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PROJETO REFAZENDA Apostila de Capacitação Técnica e Operacional para Viveiros
de Mudas de Espécies Nativas da Mata Atlântica e PRADs
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Realização Agência Ambiental Pick-upau Financiamento Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA Ministério do Meio Ambiente – MMA Apoio Terra Indígena Guarani Mbya Tenonde Porã Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo CIENTEC/USP
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SUMÁRIO
Parte 1: Conteúdo Genérico
- Introdução à Mata Atlântica 09
- Noções básicas de solos 11
- Climatologia: noções básicas do clima 14
- Hidrografia do Brasil 16
- Mananciais 20
- Coleta Seletiva 22
- Empreendedorismo em negócios sustentáveis 23
Parte 2: Conteúdo Técnico
- Escolha das embalagens 29
- Escolha do substrato 31
- Compostagem para utilização em substrato 33
- Colheita ou aquisição de sementes (matrizes) 40
- Beneficiamento, armazenagem e teste de germinação 44
- Dormência de sementes (quebra) 48
- Preparo das embalagens 49
- Semeadura, repicagem e desbaste 51
- Adubação e irrigação 53
- Controle fitossanitário, rustificação e expedição 56
- Poda da copa 57
- Poda das raízes 57
- Monda 58
- Moveção ou dança 59
- Raleio (sacos plásticos) e alternagem (tubetes) 60
- Seleção 60
- Biodiversidade e manejo e pragas 62
- Indicadores de qualidade da muda 65
Parte 3: Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD
- Área degradada e degradação ambiental 70
- Recuperação, reabilitação e restauração ambiental 72
- Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD 73
- Como fazer um reflorestamento 74
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Parte 4: Anexos
- Resolução SMA nº 068 de 19 de setembro de 2008 86
- Resolução SMA nº 021 de 21 de novembro de 2001 86
- Espécies nativas da mata atlântica do Estado de São Paulo 89
- Glossário 106
- Bibliografia 110
- Créditos 113
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A Mata Atlântica
é uma das florestas mais ameaçadas do
planeta.
Introdução à Mata Atlântica
Originalmente a Mata Atlântica ocupava 15% território brasileiro, se estendendo
de forma contínua por cerca de 1.400.000 km², era considerada a segunda
maior floresta do Brasil. Percorria toda a costa atlântica com largura variável,
desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, se desenvolvendo na
Região sudeste em direção ao interior e atravessando as fronteiras com o
Paraguai e a Argentina.
Porém, atualmente apenas 7% do seu tamanho original ainda estão
intacto, isso se deve a ocupação e a exploração desordenada dos seus
recursos naturais, que vem desde a época da colonização com a retirada do
pau-brasil. Essa espécie que é endêmica da região sofre até hoje com a sua
exploração e corre grande risco de extinção assim como o bioma Mata
Atlântica.
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A História do país se iniciou nesse bioma e hoje vivem cerca de 120
milhões de pessoas. Além disso, a maior parte do pólo industrial, químico,
petroleiro, portuário e turístico do Brasil estão em seus domínios. Por causa da
sua exuberância, os primeiros europeus e naturalistas que chegaram aqui
ficaram fascinados, mas ao mesmo tempo temiam o que poderiam encontrar
pela frente ao adentrar a mata.
A definição da Mata Atlântica é de acordo com o Art. 3º do Decreto Lei
750/93 “considera-se Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemas
associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas
delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE 1988:
Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta
Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional
Decidual, manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e
encraves Florestais do Nordeste.”
Antes da sua exploração, todos esses ecossistemas se interligavam
formando um contínuo, que hoje se apresentam em pequenos fragmentos
florestais espalhados pelo território brasileiro. É na Serra do Mar entre o sul do
Rio de Janeiro e norte do Paraná que se encontram os maiores fragmentos e
no nordeste os menores (OLIVEIRA et al, 2009).
As temperaturas nesse bioma são sempre elevadas, sendo
classificadas como equatorial ao norte e temperado sempre úmido ao sul. As
regiões de serra possuem alto índice pluviométrico, por causa das barreiras de
contenção para os ventos que vem do mar. Possui alta biodiversidade (uma
das maiores do planeta), com altos índices de endemismo e diversas espécies
em extinção. Seu solo é pobre e seu relevo é bastante acidentado. (OLIVEIRA
et al, 2009)
Um dos maiores destaque desse bioma são as árvores que podem
chegar a 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro, como o Jequitibá-rosa.
Algumas outras espécies também se destacam como o Pinheiro-do-paraná, o
Cedro, as Figueiras, os Ipês e o Pau-brasil. Além disso, a Mata Atlântica ainda
possui as chamadas matas de altitude como a Serra do Mar com 1.100 metros
e a Itatiaia com 1.600 metros, geralmente a neblina nesses locais é constante.
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O que também impressiona é a riqueza faunística que ela possui,
porém a maior parte dos animais endêmicos da Mata Atlântica corre sério risco
de extinção. Como é o caso da Onça-pintada, Micos-leões, Lontra, Arara-azul-
pequena, Tatu-canastra, entre outros.
A atual situação da Mata Atlântica é grave, estudos mostram que por
causa do seu alto grau de fragmentação ela pode desaparecer de vez, fato que
traria prejuízos imensuráveis tanto para fauna e flora como para a população
que sobrevive em seus domínios, pois é ela que regula o clima, a temperatura,
o regime das chuvas, protege nascentes de rios e encostas de morros e gera
fertilidade do solo. Devido a tudo isso é necessário uma mobilização tanto do
poder público quanto da população em prol da sua recuperação e conservação.
No intuito de regulamentar sua proteção e seu uso sustentável, foi
criada a lei nº 11.428 de 22 de dezembro de 2006 que dispõe sobre a utilização
e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.
Noções básicas de solo
O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do
remanejamento e da organização do material original (rocha, sedimento ou
outro solo), sob a ação da vida, da atmosfera e das trocas de energia que aí se
manifestam, e constituído por quantidades variáveis de minerais, matéria
orgânica, água da zona não saturada e saturada, ar e organismos vivos,
incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros
animais.
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Na produção de
mudas e nos PRADs é muito
importante conhecer o solo.
Funções do solo
• sustentação da vida e do "habitat" para pessoas, animais, plantas e outros
organismos;
• manutenção do ciclo da água e dos nutrientes;
• proteção da água subterrânea;
• manutenção do patrimônio histórico, natural e cultural;
• conservação das reservas minerais e de matérias primas;
• produção de alimentos; e
• meio para manutenção da atividade sócio-econômica.
Propriedades
O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida
é constituída pelo material parental (rocha) local ou transportado e material
orgânico, originário da decomposição vegetal e animal. A fase líquida, a água
ou a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução), e a fase
gasosa, de composição variável, de acordo com os gases produzidos e
consumidos pelas raízes das plantas e dos animais (CO² e O²).
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As propriedades físicas, químicas e biológicas do solo são determinadas
pelo processo geológico de sua formação, origem dos minerais, e sua evolução
de acordo com o clima e o relevo do local, além dos organismos vivos que o
habitam.
Dependendo da espécie mineralógica que deu origem e dos
mecanismos de intemperismo e transporte, o solo apresenta diferentes
conteúdos das frações: areias, siltes ou argilas. O tamanho relativo dos grãos
do solo é chamado de textura e sua medida de granulometria (escala
granulométrica), para classificação da textura dos solos.
Os horizontes dos solos, ou seja, camadas que se diferenciam entre si
são formados a partir da modificação do material original, por meio dos
processos de intemperismo, apresentando diferentes colorações de acordo
com o grau de hidratação do ferro, dos teores de cálcio e óxido de silício, além
do teor de matéria orgânica nas camadas superficiais. O perfil do solo é então,
o conjunto dos horizontes e/ou camadas que abrangem, verticalmente, desde a
superfície até o material originário. Os solos apresentam grande variedade ao
longo de uma mesma região e entre diferentes regiões.
Os solos tropicais são mais profundos e mais quentes que os solos de
clima temperado. Possuem mais alumínio que sílica e apresentam uma
capacidade de troca catiônica - CTC- menor que os solos formados em clima
temperado. A decomposição da matéria orgânica é mais rápida e as plantas
absorvem mais água em comparação aos solos de clima temperado. Como há
maior lixiviação de cátions em solos ácidos, arenosos, com baixo teor de
matéria orgânica e baixa CTC, há maior possibilidade de uma substância
atingir a água subterrânea.
A vegetação que cresce nesses solos tem capacidade de absorver
poluentes e muitas vezes produzir safras aparentemente normais, mas que
podem apresentar riscos ao consumo humano e de outros animais.
O tipo de material constituinte e sua granulometria influem nas
propriedades do solo e nos mecanismos de atenuação e transporte de
poluentes.
14
As propriedades físicas do solo (textura, estrutura, densidade,
porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor) são responsáveis pelos
mecanismos de atenuação física de poluentes, como filtração e lixiviação,
possibilitando ainda condições para que os processos de atenuação química e
biológica possam ocorrer.
O movimento da água nos solos se dá em um meio poroso heterogêneo,
onde o tamanho, a forma e as conexões entre os vazios do solo e a
viscosidade do fluído determinam a velocidade de passagem. Assim, o
transporte e mobilidade de poluentes no solo dependem também da forma e
tamanho das partículas que compõem um dado solo, assim como do seu grau
de compactação.
Climatologia: noções básicas do clima
O Brasil é um país de dimensões continentais, sendo atravessado na
região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio,
situado quase que totalmente na zona de latitudes baixas, chamada de zona
intertropical, local onde prevalece clima quente e úmido com temperaturas
médias de 20°C e alta luminosidade (insolação) (MENDONÇA, 2007).
A diversidade nas formas do relevo, a altitude, a dinâmica das
correntes e massas de ar possibilitam a formação de uma considerável
variedade de tipos de clima, fato que influencia diretamente na formação de um
rico e diversificado mosaico de paisagens naturais (MENDONÇA, 2007).
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Muita neblina:
Um dia típico na região de Mata
Atlântica.
Os tipos de clima do Brasil
Podemos verificar no Brasil desde climas superúmidos quentes, como ocorre
na região Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, como é o caso do
sertão nordestino. Arthur Strahler, estudioso do assunto criou uma classificação
climática baseando-se na origem, natureza e movimentação das correntes
marítimas.
Sendo assim a classificação dos tipos de clima do Brasil fica da seguinte forma:
Clima Subtropical: possui como característica principal verões quentes
e úmidos e invernos frios e secos. A temperatura gira em torno de 14° a
25°C e a chuva é intensa nos meses de novembro a março com índice
pluviométrico anual de cerca de 2000 mm. Esse clima é típico da região
sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
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Clima Semi-árido: as temperaturas são altas o ano todo, média de
26°C, possui baixa umidade já que a chuva é escassa e irregular. Clima
típico do sertão nordestino.
Clima Equatorial: a principal característica é a grande quantidade de
chuva, o índice pluviométrico é de 1700 a 3000 mm anuais. A
temperatura é alta praticamente o ano todo, em torno de 24°C a 26°C.
Típico da região Norte.
Clima Tropical: Alto índice pluviométrico e de umidade, cerca de
1.500mm por ano. A temperatura média é de 25°C, abrange toda a
porção central do país. Possui estações bem definidas, com verões
chuvosos e inverno seco.
Clima Tropical de altitude: Possui verão chuvoso e no inverno sofre
influência de massas de ar frias vindas pelo Oceano Atlântico, podendo
até gear em alguns locais. A temperatura gira em torno de 30°C a 36°C
no verão e 6°C a 20°C no inverno, ocorrendo no Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, norte do Paraná e extremo sul do Mato Grosso do
Sul.
Hidrografia do Brasil
A rede hidrográfica brasileira é constituída por rios navegados em
corrente livre e por hidrovias geradas pela canalização de trechos de rios, além
de extensos lagos isolados, criados pela construção de barragens para fins
exclusivos de geração hidrelétrica.
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Rio Taquari,
Mato Grosso do Sul, região
centro-oeste do Brasil.
Alguns dos rios da Amazônia e do Centro-Oeste foram melhorados pela
dragagem de seus baixios, mas a maioria dos rios navegáveis destas regiões é
natural. Nas regiões Sudeste e Sul, vários rios foram canalizados, o que
permitiu o aumento da capacidade de tráfego dessas hidrovias e da
confiabilidade do transporte fluvial.
A rede hidrográfica brasileira tem elevadas condições de umidade na
maior parte do território nacional, sendo considerada como a mais densa do
planeta.
Algumas características da hidrografia do Brasil
Rica em rios, mas pobre em lagos.
O regime de alimentação dos rios brasileiros é pluvial, não se
registrando a ocorrência de regimes nival ou glacial, sendo apenas o Rio
Amazonas um dependente do derretimento da neve da Cordilheira dos
Andes, mas a sua alimentação provém basicamente de chuvas. O
período das cheias dos rios brasileiros é no verão, com algumas
exceções no litoral do nordeste.
Grande parte desses rios é perene; apenas alguns que nascem no
sertão nordestino são intermitentes.
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O destino dos rios brasileiros é exorréico, ou seja, deságua no mar.
Devido ás elevadas altitudes na porção ocidental da América do Sul, os
rios brasileiros vão todos desaguar no Oceano Atlântico. Mesmo os que
correm para oeste fazem a curva ou deságuam em outro rio que irá em
direção ao oceano.
Na produção de energia elétrica, o uso dos rios é muito intenso.
Aproximadamente cerca de 90% da eletricidade brasileira provém dos
rios. Seu potencial hidráulico vem de quedas d’água e corredeiras,
dificultando a navegabilidade desses mesmos rios. Na construção da
maioria das usinas hidrelétricas, não foi levado em conta a possibilidade
futura de navegação, dificultando o transporte hidroviário.
Bacias Hidrográficas
É a área ocupada por um rio principal e todos os seus tributários, cujos
limites constituem as vertentes, que por sua vez limitam outras bacias. No
Brasil, a predominância do clima úmido propicia uma rede hidrográfica
numerosa e formada por rios com grande volume de água.
As bacias hidrográficas brasileiras são formadas a partir de três grandes
divisores:
Planalto Brasileiro
Planalto das Guianas
Cordilheira dos Andes
Ressaltam-se oito grandes bacias hidrográficas existentes no território
brasileiro; a do Rio Amazonas, do Rio Tocantins, do Atlântico Sul, trechos
Norte e Nordeste, do Rio São Francisco, as do Atlântico Sul, trecho leste, a do
Rio Paraná, a do Rio Paraguai e as do Atlântico Sul, trecho Sudeste.
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Bacias Hidrográficas Brasileiras
Bacia
Hidrográfica
Área
(103Km
2)
%
População Vazão
(m3/s)
Disponibilidade Hídrica
(Km3/ano) Em 1996 %
Amazonas 3900 45,8 6.687.893 4,3 133.380 4.206,27
Tocantins 757 8,9 3.503.365 2,2 11.800 372,12
Atlântico Norte 76 0,9 406.324 0,3 3.660 115,42
Atlântico
Nordeste 953 11,2 30.846.744 19,6 5.390 169,98
São Francisco 634 7,4 11.734.966 7,5 2.850 89,98
Atlântico Leste 1 242 2,8 11.681.868 7,4 680 21,44
Atlântico Leste 2 303 3,6 24.198.545 15,4 3.670 115,74
Paraguai 368 4,3 1.820.569 1,2 1.290 40,68
Paraná 877 10,3 49.294.540 31,8 11.000 346,90
Uruguai 178 2,1 3.837.972 2,4 4.150 130,87
Atlântico Sudeste 224 2,6 12.427.377 7,9 4.300 135,60
Brasil 8512 100 157.070.163 100 182.170 5.744,91
Fonte: Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas – ANEEL;
População – IBGE, 1998
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Represa Billings:
Área de manancial na cidade São
Paulo.
Mananciais: O que é um manancial
Os mananciais representam as águas subterrâneas, fluentes,
emergentes ou em depósito, efetiva ou potencialmente utilizáveis para o
abastecimento público (BARROS, 1995). Desse modo, rios, córregos,
reservatórios etc. que sejam responsáveis pelo abastecimento de água da
população fazem parte dos mananciais. Os mesmos são protegidos por lei e
seu uso para o abastecimento público é tido como prioritário, acima de
qualquer outro interesse.
As Áreas de Proteção aos Mananciais podem ser definidas como toda a
extensão territorial que se encontra ao redor dos mananciais, normalmente a
bacia hidrográfica, potencialmente disponível para o abastecimento de água da
população (BARROS, 1995).
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Os mananciais têm a fundamental função de abastecer as populações
com água potável, de forma sustentável (Barros, 1995). A parcela de água
existente no planeta mais facilmente utilizável para consumo é muito pequena.
Por esse motivo, a preservação dos recursos hídricos é essencial para a
garantia da qualidade da água consumida pelas populações.
Os mananciais disponíveis podem ser divididos em três grandes grupos:
a) Manancial superficial: constituído pelos cursos d’água (córregos, rios,
lagos, represas etc.) e, como o nome indica, tem o espelho na superfície do
terreno.
b) Manancial subterrâneo: é aquele cuja água vem do subsolo, podendo
aflorar à superfície (nascentes, minas etc.), ou ser elevado à superfície através
de obras de captação (poços rasos, poços profundos, galerias de infiltração).
As reservas de água subterrânea provêm de dois tipos de lençol d’água ou
aqüífero:
- Lençol Freático: é aquele em que a água se encontra livre, com sua
superfície sob a ação da pressão atmosférica. Em um poço perfurado nesse
tipo de aqüífero, a água no seu interior terá o nível coincidente com o nível do
lençol. A alimentação do lençol freático ocorre geralmente ao longo do próprio
lençol.
- Lençol confinado: é aquele em que a água se encontra confinado por
camadas impermeáveis e sujeita a uma pressão maior que a pressão
atmosférica. Em um poço profundo, que atinge esse lençol, a água subirá
acima do nível do lençol.
c) Água de chuvas: a água de chuva pode ser utilizada como manancial
abastecedor, sendo armazenada em cacimbas. As cacimbas são reservatórios,
que acumulam a água da chuva captada na superfície dos telhados dos
prédios e casas, ou a que escoa pelo terreno.
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A coleta seletiva presente durante
evento da Pick-upau em
São Paulo.
Coleta Seletiva
Coleta Seletiva é o processo de separação e recolhimento do lixo
descartado tanto por empresas como por pessoas, conforme sua constituição:
orgânico, reciclável e rejeito. Sendo assim, o lixo que poderá ser reciclado é
separado do lixo orgânico, que será descartado em aterros sanitários ou
utilizado como adubo.
Para que a coleta seletiva seja eficiente, é necessário que o material
seja separado e acondicionado corretamente, para que não apareça algum
cheiro desagradável, animais ou qualquer contaminação. Portanto, vasilhas de
vidro, lata ou plástico devem ser enxaguadas após o uso, os papeis devem
estar secos e as latas de lixo devem sempre estar bem fechadas. Pilhas e
baterias são descartadas separadamente, em locais especiais para esse tipo
de lixo, pois se descartadas de qualquer maneira e em qualquer lugar podem
poluir o meio ambiente.
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Outro tipo de lixo que também pode causar problemas à saúde pública
e ao ambiente é o lixo hospitalar, pois geralmente estão infectados com vírus e
bactérias. Este recebe tratamento específico, diferente do tratamento de todos
os outros tipos de lixo, sendo incinerados em locais específicos para esta
finalidade.
Por fim, pode-se dizer que a coleta seletiva contribui diretamente para
a redução da poluição causada pelo descarte inadequado de lixo no ambiente,
gera economia de recursos naturais, como a água e proporciona a obtenção de
lucros por conta da comercialização dos produtos reciclados.
Empreendedorismo em Negócios Sustentáveis
Sustentabilidade: o que é isso?
Já existe um razoável consenso de que o desenvolvimento sustentável é
essencial à sobrevivência dos negócios e do próprio planeta (ROCHA, 2005).
Mas, afinal, o que é sustentabilidade? Aí, justamente, começam as
divergências.
Oficialmente, a acepção mais aceita é dada pela Comissão Mundial para
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, formada pelas Nações Unidas nos anos
80 e da qual faz parte também o brasileiro Paulo Nogueira Neto. Mais
conhecida como Comissão Brundtland (numa referência à sua coordenadora, a
ex-primeira ministra Gro Harlem Brundtland), ela define desenvolvimento
sustentável como “aquele que atende às necessidades das presentes gerações
sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas
próprias necessidades”.
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Em outras palavras, a sustentabilidade envolve um esforço para manter
constante a riqueza global – sendo que o conceito de riqueza inclui tanto os
ativos financeiros quanto os recursos naturais e a qualidade de vida da
população.
Numa outra definição bastante recorrente, a sustentabilidade está apoiada
sobre um tripé formado pelos fatores sociais, ambientais e econômicos. O
respeito pelo meio ambiente, a eficiência econômica e a equidade social são os
três critérios que tem de ser tratados simultaneamente em qualquer projeto de
desenvolvimento.
Em termos práticos, pode-se descrever como sustentável uma empresa
ou negócio com perspectivas concretas de prosseguir sua atividade por muito
tempo, cujos riscos sejam minimizados e cuja relação com a sociedade seja
amistosa. Para tanto, é possível identificar uma série de indicadores:
Mantém uma perspectiva de rentabilidade econômica no médio-longo
prazo.
Opera dentro da lei, sem passivos que possam gerar prejuízos
inesperados.
Minimiza sua dependência de recursos esgotáveis ou sujeitos a
escassez.
Desenvolve produtos ou serviços que contribuem para o que é percebido
pela sociedade como um benefício social ou ambiental.
Estabelece uma relação de respeito e minimiza o conflito com seus
funcionários, fornecedores, clientes, acionistas e outros stakeholders –
ou seja, os diversos atores que tem interesses diretos ou indiretos no
empreendimento.
Cultiva a eficiência no uso dos recursos renováveis e não-renováveis –
com investimentos em tecnologia avançada e soluções de longo prazo –
assim como se preocupa com os impactos de seus bens e serviços ao
longo de todo o seu ciclo de vida.
Reduz os resíduos e recicla os materiais que descarta.
Tem transparência na gestão independentemente de possuir capital
aberto, promovendo assim a confiança de acionistas, investidores,
fornecedores, clientes etc.
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Comercialização institucional de mudas nativas
da Mata Atlântica do Projeto Refazenda.
Evita o uso de formas de propaganda maliciosa que induzam o público a
confundir a verdadeira atuação da empresa com ações beneficentes que
não influenciam sua atuação.
Relaciona-se com demandas de ordem global (o aquecimento do
planeta ou o surgimento de consumidores engajados em outros
continentes) e local (a comunidade que sua atuação afeta),
simultaneamente.
Planejamento
O plano de negócio
O plano de negócio é uma ferramenta gerencial de análise da viabilidade
de um negócio. O bom plano de negócio levanta alternativas e obstáculos ao
empreendimento, aumentando consideravelmente as chances de seu sucesso.
Trata-se de um instrumento de autoconhecimento do empreendedor e um
cartão de visita a ser apresentado para potenciais investidores ou parceiros
comerciais, o que permite ao seu negócio ganhar credibilidade.
26
Plano de custo de produção
Nas últimas décadas, as relações entre produção e consumo têm se
alterado substancialmente. O avanço tecnológico em várias áreas
(comunicações, informática etc.) tem propiciado às empresas enorme agilidade
para responder cada vez mais rápido as exigências do mercado. O consumidor
está mais informado, dispõe de inúmeras alternativas para comparar preços,
verificar qualidade, observar as variações existentes para um produto e decidir
sobre o que deve comprar. Diante dessa mudança radical no ambiente de
negócios, as empresas que quiserem sobreviver no mercado deverão filtrar
quais as informações sobre custos são necessárias para poder tomar decisões
rápidas e corretas.
Hoje em dia, a decisão de produzir algo, simplesmente porque se deseja
e sabe como fazer, tem grande probabilidade de não dar certo – basta observar
as estatísticas oficiais sobre a proporção de empresas que fecham logo no
primeiro ano de funcionamento.
Em função disso, a elaboração minuciosa de um custo de produção
poderá num primeiro momento evitar perdas futuras e, posteriormente, ser
peça fundamental para a boa gestão dos negócios da empresa.
De forma simples, são ilustradas três situações hipotéticas para se ter
idéia clara da importância do custo de produção:
Situação 1:
Uma pessoa deseja montar um viveiro. Antes de fazê-lo ela resolve
levantar os custos de produção e descobre que o total de seus custos variáveis
estimados (ou despesas diretas), representado pelos dispêndios em dinheiro,
em mão-de-obra, sementes, fertilizantes, defensivos, combustível, reparos e
outros é superior ao preço da muda existente no mercado. Conclusão: a
produção de mudas não é sustentável economicamente nem no curto prazo,
não sendo recomendável a sua entrada no mercado.
27
Situação 2:
Realiza-se uma análise preliminar de custos e constata-se que é viável
montar o viveiro, até mesmo considerando o longo prazo, ou seja, incluindo os
custos fixos. A empresa é montada e no decorrer do tempo, por exemplo, nota-
se que o preço das mudas diminuiu e, consequentemente, a receita total do
viveiro. Nesse momento é importante acompanhar o que está acontecendo
com o custo de produção, pois a empresa pode estar fadada a fechar as portas
se não quiser operar com prejuízo.
Situação 3:
Imagine um viveiro com vários tipos de mudas sendo produzidas. Como
na situação anterior, o preço das mudas diminui. No entanto, esta empresa tem
um sistema de informação sobre custos muito eficiente e percebendo a
situação de perigo iminente, o viveirista resolve analisar melhor os seus custos
e descobre o seguinte: muitos de seus custos eram rateados
indiscriminadamente permitindo que alguns tipos de mudas fossem fortemente
subsidiadas por outros tipos, conduzindo a ineficiência na determinação do
preço de mercado para suas mudas. Nesse momento, o viveirista resolve fazer
um rateio diferenciado, o que conduz a preços muito diferentes entre as mudas.
Isto altera sua posição no mercado, parando de produzir aquelas mudas que
lhe davam prejuízo e intensificando as que lhe davam maior retorno. Nesse
caso, a análise dos custos de produção, ou melhor, a gestão estratégica de
custos pode lhe garantir as condições para continuar atuando no mercado com
lucro. Portanto, a elaboração de custos de produção é importante tanto antes
de se iniciar um negócio como no decorrer deste.
28
29
Escolha das embalagens
Desde o início da produção de mudas florestais em larga escala, vários
tipo de embalagens foram adotados. “Torrão paulista” é considerado a
embalagem mais antiga usada na produção de mudas para reflorestamento no
Brasil. Esse tipo de recipiente feito com solo argiloso prensado dificultava as
operações, tanto no processo de produção das mudas quanto na implantação
no campo. Após o torrão paulista surgiram embalagens como taquara ou
bambu, laminados e papel jornal entre outros. A partir de 1996, a Lei 5.106, de
02 de Setembro, de Incentivos Fiscais para reflorestamentos, possibilitou a
expansão da área florestal. Houve grande aumento na demanda por mudas e
foi necessário desenvolver recipientes mais práticos. Surgiram então, as
embalagens do tipo “saco plástico”, que representam um avanço para época.
São do inicio dos anos 1980 as embalagens do tipo tubetes (tubos de
polietileno, em geral de cor preta) atualmente disponível em grande variedade
de tamanhos e formatos.
Hoje, sacos plásticos e tubetes são as embalagens adotadas nos
viveiros de espécies nativas. Os sacos plásticos mais utilizados são os de 450
ml e 1000 ml e os tubetes são os de 50 ml (somente para espécies pioneiras),
120 ml (para as espécies pioneiras e não pioneiras) e de 280 ml (para espécies
pioneiras, não pioneiras e climáticas).
Na escolha da embalagem (tipo e tamanho) é importante considerar o
custo de aquisição, a altura da muda a ser comercializada, o tamanho da
semente, a área do viveiro e o manejo a ser adotado.
Nos casos em que o investimento inicial é limitante, deve-se optar por
embalagens de menor custo (saco plástico). Porém o correto é contabilizar os
custos resultantes das embalagens, ou seja, analisar os rendimentos das
operações com as diferentes embalagens à necessidade de mão de obra, a
ergonomia (conforto físico) dos trabalhadores, o espaço adicional para produzir
30
Indígenas utilizam
embalagens plásticas na
primeira fase do Refazenda.
a mesma quantidade de mudas e tubetes, o maior uso da terra e do substrato e
a impossibilidade de reuso da embalagem.
O tamanho final da muda também condiciona o tamanho da embalagem.
Quando se trata de muda para a recuperação florestal, a altura adequada gira
em torno de 30 cm. Se forem necessárias mudas de maior porte, a embalagem
deve apresentar dimensões maiores.
Para garantir a qualidade da muda deve haver equilíbrio entre a altura
da parte aérea e o comprimento do sistema radicular (raiz), de modo a evitar
futuros tombamentos da parte aérea ou enovelamento das raízes.
Quando as mudas se destinarem ao plantio em solos mais secos, é
importante utilizar embalagem que permita o maior desenvolvimento do
sistema radicular. Da mesma forma quando se destinarem à recuperação de
áreas onde predominam ventos fortes, também é importante produzi-las com
uma raiz mais profunda para maior estabilidade.
A embalagem deverá ser tanto maior e mais resistente quanto maior a
permanência da muda no viveiro. Isso depende de fatores como características
31
genéticas da espécie, que determinam menor velocidade de crescimento da
espécie de manejo adotado (principalmente da adubação), tamanho desejado
da muda e outros como o atraso na retirada de mudas. Convém ressaltar que o
bom planejamento e a definição prévia do destino das mudas contribuem para
evitar que permaneçam no viveiro além do tempo necessário. Caso contrario,
as mudas poderão apresentar desenvolvimento muito lento quando plantadas,
acarretando problemas e aumento nos custos do projeto de recuperação
florestal.
Escolha do substrato
A principal função do substrato é sustentar a muda e fornecer-lhe água e
nutriente para seu adequado desenvolvimento. A escolha do substrato esta
diretamente relacionada à embalagem e ambos determinam o manejo de
irrigação e adubação a ser adotado no viveiro.
Como o substrato pode ser preparado a partir de diferentes combinações
de diferentes substâncias, é essencial o conhecimento de suas características
físicas e químicas para determinar o regime de irrigação de adubação.
O mais comum é misturar terra de subsolo com matéria orgânica (esterco,
casca de arroz, composto) e minerais (vermiculita, fertilizantes). Mas é
importante salientar que cada situação requer uma avaliação e não a simples
adoção de receitas.
Cabe ao técnico conhecer os fatores que estão envolvidos e saber
manejá-los nas condições especificas de cada viveiro, até porque o mesmo
substrato pode apresentar resultados diferentes em mudas da mesma espécie
produzidas em embalagens diferentes.
32
Calcário e NPK 4-14-8 são
misturados à terra utilizada na
produção florestal.
Característica do substrato ideal:
Favorece a sustentação da planta, o bom desenvolvimento radicular e
garante resistência mecânica ao torrão formado (rigidez e agregação).
Tem porosidade adequada (macro e microporos).
Apresenta uniformidade entre e dentro dos lotes.
Favorece a retenção de água e a aeração.
É sadio livre de sementes de plantas indesejáveis, patógenos e
substancias tóxica.
Permite estocagem, mantendo as características físico-químicas do
material.
É ou está disponível ao longo do ano.
É leve e visualmente agradável.
Não tem mau odor nem causa rejeição ao tato.
É economicamente viável.
Dependendo da região onde se encontra o viveiro, há predominância de
materiais como: bagacilho de cana, torta de filtro, cama de frango, entre outros.
A utilização de esterco de curral requer cuidado especial porque pode conter
semente de ervas daninhas e patógenos.
33
A desinfecção com brometo de metila, cuja utilização é tecnicamente
desestimulada, elimina patógenos e organismos benéficos, deixando o
substrato estéril e mais vulnerável à infestação desenfreada por organismos
indesejados. Deve ser adotada a desinfestacão por calor, que pode ser feita
com água fervente (10 litros por m2 de canteiro), por vapor d’água, com ou sem
pressão, e por solarização, que é mais utilizada em regiões quentes e de maior
insolação (GRIGOLETTI et al, 2001). Os componentes orgânicos do substrato
também podem ser utilizados pelo processo de compostagem.
Compostagem
Cada material apresenta características que os tornam diferentes quanto
à fertilidade, retenção de água e fertilizantes. Por esse motivo é necessário
misturar componentes diferentes para resultar um substrato adequado.
Recomenda-se que os componentes do substrato tenham densidade e
tamanho de partículas parecidas para não haver segregação.
O substrato usado em tubetes deve ter porosidade acima de 70%. Como
esse tipo de embalagem possui tamanho reduzido, é preciso garantir espaço
para o desenvolvimento da raiz. Atualmente, a maioria dos substratos
comerciais é feita de cascas de árvores decompostas (50% a 70%) e
vermiculita expandida (50% a 30%). Essa combinação lhes confere ótima
porosidade, pois a vermiculita melhora a drenagem e aumenta a
macroporosidade do substrato.
Como a vermiculita é relativamente cara e muitas vezes difícil obtenção
para pequenos viveiristas, pode substituí-las por material com características
físicas semelhantes, por exemplo, casca de arroz.
34
Já os sacos plásticos têm maior volume e permitem o uso de substrato
com menor porosidade como o solo. O uso de solo é muito comum para esse
tipo de embalagem. Contudo, o emprego contínuo do solo como forma única de
substrato causa degradação ambiental.
Deve-se conhecer o local da extração para minimizar a contaminação
por organismos indesejáveis (nematóides, ervas daninhas, doenças
bacterianas, fungos e outros) que podem contaminar o viveiro e as áreas de
plantio.
O solo adequado para uso na produção não deve ser demasiadamente
argiloso, o que o tornaria muito compactado na embalagem, nem muito
arenoso, o que dificultaria a formação do torrão.
O solo não deve ainda ser da superfície, devido ao elevado número de
sementes e plantas indesejáveis que contém. Mas para tornar o conjunto mais
leve e com maior porosidade, pode-se também usar uma mistura de solo e
matéria orgânica.
Areia grossa, o substrato mais recomendado e usado para alfobre
(sementeira), facilita o arranquio da planta sem danos ao sistema radicular,
apresenta ótima drenagem e é quimicamente inerte. Porém, podem ser usados
outros materiais como solo arenoso, substratos comerciais ou formulados no
próprio viveiro.
Composto Orgânico
O que é composto orgânico? O composto orgânico é um produto
homogêneo, obtido por meio de processo biológico, pelo qual resíduos
formados por matéria orgânica são convertidos em outro material, mais estável,
em razão da atuação de microrganismos já presentes no próprio resíduo ou
introduzidos por meio de agentes inoculadores. Após o processamento, essa
matéria orgânica transforma-se em composto orgânico, um tipo de adubo muito
apreciado.
Embora a maior parte da compostagem seja feita com restos de animais
ou vegetais, o lixo constitui outra possibilidade. Nesse caso, o processo de
compostagem trabalhará, pois com a chamada fração molhada do lixo, ou seja,
35
Ativista do Pick-upau
verifica qualidade de
material orgânico.
com os seus componentes orgânicos. Estes incluem restos de comida, talos,
cascas, pó de café, folhas, poda de jardim etc., materiais provenientes das
residências.
A compostagem constitui uma forma bastante eficiente de devolver
matéria orgânica para o mundo natural. Há séculos ou mesmo milênios, a
adubação orgânica é praticada em todo o mundo, baseando-se na restituição
de restos das culturas de esterco animal ou humano ao solo.
Nos grandes centros urbanos, esse trabalho é executado por usinas de
compostagem que, no entanto reciclam muito pouco e, alem disso, não
produzem composto de boa qualidade.
Isso decorre da própria irracionalidade com a qual o sistema atualmente
existe e opera.
Vejamos como o sistema trabalha:
- Lixo doméstico: de cada residência resulta uma profusa mistura de lixo
de vários recintos: cozinha, banheiro, escritório e quintal, materiais muito
diversificados quanto à sua natureza e composição.
36
- Essa mistura de resíduos é ensacada pelos cidadãos e posteriormente,
depositada em determinados pontos da calçada.
- Em seguida um caminhão, que nas médias e grandes cidades possui
um compactador, amassa e mistura todos os ingredientes de milhares
de sacos de lixo, transportando a massa de resíduos para uma usina de
compostagem.
- Na usina, esses ingredientes são novamente separados.
- Como a mistura de resíduos diferentes foi intensa, muito material se
perde e, numa grande usina, em média, de cada cem toneladas de lixo
que entram, saem 50 toneladas de rejeito.
- Alem disso, substâncias perigosas provenientes de pilhas, tubos de
lâmpadas fluorescentes, frascos de remédios, latas de veneno, sprays
de todos os tipos, recipientes com resíduos de produtos de limpeza etc.
(previamente esmagados pelos compactadores) podem estar no
composto orgânico, comprometendo sua qualidade.
A solução óbvia para o problema é uma só: coletar separadamente os
materiais, reaproveitando uma fração muito maior de rejeitos e minimizando o
trabalho nas usinas, inclusive as que operam com o sistema atual.
Resumidamente, se houvesse coleta seletiva de matéria orgânica, o
aproveitamento do material seria muito maior.
Fazendo o composto orgânico
A matéria orgânica há muitos milênios foi descoberta como fator
primordial para manter a fertilidade do solo. Vários povos indígenas da
América, quando plantavam milho, colocavam um peixe no fundo da cova,
como oferenda aos deuses.
Desse modo, faziam uma adubação orgânica com matéria-prima de fácil
decomposição.
Materiais de uma residência que podem se transformar em adubo
Para iniciar um processo de compostagem, precisamos de alguns
“ingredientes básicos”, tais como: casca de ovos, de frutas e vegetais, pó de
café, restos de comida e resíduos provenientes de jardinagem.
37
Devemos excluir os óleos, carnes e os resíduos de queijo, pois podem
atrair animais (ratos, baratas, vermes etc.).
Pensando no material a ser compostado a partir de algumas categorias
comuns a muitas residências, pode-se ressalvar:
- Lixo doméstico: quase todo lixo orgânico de cozinha, com exceção
dos óleos e da gordura animal, é um excelente material de
compostagem.
- Cinzas: cinzas de madeira, provenientes de lareira ou de fogão a
lenha, são um ingrediente de grande valor para compostagem, pois são
uma importante fonte de potássio.
- Aparas de grama: a reutilização de aparas de grama pode ser feita
simplesmente deixando-as no gramado ou adicionando à pilha do
composto.
- Podas de arbustos: embora normalmente volumosos, esses tecidos
podem ser picados ou retalhados, para obter-se um volume de
fragmentos de granulação e clivagens diferenciados. Agregue-o ao
composto em formação. Ressalve-se que a presença de material
volumoso de origem orgânica contribui para aeração do composto,
atuando como ingrediente necessário para uma evolução mais veloz e
eficiente da compostagem.
- Folhas: são um pouco lentas na decomposição. Picadas, porém se
decompõem numa velocidade quatro vezes mais rápida.
- Ervas daninha: uma vez expostas a altas temperaturas comumente
atingidas nas pilhas de composto, a maioria das sementes de ervas
daninhas não consegue sobreviver e, assim aproveita-se de matéria
orgânica desse material.
Técnicas de compostagem
Existem diversos métodos de compostagem que podem ser usados para
a preparação do composto orgânico, diferenciados basicamente pela utilização
38
ou não do ar, ou seja, temos os processos aeróbios (nos quais oxigênio está
disponível) e os anaeróbios (nos quais o oxigênio esta ausente).
Produzindo o composto
Normalmente é aberta uma vala no solo, proporcional ao espaço
disponível, por exemplo: 3 m de comprimento X 1,5 m de largura X 1 m de
profundidade. Tal vala pode ter suas laterais revestidas com tijolos ou não.
O importante é que o fundo fique em contato direto com o solo, para
atrair minhocas e microrganismos como fungos e bactérias, fundamentais ao
desenvolvimento do composto.
Após a definição da vala, inicia-se seu preenchimento com o material a
ser compostado: restos vegetais (carga principal) e restos animais. Não
havendo restos animais (esterco de galinha, vaca etc.), pode-se adquirir um
saquinho de composto para vaso de plantas, terra escura de jardim ou sobras
de frango, peixes e suas vísceras, batidas em liquidificador com um pouco de
água.
Esse material é importante, pois constitui o inoculo, isto é, o material que
contém os microrganismos que darão início à fermentação de matéria orgânica.
Na falta de inoculo, podemos separar uma parte do material do qual a
compostagem está em fase avançada de fermentação numa caixa e ir
acrescentando aos poucos, na medida em que vai preenchendo a caixa
principal.
O monte de composto deve ser revirado a cada trinta dias. Caso o
material seja seco, acrescente água.
Controle de compostagem
Durante a compostagem, ocorre redução do volume de até um terço e a
cor passa a acinzentada e sem brilho para escura e brilhante, quando úmida. O
controle do processo é uma peça fundamental para obter-se um bom composto
orgânico.
39
Para avaliar o material, pode-se fazer alguns testes, dentre eles o teste
da vara de madeira e o teste da mão.
O teste da vara de madeira:
O teste é realizado com a introdução de uma vara de madeira no
material compostado profundamente. Ao retirarmos a vara poderemos
constatar as opções abaixo descritas:
A vara apresenta-se fria e molhada: não esta ocorrendo fermentação,
talvez por excesso de água.
Apresenta-se levemente morna e seca: a pilha precisa de mais água.
Apresenta-se quente, úmida e parda: condições adequadas.
Quando o composto apresentar-se livre de barro preto, com cheiro de
mofo, estará pronto para se usado.
O teste da mão:
Adote os seguintes procedimentos:
Toma-se pequena amostra bem umedecida.
Molda-se com as pontas dos dedos.
Esfrega-se contra as palmas das mãos.
O composto curado apresenta-se com aspecto de graxa preta.
Aplicando o composto orgânico:
O composto poderá ser usado em vasos e hortas, nas seguintes
proporções:
Vasos ornamentais: 50% de terra mais 50% de composto orgânico.
Hortas: vinte litros de composto por metro quadrado, incorporados à
terra.
40
Colheita ou aquisição de semente
A semente talvez seja hoje o insumo que impõe maior restrição à
formação de mudas de espécies florestais nativas. Ainda são poucos os
fornecedores idôneos e, pequena a variedade de espécies disponíveis, se
comparada à diversidade das florestas paulistas. Além disso, as sementes de
muitas espécies apresentam baixa longevidade, mesmo quando armazenadas
em ambientes adequados, o que contribui para a limitada disponibilidade de
sementes no mercado.
A qualidade da semente é determinada por fatores genéticos,
fisiológicos e físicos. Para a recuperação florestal com espécies nativas, uma
semente de qualidade é aquela que apresenta grande variabilidade genética.
Sob o aspecto fisiológico, uma semente de qualidade tem máxima maturidade
fisiológica. Quanto ao aspecto físico, sementes de qualidade são aquelas com
alto grau de pureza.
Quando se trata da produção de mudas de espécies florestais nativas
deve-se considerar que a variabilidade entre indivíduos da mesma espécie é
muito grande, bem maior se comparada às espécies comerciais que já foram
selecionadas buscando ressaltar determinadas características desejáveis.
Como a finalidade usual do plantio de essências nativas não é a produção de
madeira, as características relacionadas ao ritmo de crescimento, porte, forma,
do tronco, forma da copa, ramificação, vigor, densidade da madeira etc, não
são critérios de seleção. Em contrapartida, árvores que produzem mais flores,
frutos e sementes do que outras da mesma espécie devem ser selecionadas
para a produção de sementes destinadas à recuperação florestal.
A coleta de uma determinada espécie nunca deverá ser feita
exclusivamente numa árvore matriz, de um único local. A coleta das sementes
deve respeitar a distância entre as árvores da mesma espécie pelo menos (300
m), a fim de se reduzirem os riscos de endogamia entre as matrizes e garantir
maior variabilidade genética da espécie (KAGEYAMA, 1981).
41
Sementes de Capixingui pouco
antes da semeadura no
viveiro do Refazenda.
O número de matrizes depende do grupo ecológico ao qual a espécie
pertence. De pioneiras que normalmente ocorre em clareiras, recomenda-se
colher semente em 3-4 clareiras (populações) com a escolha ao acaso de 3-4
matrizes por clareira. De espécies secundárias sugere-se selecionar 1-2
populações e escolher de 10-20 árvores ao acaso em cada população.
As espécies arbóreas nativas frequentemente apresentam maior
variabilidade dentro de um fragmento do que entre eles, portanto é melhor
coletar mais indivíduos em um menor numero de fragmentos. A exceção é para
espécies que ocorrem naturalmente agrupadas, a exemplo do Guarantã.
Qualquer que seja o número de matrizes, em nenhuma hipótese a coleta
deve exceder 50% das sementes e frutos produzidos por uma árvore a fim de
garantir a reprodução daquele indivíduo e recursos para a fauna silvestre.
Vale salientar ainda que a coleta de uma espécie determinada deve ser
realizada na mesma bacia hidrográfica onde serão implantadas as mudas, para
evitar impedimentos morfológicos na produção de sementes pelas árvores de
futuras florestas, devido à deriva genética pelo isolamento das espécies.
42
As equipes responsáveis pela coleta de sementes devem estar
capacitadas em fenologia (estudo do ciclo vegetativo, das épocas em
florescimento e frutificação) e conhecer a forma como cada espécie é
polinizada e como dispersa suas sementes após a maturação dos frutos (por
gravidade, água, vento, insetos aves, morcegos ou outros animais).
A amplitude do fluxo gênico depende do polinizador e dispersor.
Enquanto pequenos insetos transportam pólen de 10 a 3000 metros, morcegos
transportam pólen de 300 a 18000 metros, inclusive de um fragmento para
outro.
Além disso, devem ser tomados todos os cuidados relacionados à
colheita. Tanto os que dizem respeito ao equipamento de proteção individual,
como os que se relacionam à proteção do ambiente, já que a maioria das
colheitas é feita em ambiente natural (fragmentos de florestas nativas).
Com exceção de pesquisa científica, também não se deve realizar
colheitas em Unidades de Conservação Integral (Estações Ecológicas
Silvestres) por restrição legal criada pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de
2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Devem ser realizados acompanhamentos periódicos das árvores
marcadas como fornecedoras de sementes para definir a data da colheita, a
qual coincidirá com o período em que a maior parte dos frutos estará madura.
A sazonalidade na obtenção das sementes advém da época de
frutificação de cada espécie, do fato de a produção de sementes de cada
árvore (matriz) ser diferente de ano para ano e da longevidade natural das
espécies florestais nativas que varia significativamente entre elas.
Os métodos de colheita de sementes variam segundo as características
de cada espécie, com equipes e equipamentos específicos para a operação.
Coleta no chão: é a apanha de frutos que caem naturalmente, próximos às
plantas que os originou. Recomenda-se para frutos e sementes grandes,
pesados, indeiscentes (que não se abrem quando maduros) e que não se
dispersam pelo vento. No uso dessa técnica é importante coletar os frutos logo
após terem caído.
43
Sementes coletadas na TI Tenonde Porã
são preparadas para
beneficiamento.
Para facilitar o trabalho, a queda dos frutos pode ser mais rápida
agitando-se o tronco ou os galhos sobre a lona, plástico ou outro material, o
que garante maior pureza às sementes coletadas.
Colheita em árvores tombadas: deve ser usada apenas no aproveitamento
dos frutos e sementes de arvores caídas ou cujo corte tenha sido autorizado
pelo órgão ambiental. Sob nenhuma hipótese é permitido o abate de árvores de
espécies nativas para colheita de sementes. Todo corte de árvores está sujeito
a normas federais, estaduais e municipais.
Colheita em árvores em pé: consiste em colher frutos ou sementes
diretamente da copa das árvores. Em árvores de pequeno porte podem ser
usados podador com cabo comprido, tesouras ou ganchos presos em hastes
(de metal, madeira ou bambu). Outra forma de colheita de sementes,
especialmente em árvores mais altas, é a escalada com técnicas de alpinismo,
blocante ao tronco (cintos amarrados ao corpo do coletor e ao tronco da
árvore), também conhecida por “bicicleta”, com escadas (de madeira ou
alumínio) ou esporas (não indicadas para palmeiras ou árvores com casca
fina). Esse método exige maior habilidade do coletor, equipamentos de
44
proteção individual, e cuidados para não danificar a árvore. Por segurança
recomenda se aos coletores:
o Uso de capacete, botas e luvas.
o Não transportar ferramentas durante a escalada da árvore.
o Revisar sempre os equipamentos antes do uso.
o Não escalar árvores em dia de chuva ou vento forte.
o Levar equipamentos de primeiro socorros.
o Ter cuidado com galhos quebradiços, e não escalar árvores com
rachaduras e apodrecimento.
o Nunca coletar sementes sem ter pelo menos um ajudante.
Em qualquer método de coleta das sementes adotado é necessário
identificar embalagens (mesmo provisórias), anotando a espécie, numero de
matrizes, data, nome do coletor e local de coleta. Na impossibilidade de coletar
sementes em quantidades e variedades suficientes, pode-se comprá-las ou
permutá-las com outros viveiros. Na aquisição das sementes devem ser
procurados fornecedores idôneos, que garantam a qualidade do produto. Para
tanto, testes de germinação podem ser balizadores do negócio. A rede de
sementes Rio-São Paulo divulga no site www.sementesriosaopaulo.sp.gov.br a
disponibilidade de sementes comercializadas pelos seus parceiros.
Beneficiamento, armazenagem e testes de germinação
Após a colheita as sementes são beneficiadas para limpeza e soltura
dos frutos e eliminação das impurezas. Os frutos secos deiscentes (que abrem
quando maduros) são secados à sombra ou sol, o que depende da espécie. Se
houver duvida, é preferível secagem à sombra.
Frutos carnosos são colocados em água cerca de 12 horas, para
amolecer a polpa. Depois de marcados em peneiras sob água corrente são
colocados em tanque d’água onde as sementes se separam por flutuação.
Geralmente as sementes boas afundam e as vazias flutuam com os restos de
polpa. As sementes separadas são então secadas ao sol e ao vento ou em
estufas com temperaturas entre 30ºC e 40ºC. O ideal é a realização imediata
do teste de germinação e semeadura, o que, no entanto, nem sempre é
possível. Nesses casos as sementes devem ser armazenadas em locais que
conservem sua viabilidade.
45
Bióloga do
Pick-upau na câmara fria do
Instituto Florestal de SP.
O objetivo do armazenamento é conservar a viabilidade das sementes
pelo maior período possível. São condições e técnicas destinadas a reduzir os
processos naturais de deterioração das sementes mediante o uso de
embalagens e controles que regulam as trocas de umidade e temperatura. As
embalagens podem ser impermeáveis (alumínio ou vidro), semipermeáveis
(sacos plásticos de 100 a 250 micra que restringem a passagem de água, mas
permitem a troca de vapor) ou permeáveis (sacos de papel ou pano). Quando
forem usadas embalagens impermeáveis, que impedem a troca de umidade
com o ar, as sementes devem estar bem secas (umidade menor que 8%) antes
do seu acondicionamento. Já as embalagens permeáveis não são
recomendadas para acondicionar as sementes armazenadas por longo
período.
Os ambientes mais usados para a conservação das sementes são as
câmaras frias e as câmaras secas. Tanto a redução da temperatura quanto da
umidade tem finalidade de reduzir a taxa de respiração das sementes para
retardar a deterioração. Em geral, as câmaras são mantidas nas seguintes
condições:
46
Câmara fria: temperatura de 5ºC + ou – 2ºC e umidade relativa de 85%.
Câmara seca: temperatura de 21ºC e umidade relativa de 40% a 50%.
Câmara fria e seca: de 5ºC a 10ºC e umidade relativa de 40% a 50%.
O controle da umidade da semente é essencial: acima de 45% a 60%
inicia-se o processo de germinação, até 12% e 14% ocorre do desenvolvimento
de fungos, abaixo de 5% a 7% a atividade dos insetos é limitada.
Em função de tolerância à desidratação, as sementes são classificadas
em três grupos: ortodoxas (tolerantes a desidratação), recalcitrantes (não
toleram desidratação) e intermediarias. As tolerantes, cujas sementes são
normalmente pequenas, podem ser desidratadas a valores muito baixos de
umidade (entre 5% e 7%), sem perder a viabilidade.
Em algumas espécies a longevidade das sementes é aumentada com a
redução de umidade e o armazenamento em baixas temperaturas. Uma
alternativa simples é colocá-las em geladeira domestica, dentro de embalagem
impermeável. Nessas condições podem ficar armazenadas por anos sem
significativa perda de viabilidade.
As sementes recalcitrantes morrem quando seu grau de umidade é
reduzido abaixo do nível critico (15% a 50%). Sementes desse grupo,
normalmente grandes, não suportam armazenamentos em temperaturas
negativas e podem perder viabilidade já entre 10% e 15ºC. Assim sendo, a
longevidade de sementes recalcitrantes, mesmo em condições favoráveis é
curta.
Espécies de comportamentos intermediários toleram desidratação até
cerca de 12% de umidade. Compromete a viabilidade das sementes o
armazenamento em condições de menor umidade ou em temperaturas abaixo
de 15ºC. Em situação contrária podem ser armazenadas por longos períodos.
O próprio viveirista pode fazer alguns testes básicos para verificar a qualidade
dos seus lotes de sementes com relação à pureza, germinação, número de
sementes por quilograma e sanidade (principalmente no que diz respeito a
insetos).
Quando um viveirista se deparar com uma situação de falha na
germinação, deve pesquisar as seguintes possibilidades:
47
Falha na semeadura: para não deixar nenhuma embalagem sem
semear, é preciso maior atenção com sementes muito pequenas e a cor
do substrato.
Perda de viabilidade: sementes de baixa longevidade precisam ser
semeadas logo após a coleta. Muitas vezes a falha se dá pelo uso de
sementes não viáveis. Se as sementes forem armazenadas, recomenda-
se um teste de germinação antes de usá-las. De forma geral sementes
com muito amido e óleos perdem rapidamente a viabilidade. Por
exemplo, araucária (pinheiro-do-paraná), seringueira, castanha-do-pará,
palmeiras.
Falta de água ou distribuição irregular: é preciso verificar se a
irrigação é regular e bem distribuída em todas as embalagens. A fase de
germinação é muito delicada, quanto à necessidade de água. E, apesar
de não requerer grandes quantidades de água, a freqüência da irrigação
deve ser mantida com rigor. Durante esse período mantém-se a
umidade do substrato, para que a semente não sofra estresse hídrico. A
partir do momento que se inicia o processo de germinação qualquer
seca pode causar a morte do embrião.
Excesso d’água: pode provocar o apodrecimento da semente.
Manuseio da semente: o beneficiamento e o armazenamento devem
estar de acordo com as necessidades fisiológicas da semente, quanto à
umidade e temperatura, para não haver perda do poder germinativo.
Doenças causadas por fungos: o meio adequado de germinação
(umidade e temperatura altas) também é apropriado para o
desenvolvimento de fungo, devendo-se tomar cuidado para evitar a sua
proliferação. Não irrigar em excesso, ter boa ventilação e insolação são
algumas das medidas preventivas para evitar doenças fúngicas.
Dormência: antes de semear é necessário verificar se há necessidade
de tratamento (escarificação, imersão em água fria ou quente etc.) para
a quebra da dormência.
48
Bióloga do
Pick-upau faz quebra de
dormência de sementes.
Dormência de sementes
A dormência é um estágio que impede a germinação. Pode ser um
impedimento fisiológico (embrião imaturo), físico (tegumento mais duro ou
impermeável à água ou oxigênio). A superação ou quebra da dormência é uma
estratégia reprodutiva associada a plantas que regeneram naturalmente a partir
do banco de sementes do solo, ou aquelas que só germinam sob condições
propícias.
Para cada tipo de dormência existe uma
forma de tratamento. A dormência mais frequente é
atribuída à impermeabilidade do tegumento, como
aparece, por exemplo, nas sementes de Jatobá, Olho-de-cabra, Guapuruvu.
Essas são sementes muito duras, que impedem a penetração de água.
49
Para quebrar a dormência, pode se fazer a escarificação da semente
(lixar, ou quando em grande quantidade, misturar as sementes com areia numa
betoneira) ou deixá-las de molho em água quente (70ºC a 100ºC), durante uma
e até 24 horas ou mesmo em soluções ácidas, o que é menos recomendável,
devido à dificuldade de se obter ácido e também pelo perigo que o trabalho
representa.
Na presença de inibidores, como grevílea, as sementes devem
permanecer em água corrente. Em embriões imaturos (por exemplo, erva mate,
capororoca) procede-se a estratificação, que consiste em colocar uma camada
fina de sementes entre duas camadas (aproximadamente 0,10m cada) de areia
ou vermiculita úmida.
Preparo da embalagem
O uso de sacos plásticos não requer preparo anterior porque são
descartados no plantio das mudas. Os tubetes podem ser reutilizados após a
desinfecção. Para tanto, inicialmente devem ser levados para a retirada dos
restos de substrato, mergulhados após em solução cloro cal a 1% (10
kg/1000L) e secados ao ar livre por cerca de 1 hora. As embalagens
desinfetadas podem ser usadas no mesmo dia, e se necessário, a solução de
desinfecção poderá ser usada por dois dias.
O enchimento dos sacos plásticos com substrato é feito manualmente.
Depois são transportados na posição vertical para o canteiro onde receberão
as sementes ou plantas. O enchimento dos tubetes é feito manual ou
mecanicamente nas seguintes etapas:
50
Embalagens plásticas no
beneficiamento do Refazenda.
Distribuição dos tubetes em todas as células da bandeja de forma a
preenchê-la totalmente.
Distribuição do substrato sobre a bandeja preenchendo totalmente os
tubetes.
Movimentação das bandejas para assentamento do substrato. O
preenchimento manual se faz por leves batidas das bandejas no
suporte. A movimentação mecânica é feita com o uso de mesas
vibratórias onde são colocadas as bandejas quando recebem o
substrato.
51
Indígena do
Projeto Refazenda faz semeadura no
viveiro.
Semeadura, repicagem e desbaste
Em nenhuma espécie o percentual de germinação é total; portanto para
o planejamento é importante conhecê-lo (é também chamado de valor cultural),
assim como o tempo de surgimento das plantas. Essas informações vão definir
primeiramente a forma de produção, por semeadura direta ou repicagem, e o
número de sementes por embalagens, caso a opção seja a de semeadura
direta.
O processo de semeadura pelo método indireto caracteriza-se pela
semeadura em um canteiro (alfobre) em caixas sob a proteção de tela de
sombreamento, com repicagem posterior (transplante) das plantas para
embalagem individual. Esse método é aplicado nas seguintes condições:
52
Guaranis
aprendem novas técnicas de
repicagem no Refazenda.
Quando a semente apresenta baixa germinação. Ex.: Fruta-de-tucano
(Vochysia tucanorun).
Quando a germinação é muito lenta e/ou irregular. Ex: Louro-pardo
(Cordia trichotoma).
Quando as sementes são de custo elevado ou de difícil obtenção. Ex.:
Pau-brasil (Caesalpinia echinata).
Quando as sementes são muito pequenas e tornam o manuseio difícil.
Ex.: Embaúba (Cecropia pachystachya).
Mesmo que a espécie apresente uma dessas características, é
necessário que tolere o transplante que causa trauma na raiz. Nem todas as
espécies toleram esse tipo de estresse.
A repicagem deve ser feita na sombra ou em dia nublados, quando as
mudinhas tiverem 2 a 3 pares de folha. A operação pode ser repetida diversas
vezes, para que as plantas selecionadas tenham porte homogêneo e todas
sejam transplantadas no mesmo dia em que são retiradas do alfobre.
53
No transplante das plantas utiliza-se um “chuchu” (agulha de tricô, por
exemplo) para abrir um orifício dentro da embalagem e conduzir a raiz da
planta, evitando seu enovelamento. Se as raízes estiverem muito compridas
(maiores que as embalagens definitivas) é necessário podá-las antes do
transplante. O enraizamento da planta varia de 07 a 10 dias.
Outro processo de formação de mudas é a semeadura direta na
embalagem definitiva. A quantidade de sementes a ser colocada em cada
recipiente depende do percentual de germinação da espécie. Cabe ressaltar
que, na prática, trabalha-se com um percentual de erro. Supondo uma espécie
com 50% de germinação, teoricamente bastaria colocar duas sementes por
embalagem.
O objetivo é reduzir o numero de embalagens sem plantas, o que
acarreta custos com insumos e mão-de-obra nas operações de enchimento de
embalagens, semeadura, irrigações.
Quando mais de uma semente germina na mesma embalagem, deve-se
fazer o desbaste ou raleio que consiste em deixar uma muda por recipiente (a
mais desenvolvida é a que está ao centro).
Qualquer que seja o método de semeadura adotado, a profundidade não
deve ultrapassar quatro vezes o menor diâmetro da semente.
Adubação e irrigação
A adubação garante o fornecimento dos nutrientes necessários para o
desenvolvimento das plantas. Essa prática varia de acordo com o fertilizante
utilizado, a forma de aplicação, a época do ano em que se realiza a adubação,
54
Preparação de terra para produção
florestal no Projeto
Refazenda.
a espécie e o seu estágio de desenvolvimento, o tamanho da embalagem e o
ambiente em que as mudas se encontram (estufa ou pleno sol).
As embalagens tipo saco plástico, comportam um volume maior de
substrato, de armazenamento de água e de nutrientes. A adubação dessas
mudas pode ser menos frequente e mais concentrada. Nos tubetes a
quantidade de substrato é menor, as adubações mais frequentes e em baixas
concentrações.
Dependendo do tipo de irrigação, a freqüência da adubação pode ser
diária, utilizando-se a técnica da fertiirrigação, que consiste em misturar o
adubo na água para irrigar as mudas (fracionada em todas as irrigações ou em
uma só), sem causar aumento de custo. Se a adubação for manual, convém
aumentar o intervalo entre as aplicações de 07 a 10 dias, para reduzir as
despesas com mão-de-obra.
A permeabilidade da cobertura do viveiro também influencia a adubação,
devido à possibilidade de controle de precipitação. Locais protegidos, como
estufas, permitem o controle da umidade do substrato e da lixiviação dos
fertilizantes pelas chuvas.
55
Da mesma forma, na produção a céu aberto é preciso considerar a
época do ano. No Estado de São Paulo, a precipitação é baixa no inverno. No
verão, entretanto, as precipitações intensas podem lavar o substrato reduzindo
significativamente a eficiência da adubação.
Por essas razões, a adubação fracionada aumenta a eficiência do
fertilizante e minimiza a perda de nutrientes por lixiviação.
Outro fator a ser considerado com relação à época do ano é o ritmo de
crescimento das mudas. No inverno devido à menor insolação, o metabolismo
das plantas é diminuído, a taxa de crescimento é pequena e menor
necessidade de água e nutrientes. Nessa época, com a evapotranspiração
baixa e a irrigação menos freqüente e intensa, pode-se aumentar a
concentração dos nutrientes na adubação. No verão, ao contrário, com a
insolação maior, a taxa de crescimento e a demanda por água e nutrientes são
grandes.
Sendo assim, a concentração de nutrientes na solução pode ser menor,
visto que a freqüência e o volume de irrigação são elevados.
A adubação também deve ser diferenciada em função da fase de
desenvolvimento da muda. A fase de germinação é um período no qual não há
necessidade de adubação, pois a planta retira da semente a energia que
precisa para germinar e iniciar seu crescimento.
A fase de crescimento da muda em viveiro é o período em que há maior
demanda por nutrientes sendo o nitrogênio (N) o elemento principal. Na fase de
rustificação a muda já cresceu o que sua embalagem comporta e a adubação a
ser efetuada deve assegurar a manutenção de suas atividades e
amadurecimento. Nesta fase elimina-se ou reduz drasticamente a adubação
nitrogenada e aumenta-se a adubação com potássio (K).
Além de tudo, cada espécie tem demanda diferenciada por água e
nutrientes, que depende do ritmo de crescimento, de sua eficiência no
consumo dos compostos etc. Porém, os estudos das espécies florestais nativas
são insuficientes para a definição do manejo de cada espécie. O que pode ser
feito é agrupá-las pelo ritmo de crescimento, adotando-se um manejo único
para cada grupo, o que corresponde a setorizar o viveiro.
56
Ativista do
Pick-upau faz limpeza em mudas de
palmeira juçara.
As adubações devem ser feitas preferencialmente no final de tarde de
dias secos. Após o termino, uma irrigação leve de 1-2 mm de água (exceto
para o sistema de fertiirrigação) retira o excesso de sais na folha, evitando
queimaduras.
Controle fitossanitário, rustificação e expedição
Algumas operações ajudam o desenvolvimento sadio e regular das
mudas. Na fase de crescimento é necessário espaçá-las (alternagem) para
facilitar a ventilação, a insolação e até melhorar a captação de água de
irrigação.
57
Poda de
copa
A poda da copa evita tombamento das mudas muito grandes, a poda de
raízes reduz os riscos de perda das mudas por atraso de plantio e, para que
isto não aconteça, sugere-se reduzir a irrigação e suprimir a adubação. O
agrupamento das mudas de acordo com o seu crescimento natural também é
recomendado para evitar a competição entre elas, o crescimento excessivo, o
tombamento e a criação de microclima favorável ao desenvolvimento de
doenças. Essas operações são as seguintes:
Poda da copa: Usa-se para corrigir diferenças na copa, reduzir o
tamanho da muda ou eliminar brotos laterais que se formam
eventualmente na proximidade do colo da muda. A redução do tamanho
da copa pode ser necessária se houver atraso na operação de plantio,
ou desequilíbrio entre a copa e a raiz, por excesso de nitrogênio, por
exemplo.
Poda das raízes: na repicagem utiliza-se a poda de raízes muito
grandes para evitar que se enovelem ou ultrapassem o tamanho da
embalagem. Na produção de mudas em sacos plásticos não se deve
permitir que as raízes das mudas ultrapassem o recipiente e penetrem
no solo. Nesse caso, a poda das raízes que excedem a embalagem é
indispensável.
58
Poda de
raiz
Muda
antes da monda
Monda: é a remoção de competidores (ervas daninhas e musgos) que
se estabelecem no recipiente de desenvolvimento de mudas.
59
Muda após a monda
Moveção ou dança
Moveção ou dança: mudança de muda de um local a outro, dentro do
próprio canteiro (das bordas para o centro e vice-versa) ou entre
canteiros. O objetivo é agrupar mudas do mesmo tamanho para facilitar
a expedição e evitar desequilíbrios decorrentes de competição,
sobretudo por luz. A moveção também é feita para evitar a fixação no
solo de raízes que transpuserem o recipiente. Em viveiros bem
conduzidos e com bom planejamento entre produção e expedição, esse
procedimento não é necessário.
60
Raleio ou
alternagem
Raleio (sacos plásticos) e alternagem (tubetes): consiste em reduzir o
número de mudas por área de canteiro, à medida que a muda cresce,
oferecendo menor competição de copa. O raleio ou altenagem podem
ser efetuados em diferentes graus, o que depende do estágio de
desenvolvimento das mudas.
Seleção: mesmo que todas as medidas necessárias para obter uma
muda de boa qualidade tenham sido adotadas, é imprescindível fazer a
seleção daquelas que apresentam danos, sintomas de deficiência ou
incidência de pragas e doenças, além das plantas raquíticas, a fim de
evitar falhas no plantio.
61
Seleção de
mudas afetadas
Seleção de
mudas afetadas
62
Biodiversidade e manejo de pragas
O melhor controle de pragas e doenças ainda é o preventivo. Devem ser
adotadas práticas para a redução do inóculo inicial, como escolha do local,
desinfestação da área, do substrato, de embalagens e ferramentas, e de
insolação, ventilação e irrigação adequadas.
Todas as mudas que apresentam problemas de crescimento, mesmo
não definidos, devem ser isoladas das demais para evitar transmissão de
pragas e doenças. O viveirista permanecerá atento aos sintomas exteriorizados
pelas mudas. Muitas vezes, problema de transplantes, falta ou excesso de
água, queima de folhas por insolação ou agrotóxicos, excesso ou falta de
adubação e danos mecânicos podem ser confundidos com doenças causadas
por agentes bióticos.
As pragas mais comuns são lagarta-rosca, formiga cortadeira, grilos,
besouros, paquinhas, cochonilhas e pulgões. Contudo, com o manejo
adequado do viveiro, normalmente não se verificam danos significativos. Mas
se o nível de infestação for elevado, torna-se necessário o combate por
catação manual, aplicação de inseticidas ou isca formicida.
As doenças mais frequentes são tombamento (ou dumping-off), podridão
de raízes, ferrugem e amarelecimento das folhas (clorose). O tombamento é a
doença mais comum em viveiros. Acontece na fase de emergência ou nas
primeiras semanas e é motivada por fungos que atacam o colo das plantas.
Ocorre em qualquer época do ano e em poucos dias pode causar a morte de
todas as mudas do canteiro.
A infestação e a proliferação são favorecidas pela grande densidade de
mudas nos canteiros, pela utilização de esterco não curtido, pelo excesso de
umidade e pela compactação do substrato. O tombamento também pode
disseminar-se de um canteiro para outro, por ferramentas e pela repicagem de
plantas.
63
Combate e controle de pragas é
essencial na qualidade das
mudas.
Deficiência nutricional e excesso de determinado elemento químico
podem prejudicar a qualidade das mudas. Para a muda não sofrer tanto o
estresse de plantio, é necessário que ela seja submetida à rustificação. Essa
operação se realiza antes da expedição de mudas e consiste em submetê-las a
um processo de adaptação gradual das condições ambientais controladas
existentes no viveiro as condições de campo onde serão plantadas.
Durante a rustificação as mudas são colocadas em ambiente menos
controlado com relação à temperatura, incidência de raios solares, umidade e
fertilização. À medida que as mudas são expostas a situações de campo,
possibilita-se a produção de mudas mais aclimatadas e ao mesmo tempo
promove-se a seleção das mais vigorosas, antes da expedição do viveiro, o
que reduz os riscos de perda devido à incompatibilidade das mudas com o
ambiente definitivo.
Com esse objetivo deve-se aumentar o intervalo entre as irrigações,
para provocar estresse hídrico e expor as mudas a pleno sol. A adubação
nitrogenada pode ser suprimida. A adubação com potássio é fundamental para
as folhas e hastes se tornarem mais resistentes.
64
Só após a rustificação e a seleção final, as mudas estarão prontas para
a expedição. Para ao envio ao campo, em projetos de restauração, as mudas
devem ter altura de 0.2m a 0.4m, dependendo do tamanho da embalagem. A
expedição das mudas produzidas em tubetes geralmente é feita de uma das
seguintes maneiras:
Expedição com embalagem e devolução dos tubetes. Esse
procedimento protege a muda a ser expedida, mantendo sua
embalagem original até o momento do plantio. No entanto, tem
como desvantagem apresentar baixa taxa de devolução,
aumentando o custo de produção e possivelmente o inadequado
descarte das embalagens na propriedade rural, com danos ao
meio ambiente.
Expedição em rocamboles plásticos. Desenvolvida pela
Federação das Associações de Reposição Florestal do Estado de
São Paulo (FARESP), essa técnica possibilita a expedição da
muda sem a embalagem. Retiradas cuidadosamente dos tubetes,
as mudas são dispostas uma ao lado da outra sobre uma tira
plástica que é enrolada como um rocambole. Suas principais
vantagens são assegurar a manutenção dos tubetes no viveiro,
redução do volume a ser transportado e a organização das
mudas no viveiro, na sequência em que serão dispostas na linha
do plantio. Vale ressaltar a necessidade do plantio programado.
As mudas sem os tubetes devem ser plantadas de imediato.
Qualquer que seja a embalagem ou forma de expedição, o viveirista
deve combinar com o comprador o arranjo e a disposição das mudas para
facilitar o plantio.
A organização poderá ser feita com a identificação das espécies de
acordo com os grupos ecológicos aos quais pertençam, distribuindo-se em
mudas nas bandejas ou rocamboles de acordo com o desenho do futuro
plantio. Esse procedimento contribui para o sucesso da implantação florestal.
Recomenda-se também identificar no mínimo 1% das mudas de cada
espécie com etiquetas contendo as seguintes informações: nome vulgar e
científico, grupo sucessional, nome, endereço e telefone do viveiro. Como
65
último cuidado da expedição, é preciso atentar para que não haja remonta
(empilhamento) das mudas no transporte.
Indicadores de qualidade da muda
Dependendo da cultura de cada região, a qualidade das mudas é vista
sob diferentes aspectos. Alguns acreditam que se relacione diretamente ao
tamanho da parte aérea ou ao seu vigor. No entanto, as mudas mais bonitas e
vigorosas (muito verdes, folhas tenras, sem nenhum sintoma de deficiência
nutricional) não apresentam necessariamente qualidade sob ponto de vista da
recuperação florestal. São visões equivocadas já que outros fatores como
genético, estrutural, sanitário, fisiológico e presença de associações também
devem ser considerados.
Sob a perspectiva das características genéticas, a qualidade desejável
de uma muda florestal para a recuperação de aéreas degradadas reside na sua
alta variabilidade. Quanto mais acentuada essa característica, melhor será a
muda e a qualidade da floresta que se pretende implantar. Disso decorre
extrema necessidade de se obterem mudas a partir de sementes coletadas de
matrizes sadias e em concordância com os requisitos específicos dessa
atividade.
Quanto aos aspectos estruturais, as mudas devem apresentar pelo
menos 0.05m de diâmetro de colo, parte aérea bem formada com no mínimo
dois pares de folhas, sem bifurcações e tortuosidades que não sejam
características da espécie. O monjoleiro, por exemplo, é uma espécie que
apresenta tortuosidade natural.
66
A importância da pesquisa: bióloga do Pick-upau
analisa amostra de muda.
Não há um padrão geral para a altura da parte aérea, mas é importante
observar se existe equilíbrio entre seu tamanho e o comprimento da raiz. Muda
com a parte aérea muito grande em comparação com a raiz pode sofrer
tombamento no campo, sobretudo se houver predominância de vento na área
do plantio.
Apesar das variações existentes, recomenda-se que uma muda florestal
pronta para expedição tenha de 20 cm a 40 cm de altura.
Ainda com relação à estrutura, a haste deve ser firme, resistente e difícil
de quebrar. Quanto maior o diâmetro do colo, maior a rigidez da haste. A raiz
deve formar com o substrato um torrão firme e consistente, com raízes
pivotantes, grande quantidade de raízes secundárias e em desenvolvimento
(raízes brancas).
A presença de raízes brancas indica que o sistema radicular continua
em formação e proporcionará no campo melhores condições para absorção de
água e nutrientes.
67
Do ponto de vista sanitário, as mudas precisam estar livres de
patógenos (nematóides, vírus e doenças) na parte aérea e nas raízes.
Quanto ao fator fisiológico, as mudas devem estar adaptadas as
condições que serão submetidas no campo, o que demanda mudas rustificadas
com eficiência no uso de água para poder suportar o déficit hídrico, alto grau de
competitividade e capacidade de suportar insolação e altas temperaturas. Por
esse motivo, durante a produção é necessário executar a rustificação das
mudas (última fase no viveiro).
Outro fator importante é a presença de associações como micorrizas,
que ocorrem em quase todas as espécies de plantas superiores. É uma
associação mutualista entre fungos específicos do solo e as raízes das plantas,
formando uma perfeita interação do ponto de vista morfológico e fisiológico. A
presença de micorriza é indicada pela dicotomia das raízes (as pontas das
raízes duplicam-se formando um Y). Esta simbiose aumenta a área de
absorção das raízes, favorece a absorção de água e de nutrientes,
principalmente aqueles pouco móveis no solo como o fósforo (P).
Na absorção do nitrogênio (N), os benefícios das micorrizas envolvem
também maior assimilação desse nutriente por meio de estímulo indireto de
fixação biológica do nitrogênio (N) atmosférico pelas leguminosas formadoras
de nódulo.
Os efeitos não nutricionais incluem favorecimento na relação água-
planta, produção de substâncias reguladoras do crescimento, redução dos
danos causados por patógenos, maior tolerância a estresses ambientais e a
fatores fitotóxicos no solo já infectados por micorrizas para a produção de
mudas.
Para obter micorrizas para inoculação do substrato devem ser
procuradas instituições de pesquisa agrícola e florestal como EMBRAPA –
Microbiologia do Solo (Seropédica – RJ), e o Centro de Energia Nuclear na
Agricultura (CENA) /ESALQ/USP (Piracicaba – SP), entre outras.
Na mesma forma a existência de nodulações indica bactérias
nitrificantes significativas no desenvolvimento das mudas. Na raiz de algumas
espécies de leguminosas existe uma associação simbiótica com bactérias (por
68
exemplo, Rhizobium sp.) e a raiz. Essa associação é benéfica principalmente
por aumentar a absorção de nitrogênio (N) atmosférico pela planta.
Algumas espécies como Sibipiruna, Acácia-negra, Bracatinga, entre
outras, apresentam desenvolvimento reduzido por falta de bactérias. Nesses
casos recomenda-se a inoculação no substrato (comercial ou solo) com essas
bactérias.
69
70
Área degrada por incêndio
florestal no PE das Fontes do
Ipiranga.
Área degrada e degradação ambiental
A definição de área degradada e degradação ambiental variam muito de
acordo com o referencial. Basicamente degradação é qualquer alteração
causada pelo homem no ambiente que altere suas características físicas,
químicas e biológicas, comprometendo a qualidade de vida no local.
Como exemplo de degradação ambiental, podemos citar as áreas
urbanas. Tais áreas sofrem um grave problema ambiental devido a maior parte
dessas áreas serem desflorestadas, acumulando inúmeros problemas
ambientais. Um dos principais problemas nas áreas urbanas é o uso de
combustíveis fósseis nos veículos, que lançam no ar partículas poluentes e
formam ácidos que resultarão na chuva ácida e em problemas respiratórios
para o ser humano. Além de prejudicar os ecossistemas aquáticos, agricultura
e as florestas.
71
Outro grave problema dos centros urbanos pode ser utilizado como
exemplo de degradação ambiental, o lançamento inadequado de esgotos
domésticos e industriais. Essa é a principal forma de poluição das águas e
pode ser observado com clareza no Rio Tietê.
Porém a degradação ambiental não é observada apenas em centros
urbanos, na zona rural onde se utiliza fogo como forma de preparação do solo
e incêndios criminosos em áreas de florestais. Ao contrário do que se pensa,
as queimadas empobrecem o solo, pois destroem rapidamente os nutrientes
antes que possam ser absorvidos e além disso o solo fica exposto gerando um
aumento na lixiviação e na erosão, altera o microclima da região e em escala
global intensificam o efeito estufa.
Para amenizar todo esse problema é necessário que em áreas
desmatadas seja feito um plano de recuperação, com o intuito de se plantar
novamente árvores para se restabelecer o equilíbrio do ecossistema, além de
gerar uma melhor qualidade de vida a todos que estão ao seu entorno.
As árvores têm não só a função paisagística, mas também protegem as
lavouras contra ventos, diminuem a poluição sonora nos centros urbanos,
absorvem parte dos raios solares, fornecem sombra, servem de moradia à
alguns animais, fornecem alimento, ajudam na conservação do solo contra a
erosão, absorvem poluentes atmosféricos e produzem oxigênio, essencial a
nossa sobrevivência. Em vista de tudo que foi dito, é importantíssimo
mantermos as florestas nativas e quando possível reflorestar áreas
degradadas.
72
Projeto de
Recuperação de Área Degradada em UC de SP.
Recuperação, Reabilitação e Restauração Ambiental
A recuperação ambiental tem o objetivo de devolver ao ambiente as
qualidades próximas do que se tinha antes da alteração, equilibrando os
processos ambientais. Nesse caso costuma-se utilizar sistemas agroflorestais
regenerativos, que consiste em sistemas produtivos com estrutura semelhante
à vegetação original.
A reabilitação ambiental é utilizada quando a única solução for o
desenvolvimento de uma atividade alternativa adequada ao uso humano, aqui
não tem como reconstituir a vegetação original. Nesse caso utilizam-se
sistemas agroecológicos.
Já a restauração ambiental visa reproduzir as condições originais exatas
do local antes da degradação. Um exemplo do que é feito com sucesso para
73
Guaranis participam de
PRAD em Unidade de
Conservação de SP.
esse caso é o plantio misto de espécies nativas para a regeneração da
vegetação original.
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD
A crescente preocupação em se restabelecer o equilíbrio nos
ecossistemas e um aumento na demanda por projetos que visem a
reconstituição ambiental, tanto no ambiente urbano, quanto no rural, fez com
que se criasse o Plano de Recuperação de Áreas degradas- PRAD.
Tal Plano tem como principal objetivo devolver ao ambiente seu estado
natural de acordo com um plano pré-estabelecido que vise o seu equilíbrio. A
recuperação deve levar em conta os aspectos ambientais, estéticos e sociais e
qual será a destinação da área recuperada permitindo um novo equilíbrio
ecológico.
Porém nem sempre é possível a recuperação total de um ecossistema,
devido ao estado de degradação que ele foi submetido. Amplamente um PRAD
visa garantir segurança da saúde pública por meio da reabilitação das áreas
perturbadas pelas ações antrópicas, tornando-as com condições desejáveis e
necessárias à implantação de usos aceitáveis pós- degradação.
74
Na prática, o PRAD é muito mais voltado para aspectos do solo e da
vegetação, muito embora possam contemplar também, direta e indiretamente,
a reabilitação ambiental da água, do ar, da fauna e do ser humano.
Para as etapas de recuperação é necessário um pré- planejamento, onde
se definem os objetivos a curto e longo prazo, as obras de engenharia
necessárias, manejo dos solos, preparação do local para o plantio, seleção das
espécies que serão plantadas, plantio propriamente dito e por fim
monitoramento e manejo regular da área após a recuperação.
Como fazer um reflorestamento
Primeiramente escolhem-se as espécies adequadas (Fig. 01) para as
condições do local, levando em consideração o clima, tipo de solo, regime de
ventos e de chuvas. Além disso, é necessário observar as preferências da
espécie em relação ao sol e sombra, produção de frutas, ornamentação,
quebra-ventos, entre outras coisas, sob o risco de, no futuro, termos de cortar
uma árvore plantada em local inadequado ou não obter o efeito desejado dela.
A época ideal para o plantio, no Brasil, é a época das chuvas, pois nessa
época a planta sofre menos efeitos negativos do ambiente e terá mais chances
de crescer. É necessário que as espécies sejam originais do próprio local,
pois, além de reconstituir com mais fidelidade o ambiente original, as plantas
nativas têm muito mais chances de se adaptarem ao ambiente. Deve-se
também prestar atenção na relação da vegetação com a fauna, pois esta
atuará como dispersora de sementes auxiliando na regeneração do local. É
indicada a utilização de um grande número de espécies, com o intuito de gerar
alta diversidade florística, tornando o local semelhante à floresta nativa. Além
de que florestas com alta biodiversidade apresentam maior capacidade de
75
Fig. 1 A escolha das mudas certas.
Ativista faz seleção de espécies.
Fig. 2
O estudo do solo para a realização
de um PRAD.
recuperação, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior
proteção do solo e maior resistência às pragas e doenças.
Depois é necessário que se estude o perfil do solo determinando-se a
tensão de água até a profundidade de 1 metro. Determina-se a profundidade
em que o tempo de sedimentação fique em dois dias ou menos.
76
Fig. 3
Presença de formigas
cortadeiras em área de PRAD.
Normalmente em terras virgens (desmatada recentemente), o tempo de
sedimentação aumenta de 0 a 30 cm depois diminui de 30 cm a 60 cm. (Fig.
02)
Uma coisa muito importante que deve ser feita é certifica-se da
inexistência de formigas cortadeiras (Fig. 03), pois elas adoram as folhas
suculentas das mudas, comprometendo seriamente o resultado do plantio.
Após a análise das formigas é necessário que se escolha mudas sadias e de
boa procedência, eliminando com uma tesoura de poda bem afiada, galhos e
raízes secas evitando-se assim moléstias nas mudas.
O próximo passo é abrir a cova, que deverá ter diâmetro e profundidade
igual a 60 cm. Inicia-se com a remoção para um dos lados da cova, dos
primeiros 20 cm de solo (superfície), onde se encontra a terra mais fértil (Fig.
04). Os 40 cm seguintes, cuja fertilidade é menor, deve ser posto separado
(Fig. 05).
77
Fig. 4 Abertura manual
de berço.
Fig. 4
Abertura mecanizada de
berço.
78
Fig. 5
Separação da terra proveniente da abertura do
berço.
Fig. 6
Retirando a embalagem e preservando o
torrão.
Após a abertura das covas, nos tamanhos estipulados, preparam-se as
mudas retirando-as do recipiente a acondiciona, para que a raiz possa se
desenvolver (Fig. 06). O torrão de terra que envolve a muda deve permanecer
intacto (preferencialmente). O recipiente onde a muda estava acondiciona,
deve ser jogado no lixo, ou quando possível reaproveitado.
79
Fig. 7
Medindo o berço para adequação
da muda.
É necessário checar se a profundidade está de acordo com a altura do
torrão. No fundo da cova coloca-se o adubo que pode ser esterco e cinza de
lenha ou farinha de osso misturado com terra fértil retirada dos primeiros 20 cm
(Fig. 07).
80
Fig. 8
A colocação da muda no berço.
Fig. 9
Concluindo o plantio com a
terra proveniente do berço.
Após esse procedimento, coloca-se a muda, de forma centralizada ao
diâmetro da cova. A muda deve ficar reta e o torrão e parte das raízes devem
ser colocados sobre o material adubado (Fig. 08).
81
Fig. 10
Colocando tutores nas
mudas plantadas.
A terra que foi retirada do fundo da cova será utilizada para fixar a muda e
é ideal que se pressione um pouco o chão para que a muda fique firme (Fig.
09). Deve-se tomar cuidado para colocar a parte onde ocorre contato entre raiz
e caule no nível do solo da cova, pois se ela ficar fora a planta pode morrer.
Para facilitar a retenção de água o terreno da cova pode ficar a uns dois
centímetros do nível do solo.
Por fim é necessário proteger as mudas. Contra ventos, por exemplo, são
utilizados tutores, que consiste numa estaca reta onde o tronco da muda deve
ser amarrado, tomando cuidado para não estrangular a muda (Fig. 10). Outro
cuidado necessário é a colocação de uma camada de folhas secas ou palha
seca ao redor da muda para favorecer a retenção de umidade.
As mudas devem ser distribuídas após um criterioso estudo dos locais
disponíveis, seguindo a “Metodologia de Revegetação de Matas Ciliares e de
Proteção Ambiental”, descrita em publicação do Governo do Estado de São
Paulo / Secretaria do Estado do Meio Ambiente / Fundação Florestal (Macedo,
1993), modificada. E então se escolhe a melhor forma para cada região e
visando qual o objetivo final do projeto. Neste modelo, espécies pioneiras e
não-pioneiras são alternadas em uma mesma linha (Fig. 11).
82
Figura 11. Extraída de Macedo, A. C. REVEGETAÇÃO: Matas ciliares e de proteção
ambiental. São Paulo: Fundação Florestal, 1993
Fig. 12 Extraída de Macedo, A. C. REVEGETAÇÃO: Matas ciliares e de proteção
ambiental. São Paulo: Fundação Florestal, 1993
83
Nesse modelo, as linhas de plantio alternam primárias e não primárias. A
distribuição do sombreamento tende a ser mais regular, melhorando o
desenvolvimento das não-pioneiras (Fig. 12).
Nesse modelo é necessária a separação das pioneiras em dois
subgrupos, as de copa mais densa e as de copa mais rala. É preciso
diferenciar as secundárias mais e menos exigentes de luz. O plantio é
pensado para que seja criado um microclima propício para todos os tipos de
plantas. Se bem implementado, tende a ser melhor que os demais, porém,
requer um planejamento e conhecimento das espécies bem mais elaborado
(Fig. 13).
Fig. 13 - Extraída de Macedo, A. C. REVEGETAÇÃO: Matas ciliares e de proteção
ambiental. São Paulo: Fundação Florestal, 1993
Para que as mudas se desenvolvam de maneira adequada é necessário
atividades de manutenção com supervisão periódica da irrigação, adubação de
cobertura e controle de formigas capina entre ruas e entre plantas, o
coroamento, e a eventual substituição de plantas mortas.
A revegetação é parte essencial do processo de recuperação de áreas
degradadas, e não se restringe apenas ao plantio de árvores, mas também ao
planejamento e seleção das espécies. A reabilitação de áreas degradadas
84
deve observar uma série de fatores ambientais, de maneira que sejam criadas
condições sejam as mais próximas possíveis das originais.
Ao dar início à atividade de revegetação em áreas degradadas é
importante considerar que o plantio é apenas uma das etapas necessárias ao
processo de restauração. Somente com a observação periódica, manutenção e
proteção da área plantada, se garantirá a continuidade do processo.
85
86
ANEXOS
Legislação
Resolução SMA 21, de 21 de novembro de 2001.
Fixa orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas e dá
providências correlatas.
O Secretário de Estado do Meio Ambiente, em cumprimento ao disposto nos
artigos 23, VII, e 225, § 1º, I, da Constituição Federal, nos artigos 191 e 193 da
Constituição do Estado, nos artigos 2º e 4º da Lei federal nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, e nos 2º, 4º e 7º da Lei estadual nº9. 509, de 20 de março de
1997, e Considerando o “Projeto de Produção de Mudas de Plantas Nativas –
Espécies Arbóreas para Recomposição Vegetal, de interesse para economia
estadual”, aprovado pelo Decreto nº 46.113, de 21 de setembro de 2001;
Considerando a constatação feita pela Coordenadoria de Informações
Técnicas, Documentação e Pesquisa Ambiental – CINP, da Pasta, quanto à
baixa diversidade vegetal das áreas reflorestadas com espécies nativas, nas
quais tem sido utilizadas menos de 33 espécies arbóreas, o que se agrava,
ainda mais, quando se verifica que são plantadas praticamente as mesmas
espécies em todo o Estado, independentemente da região, sendo 2/3 (dois
terços) delas iniciais da sucessão, de ciclo de vida curto (15-20 anos), o que irá
levar os reflorestamentos ao declínio em certo espaço de tempo, como vem
sendo observado na prática;Considerando que a perda da diversidade
biológica significa a redução de recursos genéticos úteis e disponíveis ao
desenvolvimento sustentável, na forma de madeira, frutos, forragem, plantas
ornamentais e produtos de interesse alimentar, industrial e farmacológico;
Considerando que o Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais
– DEPRN, da Pasta, tem constatado que os plantios realizados podem
apresentar resultados mais satisfatórios quando estabelecidos critérios técnicos
para a escolha e combinação das espécies, Resolve:
87
Artigo 1º - Com a finalidade de ser promovido o reflorestamento heterogêneo
de áreas degradadas, especialmente nas matas ciliares, o Departamento
Estadual de Proteção de Recursos Naturais – DEPRN, da Pasta, observado o
rigoroso cumprimento do disposto no Decreto nº46. 113, de 21 de setembro de
2001, verificará a possibilidade, consideradas as peculiaridades locais e
regionais e tanto quanto possível, do uso de espécies nativas, constantes do
Anexo a esta resolução:
I – nas seguintes proporções:
a) 30 espécies distintas para projetos de até um hectare;
b) 50 espécies distintas para projetos de até 20 hectares;
c) 60 espécies distintas para projetos de até 50 hectares;
d) 80 espécies distintas para projetos acima de 50 hectares;
II – sendo priorizada a utilização de espécies ameaçadas de extinção,
respeitando-se as regiões ou formações de ocorrência, na seguinte proporção:
a) 5% (cinco por cento) das mudas, com pelo menos 5 espécies distintas, para
projetos de até 1 hectare;
b) 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 10 espécies distintas, para
projetos de até 20 hectares;
c) 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 12 espécies distintas, para
projetos de até 50 hectares;
d) 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 15 espécies distintas, para
projetos de até 50 hectares.
§ 1º - No caso de áreas degradadas localizadas em restingas, manguezais e
florestas paludosas (mata de brejo):
I – as espécies selecionadas para o plantio serão escolhidas entre espécies
arbóreas de áreas naturais da vizinhança, atentando para as variações
edáficas e topográficas locais;
II – proporção de 50% (cinqüenta por cento), sempre que possível, das
espécies naturais existentes na vizinhança.
88
§ 2º - As mudas a ser utilizadas deverão, preferencialmente, ser produzidas
com sementes procedentes da mesma região da área objeto da recuperação e
nativas do bioma ou formação florestal correspondente, bem como ter pelo
menos 20 cm (vinte centímetros) de altura e apresentar sistema radicular e
rustificação que possibilitem a sua sobrevivência pós-plantio.
§ 3º - Para a implantação das medidas de recuperação deverá ser utilizado o
processo sucessional como estratégia básica.
Artigo 2º - Na execução dos trabalhos de recuperação deverão ser
considerados o preparo do solo, as estratégias e técnicas de plantio e,
especialmente, a distribuição das mudas das diferentes espécies no campo,
além da possibilidade de auto-recuperação dessas áreas no que se refere à
possibilidade da presença ou chegada de propágulos (sementes ou indivíduos
remanescentes) oriundos do banco de sementes e da “chuva” de sementes,
dependendo do local da área objeto de recuperação e da vizinhança, devendo,
ainda, levar em conta a presença de remanescentes florestais próximos e
considerar o histórico e uso atual da área, no que se refere às práticas
culturais, com alteração da drenagem do solo, retirada ou revolvimento
periódico do solo, usa de herbicidas e outros.
§ 1º - As áreas reflorestadas deverão ser conservadas mediante o controle de
formigas, realização de, no mínimo, 3 (três) capinas e/ou coroamento anuais,
mantendo as entrelinhas vegetadas e baixas e, se possível, efetuar, pelo
menos, duas adubações anuais com formulação normalmente utilizadas na
região, ou de acordo com os resultados da análise do solo.
§ 2º - Nas restingas, manguezais e florestas paludosas (mata de brejo), deverá
ser promovida a restauração da hidrodinâmica do solo e, no caso de áreas com
retirada ou revolvimento anterior do solo, da sua estrutura.
Artigo 3º - A Secretaria do Meio Ambiente, mediante programas específicos,
estimulará o desenvolvimento de pesquisas para o aprimoramento do
conhecimento científico das medidas estabelecidas nesta resolução, visando
ampliar os conhecimentos sobre ecologia das espécies e formações e sobre
tecnologia de produção de sementes e mudas, bem como estabelecer modelos
alternativos para a recuperação de áreas degradadas, em conjunto com outras
89
Secretarias de Estado, Universidades, instituições científicas, Poderes Públicos
das demais esferas de governo e organizações não governamentais.
Artigo 4º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Publicado
novamente por ter saído com incorreções no D.O. de 22/11/2001.
Espécies Nativas
Listagem das espécies arbóreas, com a indicação do bioma/ecossistema de
ocorrência natural no Estado de São Paulo e a classe sucessional a que
pertencem.
Espécies nativas da mata atlântica do Estado de São Paulo;
LISTAGEM OFICIAL DE ESPÉCIES NATIVAS PRODUZIDAS EM VIVEIROS
FLORESTAIS, NOS DIVERSOS BIOMAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Listagem das espécies arbóreas, com a indicação do bioma / ecossistema de
ocorrência natural no Estado de São Paulo e a classe sucessional a que
pertencem. Biomas / ecossistemas:
R = Vegetação de Restinga,
MA = Floresta Ombrófila Densa,
MM = Floresta Estacional Semidecidual,
MC = Mata Ciliar,
MB = Mata de brejo,
C = Cerrado,
FOM = Floresta Ombrófila Mista.
90
Espécies nativas da Mata Atlântica
no Estado de São Paulo.
Em negrito indica a ampla ocorrência da espécie no bioma / ecossistema
correspondente. Classe sucessional:
P = espécie pioneira ou secundária inicial,
NP = Espécie secundária tardia ou clímax.
91
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
ANACARDIACEAE
Astronium graveolens guaritá MM / MC NP
Lithraea molleoides aroeira-brava MM / MC / C P
Myracrodruon urundeuva (Astronium urundeuva) aroeira-preta MM NP
Schinus terebinthifolius aroeira-mansa R / MA / MM / MC / MB / C P
Tapirira guianensis peito-de-pomba R / MA / MM / MC / MB / C P
Annonaceae
Annona cacans araticum MM / MC / MB P
Annona glabra araticum-do-brejo R / MA / MM P
Duguetia lanceolata pindaíva MA / MM / MC / MB NP
Rollinia mucosa biribá MA NP
Rollinia sylvatica cortiça-amarela MM / MC / MB NP
Xylopia brasiliensis pau-de-mastro R / MA / MM / MC NP
Apocynaceae
Aspidosperma cylindrocarpon peroba-poca MM / MC / MB NP
Aspidosperma parvifolium (Aspidosperma olivaceum) guatambu R / MA / MM NP
Aspidosperma polyneuron peroba-rosa MM / MC / MB NP
Aspidosperma ramiflorum guatambu MM / MC NP
Aspidosperma tomentosum (Aspidosperma
subincanum)
guatambu-vermelho MM NP
Peschiera fuchsiaefolia leiteiro MA / MC / C P
92
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Rauwolfia sellowii casca-d’anta MM P
Aquifoliaceae
Ilex paraguariensis erva-mate MA / MM / MC / C / FOM NP
Araliaceae
Dendropanax cuneatum maria-mole MA / MM / MC / MB / C NP
Didymopanax morototonii mandioqueiro MM / MC NP
Sciadodendron excelsum carobão MM NP
Araucauriaceae
Araucaria angustifólia pinheiro-do-paraná FOM NP
Arecaceae
Acrocomia aculeata (Acrocomia sclerocarpa) macaúba MM / MC NP
Euterpe edulis palmito-juçara R / MA / MM / MC / MB NP
Syagrus oleracea gueroba MM / MC NP
Syagrus romanzoffiana jerivá R / MA / MM / MC / MB / C P
Asteraceae
Gochnatia polymorpha cambará MM / MC / MB / C / FOM P
Vernonia polyanthes cambará-guaçu MM / MC P
Bignoniaceae
Cybistax antisyphilitica ipê-verde R / C P
Jacaranda macrantha caroba R / MA / MM P
Jacaranda micrantha caroba-miúda MM / MC P
93
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Jacaranda puberula (Jacaranda semisserrata) carobinha R / MA / FOM P
Tabebuia Alba ipê-amarelo-da-serra MA / MM NP
Tabebuia caraíba ipê-amarelo-do-serrado C NP
Tabebuia chrysotricha ipê-amarelo-cascudo MA / MM / MB NP
Tabebuia heptaphylla ipê-roxo-sete-folhas MA NP
Tabebuia impetiginosa ipê-roxo-de-bola MA / MM / C / FOM NP
Tabebuia ochracea ipê-amarelo-do-campo MM / C NP
Tabebuia roseo-alba ipê-branco MM NP
Tabebuia serratifolia ipê-amarelo MA / MM NP
Tabebuia umbellata ipê-amarelo-do-brejo R / MA / MM / MB NP
Tabebuia vellosoi ipê-amarelo-de-casca-lisa MA / MM NP
Zeyheria tuberculosa ipê-felpudo MM / MC P
Bombacaceae
Chorisia speciosa paineira MM / MC / MB P
Eriotheca candolleana embiruçu-do-litoral MA / MM / MC P
Eriotheca gracilipes paineira-do-campo C P
Eriotheca pentaphylla sapopemba R / MA P
Pseudobombax grandiflorum embiruçu-da-mata R / MA / MM / MC / MB P
Pseudobombax longiflorum embiruçu-do-serrado C P
Boraginaceae
Cordia ecalyculata café-de-bugre MA / MM / MC / C / FOM P
94
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Cordia sellowiana chá-de-bugre R / MA / MM / MC / C P
Cordia superba babosa-branca MA / MM / MC P
Cordia trichotoma louro-pardo MA / MM / MC NP
Patagonula americana guaiuvira MM / MC P
Burseraceae
Protium heptaphyllum almecega MA / MM / MC / MB / C NP
Protium spruceanum almecega MM NP
Caricaceae
Jacaratia spinosa Jjacaratia dodecaphylla) jacaratiá MM / MC P
Caryocaraceae
Caryocar brasiliense pequi C P
Cecropiaceae
Cecropia hololeuca embaúba-vermelha MM P
Cecropia pachystachya embaúba-branca R / MA / MM / MC / MB P
Celastraceae
Maytenus ilicifolia espinheira-santa MA / MM NP
Clusiaceae
Calophyllum brasiliense guanandi R / MA / MM / MC / C NP
Garcinia gardneriana (Rheedia gardneriana) bacupari R / MA / MM NP
Kielmeyera variabilis pau-santo C NP
Combretaceae
95
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Terminalia argêntea capitão-do-cerrado MM / MC / C NP
Terminalia brasiliensis cerne-amarelo MA / MM / MC / MB NP
Terminalia triflora capitãozinho MA / MM / MC / MB NP
Cunoniaceae
Lamanonia ternata guaperê R / MA / MM / C NP
Ebenaceae
Diospyros inconstans marmelinho MM NP
Erythroxylaceae
Erythroxylum tortuosum mercurinho C NP
Euphorbiaceae
Alchornea glandulosa (Alchornea iricurana) tanheiro R / MA / MM / MC / MB P
Croton floribundus capixingui MA / MM / MC / MB / C P
Croton urucurana sangra-d’água MA / MM / MC P
Hyeronima alchorneoides aracurana-da-serra R / MA / MM / MB P
Mabea brasiliensis canudo-de-pito R / MA P
Mabea fistulifera canudeiro MM / C P
Pera glabrata tamanqueira R / MA / MM / MC / MB / C P
Sapium glandulatum pau-de-leite R / MA / MM / MC / MB / FOM P
Savia dictyocarpa (Securinega guaraiuva) guaraiúva MA / MM / MC NP
Flacourtiaceae
Casearia gossypiosperma espeteiro MA / MM / MC NP
96
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Casearia sylvestris guaçatonga R / MA / MM / MC / MB / C P
Lauraceae
Cryptocarya aschersoniana canela-batalha MA / MM / MC / FOM NP
Nectandra megapotamica canelinha MA / MM / MC NP
Ocotea corymbosa canela-do-cerrado MA / MM / MC / MB / C NP
Ocotea odorifera (Ocotea pretiosa) canela-sassafrás R / MA / MM / MC NP
Ocotea puberula canela-guaicá R / MA / MM / MC / MB NP
Ocotea pulchella canela-preta R / MA / MM / MC / C / FOM NP
Persea pyrifolia abacateiro-do-mato R / MA / MM / MC / C / FOM NP
Lecythidaceae
Cariniana estrellensis jequitibá-branco R / MA / MM / MC / MB NP
Cariniana legalis jequitibá-vermelho MM / MC NP
Leg. – Caesalpinioideae
Apuleia leiocarpa grápia MM / MC NP
Bauhinia forficata unha-de-vaca MM / MC P
Bauhinia holophylla pata-de-vaca-do-cerrado C P
Cassia ferruginea cássia-fístula MA / MM / MC P
Copaifera langsdorffii òleo-de-copaíba MA / MM / MC / MB / C NP
Dimorphandra mollis faveiro-doce C P
Diptychandra aurantiaca balsaminho C NP
Hymenaea courbaril jatobá MM / MC NP
97
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Peltophorum dubium (Peltophorum vogelianum) canafístola MM / MC P
Pterogyne nitens amendoim-do-campo MM P
Schizolobium parahyba guapuruvu R / MA / MM / MC P
Sclerolobium denudatum passuaré R / MA NP
Senna macranthera fedegoso MA / MM P
Senna multijuga pau-cigarra R / MA / MM / MC P
Leg. – Mimosoideae
Abarema langsdorffii (Pithecellobium langsdorffii) raposeira-branca MA / MM NP
Acacia polyphylla espinho-de-maricá R / MA / MM / MC P
Albizia edwallii (Pithecellobium edwallii) MA / MC P
Albizia hasslerii farinha-seca MM / MC P
Albizia polycephala albizia MM / MC P
Anadenanthera colubrina angico-branco MA / MM / MC P
Anadenanthera falcata angico-do-cerrado MM / C P
Anadenanthera macrocarpa angico-vermelho MM / MC P
Enterolobium contortisiliquum orelha-de-negro MM / MC P
Inga edulis ingá-de-metro R / MA / MM P
Inga laurina (Inga fagifolia) ingá-mirim R / MA / MM / MC / MB NP
Inga marginata ingá-feijão R / MA / MM / MC / MB P
Inga sessilis ingá-ferradura R / MA / MM / C / FOM NP
Inga uruguensis ingá-quatro-quinas MM / MC P
98
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Mimosa bimucronata (Mimosa sepiaria) maricá R / MA / MM / MC P
Mimosa scabrella bracatinga MA / FOM P
Parapiptadenia rigida (Anadenanthera rigida) angico-da-mata MM / MC P
Piptadenia gonoacantha pau-jacaré R / MA / MM / MC / MB P
Pithecellobium incuriale chico-pires MM / MC P
Stryphnodendron adstringens barbatimão MM / C NP
Leg. – Papilionoideae
Andira anthelmia garacuí R / MA / MM / MC / C NP
Bowdichia virgilioides sucupira-preta C P
Centrolobium tomentosum araribá R / MA / MM / MC P
Cyclolobium vecchi louveira MM / MC NP
Dalbergia miscolobium caviúna-do-cerrado C NP
Dalbergia variabilis assapuva MC NP
Erythrina crista-galli corticeira-do-banhado MM / MC P
Erythrina falcata corticeira-da-serra MA / MM / MC / MB / FOM P
Erythrina speciosa mulungu-do-litoral R / MA P
Erythrina verna suinã MM P
Holocalyx balansae alecrim-de-campinas MM / MC NP
Lonchocarpus campestris embirinha MM P
99
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Lonchocarpus guilleminianus embira-de-sapo R / MA / MM / MC P
Lonchocarpus muehlbergianus embira-de-sapo MA / MM / MC P
Luetzelburgia auriculata guaiçara MM NP
Machaerium aculeatum pau-de-angú MM / MC / MB P
Machaerium acutifolium bico-de-pato MC / C NP
Machaerium nictitans jacarandá-bico-de-pato R / MA / MM / MC / MB P
Machaerium paraguariense cateretê MM / MC NP
Machaerium scleroxylon caviúna MA / MM / MC NP
Machaerium stipitatum sapuva MA / MM / MC P
Machaerium villosum ( Machaerium lanatum) jacarandá-paulista MM / MC / C P
Myrocarpus frondosus óleo-pardo MA / MM / MC NP
Myroxylon peruiferum (Myroxylon balsamum) cabreúva-vermelha MA / MM / MC / MB NP
Ormosia arbórea olho-de-cabra R / MA / MM / MC / C NP
Platycyamus regnelli pau-pereira MM / MC P
Platypodium elegans jacarandá-do-campo MM / MC / C NP
Poecilanthe parviflora coração-de-negro MM NP
Pterocarpus rohrii aldrago R / MA P
Pterodon pubescens (Pterodon emarginatus) faveiro MM / C NP
Vataira macrocarpa angelim-do-cerrado C NP
Zollernia glabra mocitaíba R NP
Lythraceae
100
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Lafoensia glyptocarpa mirindiba-rosa MA P
Lafoensia pacari dedaleiro MM / MC / MB / C P
Magnoliaceae
Talauma ovata pinha-do-brejo MA / MM / MC / MB NP
Malpighiaceae
Byrsonima verbascifolia murici C P
Melastomataceae
Miconia candolleana jacatirão MA / MM / MC P
Miconia ligustroides jacatirão-do-brejo MM / MC / MB / C P
Tibouchina mutabilis manacá-da-serra R / MA / MM P
Tibouchina pulchra manacá-da-serra R / MA P
Meliaceae
Cabralea canjerana canjerana R / MA / MM / MC / MB NP
Cedrela fissilis cedro-rosa MA / MM / MC / MB / FOM P
Cedrela odorata cedro-do-brejo MA / MM / MB P
Guarea guidonia marinheiro MA / MM / MC / MB P
Moraceae
Chlorophora tinctoria (Maclura tinctoria) taiúva MM / MC / MB P
Ficus guaranítica figueira-branca MM / MC / MB P
Ficus insípida figueira-do-brejo R / MA / MM / MB P
Myristicaceae
101
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Virola bicuiba (Virola oleifera) bicuíba R / MA / MM NP
Myrsinaceae
Rapanea ferruginea capororoca R / MA / MM / MC / FOM P
Rapanea guianensis capororoca R / MA / MM / MC / MB / C P
Rapanea umbellata capororoca R / MA / MM / MC / MB / C /
FOM
P
Myrtaceae
Blepharocalyx salicifolius murta R / MA / MM / MC / MB / C /
FOM
NP
Calyptranthes clusiaefolia araçarana MM / MC NP
Campomanesia guazumaefolia sete-capotes MM / MC / FOM NP
Campomanesia neriiflora guabiroba-branca R / MA / MM / MC NP
Campomanesia phaea cambuçi R / MA NP
Campomanesia xanthocarpa gabiroba R / MA / MM / MC NP
Eugenia brasiliensis grumixama R / MA / MM / FOM NP
Eugenia florida pitanga-preta MA / MM / MC / MB NP
Eugenia involucrata cereja-do-rio-granda MA / MM / MC NP
Eugenia leitonii araçá-piranga MA NP
Eugenia pyriformis uvaia MA / MM NP
Eugenia speciosa laranjinha-do-mato R / MA / MM / MC / MB NP
Eugenia uniflora pitanga MM / MC / FOM NP
102
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Myrcia tomentosa goiaba-brava MM / C / FOM NP
Myrcianthes pungens guabiju MM / C NP
Myrciaria tenella cambuí MM / MC NP
Plinia rivularis cambucá-peixoto MM / MM NP
Psidium cattleianum (Psidium littorale) araçá-da-praia R / MA / MM P
Nyctaginaceae
Guapira noxia guapira MM / C NP
Guapira opposita flor-de-pérola R / MA / MM / MC / MB / C /
FOM
NP
Phytolaccaceae
Gallesia integrifolia (Gallesia gorazema) pau-d’alho MM / MC P
Phytolacca dióica cebolão MM P
Seguieria langsdorffi agulheiro MM P
Rhamnaceae
Colubrina glandulosa (Colubrina rufa) saguaragi MA / MM / MC NP
Rhamnidium elaeocarpum saguaragi-amarelo MM / MC P
Rosaceae
Prunus myrtifolia (Prunus sellowii) pessegueiro-bravo R / MA / MM / MC / MB / C /
FOM
P
Rubiaceae
Amaioua guianensis marmelada R / MA / MM / MC / C NP
103
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Genipa americana genipapo MM / MC NP
Posoqueria acutifólia laranja-de-macaco MA / MM NP
Rutaceae
Balfourodendron riedellianum pau-marfim MM / MC NP
Dictyoloma vandellianum tingui-preto R / MM / FOM P
Esenbeckia grandiflora guaxupita R / MA / MM / MC / MB NP
Esenbeckia leiocarpa guarantã MM NP
Galipea jasminiflora grumixara MM / MC NP
Helietta apiculata canela-de-veado MM / MC P
Zanthoxylum rhoifolium mamica-de-cadela MA / MM / MC / C / FOM P
Zanthoxylum riedelianum mamica-de-porca MA / MM / MC / MB / C P
Sapindaceae
Allophylus edulis chal-chal MA / MM / MC P
Cupania racemosa caguantã MA / MM / C / FOM NP
Cupania vernalis arco-de-peneira MA / MM / MC / C NP
Diatenopteryx sorbifolia correeiro MM / MC P
Sapotaceae
Chrysophyllum gonocarpum caxeta-amarela MA / MM / MC NP
Chrysophyllum ramiflorum guacá MA NP
Pouteria caimito abíu R / MA NP
Pouteria ramiflora leiteiro-preto C NP
104
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Pouteria torta guapeva MA / MM / C NP
Solanaceae
Acnistus arborescens marianeira R / MA / MM P
Solanum granuloso-leprosum gravitinga MM / MC P
Sterculiaceae
Guazuma ulmifolia mutambo MM / MC P
Tiliaceae
Heliocarpus americanus jangada-brava MM / MC P
Luehea divaricata açoita-cavalo-miúdo MM / MC / MB / C P
Luehea grandiflora açoita-cavalo MM / MC / C P
Ulmaceae
Trema micrantha crindeúva R / MA / MM / MC P
Verbenaceae
Aegiphila sellowiana tamanqueiro R / MA / MM / MC / MB P
Aloysia virgata cambará-de-lixa MM P
Cytharexyllum myrianthum pau-viola R / MA / MM / MB / C P
Vitex montevidensis (Vitex megapotamica) tarumã MM / MC / MB / C NP
Vitex polygama tarumã MA / MM / MC NP
Vochysiaceae
Qualea dichotoma pau-terra-mirim MM / MC / C NP
Qualea grandiflora pau-terra C NP
105
FAMÍLIA / ESPÉCIE NOME POPULAR BIOMA / ECOSSISTEMA DE
OCORRÊNCIA
CLASSE
SUCESS.
Qualea jundiahy pau-terra MM / MC NP
Vochysia bifalcata pau-de-vinho R / MA / MM NP
106
GLOSSÁRIO
Adubo: produto fertilizante que fornece ao solo e às plantas elementos vitais à
sua sustentação, como nitrogênio, fósforo e potássio. Pode ser de matéria
orgânica (pó de osso, estrume) ou químico (de rochas eruptivas, sedimentares
ou salinas).
Adubo verde: vegetal incorporado ao solo com a finalidade de adicionar
matéria orgânica que vai se transformar, parcialmente, em húmus, bem como
em nutrientes para a planta. Os adubos verdes podem consistir de ervas,
gramíneas, leguminosas etc.
Aeróbio (anaeróbio): aeróbios são organismos para os quais o oxigênio livre
do ar é imprescindível à vida. Os anaeróbios, ao contrário, não requerem ar ou
oxigênio livre para manter a vida; os que vivem tanto na ausência quanto na
presença de oxigênio livre são os anaeróbios facultativos.
Água potável: é aquela cuja qualidade a torna adequada ao consumo
humano.
Alfobre: designação do local, geralmente canteiro no chão ou até mesmo
caixas, onde se realiza a semeadura para transplante das plântulas a
embalagens individuais.
Área de Proteção Ambiental (APA): categoria de unidade de conservação
cujo objetivo é conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de
processos naturais e do patrimônio natural, visando à melhoria da qualidade de
vida, através da manutenção das atividades sócio-econômicas da região. Esta
proposta deve envolver, necessariamente, um trabalho de gestão integrada
com participação do Poder Público e dos diversos setores da comunidade.
Pública ou privada é determinada por decreto federal, estadual ou municipal,
para que nela seja discriminado o uso do solo e evitada a degradação dos
ecossistemas sob interferência humana.
107
Bacia hidrográfica: conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus
afluentes. A noção de bacias hidrográfica inclui naturalmente a existência de
cabeceiras ou nascentes, divisores d'água, cursos d'água principais, afluentes,
subafluentes etc. Em todas as bacias hidrográficas deve existir uma
hierarquização na rede hídrica para que a água escoe normalmente dos pontos
mais altos para os mais baixos. O conceito de bacia hidrográfica deve incluir
também noção de dinamismo, por causa das modificações que ocorrem nas
linhas divisórias de água sob o efeito dos agentes erosivos, alargando ou
diminuindo a área da bacia.
Biodiversidade: a diversidade biológica de determinada região ou
ecossistema. Segundo estimativas cautelosas, existem no planeta entre 5 a 10
milhões de espécies de organismos, mas outras fontes indicam cerca de 30
milhões. Biodiversidade - representa o conjunto de espécies animais e vegetais
viventes.
Comunidade florística: termo empregado para designar um conjunto
populacional com unidade florística de aparência relativamente uniforme,
caracterizada como uma subdivisão de subformação, com área espacial
conhecida.
Controle biológico: Técnica que envolve o uso de inimigos naturais para
diminuir a população de um organismo considerado prejudicial às culturas
agrícolas.
Decídua: plantas, sobretudo árvores que perdem as folhas sazonalmente.
Decompositores: organismos que transformam a matéria orgânica morta em
matéria inorgânica simples, passível de ser reutilizada pelo mundo vivo.
Compreendem a maioria dos fungos e das bactérias. O mesmo que saprófitas.
Desbaste: operação de poda ou arranquio de plantas excedentes.
Dossel: parte formada pela copa das árvores que compõe o estrato superior
da floresta.
108
Eco desenvolvimento: visão moderna do desenvolvimento consorciado com o
manejo dos ecossistemas, procurando utilizar os conhecimentos já existentes
na região, no âmbito cultural, biológico, ambiental, social e político, evitando-se
assim a agressão ao meio ambiente.
Ecossistema: a comunidade total de organismos, junto com o ambiente físico
e químico no qual vivem se denomina ecossistema, que é a unidade funcional
da ecologia; Conjunto de fatores físicos, químicos e bióticos que compõem
determinado ambiente, que se estende por um espaço dado de dimensões
variáveis.
Epífitas: plantas que crescem agarradas a outras plantas, tais como as
orquídeas, musgos, liquens, bromélias etc.
Espécie: compõe-se de indivíduos semelhantes em todos ou na maioria de
seus caracteres estruturais e funcionais, que se reproduzem sexuada ou
assexuadamente e constituem uma linhagem filogenética distinta.(2) A menor
população natural considerada diferente de todas as outras para merecer um
nome científico, sendo assumido ou provado que permanecerá diferente de
outras, ainda que possam ocorrer eventuais intercruzamentos com espécies
próximas.(3) Categoria da classificação biológica subordinada imediatamente
ao gênero ou subgênero sendo, a menor população natural considerada
suficientemente diferente de outras partes para merecer um nome e da qual se
assume ou se prova que permanecerá diferente apesar de eventuais
intercruzamentos com espécies aparentadas.
Estufa: estrutura plástica, sem controle de ambiente, onde são produzidos
vegetais.
Fertilizante: material aplicado no solo para enriquecê-lo de substâncias
químicas essenciais à vida das plantas. Os principais fertilizantes são os
compostos de nitrogênio, fósforo e potássio, empregados para promover o
crescimento, e a cal para ajustar a acidez e a alcalinidade do solo.
Fungos: por muito tempo foram considerados plantas, mas não possuem
clorofila e são incapazes de sintetizar seus alimentos, conseqüentemente,
dependem de outros organismos para completar a sua nutrição e produzem
esporos. Por essas características, hoje eles tem uma classificação exclusiva,
109
estão no chamado Reino Fungi. Os fungos podem viver da matéria orgânica
morta, ocasionando ou auxiliando a sua decomposição ou parasitar outros
seres vivos, alimentando-se do protoplasma das células hospedeiras e também
formar associações com outras plantas, como algas ou com raízes vegetais
superiores.
Húmus: fração orgânica coloidal (de natureza gelatinosa), estável, existente no
solo, que resulta da decomposição de restos vegetais e animais.
Lençol freático: é um lençol d'água subterrâneo que se encontra em pressão
normal e que se formou em profundidade relativamente pequena.
Mata ciliar: conjunto da flora existente à beira de um rio, córrego ou espelho
d’água. Também conhecido como floresta ciliar.
Monda: retirada de plantas daninhas.
Repicagem: arranquio do alfobre e transplante para embalagens definitivas.
Rustificação: quando as mudas estão prestes a sair do viveiro para o plantio,
a adubação é suspensa, a freqüência das irrigações é diminuída e se elas
estiverem sombreadas, o sombreamento deverá ser reduzido ou removido para
adaptar as mudas ao ambiente natural.
Uso sustentável: uso de um organismo, ecossistema ou de outro recurso
renovável a uma taxa compatível com sua capacidade de renovação.
110
BIBLIOGRAFIA
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Preto: Holos, 2003.
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Negócios como ferramenta do desenvolvimento. São Paulo: Peirópolis;
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Portal Pick-upau – Central de Educação e Jornalismo Ambiental
Projeto Outono – Folhas do Conhecimento (Pick-upau)
Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
112
Secretaria Estadual de Meio ambiente de São Paulo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica
RBMA – Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
MMA – Ministério do Meio Ambiente
WWF – World Wildlife Foundation
Planalto – Governo do Brasil
113
PROJETO REFAZENDA Apostila de Capacitação Técnica e Operacional para Viveiros
de Mudas de Espécies Nativas da Mata Atlântica e PRADs
Ficha Técnica
Coordenação Geral do Projeto Refazenda: Andrea Nascimento
Coordenação Técnica: Dra. Heloisa Candia Hollnagel
Assessoria Técnica: Eng. Agrônomo Nelson Matheus Oliveira Junior
Biólogas: Gabriela Picolo e Karina Spaolonzi
Coordenação Indígena: Karai Tataendy
Direção-executiva da Agência Ambiental Pick-upau: J. Andrade
Texto: Redação da Agência Ambiental Pick-upau (MTB: 35.491)
Fotos: Arquivo da Agência Ambiental Pick-upau
Revisão: Redação da Agência Ambiental Pick-upau
Criação Gráfica e Editoração: Morphina Design
Realização Agência Ambiental Pick-upau Financiamento Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA Ministério do Meio Ambiente – MMA Apoio Terra Indígena Guarani Mbya Tenonde Porã Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo CIENTEC/USP
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Sobre o Projeto Refazenda
O Projeto Refazenda é uma iniciativa do Pick-upau, uma organização não-
governamental sem fins lucrativos de caráter ambientalista, 100% brasileira,
em parceria com o Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável e a aldeia guarani Tenonde Porã. O programa tem entre seus
principais objetivos a produção de mudas nativas da mata atlântica, como
forma de fomento da economia da comunidade indígena beneficiada e o
aumento da oferta de produtos florestais destinados a recuperação e ampliação
da cobertura vegetal de um dos biomas mais ameaçados do país, a mata
atlântica.
Saiba mais: www.refazenda.org.br
Sobre o Pick-upau
O Pick-upau é uma organização não-governamental sem fins lucrativos de
caráter ambientalista 100% brasileira dedicada à preservação e a manutenção
da biodiversidade do planeta. Fundada em 1999, por três ex-integrantes do
Greenpeace-Brasil e originalmente criada no Cerrado brasileiro, tem sua base,
próxima a uma das últimas e mais importantes reservas de mata atlântica da
cidade São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Por tratar-se de uma
organização sobre Meio Ambiente, sem uma bandeira única, o Pick-upau
possui e desenvolve projetos em diversas áreas ambientais.
Saiba mais: www.pick-upau.org.br
Sobre o FNMA
O Fundo Nacional do Meio Ambiente criado há 20 anos, é hoje o principal
fundo público de fomento ambiental do Brasil, constituindo-se como um
importante parceiro da sociedade brasileira na busca pela melhoria da
qualidade ambiental e de vida. O FNMA é uma unidade do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), criado pela lei nº 7.797 de 10 de julho de 1989, com a missão
de contribuir, como agente financiador, por meio da participação social, para a
implementação da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA. O FNMA é
115
hoje referência pelo processo transparente e democrático na seleção de
projetos. Seu conselho deliberativo, composto de 17 representantes de
governo e da sociedade civil, garante a transparência e o controle social na
execução de recursos públicos destinados a projetos socioambientais em todo
o território nacional. Ao longo de sua história, foram 1.400 projetos
socioambientais apoiados e recursos da ordem de R$ 230 milhões voltados às
iniciativas de conservação e de uso sustentável dos recursos naturais.
Saiba mais: www.mma.gov.br
Sobre a Terra Indígena Tenonde Porã
A aldeia Tenonde Porã está situada na região sul do município de São Paulo
(cerca de 60 km do centro), Distrito de Parelheiros, com grande parte da área
indígena às margens da represa Billings. A comunidade Guarani M’bya possui
apenas 26 hectares, demarcados e homologados em 1987, onde vivem
atualmente 170 famílias com cerca de 900 pessoas. Apesar do crescimento
acelerado e desordenado da região e do contato com a sociedade do entorno,
esta população vem se assegurando como um povo. Os conhecimentos
milenares são passados por gerações através da oralidade dos mais velhos,
seus rituais, artesanato e da valorização de sua cultura.
Saiba mais: www.refazenda.org / www.darwin.org.br
Sobre o CIENTEC
O Parque CIENTEC é uma instituição que oferece entretenimento educativo e
de qualidade para crianças, jovens a adultos. Por meio de seus diferentes
passeios, demonstrações e experiências, a ciência e a tecnologia ficam muito
mais próximas do visitante, que aprende enquanto se diverte e se diverte
enquanto aprende. Programas educacionais orientados e um ambiente
privilegiado e circundado por Mata Atlântica permitem ao Parque CIENTEC
oferecer aos seus visitantes uma alternativa moderna para o aprendizado da
ciência, da tecnologia e da cultura humanística em geral. O CIENTEC-USP é
um órgão vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de
São Paulo.
Saiba mais: www.parquecientec.usp.br
116
Sobre o FEMA
O FEMA - Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
foi criado pela Lei Municipal nº 13.155, de 29 de junho de 2001, que também
criou o CONFEMA - Conselho do Fundo Especial do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável. Foi regulamentado pelo Decreto nº 41.713, de
25 de fevereiro de 2002 e pela Resolução nº 02/CONFEMA, de 19 de
dezembro de 2002, e destina-se a dar suporte financeiro a planos, programas e
projetos que visem ao uso racional e sustentável de recursos naturais, ao
controle, à fiscalização, defesa e recuperação do meio ambiente e a ações de
educação ambiental. Fonte: PMSP/SVMA
Saiba mais: www.prefeitura.sp.gov.br
Sobre os Guaranis
Os Guaranis M’bya estão em várias regiões da América do Sul, existem aldeias
na Argentina, Paraguai e Bolívia. No Brasil se localizam principalmente na
região do litoral, do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo e outras regiões
como no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. São a maior etnia
indígena no Brasil somando aproximadamente 35 mil pessoas. Sendo um povo
bastante religioso tem na execução de tarefas cotidianas a busca da harmonia
com a natureza, da força espiritual de Nhanderu e do Sol, criado por ele.
Diariamente a comunidade se encontra na Opy, a Casa de Reza, para cantar,
rezar e dançar e os mais velhos ensinam as crianças o conhecimento
ancestral. Na aldeia, além do cacique, a principal liderança é o Xeramoi, o
nome do pajé Guarani. Os Guaranis sabem da importância de todos os seres e
que cada elemento da natureza tem um espírito e buscam parceiros para
impedir a destruição do planeta.
Sobre a APA Capivari-Monos
A Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos (APA) é um tipo de Unidade de
Conservação, onde existem terras públicas e privadas, cujos objetivos são:
proteger a biodiversidade, os recursos hídricos e os remanescentes da Mata
Atlântica; resguardar o patrimônio arqueológico e cultural; promover a melhoria
da qualidade de vida das populações; manter o caráter rural da região e evitar
o avanço da ocupação urbana na área protegida. Criada em junho de 2001, a
APA possui 25 mil hectares (1/6 da área de São Paulo) e está inserida na
117
Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e na Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica.
Sobre o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga
Também conhecido como Parque do Estado ou Parque da Água Funda, o PEFI
tem sua origem no século XIX, precisamente em 12 de setembro de 1893. A
partir da Lei de 17 de agosto de 1892 que autorizava o reforço do
abastecimento de água em São Paulo, resultou o Decreto Estadual nº 204 de
12 de setembro de 1893 que declarou de utilidade pública os terrenos da Bacia
do Ribeirão Ipiranga, pertencente à época a diversos proprietários. O parque
inicialmente englobava uma área de 6.969.000 m2, cerca de 22% maior do que
é hoje.
Saiba mais: www.condepefi.sp.gov.br
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Agência Ambiental Pick-upau Copyright ©2011 - Pick-upau
Caixa Postal: 42098 - CEP: 04082-970 - São Paulo - SP - Brasil Todos os direitos reservados.
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