Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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CA
Versão Preliminar
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO Afonso Florence
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL Jerônimo Rodrigues Santos
DELEGADO FEDERAL DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO Dieter Metzner
ARTICULADORA REGIONAL SDT/MDA Ervanda Timm
ARTICULADOR ESTADUAL SDT/MDA Vitor Hugo Garbin
ASSESSORA TÉCNICA TERRITORIAL DO ALTO PARAGUAI Vanessa de Souza Ribeiro
CENTRO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA - CTA Francisco Alexandre dos Santos
INSTITUTO ACÁCIA DE AGRICULTURA FAMILIAR - IAAF Medson Janer da Silva
PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO BUGRES
EMPAER
STTR DE BARRA DO BUGRES
CÂMARA DE VEREADORES DE BARRA DO BUGRES
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LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APL Arranjo Produtivo Local ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CONAB Companhia Nacional de abastecimento CNPq Conselho Nacional de Pesquisa CIDES-AP Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do
Alto do Rio Paraguai CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CTA Centro de Tecnologia Alternativa DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio DIPOA Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal DRS Desenvolvimento Regional Sustentável EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária EMPAER Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural FETAGRI Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura IAAF Instituto Acácia de Agricultura Familiar IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INDEA Instituto de Defesa Animal do Mato Grosso MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MCT Ministério da Ciência & Tecnologia PAA Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar PNE Plano de Negócios do Empreendimento PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PROINF Ação de Apoio à Infraestrutura e Serviços Territoriais PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento dos Territórios Rurais PVC Poli cloreto de vinila RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem
Animal SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEDRAF Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do
Mato Grosso SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento do Mato Grosso SIF Serviço de Inspeção Federal SISE Serviço de Inspeção Sanitária Estadual UBA União Brasileira de Avicultores UCDB Universidade Católica Dom Bosco UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development UNEMAT Universidade Estadual do Mato Grosso
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização Geográfica. 17
Figura 2. Mercados potenciais para o Frango Semicaipira. 29
Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai 30
Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Frango Semicaipira (2011). 31
Figura 5. Tipo de Galpão 35
Figura 6. Modelo Tradicional de Galinheiro 36
Figura 7. Galpão caipira na Aldeia Terena Babaçu em Miranda/MS. 36
Figura 8. Aviário em Marcelândia/MT, 2006 37
Figura 9. Aviário em Cláudia/MT, 2005 37
Figura 10. Tipo de Cortina 38
Figura 11. Cama para pintainhos 40
Figura 12. Proteção lateral da estufa dos pintainhos 41
Figura 13. Estufa dos pintainhos com forro de jornais. 41
Figura 14. Modelo de comedouro infantil em material de PVC. 42
Figura 15. Comedouro metálico com base em PVC. 43
Figura 16. Comedouros com materiais alternativos. 43
Figura 17. Modelos de bebedouros em material de PVC. 44
Figura 18. Modelo de bebedouro automático. 45
Figura 19. Bebedouro alternativo de tubo PVC. 45
Figura 20. Campânula de metal e com operação a gás. 46
Figura 21. Limpeza da parte interna do galpão. 48
Figura 22. Visão de uma estufa completa e montada. 49
Figura 23. Estufa com calor bem distribuído. 51
Figura 24. Terreiro com boa pastagem 54
Figura 25. Croqui do Abatedouro de frango semicaipira 66
Figura 26. Cadeia Produtiva do Frango Semicaipira Tradicional 77
Figura 27. Esquema do processo de gestão do Abatedouro. 84
Figura 28. Fluxograma da cadeia produtiva cooperativada do frango semicaipira 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Mercados promissores para o Frango Semicaipira. 31
Quadro 2. Modelo de ficha para controle mensal do plantel de frangos semicaipiras. 55
Quadro 3. Composição Bromatológica do Cynodon dactylon. 76
Quadro 4. Resumo das Ações do Abatedouro 85
Quadro 5. Visão de Futuro do Abatedouro de Frango Semicaipira. 95
Quadro 6 . Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do frango caipira (2011/2021).
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Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. População estimada e residente dos municípios 18
Tabela 2. Rebanho Avícola (Galinhas, Galos, Frangas, Frangos e Pintos) 18
Tabela 3. Produção programada do Abatedouro (2011-2020) 19
Tabela 4. Comparativo das características físico-químicas entre frango industrial e caipira francês.
34
Tabela 5. Medidas dos galpões modelos Caipira Francês 39
Tabela 6. Capacidades dos diferentes galpões 39
Tabela 7. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango. 52
Tabela 8. Esquema de controle de doenças patogênicos e parasitárias nas diferentes fases do desenvolvimento das aves.
57
Tabela 9. Exemplo de uma ração formulada a partir de vários ingredientes e considerando-se as diferentes fases de desenvolvimento das aves.
58
Tabela 10. Desempenho esperado para as aves no sistema alternativo de criação de frangos semicaipiras.
59
Tabela 11. Cronograma Anual de Produção de Frango Semicaipira 78
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SUMÁRIO 1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PNE DO FRANGO SEMICAIPIRA ................................................ 10
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 12
2.1 Geral .......................................................................................................................................... 12
2.2 Específicos ................................................................................................................................. 12
3. JUSTIFICATIVAS .................................................................................................................. 13
4. METODOLOGIA ................................................................................................................... 15
5. CARACTERIZAÇÃO DO ABATEDOURO ................................................................................. 17
5.1 Descrição ................................................................................................................................... 17
5.2 Tipo de Atividade ....................................................................................................................... 18
5.3 Recursos Disponíveis.................................................................................................................. 18
5.4 Dimensão do .............................................................................................................................. 19
6. AMBIENTE DO ABATEDOURO ............................................................................................. 20
6.1 Interno ....................................................................................................................................... 20
6.2. Ambiente Externo ..................................................................................................................... 25
7. ASPECTOS DO MERCADO.................................................................................................... 27
7.1 Projeção da Oferta ..................................................................................................................... 28
7.2 Fluxos e Canais de Comercialização............................................................................................ 32
8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO .................................................................................. 34
8.1 Processo de Produção do frango semicaipira ............................................................................. 34
8.2 O Abatedouro de Aves ............................................................................................................... 59
8.3 Inspeção sanitária e Certificação ................................................................................................ 75
8.4 Fluxograma da Cadeia Produtiva................................................................................................ 75
9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PNE ......................................................................... 79
9.1 Organizacional ........................................................................................................................... 79
9.2 Institucional ............................................................................................................................... 79
9.3 Econômico ................................................................................................................................. 80
9.4 Tecnológico ................................................................................................................................ 80
9.5 Ambiental .................................................................................................................................. 80
10. PROJETOS ......................................................................................................................... 81
10.1 Projeto 1 – Capacitação dos Agricultores familiares que produzem frangos............................. 81
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7
10.2 Projeto 2 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora................................................... 81
10.3 Projeto 3 – Formação de Capital de Giro .................................................................................. 82
10.4 Projeto 4 – Melhoramento e Ampliação do Número de Aviários ............................................. 82
10.5 Projeto 5 – Assistência Técnica e Gerencial .............................................................................. 83
11. ORGANIZAÇÃO GESTORA ................................................................................................. 84
11.1 Identificação ............................................................................................................................ 84
11.2 Recursos Humanos ................................................................................................................... 86
11.3 Experiência .............................................................................................................................. 87
11.4 Estratégias de Financiamento .................................................................................................. 87
12. ASSESSORIA TÉCNICA ....................................................................................................... 88
12.1 Assessoramento de Caráter Geral ............................................................................................ 88
12.2 Assessoramento de Caráter Especializado................................................................................ 88
13. FONTES DE FINANCIAMENTO ........................................................................................... 89
14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA ........................................................................... 90
15.1 Estrutura Organizacional .......................................................................................................... 90
15.2 Procedimentos Administrativos ............................................................................................... 91
15.3 Instrumentos de Controle ............................................................................................... 92
15.4 Distribuição dos Resultados ..................................................................................................... 92
15.5 Fundo de Recuperação ............................................................................................................. 92
16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL ................................................... 93
16.1 Análise de custos ..................................................................................................................... 93
16.2 Receitas totais.......................................................................................................................... 93
16.3 Balanço de receitas e custos do negócio .................................................................................. 93
16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários ................................................................................... 93
16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário ........................................................................ 93
17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .......................................................................................... 94
17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do frango caipira (2011/2021). ........................................................................................................................ 94
18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS ................................................................................................... 97
19. ANEXOS ............................................................................................................................ 98
Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA.............................................................................. 98
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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APRESENTAÇÃO
O Plano de Negócios do Empreendimento (PNE), neste caso o Abatedouro de
frangos semicaipiras, representa o planejamento da atividade, ou seja, deve
apresentar de maneira organizada todo o Abatedouro de maneira a responder
questões como: origem da matéria prima, processo produtivo do abatedouro, custo de
produção, lucratividade, mercado consumidor dentre outras inúmeras questões de
relevância e determinantes para o sucesso ou fracasso da atividade.
A produção de frangos caipiras e semicaipiras é uma atividade de grande
relevância para a agricultura familiar, possui um nicho de mercado promissor que
requer um produto saudável com características superiores. A carne de frango caipira
apresenta baixo teor de gordura, composição nutricional superior em cálcio e
proteínas e ótima textura.
Na região de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, a produção
de frangos semicaipiras é praticada em diversas comunidades rurais, seja em Projetos
de Assentamento como o Projeto de Assentamento (PA) “Antônio Conselheiro”,
localizado nos limites entre os três municípios e em comunidades de agricultores
familiares tradicionais, com comprovada viabilidade produtiva. A produção existente é
na sua maioria comercializada viva, diretamente ao consumidor final ou processada de
maneira artesanal o que não pode ser admitido tendo em vista a possibilidade de gerar
problemas sanitários, o que traz como conseqüências a depreciação do produto, do
trabalho e da lucratividade do produtor. Diante desses entraves, considerando a
necessidade de verticalizar a produção praticando o abate e o processamento
adequados, ou seja, em atendimento aos padrões exigidos pela legislação sanitária
brasileira para abate de aves é que se propõem a construção de um Abatedouro de
frango semicaipira para atender os agricultores familiares da região em questão.
O principal produto oriundo do Abatedouro proposto será o frango
congelado, que deverá ser comercializado para supermercados, açougues e comércios
similares, alimentação e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Além disso,
como mercado consumidor também pode ser explorado o mercado estadual na região
metropolitana da capital do estado. A gestão do Abatedouro deve ser realizada através
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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de uma cooperativa formada pelos agricultores familiares inseridos no projeto.
Objetiva-se com a construção e operação do Abatedouro de frangos semicaipiras um
abate mínimo de 500 cabeças por dia (12 mil ao mês), para atendimento a agricultores
familiares dos municípios de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, no
âmbito do Território do Alto do Rio Paraguai.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PNE DO FRANGO SEMICAIPIRA
Os avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, nos mais
diversos setores das atividades ligadas à agropecuária, têm propiciado o surgimento de
inúmeras atividades alternativas para geração de emprego e renda. O frango
semicaipira é opção que surgiu nas últimas décadas como propostas diferenciadas
para consumidores preocupados com a saúde, segurança alimentar, meio ambiente e
ecologia sustentável. Esses nichos de mercados são cada vez maiores e, de acordo com
a UNCTAD (1999) são esperadas no médio prazo taxas de crescimento entre 5% e 40%,
dependendo do tipo de produto alternativo.
No caso da proteína animal, vários episódios como a doença da “vaca louca”
que assolou a Europa, a presença de hormônios no gado, os resíduos de dioxina no
frango na Bélgica, abriram mercado para produtos como o frango orgânico e caipira.
O consumo de carne de frango convencional vem crescendo como alternativa
mais barata para substituir a carne bovina nas faixas de renda mais baixa,
principalmente, nos países em desenvolvimento. Nos últimos dez anos o consumo de
carne de frango duplicou no Brasil, de um consumo per capita de 16,8 kg/hab./ano em
1992 para 33,1 kg/hab./ano em 2003 (UBA, 2004).
Os avanços na genética, nutrição e manejo propiciaram a adoção de produção
intensiva com períodos cada vez mais curtos de criação e alta produtividade na
conversão ração/carne. Por outro lado o sistema de confinamento em galpões
fechados e a alta concentração por área levam a problemas de doenças e ao uso
crescente de medicamentos como os hormônios promotores de crescimento e os
medicamentos contra doenças e parasitas. As presenças de resíduos de antibióticos e
dioxinas prejudiciais à saúde no frango convencional abriram alternativas para a
produção do frango orgânico e do caipira.
O emprego da designação “frango caipira ou frango colonial” ou “frango tipo
ou estilo caipira” ou “tipo ou estilo colonial” na identificação de frangos como o caipira
ou o colonial, foi normatizado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) por meio do DIPOA (Divisão de Inspeção de Produtos de Origem
Animal), Ofício Circular DOI/DIPOA número 007/99 de 19 de maio de 1999. A referida
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norma estabeleceu ainda que na produção do frango caipira sejam fielmente
observadas nas suas diversas fases, as seguintes condições:
a) alimentação constituída por ingredientes, inclusive proteínas,
exclusivamente de origem vegetal, sendo totalmente proibido o uso de promotores de
crescimento de qualquer tipo ou natureza;
b) sistema de criação (manejo) até 25 (vinte e cinco) dias em galpões. Após
essa idade, devem ser soltos, a campo, sendo doravante sua criação extensiva e usar
no mínimo 3 metros quadrados de pasto por ave;
c) idade de abate no mínimo 85 dias e,
d) linhagem exclusivamente as raças próprias para este fim, vedadas,
portanto, aquelas linhagens comerciais específicas para frango de corte. (KODAWARA
et al, 2004)
No sistema alternativo de produção, a exploração pode ser intensiva ou não,
sem restrição de linhagens, criados sem uso de medicamentos contra as doenças e
parasitas, hormônios promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de
origem animal na dieta. No caso do uso de algumas destas substâncias para uso
terapêutico, o lote deve ser rotulado como convencional.
No Brasil as granjas e aviários geralmente são conduzidos por agricultores
familiares ou microempresários. A sobrevivência e a viabilidade econômica de micros e
pequenos aviários representam, por outro lado, uma atividade de geração de renda e
geração de empregos locais.
Os agricultores familiares ou microempresários de aviários independentes
comercializam sua produção na região onde estão localizados e não realizam o abate,
cujo investimento em equipamentos demandam um valor fixo elevado. Dessa forma, o
frango é vendido vivo, e cabe ao consumidor abatê-lo.
Nos grandes centros urbanos, onde a conveniência alimentar é cada vez mais
uma necessidade, a comercialização do frango vivo não é viável. Acrescenta-se a isso o
problema sanitário, dado o aumento da possibilidade de transmissão de doenças
durante o transporte.
Diante dessas colocações, a questão básica estabelecida para este estudo foi a
seguinte: a criação do frango caipira constitui uma alternativa de investimentos para
os agricultores familiares?
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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2. OBJETIVOS
2.1 Geral
No âmbito geral, um PNE, tendo como alicerce os agricultores e agricultoras
familiares têm o objetivo de se constituir em uma ferramenta, construída pelo grupo e
para o grupo, como forma de auxiliar a reflexão e o conhecimento do mesmo em
relação ao seu Abatedouro, servindo, desta forma, como base para o planejamento de
atividades e a tomada de decisões coletiva e planejada. Secundariamente, o PNE
objetiva se transformar em um instrumento para viabilizar a captação/formação de
recursos financeiros, humanos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento
sustentável do Abatedouro.
Para o Instituto Acácia de Agricultura Familiar (IAAF) e o Centro de Tecnologia
Alternativa (CTA) , o PNE deve identificar as principais necessidades de informações
nos processos de produção da matéria-prima (fase primária), construção e operação
do Abatedouro (fase secundária) e de comercialização da produção (fase terciária)
oriunda do Abatedouro de frangos semicaipiras cuja produção esteja voltada para se
transformar em uma alternativa econômica através do Abatedouro, incrementando
assim a renda familiar dos beneficiários.
2.2 Específicos
Um PNE durante a sua elaboração poderá se desdobrar em vários objetivos
específicos. Porém, alguns são quase que obrigatórios a fazer parte da estrutura de um
PNE:
a) Constituir-se em uma ferramenta ou instrumento que sirva de rumo para as
ações socioeconômicas, culturais e ambientais do Abatedouro;
b) Viabilizar formas para que o grupo envolvido consiga dialogar internamente
e com seus parceiros e apoiadores;
c) Criar e servir-se de condições para que o grupo ganhe visibilidade a partir
da implementação das ações planejadas.
d) Servir ainda de parâmetro e referencial para avaliações futuras por parte
do grupo envolvido.
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3. JUSTIFICATIVAS
A experiência vem demonstrando a possibilidade de existir três tipos de
situações para as quais são elaborados os PNE associativos:
a) Uma comunidade rural onde uma organização associativa (associação,
cooperativa, consórcio ou outro tipo) implementa um ou mais Abatedouros. Nesses
casos, o PNE tem como foco a própria Comunidade e a Organização Associativa;
b) Uma Cooperativa, em geral, dedicando-se à Comercialização, atua como
“âncora” de uma rede de entidades, em geral associações de agricultores familiares.
Este caso é um daqueles em que o PNE focaliza a Cooperativa, porém levando em
conta sua articulação com os grupos que formam a Rede;
c) Um Abatedouro, gerenciado e operado por um grupo de agricultores
familiares, que constituem uma parcela da comunidade. Nesses casos, o patrimônio
fixo e semifixo pertence a um gestor público (municipal ou estadual) que disponibiliza
para uma organização associativa mediante termo de concessão de uso.
O PNE aqui apresentado só se aplica integralmente a este último caso, não
sendo adequado aos dois primeiros, para os quais se recomenda outras metodologias
e roteiros.
Os aspectos que justificam a realização do PNE do Abatedouro de frango
semicaipira são:
a) Viabilidade Operacional do Abatedouro:
( i ) Disponibilidade de matéria prima, tanto na própria comunidade quanto
nas vizinhanças, bem como viabilidade de obtê-la de forma satisfatória (técnica e
economicamente);
( ii ) Disponibilidade de trabalhadores qualificados (ou com possibilidades
concretas de qualificação em curto prazo), os quais deverão ser membros das famílias
da comunidade local.
( iii ) Inexistência de sérios conflitos na comunidade, que possam
comprometer o bom funcionamento do Abatedouro associativo;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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( iv ) Existência de recursos disponibilizados pelo PROINF 2010 para a
construção do Abatedouro e a não exigência de grandes investimentos individuais, que
estejam acima dos limites de cada família beneficiada e que só possam ser
concretizados em prazos mais longos.
b) Viabilidade socioeconômico-financeira do Abatedouro, demonstrada
através de uma avaliação preliminar que verificou que a renda bruta a ser obtida será
suficiente para:
( i ) pagar os custos operacionais (fixos e variáveis);
( ii ) renumerar os trabalhadores com pelo menos um salário mínimo por 22
dias/mês de trabalho de 8 horas/dia;
( iii ) Recuperar os investimentos fixos e semi-fixos1;
( iv ) Deixar uma reserva para atender a situações imprevistas;
c) Abrangência Territorial ou intermunicipal, pois o Abatedouro beneficiará
um o maior número possível de municípios que compõem o território;
d) Possibilidades concretas de inserção adequada nos mercados para os
produtos resultantes do Abatedouro.
1 Considerando o prazo de 10 (dez) anos, o qual se compatibiliza com o prazo de pagamento dos
créditos Investimentos do PRONAF.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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4. METODOLOGIA
O PNE será realizado em diferentes fases:
Fase I – A Sistematização das Informações Básicas sobre o Abatedouro: Será
feita pelo Supervisor (Medson Janer Da Silva) e Técnicos de Campos (Prefeituras e
EMPAER), com apoio de especialista no Abatedouro, os quais dividirão
responsabilidade nos trabalhos de coleta, tratamento e organização das informações
técnicas e financeiras que servirão de base para a construção do PNE. Entre tais
informações sobressaem, como de maior importância, as seguintes:
a) Descrição da estrutura física do Abatedouro a ser construído pela
Prefeitura;
b) Disponibilidade de matéria prima no local (Comunidade-sede do
Abatedouro e municípios beneficiados);
c) Parâmetros operacionais (rendimentos) em cada uma das etapas do fluxo
de produção;
d) Perfil quantitativo e qualitativo do( s ) produtos ( s ) a ser (em) obtido (s )
no final do processo;
e) Trabalhadores necessários (idealmente) para cada etapa, em relação à
Unidade de Medida da Produção;
f) Custos unitários dos bens, serviços e custos financeiros, considerando todos
os itens de despesas inerentes ao Abatedouro;
g) Possibilidades de mercado para os produtos e preços atualmente
praticados;
h) Informações gerais sobre a legislação aplicada ao Abatedouro a ser
planejado;
i) Principais Fontes de Recursos que poderão financiar o Abatedouro
(Investimentos aos agricultores na criação das aves, capital-de-giro e custeio de
atividades de apoio) e suas principais características.
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Fase II – Elaboração coletiva do PNE: Será um trabalho de construção coletiva,
envolvendo diretamente técnicos de campo e os grupos de trabalhadores nos
municípios, com o apoio eventual do Supervisor e do Especialista. Serão realizadas
reuniões de todo o grupo, a fim de obter respostas coletivas às questões relativas à
construção do PNE, seguidas de trabalhos de escritório a serem realizados pela equipe
técnica (com ou sem apoio do supervisor e do especialista), onde serão analisadas e
sistematizadas as respostas da reunião anterior e também preparadas as orientações
técnicas para a reunião seguinte.
As atividades que levarão à análise coletiva e respostas a essas questões,
estão sugeridas a seguir:
a) 1º Encontro com o grupo composto do proponente, assistência técnica e
dos representantes dos beneficiários (associações, cooperativa e sindicatos dos
trabalhadores rurais) realizado de 26 a 27 de abril de 2011 em Barra do Bugres/MT;
b) Intervalo entre o 1º e o 2º Encontro;
c) 2º Encontro com o grupo de beneficiários e mais os presentes no 1º
Encontro, realizado nos dias 20 e 21 de junho de 2011 em Barra do Bugres;
d) Intervalo entre o 2º e 3º encontro;
e) 3º Encontro com o grupo: discussão das ações estratégicas, realizada nos
dia 1 e 2 de agosto de 2011 em Barra do Bugres;
f) 4º Encontro com o grupo: Para a apresentação e validação do Plano de
Negócios.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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5. CARACTERIZAÇÃO DO ABATEDOURO
5.1 Descrição
O Abatedouro de frangos semicaipiras será implantado no município de Barra
do Bugres em terreno da Prefeitura Municipal localizado no Distrito Industrial do
município. O Abatedouro atenderá agricultores familiares dos municípios de Barra do
Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, que trabalham com produção de frangos
semicaipiras.
De acordo com estimativa do IBGE do ano de 2009, a região de Barra do
Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, apresenta uma população de aproximada de
132.000 habitantes.
Figura 1. Localização Geográfica.
Faz parte da mesorregião sudoeste mato-grossense e microrregião de Tangará
da Serra, ainda integra o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e
Social do Alto do Rio Paraguai. Na região, a atividade proposta apresenta ambiente
favorável ao seu desenvolvimento, como: boas condições climáticas, agricultores
familiares atuando na atividade, mão-de-obra e mercado consumidor para absorver a
produção.
O desenvolvimento da atividade fica prejudicado em função da inexistência de
uma estrutura de beneficiamento da produção que viabilize a comercialização do
produto com conseqüente agregação de renda à produção.
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Tabela 1. População estimada e residente dos municípios
Municípios
População (hab.)
População Residente (hab.)
Total Urbana Rural
Barra do Bugres 31.973 25.996 5.797 Nova Olímpia 17.515 15.836 1.679 Tangará da Serra 83.431 75.921 7.510 TOTAL 132.919 117.753 14.986
Fonte: ¹ IBGE 2010.
Segundo estimativa do IBGE (2008), a região dos municípios de Barra do
Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, apresenta um rebanho avícola de
aproximadamente 3 milhões de cabeças entre galinhas, galos, frangos e pintos,
representando bem o potencial produtivo regional. Além disso, voltando ao aspecto
do mercado consumidor, a região apresenta uma localização geográfica privilegiada ao
redor de 170 km da região metropolitana de Cuiabá com seus aproximados 700 mil
habitantes representando um mercado em potencial.
Tabela 2. Rebanho Avícola (Galinhas, Galos, Frangas, Frangos e Pintos)
Municípios Nº de Cabeças
Barra do Bugres 107.214
Nova Olímpia 20.228
Tangará da Serra 2.886.439
TOTAL 3.031.881
Fonte: IBGE 2008
5.2 Tipo de Atividade
O Abatedouro proposto trata-se de uma agroindústria para abater frangos
semicaipiras, com capacidade operativa (abate) de 500 (quinhentas) aves/dia.
5.3 Recursos Disponíveis O Custo total de todo Abatedouro está orçado em R$ 294.565,00 (duzentos e
noventa e quatro mil, quinhentos e sessenta e cinco reais) sendo disponibilizado
através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério de
Desenvolvimento Agrário (MDA) o valor de R$ 285.728,05 (duzentos e oitenta e cinco
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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mil, setecentos e vinte e oito reais e cinco centavos), e R$ 8.836,95 (oito mil,
oitocentos e trinta e seis reais e noventa e cinco centavos) como contrapartida da
Prefeitura Municipal de Barra do Bugres, Mato Grosso.
5.4 Dimensão do abatedouro
Tabela 3. Produção programada do Abatedouro (2011-2020)
Descrição PRODUÇÃO ANUAL ESPERADA
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Frango¹ 230 242,88 255,76 255,76 267,72 280,60 280,60 280,60 280,60 280,60
¹ Frango congelado (mil kg) Fonte: Planilhas de Análise de Viabilidade Econômica
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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6. AMBIENTE DO ABATEDOURO
6.1 Interno
6.1.1 Localização, área, altitude da sede, distâncias do Abatedouro e limites
O município de Barra do Bugres encontra-se na Microrregião de Tangará da
Serra. Na Mesorregião Sudoeste matogrossense, distante 160 km da capital - Cuiabá.
Possui uma área territorial de 7.229 km². (Fonte: Atlas de Desenvolvimento
Humano/PNUD, 2000 e IBGE, 2010).
O município é vizinho ao norte de Tangará da Serra, Nova Olímpia e Denise;
ao sul, têm-se Rio Branco, Cáceres, Salto do Céu, Jauru, Araputanga, Reserva do
Cabaçal e Lambari d’Oeste; a leste, Rosário do Oeste, Alto Paraguai e Porto Estrela e a
oeste Pontes e Lacerda.
6.1.2 Clima
Os municípios localizados na região do Alto do Rio Paraguai, Devido localizar-
se em uma região de transição de Biomas (Amazônia e Cerrado) o clima é bem
característico, sendo classificado como Tropical Quente e Sub-úmido com
temperaturas médias anuais de 25,5° C, variando de 12° C a 39° C, os meses mais
quentes vão de setembro a março e os mais frios de abril a agosto.
Apresentam verões chuvosos (dezembro a março) e invernos secos. A
precipitação máxima é de 1.750mm, com maior intensidade entre Dezembro a
Fevereiro. Neste período as águas dos rios da região sobem cerca de 4 metros,
principalmente o Rio Bugres e Paraguai. Em 2010 o Rio Paraguai chegou a subir 8
metros.
A umidade relativa de ar pode chegar a valores extremos, 90 a 98% no
período de chuva e 5 a 25% no período de seca.
6.1.3 Formação Vegetal
A região apresenta formações vegetais, de cerrados, de mata tropical dos
cocais, dos campos cerrados e das matas de transição. A vegetação predominante é de
mata, em torno de 60%, seguida pelos campos cerrados 30% e, cerrados 10%, sendo
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
21
que as matas mesofíticas aparecem em terra firme e terrenos periodicamente
inundados.
6.1.4 Solos (Pedologia)
Ocorrem variados tipos de solo na região, dentre os quais: Neossolos (areias
quartzosas), Latossolos, Gleyssolos húmicos e pouco húmicos, Cambissolos e
Afloramentos rochosos. Na região podem ser caracterizados de forma geral como
solos de baixa a média fertilidade natural, apresentam acidez moderada e teores
razoáveis de alumínio trocável; em grande parte dos solos (de 50 a 60%) são de textura
III sendo apenas 5% de textura I. São propícios aos cultivos perenes como
(seringueiras, fruticultura de clima tropical em geral) e formação de pastagens, e na
grande maioria são aptos a mecanização agrícola.
6.1.5 Relevo
Em termos gerais o relevo caracteriza-se por apresentar de grandes extensões
de planícies a relevo levemente onduladas.
6.1.6 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos
A área está compreendida no médio norte do estado de Mato Grosso ao sul
do Cráton Amazônico. Apresenta como características marcantes na sua porção central
a faixa de dobramentos Paraguai e na porção norte os sedimentos do Grupo Parecis e
as coberturas neogênicas.
6.1.7 Recursos Hídricos
A região é banhada pela bacia do Alto Paraguai, tendo como rio principal o
Paraguai e seus diversos afluentes como Sepotuba, Juba, Bugres, Jauquara e outros,
todos eles piscosos. Alguns apresentam potencial hidroelétrico como o Rio Juba.
6.1.8 Disponibilidade de transporte
A área de abrangência do é servida por diversas rodovias estaduais, dentre
elas destacam-se a MT-246, MT-343 e a MT-358. A MT-246 liga o município de Barra
do Bugres à Cuiabá pelas BR-364/BR163, sendo estas, rodovias asfaltadas e transitáveis
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
22
durante todo o ano. Por intermédio dessas rodovias os municípios de Barra do Bugres,
Tangará da Serra e Nova Olímpia têm acesso, aos mercados da região metropolitana
de Cuiabá, composta por Cuiabá, Várzea Grande e mais 11 municípios da Baixada
Cuiabana. Chega também ao Aeroporto Internacional Mal. Cândido Rondon. O sistema
de transporte coletivo facilita o acesso aos municípios da área do Abatedouro. O
transporte intermunicipal se dá através de ônibus, cujas linhas regulares ligam Barra
do Bugres, Tangará da Serra e Nova Olímpia às regiões do Médio Norte e ao Noroeste
de Mato Grosso.
6.1.9 Energia
O município de Barra do Bugres dispõe de fornecimento de energia elétrica
trifásica de alta e baixa tensão nas residências e no Abatedouro. Os assentamentos
envolvidos possuem energia elétrica mono e bifásica através do Programa Luz para
Todos.
6.1.10 Mão-de-obra
A mão-de-obra utilizada na produção primária é fundamentalmente de
natureza familiar, já que um dos principais problemas nos assentamentos do estado do
Mato Grosso é a insuficiência de oportunidades de trabalho, tanto para a população
adulta, quanto para os jovens que anualmente buscam alternativas de ocupação como
trabalhadores autônomos ou como assalariados fora dos assentamentos. A oferta de
mão-de-obra é abundante, o que contribui para o achatamento do nível salarial que se
apresenta significativamente reduzido (como em toda a região), o que poderá
contribui para a redução dos custos de produção e funcionamento do abatedouro.
Além disso, a mão de obra se encontra capacitada para desenvolver a atividade avícola
nos municípios de Barra do Bugres, Tangará da Serra e Nova Olímpia.
A operacionalização do Abatedouro será feita por pessoal contratado pela
Cooperativa, e que deverá receber capacitação adequada de maneira a possibilitar um
efetivo funcionamento do Abatedouro.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
23
6.1.11 Ambiente institucional
O ambiente institucional é bastante favorável, pois além de inúmeras
associações comunitárias existentes no município e do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais. O Abatedouro manterá parcerias com diversas instituições, entre as quais
podemos destacar: SEBRAE; UNEMAT; EMPAER; FETAGRI, CONAB; IAAF, SEDRAF,
CIDES-AP e outros.
6.1.12 Instrumentos de políticas públicas de apoio ao
A consolidação da cadeia produtiva do frango semicaipira na região de Barra
do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, deve necessariamente passar pela
implementação das políticas públicas governamentais de fomento à atividade rural
familiar hoje disponíveis, dentre as quais: Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar - PRONAF; Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS e apoios
institucionais como do Consórcio Intermunicipal do Alto do Rio Paraguai e das
Prefeituras Municipais no âmbito do projeto.
6.1.13 Potencialidades na visão dos trabalhadores
A comercialização pode ser feita diretamente a estabelecimentos comerciais
ou mesmo explorar os programas de comercialização instituídos pelo Governo, dentre
os quais o “Programa de Aquisição de Alimento ” (PAA) e “Alimentação Escolar”
(PNAE) das redes estadual e municipal de ensino. Considerando que o frango
semicaipira produzido se trata de um produto diferenciado, adequadamente abatido e
processado, em obediência aos padrões sanitários legais, vislumbra-se um mercado
potencial satisfatório para o produto. Assim, inicialmente o produto deverá ser
comercializado no mercado local do município de Barra do Bugres, tendo em vista a
localização do Abatedouro.
De acordo com análise da realidade da atividade avícola de frangos
semicaipira desenvolvida pela agricultura familiar da região, verifica-se uma
promissora cadeia produtiva local o que dá indicativos de viabilidade para a
implantação de um Abatedouro de frangos semicaipira. Dessa maneira deve-se
considerar:
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i. Número razoável de agricultores familiares estabelecidos na atividade;
ii. Número de agricultores familiares interessados em aderir à atividade;
iii. Malha viária adequada viabilizando o transporte da matéria prima entre
as comunidades produtoras e o Abatedouro;
iv. Possibilidade de diminuir custos tendo em vista a possibilidade de
produção da própria ração das aves;
v. Condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da atividade;
vi. Disponibilidade de mão-de-obra;
vii. Produto diferenciado e valorizado no mercado consumidor;
viii. Existência de programas institucionais de aquisição de produtos da
agricultura familiar, como: Programa de Aquisição de Alimentos/CONAB, Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Rede Estadual e Municipal), que representa um
mercado potencial para o produto;
ix. Viabilidade para parcerias com entidades como: Universidade Estadual,
Empresa de Assistência Técnica Publica Estadual, Prefeituras Municipais, SEBRAE,
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto do Rio
Paraguai e MDA que podem vir a prestar apoio e assessoria técnica e gerencial ao
Abatedouro;
x. A cadeia produtiva do frango semicaipira é uma das atividades a ser
fomentado pelo CIDES-AP;
xi. Existência de um bom mercado consumidor local e regional constituído
pelos 03 municípios;
xii. Proximidade com a região metropolitana da capital do estado o que
viabilizando um maior mercado consumidor para o produto.
6.1.14 Problemas na visão dos trabalhadores
Verifica-se também uma série de problemas que podem representar entraves
para o efetivo funcionamento do Abatedouro e que demanda atenção especial,
buscando a minimização dos seus efeitos evitando a inviabilização do Abatedouro,
dentre eles:
i. Falta de organização dos agricultores familiares;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
25
ii. Capacitar adequadamente os agricultores familiares para a gestão do
Abatedouro;
iii. Baixa capitalização dos agricultores familiares;
iv. Dificuldade de acesso ao crédito rural;
v. Falta de capital de giro;
vi. Dificuldade com a assistência técnica aos agricultores familiares;
vii. Comercialização inadequada das aves semicaipiras, sem controle
sanitário;
viii. Falta de um Abatedouro para beneficiar a produção existente.
6.2. Ambiente Externo
6.2.1. Oportunidades
Trabalho em sistema de Cooperativa;
Existência de programas como o Desenvolvimento Rural Sustentável,
que podem fomentar a atividade;
Programas institucionais de comercialização;
Existência de Instituições de Ensino e Pesquisa, como a UNEMAT;
Viabilidade de parcerias com entidades como: SEBRAE, Empresa
Estadual de Pesquisa Agropecuária, para prestação de apoio técnico-gerencial da
atividade;
Viabilidade de redução de custos de produção adotando medidas como
produção local da ração das aves;
Apoio institucional: MDA e o CIDES-AP.
6.2.2 Ameaças
Desmobilização dos agricultores familiares em função de dificuldades
enfrentadas;
Falta de profissionais para a condução do Abatedouro;
Sazonalidade dos preços diante dos altos e baixos do mercado;
Elevação dos custos de produção;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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Não cumprimento dos compromissos com os fornecedores,
agricultores familiares e demais;
Envolvimento político com a Cooperativa;
Extinção de programas governamentais de compra de produtos da
agricultura familiar;
Baixa aceitação pelo produto.
6.2.3 Soluções Indicadas
Criação da cooperativa;
Tornar a cooperativa um instrumento de comercialização de insumos e
produtos para os agricultores familiares;
Assistência técnica eficiente;
Criar a marca do produto (frango semicaipira) e registrar;
Definir o valor da cota-parte dos sócios na cooperativa;
Capacitação dos agricultores envolvidos no projeto;
Desenvolver estratégias de comercialização.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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7. ASPECTOS DO MERCADO
O fortalecimento da agricultura familiar vem sendo alvo de ações
institucionais em diversos âmbitos, como a iniciativa do Ministério da Ciência &
Tecnologia (MCT)/Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em contribuir na busca de
alternativas tecnológicas adaptadas às escalas e às possibilidades da produção de
pequeno porte. Essa ação envolve o desenvolvimento de conhecimento capaz de
viabilizar processos de gestão, de organização da produção, de adequação do aparato
normativo (ambiente institucional), de promoção da diferenciação de produtos,
visando à criação de oportunidades de inserção competitiva dos agricultores familiares
(MCT/CNPq, 2001).
De fato, pequenas e médias empresas agropecuárias e agroindustriais
encontram diferentes obstáculos para competir num campo concorrencial cada vez
mais acirrado e diante de um mercado consumidor mais exigente na aquisição de
produtos com qualidade e com uma boa relação custo-benefício. As dificuldades de
acesso à informação, principalmente em relação ao conhecimento de mercado, a falta
de infra-estrutura de armazenagem ou estocagem, de técnicas de acondicionamento e
de conservação de matérias-primas, e a falta de sensibilização das empresas ao
conceito de qualidade face às exigências dos consumidores, são alguns dos principais
obstáculos encontrados pelas pequenas e médias empresas (MENDONÇA et al., 1997).
Por conseguinte, formas alternativas de organização de sistemas produtivos
têm sido buscadas com o objetivo de promover maior inserção social e um
desenvolvimento econômico duradouro, reduzindo as dependências de fatores
externos.
Entretanto, os resultados obtidos na agricultura familiar brasileira
demonstram, ainda, a necessidade de modelo de gestão que a torne sócio e
economicamente viável e que garanta a competitividade da economia local.
O que temos hoje no campo em sua grande maioria dos Estados brasileiros
são agricultores que lutam pela sua sobrevivência. Utilizando-se principalmente de
seus parcos conhecimentos e de culturas como cana-de-açúcar, mandioca, leite e
hortifrutigranjeiros, as quais utilizam em suas agroindústrias para produzir melado,
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
28
açúcar mascavo, rapadura, farinha, derivados de leite e hortifrutigranjeiros vendem
em feiras sem planejamento e gestão de mercado.
Esta proposta, em implantar uma agroindústria alternativa, ou seja, um de
frango semicaipira, vai trabalhar com um segmento alternativo de mercado, que
diretamente oportuniza a agricultura familiar, demonstra uma atitude social em estar
buscando o fortalecimento dos agricultores familiares no processo do
desenvolvimento Sustentável da região no território do Alto Paraguai. E, vem de
encontro a este novo modelo de gestão e planejamento da agricultura familiar. Não só
em colocar uma demanda, mais apoiar as ações de implantação e condução dos
primeiros anos do projeto, até que haja o empoderamento dos agricultores em estar
colocando no mercado um produto de qualidade com segurança alimentar. O mercado
deve ser analisado em: mercado local, regional e estadual. Podendo expandir para um
mercado nacional como veremos a seguir. Pois se trata de um produto bem aceito nas
duas classes sociais de maior poder aquisitivo, ou seja, a classe alta que ganha acima
de 15 salários mínimos e a média alta que fica entre 5 a 15 salários mínimos.
7.1 Projeção da Oferta
Estabelecimento do Abatedouro, no Município de Barra do Bugres, em uma
metodologia participativa de criação e venda dos frangos, comunidades distribuídas no
território do Alto Paraguai, principalmente nos municípios do entorno de Barra do
Bugres. Sob a coordenação do Colegiado, mas com um núcleo diretivo de uma
cooperativa específica dos criadores de frango junto à direção do Abatedouro,
formado com técnicos e lideranças oriundas dos agricultores e técnicos do abatedouro
da cooperativa e do Abatedouro, que fazem parte deste Território e em especial das
comunidades responsáveis pela engorda do frango. Definição e execução dos objetivos
operacionais e estabelecimento dos eixos estratégicos do projeto a curto, médio e
longo prazo. Em consonância com a administração central do Abatedouro e da
Cooperativa.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
29
Figura 2. Mercados potenciais para o Frango Semicaipira.
O território do Alto Paraguai é formado por 14 municípios. Os Municípios que
fazem parte do território são: Alto Paraguai, Arenápolis, Barra do Bugres, Campo Novo
dos Parecis, Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova
Olímpia, Porto Estrela, Santo Afonso, São José do Rio Claro. A maioria dos municípios
está situada na cabeceira do Rio Paraguai situado na microrregião Centro-Oeste do
Mato Grosso. O território tem sua polarização em Tangará da Serra e Diamantino. Foi
largamente palmilhado por garimpeiros à procura de pedras preciosas e ouro. Sua
história está ligada desde a fundação do Município de Diamantino em 1728. E o novo
ciclo garimpo se inicia em 1938, com o Garimpo do Gatinho. Terminado o ciclo do
garimpo no século passado, restaram apenas sítios e fazendas no território como um
todo, que se dedicaram inicialmente a pecuária e depois a grandes lavouras de soja e
cana-de-açúcar. Existe no território uma agricultura de subsistência com venda da
produção excedente em um grande número de assentamentos da reforma agrária
(5.446 famílias), quilombolas (349 famílias) e aldeias indígenas (1.616 índios). O
município mais velho é Diamantino de 1728, depois Barra do Bugres em 1943 e em
1953, os municípios de Alto Paraguai e Arenápolis. A menor distância da capital do
Estado Cuiabá é de 169km do município de Barra do Bugres e o município mais
distante da capital Cuiabá é Campo Novo do Parecis a 397 Km.
BARR
BUGRES
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
30
Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai
O mercado local de Barra do Bugres e municípios do entorno possui em
próximo de 90.000 habitantes, o que resulta em 22.500 unidades familiares, que
segundo o IBGE cada família possui 4 pessoas. Considerando a SEPLAN de Mato
Grosso, 25% destas famílias têm uma renda acima de 10 salários mínimos, ou seja,
5.625 Unidades Familiares. Este segmento compra um frango por semana, que dá uma
total de 22.500 frangos/mês. Um segundo segmento da população ganha de um a 10
salários mínimo, que vai ter a possibilidade de comprar até 2 frangos/mês, num total
25% do total de famílias do mercado local será de 5.625 vezes dois frangos, resultado
de 11.250 frangos/mês. Somando a classe dita A com a classe B, teremos um mercado
local de 33.750 frangos/mês. Este é o primeiro mercado a ser explorado.
Depois teremos o mercado regional com aproximadamente 150.000 pessoas,
envolvendo Tangará da Serra, Nova Olímpia, Diamantino, Arenápolis e outros.
Mercado de aproximadamente 38.000 unidades familiares, seguindo a mesma lógica
de venda teremos mais 58.000 frangos/mês para serem colocados.
Em seguida, o mercado principal que fica a 220km, teremos: inicialmente o
mercado dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, teremos uma população de
aproximadamente 800.000 habitantes. Adicionada da população itinerante dos
municípios do entorno e de outras regiões do Estado de Mato Grosso, que visita a
Capital todos os dias, chega a 1.000.000 de habitantes. Com base no IBGE, temos no
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
31
Brasil uma Unidade Familiar de 4 pessoas, em sendo assim teremos 250.000 famílias
em Cuiabá e Várzea Grande.
Seguindo o mesmo raciocínio teremos um mercado na região metropolitana
de Cuiabá de 350.000 frangos.
Conforme constam no Quadro e Figura abaixo.
Quadro 1. Mercados promissores para o Frango Semicaipira.
Tipo Principais Municípios Habitantes
Mercado Local Barra do Bugres, Denise, Diamantino, Nova Olímpia, Porto Estrela e Tangará da Serra.
67.000
Mercado Territorial Alto Paraguai, Arenápolis, Campo Novo dos Parecis, Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Santo Afonso, São José do Rio Claro
134.000
Mercado Regional 1 Grande Cáceres 156.150
Mercado Principal 1 Cuiabá 495.00
Mercado Principal 2 Várzea Grande 280.00
Mercado Principal 3 - Entorno da Capital
Santo Antônio de Leverger, N. Srª do Livramento; Chapada dos Guimarães, Barão do Melgaço, Poconé, Jangada, Acorizal, Rosário Oeste, Nobres
300.000
Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Frango Semicaipira (2011).
Além do mercado do frango o mercado de Barra do Bugres tem outros
produtos sendo comercializado da agricultura familiar, pois se trata de um mercado de
alta potencialidade e que precisa ser trabalhado em cadeias produtivas. Com certeza
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
32
ao se iniciar o trabalho com o frango semicaipira teremos um avanço nas outras
cadeias produtivas.
7.2 Fluxos e Canais de Comercialização
7.2.1 Mercado estadual do frango semicaipira e evolução da produção.
7.2.1.1. Em relação à implantação, organização e monitoramento dos
agricultores familiares que fazem parte da Cooperativa.
• Capacitar e dar assistência técnica aos cooperados;
• Abrir mercado;
• Trabalhar a cadeia produtiva do frango semicaipira;
• Estabelecer o APL do frango semicaipira;
• Compor o Arranjo Institucional;
• Capacitar toda cadeia produtiva do frango semicaipira;
• Manejo do frango semicaipira;
• Produção de ração alternativa de mandioca;
• Observar a parte sanitária da produção do frango semicaipira;
• Cultura da mandioca;
• Produzir o frango semicaipira com segurança alimentar, de acordo as
exigências de mercado;
• Visita aos agricultores familiares – pelo menos três vezes por mês em
cada produtor.
7.2.1.2. Em relação à implantação do frango no mercado
• Visita aos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande;
• Demonstrar o produto;
• Organizar as vendas;
• Elaborar um programa de propaganda do frango semicaipira para Baixada
Cuiabana, com folhetos, rádio e televisão;
• Organizar “stand” nos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande.
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7.2.1.3. Relação entre o Frigorífico e a Cooperativa de Produção
• Levantar a demanda real de mercado local, regional e estadual;
• Planejamento estratégico;
• Plano de gestão do abatedouro;
• Capacitação continua e monitoramento e avaliação das ações de campo e
do abatedouro desde a produção até o mercado, demonstrando ao
produtor a importância do produto e a continuidade da produção com
qualidade; trabalhar a importância da produção coletiva; a compra de
insumos coletivamente pela cooperativa dos agricultores familiares;
• Capacitar os agricultores familiares no processo do cooperativismo;
• Demonstrar a importância constituição do sistema produtivo coletivo em
um arranjo dos agricultores familiares em relação à produção, abate e
compra de insumos; bem como as funções de cada um no sistema de
produção empreendedora do frango caipira natural; o fortalecimento da
Identidade no mercado, tornando a marca frango caipira natural uma
referência de consumo no mercado local.
7.2.1.4. Relação do Frigorífico e o Mercado
• Constituir um conjunto de empresas parceira no fortalecimento da marca
e da identidade desde a produção ao mercado, Insumos, Fiscalização,
Assistência técnica e a logística de transporte e entrega dos frangos nos
mercados;
• Estabelecer os pontos de venda;
• Organizar e capacitar as equipes de venda,
• Estabelecer um ponto de distribuição dos produtos em Cuiabá;
• Elaborar um planejamento estratégico;
• Capacitar os funcionários em relação às normas do SISE e SIF;
• Organizar um fluxograma de produção e entrega de frangos;
• Trabalhar o monitoramento e avaliação das atividades do Abatedouro.
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8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO
8.1 Processo de Produção do frango semicaipira
A atividade diferencia-se em produção de Frangos Caipira Francês para o abate de
Galinhas Caipira Francês para produção de ovos. É de suma importância salientar que pela
rusticidade dos produtos adquiridos torna-se muito prático e fácil o criatório destas aves. Mas
não se deve descuidar das necessidades mínimas de espaço, instalações, alimentação, higiene
e sanidade dos animais. Atentos a isso teremos animais sadios atendendo as expectativas do
criador, e melhor, tornando o produto final altamente competitivo com alto valor agregado
sendo reconhecido e valorizado pelos consumidores, que cada vez são mais exigentes por
produtos diferenciados. Além do mais todas as tendências mundiais estão voltadas ao
atendimento com o máximo de satisfação a estes clientes que é o bem maior em todo o
sistema econômico.
Tabela 4. Comparativo das características físico-químicas entre frango industrial e caipira francês.
Aspectos de qualidade Frango Industrial Caipira Francês Variação %
Gorduras (lipídio ) % 2,85 2,34 -18%
Valor Calórico (Kcal/100g) 113,93 108,17 -5%
Resíduo Mineral % 0,74 0,68 -9%
Umidade 74,35 75,20 +1%
Proteínas % 21,44 21,57 +6%
Cálcio (mg/100g) 52,22 68,03 +30%
Ferro (mg/100g) 2,06 2,03 -1%
8.1.1 Infraestrutura (galpões, estufa, terreiros)
a) Local: O local deve ser isolado de outras criações, de fácil acesso, dar
preferência a locais secos, arejados, mais protegidos dos ventos fortes dominantes,
assim os locais elevados dentro da propriedade são os melhores, evitando as baixadas
e proximidades de lagos ou córregos. Deve ser protegido de trânsito de carros e
pessoas, ter água limpa e potável, e em abundância, deve ter espaço compatível com a
quantidade de aves a serem criadas.
b) Galpão: Quando existe alguma instalação na propriedade que possa ser
adaptada ao criatório de aves, esta pode ser utilizada, desde que respeite as mínimas
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
35
condições necessárias a atividade. O galpão deve ser construído de maneira a facilitar
o recebimento de pintainhos, abastecimento de água e de alimento e a retirada de
animais adultos, a cama (depois de 90 dias utilizar para adubo), limpeza e a
desinfecção, além da preocupação com as normas sanitárias e prevenção às doenças.
A orientação solar correta é no sentido Leste-Oeste de maneira que o sol transpasse
sobre a cumeeira nos meses mais quentes do ano.
Figura 5. Tipo de Galpão
O galpão é formado das seguintes partes:
Base: Chão batido a partir de material argiloso molhado e socado até ficar uma
superfície lisa ou usar massa de cimento, brita e areia lavada na espessura de 2,5cm.
Colunas ou Pé direito: Responsável pela armação lateral e a sustentação da cobertura,
deve ter no mínimo 2,0m para galpões pequenos de até 20m² e 2,80m para galpões
maiores. Pode-se usar madeira tratada, postes de cimento, pré-moldados ou ferro.
Tesouras: As tesouras servem para a sustentação do telhado, é usada normalmente,
madeira tratada, podendo ser substituída por pré-moldado ou ferro.
Telhado: É a cobertura, que tem a função de proteger o galpão do sol, da chuva, do
frio e do calor. Usam-se telhas de cimento-amianto, telhas de barro, zinco, alumínio,
ou confeccionados com palhas de palmeiras e outros.
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Mureta: Construída em toda a extensão nas laterais e cabeceiras do galpão, tem de 20
a 45cm de altura, conforme a temperatura da região. Usam-se tijolos, pré-moldados,
concreto armado, bloco de cimento, madeiras roliças deitadas ou tábuas beneficiadas.
Tem a função de fixar a tela e de proteger as aves de animais que podem entrar por
baixo.
Tela: Deve ser instalada sobre a mureta em toda a extensão do galpão nas laterais e
cabeceiras. A fim de proteger contra os predadores das aves e proporcionar uma
melhor ventilação quando necessário.
Figura 6. Modelo Tradicional de Galinheiro
Fonte: Pesquisa Dr. Medson Janer da Silva e Henrique G. Silva
Figura 7. Galpão caipira na Aldeia Terena Babaçu em Miranda/MS.
Fonte: Pesquisa Dr. Medson Janer da Silva e Henrique G. Silva
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Figura 8. Aviário em Marcelândia/MT, 2006
Fonte: Pesquisa Dr. Medson Janer da Silva e Henrique G. Silva
Figura 9. Aviário em Cláudia/MT, 2005
c) Cortinas: As cortinas são feitas de material específico, para suportar as
adversidades do tempo. Estão disponíveis no mercado em duas cores básicas: amarelo
e azul. A instalação é feita sobre a tela e fixada na parte inferior, com fechamento
efetuado de baixo para cima, com roldanas, de maneira a oferecer condições de
regulagem quanto à altura, podendo hora o galpão ficar completamente fechado ou
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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meio aberto, controlando desta maneira o ambiente ideal às aves dentro do galpão,
conforme as exigências de conforto térmico em relação à fase do desenvolvimento.
Figura 10. Tipo de Cortina
d) Porta ou Portão: Dependerá do porte do galpão. É a via de acesso ao
interior do galpão para as tarefas diárias de alimentação, coletas da produção,
inspeção dos animais com retiradas de aves que normalmente morrem, limpeza dos
equipamentos, retirada da cama, quando do abate das aves e recebimento de pintos e
rações.
e) Portinhola: Acesso das aves ao pasto, após completarem os 30 dias de vida.
Estas portinholas devem ser feitas nas laterais dos galpões com medidas de 2,0 x
0,50m, fixadas com dobradiças na parte superior da abertura a fim de abrir para cima,
todos os dias de manhã e fechar facilmente à noite depois que todos as aves já se
recolheram.
f) Dimensões: O galpão como apresentado fica fácil de entender e mesmo ser
construído. Os modelos sugeridos para a criação do Caipira Francês ficam muito
próximo do quadrado ou levemente retangulares, uma vez que para este sistema há
necessidade de um terreiro (área de pastagem). Recomendamos que o mesmo seja em
forma de círculo em torno do galpão ficando assim o mais centralizado possível,
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39
facilitando tanto o pastoreio das aves como o aproveitamento real de todo o espaço
destinado a este fim.
Tabela 5. Medidas dos galpões modelos Caipira Francês
Comprimento Largura Altura Área
5m 6m 2,7m 30m²
7m 8m 2,7m 56m²
12m 10m 2,7m 120m²
Tabela 6. Capacidades dos diferentes galpões
Tipo de Galpão Capacidade p/ abate Capacidade p/ ovos
30m² 300 Frangos 240 Galinhas
56m² 560 Frangos 450 Galinhas
120m² 1200 Frangos 960 Galinhas
8.1.2 Equipamentos, ferramentas, apetrechos (estufa, comedouros,
bebedouros...)
a) Cama: A cama não pode ser considerada um equipamento e sim material de
consumo. Ela é a forração do chão ou piso do galpão, e para este fim são utilizados
vários materiais, entre os mais comuns estão: a casca do arroz (em caso de pintainhos,
já teve casos de perfuração do trato digestivo do animal, recomendado apenas em
caso de animais acima de 30 dias), a maravalha (cepilho de madeira) de pinus, capim
triturado, sabugo de milho e outros, tendo o máximo de cuidado para adquirir o
material bem seco, 20% no máximo de umidade, com partículas de tamanho médio,
evitando materiais que tenham sido tratados com produtos químicos e a poeira de
serra de fábricas de móveis para evitar problemas de intoxicação e aparecimento de
doenças. A principal função é o isolamento térmico entre o piso e as patas dos animais,
sem deixar de ressaltar a diminuição da umidade, o conforto aos animais no descansar,
a manutenção de micro organismos que equilibram o ambiente protegendo contra
enfermidades. A cama deve ser posta com o galpão limpo e desinfetado na espessura
entre 5,0 a 10,0cm e deverá permanecer no galpão até a saída do lote das aves. Deve-
se evitar a colocação ou a retirada parcial da cama, só em casos em que a umidade
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esteja excessiva, por vazamentos de bebedouros ou outras causas. Com o objetivo de
diminuir fungos e baixar a possível umidade da cama é recomendável utilizar o
polvilhamento da cama com cal misturado com sulfato de cobre, que é um excelente
antifúngico, na proporção de 30kg de cal e 100g de sulfato de cobre, utilizar antes do
alojamento dos pintainhos ou quando tiver que trocar uma quantidade grande de
cama por problemas de umidade.
Figura 11. Cama para pintainhos
b) Chapas para Círculo de Proteção: As chapas para formar o círculo de proteção
podem ser de folhas de eucatex, (2,44 x 1,20m) divididas ao meio formando uma altura de
0,60m. Papelão grosso, metal, galvanizadas ou chapas fina de fórmica também tem ótimo
aproveitamento. O importante é a altura e a flexibilidade do material, a fim de formar um
círculo onde serão montados os equipamentos e alojados os pintainhos. As chapas são presas
umas as outras, utilizando um grampo de madeira ou de ferro de obra. O diâmetro do círculo
depende da quantidade de aves no alojamento. Recomendamos utilizar 05 chapas de 2,44m
de comprimento para 500 pintainhos nos primeiros dias de vida. O círculo de proteção, como o
próprio nome diz, tem a função de proteger os pintainhos nos primeiros dias de vida, quando
os mesmos são muito sensíveis as mudanças de temperatura, facilitando a adaptação ao
ambiente, mantendo-os próximos: da fonte de calor, dos bebedouros, da ração, evitando
corrente de ar, separando-os em lotes menores, facilitando o trabalho e a inspeção diária do
tratador.
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41
Figura 12. Proteção lateral da estufa dos pintainhos
c) Papel para Forrar a Cama nos Círculos: O papel mais usado tem sido o jornal,
mas poderá ser substituído pela parte interna dos sacos de papelão das embalagens de ração,
sobras de bobinas de papel pardo, encontrado em papelarias. A função do papel é forrar a
cama nos círculos de proteção para evitar que os pintainhos comam a cama nas primeiras
horas do alojamento e a forração é utilizada para colocar o alimento sobre a mesma,
facilitando o acesso por parte dos pintainhos, pois com o caminhar, eles fazem barulho o que
estimula a alimentação pela curiosidade e instinto. Este forro deve ser retirado no terceiro dia
de alojamento.
Figura 13. Estufa dos pintainhos com forro de jornais.
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42
d) Comedouro Infantil: Existem vários tipos no mercado: Tubular infantil para até 5
kg de ração - ele é formado de um tubo, que geralmente é de material galvanizado e um prato
na parte inferior de alumínio ou plástico. Este equipamento é usado do primeiro até os quinze
dias na proporção de 01 para 80 animais. Bandejas: plástico, alumínio, ferro, madeira ou
tampas das caixas dos pintainhos, viradas e com uma folha de jornal para tampar os furos.
Usa-se 01 para cada 100 animais até no máximo 10 dias. Pode-se usar outros materiais desde
que estejam disponíveis na propriedade e tenham o formato descrito e a altura da borda não
ultrapasse os 3,0cm facilitando o acesso ao alimento.
Figura 14. Modelo de comedouro infantil em material de PVC.
e) Comedouro Adulto: Comedouros para ração: O comedouro mais usado e
aconselhado para este sistema é o Tubular de 20kg, ele é formado de um tubo, que pode ser
de chapa galvanizada, alumínio ou plástico e uma bandeja que geralmente é de plástico e
mantém uma haste no centro formando o conjunto na extremidade superior desta, existe um
sistema de regulagem da saída de ração que deve ser observada e regulada constantemente a
fim de evitar desperdícios no chão ou a falta de alimento para as aves. O equipamento deve
ser suspendido na altura adequada conforme o desenvolvimento das aves, tendo como base o
dorso para a altura ideal. A proporção ideal é 01 comedouro para 30 aves adultas.
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Figura 15. Comedouro metálico com base em PVC.
Comedouros para alimentação alternativa: Os comedouros para este tipo de
alimentação não estão disponíveis no mercado, então usamos para tanto cochos de
tijolos, concreto, alumínio, galvanizado, madeira. Consideramos que os mais adequado
são as manilhas de meio cano de concreto de 30cm fechadas nas duas extremidades,
ou o aproveitamento das bandejas de alumínio, plástico dos comedouros tubulares,
que possam vir a estragar. Este tipo de equipamento é usado no terreiro (área de
pastagem) para administrar a alimentação alternativa. A proporção ideal é 10cm de
espaço para cada ave no acesso ao cocho.
Figura 16. Comedouros com materiais alternativos.
f) Bebedouro Infantil: Existem vários modelos diferentes no mercado, desde o
tipo copo de pressão até os mais sofisticados tipo automáticos, e todos com pequenas
diferenças, atingem o objetivo de fornecer água em abundância às pequeninas aves.
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Os tradicionais e de bom preço são os do tipo copo de pressão que tem a capacidade
de 3 a 5 litros e são usados na proporção de 1 para 100 pintainhos, até a idade de 15
dias.
Figura 17. Modelos de bebedouros em material de PVC.
g) Bebedouros Adulto: Inúmeros são os modelos e marcas comerciais, mas o
mais indicado para o sistema a que se destina, é o tipo Pendular Automático, que tem
a capacidade de abastecer de maneira ininterrupta 100 aves adultas. O modelo é
muito simples e requer somente maiores cuidados na hora da instalação, para evitar
que fique com vazamentos. Deve-se ter cuidado na limpeza e desinfecção diária a fim
de fornecer sempre água limpa e fresca aos animais.
Este modelo poderá ser usado desde o primeiro dia, se na borda d’água for
colocado uma mangueira tipo conduite de instalação elétrica, para evitar que os
pintainhos se molhem no primeiro dia de vida. A regulagem implica em dois manejos
distintos: O primeiro refere-se à quantidade de água dentro do bebedouro que é
facilmente regulado na válvula, torcendo-a para a direita ou esquerda, até atingir o
nível desejado a fim de não derramar água na cama e fornecer a quantidade
necessária; A segunda trata da altura do bebedouro em relação o dorso da ave, que
deve ficar mais ou menos 5,0cm acima. Desta maneira o desperdício é menor e a
manutenção da cama seca é facilitada.
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Figura 18. Modelo de bebedouro automático.
Figura 19. Bebedouro alternativo de tubo PVC.
h) Campânulas: São os equipamentos usados para fornecer calor adequado
aos pintainhos a partir de gás de cozinha. Há inúmeros modelos, com capacidade de
aquecimento que vão de 500 a 2000 pintainhos. A decisão pela escolha deve recair no
número de aves a serem alojadas e a capacidade de investimento de cada criador. O
modelo mais econômico para o alojamento do Caipira Francês é a do tipo redonda
com chapa de alumínio ou galvanizada e com queimador em cerâmica branca, que tem
a capacidade de aquecer 500 pintainhos no inverno e 700 no verão. O uso começa 2
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46
horas antes da chegada dos pintainhos, com o objetivo de aquecer o ambiente e vai
até mais ou menos 14 dias dependendo da temperatura ambiente.
Figura 20. Campânula de metal e com operação a gás.
i) Caixa D’Água: Na verdade a caixa d’água faz parte das instalações, mas
como geralmente a ela não é dada a devida importância, resolvemos classificá-la como
tal. Para cada galpão, devemos dispor de uma caixa d’água com capacidade de
estocagem superior a dois dias de consumo do lote para evitar situações desagradáveis
causados por falta de energia, acidente na rede elétrica ou mesmo queima do motor
da bomba d’água. Há necessidade das aves por uma fonte de água sempre fresca, por
isso a mesma deve ser instalada dentro do galpão ou em uma sombra fora. A
necessidade de consumo de água das aves varia conforme a idade e a temperatura
ambiente onde elas estão. A ingestão de água de uma ave esta relacionado com o
consumo diário de alimento, indo de uma vez até duas vezes e meia o consumo da
ração. A tubulação deve ser de preferência do tipo plástico e enterrado no chão a uma
profundidade mínima de 30 cm para evitar o aquecimento pela irradiação do sol.
j) Rede Elétrica: A rede elétrica também faz parte das instalações, mas mesmo
se tratando de Caipira Francês a energia é importante nos primeiros dias de vida dos
pintainhos, uma vez que ajuda na iluminação a noite, para permitir que haja consumo
de ração e de água. Muitas vezes quando se trata de lotes reduzidos a lâmpada é
usada como iluminação e fonte de calor na proporção de 1 lâmpada de 100 watts para
100 pintainhos.
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47
8.1.3 Localização e instalação dos aviários
O local deve ser isolado de outras criações, de fácil acesso, dar preferência a
locais secos, arejados, mais protegidos dos ventos fortes dominantes, assim os locais
elevados dentro da propriedade são os melhores, evitando as baixadas e proximidades
de lagos ou córregos. Deve ser protegido de trânsito de carros e pessoas, ter água
limpa e potável, e em abundância, deve ter espaço compatível com a quantidade de
aves a serem criadas.
a) Preparo das Instalações e Equipamentos
São providencias de manejos com o local, instalações e equipamentos a fim
de obter o melhor rendimento das aves que serão alojadas.
Mesmo o produtor cuidadoso quanto à origem e com a qualidade dos animais
que esta adquirindo, estará sujeito a grandes problemas se não tomar cuidados
redobrados na preparação do galpão para o alojamento dos pintainhos. Os micros
organismos causadores de doenças tem um alto grau de reprodução em ambientes
propícios, como falta de higiene relacionada ao galpão que não foi bem lavado com
água e sabão, com os equipamentos que foram deixados com restos de ração, água e
medicamentos, com a falta de controle de insetos e roedores, e com o descuido na
limpeza da vegetação danosa, das águas represadas e dos esgotos.
A maior preocupação do produtor para o recebimento é, portanto a limpeza e
a desinfecção do ambiente, instalações e equipamentos a serem utilizados.
Vazio sanitário: É o tempo mínimo de descanso do galpão e das instalações entre uma
criada e a chegada do novo lote de pintainhos. Este período deve ser de no mínimo 07
dias e tem por objetivo eliminar possíveis ciclos de enfermidades. É importante que
neste período não fiquem aves do lote anterior no galpão.
Remoção dos equipamentos e utensílios: É importante que se faça a remoção de
todos os equipamentos e utensílios e quaisquer outros materiais depositados no
galpão, a fim de fazer uma completa lavagem com água, sabão, detergente e escova,
para remover toda poeira e crostas antes de serem desinfetados. Tomar cuidado com
equipamentos como campânulas que não devem ser lavados com água corrente e sim
serem limpos com pano úmido e detergente. Todos estes materiais devem ser
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48
colocados ao sol para secar e que ao mesmo tempo servirá como a primeira
desinfecção. A desinfecção definitiva será feita usando produtos disponíveis no
mercado para este fim e usando as dosagens recomendadas e os cuidados necessários
fornecidos pelo fabricante, para evitar corrosão aos equipamentos e assegurar a saúde
da pessoa envolvida. Todos estes materiais devem ser guardados em outro lugar até
que o galpão esteja lavado e desinfetado.
Retirada da cama: A cama deverá ser retirada do galpão tão logo as aves adultas
deixem o local, e estas devem ficar distantes e amontoadas para processar a
fermentação e assim matar todos os organismos patogênicos que possam ter na cama,
se por ventura não forem vendidas.
Conserto e reparos necessários: Todas as instalações e equipamentos estão sujeitos a
desgastes, e o melhor momento para as verificações é quando o galpão está vazio. Por
isso é importante uma inspeção geral, verificando e consertando tudo o que for
preciso como: instalações elétricas, hidráulicas, caixa d’água, cortinas, telas e pisos.
Deixando tudo em ordem para o recebimento dos próximos pintainhos.
Figura 21. Limpeza da parte interna do galpão.
Limpeza e desinfecção do galpão: Proceda a uma limpeza completa em todo o galpão,
varrendo as cortinas e as telas do lado de dentro e de fora do galpão, varrer as telhas,
tesouras postes e laterais do galpão, e o mais importante, o piso. Não esquecer
também de varrer a parte externa, raspar as muretas e locais que tenham crostas de
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49
fezes. Após queimar com lança-chamas todas as penas dentro e próximas ao galpão.
Só depois disso comesse a lavar com bomba de alta pressão, toda as partes do galpão
usando sabão detergente, a fim de remover o restante da poeira e a sujeira que ficou.
Depois de tudo limpo inicia-se a desinfecção utilizando para tanto
desinfetantes recomendados e seguindo as normas do fabricante. O piso se for de
chão batido deverá receber um tratamento com soda caustica na proporção de 3kg
para 100 litros de água, com o objetivo de eliminar insetos e ovos de vermes e
parasitas. Depois desses procedimentos, deixar o galpão secar durante dois dias e ai
então fazer a pintura de cal no piso, pilares, muretas, tesouras (de madeira) e telhas.
Figura 22. Visão de uma estufa completa e montada.
Preparação do galpão: Após o vazio sanitário (mínimo 7 dias), coloque a cama nova,
monte os círculos com as chapas, localize as campânulas, instale os bebedouros e
comedouros na posição correta, teste tudo para verificar se o funcionamento esta
adequado. Feche o galpão e proíba a entrada até um dia antes da chegada dos
pintainhos, quando deverá ser colocada a água com antecedência e ligar a campânula
a fim de deixar o ambiente aquecido para a chegada das avezinhas.
Manejo para recebimento dos pintainhos: Com o galpão desinfetado e com a cama
nova espalhada, procede-se a montagem dos círculos de proteção, onde as chapas
flexíveis são unidas com grampos de madeira ou ferro a fim de formar um circulo de
diâmetro de mais ou menos 3,0m para cada 600 pintainhos, logo após, instala-se no
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50
centro do círculo a campânula com uma altura mínima de 50cm da cama, procede-se a
forração da cama com papel e distribui-se os 6 bebedouros com água com açúcar e sal.
Usa-se açúcar (1kg) e sal (100g) para 25 litros de água fresca. Após fecha-se o galpão e
mais ou menos 1 hora antes dos pintainhos chegarem liga-se as campânulas para que
o ambiente e a água fiquem na temperatura adequada. A temperatura ideal na
primeira semana, medindo com termômetro a 15cm da borda da campânula e a 5,0cm
da cama são de 32 graus centígrados e para a segunda semana deverá ficar em 29
graus, na terceira em torno de 26 graus e daí ate ficar com a temperatura ambiente.
Uma regra ideal para verificar se a temperatura esta correta é observar a distribuição
das avezinhas:
Pintainhos amontoados embaixo da campânula, piando e disputando
espaço é sinal de deficiência de calor. A campânula está com a regulagem de chama no
mínimo, está instalada alta de mais em relação à cama ou está desligada.
Pintainhos dispostos nas laterais e encostados das chapas do círculo,
afastado ao máximo da campânula, geralmente com bico aberto e disputando os
bebedouros é sinal de excesso de calor. A campânula está com a regulagem de chama
no máximo, está instalada baixa de mais em relação à cama ou a temperatura externa
é muito alta.
Pintainhos todos agrupados de um só lado do circulo e próximo da
campânula, piando muito e disputando espaço é sinal de deficiência de calor por
corrente de ar, vindo de uma porta aberta, cortina baixa ou cortina rasgada.
Pintainhos dispostos uniformemente em todo o circulo comendo,
bebendo, dormindo e em silencio é o sinal da normalidade, o calor está ideal e o
ambiente está correto.
Dar água antes da ração: A água deverá ser administrada durante 2 horas antes que os
pintainhos recebam a ração para melhor hidratá-los. É importante observar se todos
estão bebendo, apalpar vários pintainhos para verificação. Se for preciso, aumente o
numero de bebedouros e ainda aumente a luminosidade dentro do círculo.
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51
A alimentação: A primeira ração que vai até os 30 dias, deverá ser do tipo inicial, sem
ou com o mínimo possível de farelo de trigo. Esta deverá ser distribuída nas primeira
12 horas sobre o forro de papel nos círculo e após o período de 2 horas de água. Em
seguida distribui-se os comedouros infantil na proporção de 1 comedouro para 100
pintainhos, intercalando com os bebedouros. A ração que por ventura sobrar sobre o
papel, deverá ser removida.
Instalação dos equipamentos permanentes: Gradualmente, a medida que os
pintainhos crescem, é importante aumentar os espaços e aos poucos ir acrescentando
os equipamentos definitivos entre os 5 e 15 dias de idade, e sempre observar se os
pintainhos estão se alimentando e bebendo normalmente.
Obs: A observação constante dos pintainhos e principalmente no final do dia,
quando as aves estão mais calmas para o período da noite, é acima de tudo uma
maneira de conhecer melhor as aves e o seu desenvolvimento ou possíveis anomalias
e doenças. É importante ouvir para certificar-se de que tenham algum tipo de espirro
ou rouquidão, verificar se estão com boa quantidade de alimento no papo e se o peso
está satisfatório para a idade. Procedendo desta maneira e fazendo as devidas
anotações em fichas específicas do lote, forma-se assim um histórico importante de
análise, que a qualquer momento poderá ser útil.
Figura 23. Estufa com calor bem distribuído.
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8.1.3.1 Água
A água é um “detalhe” de grande importância para a saúde e o crescimento
das aves. Existe um grande número de doenças que são transmitidas pela água
contaminada.
A manutenção da saúde é um conjunto de práticas que envolvem isolamento,
higiene, profilaxia e combate sistemático a vermes e parasitas. Para se introduzir novas
aves a um plantel formado, essas devem passar por um isolamento de, no mínimo, 10
dias. Esse isolamento permite avaliar se há alguma ave contaminada e impedir que as
demais possam contrair alguma doença, caso haja contaminações.
A água deve ser Abundante e Limpa. Deve ser fresca e de boa qualidade para
que o metabolismo da ave possa trabalhar de forma a aproveitar melhor os nutrientes
dos alimentos ingeridos. A água é muito importante no manejo de qualquer animal.
Tabela 7. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango.
Semana ml/dia/frango Litros/Dia/500 Frangos Litros/Dia/1.000 Frangos
1 32 16 32
2 69 34,5 69
3 104 52 104
4 143 71,5 143
5 179 89,5 179
6 214 107 214
7 250 125 250
8 286 143 286
8.1.3.2 Terreiro (Área de Pastagem)
“A liberdade é um conceito”.
Este conceito se prende a um patrimônio: A criação tradicional de frangos
semicaipiras, soltas, livres, sem limitações. Mas a criação evoluiu com o tempo, e hoje
temos para o Caipira Francês as noções de Habitat Limitado e de Terreiros Ilimitados.
As áreas de pastagens deverão permitir às aves:
A utilização máxima do espaço natural em torno do galpão;
Fazer exercícios tanto quanto queiram;
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Ir tão longe quanto queiram a fim de encontrar o complemento natural
para a sua alimentação;
Expor-se ao sol sem limite de tempo;
Recolher-se à sombra quando necessitarem;
Banhar-se com terra à vontade;
Alimentar-se na pastagem formada na quantidade desejada.
Somente os pequenos galpões (modelo Caipira Francês), com medidas
inferiores a 150m² de área, em que são criados lotes máximos de 1200 frangos ou 960
galinhas, permitem a realização destas condições: pastagens contínuas durante toda a
vida do lote. Contudo, as cercas podem ser usadas para a proteção dos jardins,
plantações, casas e galpões de outra exploração, usando para o mesmo telas de
arame, bambu, madeira, alvenaria ou mesmo pré-frabricados, e essas devem ter
aproximadamente 1,80m de altura. Sempre atento ao conceito de liberdade,
recomendamos que os terreiros sejam em forma de círculo em torno do galpão (que é
próximo da forma de um quadrado), para que fique bem centralizado melhorando a
distribuição das aves e facilitando o manejo.
Tamanho: O tamanho esta relacionado com as dimensões do galpão, a quantidade de
aves a serem criadas, a qualidade e quantidade de pasto na área. Sendo que o mínimo
necessário é dispor de 3,0m² por ave, e de nem uma forma deve dar idéia de
fechamento ou aprisionamento das galinhas e frangos.
Pastagem: A pastagem deve ser do tipo que se propaga por mudas (estoloníferas),
com alta concentração de proteínas e de fácil adaptação a região a ser plantada. As
melhores são “estrela africana”, “tifton 85”, “coast cross”, “kikuio” entre outras que as
aves aceitam bem para o pastoreio. Neste local devem permanecer as árvores nativas
ou plantadas, na falta destas serão providenciados os sombrites (abrigo artificial)
contra o sol, confeccionado com sobras de matérias da propriedade, palha de babaçu,
coqueiro ou mesmo capim seco trançado. O sombrite tem um formato de um guarda-
chuva, onde finca-se um poste deixando mais ou menos 2,0m de altura e arma-se um
telhado redondo em cima com diâmetro de 2,0m. Em baixo é instalado um bebedouro
pendular automático para cada 200 aves e um tipo de cocho caipira, feito de tijolo,
madeira ou com meia manilha de concreto de 30cm, para 100 aves, onde se deposita a
“Alimentação Alternativa” todos os dias no período da tarde.
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Figura 24. Terreiro com boa pastagem
8.1.4 Manejo Produtivo
Para a estabilidade do plantel de um módulo de criação de frangos
semicaipiras deve ser levada em conta a mortalidade máxima aceitável de 10%,
ficando o plantel assim configurado:
01 reprodutor com 6 a 24 meses de idade;
12 matrizes com 6 a 24 meses de idade;
63 a 97 pintos em fase de cria (1 a 30 dias de idade);
60 a 92 pintos em fase de recria (31 a 60 dias de idade);
112 a 174 frangos em fase de terminação (61 a 120 dias).
A variação no número de animais nas fases de cria, recria e terminação
decorre do tipo de sistema de produção adotado, que pode ser com incubação natural
ou artificial (chocadeira).
O monitoramento da evolução do plantel de aves é uma ferramenta
extremamente importante para se ter o controle dos fatores que podem comprometer
o sucesso da atividade. Por meio das informações coletadas e analisadas
periodicamente, o criador pode gerenciar de forma mais eficiente a sua criação, visto
que, encontra meios para detectar possíveis falhas ou problemas que podem ocorrer
ao longo das diferentes etapas da criação.
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Dessa forma, a fim de facilitar a coleta de informações referentes a entradas e
saídas de animais do plantel (compra, morte, venda e consumo), podem ser utilizadas
fichas de acompanhamento simples, conforme modelos:
Quadro 2. Modelo de ficha para controle mensal do plantel de frangos semicaipiras.
Categoria Estoque
inicial
Entrada Saída Estoque final Compra Morte Consumo Venda
Reprodutores
Matrizes
Pintos 1–30
Pintos 31–60
Frangos 61-150
Total geral
As aves prontas para o abate e destinadas à comercialização são, em sua
maioria, entregues vivas ao ou a consumidores finais. Mesmo assim, o abate é uma
prática comum realizada pelos agricultores, quando as aves se destinam ao consumo
doméstico. Nesse caso, devem ser observados os aspectos higiênicos adequados e os
procedimentos necessários para a obtenção de carne de boa qualidade,
principalmente com relação ao sabor, cor e textura. O abate em maior escala requer
uma observação mais criteriosa, que atenda aos requisitos da vigilância sanitária,
inclusive com relação à manipulação dos resíduos que atraem outros animais, como
moscas, roedores e alguns carnívoros, além de provocarem mau cheiro e de
contaminarem o ambiente.
No período que antecede ao abate, recomenda-se deixar as aves em repouso,
suspendendo, seis horas antes, o fornecimento de alimentos sólidos a fim de evitar o
rompimento dos intestinos e a contaminação da carcaça.
Em termos de comercialização de produtos oriundos da atividade agrícola
familiar, é muito importante que os agricultores estejam organizados em associações
comunitárias. Tal fato não só permite a redução dos custos operacionais com mão-de-
obra e transporte, como também, a manutenção de uma oferta regular, escalonada e
competitiva dos produtos. Além disso, a adoção de todos os cuidados recomendados
tanto na criação, como no abate das aves, permite que o produto final atenda às
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56
exigências do consumidor facilitando a obtenção de marcas comerciais que
possibilitem a sua venda em outros locais.
8.1.5 Manejo Sanitário
Tem por objetivo manter as condições de higiene no sistema de criação que
permitam minimizar a ocorrência de doenças, obter boa performance e bem-estar das
aves, além de assegurar ao consumidor um produto de boa qualidade. Uma das formas
de controlar as doenças no plantel é por meio da higienização das instalações, controle
de vetores de doenças e remoção de carcaças de aves mortas. Essas medidas visam a
diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do plantel,
resguardando a saúde do consumidor.
O manejo sanitário deve ser estabelecido levando-se em conta dois pontos
principais:
a) Assepsia de instalações e equipamentos: A remoção periódica dos
excrementos e pulverização de toda a instalação com produtos naturais como fumo e
sabão, cuja calda pode ser obtida a partir da desagregação de 200 gramas de fumo e
sabão na proporção de 1:1 em um litro d'água durante 1 dia e posterior diluição e
cinco litros d'água. Limpeza diária dos comedouros e bebedouros. Renovação, a cada
ciclo de incubação, do enchimento dos ninhos.
b) Controle de doenças fisiológicas, patogênicas e parasitárias: O controle de
doenças fisiológicas é realizado mediante o uso de práticas de manejo que evitam
situações estressantes. Deve ser efetuado levando-se em conta a taxa de lotação
adequada, o suprimento protéico e mineral de acordo com a exigência para cada fase
de criação, ventilação das instalações, fornecimento de água e comida nas horas
adequadas, etc.;
As doenças patogênicas são transmitidas por meio de vírus e bactérias. As
principais doenças que ocorrem na região Meio-Norte do Brasil são a Bronquite
infecciosa, Newcastle, Gumboro e Varíola aviária (Bouba). Além da limpeza dos
equipamentos e instalações, também deve ser estabelecida uma cobertura vacinal,
além do uso de antibióticos (Tabela 8).
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57
Para o controle das doenças parasitárias, além da limpeza de equipamentos e
instalações deve-se, também, estabelecer um plano de controle de endo e
ectoparasitas, que dependerá do monitoramento das condições das aves (Tabela 8).
Tabela 8. Esquema de controle de doenças patogênicos e parasitárias nas diferentes fases do desenvolvimento das aves.
Controle Reprodução Cria Recria Terminação
Dia
Vacina contra doença Newcastle 60 em 60 10 a 15 45 90 a 120
Vacina contra Bronquite infecciosa 60 em 60 10 a 15 45 90 a 120
Vacina contra Bouba Aviária 10 a 15 - -
Controle de endo e ectoparasitas 45 em 45 - 45 90 a 120
8.1.6 Manejo Alimentar
Tem como objetivo principal suprir as necessidades nutricionais das aves em
todos os seus estágios de desenvolvimento e produção, otimizando o crescimento, a
eficiência produtiva e a lucratividade da exploração, já que o custo com alimentos
representa 75% do custo total de produção.
O manejo alimentar proposto para o sistema alternativo de criação de frangos
semicaipiras prevê a integração das atividades agropecuárias, com o aproveitamento
de resíduos oriundos da atividade agrícola. Tal fato não só permite a redução dos
custos de produção, como também, a agregação de valores aos produtos, pois utiliza
resíduos agrícolas, como a parte aérea da mandioca (folhas), que normalmente são
abandonados no campo, transformando-os em proteína animal. Além da parte aérea
da mandioca, que é rica em proteína, é possível se utilizar as raízes de mandioca, suas
cascas e crueiras, que são subprodutos da fabricação da farinha e da goma de
mandioca.
Outra fonte de alimento rico em proteína que normalmente é pouco
aproveitada, embora apresente enorme potencial para a alimentação de frangos
semicaipiras, é o farelo de arroz, cujos teores de proteína bruta são de
aproximadamente 15%. Este produto resulta do processo de beneficiamento dos grãos
de arroz para consumo, sendo relativamente fácil de ser obtido, principalmente nas
unidades agrícolas familiares que adotam o sistema de cultivo do arroz.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
58
Por serem animais não ruminantes, as aves exigem que os alimentos
contenham pouca fibra vegetal e sejam fornecidos de forma balanceada e
devidamente triturados, a fim de facilitar a digestão. Alimentos fibrosos apresentam
baixa digestibilidade, elevam os custos e atrasam o desenvolvimento das aves. Dessa
forma, a dieta deve ser estabelecida de acordo com a exigência nutricional de cada
fase do seu desenvolvimento, sendo que a formulação da ração deve ser feita com
base nos teores de proteína apresentados por cada um de seus componentes, na sua
eficiência alimentar (Tabela 9).
Tabela 9. Exemplo de uma ração formulada a partir de vários ingredientes e considerando-se as diferentes fases de desenvolvimento das aves.
Ingredientes Reprodução Cria Recria Terminação
(6 a 24 meses) (1 a 30 dias) (31 a 60 dias) (61 a 120 dias)
Farelo de soja 10 30 7 -
Milho 25 66 30 22
Folha de mandioca 36 - 40 53
Mistura mineral 4 4 3 3
Caca e crueira 25 - 20 22
Total 100 100 100 100
Pasto à vontade controlado à vontade
Além dos produtos indicados, podem-se utilizar vários outros produtos, como
fonte alternativa de alimentos para as aves, tais como fenos de feijão-guandu ou
leucena, ou vagens moídas de faveira (Parkia platicephala), que é uma espécie
abundante no Piauí. No caso de se utilizar qualquer uma dessas fontes de alimento, os
seus teores de proteína devem ser considerados, a fim de permitir a formulação
correta das rações e proporcionar um desempenho adequado das aves, conforme
Tabela 10.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
59
Tabela 10. Desempenho esperado para as aves no sistema alternativo de criação de frangos semicaipiras.
Idade Peso vivo Ganho de
peso semanal
Consumo de ração Conversão alimentar
Semanal Acumulado Semanal Acumulado
Semana 9 9 9 9
1 105 63 112 112 1.779 1.779
2 171 66 180 292 2.272 2.264
3 249 78 220 512 2.821 2.473
4 341 92 250 762 2.717 2.548
5 446 105 280 1.042 2.667 2.579
6 551 105 330 1.372 3.143 2.695
7 669 118 390 1.762 3.305 2.810
8 800 131 470 2.232 3.588 2.945
9 932 132 520 2.752 3.939 3.092
10 1.107 138 540 3.292 3.913 3.202
11 1.200 130 550 3.842 4.231 3.318
12 1.335 135 570 4.412 4.222 3.412
13 1.460 125 580 4.992 4.640 3.520
14 1.600 140 590 5.582 4.214 3.580
15 1.740 140 600 6.182 4.286 3.641
16 1.880 140 610 6.792 4.357 3.695
17 2.000 120 620 7.412 5.167 3.785
18 2.120 120 630 8.042 5.250 3.870
Fonte: EMBRAPA Meio-Norte
Os cálculos para estimativa de desempenho advêm da evolução zootécnica da
espécie, onde com base no consumo de ração (CR) e do ganho de peso (GP) de cada
fase ou de todo o ciclo reprodutivo estima-se, também, a conversão alimentar (CA),
que é a razão entre as duas variáveis inicialmente citadas.
8.2 O Abatedouro de Aves
O perfil visa atender os agricultores familiares dos Territórios Rurais que já
possuem alguma experiência na criação de frangos caipira e também aos interessados
em iniciar uma agroindústria de abate de aves, com vistas à produção de carne de
frango e comercialização do frango resfriado ou congelado inteiro ou em partes e
também tendo em vista de diminuir o abate clandestino de aves que vem aumentando
no Brasil, oferecendo um produto de qualidade para população. O principal produto
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
60
oriundo do Abatedouro é a carcaça de frango, a qual é comercializada para
supermercados, açougues e similares com vistas ao fornecimento de carne. São
também comercializados os subprodutos comestíveis, em especial as vísceras
vermelhas (coração, moela e fígado), além de pés, pescoço e cabeça, os quais podem
ser utilizados para comercialização direta com a carcaça resfriada ou congelada, ou, no
caso das vísceras (também conhecidos como miúdos), em embalagens de produtos
específicos.
Nesta capacidade, supõe-se que o frango seja caipira aproveitando-se a
oportunidade de mercado que tem considerado o melhor sabor, menor teor de
gordura e outras vantagens neste produto diferenciado. O "frango caipira" tem se
destacado nos mercados dos grandes centros urbanos com preços superiores ao
frango de granja e seu abastecimento não tem suprido, suficientemente, a demanda
deste nicho de mercado.
Os estabelecimentos que processam produtos de origem animal estão
sujeitos à legislação e à fiscalização, das condições mínimas para a sua implantação e
funcionamento. O Decreto nº 7.889, de 23 de novembro de 1989 estabelece as
competências desta fiscalização segundo o tipo de comercialização a ser efetuada:
Secretarias Municipais de Agricultura no caso da comercialização municipal;
Secretarias Estaduais dos Estados, e Distrito Federal, no caso de comercialização
intermunicipal; e o Ministério da Agricultura, no caso da comercialização interestadual
ou internacional, devendo os estabelecimentos estar previamente registrados no
órgão competente antes de entrar em funcionamento.
O Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem
Animal (RIISPOA) define, no 2º parágrafo do artigo 21, Abatedouros como
"estabelecimentos dotados de instalações adequadas para a matança de quaisquer das
espécies de açougue, visando o fornecimento de carnes em natureza ao comércio
interno, com (frigoríficos) ou sem dependências para industrialização; disporão
obrigatoriamente de instalações e aparelhagem para aproveitamento completo e
perfeito de todas as matérias-primas e preparo dos subprodutos não comestíveis".
As matérias-primas a serem utilizadas no presente estabelecimento são
frangos semicaipiras cuja produção é amplamente difundida em todo o território
nacional, e pode passar a ser uma atividade bastante lucrativa com a crescente difusão
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
61
das suas qualidades. A carne do frango caipira apresenta vantagens de sabor
diferenciado, sem gosto de ração; é mais firme que a carne do frango de granja; livre
de antibióticos ou promotores de crescimento; quando é cozida não desgruda do osso;
a pele é mais compacta e tem menor teor de gordura e alto teor de proteínas. A
produção do frango em sistema de granja nesta capacidade não traria o retorno dos
investimentos em tempo compensatório para o agricultor familiar, estima-se que seria
necessário o abate de pelo menos 5.000 aves/dia para tornar viável o abate de frangos
de granja. E há de se considerar a familiaridade do produtor com a produção do frango
caipira.
A criação tradicional do frango caipira é extensiva, isto é, em sistema de total
liberdade e tem se caracterizado por: aves sem raça definida; baixa produção de ovos
e carne; alimentação à base de pasto e sobras de grãos; a postura é feita em ninhos
esparsos e em esconderijos (fator de aumento nas perdas); as frangos chocam em
esconderijos o que reduz o número de pintos nascidos em relação aos ovos chocados e
normalmente a mortalidade das aves é alta. Este quadro, porém pode ser otimizado
sem mudar o sistema de criação, através de seleção de plantel, práticas de manejo da
criação, suplementação alimentar, controle de sanidade e profilaxia, além de outras
recomendações feitas por técnicos da EMPAER.
O melhoramento genético do plantel pode ser feito com a introdução de aves
já melhoradas para serem cruzadas com aves do plantel previamente selecionadas. As
aves recomendadas devem ter dupla aptidão, ou seja, serem apropriadas para a
produção de carnes e ovos, tais como: Rhode Island Red, Plymouth Rock Bared e New
Hampshire, que são raças puras, ou aves híbridas de ovos vermelhos; além de Isa
Browm, Hy-line Browm, Label Rouge e aves canadense Paraíso Pedrez. A grande
mortalidade dos pintinhos pode ser controlada com a introdução de algumas práticas
simples e cuidados, principalmente nos primeiros 20 dias. Como exemplo, cita-se a
retirada de cascas de ovos do ninho onde foram gerados, trocando todo material por
material limpo e seco.
A resistência das aves semicaipiras é maior que as de granja, mas mesmo
assim devem receber rações balanceadas para atender as exigências nutricionais. A
ração balanceada pode ser caseira, como apresentado no Quadro 6 e deve ser
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
62
fornecida em comedouros no interior do galinheiro na base de 60 g por dia por ave e
cocho com mistura para consumo à vontade.
8.2.1 Descrição do Abatedouro (estabelecimento)
a) Localização do estabelecimento:
Rodovia MT 246, Km 3, Distrito Industrial, Barra do Bugres-MT
TEL.: (65) 3361-1921 - e-mail: [email protected]
b) Natureza do estabelecimento: Pequeno Abatedouro de Aves
c) Responsável técnico: Edu Rodolfo Gonçalves - Engº Civil - CREA nº
1205889019
d) Área do terreno: A área do terreno será de aproximadamente 1.000,00m².
e) Área construída:
Abatedouro............................................................................75,13m²
Anexos (escritório, banheiro e vestiário).................................15,30m²
Totais......................................................................................90,43m²
f) Área útil do Abatedouro:
Recepção e Sangria................................................................. 9,30 m²
Área Suja .............................................................................. 10,27 m²
Sala de Evisceração................................................................ 19,00 m²
Acesso de Funcionários (lavatório e lava botas)....................... 5,90 m²
Seção de Cortes....................................................................... 6,70 m²
Depósito de Embalagens.......................................................... 3,84 m²
Câmara Frigorífica.................................................................. 6,00 m²
Expedição............................................................................... 4,54 m²
g) Área útil do anexo Sede Administrativa:
Vestiário e banheiro feminino. ............................................... 4,00 m²
Vestiário e banheiro masculino ............................................... 4,00 m²
Escritório................................................................................. 4,40 m²
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
63
h) Recuo do alinhamento:
O recuo do alinhamento do prédio industrial com relação à cerca/alambrado,
ou qualquer outra benfeitoria é de aproximadamente 50,00 metros.
i) Especificações dos Materiais e Serviços:
Materiais: Todos os materiais a serem empregados na obra, deverão ser de
primeira qualidade, satisfazendo todas as exigências das Normas Técnicas sobre o
assunto.
Serviços: Todos os serviços necessários para a execução da obra obedecerão
fielmente ás determinações do responsável técnico:
i. Movimento de Terra: serão executados serviços de corte e aterro
deixando uma declividade de 1,5% no sentido das águas e escavações
manuais no solo já devidamente marcado. Serão abertas valas com
seção de 30 X 60 cm e serão escavados os locais onde serão locadas as
sapatas, nas dimensões especificadas em planta. As sapatas deverão
estar assentadas em solo firme de resistência inferior à = 1,0 Kg/cm².
Em situações adversas, como solo de baixa capacidade de suporte,
deverão ser adotados outros tipos de elementos estruturais para as
fundações (estacas Strauss ou Broca).
ii. Vigas de Fundação (Baldrames): sobre o concreto ciclópico nivelado e
blocos de coroamento, serão executas as vigas baldrames, que serão
de concreto armado, fck = 15 Mpa, com armadura longitudinal e
transversal, conforme projeto estrutural específico.
iii. Impermeabilização: sobre as vigas da fundação (baldrames), serão
executadas duas camadas com hidro-asfalto, sendo uma no sentido
longitudinal e outra no sentido transversal.
iv. Supra –Estrutura: Cintamento: Será executado o cintamento em toda a
alvenaria, obedecendo sempre, o projeto estrutural específico,. O
cintamento será executado com armadura especificada no projeto
estrutural, devendo seguir rigorosamente as especificações da ABNT –
NBR 6120/ NBR 5627 / NBR 7480 / EB-565/78.
v. Alvenarias: Serão utilizados tijolos cerâmicos de 6 ou 8 furos que
atendam as seguintes especificações : 20 x 20 x 10 cm . O traço
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
64
empregado no assentamento da alvenaria, será 1:2:8 (cimento – cal –
areia). As fiadas deverão estar perfeitamente alinhadas e prumadas.
As juntas deverão apresentar espessura máxima de 15 mm, sendo
reguladas à ponta de colher. Todas as superfícies de concreto em
contato com alvenaria deverão ser previamente chapiscadas com
argamassa de cimento e areia, traço 1:3 (cimento – areia).
Peitoris: Todos os peitoris das janelas da fábrica são cortados em
ângulo de 45º para a parte interna, revestidos com azulejo. Na parte
externa será usado cerâmica com pingadeira, com 5% de inclinação.
vi. Forro: Forro de PVC apenas na sede administrativa (escritório banheiros
e vestiários).
vii. Laje Pré-moldada de concreto: Será usada em todo , e terá o pé direito
de 3,50 m.
viii. Cobertura: A cobertura será executada com estrutura em madeira
aparelhada (nas quatro faces), com madeira perfeitamente seca,
e,cobertura em telhas cerâmica em todo Abatedouro e na sede
administrativa.
ix. Esquadrias: As janelas serão todas metálicas do tipo basculante. As
portas de acesso ao Abatedouro deverão possuir em sua porção
externa portas de tela com sistema de fechamento automático (mola)
e todas as janelas também deverão possuir quadro de telas de fácil
remoção (facilitar a limpeza).
x. Revestimento: Os revestimentos empregados na obra serão os
seguintes: Paredes Externas: Será utilizado revestimento com chapisco
emboço e reboco. O chapisco será executado com argamassa de
cimento e areia, no traço 1:3, com espessura de aproximadamente 5
mm. O emboço será executado em argamassa de cimento, cal e areia
no traço de 1:2:8. Após a cura do emboço, deverá ser executada a
limpeza das paredes (retirada de material pulverulento), e, molhar as
paredes, para dar início ao reboco, que deverá ser executado com
argamassa de cimento, cal e areia fina, no traço de 5:2:6, com
espessura não superior à 5 mm. Paredes Internas: Será utilizado
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
65
revestimento com chapisco e emboço deixando as paredes
desempenadas e alisadas do Abatedouro (todas internas), banheiros e
vestiários prontas para colocação dos azulejos e reboco, apenas no
escritório. Azulejos: serão aplicados até uma altura de 2,0 m em toda
parte interna do Abatedouro nos banheiros e vestiários, os azulejos
devem ser lisos e de cor clara (marcas recomendadas: Ceusa, Eliane ou
similar).
xi. Pavimentação: Contrapiso de concreto: O contrapiso será executado
em concreto magro, desempenado e regulado, com espessura de 10
cm. Piso nas dependências da indústria: O piso de todo Abatedouro
será feito em cimento alisado de alta resistência (Korodur).
Opcionalmente poderá ser em cerâmica industrial ou pedra basalto
rejuntado com cimento antiácido. Nos banheiros e vestiários será
usada cerâmica, de cor clara e antiderrapante. Paralelepípedos
regulares: A área de circulação e/ou pátio do Abatedouro será em
paralelepípedos regulares, com caimento de 2% para condução das
águas pluviais.
xii. Pinturas: A pintura externa será executada com uma demão de selador.
E após, duas demãos de tinta acrílica branca. A pintura interna acima
dos azulejos (2,0m) será executada com uma demão de selador e duas
demãos de tinta acrílica branca. As esquadrias de ferro serão pintadas
com esmalte sintético, sobre fundo antioxidante (zarcão). As
esquadrias deverão ser previamente lixadas, de modo a retirar todo e
qualquer material que possa prejudicar ou criar foco de corrosão
futura.
xiii. Vidros: Serão empregados vidros lisos com espessura de 3,0 mm em
todas as janelas, inclusive no óculo de entrada e óculo de passagem.
xiv. Cerca: O terreno deverá ser cercado nos limites da área industrial.
xv. Instalações Hidrosanitárias: Serão executadas de acordo com o projeto
específico. O tratamento dos dejetos será feito conforme projeto em
anexo. Depósito de sangue e vísceras, depósito de penas, toda água de
limpeza do Abatedouro será encaminhada para uma caixa com tela
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
66
para retenção de sólidos e desta segue para a graxaria e
posteriormente, para uma lagoa anaeróbica e posteriormente para
mais 2 lagoas (sedimentação e polimento) para então ser lançada em
algum efluente ou valas de infiltração. Reservatório de água: Um
reservatório de água, a nível elevado, executado em alvenaria,
metálico ou fibrocimento, com capacidade para 5.000 litros.
xvi. Instalações Elétricas: será toda interna, com a utilização de eletrodutos
de PVC,as tomadas serão instaladas a 90cm de piso e os interruptores
a 1,20m do piso.
Figura 25. Croqui do Abatedouro de frango semicaipira.
Parte Suja Parte Limpa Parte Externa
8.2.2 Descrição do processo de produção
Da granja até o preparo no Abatedouro na forma de carcaça, ou mesmo de
corte, deverão ser seguidos vários estágios importantes que precisam ser programados
para serem realizados de maneira eficiente e higiênica.
a) Transporte: Depois disso, é feito o transporte para o abatedouro nas
primeiras horas da manhã. No caso da plataforma de recepção estar ocupada, os
caminhões deverão permanecer em área de espera. Na espera os galpões devem ser
bem ventilados a partir dos tetos e das laterais (ambos para evitar o stress térmico).
LEGENDA
1 - Trilho 2 - Trollers 3 - Atordoador Elétrico 4 - Túnel de Sangria 5 - Tanque de escaldagem 6 - Depenadeira 7 - Mesas inox (espera e toalete). 8 - Trilho c/ 4 trollers 9 - Mesas inox (evisceração). 10 - Tanque de reidratação 11 - Tanque de resfriamento 12 - Gancheira para gotejamento 13 - Mesa para montagem 13-A – Mesa de embalagem 14 - Funil de embalagem 15 - Câmara Frigorífica Modular
LEGENDA
1 - Trilho 2 - Trollers 3 - Atordoador Elétrico 4 - Túnel de Sangria 5 - Tanque de escaldagem 6 - Depenadeira 7 - Mesas inox (espera e toalete). 8 - Trilho c/ 4 trollers 9 - Mesas inox (evisceração). 10 - Tanque de reidratação 11 - Tanque de resfriamento 12 - Gancheira para gotejamento 13 - Mesa para montagem 13-A – Mesa de embalagem 14 - Funil de embalagem 15 - Câmara Frigorífica Modular
LEGENDA
1 - Trilho 2 - Trollers 3 - Atordoador Elétrico 4 - Túnel de Sangria 5 - Tanque de escaldagem 6 - Depenadeira 7 - Mesas inox (espera e toalete). 8 - Trilho c/ 4 trollers 9 - Mesas inox (evisceração). 10 - Tanque de reidratação 11 - Tanque de resfriamento 12 - Guancheira para gotejamento 13 - Mesa para montagem 13-A – Mesa de embalagem 14 - Funil de embalagem 15 - Câmara Frigorífica Modular
LEGENDA
1 - Trilho 2 - Trollers 3 - Atordoador Elétrico 4 - Túnel de Sangria 5 - Tanque de escaldagem 6 - Depenadeira 7 - Mesas inox (espera e toalete). 8 - Trilho c/ 4 trollers 9 - Mesas inox (evisceração). 10 - Tanque de reidratação 11 - Tanque de resfriamento 12 - Guancheira para gotejamento 13 - Mesa para montagem 13-A – Mesa de embalagem 14 - Funil de embalagem 15 - Câmara Frigorífica Modular 16 - Esterilizador de facas 17 – Máquina para aplicar filme plástico 18 - Depósito de penas 19 – Lavador de caixas plásticas
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
67
Logo após, os engradados deverão ser descarregados em plataforma dimensionada
para facilitar esta operação, e, em seguida, higienizados com água clorada (3 a 5 ppm).
b) Sangria: Uma vez descarregados na plataforma de desembarque, os
engradados são conduzidos à área de pendura, onde os engradados são abertos na sua
parte superior, e as aves são descarregadas e colocadas nos trilhos e encaminhados
para calha de sangria que deve ser em aço inox, e realiza-se um corte lateral da
jugular, deixando-as sangrar por um período de 3 minutos (preconizado pelo SIF),
muito embora se reconheça que nos primeiros 40 segundos, 80% do sangue é liberado
e, no intervalo, entre 1 e 2 minutos e meio, o sangramento estaria completo.
Os engradados vazios são levados à seção de sua higienização, onde são
lavados com água hiperclorada e sob pressão, e a seguir desinfetados com produtos
aprovados para tal, visando evitar-se a disseminação de possíveis doenças entre as
granjas.
b) Escaldagem: A próxima etapa é a escaldagem, que consiste na imersão
num tanque de água quente agitada e tem a finalidade de facilitar a etapa de remoção
das penas, a depenagem. Quando se deseja uma ave com uma pigmentação de pele
mais amarelada, o escaldamento é feito de forma branda (52ºC / 2,5min.). O uso de
temperaturas mais altas (processo rigoroso: T ~ 56ºC / 1,5min), além de gerar frangos
de coloração mais clara de pele, acelera a produção de linha mas causa problemas no
sentido de que evidencia hematomas nas áreas em que existam contusões. Em
hipótese alguma as aves deverão ser imersas ainda vivas no tanque de escaldagem.
c) Depenagem: O processo de depenagem é feito pela ação mecânica de
"dedos" de borracha que são presos a tambores rotativos, e são, geralmente,
procedidos de um acabamento manual. Nesta etapa deve-se evitar a quebra dos ossos
e o rompimento da pele da ave (que ocorre principalmente quando a escaldagem for
muito alta). No caso de aproveitamento de pés para comercialização com a carcaça
limpa, as aves também sofrem a escaldagem e limpeza de pés. A depenadeira retira,
além das penas, a película amarela dos pés das aves. Esta etapa delimita a área suja do
Abatedouro.
d) Evisceração: Feita a depenagem processa-se a evisceração, que é
constituída por uma série de etapas: remoção da sambiquira (glândula de óleo); corte
e remoção da traquéia; extração da cloaca e evacuação do intestino grosso; abertura
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
68
do abdômen e eventração (exposição de vísceras para inspeção veterinária). A
primeira operação realizada na área limpa, que é delimitada da anterior através de um
vão na parede.
A evisceração é feita manualmente em mesa específica para esta finalidade,
que contém torneiras para facilitar as lavagens. A primeira operadora faz o corte da
traquéia, retira a cloaca e o abdômen. A segunda retira a traquéia e as vísceras. Em
seguida encaminha-se a carcaça para o lado oposto da mesa e as vísceras para a
terceira operadora, que separa os miúdos. Neste ponto, deve-se impedir que a carcaça
entre em contato com as vísceras novamente evitando contaminação. O coração, o
fígado e a moela removidos são separados e sofrem processos de limpeza,
resfriamento e embalagem para posterior reincorporação à carcaça, ou são embalados
para sua comercialização. Seguindo a linha de evisceração, removem-se os pulmões,
papo, esôfago e traquéia, que são descartados, indo ter à seção de tratamento de
resíduos (graxaria). No caso do abate proposto neste perfil, tais materiais poderão ser
recolhidos e enviados a empresas que promovam o seu tratamento e comercialização
(farinhas, etc.), ou serem incinerados em crematório próprio para esta finalidade.
e) Inspeção: Com as vísceras fora da carcaça, à quarta operadora faz inspeção
(exame da carcaça externa e internamente e das vísceras). Durante a inspeção, feita
por agentes de inspeção treinados, são eliminadas as aves condenadas por doenças, a
remoção de partes com injúrias, ossos quebrados, etc.
f) Higienização: Com a liberação da carcaça faz-se uma lavagem final
encaminha-se a mesma para o pré-resfriamento. É procedida, então, a lavagem
interna e externa da carcaça, com remoção do sangue residual, membranas e resíduos
de vísceras, que também são encaminhados à seção de graxaria. Nesta etapa também
são separados os pés e o conjunto cabeça-pescoço.
g) Resfriamento: Só então a ave estará preparada para a operação de
resfriamento, que pode ser feita por várias técnicas, sendo o mais comum o uso de
tanques descontínuos com água e gelo (pequenas produções), ou resfriadores
contínuos. Neste perfil, o resfriamento é feito, basicamente, em dois estágios:
Pré-refrigeração, as carcaças são mergulhadas manualmente nos tanques com
água tratada e refrigerada, onde a temperatura da água fica entre 10 e 18ºC para se
evitar o encolhimento do músculo (endurecimento do músculo peitoral), e também
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
69
uma redução (lavagem) da contaminação superficial das carcaças. Para se evitar o risco
de contaminação das carcaças a água deve ser hipoclorada em torno de 2 a 5 ppm e
renovada ao longo do processo.
Resfriamento, após serem pré resfriadas, as carcaças são, então,
encaminhadas ao segundo estágio onde a temperatura é reduzida para
aproximadamente 0ºC (zero graus). Após esta etapa as carcaças saem com
temperatura entre 5 e 8ºC, sendo o ideal entre 2 e 4ºC.
h) Gotejamento: Em seguida é feito o gotejamento onde as aves são
suspensas pela asa, coxa ou pescoço, dependendo se o conjunto cabeça-pescoço tiver,
ou não, sido previamente removido. As aves permanecem penduradas por um tempo
de 2,5 a 4 minutos, o que visa reduzir o excesso de água absorvida na etapa de
refrigeração, para não se infringir a legislação, que preconiza um máximo de 8% de
absorção de água. Este gotejamento pode ser realizado fora da área de abate,
permitindo-se que as aves "descansem" em local apropriado por tempo suficiente para
escorrer o excesso de água absorvido na etapa de pré-resfriamento.
i) Classificação, embalagem e resfriamento ou congelamento: Finalizando, as
aves passam pelos processos de classificação, embalagem e resfriamento ou
congelamento. Aquelas carcaças que sofreram remoção de partes no processo de
inspeção são levadas para a seção de cortes, os quais são embalados e resfriados ou
congelados. As seções de cortes devem ter temperatura ambiente controlada entre 10
e 15ºC.
As carcaças com temperatura adequada (2 a 3 ºC) são embaladas e
encaminhadas à câmara de resfriamento dentro de caixas plásticas, sendo estocadas
com temperatura de -1 ºC por um período máximo de 1 semana; se for preciso estocar
por períodos maiores, deverão ser congeladas.
O congelamento de carcaças ou cortes deverá ser realizado por meio de
congelamento rápido em equipamentos apropriados para este fim. A carne deve
entrar na câmara Frigorífica com a temperatura em torno de 0 ºC, a qual será
rebaixada para uma temperatura de -18 ºC em ambiente com temperatura entre -40 e
-45 ºC, a velocidade do ar varia entre 2 a 4 m/s.
O armazenamento das carnes refrigeradas é feito em refrigeradores
industriais e o de carne congelada é feito em freezer. Neste perfil, pressupõe-se a
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
70
comercialização imediata do frango caipira, e na maior parte resfriado. As condições
de armazenagem devem ser dadas para proporcionar maior flexibilidade operacional à
agroindústria.
j) Aproveitamento e Tratamento de Resíduos: Os subprodutos não
comestíveis oriundos do abate de aves (penas, vísceras, e sangue), por constituírem
sério problema ambiental e higiênico-sanitário, devem ser conduzidos por meios
apropriados à seção de graxaria, que deve estar localizada a uma distância mínima de
10 (dez) metros do corpo do Abatedouro. Os subprodutos não comestíveis deverão ser
recolhidos e conduzidos a fornos crematórios (fornalhas) para incineração de carcaças
condenadas ou de aves que chegam mortas ao Abatedouro. No mínimo, deve-se
separar os resíduos sólidos e se recolher e concentrar o sangue, e se dispor deles em
aterros sanitários ou fossas para a sua decomposição. Há que se evitar ao máximo a
poluição dos cursos de água e/ou redes de esgoto.
Pode-se considerar o processamento destes subprodutos em farinhas em
unidades próximas que já tenham graxaria instalada, ou, na ausência desta alternativa,
a sua destruição em fornos crematórios. Assim, esta alternativa de implantação de
graxaria, deveria ser viabilizada após retorno do capital investido e/ou ao se considerar
a expansão do abate para um volume que torne tal investimento em equipamentos de
graxaria indispensável.
Em relação às redes de esgoto e estações de tratamento: caso existam, devem
suportar a carga do Abatedouro, recomendando-se, porém o tratamento dos efluentes
industriais antes de se os lançar às redes. Caso não existam redes de esgoto, torna-se
essencial o tratamento prévio dos efluentes industriais através de gradeamento, uso
de caixas de gordura, vala ou lagoa de oxidação, lodos ativados e/ou biodigestor. Para
Abatedouros de pequeno porte, como o previsto neste perfil, soluções como
gradeamento, caixas de gordura ou valas de oxidação são seguidas de lagoas de
estabilização. O esgoto proveniente, de banheiros deve ser conduzido separadamente
do sistema de tratamento de efluentes do Abatedouro.
A separação, remoção e secagem de sangue (DBO entre 150 e 240.000 mg/L)
contribui em muito para minimizar a poluição causada pelos Abatedouros nos cursos
de água, evitando-se futuros, e cada vez mais prováveis confrontos ambientais e
legais.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
71
8.2.3 Dimensionamento, localização e obras.
a) Localização: No que tange à localização, os principais condicionantes são: a
proximidade da matéria-prima, disponibilidade de energia elétrica e disponibilidade de
água potável em grandes quantidades.
b) Proximidade da matéria prima: Quanto à proximidade da matéria-prima,
este não deve se constituir em grande problema, uma vez que a criação de aves é
amplamente difundida no país, e pode ser facilmente implantada, se bem orientada
por profissionais. Convém ressaltar que a proximidade das granjas de criação/engorda
minimizam estresse para as aves em decorrência do transporte, e tornam o
Abatedouro mais viável, reduzindo os custos de transporte, e as perdas de peso das
aves durante esta etapa.
c) Necessidade de água: Quanto à necessidade de água, estipula-se um
consumo médio de 30 litros por frango abatido, que deve apresentar características de
potabilidade, recomendando-se a sua cloração entre 2 e 5 ppm de cloro residual livre.
d) Terreno: A localização deve considerar um terreno que permita a completa
instalação de todas as unidades do Abatedouro, se possível fornecendo dois acessos,
um para matéria-prima (animais) e outro para a expedição de produtos acabados.
Deve-se prever ainda um local com área suficiente (áreas/galpões de espera) para que
as cargas possam esperar o seu descarregamento nas plataformas de abate sem causar
estresse térmico para as aves. De preferência deve ser suficientemente amplo para
comportar todas as operações necessárias ao funcionamento. Deve ser plano, seco e
livre de enxurradas, de fácil aquisição ou desapropriação, de mais de uma frente, ter
rios ou lagoas próximas e capazes de receber os seus efluentes. Deve se localizar fora
do perímetro urbano, próximo a vias de acesso fácil e de preferência ser dotado de
rede rodoviária que facilite o escoamento da produção, embora afastado da via
pública (preferencialmente a 5,0 metros desta). Preferencialmente, deve se localizar
em zonas rurais ou estritamente industriais, para se evitar conflitos futuros com
regiões urbanas. Deverá dispor de área pavimentada e urbanizada, suficiente para
permitir a movimentação de veículos, bem como a construção de galpões de espera
para os caminhões que não puderem efetuar o descarregamento imediato de suas
cargas. Se possível deve atender ainda a futuros projetos de expansão.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
72
e) Cursos de água: Há de se considerar ainda a sua localização em relação aos
cursos de água, a qual deve ser feita à jusante dos pontos de captação para
tratamento e abastecimento da população.
f) Cidade: Em relação à cidade: devido ao odor desagradável que as operações
do Abatedouro exalam deve estar disposto de modo a que os ventos predominantes
não carreiem odores para a cidade; no caso disto ser inevitável, deve-se fazer com que
os ventos atravessem uma barreira de árvores de odor agradável antes de ter às
cidades. Também, devido à natureza dos produtos ali obtidos, deve-se cuidar para que
a agroindústria não se localize junto a fontes poluidoras e produtoras de odores
(curtumes, lixões, etc.).
g) Energia elétrica: Em relação à energia elétrica, a unidade deve se situar em
locais abastecidos de luz e força suficiente para iluminação das áreas de abate e
processamento dos subprodutos, para o funcionamento de caldeiras (caso se opte por
caldeiras elétricas), bombas e equipamentos, instalações de frio, etc.
8.2.4 Detalhes gerais de construção e instalação:
O conjunto de obras civis definidos para a operacionalização do presente
Abatedouro prevê a necessidade de 90,0m², assim distribuídos: área de recepção, área
suja, área limpa, área de estocagem e expedição.
a) Corpo Principal: A construção do corpo principal (sala de matança e seção
de subprodutos) deverá ser efetuada em alvenaria, respeitando-se as exigências do
RIISPOA. As paredes deverão ser impermeabilizadas com azulejos, gressit ou outro
material aprovado para tal, até uma altura de dois metros. Acima deste
impermeabilizante será realizada a pintura com tinta acrílica (metalatex). Os encontros
de paredes e entre estas e os pisos deverão ser arredondados.
b) Piso: O piso deverá ser de korodur, cerâmica industrial, ou outro material
antiderrapante aprovado pelo serviço de inspeção. Deve apresentar um declive de 1,5
a 3% em direção às canaletas.
c) Teto: O teto na sala de matança deverá ser construído de laje de concreto
liso, sem pintura, ou possuir cobertura de estrutura metálica, refratária ao sol, desde
que possua vedação perfeita à entrada de insetos e pássaros. Em geral, o pé-direito
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
73
deverá possuir altura mínima de 4 metros, exceto nas áreas onde houver climatização
do ambiente (cortes e embalagens), onde o pé-direito pode ser reduzido para 3m.
d) Ventilação e Iluminação: A ventilação e iluminação necessárias serão
proporcionadas por colocação de janelas providas de telas para proteção contra
insetos, a uma altura de 2 (dois) metros, com parapeito chanfrado e azulejado (ângulo
de 45), e de área equivalente a 1/5 (um quinto) da área do piso. Para compensar a
pouca luminosidade de dias mais escuros, haverá iluminação artificial. Na seção de
inspeção exige-se uma iluminação de 500 a 600 Lux (luz fria), sendo proibido o uso de
iluminantes que mascarem a coloração das carcaças e miúdos. Em caso de
necessidade, permite-se a instalação de exaustores.
e) Comunicações com o meio externo: As comunicações com o meio externo
deverão ser feitas através de portas de vai e vem, e serem providas de cortina de ar.
8.2.5 Equipamentos.
Todos os equipamentos podem ser adquiridos no mercado interno, e muitas
informações sobre fornecedores potenciais estão disponíveis em alguns sites da
internet listados em anexo
a) Trilho para sangria com acionamento manual: Estrutura feita em aço inox
fixada ao teto (laje) da recepção.
b) Trollers com algemas inox (8): Alças providas de rodado que trabalham
dependuradas no trilho e possui algemas nas quais as aves são dependuradas pelos
pés.
c) Atordoador Elétrico c/ regulagem de voltagem: promove a eletronarcose
(insensibilização) das aves antes da sangria.
d) Túnel de Sangria: calha feita em alumínio provido de registro e depósito
para coleta do sangue.
e) Tanque de escaldagem: Recipiente com abas laterais em aço inoxidável
304, provido de um queimador a gás e termômetro. Capacidade para até 200
aves/hora e 80 litros. Dimensões: 1090 x 700 x 850mm.
f) Depenadeira: Construída totalmente em aço inox 304, acionada por motor
de 2,0 cv trifásico. Provida de funil alimentador com dispositivo basculante para carga.
Capacidade para 500 aves/hora.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
74
g) Mesas inox (espera e toalete): Construídas em chapa de aço inox 304,
Dimensões: 900 x 900 x 900mm.
h) Trilho c/ 4 trollers: Estrutura feita em aço inox fixada ao teto, responsável
pelo transporte das carcaças da área suja para sala de evisceração.
i) Mesas inox (evisceração): Construídas em chapa de aço inox 304, provida
de calhas e torneiras com depósito para vísceras. Dimensões: 1000 x 2000 x 900mm.
j) Tanque de reidratação: Tanque tipo ½ lua destinado à reidratação das aves.
Construído em aço inoxidável 304, equipado com rodas fixas e giratórias. Capacidade
aproximada de 300 litros. Dimensões: 1200 x 600 x 690mm.
k) Tanque de resfriamento: Tanque tipo ½ lua destinado ao resfriamento das
aves. Construído em aço inoxidável 304, equipado com rodas fixas e giratórias.
Capacidade aproximada de 300 litros. Dimensões: 1200 x 600 x 690mm.
l) Gancheira: para gotejamento com 30 ganchos inox.
m) Mesa para montagem e embalagem: Construída em chapa de aço
inoxidável 304. Dimensões: 2000 x 900 x 850mm.
n) Funil de embalagem: Construído em aço inox 304, formado por lâminas
sob ação de molas, com diâmetro de abertura apropriado para embalagem de frangos
e galinhas.
o) Câmara Frigorífica Modular 2,0 X 2,0 X 2,5m.
p) Móveis e equipamentos: Armário de aço para guarda das embalagens,
Balança eletrônica comercial com saída para impressora (15kg) Balança eletrônica de
bancada, dotada de uma única célula de carga devidamente dimensionada para a
capacidade requerida. Gabinete em ABS injetado; prato de pesagem em aço inoxidável
AISI 430 polido, teclado à prova de respingos de água e poeira, com retorno sonoro,
display vácuo-florescente com 6 dígitos de 12mm; alimentação elétrica: 110/220 VCA,
50/60Hz, selecionável. Capacidade de Pesagem: 15kg x 5g Dimensões do prato: 35 x
25cm.
q) Máquina para aplicar filme plástico: Construída em aço destinada a
envolver as bandejas de produtos com filme plástico tipo PVC. Dimensões: 510 x 670 x
140mm.
r) Utensílios gerais: Compreende o lavatório e lava botas para higienização
dos funcionários, além de utensílios de processamento como: facas, cortadora de
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
75
pescoço e pernas, pistola para cloacas, bandejas, baldes e outros. Inclui também
fornalha para incineração de resíduos
8.3 Inspeção sanitária e Certificação
Inicialmente será acompanhada pela Secretaria de Saúde do município, o
Serviço de Inspeção Municipal. Depois com Serviço de Inspeção Sanitário Estadual o
INDEA assumirá o papel de fiscalização e monitoramento durante o recebimento dos
frangos para o abate e o abate propriamente dito. Terá de ter um escritório em anexo
ao Abatedouro para os trabalhos do Médico Veterinário do INDEA.
8.4 Fluxograma da Cadeia Produtiva
A cadeia produtiva é iniciada com a compra de pintainhos com um dia de vida
e provenientes de linhagens próprias para a criação no sistema caipira, vindos de
granjas matrizes. O transporte das aves é realizado em caixas de papelão com
aberturas na parte superior (para a entrada de ar), forradas com serragens e certa
quantidade de ração.
No momento da chegada, o espaço destinado aos pintainhos deverá estar
devidamente preparado com o forro de palha de arroz na espessura de 3 a 5cm, os
comedouros infantis abastecidos com ração para a fase inicial e os bebedouros
abastecidos com água e 3 colheres de sopa de açúcar para tranqüilizá-los após o stress
sofrido durante a viagem.
A maior preocupação é contra o calor e o frio excessivos que são os maiores
causadores de mortalidade nos primeiros dias de vida e que também merecem
atenção durante a fase adulta, quando as aves já estão no galpão. Dessa forma, as
cortinas do galpão são itens tão importantes quanto os outros equipamentos, tendo a
função de proteger e aquecer as aves.
Como o calor excessivo também pode ser prejudicial às aves, em algumas
regiões é importante a instalação de ventiladores para garantir a temperatura ideal do
local. Quando as aves completam 25 dias, estão preparadas para terem acesso ao
piquete de grama estrela, onde podem ciscar e se alimentar. Elas possuem livre acesso
ao galpão, nos dois primeiros lotes analisados neste estudo, a ração somente era
disponibilizada pela manhã e no final da tarde, isso para incentivar as aves a ciscar pelo
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
76
piquete de grama e se alimentarem de maneira natural. O terceiro lote analisado
também teve livre acesso ao galpão, porém a ração foi oferecida em tempo integral.
Com isso observou-se o aumento na taxa de conversão alimentar, em decorrência do
aumento no consumo da ração, automática redução no consumo da vegetação e
conseqüente ganho de peso em menor tempo, inclusive descaracterizando o produto
“frango semicaipira”.
A ração balanceada foi desenvolvida juntamente com uma empresa da região
com o objetivo de oferecer todos os nutrientes importantes para a formação das aves,
garantir a isenção de resíduos animais, isenção de promotores de crescimento e
estabelecer uma parceria capaz de atender as necessidades da criação com rapidez e
preço baixo. A ração é composta de: 69% de milho, 27% de farelo de soja e 4% de
vitamix. À noite, as aves são recolhidas para o galpão a fim de ficarem protegidas dos
predadores naturais.
Todos os piquetes de grama são cobertos por Cynodon dactylon, conhecido
vulgarmente como grama seda, grama de cidade, grama de burro, grama estrela,
bermuda (Quadro 3).
Quadro 3. Composição Bromatológica do Cynodon dactylon.
Elementos Com base na Matéria Seca
aos 21 dias de idade
Proteína bruta Extrato etéreo Extrato não nitrogenado Fibra bruta Matéria mineral
10,7% 1,90% 51,6% 25,4% 10,4%
Fonte: Edwards e Bogdan, citados por Alcântara e Bufarah in SNA (2004)
Por se tratar de aves rústicas, a criação não exige mão-de-obra especializada.
O mais importante é garantir a limpeza do local, estar atendo para o abastecimento de
ração e água, observar qualquer comportamento diferente na saúde das aves – como
diarréia, por exemplo – e não permitir o acesso de animais próximos às áreas da
criação, com o objetivo de evitar contaminações ou a aproximação de predadores.
As aves são pesadas quinzenalmente com o acompanhamento do ganho de
peso e do consumo de ração, dessa forma, calcula-se o fator de conversão permite
avaliar o desempenho de diferentes linhagens. O desenvolvimento de parcerias com
fornecedores do produto é feito a partir do acompanhamento na evolução das aves,
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
77
no que diz respeito ao ganho de peso, consumo de ração e índice de mortalidade
obtidos após o cumprimento dos cuidados no manejo. O melhor resultado é obtido
com um baixo fator de conversão do consumo de ração para peso da ave e da menor
taxa de mortalidade indicando aves saudáveis e aproveitamento completo do lote.
Por se tratar de uma pequena produção, a venda é realizada diretamente ao
consumidor final com a venda porta-a-porta e através da feira livre da região, com a
devida autorização dos órgãos responsáveis. A cadeia produtiva do frango caipira é
mostrada na figura a seguir.
Figura 26. Cadeia Produtiva do Frango Semicaipira Tradicional
A produção de acordo com as condições específicas do frango caipira tem-se o
seguinte esquema de manejo:
a) do 1° ao 25° dia: período em que as aves ainda pequenas ficam confinadas
no galpão sem acesso à área externa;
b) do 26° ao 90° dia: período de engorda em que as aves têm livre acesso ao
galpão e ao piquete; e
c) do 91° ao 105° dia: período de limpeza e descanso do galpão e do piquete.
Os proprietários planejam dispor de um lote de aves por mês para garantir
receitas mensais e para ganhar a fidelidade dos clientes. Considerando que o ciclo se
completa com 105 dias, se o ano tem 365 seriam necessários 4 galpões para assegurar
1 lote/mês. Diante da impossibilidade de investimento em outros três galpões,
Granjas
Matrizes
Fábrica de
Ração
Pintainho
1 dia
Pinteiros Galpão
(Piquete)
Produto
Final
Cliente
Terceiros Terceiros
Plantas Próprias Venda
1° ao 25° dia 26° ao 90° dia
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
78
dividiram o galpão em 4 espaços iguais, separados por muretas e telas e, a partir de
um escalonamento na produção, respeitando o tempo mínimo para abate e para
limpeza do local, seria possível obter um lote mensal em menor quantidade. Na tabela
11, é mostrado o cronograma anual para se obter receitas mensais na criação de
frangos.
Tabela 11. Cronograma Anual de Produção de Frango Semicaipira
Lote JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias
1 1-25 26-60 61-90 91-105
2 1-25 26-60 61-90 91-105
3 1-25 26-60 61-90 91-105
4 1-25 26-60 61-90 91-105
1 1-25 26-60 61-90 91-105
2 1-25 26-60 61-90 91-105
3 1-25 26-60 61-90 91-105
4 1-25 26-60 61-90 91-105
5 1-25 26-60 61-90 91-105
Fonte: Dados de pesquisa
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
79
9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PNE
9.1 Organizacional
a) Estrutura Organizacional
Qual é a estrutura organizacional do Abatedouro? Anexar um organograma
com os respectivos cargos, conselhos e funções de cada em deles.
Qual o poder de decisão de cada conselho e competências e critérios de
escolha de seus membros?
Qual grau de comunicação e interdependência entre cada cargo e cada
conselho?
Como as decisões são tomadas no Abatedouro?
Conselhos: Quais são os conselhos? Quais seus papéis e funções? Qual a
periodicidade de reuniões e critérios para convocação de reuniões
extraordinárias? Critérios, mandato e processo de escolha dos membros
dos conselhos?
b) Sistema de Autogestão
Como a agroindústria será gerida?
Quais competências/capacidade o gestor ou o corpo gerencial tem e
deveria ter?
Quais são as responsabilidades do gestor ou do núcleo de autogestão?
Qual a autoridade do gestor ou do núcleo de autogestão?
Como o desemprego do gestor ou do corpo gerencial será avaliado?
A cooperativa tem acesso à assistência técnica nas áreas de Tecnologia,
Desenvolvimento Organizacional, Gestão e Planejamento Estratégico?
9.2 Institucional
Criação da Cooperativa;
Implantar programas de capacitação dos agricultores familiares e
trabalhadores;
Incentivo às formas associativas de produção;
Gestão;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
80
Criar marcas e registros;
Comercialização;
Implantar logística de coleta e comercialização do produto.
9.3 Econômico
Buscar a eficiência de todo o processo produtivo;
Implantar métodos de redução de custos de produção;
Traçar estratégias de comercialização através da Cooperativa.
9.4 Tecnológico
Produção de acordo com parâmetros técnicos para a produção de frangos
semicaipiras;
Assistência técnica e gerencial.
9.5 Ambiental
No sistema de produção melhorar o manejo adequado da pastagem dos
piquetes;
Na alimentação depender menos de terceiros quanto ao volumoso e
proteína, com o emprego de rações alternativas;
No Abatedouro fazer o tratamento dos resíduos na perspectiva de fabrico
de adubos orgânicos.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
81
10. PROJETOS
10.1 Projeto 1 – Capacitação dos Agricultores familiares que produzem
frangos
Objetivo Geral: Melhorar o manejo dos aviários, o fabrico da ração alternativa, a
pastagem dos 58 aviários dos associados, o associativismo e o cooperativismo, a
gestão do Abatedouro coletivo e a renda dos avicultores.
Objetivos Específicos:
Melhorar a produtividade e qualidade da carcaça do frango produzido;
melhorar a renda dos avicultores;
diversificar as alternativas de produção de ração;
melhorar o processo de manejo da pastagens e suplementos protéicos
vegetais;
fortalecer o associativismo e o cooperativismo.
Metas:
realizar Dois cursos anuais para 60 agricultores familiares na criação e
manejo da produção de frangos;
realizar Dois cursos anuais para 60 agricultores familiares no manejo dos
aviários;
realizar de Dois cursos anuais para 120 agricultores familiares no manejo dos
recursos próprios e naturais;
realizar Dois cursos anuais para 120 agricultores familiares em
associativismo e cooperativismo.
Orçamento: R$ 30.000,00 (Trinta mil reais)
Fonte de Financiamento: Parceiras (SEBRAE, CTA, SDT/MA)
10.2 Projeto 2 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora
Objetivo Geral
Prover de infra-estrutura da Cooperativa.
Objetivos Específicos:
Disponibilizar uma sede para o escritório da Cooperativa;
Melhorar o apoio logístico da Cooperativa;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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Mobiliar o escritório da Cooperativa.
Metas:
Adquirir ou Construir um espaço para o escritório da Cooperativa;
Adquiri móveis e equipamentos de escritório e informática ;
Viabilizar o sinal da internet; e
Orçamento: R$ 40.000,00 (Trinta mil reais)
Fontes de financiamento: Próprios, Fundação Banco do Brasil, PRONAF.
10.3 Projeto 3 – Formação de Capital de Giro
Objetivo Geral
Obter capital de giro para a Cooperativa fomentar o abate para os agricultores
familiares para reduzir a intervenção dos atravessadores e melhorar a renda dos
agricultores familiares.
Objetivos Específicos:
Viabilizar recursos para a Cooperativa girar as primeiras vendas;
Reduzir a dependência dos agricultores familiares em relação aos
atravessadores;
Constituir o fundo financeiro da Cooperativa;
Melhorar a renda dos agricultores familiares.
Metas:
Viabilizar um projeto de produção de 150.000 cabeças de frango/ano no
valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);
Fontes de financiamento: Banco do Brasil, MDA, CONAB;
10.4 Projeto 4 – Melhoramento e Ampliação do Número de Aviários
Objetivo Geral
Melhorar a infraestrutura dos aviários existentes e ampliar o número de
agricultores familiares, para aumentar a produção e a qualidade do frango.
Objetivos Específicos:
realizar investimentos nos aviários existentes para atender as exigências
legais;
garantir aviários em todas os assentamentos dos 3 municípios;
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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melhorar a qualidade e quantidade dos frangos produzidos.
Metas
Reformar 50 aviários;
Construção de 50 aviários;
Aquisição de 100% das máquinas e equipamentos adequados e necessários
para a estruturação de todas os aviários a serem construídas e para os que
serão reformadas.
Orçamento: R$ 1.200.000,00 (hum milhão e duzentos mil reais)
Fontes de Financiamento Governo Federal;
10.5 Projeto 5 – Assistência Técnica e Gerencial
Objetivo Geral
Garantir assistência técnica e gerencial com eficiência e eficácia aos
agricultores familiares produtores de frangos e ao Abatedouro em Barra do Bugres,
com vistas ao aumento da produtividade e da qualidade.
Objetivos Específicos:
melhorar a produção, produtividade e qualidade do frango;
garantir assessoramento técnico a unidade de abate;
melhorar a renda dos agricultores familiares;
diversificar o mercado dos frangos.
Metas:
Aumentar a produção de frango em 10% num período de 4 anos;
garantir a contratação de dois técnicos para realizar a assistência técnica aos
agricultores familiares e à Cooperativa;
melhorar em 100% a renda dos agricultores familiares.
Orçamento: R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)
Fontes de Financiamento: Recursos Próprios; PRONAF; Governo Municipal...;
SEBRAE, EMPAER.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
84
11. ORGANIZAÇÃO GESTORA
11.1 Identificação
A gestão do Abatedouro de frangos semicaipira será executada por uma
Cooperativa formada por agricultores familiares inseridos na cadeia produtiva do
frango semicaipira nas comunidades rurais dos municípios de Barra do Bugres, Nova
Olímpia e Tangará da Serra, que fazem parte do Território Rural do Alto do Rio
Paraguai.
Figura 27. Esquema do processo de gestão do Abatedouro.
Esse processo de gestão terá como coordenador geral o comitê gestor,
consultoria especializada na área de produção e mercado. Um gerenciamento,
departamentalizado em:
a) Departamento de produção a campo irá cuidar da produção e da
cooperativa;
b) Departamento do Abatedouro cuidará de todo apoio ao abate e
embalagem e armazenamento do frango;
c) Departamento de Logística de Mercado e Comercialização irá cuidar do
frango a partir do Abatedouro até a entrega aos mercados.
METODOLOGIA
DE TRABALHO
ABATEDOURO
Projetos Projetos
AlternativosAlternativos
ORGANIZAORGANIZAÇÇÃOÃO
DIREDIREÇÇÃO/COORDENAÃO/COORDENAÇÇÃOÃO
PROCESSO DE PROCESSO DE
IMPLANTAIMPLANTAÇÇÃOÃO
MONITORAMENTOMONITORAMENTO
/AVALIA/AVALIAÇÇÃOÃO
SENSIBILIZASENSIBILIZAÇÇÃO/ÃO/
MOBILIZAMOBILIZAÇÇÃOÃO
-- DIAGNDIAGNÓÓSTICO E CONSULTA A STICO E CONSULTA A
POPULAPOPULAÇÇÃOÃO
-- VISÃO DE FUTURO VISÃO DE FUTURO
-- PLANIFICAPLANIFICAÇÇÃOÃO
•• OBJETIVOSOBJETIVOS
•• DIRETRIZESDIRETRIZES
•• ESTRATESTRATÉÉGIASGIAS
•• PROGRAMAS E PROJETOPROGRAMAS E PROJETO
–– ARTICULAARTICULAÇÇÃOÃO
–– BUSCA DE PARCERIASBUSCA DE PARCERIAS–– NEGOCIANEGOCIAÇÇÃOÃO
–– AJUSTESAJUSTES
–– DIVISÃO DE TAREFASDIVISÃO DE TAREFAS
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
85
Quadro 4. Resumo das Ações do Abatedouro
ATIVIDADES PRODUTIVAS ABATEDOURO E
MERCADO
VENDA MENSAL
1° Ano 2°Ano 3° Ano 4° Ano
Frango e Mercado 5.000 frangos 10.000 frangos 15.000 frangos 20.000 frangos
Estimativa de Venda (R$ 12/Unidade)
R$ 60.000 R$ 120.000 R$ 180.000 R$ 240.000
Custos – Produtor e Abate (R$ 9,30)
R$ 43.500 R$ 93.000,00 R$ 139.500,00 R$ 186.000
Custos de Logística de Mercado e Entrega
R$ 5.600 R$ 1,12/frango
R$ 5.600 R$ 0,56/frango
R$ 5.550,00 R$ 0,37/frango
R$ 5.600 R$ 0,28/frango
Saldo Mensal - Lucro R$ 10.900 R$ 21.400 R$ 34.950 R$ 48.400
Produtor a Campo com Ração Comercial (Custo/frango R$5,33)
2.000 frangos por mês
4.000 frangos por mês
6.000 frangos por mês
8.000 frangos por mês
Custos R$ 10.660 R$ 21.320 R$ 31.980 R$ 42.640
Receita Bruta a R$ 8,00/frango em pé
R$ 16.00 R$ 32.000 R$ 48.000 R$ 64.000
Receita Líquida R$ 5.340 R$ 10.680 R$ 16.020 R$ 21.360
Produtor a campo com Ração Alternativa (Custo/frango R$ 4,23)
2.000 frangos por mês
4.000 frangos por mês
6.000 frangos por mês
8.000 frangos por mês
Custos R$ 8.460 R$ 16.920 R$ 25.380 R$ 33.840
Receita Bruta a R$ 8,00/frango em pé
R$ 16.000 R$ 32.000 R$ 48.000 R$ 64.000
Receita Líquida R$ 7.540 R$ 15.080 R$ 22.620 R$ 30.160
Este projeto apresenta uma proposta de Política de apoio à agricultura
familiar, que viabilizam o desenvolvimento local através de um modelo de gestão auto-
sustentável. O aumento da produtividade com o aperfeiçoamento das técnicas de
produção, a implantação de agroindústrias para agregar valor à matéria prima e o
planejamento da produção visando à abertura de novos mercados são metas do
projeto nos anos iniciais de implantação, sempre em parceria com os trabalhadores
rurais e o poder publico, assim como entidades do terceiro setor e a sociedade civil
organizada.
As decisões dos trabalhos e dos investimentos passam sempre por um Fórum
gestor do Abatedouro e da Cooperativa, onde serão debatidas e discutidas com as
famílias que compõem o grupo de agricultores familiares que produzem frango, os
prós e contras de cada encaminhamento proposto, resultando em um misto de
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
86
atividades individuais e coletivas das comunidades produtoras. Os agricultores
familiares que produzem frangos deverão estar filiados a cooperativa. Os frangos têm
de estar de acordo às observâncias de mercado segundo normativa do INDEA e da
ANVISA.
11.2 Recursos Humanos
O Abatedouro deverá ter uma equipe com a capacidade de treinar as famílias
para produzirem segundo estas normativas com aproveitamento dos subproduto e
com a conservação dos recursos naturais. Uma equipe capaz de gerenciar a produção e
atingir o mercado com tecnologia produtiva e social. Com inclusão social e melhoria de
qualidade de vida do agricultor, maximizando lucros e minimizando custos. Nesse
sentido estabelece-se a seguinte equipe:
a) Técnico de nível superior e experiente em planejamento, gestão de
negócios com especificidade na produção, abate e comercialização de produtos da
agricultura familiar: Trabalhar as questões de campo, no monitoramento da produção
de ração e engorda dos frangos. Também no abate e assessoria no gerenciamento do
Abatedouro e na logística de mercado
b) Dois técnicos de nível superior com experiência na produção de ração de
mandioca, cultura da mandioca e engorda e manejo do frango caipira. Sendo um
Engenheiro Agrônomo e outro Médico Veterinário: O Engenheiro Agrônomo deverá
visitar cada produtor pelo menos três vezes por mês, observando as instalações,
maneja da engorda dos frangos semi-caipira, produção de mandioca e produção de
ração alternativa de mandioca. Cuidando para que as normas oficiais de engorda do
frango sejam cumpridas junto aos agricultores familiares. O Médico Veterinário deverá
acompanhar todo abate, recebimento dos frangos e uma visita por mês aos
agricultores familiares ou quando for necessário.
c) Seis funcionários para abate dos frangos e para o apoio em geral: Todos
esses funcionários deverão passar por um curso de nivelamento inicial e um
monitoramento e avaliação continua para manter a qualidade do produto. Dentre os
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
87
seis funcionários separar um deles para ser o gerente da unidade com nível médio
profissionalizante: O gerente deverá acompanhar a chegada dos caminhões de frango,
cuidar para que os frangos passem pelo Médico Veterinário, os cuidados sanitários e
ambientais da unidade e dos equipamentos utilizados na unidade. Cuidar a segurança
do local e dos equipamentos de segurança dos funcionários.
11.3 Experiência
A Cooperativa dispõe hoje de aproximadamente 58 agricultores capacitados
para trabalhar com a produção de frangos semicaipiras. Todos serão sócios da
Cooperativa.
11.4 Estratégias de Financiamento
Os recursos para financiamento do Abatedouro foram discutidos e priorizados
no Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Alto do Rio Paraguai, que definiu a
implementação de um Abatedouro de frangos semicaipiras como uma forma de
consolidação da cadeia produtiva da avicultura semicaipira na região.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
88
12. ASSESSORIA TÉCNICA
Com o objetivo de prestar apoio técnico-gerencial de forma a aprimorar a
produção, processamento e comercialização de maneira a garantir o êxito do
Abatedouro. Deve ser realizado em todas as etapas do processo desde a fase
produtiva, passando pela implantação, funcionamento e prestação de contas dos
recursos recebidos.
12.1 Assessoramento de Caráter Geral
O assessoramento técnico-gerencial tem o propósito geral de contribuir para
o fortalecimento dos processos de produção, processamento e comercialização, bem
como para a construção de instituições sociais e políticas que garantam o êxito do
Abatedouro. O assessoramento técnico deve acontecer em todas as etapas do
abatedouro, isto é, na identificação, elaboração, negociação, aquisição dos
equipamentos, implantação, funcionamento e prestação de contas dos recursos
recebidos, diferenciando-se em dois tipos fundamentais: o assessoramento de caráter
geral e o assessoramento de caráter especializado. O assessoramento de caráter geral
será prestado nas etapas de mobilização para consolidação do Abatedouro, elaboração
dos programas e projetos, além de aquisição dos equipamentos, implantação e
prestação de contas dos recursos recebidos.
12.2 Assessoramento de Caráter Especializado
O assessoramento de caráter especializado variará com a natureza e as etapas
de implantação e funcionamento do Abatedouro, tendo, em geral, caráter temporário,
e foco na consolidação do Abatedouro.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
89
13. FONTES DE FINANCIAMENTO
Até o presente momento, o financiamento da cadeia produtiva foi realizado
pelo Governo Federal, através das linhas de crédito do PRONAF, Programa de
Aquisição de Alimento (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
além de recursos próprios dos agricultores familiares (poupança).
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
90
14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA
15.1 Estrutura Organizacional
A estrutura organizacional proposta para a gestão do Plano de Negócios está
composta pelos avicultores, organizados em associações formais ou não. A associação
reúne a produção de frangos e encaminha para o Abatedouro. Uma vez o frango
terminado (embalado e congelado ou resfriado), é então comercializado por intermédio da
Cooperativa, conforme ilustra o fluxograma abaixo apresentado.
Figura 28. Fluxograma da cadeia produtiva cooperativada do frango semicaipira.
Modelo de gestão é conceituado como a estrutura organizacional,
procedimentos administrativos, instrumentos de controle e avaliação, regras de
distribuição dos resultados obtidos no Abatedouro e sistemas de recuperação de
custos, manutenção e re-investimento. A Cooperativa deve ter um organograma de
funcionamento composto por:
Assembléia Geral dos cooperados, Ordinária ou Extraordinária é órgão
supremo da Cooperativa, cabendo-lhe tomar toda e qualquer decisão de interesse da
entidade. Suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes. É
da competência das Assembléias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias a destituição
dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou de outros.
Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou
fiscalização da Cooperativa poderá a Assembléia Geral designar administradores e
conselheiros fiscais provisórios, até a posse dos novos, cuja eleição se realizará no
prazo de 30 (trinta) dias.
Avicultores Avicultores
Cooperativa
Associação
Abatedouro Comercialização
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
91
Conselho de Administração é o órgão superior na hierarquia administrativa,
sendo de sua competência privativa e exclusiva responsabilidade a decisão sobre todo
e qualquer assunto de ordem econômica ou social, de interesse da Cooperativa ou de
seus cooperados.
Administração Executiva ou Gerências: As funções de Administração
Executiva dos negócios sociais serão exercidas por pessoal contratado, segundo a
estrutura que for estabelecida pelo Conselho de Administração. Subordinado a esta
gerencia temos os departamentos de:
Produção: responsável pelo recebimento, armazenamento e
conservação de produtos desde a entrada na cooperativa até o
carregamento no momento da venda;
Administrativo: responsável pelo andamento operacional do espaço
administrativo do Abatedouro;
Financeiro/contábil: responsável pelo evento financeiro e contábil.
Conselho Fiscal: Os negócios e atividade da Cooperativa serão fiscalizados
assídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal constituído de membros efetivos e
suplentes, todos cooperados. Para o desempenho de suas funções, terá o Conselho
Fiscal acesso a quaisquer livros, contas e documentos, a empregados, a cooperados e
outros, independente de autorização via do Conselho de Administração sem que,
contudo, lhe caiba o direito de interferir no cumprimento das determinações deste
órgão.
15.2 Procedimentos Administrativos
A produção de frangos semicaipiras no âmbito do Abatedouro de Barra do
Bugres ocorre em todos os assentamentos e comunidades tradicionais de forma
individual ou coletiva, sendo que a comercialização é feito de forma coletiva através da
Cooperativa.
As decisões para definição do preço e efetivação da comercialização se da
através de assembléias da Cooperativa que será a organização responsável pelo
beneficiamento e comercialização da produção.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
92
15.3 Instrumentos de Controle
A Cooperativa tem como instrumento de controle o seguinte:
a) O Conselho Fiscal da entidade;
b) examinar o livro e papéis relacionados com as finanças da Associação e o
estado de caixa, devendo a Diretoria prestam-lhes as informações solicitadas;
c) inspeções internas;
d) livros de atas e caixa;
e) software para fazer os controles de entrada e saída de recursos, estoque,
patrimônio, contas a pagar e receber etc.
15.4 Distribuição dos Resultados
A Cooperativa terá regimento próprio onde é definida a remuneração dos
membros do Abatedouro e os custos de produção e operação e manutenção do
negócio. A Cooperativa faz a apuração dos custos gerais de produção e das receitas do
Abatedouro verificará a situação financeira fazer a seguinte distribuição:
a) Destinar 10% do lucro líquido para capitalizar a Cooperativa;
b) Retirar os valores relativos aos adiantamentos feito aos agricultores;
c) A sobra será definida em assembléia da Cooperativa as finalidades.
15.5 Fundo de Recuperação
O Fundo de Recuperação será formado com as sobras relativas às receitas da
Cooperativa, doações, convênios e recursos próprios dos sócios. O percentual para
constituição do Fundo será definido em assembléia, e nunca será menos de 10% sobre
o valor liquido apurado nos resultados obtidos nas operações do Abatedouro.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
93
16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL
16.1 Análise de custos
Análise dos custos do investimento e dos custos operacionais relativos à
implantação e funcionamento do plano de negócios. Os custos dos investimentos
correspondem ao custo das obras civis, máquinas e equipamentos que serão utilizados
na implementação do plano. Os custos operacionais foram calculados com base na
apuração das despesas correntes requeridas para o funcionamento do negócio. Os
custos financeiros do investimento foram calculados com base nas taxas de juros e
outros encargos provenientes dos empréstimos de obtenção de recursos
reembolsáveis alocados para o negócio.
16.2 Receitas totais
Apuração com base na projeção anual de vendas da produção obtida com o
negócio.
16.3 Balanço de receitas e custos do negócio
Obtida pela diferença entre as receitas totais, os custos financeiros e os custos
operacionais projetados para cada ano do negócio, até o seu pleno funcionamento.
16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários
Calculada pela diferença entre as receitas, custos financeiros e os custos
operacionais do negócio, após a retirada mensal para constituição do Fundo de
Investimento Coletivo (FIC). O FIC corresponderá a até 20% da receita líquida apurada,
de acordo com a capacidade financeira do negócio.
16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário
Demonstrada pela viabilidade técnica e econômica que seja capaz de financiar
sua operação e manutenção e garantir uma relação benefício-custo positiva e com
perspectivas de aumento ao longo do tempo.
Maiores informações vide planilhas de viabilidade econômica do Projeto
(anexo).
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
94
17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e
beneficiamento do frango caipira (2011/2021).
Com base na visão de futuro (Quadro 5) a equipe técnica e o grupo gestor
definiram o que se quer, o que deve ser feito, com quem se pode contar, enfim, definir
o que deverão providenciar (planificação) para alcançá-lo. A visão de futuro torna-se
um instrumento fundamental para dimensionar as possibilidades de realização de
crescimento do Abatedouro e a conquista de mercado, contribuindo na definição dos
objetivos específicos, metas e estratégias de desenvolvimento sustentável.
Com base na visão de futuro, o comitê gestor do abatedouro, visualizando o
Abatedouro no contexto do mercado do território e seu entorno, tem condições de
iniciar o seu processo de planejamento estratégico, pois concebeu coletivamente o
que quer, gerando uma imagem de como estará quando chegar ao prazo que
determinou. Este momento de planificação inicial foi indispensável para que a equipe
com visão no mercado local pudesse dar início ao seu planejamento. Observaram-se as
condições internas do Abatedouro e da cooperativa, no contexto do mercado local,
suas potencialidades, dificuldades e o contexto sociopolítico organizativo, bem como a
forma de interação dessa perspectiva com as condições futuras do contexto externo.
Para se conseguir um processo sinérgico entre a agroindústria e a organização
produtiva e cooperativa, alguns pontos deverão ser observados sempre durante o
processo, conforme contempla o Quadro 6. Somente assim o Comitê gestor do
Abatedouro terá êxito em implantar a gestão, capacitar os agricultores nas cadeias
produtivas a serem instaladas, assim como, em desenvolver o mercado e os
instrumentos de comercialização.
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
95
Quadro 5. Visão de Futuro do Abatedouro de Frango Semicaipira.
VISÃO DE FUTURO
AÇÃO RESULTADOS ESPERADOS
RESPONSÁVEIS PELAS AÇÕES
ENCAMINHAMENTOS
Projeto Frango Caipira a Campo
Capacitação da cadeia produtiva do frango e implantação da base produtiva do frango em Barra do Bugres e seu entorno, por intermédio da Cooperativa
Melhoria da qualidade de vida, uma renda fixa, a implantação do Abatedouro e um mercado próximo da produção.
Inicialmente a Cooperativa e a estrutura do Abatedouro e o Arranjo Institucional.
Organização do abatedouro, da Cooperativa.
Cooperativa
Capacitação dos agricultores associados e organizações na base da produção.
Produção e retorno rápido em menos de um ano. Trabalhar o mercado e a logística. Alternativa de renda para todos da família.
Primeiramente a família, o Comitê gestor do abatedouro.
Organização jurídica da Diretoria e estabelecimento das ações a serem trabalhadas em relação à gestão.
Produção da Mandioca e Ração Alternativa
Capacitação de toda cadeia produtiva. Implantar agroindústria da ração alternativa de mandioca. Implantação das lavouras de mandioca. Realização de cursos sobre a cultura e a formulação de ração.
Produção de ração de qualidade, industrializado por Fábrica própria e comercialização de derivados da mandioca.
Os agricultores familiares produtores de frango semicaipira e a Cooperativa.
Mapear as lavouras existentes nos cooperados e localizar área que de condições de implantar novas lavouras de mandioca. Iniciar as capacitações
Agroindústria
Terminar a implantação do abatedouro. Capacitação dos funcionários, elaboração de um plano de gestão e um planejamento das ações.
Agroindústria concluída no tempo previsto para iniciar os abates. Equipe de trabalho qualificada.
Comitê gestor do abatedouro.
Organização do projeto de implantação, treinamento da equipe, organização da comunidade dos agricultores familiares produtores de frango.
Mercado e Comercialização
Levantamento dos pontos de venda de frango semicaipira. Quantificação e qualificação do mercado do Território.
Diagnóstico dos pontos de vendas do frango no território e região.
Comitê gestor do abatedouro .
Visitar mercados de venda de frango semicaipira nas principais cidades do território e na Baixada Cuiabana. Visitar consumidores para traçar o perfil da exigências de consumo (qualidade).
Expansão de Mercado para outras Regiões
Após o levantamento de mercado, pesquisar a demanda de frango semicaipira em outras regiões do Estado.
Uma visão estratégica de crescimento do negócio para outras regiões e outros estados da União.
Comitê gestor do abatedouro.
Planejamento das ações e treinamento de um grupo de técnicos.
O Quadro 6 contém as principais atividades de apoio aos processo de
produção, beneficiamento e comercialização do frango caipira no intervalo de 10 anos
(2011/2021).
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
96
Quadro 6 . Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do frango
semicaipira (2011/2021).
Atividades Período (ano)
1º 2 º 3 º 4 º 5 º 6 º 7 º 8 º 9 º 10 º
Aumentar a produção, produtividade e qualidade do frango
X X X
Melhorar a renda dos avicultores X X X X X X X X X X
Melhorar o processo de manejo do frango e do Abatedouro com recursos disponíveis
X X X X X X X X X X
Fortalecer o associativismo e o cooperativismo
X X X X X X X X X X
Criação da Cooperativa X
Viabilizar a sede para o escritório da Cooperativa
X
Capacitação de agricultores familiares X X X X X X X X X X
Implantação do Abatedouro X
Criação de um nome comercial para o frango abatido e congelado
X
Abate e comercialização X X X X X X X X X X
Garantir recursos para o fundo financeiro da Cooperativa
X X X X X X X X X X
Melhorar a gestão da Unidade de Produção
X X X X X X X X X X
Garantir Assistência Técnica Gerencial aos agricultores familiares
X X X X X X X X X X
Viabilizar o acesso dos agricultores familiares ao crédito do PRONAF
X X X X X X X X X X
Garantir assessoramento técnico aos agricultores familiares e ao Abatedouro
X X X X X X X X X X
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS
Nº Nome do Beneficiário RG CPF
1 CAROLINO CEZÁRIO DE OLIVEIRA 209166 SSP/MT 103.295.281-49
2 JOÃO RIBEIRO BARBOSA 11662557 SSP/MT 867.705.781-15
3 ROBERTO DE SOUZA RODRIGUES 759047 SSP/MT 643.974.836-04
4 TELMA FRAGOSO OLIVEIRA DA SILVA 11260165 SSP/MT 809.663.141-15
5 LUIZ GUIDINNI 698867 SSP/MT 839.524.381-20
6 RONALDO RODRIGUES BATISTA 6836569 SSP/MT 460.996.201-25
7 FERMINA DA SILVA 956572 SSP/MT 593.161.951-87
8 SEBASTIÃO VAS DA SILVA 429178 SSP/MT 310.376.741-20
9 BERENICE MENDES DA COSTA NOBRES 775506 SSP/MT 616.484.341-34
10 REGINALDO ROSA DE SOUZA 18084249 SSP/MT 020.468.241-05
11 OSMAR APARECIDO GUIDINI 16355695 SSP/MT 568.336.281-49
12 MANOEL ANTÔNIO RODRIGUES 243820 SSP/MT 241.083.161-34
13 JOAQUIM ANTÔNIO RODRIGUES 521304 SSP/MT 143.069.131-04
14 FRANCISCO ANTÔNIO 015865 SSP/MT 241.802.111-49
15 ADEVAL HONÓRIO DE OLIVEIRA 1157884-0 SSP/MT 815.857.991-49
16 DERLEIDE RODRIGUES ALVES 902521 SSP/MT 537.568.941-34
17 JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS 232253444 SSP/MT 379.958.391-20
18 ADEMAR LEATTI 222826 SSP/MT 206.147.561-20
19 ADILSON ROSA DE SOUZA 10973052 SSP/MT 867.379.701-25
20 ANESTOR ANTÔNIO DA SILVA 12649171 SSP/MT 865.753.761-34
21 MARIA APARECIDA SILVA DE ALMEIDA 620.160 SSP/MT 535.182.761-15
22 MARIA NORBERTO RIBEIRO 271710 SSP/MT 396.342.721-34
23 LORISVALDO ALVES FERREIRA 947324 SSP/MT 770.308.931-15
24 JESUÍNO DE JESUS 432095 SSP/MT 460.325.251-04
25 MANOEL BERNARDO DE ANDRADE 482960 SSP/MT 882.264.761-00
26 NOEMIO PORFÍRIO DA SILV A 296950 SSP/MT 488.857.541-04
27 DANIEL FERREIRA RODRIGUES 1042436-9 SSP/MT 503.769.691-72
28 DEVILSON F RODRIGUES 915784 SSP/MT 460.295.161-91
29 ELZA DE FÁTIMA FARIA DA SILVA 337842 SSP/MT 284.672.301-00
30 LUCAS DIAS DE OLIVEIRA 234819 SSP/MT 112.797.371-15
31 DORALICE EVA WEISSHEIMER SEIBERT 1939869 SSP/PR 332.309.519-72
32 LEANDRO JOSÉ VICENTE 1381171-1 SSP/MT 709.376.991-87
33 JAIME ANNUNCIATTO 07687257 SSP/MT 503.246.591-72
34 SIDINEY PEREIRA DA SILVA 13845284 SSP/MT 691.657.501-87
35 VALDINEIS FERREIRA DA SILVA 11913819 SSP/MT 593.140.871-15
36 LUIZ BATISTA DOS SANTOS 798051 SSP/RJ 539.822.791-72
37 GOMERCINDO ROCHA 3000891394 RS 287.560.880-00
38 ANGELA MARIA OLIVEIRA 460769 SSP/MT 406.258.301-06
39 EDINEUSA ALVES DE SOUZA 388415 SSP/MT 991.902.221-72
40 SUELI APARECIDA PINHEIRO SANTOS 974190 SSP/MT 890.214.441-00
41 MARIA ELIZABETE FERREIRA 4246349 SSP/MT 424.559.441-15
42 ROSA DE LIMA XAVIER COLUNA 1365273-7 SSP/MT 902.350.291-49
43 MARIANO FERREIRA LEITE 649220 SSP/MT 453.676.801-78
44 DAMÁZIO FRANCISCO DE PAULA 223479-3 SSP/MT 202.631.981-20
45 JOSE MILTON HENRIQUE DA SILVA 776487 SSP/MT 445.107.134-87
46 EDEWAL DE ALMEIDA AUGUSTO 701883 SSP/MT 616.555.701-53
47 OTACÍLIO BENEDITO DE SOUZA 316626 SSP/MT 155.791.311-00
48 NELITO MARQUES COSTA 442035 SSP/MT 621.008.581-49
49 IVANA BIZOLA DE MIRANDA 729966 SSP/MT 959.382.301-87
50 FREDERICO WADOMIRO SCHIMITT 906729 SSP/PR 025.412.709-68
51 ELISZANGELA GABRIEL REIS DE SOUZA 1568093-2 SSP/MT 011.090.611-02
52 SEBASTIÃO DAVINO DE BRITO 320660 SSP/MT 388.265.341-87
53 IRACEMA BERTÉ 1780373 SSP/SC 518.424.599-53
54 PEDRO DE BRITO CUNHA 691980 SSP/MT 460.356.481-34
55 PAULO ROBERTO MACHADO 208096 SSP/MT 388.263.481-20
56 NELSON DA SILVA MATOS 247147 SSP/MT 253.062.431-34
57 JOÃO DA SILVA RONDON 16726545 SSP/MT 010.802.441-58
58 ISMAEL BATISTA DA ROCHA 22020764 SSP/MT 672.205.257-53
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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19. ANEXOS
Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA
DADOS GERAIS:
Proponente: Prefeitura Municipal de Barra do Bugres
CNPJ: 03.507.522.0001-72
Fone: (65) 3361-1921 ramal 225 – Fax: (65) 3361-1923
E-mail: [email protected]
Tipo de agroindústria: Abatedouro de aves semicaipira
Capacidade: 500 aves/dia ou 12.000aves/mês
Número de Famílias beneficiadas: 58 diretas no primeiro momento.
Localização: Rodovia MT 246, Km 3, Distrito Industrial, Barra do Bugres-MT – CEP
78.390-000
VALOR DO PROJETO:
a) Valor do MDA R$ = .......................294.567,75
b) Valor da Contrapartida R$ ==...........8.836,97
c) Total do Projeto R$ = ...................285.728,78
DESCRIÇÃO DO PROJETO
Objetivo Geral: Este projeto de como objetivo principal a construção de um
Abatedouro de frangos semicaipiras para atender agricultores familiares dos
municípios de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra. Objetivos específicos:
Viabilizar a comercialização da produção; agregar valor à produção primária, gerar
empregos e renda para os agricultores familiares dos municípios do território.
Justificativas: A produção de frangos semicaipiras é uma atividade de grande
relevância para a agricultura familiar, possui um nicho de mercado promissor que
requer um produto saudável com características superiores. A carne de frango caipira
apresenta baixo teor de gordura, composição nutricional superior em cálcio e
proteínas e ótima textura. O projeto busca viabilizar a comercialização da produção de
Plano de Negócio do de Frangos Semicaipira
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frangos semicaipiras na região de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra,
que hoje é realizada diretamente ao consumidor e de maneira artesanal. Busca-se
então, o processamento do produto de acordo com as normas de inspeção sanitárias
de produtos de origem animal e assim propiciar novos mercados consumidores.
Matéria-prima: O produto a ser utilizado como matéria prima será constituída frangos
tipo semicaipira, utilizando-se raças adequadas para a finalidade de produção de
carne, que apresentem características superiores às aves criadas em sistema intensivo,
resultando num produto diferenciado. Toda matéria prima será produzida por
agricultores familiares em sistemas de criação semi-intensivo, onde as aves são
alimentadas artificialmente com ração balanceada, tendo disponível ainda piquetes
formados com forrageiras para complementação da alimentação e melhoria da
qualidade da carne.
Mão de Obra: A operacionalização do Abatedouro será feita por pessoal contratado
pela Cooperativa de Agricultores familiares, e que deverá receber capacitação
adequada de maneira a possibilitar um efetivo funcionamento do abatedouro.
Mercado: Alguns dos agricultores familiares que compõem o grupo já comercializam
outros produtos de origem vegetal com o Programa de Aquisição de Alimento - Conab
e merenda escolar. Tendo em vista ser um produto diferenciado e ainda pouco
explorado de forma legal, ou seja, de forma com produtos processados com a devida
inspeção sanitária. Pretende-se comercializar no mercado estadual o que exige o
Serviço de Inspeção Sanitária Estadual, entretanto, inicialmente o produto deverá ser
comercializado no mercado local do município de Barra do Bugres, tendo em vista a
localização do Abatedouro.
Forma de gestão: Inicialmente a Prefeitura Municipal de Barra do Bugres assumirá
conjuntamente com uma comissão dos beneficiários a gestão do Abatedouro. Na
medida em que o grupo envolvido estiver adequadamente formado para gerir o
abatedouro, será repassada a gestão do Abatedouro através de um termo de
comodato do Abatedouro para os agricultores familiares vinculados.
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Tratamento de efluentes: Os efluentes gerados pela operação do abatedouro, por
conterem substâncias como sangue, gordura, sólidos do conteúdo intestinal das aves e
pedaços de tecidos, são altamente putrescíveis, dessa forma constituem-se em
potencial poluidor de mananciais de água além dos odores desagradáveis gerados da
decomposição. Diante disso, é de vital necessidade a destinação adequada com o
tratamento desses efluentes de maneira que os efeitos indesejáveis possam ser
minimizados, evitando-se danos ao meio ambiente. A seguir relacionam-se os
procedimentos a serem adotados para o tratamento dos resíduos e demais efluentes:
Resíduos de pré-processamento (penas, sangue, vísceras) - devem ser aproveitados na
composição de adubos orgânicos; Resíduos líquidos do processamento: devem ser
conduzidos para um sistema de lagoa anaeróbica de tratamento de despejos.
Fluxograma:
Recepção da matéria prima
Evisceração/inspeção
Lavagem/reidratação
Embalagem/Pesagem/Congelamento
Armazenamento/expedição
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3. Produção atual individual de matéria prima para a agroindústria
Detalhamento Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção
Frango semicaipira cabeça/ano 2.400 2,0 kg 4.800
4. Total de matéria prima atualmente produzida pelos membros do grupo, destinada para a agroindústria
Produto Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção
Frango semicaipira cabeça/ano 139.200 2,0 kg 278.400
5. Matéria Prima
5.1 - Quantidade de matéria prima produzida pelos membros do grupo e que entra no
Produto Unidade Produção atual Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Frango semicaipira kg 278.400 250.000 264.000 278.000 278.000 291.000 305.000 305.000 305.000
5.2 - Custo da matéria prima
Produto Valor Unitário Valor atual
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Frango semicaipira 4,00 113.600 1.000.000 1.056.000 1.112.000 1.112.000 1.164.000 1.220.000 1.220.000 1.220.000
6. Produtos
Produto Unidade Matéria
%
Rendimento %
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Frango semicaipira Kg 100 92 230.000 242.880 255.760 255.760 267.720 280.600 280.600 280.600
7. Receitas do Abatedouro
Produto Unidade Valor
Unitário Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8
Frango congelado kg 6,49 1.492.700,00 1.576.291,20 1.659.882,40 1.659.882,40 1.737.502,80 1.821.094,00 1.821.094,00 1.821.094,00
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8. Investimentos Máquinas, Equipamentos,
Moveis e Utensílios Detalhamento e Especificações Quantidade
Valor Unitário
Valor a Ser Financiado
Total
Trilho para sangria com acionamento manual 5m 1 2.200,00 2.200,00 2.200,00
Trollers com algemas inox 8 200,00 1.600,00 1.600,00
Atordoador Elétrico c/ regulagem de voltagem 1 3.000,00 3.000,00 3.000,00
Túnel de Sangria em alumínio 600x1800x5500 1 2.600,00 2.600,00 2.600,00
Tanque de escaldagem Recipiente com abas laterais em aço inoxidável 304, provido de um queimador a gás e termômetro. Capacidade para até 200 aves/hora e 80 litros. Dimensões: 1090 x 700 x 850.
1 2.850,00 2.850,00 2.850,00
Depenadeira Construída totalmente em aço inox 304, acionada por motor de 2,0 cv trifásico. Provida de funil alimentador com dispositivo basculante para carga. Capacidade para 500 aves/hora.
1 2.134,00 2.134,00 2.134,00
Mesas inox (espera e toalete) Construídas em chapa de aço inox 304. Dimensões: 900 x 900 x 900 mm. 1 1.900,00 1.900,00 1.900,00
Trilho c/ 4 trollers 3m com acionamento manual 1 1.320,00 1.320,00 1.320,00
Mesas inox (evisceração) Construídas em chapa de aço inox 304, provida de calhas e torneiras com depósito para vísceras. Dimensões: 1000 x 2000 x 900 mm.
1 2.845,00 2.845,00 2.845,00
Tanque de reidratação Tanque tipo ½ lua destinado à reidratação das aves. Construído em aço inoxidável 304, equipado com rodas fixas e giratórias. Capacidade aproximada de 300 litros. Dimensões: 1200 x 600 x 690 mm.
1 1.454,00 1.454,00 1.454,00
Tanque de resfriamento Tanque tipo ½ lua destinado ao resfriamento das aves. Construído em aço inoxidável 304, equipado com rodas fixas e giratórias. Capacidade aproximada de 300 litros. Dimensões: 1200 x 600 x 690 mm.
1 3.000,00 3.000,00 3.000,00
Gancheira para gotejamento com 30 ganchos inox 1 960,00 960,00 960,00
Mesa para montagem e embalagem
Construída em chapa de aço inoxidável 304. Dimensões: 2000 x 900 x 850 mm.
1 2.000,00 2.000,00 2.000,00
Funil de embalagem Construído em aço inox 304, formado por lâminas sob ação de molas, com diâmetro de abertura apropriado para embalagem de frangos e galinhas.
1 540,00 540,00 540,00
Câmara Frigorífica Modular 2,0 X2, 0 X 2,5m. -2ºC a -18ºC 1 22.000,00 22.000,00 22.000,00
Esterilizador de facas elétrico 1 400,00 400,00 400,00
Armário de aço para guarda das embalagens. 1 500,00 500,00 500,00
Balança eletrônica comercial com saída para impressora (15 kg) 10 120,00 1.200,00 1.200,00
Máquina para aplicar filme plástico
Construída em aço destinada a envolver as bandejas de produtos com filme plástico tipo PVC. Dimensões: 510 x 670 x 140 mm
1 250,00 250,00 250,00
Facas, uniformes, botas e EPI diversos 10 160,00 1.600,00 1.600,00
Frete estimado 1 5.000,00 5.000,00 5.000,00
Total 59.353,00 59.353,00
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Veículos Detalhamento e Especificações Quantidade
Valor unitário
Valor a Ser Financiado
Total
Caminhão para transporte de aves Carroceria carga seca, capacidade 3,8 T, motor diesel, 120 cv, 4 cilindros 1 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Furgão para transporte de produtos motor 1.3 flex, 70 cv, capacidade de carga 620 kg 1 60.000,00 60.000,00 60.000,00
Total
2
160.000,00 160.000,00
Construção Civil Detalhamento e Especificações Quantidade Valor
unitário
Valor a Ser
Financiado Total
Serviços preliminares e movimentação de terra
Placa, limpeza do terreno, locação, escavação e aterro 1 998,95 998,95 998,95
Infra-estrutura e estrutura Sapatas, embasamento, pilares 1 7.454,17 7.454,17 7.454,17
Alvenarias/fechamentos Alvenaria e argamassa 1 12.823,20 12.823,20 12.823,20
Revestimento Chapisco, reboco, emboço, revestimento em azulejo 1 8.560,20 8.560,20 8.560,20
Pintura e piso Tinta acrílica, esmalte, lastro de concreto e piso cimentado liso 1 6.379,07 6.379,07 6.379,07
Esquadrias Portas, portão e janelas 1 5.360,00 5.360,00 5.360,00
Instalações elétricas Entrada de energia, ponto de iluminação, luminárias, pontos de tomada e tomadas
1 3.251,21 3.251,21 3.251,21
Instalações hidro-sanitárias Ponto de água, ponto de esgoto, caixa de gordura, fossa séptica, tratamento de efluentes, lagoas
1 25.285,95 25.285,95 25.285,95
Coberta Estrutura de madeira e cobertura de cerâmica 1 3.500,00 3.500,00 3.500,00
Diversos Limpeza da obra e cerca de entorno 1 1.600,00 1.600,00 1.600,00
Total 10 75.212,75 75.212,75
Totalizações Valores
Total Geral do Projeto (considerando inclusive os investimentos já existentes) 294.565,75
Valor Total do Financiamento (valor solicitado ao MDA + contrapartida da prefeitura) 294.565,75
Contrapartida da Prefeitura 8.836,97 Valor Solicitado ao MDA 285.728,78
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9. Custos do Abatedouro
Custos fixos
Detalhamento Ud Valor
Unitário (1,00)
Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor
Mão-de-obra Fixa
R$ 10.590 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00 6 63.540,00
Mão-de-obra Especializada
R$ 31.200 1 31.200,00 1 31.200,00 1 31.200,00 1 31.200,00 1 31.200,00 1 31.200,00 12 31.200,00 12 31.200,00
Despesas Administrativas
R$ 550 12 6.600,00 12 6.600,00 12 6.600,00 12 6.600,00 12 6.600,00 12 6.600,00 1 6.600,00 1 6.600,00
Depreciação
32.259,37
29.105,06
25.950,76
22.796,45
19.642,15
16.487,84
13.333,53
10.179,23
Manutenção
3.154,31
6.308,61
9.462,92
12.617,22
15.771,53
18.925,83
22.080,14
25.234,45
Seguros R$ 150 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00
Outros R$ 150 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00 12 1.800,00
Subtotal
140.353,68
140.353,68
140.353,68
140.353,68
140.353,68
140.353,68
140.353,68
140.353,68
Custos variáveis
Detalhamento Ud Valor
Unitário
Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor
Matéria Prima
-
1.000.000
1.056.000
1.112.000
1.112.000
1.164.000
1.220.000
1.220.000
1.220.000
Mão de Obra R$ 510 12 6.120 13 6.462,72 13 6.805,44 13 6.805,44 14 7.123,68 15 7.466,40 15 7.466,40 15 7.466,40
Embalagens e
Rótulos
Energia trifásica R$ 900 12 10.800 13 11.404,80 13 12.009,60 13 12.009,60 14 12.571,20 15 13.176 15 13.176,00 15 13.176
Água R$ 980 12 11.760 13 12.418,56 13 13.077,12 13 13.077,12 14 13.688,64 15 14.347,20 15 14.347,20 15 14.347,20
impostos % 6,00% 1.492.700 89.562 1.576.291 94.577,47 1.659.882 99.592,94 1.659.882 99.592,94 1.737.503 104.250,17 1.821.094 109.265,64 1.821.094 109.265,64 1.821.094 109.265,64
Transporte % 3,00% 1.492.700 44.781 1.576.291 47.288,74 1.659.882 49.796,47 1.659.882 49.796,47 1.737.503 52.125,08 1.821.094 54.632,82 1.821.094 54.632,82 1.821.094 54.632,82
Outros % 1,00% 1.492.700 14.927 1.576.291 15.762,91 1.659.882 16.598,82 1.659.882 16.598,82 1.737.503 17.375,03 1.821.094 18.210,94 1.821.094 18.210,94 1.821.094 18.210,94
Subtotal
1.177.950
1.243.915,20
1.309.880,40
1.309.880,40
1.371.133,80
1.437.099
1.437.099
1.437.099
TOTAL 1.318.303,68 1.384.268,88 1.450.234,08 1.450.234,08 1.511.487,48 1.577.452,68 1.577.452,68 1.577.452,68
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10. Fluxo de caixa (Sem Retorno do Capital Investido)
Discriminação Ano 0 Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07
Receita do Abatedouro 1.492.700,00 1.576.291,20 1.659.882,40 1.659.882,40 1.737.502,80 1.821.094,00 1.821.094,00
Custo do abatedouro 1.318.303,68 1.384.268,88 1.450.234,08 1.450.234,08 1.511.487,48 1.577.452,68 1.577.452,68
Fluxo de Caixa Bruto 0,00 174.396,33 192.022,33 209.648,33 209.648,33 226.015,33 243.641,33 243.641,33
Investimentos 294.565,75
Fluxo de Caixa Líquido -294.565,75 174.396,33 192.022,33 209.648,33 209.648,33 226.015,33 243.641,33 243.641,33
Taxa Interna de Retorno 64,76%
Pay back 1,35
Valor Atual 756.980,16
Ponto de Equilíbrio 36,55%
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10. Fluxo de caixa (cem Retorno do Capital Investido)
Discriminação Ano 0 Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07
Receita do abatedouro 1.492.700,00 1.576.291,20 1.659.882,40 1.659.882,40 1.737.502,80 1.821.094,00 1.821.094,00
Custo do Abatedouro 1.318.303,68 1.384.268,88 1.450.234,08 1.450.234,08 1.511.487,48 1.577.452,68 1.577.452,68
Fluxo de Caixa Bruto 0,00 174.396,33 192.022,33 209.648,33 209.648,33 226.015,33 243.641,33 243.641,33
Investimentos 294.565,75 40.818,40 40.818,40 40.818,40 40.818,40 40.818,40 40.818,40
Fluxo de Caixa Líquido (294.565,75) 174.396,33 151.203,93 168.829,93 168.829,93 185.196,93 202.822,93 202.822,93
Data estimada para a liberação dos recursos Periodicidade de pagamento (em dias) 360
Período de Carência (em dias) 360
Taxa de Juros
Taxa Interna de Retorno 56,25%
Pay back 1,62
Valor Atual 590.654,07
Ponto de Equilíbrio 47,18%
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107
Anotações: