer essa
distância sem pedais, não devia ser nada
fácil.
A criação do velocípede e os pedais na roda
dianteira
Em 1861, Pierre Michaux, um francês que tinha
uma oficina de carroças,
recebeu em sua oficina
uma draisiana para ser
consertada. Quando o
serviço foi feito, seu filho
fez o teste para ver como
tinha ficado. Ele gostou
muito, mas achou cansativa. Depois da
declaração do filho, Pierre pensou em criar um
sistema que facilitasse a locomoção da bicicleta.
Então, criou um sistema de propulsão por
alavancas e pedais na roda dianteira. O resultado
foi tão bom que ele começou a fabricar esse
novo modelo que passou a ser chamado de
velocípede.
Outros velocípedes foram inventados pelo
ferreiro francês Pierre Lallement, e pelo inglês
Philipp Moritz Fisher, mas não tiveram tanto
sucesso como o de Michaux.
Projetistas de várias partes do mundo
começaram a produzir e vender este tipo de
veículo.
Os primeiros pedais por alavanca
nas rodas
traseiras
Em 1839, um ferreiro escocês
chamado Kirkpatrick Macmillan,
depois de muitos experimentos,
adaptou uma draisiana, colocando
por meio de alavancas um sistema de
propulsão por pedais na roda traseira.
A bicicleta passou a funcionar melhor,
mas ainda não era muito
confortável.
Feita para mulheres
Outras
pessoas
fizeram
novas
adaptações
para
melhorar
ainda mais as draisianas, por exemplo
o inglês Denis Johnson, que lançou em
1819, um modelo especialmente feito
para mulheres, com armação mais
curvada para que elas não tivessem
problemas com as longas saias.
Por
Alan Macedo
Carlos Augusto Soares
Kevin Pedro Silva
Samuel Calixto Nunes
Weverton Souza Ferreira
A grande roda
Em 1870, James
Starley, um fabricante
de máquinas de
costura, criou um
modelo de biciclo
muito diferente dos
outros. Era todo feito
em aço, pneus em
borracha maciça e
um sistema de freios mais moderno. A roda
dianteira era enorme, media 125 cm e os pedais
eram fixos ao eixo da roda dianteira. Era na
época, a máquina de propulsão humana mais
rápida do momento.
Primeiras ciclovias
Com a popularidade das bicicletas nas ruas
da França, em 1862 são criados caminhos
especiais para os velocípedes, para que não
se misturassem com charretes e carroças,
evitando acidentes. Esses caminhos podem
ser considerados as primeiras ciclovias.
Grandes exposições e a popularidade dos
veículos
Nesta época, as
pessoas começaram a
perceber a importância
desse tipo de veículo e
então, passaram a
fabricar cada vez mais
biciclos, triciclos,
quadriciclos e sociáveis, que eram veículos de
propulsão humana de duas, três ou até mais de quatro
rodas. Tornou-se popular porque era muito mais
barato comparado a outros transportes da época,
como charretes, carroças e carruagens. Além disso,
ocupavam menos espaço, eram mais limpos e podiam
ser conduzidos por qualquer pessoa.
Em muitos lugares do mundo, grandes exposições
mostravam invenções modernas da época. Esses
veículos eram verdadeiras atrações dessas exposições.
O biciclo vira um problema
Algum tempo depois, o biciclo de
roda grande passou a virar um
problema, pois geralmente quando
o condutor se deparava com algum
obstáculo e tinha que diminuir a
velocidade, ele era arremessado e
tomava tombos enormes, muitas
vezes com graves consequências,
pois o selim era muito alto.
Mais segurança e popularidade
Os fabricantes dos biciclos começaram a se preocupar em
criar um veículo de duas rodas mais seguro, então surge o
modelo da “bicicleta de segurança”, com duas rodas do
mesmo tamanho e com selim e pedais centralizados, o que
fez com que o equilíbrio melhorasse para o condutor.
O modelo é muito parecido com a bicicleta que
conhecemos hoje. Com as novas adaptações, as pessoas
começaram a ver a bicicleta como um transporte mais
seguro, confortável, eficiente, muito simples e barato.
Por causa de todas essas vantagens, ganhou adeptos de diferentes idades e passou a ser
comercializada cada vez mais, em várias partes do mundo.
Melhoras nos pneus
Para melhorar ainda
mais o conforto da
bicicleta, muitas coisas
foram feitas ao longo
do tempo. E no ano de
1888 o inglês John Boyd
Dunlop, criou o pneu
com câmara de ar. Esses
pneus foram testados
em competições para
ver o seu funcionamento, antes de serem
vendidos. Eles funcionaram muito bem e então,
foram colocados à venda. Três anos mais tarde, o
francês Edouard Michelin, criou os pneus sem
câmara de ar que popularizaram ainda mais as
bicicletas.
Correntes
Novas tecnologias foram aplicadas e a
bicicleta passou a ter correntes, o que
facilitou ainda mais a sua condução,
evitando trancos nos joelhos dos
ciclistas.
O surgimento das bicicletas BMX
Elas surgiram nos anos 50, mas se popularizaram
no final dos anos 60. Eram bicicletas especiais
com designe apropriado para pistas irregulares.
Com esse modelo de bicicleta, surgiu também
um novo tipo de esporte, o bicicross, uma
espécie de corrida em pistas irregulares de terra
com manobras simples e arriscadas.
Com o sucesso desse esporte, surgiram equipes,
campeonatos e revistas especializadas em
bicicletas BMX. Com ela surge o ciclismo profissional.
Bicicleta de Montanha
Mais conhecida como Mountain Bike é uma modalidade de ciclismo que surgiu na Califórnia no
final da década de 50. As bicicletas feitas para esse
tipo de competição são adaptadas com um sistema
de freio especial, além de marchas para facilitar as
pedaladas nas subidas. Geralmente é um esporte
praticado em montanhas, estradas de terra e trilhas.
É preciso muita resistência e destreza do ciclista,
devido ao esforço para percorrer lugares com
diversas irregularidades e obstáculos.
Nos anos 70, muitas pessoas começaram a utilizar
as mountain bikes nas cidades, pois achavam muito
agradável pedalar esse tipo de bicicleta no asfalto.
Bicicleta desmontável
Além de ser um ótimo meio de transporte,
este tipo de bicicleta é ideal para quem não
tem muito espaço em casa. É de fácil manuseio
e cabe em qualquer local. Geralmente é
acompanhada de uma bolsa para guardá-la
e carregá-la quando dobrada. É muito prática,
leve, segura, fácil de guardar e de transportar e
pode ser usada em conjunto com outros meios
de transporte, como trem, metrô e carro, pois
ela cabe tranquilamente em um porta-malas.
Tecnologia cada vez mais avançada
Nos anos 90, com a popularização das mountain
bikes e do uso em geral das bicicletas, novas
tecnologias são desenvolvidas para melhorar
ainda mais as peças e os acessórios deste meio
de transporte.
Bicicleta elétrica
É muito parecida com uma bicicleta
comum, mas a diferença é que ela tem um
motor elétrico que fica preso a uma das
rodas junto com uma bateria. Ele é movido
por energia elétrica, não faz barulho e não
polui o meio ambiente. Pode ser utilizado
para acelerar a bicicleta ou para ajudar a
pedalar e isso numa subida pode facilitar
bastante. Pode atingir uma velocidade de
até 25km/h quando o motor é acelerado,
mas quando o ciclista não aciona o motor, ela funciona como uma bicicleta comum.
Clique no link e saiba muito mais sobre esse transporte que a
cada dia ganha mais adeptos em todo o mundo:
http://www.escoladebicicleta.com.br
Bicicleta e saúde
A partir dos anos 90, muitas pessoas começam
a ver a bicicleta como alternativa de transporte ecologicamente
correto e ideal para uma boa saúde. A ideia é cada vez mais
estimular o uso da bicicleta e diminuir o uso do automóvel, pois
pedalar reduz o estresse, diminui o engarrafamento e traz
qualidade de vida para a população, além de fazer um bem
enorme para o físico e para o planeta.
Alugue uma bicicleta e conheça o mundo
Alugar uma bicicleta é comum nas cidades
europeias e americanas, principalmente
para quem está fazendo turismo.
Nesses lugares, é bem fácil alugar uma
bicicleta, sair pedalando e conhecendo as
cidades, pois existem muitos pontos que
prestam esse tipo de serviço.
People For Bikes
É um movimento de pessoas que incentivam o uso de
bicicletas como meio de transporte, seja por uma saúde
melhor ou por um mundo melhor.
Clique no link e conheça este movimento:
http://www.peopleforbikes.org/
Ilustração— Zulmira Amaral
Projeto Bike Sampa
É uma iniciativa do banco Itaú em parceria
com a Prefeitura de São Paulo e a empresa Serttel/Samba.
O objetivo é estimular o uso das bicicletas nas grandes cidades.
As pessoas podem se cadastrar pelo site do projeto, depois retirar a
bicicleta em uma das estações e devolvê-la em outra. Os primeiros
trinta minutos de utilização são gratuitos e, após esse período, serão
cobrados R$ 5,00 a cada meia hora.
Todas as bicicletas do Bike Sampa tem chip
para controle e monitoramento.
Hoje o projeto conta com 60 estações em 14
bairros da cidade, mas pretende disponibilizar
3 mil bicicletas espalhadas em 300 estações
em diferentes pontos da cidade até 2014.
Para se cadastrar e saber mais sobre este
projeto, clique no link:
www.bikesampa.com
Bike anjos
Este é um serviço gratuito feito por
ciclistas muito experientes e que
utilizam a bicicleta como o seu maior
meio de transporte. Eles ajudam
pessoas que querem aprender a pedalar
na cidade com mais confiança e
segurança., acompanham o ciclista
iniciante em suas primeiras pedaladas
e ensinam manutenção básica e
medidas de segurança no trânsito.
Por que o serviço é gratuito? Porque eles são
realmente apaixonados por bicicletas e acreditam
que este meio de transporte pode tornar as grandes
cidades mais humanas.
Clique no link e saiba mais sobre
este trabalho:
http://bikeanjo.com.br/
Filme: Cartas para Julieta
Diretor: Gary Winick
Roteiro: Jose Rivera e Tim Sullivan
Gênero: Romance
País: Estados Unidos
Ano: 2010
Este filme conta a história de Sophie, uma jornalista que sonha em se
tornar escritora. Em suas férias ela e Victor, seu noivo, decidem fazer
uma viagem romântica, então escolhem Verona, a cidade onde se
passa a mais famosa história de amor, a de Romeu e Julieta. Quando
chegam à Verona, as coisas não acontecem como Sophie planejou,
o casal tem interesses diferentes e, por isso, acabam fazendo tudo
separados. Victor se interessa em descobrir ingredientes culinários
porque é chef de cozinha e Sophie se oferece para ser voluntária da
“Casa de Julieta”, um lugar onde mulheres respondem cartas com
dúvidas amorosas que as pessoas escrevem endereçadas à
personagem do famoso romance. Por causa disso, ela encontra uma
carta escrita há 50 anos. A partir daí, muitas coisas acontecem e a
história de Sophie muda radicalmente.
Além de bonita, esta história fala de coisas muito importantes, como
a coragem de mudar e viver novas experiências, a atitude que temos
que ter na vida e, principalmente, sabermos aproveitar as oportunida-
des que encontramos no meio do caminho.
Filme: O Palhaço
Diretor: Selton Mello
Roteiro: Selton Mello e Marcelo
Vindicatto
Gênero: Comédia/Drama
País: Brasil
Ano: 2011
Este filme fala sobre a vida de
artistas circenses que percorrem
cidades interioranas do Brasil
levando alegria a muitas pessoas.
Mas, toda a alegria do espetáculo,
esconde a tristeza do palhaço
Benjamin, que herdou a profissão
do pai, o dono do circo. Benjamin
sofre com as dificuldades
financeiras do circo, pois o
dinheiro recebido na bilheteria
dos espetáculos não é suficiente para manter os
artistas, além disso, ele passa por uma crise e não sabe
se quer seguir a profissão de palhaço.
O filme todo tem imagens lindas e coloridas e nos
emociona em muitos momentos. Ele representará o
Brasil na disputa a uma vaga para concorrer ao prêmio
de melhor filme estrangeiro do Oscar 2013.
Filme: A Guerra dos Botões
Diretor: Yves Robert
Roteiro: Yves Robert e François Boyer
Gênero: Comédia
País: França
Ano: 1962
Este filme conta a história de dois grupos de meninos que moram em
aldeias vizinhas. Os moradores adultos das aldeias também tem uma certa
rivalidade que já dura anos e, por causa disso, seus filhos também
aprendem a ser rivais. Os dois grupos de meninos vivem em guerra, mas a
maneira de atacar o inimigo é muito diferente: quem perde fica sem os bo-
tões, cadarços e suspensórios de suas roupas. Cada grupo tem um líder e
eles passam a maior parte do tempo pensando nas estratégias de ataque.
Os meninos aprontam o tempo todo e geralmente são pegos pelos pais ou
pelo professor, que os colocam de castigo. Ao mesmo tempo são muito
inteligentes, determinados, sabem se organizar, tem espírito de equipe e
dividem todas as tarefas do grupo.
A história é bem divertida, mas apesar de nos fazer rir, quase que o tempo
todo, também nos faz pensar sobre muitas coisas, por exemplo, sobre
conflitos, guerras que são passadas de geração em geração e que quase
sempre não tem nenhum sentido.
Fernandinho BeatBox acaba de lançar seu novo CD Caminho Estreito.
Tivemos a honra de entrevistá-lo e, ele, além de bater um super-papo com a gente,
ainda fez um pequeno show especialmente para o Projeto Matéria Prima.
Capa do novo CD de Fernandinho BeatBox
Neste novo trabalho, Fernandinho fala sobre seu caminho, fases da sua vida, o que aprendeu e
como quer contribuir para o crescimento das pessoas, o legado que quer deixar. É um CD que
está sendo muito bem falado, as pessoas estão ouvindo e curtindo. Inclusive o cantor Seu Jorge
declarou, no programa Altas Horas, que está impressionado com a qualidade do CD.
É um CD que tem participação de muita gente legal, como o próprio Seu Jorge, Tita Lima,
Renan Samam, Pregador Luo, Fino entre outras pessoas.
Fernandinho nos contou um pouco sobre algumas músicas: “Minha Mademoiselle, é uma
música que eu falo das mulheres... Como as mulheres devem ser tratadas, com carinho, com
respeito. A música Ê moleque é um samba que fala da molecada de hoje e do quanto estão
entrando em contato com as drogas e com prostituição, como isso está atingindo a sociedade.
Em Bons Tempos, eu falo de um tempo em que as pessoas iam pros bailes, sabiam se divertir
sem perigo, falo de brincadeiras antigas, como estrela nova cela, queimada, enfim, brincadeiras
de rua que eram muito saudáveis e que hoje em dia não se vê tanto, tem criança que nem sabe
o que é... É uma pena porque eram tempos muito bons”.
Em nossa conversa, percebemos que Fernandinho é um artista muito determinado e
disciplinado... Ele diz: “Sempre coloquei na minha cabeça que se eu entrasse para fazer uma
parada eu nunca ia fazer de qualquer jeito porque pra mim tem que ser uma coisa que vá
revolucionar. Eu acredito que quando a gente quer alguma coisa, tem que ter foco, disciplina,
força de vontade e responsabilidade. Isso é muito importante para você ingressar em qualquer
coisa que você queira fazer”.
A página no Facebook de Fernandinho BeatBox cresce muito a cada dia e isso com certeza é
por causa da atenção que ele dá aos seus fãs.
Ouçam o CD Caminho Estreito e descubra outros caminhos de Fernandinho BeatBox.
http://www.fernandinhobeatbox.com.br/
Veja o clipe da música Samba de Boca:
http://www.youtube.com/watch?v=QUtcXorXvs4
Clique no link e veja uma parte da apresentação de Fernandinho BeatBox no
Projeto Matéria Prima:
http://www.youtube.com/watch?v=BP5sAaiHYzA&feature=youtu.be
A.C. Como você define beat box?
F.B. Beat box é o homem fazendo o que a máquina faz. É o lance de imitar caixa, bumbo, chimbal.
Enfim, é fazer base pros MC’s cantarem em cima.
A.C. No que você se inspirou para fazer este
trabalho?
F.B. O lance do Beat Box na verdade vem de muitos anos,
eu assisti a um filme, que eu nem lembro o nome, mas
era um filme de gangues de breaks de Nova York e tinha
uns caras fazendo beat box, dança de rua... E eu me
identifiquei muito com aquilo, então comecei a fazer
beat box em casa e na escola. Eu era conhecido como
“o maluco do Put Pá” e tinha mais ou menos uns 13 anos.
E tem até uma história muito engraçada sobre isso...
Tinham uns caras na escola, Abraão
e Ananias, que falavam: Aê maluco, faz aqueles barulhos
lá com a boca? Só que a minha escola era muito alta,
então eu fui descendo todas as escadas fazendo beat box
até uma hora que eu não aguentava mais, já estava
cansado e parei... Os caras falaram: “Faz mais aí, mano!
Faz mais aí!” E aí me batiam pra eu fazer... Eu apanhei por
causa do beat box...(Risos) , Se foi bom eu não sei, mas de
repente, foi até um incentivo.
Minha inspiração veio também do Michael Jackson que é um cara que também fazia beat box.
Depois ganhei um vinil do Vanila Ice e, no disco, tinha um cara fazendo beat box, mas nessa época
eu nem sabia que o nome era esse. O cara fazia numa perfeição tão grande e alvoroço do público
era tanto que eu queria saber o que era. Alguns anos depois eu descobri que aquilo era Beat Box e
que o cara fazia todos aqueles sons com a boca... Que era a mesma coisa que vinha fazendo.
A.C. Quando você começou a se apresentar profissionalmente?
F.B. Bom, eu já fazia beat box há algum tempo e um dia fui numa baladinha com uns amigos na Rua
Henrique Schaumann, em Pinheiros. A baladinha se chamava “Enigma”. E aí, eles já tinham falado
que iam me colocar no palco para fazer beat box. Eu fiquei timidão, morrendo de vergonha, mas a
reação do público foi ótima e ali eu vi que era isso que eu queria pra minha vida. Então, essa foi a pri-
meira vez que eu subi no palco, na verdade não era nem um palco, era uma cabine de DJ, Ninguém
mais queria que eu descesse. No final da apresentação, o cara, responsável pela balada, falou: “Eu
vou te dar 10 reais por semana pra você vir aqui, você topa?”. Eu respondi: “Ganhar dinheiro fazendo
esse negócio com a boca? Claro que eu topo?”. E eu continuo fazendo isso até hoje.
A.C. O beat box faz parte dos elementos da cultura Hip Hop?
F.B. A cultura Hip Hop tem quatro elementos oficiais: o Break, que é a dança, o MC, que é o Mestre
de Cerimônia, o DJ, que comanda a música e o Graffiti, que é a expressão através da pintura. O beat
box para alguns é considerado um quinto elemento, mas não são todos que reconhecem isso, não é
oficial. Tem uma discussão muito grande sobre este assunto, mas se é ou não é o quinto elemento,
não importa, o que importa é que ele esteja aí para somar.
Fernandinho BeatBox durante apresentação no Projeto Matéria Prima
A.C. Você já passou por alguma coisa constrangedora nos seus shows?
F.B. Já aconteceu. Eu não lembro em que ano foi, mas um dia eu fui atropelado e por causa do aci-
dente, eu quebrei o dente e tive que colocar pino. Aí, um dia, eu estava no meio de um show e o
meu pino caiu... O show tinha mais de 75 mil pessoas. Eu estava fazendo beat box, o dente caiu e
eu fiquei olhando pra ele, mas continuei lá, não perdi o rebolado. Aí, eu olhei pro Marcelo D2, abri
o maior sorriso, sem o dente, ele se desconcentrou e começou a rir muito no meio do show... Foi
constrangedor, mas também foi engraçado... Agora eu já coloquei as próteses não cai mais não, tá
tudo direitinho!
A.C. Além do Marcelo D2, você já tocou com outros
artistas?
F.B. Sim, eu já toquei com Seu Jorge, Tita Lima, Fernanda Abreu, já estive em festivais de música dividindo o palco com Jay Z, Beyonce, Eminem, The Wallers, Fugees... Muita gente legal! Às vezes o pessoal pergunta por que eu sempre fico meio sozinho no canto do palco, mas na verdade, eu estou agradecendo a Deus por tudo, pelos lugares onde ele me coloca. Então, em cada palco que eu subo, cada vez mais, me considero uma pessoa muito privilegiada. Às vezes, eu estou em lugares, que nem acredito que eu consegui, por mais que eu tenha trabalhado tanto para estar lá. Então, dividir palco com essas pessoas, é um grande sonho realizado, porque eu sou fã deles também e pra mim não tem preço que pague.
A.C. Quando você era criança, o que você que-
ria ser quando crescesse?
F.B. Quando eu era criança eu ia pra Bahia com a minha
mãe de ônibus, eu sempre sentava perto do motorista
e ficava ali viajando com as paisagens, as vaquinhas...
E eu pensava: “Cara, vou ser motorista pra poder viajar
bastante”. Eu tenho uma paixão muito grande por
viagens e hoje Deus me acrescentou um pouquinho
mais, e por causa do meu trabalho, já visitei 32 países.
A.C. Em sua música Bons tempos, você fala de uma saudade dos tempos antigos.
Como você vê os novos tempos?
F.B. Bom, eu sei que as coisas mudam e a gente tem que acompanhar o crescimento, a evolução,
o lance do computador... Só que hoje, parece que muitas coisas perderam a emoção. Por exemplo,
escrever uma carta, tinha tanta emoção... Tinha gente que não só escrevia, como colocava um
perfuminho para ter mais emoção ainda... Hoje é bacana você apertar uma tecla e a informação
chegar em questão de segundos, mas ficou mecânico, sabe? Recentemente eu estava em um Pub
em Londres... Eu não bebo cerveja, mas, fui acompanhar o pessoal da banda... E eu percebi que
estava todo mundo mexendo em algum equipamento eletrônico. Estava tão silencioso que se uma
agulha caísse no chão, dava para ouvir... Ninguém conversava, estava cada um no seu mundinho
virtual. Então é um tempo estranho, parece que as pessoas não se amam mais.
Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar e Fernandinho BeatBox
A.C. Você já passou por alguma coisa constrangedora nos seus shows?
F.B. Já aconteceu. Eu não lembro em que ano foi, mas um dia eu fui atropelado e por causa do aci-
dente, eu quebrei o dente e tive que colocar pino. Aí, um dia, eu estava no meio de um show e o
meu pino caiu... O show tinha mais de 75 mil pessoas. Eu estava fazendo beat box, o dente caiu e
eu fiquei olhando pra ele, mas continuei lá, não perdi o rebolado. Aí, eu olhei pro Marcelo D2, abri
o maior sorriso, sem o dente, ele se desconcentrou e começou a rir muito no meio do show... Foi
constrangedor, mas também foi engraçado... Agora eu já coloquei as próteses não cai mais não, tá
tudo direitinho!
A.C. Qual foi o momento mais difícil da sua vida?
F.B. Eu tive uma vida difícil, pra vocês terem ideia, já morei até na rua... Eu apanhei muito na minha infância e por isso, um dia decidi sair de casa. Nessa época, eu dormia na praça, na rua... Então, Graças a Deus, eu tive um grande amigo, que infelizmente já morreu, e ele me chamou para morar na casa dele. E ele foi muito corajoso porque, imagina levar alguém que você mal conhece para a sua casa... É difícil. Mas ele me deu a maior força. Aí eu arrumei um emprego num lava-rápido. E quando eu fui pedir emprego, todo maltrapilho, as pessoas me olharam com um pouco de desconfiança, mas eu entendi porque até eu ia ficar com medo de me dar emprego naquela época. Como eu já tinha trabalhado em outro lava-rápido, eu ajudei muito o pessoal. Foi difícil essa época que eu morava na rua mas, eu sempre sonhei em vencer através da música da arte. Eu canalizei meus pensamentos para coisas boas. Eu tive que ser adulto antes do tempo, mas eu aprendi com o sofrimento. Infelizmente tem pessoas que encaram isso de outra forma, descon-tando em todo mundo, eu não quis isso. O Rap me salvou porque através das informações que eu adquiri com a música, consegui aprender muito. Tinha gente que falava que fazer rap era coisa de vagabundo, falavam que o que eu fazia era cuspir no microfone, mas hoje em dia essas mesmas pessoas me veem de outro jeito. Eu foquei em coisas boas. Depois o tempo passou e eu voltei para a casa dos meus pais.
A.C. Que tipo de música você gosta de
ouvir?
F.B. Eu gosto de blues, soul, funk... Eu não consigo
ouvir só rap. Mas, quando eu falo “funk”, eu tô falando
do funk de verdade, Tim Maia, Kool and the Gang,
James Brown... Isso que estão tocando por aí não é
funk, é uma batida que colocam uma letra que, em
muitas vezes, incentiva coisas erradas... A gente tem
que ter cuidado com aquilo que ouve e o que vai falar
pros outros.
A.C. Como você organiza suas apresenta-
ções? Você faz um roteiro?
F.B. Eu não sei chegar e fazer uma set list. Eu gos-
to de sentir o clima porque sentindo o clima, eu
sei o que o público quer ouvir. E, Graças a Deus
tem dado certo. Eu já fui tocar em festival de rock
pesado e foi super legal! O Beat Box não pode se
limitar a fazer só Rap.
Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar e Fernandinho BeatBox
Livro: Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Cia. Das Letras
É uma história em
quadrinhos que conta a
interessante vida da
autora Marjane Satrapi. Ela nasceu no
Irã, numa época em que o país estava
passando por uma ditadura. Apesar de
ter nascido em um lugar com tantas
proibições, Marjane teve a sorte de
nascer numa família de mente aberta,
sua mãe era artista plástica e seu
pai engenheiro. Ela não gostava de
usar o véu que todas as mulheres usavam
obrigatoriamente e de muitas outras
proibições de seu país. Quando criança,
queria ser profeta, na adolescência,
gostava de rock e sempre adorou livros.
Aos 14 anos, foi estudar na Europa,
pois o Irã estava passando por um
momento muito difícil, então, seus pais
acharam melhor que ela fosse embora.
Ela sofreu bastante porque estava
sozinha, longe de seus pais, mas também
viveu experiências que a fizeram
aprender muitas coisas. Além de
escrever sua história, Marjane também
ilustra os quadrinhos.
É um livro divertido e que nos faz
entender de um jeito muito fácil
acontecimentos importantes na história
do Irã.
Dica de Inara Priscila
Livro: Apaixonada por
palavras
Autora: Paula Pimenta
Editora: Gutenberg Brasil
O que mais me encanta nos
livros da Paula Pimenta é
a facilidade com que ela
tem de nos
fazer sentir parte da história. Muitas
vezes nos identificamos tanto que dá a
impressão que ela fez o livro inspirado
na nossa vida.
Diferente de todos os outros livros
da autora, este é de crônicas e
autobiográfico. Neste livro, é possível
conhecer um pouquinho mais sobre a
Paula e, como ela, a gente também se
apaixona pelas palavras e sente uma
vontade enorme de ser amiga dela. Todas
as crônicas do livro, foram escritas
entre 2000 e 2009 e tratam de diversos
assuntos importantes para ela neste
período. Quando resolveu publicar o
livro, Paula releu todos os textos e
notou que muitas das coisas que havia
escrito, já não faziam parte do seu
momento atual, mas resolveu publicar
mesmo assim porque, segundo ela,
tudo aquilo que escreveu, foi
importante naquele momento de sua
história.
Dica de Layanne Araújo
Livro: O médico e o
monstro
Autor: Robert Louis
Stevenson
Adaptação: Luc Le-
fort
Coleção: O Tesouro
dos Clássicos
Editora: Ática
Esta é uma história de suspense e de
muita tensão que se passa em Londres.
Dr. Jekyll, um médico muito rico resolve
deixar um testamento com seu advogado.
Neste documento, uma herança beneficia
um homem suspeito de cometer crimes.
Isso causa desconfiança no advogado e
ele começa a fazer uma investigação.
Enquanto isso, coisas estranhas começam
a acontecer e mais crimes são
descobertos. Com a investigação, o
advogado descobre que a herança deixada
é para o próprio médico, pois ele tem
dupla personalidade, em alguns momentos
é uma pessoa boa e correta e em outros,
uma pessoa má e assassina. Isso o obriga
a ter duas identidades, a do Dr. Jekill,
um médico muito respeitado e de boa ín-
dole e a do desprezível Mr. Hyde, o
beneficiado no testamento. Sempre que o
Dr. Jekyll não consegue controlar seus
impulsos, toma uma poção preparada em
seu laboratório e deixa a sua natureza
maligna tomar seu corpo, transformando-
se em Mr. Hyde. Com o passar do tempo,
o médico percebe que sua personalidade
Hyde irá sobressair a de Jekill, e com
isso, fará desaparecer o médico e só
existirá o monstro.
Dica de Alan Macedo
Livros: A casa da madrinha e O sofá
estampado
Autora: Lygia Bojunga
Editora: Casa Lygia Bojunga
Esses livros foram escritos pela
mesma autora, que escreve de uma
maneira bem simples, de fácil
entendimento e que prende a atenção
do leitor, muitas vezes até nos
surpreende, pois ela mistura bicho
com gente e eles conversam entre si
de uma forma tão natural que a gente
acaba acreditando e embarcando no
livro.
Apesar da fantasia que tem na
história, ela também fala da dura
realidade e dos problemas que
existem em relação à sobrevivência e
dos amores não correspondidos.
Ela nos traz uma curiosidade tão
grande que queremos chegar logo no
final das páginas do livro.
Vale a pena conhecer o trabalho de
Lygia Bojunga.
Dica de Beatriz Mariane e
Evelyn Vitória
Curta: Frankenstein Punk
Diretores: Cao Hamburger e Eliana Fonseca
Gênero: Animação
Ano: 1986
País: Brasil
Tempo: 12 min
Esta é uma animação feita em stop-motion, que conta a
história de Frankenstein, uma criatura criada por um cientista.
Numa noite chuvosa, o cientista está ouvindo música e um
raio cai em seu laboratório. A energia do raio, atinge a vitrola
e depois atinge Frank, dando-lhe vida e ele sai pela cidade
tentando se relacionar, mas todos tem medo dele por causa
de seu visual diferente.
A animação faz uma paródia com o filme Singing in the Rain e
Frank até dança como Fred Astaire.
Clique no link e assista ao filme:
http://portacurtas.org.br/curtanaescola/pop_160.asp?Cod=561
Curta: Dona Cristina Perdeu a Memória
Diretora: Ana Luiza Azevedo
Gênero: Ficção
Ano: 2002
País: Brasil
Tempo: 13 min
É uma história que conta a amizade entre um menino de 8 anos e uma
senhora de 80. Apesar de serem de gerações muito distantes , eles se tornam
amigos de um jeito bem diferente e um ajuda o outro.
Clique no link e assista ao filme:
http://portacurtas.org.br/curtanaescola/pop_160.asp?Cod=1454&exib=5513
Curta: Pão com Mortadela e
Meia Mussarela
Diretora: Natália Ferretti
Gênero: Documentário
Ano: 2008
País: Brasil
Tempo: 10 min
Este documentário, produzido por alunos
da oficina de audiovisual do Cine Tela
Brasil, conta a superação de dois jovens
após um tratamento de câncer.
Esta história nos mostra que, às vezes,
coisas que parecem tão banais, passam
a ter um grande valor dependendo da
situação em que estamos.
Clique no link e assista ao filme:
http://www.youtube.com/watch?v=bAAKoDPHKAg
Quem nun
ca penso
u em ter
superpo
deres? V
iajar ent
re planet
as, ter v
isão de
raio X, f
icar invis
ível... Sim
, eles po
dem tud
o isso!!!
Os super
-heróis s
ão person
agem com
superpo
deres, m
uitos pod
em voar, fi
car invisív
eis, pular
de altos
prédios e
sair sem
nenhum arra
nhão. Su
as históri
as estão
recheadas
de avent
ura,
mistério, t
error, dra
ma, humor e
também
muito amor, p
ois quase
sempre
se apaixon
am por
algum mocinh
o ou mocinh
a da hist
ória.
O objetiv
o de um
super-h
erói é co
mbater o
crime na
luta do
bem contra
o mal.
Todos ele
s tem unif
ormes e iden
tidades se
cretas, ta
mbém tem
habilidad
es muito
além
da capac
idade dos
seres hu
manos com
uns. Apes
ar de alg
umas histór
ias se pa
ssarem em
cenários
futurista
s, como pla
netas, é
mais comum per
cebermos ce
nários de
grandes
cidades
e, isso n
ão é por
acaso, a
verdade
é que o
s criador
es dos su
per-heró
is pensara
m neste
tipo de c
enário pa
ra que o
s leitore
s das rev
istas em qua
drinhos se
identifica
ssem aind
a mais
com seus ído
los. Sim, ele
s surgiram
primeiro
nos quad
rinhos, m
as muitos
ficaram tão
popu-
lares que
foram par
ar nos d
esenhos
animados
, séries d
e TV e c
inemas .
Divirta-s
e e apro
veite, po
is tudo é
possível
nas hist
órias de
super-he
róis!
Por
Gabriel Calixto Nunes
Guilherme Santos Moreira
Igor Mateus de Oliveira
Inara Priscila
Robert da Silva Arruda
Quem nun
ca penso
u em ter
superpo
deres? V
iajar ent
re planet
as, ter v
isão de
raio X, f
icar invis
ível... Sim
, eles po
dem tud
o isso!!!
Os super
-heróis s
ão person
agem com
superpo
deres, m
uitos pod
em voar, fi
car invisív
eis, pular
de altos
prédios e
sair sem
nenhum arra
nhão. Su
as históri
as estão
recheadas
de avent
ura,
mistério, t
error, dra
ma, humor e
também
muito amor, p
ois quase
sempre
se apaixon
am por
algum mocinh
o ou mocinh
a da hist
ória.
O objetiv
o de um
super-h
erói é co
mbater o
crime na
luta do
bem contra
o mal.
Todos ele
s tem unif
ormes e iden
tidades se
cretas, ta
mbém tem
habilidad
es muito
além
da capac
idade dos
seres hu
manos com
uns. Apes
ar de alg
umas histór
ias se pa
ssarem em
cenários
futurista
s, como pla
netas, é
mais comum per
cebermos ce
nários de
grandes
cidades
e, isso n
ão é por
acaso, a
verdade
é que o
s criador
es dos su
per-heró
is pensara
m neste
tipo de c
enário pa
ra que o
s leitore
s das rev
istas em qua
drinhos se
identifica
ssem aind
a mais
com seus ído
los. Sim, ele
s surgiram
primeiro
nos quad
rinhos, m
as muitos
ficaram tão
popu-
lares que
foram par
ar nos d
esenhos
animados
, séries d
e TV e c
inemas .
Divirta-s
e e apro
veite, po
is tudo é
possível
nas hist
órias de
super-he
róis!
Como tudo começou...
Quatro perfis dos super-heróis mais populares de todos os tempos.
Como tudo começou...
Em 2013 será lançado o filme O homem de Aço.
Veja o trailer:
http://www.youtube.com/watch?v=YS5MjT1__IM
O mais popular e o primeiro super-herói dos quadrinhos. Ele é conhecido como
Homem de Aço. Sua história começou assim: O fictício planeta Krypton
estava condenado a explodir. O governante de Krypton Jor-El resolve mandar
seu filho Kal-El à Terra para salvá-lo. O nome Kal-El, no idioma kryptoniano,
significa Filho das Estrelas. Kal-El, ainda criança, sai de seu planeta à bordo de
um foguete. Quando chega à Terra o foguete cai na cidade de Smallville. Dois
agricultores encontram o bebê e resolvem adotá-lo batizando o menino como
Clark Kent. Ele cresce e descobre que possui habilidades diferentes dos humanos e
também acaba descobrindo sua origem.
Quando vira adulto e já sabe de toda a sua história, ele vai morar na
Metrópolis, cidade fictícia onde se passa a história. Começa a trabalhar no Jornal
Planeta Diário e lá, conhece muitas pessoas, entre elas, a repórter Lois Lane,
seu grande amor.
Quando a cidade está em perigo, Clark Kent entra em alguma cabine telefônica,
beco escuro ou qualquer outro lugar que não possa ser visto e, então, se trans-
forma no poderoso Superman, mais rápido que uma bala, dono de uma força
sobre-humana.
O inimigo número 1 de Superman é Lex Luthor, um empresário invejoso e
maldoso que tenta o tempo todo destruir o herói. Numa de suas tentativas
para destruir Superman, descobre a kryptonita, um minério do planeta Krypton
capaz de extrair a força do Homem de Aço. Mas, é claro, por mais difícil que
seja, Superman, o grande super-herói, sempre encontra uma saída e vence a
batalha do bem contra o mal.
Criador: Joe Shuster e Jerry Siegel
Ano de criação: 1933, mas ficou muito popular em 1938.
Identidade secreta: Clark Kent, um repórter atrapalhado e tímido.
Superpoderes: Força sobre-humana, supervelocidade, visão de calor,
visão de raio X, sopro congelante,
super-audição, capacidade de voar.
Curiosidade:
Charles Moulton, o criador da Mulher Maravilha, era psicólogo e
jornalista. Em sua época de estudante, criou um teste de pressão
sanguínea que, mais tarde, foi muito importante para a invenção do
polígrafo, o primeiro detector de mentiras. Este aparelho tem a
função de medir reações do corpo humano revelando alterações
fisiológicas que indicam se a pessoa que está sendo examinada
está dizendo a verdade ou mentindo. Nas histórias da super-heroína,
Charles já demonstrava sua paixão pela verdade, pois quando a
Mulher Maravilha laçava alguém com seu laço mágico, a pessoa
era incapaz de mentir.
Como tudo começou...
Hipólita, a Rainha das Amazonas, governava a Ilha Themyscira, mais conhecida como
Ilha Paraíso. O maior desejo da rainha era ter uma filha, então, certo dia, quando
moldava uma peça de barro, pediu aos deuses que lhe concedessem este desejo. Cinco
deusas do Olimpo lhe atenderam e então, a imagem moldada, se transformou em
uma menina muito especial com características de alguns deuses: força de Hércules,
sabedoria de Atena, beleza de Afrodite e velocidade de Hermes. A rainha lhe deu o
nome de Diana e assim nasceu a primeira super-heroína.
Além dos superpoderes, as deusas lhe presentearam com objetos que melhoravam suas
habilidades: dois braceletes indestrutíveis, uma tiara dourada que também tinha a
função de bumerangue, um laço mágico inquebrável capaz de fazer as pessoas falarem
a verdade e um avião invisível. Quando Diana já era adulta, um avião caiu na Ilha
Themyscira e quem o pilotava era Steve Trevor, um piloto da Força Aérea
Americana. O piloto precisava voltar ao seu país e para resolver o problema, a Rainha
Hipólita propôs uma competição entre as amazonas e quem vencesse ficaria conhecida
como a campeã das amazonas e levaria o piloto numa missão de paz para a sua terra
natal. Diana foi proibida por sua mãe de participar da competição, mas se disfarçou,
competiu e venceu todas as provas. Então, no momento de sua vitória, ela se
revelou e falou que o seu desejo era defender a paz, lutar contra as injustiças e
acabar com malfeitores. Assim, sua mãe concordou e Diana partiu para os Estados
Unidos acompanhando o piloto. Ao conhecer melhor Steve Trevor, Diana se apaixonou
por ele. Quando chegou no mundo dos humanos, ela teve que adotar uma identidade
secreta e então passou a viver como Diana Price, uma enfermeira da Força Aérea
Norte-Americana.
Quando a cidade estava em perigo, Diana, a Mulher Maravilha, sempre entrava em
ação para defender seus habitantes.
Criador: Charles Moulton
Ano de criação: 1941
Identidade secreta: Diana Price, uma enfermeira da Força Aérea
Norte-Americana.
Superpoderes: Força sobre-humana, capacidade de voar, grande
velocidade, agilidade e extrema resistência física.
Como tudo começou...
Bruce Wayne ficou órfão quando tinha 8 anos. Seus pais, Thomas e Martha Wayne foram
mortos por criminosos de Gotham City, metrópole onde se passa a história. Depois deste
acontecimento, Bruce foi criado por seu tio Philip Wayne. Revoltado com a morte de seus
pais, ele cresce com o desejo de vingança e dedica sua vida a aprender artes marciais e a
desenvolver o máximo de habilidades e um físico atlético e bem preparado para qualquer
combate. Determinado a combater o crime ele estuda muito e torna-se o melhor detetive
do mundo, além de se especializar em fugas e disfarces.
Um dia, quando observava um morcego, lembrou-se de uma cena de sua infância, certa
vez, andava pelo jardim de sua mansão, quando caiu num buraco onde havia muitos
morcegos. No momento em que caiu, os morcegos saíram voando assustados com sua
presença. Por causa dessa lembrança, Bruce teve a ideia de criar um uniforme e uma
máscara que lembravam um morcego e então, decidiu adotar o nome de Batman. Além do
uniforme e da máscara, ele também passou a mudar a voz para se disfarçar e intimidar
criminosos.
Depois da morte de seus pais, Batman prometeu fazer justiça, mas jurou nunca matar
ninguém, então, em seus combates, são utilizados apenas alguns apetrechos para facilitar a
captura dos criminosos, como o cinto de utilidades que contém dispositivos, como lasers,
cápsulas de gás, cordas e bumerangues.
Bruce é o herdeiro da Empresa Wayne, do ramo de alta tecnologia, por isso, seus
equipamentos são de última geração, como o batmóvel, batplano, batlancha, entre outros.
Ele também é dono da Fundação Wayne, dedicada a ajudar vítimas de crimes e prevenir
que pessoas tornem-se criminosas.
O lugar de trabalho e transformação de Batman é a batcaverna, onde ele tem um
supercomputador que facilita suas investigações.
Os dois grandes aliados de Batman são o Tenente James Gordon e Alfred, o
mordomo da Mansão Wayne, que também é formado em medicina de guerra e sempre
socorre Batman quando necessário. Gordon ganhou o batsinal, que, quando acionado, envia
ao céu um sinal e o Homem-Morcego fica sabendo que a cidade está em perigo.
Criadores: Bob Kane e Bill Finger
Ano de criação: 1939.
Identidade secreta: Bruce Wayne, um bilionário órfão.
Superpoderes: Ele não tem superpoderes, mas é muito inteligente e, como é
bilionário, possui equipamentos de alta tecnologia que facilitam sua chegada aos
lugares mais difíceis e distantes, além de possuir apetrechos especiais para capturas.
Como tudo começou...
Clique no link e veja Anderson Silva falando sobre sua paixão pelo Homem-Aranha:
http://terratv.terra.com.br/Esportes/UFC/Anderson-Silva-fala-de-superpoderes-e-paixao-por-HomemAranha_5110-434021.htm
Peter Parker ficou órfão quando criança e por isso, foi morar com seus tios
Benjamin e May Parker na cidade de Nova York.
Peter cresceu e se tornou um estudante tímido e muito inteligente. Um dia quando
assistia a uma aula de ciências, foi picado por uma aranha radioativa. Naquele
momento ele não se deu conta do que tinha lhe acontecido, mas certa vez, num
momento de distração, quase foi atropelado por um carro e num reflexo fora do
comum, ele deu um grande salto e se fixou na parede de um prédio, assim, Parker
descobriu seus poderes aracnídeos.
A descoberta dos poderes o deixou muito feliz e imediatamente pensou que poderia
ganhar dinheiro com isso de alguma maneira. Mas, por causa de sua ambição, não
se preocupou em deter um ladrão de uma fuga e, logo depois, o mesmo bandido
assassinou seu tio Benjamin. Este fato lhe causou um grande sentimento de culpa
e a lição que aprendeu, vira uma frase que se torna o bordão da história do
Homem-Aranha: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades".
Assim, ele começa a combater o crime e a utilizar seus poderes para fazer justiça.
Apesar de ter o poder de saltar pelos altos prédios de Nova York e disparar suas
teias superpoderosas, ele é um herói bastante parecido com pessoas comuns, por
exemplo, Peter trabalha num jornal e quando sua tia May fica viúva, ele percebe que
mais do que nunca precisa ajudá-la a pagar as contas de casa, e então, passa a ven-
der fotos do Homem-Aranha para um jornal onde trabalha para aumentar sua renda.
Como a maioria dos jovens, no decorrer de sua vida, Peter vive grandes paixões,
termina os estudos, vira adulto, vai morar sozinho e por fim, resolve se casar com
Mary Jane uma moça que descobre a sua identidade secreta.
Criador: Stan Lee e Steve Ditko
Ano de criação: 1962
Identidade secreta: Peter Parker, um estudante tímido e
muito inteligente.
Superpoderes: Teias super resistentes que agarram em qual-
quer lugar, sentido aranha, que acusa quando o perigo está
próximo a acontecer, capacidade de escalar altos
prédios e se fixar em paredes.
Bienal Internacional de Arte de São Paulo
Como o próprio nome já diz, a Bienal Internacional
de Arte de São Paulo é um evento que acontece a
cada dois anos. É uma grande exposição de arte
contemporânea, ou seja, a arte que está sendo
produzida no nosso tempo. Este evento acontece no
Pavilhão Ciccilo Matarazzo, do Parque do Ibirapuera,
também conhecido por Pavilhão da Bienal, projetado
pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Neste evento, muitos artistas brasileiros e estrangeiros
expõem suas obras de arte, que geralmente são feitas
com muitos tipos de materiais.
No ano de 2012 a Bienal já está na sua 30ª edição
e o tema é A Iminência das Poéticas.
Clique no link e saiba mais:
http://www.bienal.org.br/30bienal/pt/Paginas/
default.aspx
Nan Chou – para compor essa obra, durante um ano, de hora em hora, nas 24 horas
do dia, o artista taiwanês Tehching Hsieh, tirava uma foto ao lado de um cartão de
ponto. Na primeira foto, ele está careca e na última, bem cabeludo, dá pra perceber
bastante como o tempo passou.
Visitamos três locais de exposição de arte em São Paulo:
Bienal, MASP e Instituto Tomie Ohtake.
Conheça um pouco sobre cada um deles.
Manto da apresentação -
Esta é uma das obras de
Arthur Bispo do Rosário,
o artista homenageado
da 30ª Bienal. Ele viveu
mais de 50 anos em um
hospital psiquiátrico e lá
fazia composições com
objetos diversos, que se
transformaram em obras
de arte.
Neste manto, ele bordou
nomes de muitas pessoas
que conhecia, pois
acreditava que assim
estaria vestido no dia de
seu encontro com Deus.
Nan Chou – para compor essa obra, durante um ano, de hora em hora, nas 24 horas
do dia, o artista taiwanês Tehching Hsieh, tirava uma foto ao lado de um cartão de
ponto. Na primeira foto, ele está careca e na última, bem cabeludo, dá pra perceber
bastante como o tempo passou.
Hastings – A artista
Sheila Hicks faz um
trabalho lindo de
arte têxtil. Nesta
obra, por exemplo,
desfiou roupas que
já não serviam mais
para sua família e
enrolou os fios,
formando cordões
parecidos com
dreads.
Sobre a visita à Bienal:
“O que mais me encantou na Bienal, foi a forma com que a arte
evoluiu na minha mente. Antes ver um quadro bonito já era arte
pra mim. Agora eu entendo que muito mais importante do que a
obra pronta é o processo, quanto tempo ela levou para ficar
pronta, o que aconteceu durante aquele tempo e, acima de tudo,
o que ela quer nos dizer porque por traz de uma obra sempre
tem a ideia do artista”.
Layanne Araújo
Visitamos três locais de exposição de arte em São Paulo:
Bienal, MASP e Instituto Tomie Ohtake.
Conheça um pouco sobre cada um deles.
Turma do Matéria Prima no Ar na 30ª Bienal Internacional de
Arte de São Paulo
Vista do prédio do MASP
Museu de Arte de São Paulo - MASP
O Museu de Arte de São Paulo localiza-se na Avenida Paulista. Ele foi fundado em
1947 por Assis Chateaubriand e sua primeira sede ocupava apenas quatro andares do
edifício do grupo Diários Associados, localizado no centro de São Paulo. Após
alguns anos, foi necessário um espaço maior e então, um terreno foi doado ao
Município para a construção da nova sede do museu.
O prédio que hoje abriga o MASP foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Sua
arquitetura é muito diferente: um retângulo de 74 metros sustentados apenas por qua-
tro pilares. Ele foi construído desta maneira porque o terreno foi doado sob a condi-
ção de que fosse preservada a vista para o centro da cidade e para a Serra
da Cantareira. Assim foi feito e a nova sede foi inaugurada em novembro de 1968.
Hoje o famoso vão livre é o principal local onde acontecem diferentes manifestações
de São Paulo.
O acervo de obras de arte do MASP é o mais valioso da América Latina contando
com obras de Renoir, Manet, Monet, Cézanne, Degas, Van Gogh, além de outros
grandes artistas. Além do acervo permanente, são realizadas exposições temporárias
nacionais e internacionais.
No prédio tem pinacoteca, biblioteca, fototeca, videoteca, cursos de arte, palestras,
exibição de filmes e concertos musicais.
Clique no link e saiba mais: http://masp.art.br
Sobre a visita ao MASP:
A visita ao MASP foi muito legal porque pude ver ao
vivo o que eu tinha lido nas minhas pesquisas sobre o
museu.
Valeu a pena ter ido à exposição porque vimos
quadros do Caravaggio de mais de 400 anos. Eu
acho que esses quadros foram restaurados várias
vezes porque estavam muito bem conservados. No
momento da saída, nós vimos o começo de uma
manifestação, as pessoas estavam fazendo barulho
e gritando para defender seus direitos.
Lyncon Gabriel
A turma do Matéria Prima no Ar no MASP
Instituto Tomie Ohtake
Está localizado no bairro de Alto de
Pinheiros, num prédio lindo e moderno
roxo e cor de rosa. Ele foi inaugurado
em 2001 e o nome do Instituto é uma
homenagem a Tomie Ohtake, uma
pintora que hoje tem 99 anos que,
mesmo muito idosa, ainda pinta
quadros.
O prédio foi projetado por seu filho,
Ruy Ohtake. Inicialmente o espaço foi
criado para guardar as obras de Tomie,
mas depois, decidiram que obras de
novos artistas também seriam expostas,
além da arte que é referências nos
últimos 50 anos.
É um lugar onde acontecem
exposições, cursos de arte, seminários
e palestras. Tem ateliê de arte,
restaurante, livraria e loja de objetos.
Clique no link e saiba mais:
http://www.institutotomieohtake.org.br
Prédio do Instituto Tomie Ohtake
Sobre a visita ao Instituto Tomie Ohtake:
“Ir ao Instituto Tomie Ohtake, foi muito legal... Uma
experiência maravilhosa, pois eu nunca tinha visto
exposições desse tipo.
Vimos duas exposições. A primeira era de gravuras,
do artista Jasper Johns. Foi bacana porque eu
nunca entendia o porquê dos artistas repetirem
tantas vezes a mesma figura, mas olhando de
perto pude compreender que tem diferença entre
cada uma delas. A segunda exposição era de arte
digital. Foi tudo muito mágico pra mim, pois tinha
uma parte que só havia televisões e era só
tocarmos em um microfone que nossas imagens
apareciam nas telas... Eu adorei, pena que ficamos
pouco tempo.
E para a nossa surpresa, já no final, encontramos
o diretor geral do Instituto Ricardo Ohtake, que é
filho da Tomie Ohtake. Ele até tirou fotos com a
gente. Foi muito emocionante, acho que para to-
dos. Pra mim, será um eterno aprendizado”.
Evelyn Vitória Freitas Silva Ricardo Ohtake - Diretor Geral do Instituto e filho de
Tomie Ohtake
Exposição Jasper Johns
Exposição de Arte digital
Entrevistamos a restauradora e conservadora de arte do
Museu Nacional da Colômbia. Ela tem um profundo amor pelo
que faz e já perdeu as contas de quantas obras foram
cuidadas por suas mãos.
A.C. Como é o trabalho de um
restaurador/conservador de arte?
Onde ele pode trabalhar?
M.C.P. O trabalho de um restaurador/
conservador é dividido em três fases:
Conservação preventiva, que está ligada
a verificar o contexto em que o objeto se
encontra, sem tocar no objeto em si.
Conservação, que é impedir a progressão
da deterioração e restauração que é
a recuperação de valores históricos e
estéticos do objeto.
O restaurador pode trabalhar em um
museu, escavações arqueológicas, em
arquivos, bibliotecas e qualquer outro
lugar onde você encontra objetos que
possuem representação cultural.
A.C. Há quantos anos você
trabalha como restauradora/
conservadora de arte?
M.C.P. Há 10 anos.
A.C. Quando você decidiu que teria
essa profissão?
M.C.P. Foi quando eu ainda estava no
colégio. Um dia eu estava assistindo a
um programa de TV chamado “Momento
Cultura” e, no programa, mostraram a
restauração de uma pintura. Eu me
encantei com aquele programa e aprendi
que a ciência pode ser aplicada à arte
através da restauração. A partir daquele
momento eu queria estudar e seguir a
carreira de conservadora e restauradora
de arte.
A.C. Para se tornar um conservador/
restaurador de arte qual é o curso
que uma pessoa precisa fazer e
quanto tempo é necessário estudar?
M.C.P. A pessoa deve ter paixão e
amor pela arte. Deve gostar e ter
conhecimentos em ciências naturais,
como biologia, química e física, deve
ter habilidade manual e gosto pela
história e pela cultura. O curso
universitário dura 5 anos.
A.C. Vimos na internet que você
faz um trabalho de pesquisa de
peças de museu? Por que esse
trabalho é importante?
M.C.P. A pesquisa é importante em
qualquer disciplina, neste caso, é
importante porque determina qual é o
valor social ou cultural que tem um
objeto. Nesse sentido, nos permite saber
se uma peça é original ou qual é a sua
forma correta de exposição. A pesquisa
é a janela que se abre para o mundo
a possibilidade de conhecimento em
diferentes áreas.
A.C. Você viaja muito a
trabalho?
M.C.P. Sim eu tenho que viajar muito.
Ser conservadora do Museu
Nacional da Colômbia, também me
faz comissária de arte, ou seja, uma
pessoa encarregada de receber
e entregar as obras que serão
apresentadas a diferentes entidades
culturais, garantindo o estado de
conservação das peças que estão
sendo recebidas ou retiradas do
museu.
A.C. Sabemos que você veio ao
Brasil no mês de setembro para
buscar as obras da exposição do
Botero? Sempre que termina uma
exposição é necessário alguém
acompanhar as obras? Por quê?
M.C.P. Sim. Porque, como eu disse, o co-
missário é a garantia de proteção das
obras de patrimônio cultural.
Cada vez que um objeto é retirado
do museu, existe toda a documentação
que diz o estado de conservação
daquele objeto. O acompanhamento
do comissário garante a verificação da
documentação e as condições de
conservação das obras.
A.C. Que tipo de conhecimento
uma pessoa precisa ter para ser
um bom restaurador/conservador
de arte?
M.C.P. A pessoa precisa saber de muitas
coisas: química, física, biologia, história
da arte, sociologia, artes... Mas, mais
do que isso, deve ser uma pessoa que
acredita no que faz e faça seu trabalho
com a alma e o coração.
A.C. Por que a pessoa deve ter
conhecimento em física, química e
biologia?
M.C.P. É importante ter conhecimento em
química para saber, por exemplo, do que
o objeto foi feito, saber a sua composição,
que produtos poderão ser utilizados e quais
são suas reações diante de fatores externos.
Deve conhecer biologia para saber que
tipo de fatores biológicos podem afetar os
objetos, como microorganismos, que são
fungos e bactérias ou macroorganismos,
que são insetos e roedores, para assim,
controlar a deterioração causada por
pragas. E a física é importante para saber
o comportamento dos materiais, por
exemplo, pesos, teoria das cores, entre
outras importâncias físicas.
A.C. Como é o Museu Nacional
da Colômbia? Você trabalha nele
há muito tempo?
M.C.P. Eu trabalho no Museu Nacional
desde 2007. O Museu foi criado em
1886, e a partir de 1948 passou a ser o
que é hoje. Antes era uma prisão, mas
em 1948 tornou-se um museu.
Atualmente, temos quatro tipos de
coleções: arte, história, antropologia
e arqueologia. Ele é composto por três
níveis, de acordo com as coleções.
A.C. Vimos que você
leciona em uma
Universidade?
O que você ensina em
suas aulas?
M.C.P. Eu gerencio projetos
de pesquisa e de teses, na
Universidad Externado de
Colombia e Facultad de
Estudios del Patrimonio.
A.C. Quais são as ferramentas que um
conservador/restaurador costuma usar no
processo de conservação e restauração
de uma obra.
M.C.P. Geralmente, usamos ferramentas
que são as mesmas usadas pelos dentistas,
tais como os bisturis, pinças, espátulas,
entre outros utilizados para a conservação e
restauração. Quanto à conservação preventiva,
usamos equipamentos de medição, tais como
dataloggers, que servem para medir a umidade
relativa e temperatura, luxímetro, que serve para
medir a luz e o medidor de raios ultravioletas,
além de equipamentos de controle como
desumidificadores, umidificadores, purificadores
de ar, entre outras ferramentas, de acordo com
a necessidade de cada objeto.
Vista aérea do Museu Nacional da Colômbia
A.C. O que você pensa sobre a
senhora espanhola que restaurou o
Cristo sem autorização e acabou
estragando a obra?
M.C.P. A Cecília? Bom, penso que ela não
teve a intensão de danificar a obra, mas
acabou fazendo isso. Aconteceu uma
mudança de valor em um objeto. Todos
os países, como a Espanha, o Brasil ou a
Colômbia, tem regras claras em relação
à intervenção do patrimônio cultural. No
entanto, é um exemplo de como você
pode transformar o valor social e cultural
de um objeto. Antes muitos não o
conheciam e não o identificavam, agora
todo o mundo sabe quem ele é. Nesse
sentido, a pergunta é: Recupera-se o
original ou deixa o objeto que todos agora
reconhecem?
A.C. Quantas obras de arte você já
restaurou?
M.C.P. Muitas. O trabalho do conservador/
restaurador é muito parecido com o
trabalho de um médico. Somos os médicos
das obras de arte. Então, se perguntar para
um médico: Quantos pacientes você já
atendeu em sua vida? A resposta será:
Muitos. (Risos)
Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar em entrevista com María Catalina Plazas
A.C. Qual é a importância de
conservar e restaurar uma obra
de arte?
M.C.P. Pela conservação e
restauração, conseguimos recuperar
a identidade social e cultural de um
povo.
É através dos objetos associados a
manifestações culturais, que nos
identificamos como um grupo social e
cultural de um determinado período
da história.
A.C. Que dica você daria para
alguém que quer se tornar
restaurador e conservador de arte?
M.C.P. Que realmente goste de arte, que
ame e adore a aplicação da ciência na
arte. O meu maior conselho é que tenham
amor pelo que fazem e, especialmente, a
consciência de conservação. Se você
tem consciência de conservação com os
objetos que tem em sua casa e com o seu
patrimônio familiar... É provável que será
um excelente conservador/ restaurador do
patrimônio cultural de uma nação.
Conheça o Museu Nacional da Colômbia:
http://www.museonacional.gov.co/
Veja uma das pesquisas de María Catalina Plazas:
http://www.museonacional.gov.co/inbox/files/docs/Textiles_del_mas_alla_mac.pdf
Turma do Ateliê Matéria Prima no Ar em entrevista com María Catalina Plazas
1º lugar: “SOS”
Foto de Anastasya Vorobko - 8 anos - Rússia
No mês de outubro de 2012 foi realizada a primeira edição do concurso mundial
Children’s Eyes on Earth International Youth Photography Contest, criado
para mostrar o olhar infantil e adolescente sobre questões ambientais.
Jovens de até 17 anos de mais de 90 países participaram do concurso, que teve
mais de 4 mil imagens registradas.
Todas as imagens nos contam uma história que nos faz refletir sobre o que está
se passando com este planeta que todos nós compartilhamos.
Deixamos aqui as nossas impressões sobre as imagens vencedoras do concurso...
“As fábricas são muito prejudiciais aos seres vivos. A paisagem quase
não aparece por causa de tanta fumaça... Ninguém merece!”
Samuel Calixto Nunes
“Este pássaro está pedindo socorro porque essa fábrica chegou para
destruir o lugar dele”.
Beatriz Mariane Santana e Kevin Pedro Silva
2º lugar: “Saída de Emergência”
Foto de Juan Carlos Canales - 14 anos - Espanha
No mês de outubro de 2012 foi realizada a primeira edição do concurso mundial
Children’s Eyes on Earth International Youth Photography Contest, criado
para mostrar o olhar infantil e adolescente sobre questões ambientais.
Jovens de até 17 anos de mais de 90 países participaram do concurso, que teve
mais de 4 mil imagens registradas.
Todas as imagens nos contam uma história que nos faz refletir sobre o que está
se passando com este planeta que todos nós compartilhamos.
Deixamos aqui as nossas impressões sobre as imagens vencedoras do concurso...
“Nesta foto eu pude perceber que no mundo em que nós estamos poucas
coisas não são artificiais e muitas vezes o que a gente precisa mesmo é
de uma ‘’Saída de Emergência’’ para fugir de toda essa poluição”.
Layanne Araújo
“Esses pássaros estão tentando sair deste lugar de fábricas enormes para
encontrar outro lugar mais natural, que combine melhor com eles”.
Gabriel Calixto Nunes
3º lugar: “Campos Verdes”
Foto de Bianca Stan - 14 anos - Romênia
O 3ª lugar foi dividido entre duas pessoas...
Este é um campo lindo... Ela pode andar descalça livremente porque não
tem nenhuma sujeira. Esta é uma cena que eu posso ver como liberdade”.
Ester de Araújo Souza
“Uma mãe conversa com o seu filho...
— Filho, observe a natureza... Tenha muito cuidado com ela porque um dia
pode acabar”.
Emanoel de Oliveira
“Eles estão em silêncio para aproveitar este momento de admiração”.
Evelyn Vitória Freitas Silva
3º lugar: “Manhã em Situ Gunung”
Foto de Michael Theodric - 14 anos - Indonésia
Visite o site e veja outras imagens do concurso:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/10/121015_galeria_talento_infantil_jp.shtml
“Ao contrário do que estamos acostumados a ver no nosso dia-a-dia,
prédios, carros, barulho, poluição... Este lugar é limpo, tem bastante
vegetação, parece silencioso e muito calmo para viver”.
Evelyn Vitória Freitas Silva
“Esta foto deve ter sido tirada pela manhã. Este homem está muito
sossegado em sua jangada... Deve ser um lugar tranquilo para morar”.
Igor Mateus de Oliveira
A.C. Sabemos que você é escritora e contado-
ra de histórias, mas o que veio primeiro?
K.T. Eu comecei a contar histórias primeiro. Eu
penso o seguinte: antes da pessoa aprender falar
ela já ouviu muitas histórias. A gente ouve
histórias desde a barriga da nossa mãe, a gente
nem sabe a língua, mas já ouve a mãe conversar
com a barriga, conversar quando vai ao médico...
Depois quando a gente nasce, falam com a gente,
falam da papinha, falam do dia, falam da febre,
contam histórias, apresentam a família, falam tan-
tas coisas...
Ela é contadora de histórias há 15 anos, como escritora, já publicou três livros e em sua cabeça criativa tem
muitas outras histórias que só estão esperando o seu momento para pular para dentro de novos livros.
Nesta entrevista, Kiara Terra nos conta sobre sua trajetória e seus futuros projetos.
Quer dizer, a gente ouve muitas histórias
antes mesmo de aprender a falar. Então, pra mim,
veio primeiro a escuta, depois a vontade de contar
minhas próprias histórias e muito depois veio a
vontade de escrever. Na verdade a linguagem
falada é muito diferente da linguagem escrita e
quando eu escrevo eu tenho uma sensação
estranha de estar falando. É uma dificuldade pra
mim porque a gente fala diferente de quando
escreve e eu tenho que fazer essa mudança, essa
transposição da linguagem falada pra linguagem
escrita, mas, sem dúvida nenhuma, o que veio
primeiro foi a vontade de ouvir e contar histórias, a
contadora. A escritora veio um pouco depois.
A.C. Qual foi o momento da sua vida que
você sentiu que seria contadora de histórias e
escritora?
K.T. Eu conto história há 15 anos, e quem contava
história pra mim, quando eu era criança, era meu
pai. Na verdade, mais do que contar histórias que
já existiam, ele gostava de inventar e quanto mais
maluca fosse a história, melhor! Então, desde
pequena eu gostava de histórias porque era uma
brincadeira de nós dois, minha e do meu pai. A
minha mãe também adorava contar histórias e
gosta até hoje, ela ainda conta para as minhas fi-
lhas. Mas, eu comecei a ser contadora sem pensar.
Eu estudava numa escola de teatro e atravessando
a rua de onde eu estudava, tinha uma editora, eu
fui fazer um teste e passei.
A partir daí, comecei a contar histórias e não parei
mais. Um dia eu fui contar história na cidade da
minha mãe e a mãe da minha melhor amiga, que
era minha vizinha na época, me disse: “Kiara você
se lembra que aos 3 anos de idade eu perguntei o
que você queria ser quando crescesse e você disse:
Eu quero contar histórias para as pessoas?”
Eu fiquei surpresa, porque não lembrava que tinha
dito isso com essa idade.
Ela disse: “Quando eu vi seus vídeos, seus
livros, eu me emocionei porque aos 3 anos de
idade você já sabia o que queria ser”. Mas eu não
sabia que sabia, eu fui contando, contando,
contando e estou fazendo isso até hoje. E o meu
primeiro livro nasceu de uma noite que eu estava
conversando com a minha filha mais velha. No
meio da conversa, aconteceu uma situação que eu
não sabia o que dizer. Depois fiquei um tempão
com aquilo, sem saber o que dizer, até o
momento em que eu soube, aí eu escrevi o meu
primeiro livro, que é uma homenagem a ela. Mas,
eu acho que as histórias são como sementes que
a gente guarda por dentro sem perceber, até que
uma hora a gente vê que já estão ali prontas, aí a
gente escreve, depois tem que trabalhar o texto,
ver o que tem que melhorar, escrever de novo...
Mas, o coração da história, a pergunta que tem na
história, vai se formando dentro da gente aos
poucos e quando ela vem para o mundo, já está
um pouco pronta. Conforme a gente vai vivendo,
vai percebendo o que acontece, mas acho que em
nenhum momento eu parei e planejei que seria
contadora de histórias ou escritora. . Quando vi, já
estava fazendo.
Ela é contadora de histórias há 15 anos, como escritora, já publicou três livros e em sua cabeça criativa tem
muitas outras histórias que só estão esperando o seu momento para pular para dentro de novos livros.
Nesta entrevista, Kiara Terra nos conta sobre sua trajetória e seus futuros projetos.
A.C. Como nascem suas histórias?
K.T. As histórias nascem de perguntas difíceis,
perguntas sem respostas. Eu falo sem resposta não é
porque não tenha nenhuma resposta, mas porque
pode ter mais de uma... Porque pra mim pode ter
uma resposta, pra outra pessoa pode ter outra. Cada
pessoa vai ler de um jeito. Eu acho que as minhas
histórias nascem de perguntas que não consegui res-
ponder. A vida da gente é cheia de buracos, de faltas,
de saudades, de lacunas, de perguntas sem respos-
tas, e uma história é o que a gente faz com as faltas
que a gente tem na vida. Eu acho que uma história é
como se fosse uma renda, que é cheia de fios e de
espaços vazios, a gente pega os fiozinhos, pega a
palavra e tenta tecer algum sentido. A gente tenta
dar uma resposta, criar algum sentido, criar um lugar
no mundo para aquilo que a gente está vivendo,
aquilo que está difícil de alguma maneira.
Então, as minhas histórias nascem das perguntas,
das hipóteses, das possibilidades, das tentativas de
respostas, do desejo de quando eu encontro uma
pergunta sem resposta... Uma saudade, um amor
não correspondido, das perguntas: O que é ser
mãe? O que é cuidar do outro? O que é cuidar da
gente mesmo? O que é a beleza? O que é ser filha
de alguém? Como é que a gente se torna filha do
pai que a gente tem? A pergunta fica pulando em
mim e quando ela sai, pronto, virou uma história...
A história é uma tentativa de colocar as perguntas
no colo porque talvez, ela não seja respondida
nunca, mas pode ser dividida, compartilhada com
as pessoas. A verdade é que a história é um segre-
do que eu estou contando, toda história que eu
escrevo e que eu conto tem um segredo que é a
pergunta. Acho que ela nasce do desejo de dividir
este segredo com as pessoas.
A.C. Como é o processo para publicar um
livro?
K.T. O meu processo aconteceu de duas maneiras,
o primeiro livro, A menina dos pais crianças, eu
sentei e escrevi em uma noite, uma madrugada.
Essa e mais cinco histórias eu escrevi em três dias,
elas estavam prontas, querendo sair de qualquer
maneira. Depois disso, mandei para a editora, ela
leu, gostou e escolheu outra história que não era
A menina dos pais crianças, mas a que eu queria
publicar era esta. Então um dia encontrei a editora
numa reunião e falei que eu queria publicar
A menina dos pais crianças, e que eu ia reescrever e
melhorar. Eu reescrevi, entreguei pra ela, ela
gostou, mas ainda tive que melhorar algumas
coisas. O texto foi lido por várias pessoas, que
deram suas opiniões, depois mudei mais algumas
coisas até chegar ao texto que foi publicado.
Então, a editora escolheu o ilustrador e gostei de-
mais, achei que ele foi incrível.
O segundo livro, foi mais ou menos o mesmo
processo, a editora me chamou, pediu os textos
que eu tinha, eu mandei, ela leu, a gente mudou
algumas partes, ela escolheu o ilustrador, nós
conversamos, pude dar alguns palpites e
chegamos na ilustração. E o terceiro livro escrevi
muito rápido, mostrei pra editora, tive que
escrever de novo porque faltavam algumas partes,
e quando o texto estava pronto, a aprovação foi
muito rápida. A ilustração é de Ionit Zilberman,
uma grande amiga minha.
Outras vezes, é um projeto por encomenda, a
editora já sabe o que ela quer e me pede, por
exemplo, um livro para ensinar professores a
contar histórias, aí eu organizo o livro por
atividades obedecendo a um pedido da editora.
Então eu posso enviar um projeto meu ou atender
a um pedido da editora. Mas, demora, tem que
corrigir muitas vezes o texto, colocar nas
páginas... É um processo longo até o livro sair.
A.C. A escolha do ilustrador pode ser feita
pela editora ou por quem escreve o livro?
K.T. A ilustração é muito do livro. Num livro infan-
til a gente não vai lembrar do texto, mas vai lem-
brar da ilustração. A gente fecha o olho e logo
lembra da ilustração. É muito importante.
O ilustrador conta a história do jeito dele, dá a
leitura, a visão dele, a gente até dá palpite, mas é
o mundo dele transposto ali. Muitas vezes a
editora indica o ilustrador, como foi o caso do
ilustrador do livro A menina dos pais crianças. Ele
já é muito famoso, ilustrou vários livros, mas nós
nos conhecemos pessoalmente no dia do
lançamento. Ele me disse uma coisa muito bonita,
que aquele tinha sido um dos livros mais bonitos
que ele já tinha ilustrado. Falou que quando leu
os textos, lembrou dos pais dele também.
Eu fiquei muito honrada.
O segundo livro, O Tatu e a Girafa, também foi
uma escolha da editora. Mas, no caso do último
livro Hocus Pocus – Um pai de presente, ilustrado
pela Ionit, é diferente porque não é só uma histó-
ria minha que ela ilustra, é uma história dela que
eu escrevo e uma história minha que ela
ilustra, tudo ao mesmo tempo. Um pouco de mim
está na segunda parte da história e um pouco
dela está no começo. Esse livro é um livro de nós
duas, a gente está ombro a ombro. Não é um
livro de autor e ilustrador, é um livro onde a
ilustração e a palavra estão juntas mesmo. É um
encontro. A história é nossa, é essa sensação que
a gente tem desde o começo. Durante o processo
foi muito gostoso porque ela fazia os desenhos e
me mostrava, me mostrava também as fotos dela
quando era criança e eu me emocionava e
também mostrava as minhas fotos com o meu
pai. Ela me contou as histórias dos desenhos e eu
contava coisas da minha infância também.
Então a gente foi criando juntas.
A.C. Nós sabemos que você tem duas filhas,
elas gostam de suas histórias?
K.T. Eu acho que elas gostam. Elas sabem das
histórias, sabem o que originou as histórias, no
que eu me inspirei, elas sabem que os livros
sempre tem alguma coisa a ver com elas, a gente
conversa elas participam de todo o processo de
criação de minhas histórias, são as primeiras para
quem eu conto. Acho que elas gostam.
A.C. Seus livros já foram publicados em outros
países?
K.T. Não, na verdade a minha carreira como
escritora é uma carreira recente. Faz pouco tempo
que eu comecei a publicar. Eu comecei a escrever
pra crianças em 2008, faz pouco tempo. Ainda não
tive tempo nem de escrever tudo o que eu tenho
pra escrever e pra mandar para as editoras daqui.
Eu acho que deve ser delicioso ter um livro em
outro idioma, mas eu ainda não tenho não.
A.C. Como é feita a escolha das histórias que você vai contar? K.T. Eu faço bastante lançamento de livros e nesse caso, eu recebo os livros e faço uma adap-tação. Já em outras vezes, eu conto histórias que eu escrevi e ainda numa terceira possibilidade, eu escolho as histórias que quero contar. Mas em todos os casos, eu tenho que encontrar onde eu estou dentro daquela história, onde ela me toca... Encontrar de alguma maneira o prazer para contar.
A.C. Você já pensou em escrever um livro especialmente para o público adolescente?
K.T. Olha, nunca pensei, na verdade, tem uma história que eu escrevi que eu acho que é uma história que seria lida por adolescentes... Mas, eu não gosto muito dessa divisão da história por faixa etária, eu sei que é uma coisa necessária, que o mercado precisa, mas eu acho que as histórias são para todas as pessoas, às vezes, uma história de criança toca muito a gente, às vezes uma de adolescente, de adulto, não toca tanto... Eu acho que uma boa história toca todo mundo.
A.C. Você ou alguém já pensou em transfor-mar seus livros em peças de teatro ou dese-nho de animado? K.T. Já. O me segundo livro O Tatu e a Girafa, tem um clip em animação, que é uma graça, muito bonitinho. E uma grande amiga minha, que é produtora de teatro, me pediu a permissão pra transformar a história A menina dos pais crianças em uma peça de teatro, logo mais vai acontecer isso.
A.C. Onde você costuma se apresentar co-
mo contadora de histórias?
K.T. Eu faço apresentações em lugares variados, ultimamente estou me apresentando na Livraria Cultura, Livraria da Vila, Livraria 97 e Livraria Casa do Livro, essa são as livrarias que eu tenho parceria. E há dois anos, faço pela Companhia das Letras um circuito de contação de histórias mensal, com aproximadamente 3 a 4 histórias por mês. Na maioria das vezes eu faço apresentações solo nas livrarias, mas em algumas vezes, faço em dupla com um músico improvisador chamado Marko Conca nas Livrarias Cultura dos shoppings Bourbon e Market Place aos domingos. Faço bastante trabalhos no Sesc também.
A.C. O que você gosta de ler?
K.T. Eu leio muita história de criança e tenho
três autores preferidos que escrevem para
crianças, sou fã apaixonada do Ricardo
Azevedo, da Eva Furnari e da Angela Lago, acho
o trabalho deles lindo. Tem outros autores mais
recentes que também gosto muito que é o
Lalau e Laurabeatriz, que fazem poemas para
crianças e Lollo e Blandina Franco, outra dupla.
De literatura adulta eu gosto de Manuel de
Barros porque eu me identifico, acho que é um
poeta que tem muito a ver com o trabalho que
eu faço, quando eu conto histórias, quando eu
escrevo. Sou também muito apaixonada por
Guimarães Rosa. Esses dois autores, eu leio e
fico sem palavras, eu sou capaz de ler e ficar um
mês pensando no que eu li porque as perguntas
que eles trazem são perguntas que batem
muito forte.
A.C. Você pretende lançar mais livros?
K.T. Eu tenho quatro, cinco projetos na gaveta, que
em janeiro do ano que vem eu vou começar a
colocar no mundo, mostrar pras editoras. São
projetos que nascem todos das histórias contadas.
Um projeto se chama Livro de choros, que é uma
coleção com 108 choros humanos, maneiras que o
ser humano chora. Tem outro livro de uma história
que eu escrevi chamada Dona Certeza, que eu já
conto há dois anos, tá prontinha, mas eu tenho que
sentar e escrever. E tem outro livro inspirado na
minha filha mais nova, que é a Tereza. Um dia eu
perguntei pra ela de onde a gente vinha e ela me
disse que eram os pássaros que traziam as pessoas.
Acho que a resposta foi inspirada na cegonha. Ela
me disse que quem a trouxe para o mundo foi um
pavão. Eu comecei a pensar nas pessoas sendo
trazidas pelos pássaros e, como nós somos
diferentes entre si, cada pessoa foi trazida por um
pássaro diferente. Tem gente que foi trazida por um
pardal, por um flamingo, por uma galinha d`angola,
por um urubu, por uma pomba, por uma ema, um
avestruz, um cisne. Cada pessoa foi trazida por um
pássaro porque é muita sobrecarga pra cegonha
trazer todo mundo, né gente? E as pessoas não são
diferentes? Então, dessa nossa conversa veio a ideia
de um livro. E tem algumas outras ideias que ainda
são sementes, mas estão esperando ficar prontas
pra nascer.
A.C. Que profissão você gostaria de ter se
não fosse escritora e contadora de histórias?
K.T. Ai... Acho que eu nem sei responder essa!
Eu tenho formação de atriz, gosto muito de
teatro e, de alguma maneira, a contação de
histórias é estar em cena com as pessoas, tem
muita ligação com o teatro, mas o teatro sem
interação, que é o teatro em que só o ator fala e
a plateia só escuta é o teatro que eu já
experimentei e não gostei. Eu gosto muito do
risco, da criança falar alguma coisa e eu ter que
responder na hora... Sabe a sensação de: Meu
Deus! E agora, o que eu faço? Eu gosto muito
disso. Mas, se eu não fosse contadora de história
e escritora, eu acho que eu seria palhaça.
A.C. Qual foi a apresentação mais diferente que você já fez? K.T. Eu tenho feito, às vezes, histórias em exposições de arte contemporânea. Neste caso eu olho a obra do artista e faço a mesma coisa que faço com as história, penso onde estão as perguntas sem respostas dentro daquela obra. Aí, eu escrevo uma narrativa que tem a ver com a obra do artista e faço a história junto com as pessoas, encontrando outras perguntas que as pessoas tem quando olham aquela obra de arte. Eu chamo essas histórias abertas de travessias narrativas. Acho que isso é o mais difícil que eu tenho feito, que é o mais desafiador, é o que eu tenho menos pronto... Eu tenho que chegar e ver como é que aquela obra toca as pessoas e como é que a gente faz disso
Kiara Terra com sua filha
Tereza em entrevista com a
turma do Ateliê Matéria
Prima no Ar
Tudo começou porque numa noite,
eu estava com a minha filha mais
velha fazendo ela dormir e ela me
falou que estava triste porque
tinha feito uma medição na escola
e descobriu que era a menor e a
mais leve da turma. Então eu
disse: “Filha, você é a menor e a
mais leve porque é a mais nova,
você faz aniversário por último”.
Ela disse: “Eu sei mãe, mas eu não
queria ser pequena... Eu falei:
“Filha você é linda, todo mundo
te ama, você tem muitos amigos,
você é muito querida”. Ela falou:
“Eu não tô falando disso, é que
eu não queria ser a mais leve e a
menor da turma”. Então, eu lembrei de todas as vezes em que eu me senti
menos... Porque crescer não é uma tarefa muito fácil, em vários momentos da
vida, a gente se sente terrível.
Eu não sabia o que dizer na hora e o que eu disse foi: “Olha minha filha, você
pode ser qualquer coisa, de qualquer tamanho, pode ser grande, pequena,
alta, baixa, eu amo você de qualquer jeito... Eu queria que você soubesse”.
Eu não sabia mais o que dizer pra ela, mas aquilo ficou dentro de mim
remoendo e eu lembrei dos pais que eu tive, que foram pais que eram muito
crianças. O lado bonito disso é que tinha muita imaginação, contavam histórias,
brincavam comigo, mas o lado difícil era que no mundo de gente grande das
responsabilidades, das coisas que os pais tem que fazer, eles eram muito
atrapalhados. Aí eu pensei neles, nesse lugar de ser filha de pais crianças, o
meu lugar de ser mãe, pensei em quando nasceu a minha primeira filha e pensei
naquele momento que eu estava ali com ela quando ela me conta que não se
sentia do tamanho certo, pensei na frase que eu disse “você pode ser de
qualquer tamanho que eu amo você”... Pensei em tudo isso, então escrevi o
livro. Essa sensação de que quando a gente olha uma pessoa e fala: eu amo
você e não tem nenhuma condição pra esse amor, foi uma constatação que eu
aprendi com ela e com os meus pais. A história se mistura, é a família de onde
eu vim com a família que eu criei depois... É a minha história.
Kiara também nos contou a história do nascimento
de seus três livros...
Este é um livro muito
engraçado que fala
também da minha
família. É uma história
de amor entre um tatu
bola de jardim e uma
girafa. A girafa era
muito alta, então ela via
o mundo lá longe, todos
os bichos eram
pequenos, a vida pra ela
era, sempre distante e o
tatu bola, como vivia no
chão, tudo era urgente,
tudo era amedrontador,
todos os bichos eram maiores que ele, era tudo um sufoco. Um dia ele sobe
numa ladeira e quando ele olha pra frente, vê os olhos mais lindos do mundo.
É a girafa, mas ele nem sabe que ela é uma girafa, ele só sabe que é uma
subida com olhos lindos em cima. Eles se apaixonam e tem uma filha
chamada Tatufa, é uma mistura de tatu bola de jardim com girafa. A Tatufa
tem o poder de saltar e um dia ela cai nas asas de um pássaro azul, se apaixo-
na por ele, vai embora e tem um filho, que nasce num ovo amarelo que pare-
ce um melão. Ele é um pássaro azul voador que ensina o avô a voar. Aí, a ár-
vore genealógica desse filho, que é uma avó girafa, um avô tatu de jardim, um
pai pássaro, uma mãe Tatufa... Imagina? Não vou contar o resto pra não
estragar a surpresa. Mas, a ideia é falar que numa família as pessoas podem
ser bem diferentes uma das outras, a gente não precisa ser igual para se
amar. Essa história nasceu numa conversa com a minha primeira filha, que foi
fazer a árvore genealógica na escola, e ela falava assim: “Mãe quem e o seu
Pai?” Eu respondi: “Eu tenho dois pais, um pai biológico e o meu pai que me
criou que é o padrasto. Bota aí outro quadrado, porque eu tenho dois pais”.
Ela disse: “Não mamãe, só tem um quadrado pro pai, qual é o seu pai? Aí eu
disse: “Pode botar dois”. Ela: “Não mamãe, você não está entendendo só
tem um quadrado na árvore, qual é o nome dele”? Ai, eu falei: bota barra e
outro nome”. Ela: “Não, eu quero um só!”... Bom, eu fiquei pensando que
essa coisa da árvore genealógica arrumadinha, pouca gente tem, a maioria
das pessoas tem uma família que parece uma floresta, uma árvore que
enganchou na outra, uma planta que cresceu por cima... A nossa vida não é
organizadinha como uma árvore japonesa, que é aquela árvore que foi
cortada com tesoura, às vezes a vida é uma mata atlântica... Foi um pouco o
desejo de dizer: Tudo bem gente, a mãe é uma girafa, o pai é um tatu bola...
Está tudo bem, a gente dá um jeito.
Este é o terceiro livro que eu
acabei de lançar. Ele conta a
história de uma ilustradora de
livros infantis, que é muito
amiga minha e também conta
um pouco da minha história
com o meu pai.
Nós duas tivemos histórias
muito parecidas com os nossos
pais/padrastos. E a história
conta que quando ela tinha uns
7 ou 8 anos, o padrasto dela,
que na verdade foi quem a
criou, tinha uma máquina
Polaróide, aquela máquina
antiga que tem que esperar
alguns segundos para a foto
aparecer num papel branco...
Ele falava que a máquina era
mágica e ela não acreditava. Ele falou: “Escolhe uma coisa pra você
fotografar”. Então, ela tirou uma foto dele e ele disse que, para a foto
aparecer, ela tinha que falar as palavra mágicas: Hocus Pocus. E ela falava:
“hocus pocus, hocus pocus, hocus pocus”... Quando a imagem foi
aparecendo, ela achou que era por causa das palavras que ela estava
falando... E repetiu várias vezes.
Então, eu escrevi a história de um pai e uma filha. Eu falo no livro: “nem toda
criança nasce e o pai esta lá para tirar fotos de como elas são bonitas e
gordinha ao nascer, algumas meninas ganham seus pais como um presente
bem embrulhados que a gente só ganha na hora certa. Comigo foi assim e eu
vou contar... Aí conta de como chegou o pai que casou com a mãe, conta
que ele nunca tinha tido filha, que começou ser pai e filha naquela hora e fala
uma coisa muito bonita no livro que é o seguinte: o começo é onde a gente
está quando encontra uma coisa importante, o começo é naquele instante,
nada mais importa, se for importante aquele encontro, ali está o começo.
Um dia a máquina quebra e ele vem com um pacote. Ela pergunta: “É outra
máquina pai? E quando ela abre, são papeis e lápis. Então ele fala: Vou te
contar um segredo, o que fazia a máquina ser mágica era a sua capacidade de
olhar as coisas até que elas ficassem bonitas, até que viesse a beleza.
Eu tenho uma sensação muito curiosa, ela aprendeu com o pai dela a olhar as
imagens até que a beleza viesse, assim como eu aprendi com meu pai a olhar
as histórias e as palavras até que a beleza viesse. Então esse livro é um livro
na nossa condição de filha, são duas filhas com saudades de seus pais, e duas
filhas que viraram filha na marra, viraram filhas com o tempo, viraram filhas
do exercício de conviver com a pessoa. A gente se tornou filhas desses pais
com o tempo.
Para saber mais sobre Kiara , entre no blog:
http://kiaraterra.blogspot.com.br/
Este é um livro muito
engraçado que fala
também da minha
família. É uma história
de amor entre um tatu
bola de jardim e uma
girafa. A girafa era
muito alta, então ela via
o mundo lá longe, todos
os bichos eram
pequenos, a vida pra ela
era, sempre distante e o
tatu bola, como vivia no
chão, tudo era urgente,
tudo era amedrontador,
todos os bichos eram maiores que ele, era tudo um sufoco. Um dia ele sobe
numa ladeira e quando ele olha pra frente, vê os olhos mais lindos do mundo.
É a girafa, mas ele nem sabe que ela é uma girafa, ele só sabe que é uma
subida com olhos lindos em cima. Eles se apaixonam e tem uma filha
chamada Tatufa, é uma mistura de tatu bola de jardim com girafa. A Tatufa
tem o poder de saltar e um dia ela cai nas asas de um pássaro azul, se apaixo-
na por ele, vai embora e tem um filho, que nasce num ovo amarelo que pare-
ce um melão. Ele é um pássaro azul voador que ensina o avô a voar. Aí, a ár-
vore genealógica desse filho, que é uma avó girafa, um avô tatu de jardim, um
pai pássaro, uma mãe Tatufa... Imagina? Não vou contar o resto pra não
estragar a surpresa. Mas, a ideia é falar que numa família as pessoas podem
ser bem diferentes uma das outras, a gente não precisa ser igual para se
amar. Essa história nasceu numa conversa com a minha primeira filha, que foi
fazer a árvore genealógica na escola, e ela falava assim: “Mãe quem e o seu
Pai?” Eu respondi: “Eu tenho dois pais, um pai biológico e o meu pai que me
criou que é o padrasto. Bota aí outro quadrado, porque eu tenho dois pais”.
Ela disse: “Não mamãe, só tem um quadrado pro pai, qual é o seu pai? Aí eu
disse: “Pode botar dois”. Ela: “Não mamãe, você não está entendendo só
tem um quadrado na árvore, qual é o nome dele”? Ai, eu falei: bota barra e
outro nome”. Ela: “Não, eu quero um só!”... Bom, eu fiquei pensando que
essa coisa da árvore genealógica arrumadinha, pouca gente tem, a maioria
das pessoas tem uma família que parece uma floresta, uma árvore que
enganchou na outra, uma planta que cresceu por cima... A nossa vida não é
organizadinha como uma árvore japonesa, que é aquela árvore que foi
cortada com tesoura, às vezes a vida é uma mata atlântica... Foi um pouco o
desejo de dizer: Tudo bem gente, a mãe é uma girafa, o pai é um tatu bola...
Está tudo bem, a gente dá um jeito.
Veja o trailer do livro O Tatu Bola e a Girafa:
http://www.youtube.com/watch?v=yrso_HFH5HY
A origem
Ele se originou de um ritmo africano chamado Lundu, uma dança de roda de Angola. Nesta dança, também conhecida por umbigada ou batuque, uma pessoa ficava no centro de uma roda, dançando no ritmo de palmas, canto e instrumentos de percussão. Quando queria convidar alguém para entrar na roda, dava uma ''umbigada'' e, assim, o convidado entrava no meio do círculo para dançar.
Negro Fandango - Obra de Augustus Earle, 1822 Chegou no Brasil através dos negros escravos que foram levados para a Bahia. Depois, na metade do século XIX, esses escravos partiram para o Rio de Janeiro porque lá era a capital do Império e precisava de mão de obra para trabalhar. Eles foram para os bairros da Gamboa e Saúde onde tinha a maior concentração de empregos.
A chegada
Conheça alguns fatos
históricos deste gênero
musical que com muita
criatividade tornou-se
uma das principais
manifestações populares
brasileiras.
Por
Beatriz Mariane Santana
Evelyn Vitória Freitas Silva
Larissa Rocha
Layanne Araújo
Lyncon Gabriel
Maria Eduarda
Tia Ciata - foi muito importante
para a história do samba
Festas Muitos escravos se casaram na Bahia e quando foram morar no Rio de Janeiro, levaram suas esposas que na maioria eram baianas. Para ajudar no orçamento da casa, elas vendiam quitutes na Praça Onze, próxima aos bairros da Gamboa e da Saude. Apesar de tanta pobreza e do cansaço do trabalho, as famílias adoravam fazer festas e sempre se reuniam para se divertir ao som de batuques e danças formando animadas rodas de samba. As mulheres eram as grandes organizadoras da festança que corriam por toda a madrugada.
Encontro de músicos na casa da Tia Ciata Uma das principais casas onde aconteciam as rodas de samba era a casa da dona Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata. As festas na casa desta baiana eram tão animadas e o ritmo tão cativante que começou a atrair músicos como Donga, Sinhô, João Baiana e Pixinguinha, grandes músicos da época. Era tudo muito bem organizado e em cada cômodo era tocado um ritmo diferente: na sala músicos com cavaquinhos, violões e instrumentos de sopro; nos quartos e na sala de jantar era tocado o samba corrido com palmas, marcando o ritmo e no quintal aconteciam batucadas com capoeira e trabalhos de candomblé, uma prática religiosa muito comum entre as famílias baianas e descendentes de escravos.
Donga, Pixinguinha e João Baiana - músicos que
frequentavam as festas da casa da Tia Ciata
Discriminado por alguns Apesar de ser um ritmo muito alegre, as pessoas mais ricas da época, não gostavam desse tipo de música e até falavam mal, muitas vezes, discriminando, com preconceito, dizendo que era música de “desocupados”.
A chegada do rádio
e a difusão do ritmo
Com a chegada do rádio, em 1922, o samba
passou a ser divulgado com mais facilidade,
então conquistou muita gente, até pessoas
de classe média do Rio de Janeiro, como o
ex-estudante de medicina Noel Rosa e o
ex-estudante de direito Ary Barroso.
O rádio também contribuiu para que
muitas pessoas ficassem famosas
cantando samba, como por exemplo,
Francisco Alves, Orlando Silva e
Carmen Miranda. Eles foram grandes
ídolos do samba.
Ary Barroso
Noel Rosa
Orlando Silva Francisco Alves Carmen Miranda
Primeiro samba gravado Em 1917, foi gravado em disco o primeiro samba chamado ''Pelo Telefone'' pelo sambista Donga, apelido de Ernesto Santos. Mas, essa gravação trouxe muita polêmica, pois algumas pessoas diziam que além de Donga, outros compositores tinham participado da criação, já que naquele tempo, as composições eram feitas em conjunto. Diziam que esta em especial, tinha sido composta numa das festas da
casa de Tia Ciata. Mas, de qualquer maneira, Donga e Mauro Almeida foram os compositores que registraram este samba na Biblioteca Nacional. Este samba fez um grande sucesso e a partir de sua popularização, o samba começa a se fixar como gênero musical.
Clique no link e veja uma gravação de 1966, com interpretação de Hebe Camargo, Pixinguinha, Chico Buarque, Donga e Mauro Almeida. http://www.youtube.com/watch?v=GS-rCr-ZoZI
Variações do ritmo
Depois do surgimento do rádio, o samba começou a se popularizar e com isso,
surgiram variações do ritmo, como o samba-enredo, o samba-choro, o samba
de partido alto, o samba-canção, o samba-exaltação, entre outros.
Samba e carnaval
Com a popularização do gênero, grandes blocos
de carnaval foram criados. E em 1929, surgiu a
primeira escola de samba que se chamava
“Deixa Falar”. Ela se apresentou na Praça Onze
e as pessoas adoraram a batida, tão forte que
contagiava a todos. O samba-enredo fez tanto
sucesso que no ano seguinte, mais cinco escolas
surgiram para participar do desfile na Praça Onze:
a ''Cada Ano Sai Melhor'', a ''Estação Primeira de
Mangueira'', a ''Vai como Pode'' (atual Portela), a
''Para o Ano Sai Melhor'' e a ''Vizinha Faladeira''. “Deixa Falar” - 1ª Escola de Samba do Brasil
O samba melódico
Entre os anos 1930 e 1940, importantes compositores como Noel Rosa, Ary Barroso,
Lamartine Babo, Braguinha (João de Barro) e Ataulfo Alves se destacaram com o samba-canção,
um samba mais lento, melódico e romântico, acompanhado por violão e bem menos batucado.
Noel Rosa: Com que roupa?
http://www.youtube.com/watch?v=rETSGoLBjjk
Lamartine Babo: A.E.I.O.U.
http://www.youtube.com/watch?v=1xsmrGKtY1M
Braguinha: Linda loirinha
http://www.youtube.com/watch?v=S5jk0fG3vfE
Ataulfo Alves: Laranja madura
http://www.youtube.com/watch?v=C9tG10EHf-4&feature=related
Ary Barroso: Camisa amarela
http://www.youtube.com/watch?v=pqUF4dXOPcY&feature=related
Grandes compositores
Houve uma época, por volta da década de 50 e 60, que o samba tocava com menos frequência nas rádios porque outros ritmos estavam fazendo mais sucesso, como por exemplo, a bossa-nova. Mas, no final da década de 60 voltou com força total e a batida tradicional do samba foi relembrada por grandes compositores como: Car-tola, Nelson Cavaquinho Candeia, Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Zé Kéti, Martinho da Vila, entre outros. Clique no link para ouvir: Candeia - Testamento do Partideiro http://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M Nelson Cavaquinho – Juízo Final http://www.youtube.com/watch?v=rgcTGJQNNe8&feature=related Reportagem de 1979 - Programa Fantástico sobre o Clube do Samba http://www.youtube.com/watch?v=uRF-5npsqTo&feature=related
Nelson Cavaquinho e Cartola - Dois grandes
compositores do samba
Capa do 1º disco de Zeca Pagodinho - 1986
Surge o movimento do pagode
Na década de 80, surge o pagode, ritmo que se originou do samba, com uma linguagem mais popular. Este novo ritmo estourou no mercado fonográfico. Alguns artistas que se destacaram nessa época foram Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Grupo Fundo de Quintal e Jorge Aragão.
Clique no link e saiba mais sobre alguns dos sambistas de todos os tempos: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT865240-1655-3,00.html
Clique no link e ouça a música:
http://www.youtube.com/watch?v=l3YDy4bhoyU
A batucada dos nossos tantãs Samba, a gente não perde o prazer de cantar E fazem de tudo pra silenciar A batucada dos nossos tantãs No seu ecoar, o samba se refez Seu canto se faz reluzir Podemos sorrir outra vez Samba, eterno delírio do compositor Que nasce da alma, sem pele, sem cor Com simplicidade, não sendo vulgar Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural O samba floresce do fundo do nosso quintal Este samba é pra você Que vive a falar, a criticar Querendo esnobar, querendo acabar Com a nossa cultura popular É bonito de se ver O samba correr, pro lado de lá Fronteira não há, pra nos impedir Você não samba mas tem que aplaudir
Ilustração: Kleber Sales
A letra “A batucada dos nossos tantãs”, do grupo Fundo de Quintal, nos mostra um pouco dessa história de resistência do samba.
Samba-Patrimônio Imaterial O samba é uma das principais manifestações culturais do nosso país. Em 2005, o samba-de-roda da Bahia foi declarado pela Unesco como Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. E em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente, no Livro de Registro das Formas de Expressão, do Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro, as matrizes do Samba do Rio de Janeiro - samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo. Clique no link e assista ao programa que fala sobre o samba carioca, que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2007: http://www.youtube.com/watch?v=6TR2WnlKeJ0
Ima
ge
ns:
Ale
ssa
nd
ro A
lve
s Q
ua
trin
i
Por
Alessandro Alves Quatrini
Amanda Silva
Emanoel Oliveira
Ester de Araújo Souza
Maiara Mendes
Na prática...
Podemos começar cuidando das pessoas,
plantando uma pequena horta, fazendo um
jardim, não desperdiçando alimentos, água
e não poluindo ou consumindo em excesso.
Você já pensou em viver em um lugar onde tudo funciona em harmonia, plantas, pessoas, animais?
Isso é muito possível com a permacultura, mas você sabe o que isso significa?
Permacultura é cultura permanente, ou seja, uma coisa que permanece, fica, não desaparece ou se
esquece. Para melhorar o nosso bem estar e as coisas à nossa volta é necessário estarmos em harmonia
com a natureza, cuidarmos dela e principalmente educar as crianças para que elas possam continuar
educando outras pessoas futuramente.
Para que tudo esteja em harmonia é necessário que haja uma mudança de atitude em pequenas coisas
do nosso dia-a-dia.
De onde vem o termo Permacultura?
Bill Mollison e David Holmgren
criaram este termo a partir dos estudos
de como sociedades indígenas agiam
com a natureza. Eles observaram que
essas tradições eram muito espirituais e
respeitosas com a terra e trabalhavam
sempre em conjunto ou seja, através da
cooperação de todos, assim, o benefício
também era coletivo.
Turma do Ateliê Itapevi + Verde preparando estruturas com bambu
Possibilidades criativas
Hoje em dia não precisa ter um grande espaço para plantar, você pode fazer sua própria
horta ou jardim em pequenos espaços, como por exemplo, apartamentos. Muitas pessoas
estão pendurando suas plantinhas em paredes: os famosos jardins verticais. Diversos
objetos podem ser usados para a criação deste tipo de jardim, como por exemplo, botas,
xícaras, latas, caixotes, garrafas pet, taças e até copos.
Veja essas imagens e se inspire para plantar e, quem sabe, até colher, crie seu próprio
jardim e seja mais feliz!
Clique no link abaixo e conheça algumas ideias criativas e simples:
http://jeitinhopradecorar.blogspot.com.br/2012/10/hortas-e-jardins-verticais.html
Como plantar
Para uma horta será necessário
um local que tenha luminosida-
de e que seja próximo a um pon-
to de água (torneira), porque a
maioria das hortaliças precisam
de locais com essa característica.
Um jardim também requer
cuidado quase que diário, mas
podemos construir em locais
sombreados compondo com
plantas ornamentais.
Materiais para a formação do jardim
* Pedras ou outro material que ajuda na drenagem da água;
* Terra;
* Adubo orgânico;
* Palha e/ou folhas secas;
* Mudas e/ou sementes;
* Recipiente para plantar como vasos, caixotes, garrafas, pneus, chapeiras, botas ou outros
que possam ser úteis e que combine com o desenho do seu jardim.
Turma do Ateliê Itapevi + Verde preparando canteiros e regando as hortaliças
Ferramentas
* colheres;
* ancinho;
*tesouras de poda pequena e grande;
* regadores ou mangueira.
Outros acessórios
* luvas para jardinagem;
* chapéu.
Passo a passo para plantar
Para fazer uma horta de temperos ou um jardim em pequenos espaços você vai precisar de:
* Um vaso ou recipiente que possa servir de vaso como caixote, pneu, garrafas, latas, botas e
outros. Se preferir um recipiente que não seja vaso, certifique-se que ele esteja adequado para
a drenagem da água (furos embaixo do recipiente);
* Coloque pedras ou areia no fundo do vaso ou recipiente. Caso não tenha, utilize qualquer ma-
terial drenante (entulho, telhas, etc);
* Em seguida, coloque terra, matéria orgânica em decomposição (folhas, gravetos) e adubo or-
gânico. Pode ser qualquer terra;
Obs: Os adubos orgânicos que podemos encontrar em floricultura são: Bokashi, esterco de va-
ca, esterco de galinha, farinha de osso, calcário, torta de mamona e húmus de minhoca. O
Bokashi é o mais completo, mas o húmus de minhoca é considerado um dos melhores e pode
ser produzido em casa com a compostagem de alimentos não cozidos como cascas de frutas e
sobras de verduras.
* Misture bem esses elementos;
* Faça uma cobertura utilizando palhas ou folhas secas picadas. Uma camada de aproximada-
mente 5 cm;
* Em seguida abra um buraco e coloque a muda ou semente proporcional ao tamanho do que
você está plantando;
* Feche o buraco. Se for semente não aperte, mas se for muda aperte a terra próximo ao caule
da planta;
* Regue sempre que a terra estiver seca. De preferência com um regador ou algum sistema por
gotejamento;
* Se for vaso, coloque-o em um local que a planta goste (sol ou sombra). Caso esteja plantando
em algum recipiente fixo como pneus ou pequenos canteiros, dê preferencia para plantas que
goste daquele ambiente;
* Cuide para que ele possa crescer bem.
Essas dicas de como plantar foram dadas por Bruno Helvécio,
educador responsável pelo Ateliê Itapevi + Verde.
Para consultorias em implantação de horta em escolas e
residências, entre em contato com ele no
ou ligue para (11) 4702-2350 ou (11) 99681-8249.
E para saber mais sobre compostagem doméstica clique no link:
http://www.moradadafloresta.org.br
Integrantes do Ateliê Matéria Prima no Ar em
entrevista com o educador Bruno Helvécio
Revista Eletrônica