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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO
BRUNA STHEFFANY RODRIGUES DE OLIVEIRA
CLAUDIANO MIGUEL DA SILVA
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA: Considerações teóricas sobre as
ocorrências iatrogênicas
PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL
2019/1
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BRUNA STHEFFANY RODRIGUES DE OLIVEIRA
CLAUDIANO MIGUEL DA SILVA
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA: Considerações teóricas sobre as
ocorrências iatrogênicas
Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de enfermagem na Faculdade Cesmac do Sertão, sob a orientação da professora Ma. Mosabelle Rodrigues Brasileiro Monteiro.
PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL
2019/1
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por cada oportunidade e momentos a mim
proporcionados. Aos meus pais por sempre estarem comigo me apoiando, me
incentivando, e por nada me deixar faltar. A minha filha por ser minha fonte de
inspiração para me fazer querer chegar cada vez mais longe. Aos meus irmãos e
meu marido por sempre estarem ao meu lado. Minha avó por sempre me incentivar
e a todos que vem me acompanhando nessa caminhada. Obrigada!
Bruna Stheffany Rodrigues de Oliveira
Agradeço a minha família e em especial a quatro amigos, foram eles:
Valdemir Aurélio, Edjane Balbino, Izabel Pinheiro, Tânia Bispo. Como disse
Abraham Lincoln: O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou,
mas sim pelas dificuldades que superou no caminho. À instituição e seus
colaboradores, minha gratidão. A minha orientadora, Mosabelle, por todo tempo
dedicado e por toda paciência e compreensão. Minha família, meus amigos e eu
vivenciamos muitas dificuldades, superamos juntos e alcançamos o Êxito nosso tão
sonhado do curso de nível superior. Por tudo isso, muito, muito obrigado!
Claudiano Miguel da Silva
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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA:
Considerações teóricas sobre as ocorrências iatrogênicas
CARDIORRESPIRATORY STOP IN INTENSIVE THERAPY UNIT: Theoretical considerations on iatrogenic occurrences
Bruna Stheffany Rodrigues de Oliveira Discente do Curso de Enfermagem
Claudiano Miguel da Silva Discente do Curso de Enfermagem
Mosabelle Rodrigues Brasileiro Monteiro Mestre da Faculdade Cesmac do Sertão
RESUMO
Os casos de iatrogênias no âmbito hospitalar têm se tornado cada vez mais frequentes, principalmente quando relacionados aos pacientes de parada cardiorrespiratória internados em Unidade de Terapia Intensiva. Sabendo que para este tipo de atendimento, precisa-se de uma equipe devidamente treinada e capacitada, observou-se que a maiorias das falhas ocorrem durante o atendimento inicial ao paciente parado. Esta pesquisa objetivou analisar considerações teóricas sobre as ocorrências iatrogênicas em casos de parada cardiorrespiratória (PCR) em pacientes internados na unidade de terapia intensiva, descrever as características de uma PCR, observando os principais fatores relacionados as ocorrências iatrogênicas durante este evento, bem como, compreender as principais causas que levam a equipe de enfermagem a cometer iatrogênias. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa, ocorrida entre janeiro e abril de 2019. Desta forma, pode-se concluir que o enfermeiro sendo o principal envolvido durante a assistência, precisa reconhecer o paciente crítico com risco de uma parada e isso se dará através de conhecimentos técnicos e científicos atualizados, objetivando atender o mais precocemente possível esse paciente, evitando danos e prevenindo erros. Portanto, quanto mais capacitado for esse profissional, mais eficaz se tornam suas condutas e com mais qualidade se obtém os resultados.
PALAVRAS-CHAVE: Doença iatrogênica. Unidades de terapia intensiva. Parada cardiorrespiratória. Segurança do paciente.
ABSTRACT
The cases of iatrogenic in the hospital environment have become increasingly frequent, especially when related to patients of cardiorespiratory arrest admitted to the Intensive Care Unit. Knowing that for this type of care, a properly trained and qualified team is needed, it was observed that most of the failures occur during the initial care to the patient stopped. This study aimed to analyze theoretical considerations about iatrogenic occurrences in cases of cardiorespiratory arrest (CRP) in patients admitted to the intensive care unit, to describe the characteristics of a CRP, observing the main factors related to iatrogenic occurrences during this event, as well as to understand the main causes that lead the nursing team to commit iatrogenesis. An integrative review was carried out between January and April 2019. In this way, it can be concluded that the nurse being the main involved during the care, needs to recognize the critical patient with a risk of a stop, be aware of any alteration, and this will be done through updated technical and scientific knowledge avoiding damages and preventing errors. Therefore, the more qualified this professional is, the more effective they become their behaviors and the more quality the results will be obtained.
KEYWORDS: Iatrogenic. Intensive care unit. Cardiopulmonary arrest. Patient safety.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 METODOLOGIA ................................................................................................ 9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 11
3.1 Segurança do paciente ........................................................................ ......... 13
3.2 Participação da equipe de enfermagem frente a PCR em UTI: Ocorrências iatrogênicas ................................................................................... 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 23
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 25
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1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que existem diversas situações enfrentadas dentro de uma unidade
hospitalar, inclusive na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém nenhuma supera
a prioridade do atendimento à uma Parada Cardiorrespiratória (PCR), considerada a
emergência clínica mais ameaçadora à vida. Quando as ações são bem executadas,
de forma elaborada e programada, os resultados do atendimento são bem
sucedidos, diminuindo possíveis sequelas (TAVEIRA et al, 2017; BECCARIA et al,
2017).
Dentre os setores, a UTI é responsável por prestar cuidados preventivos,
curativos e paliativos, apresentando-se com risco elevado para a ocorrência de
iatrogênias, por causa do seu alto nível de complexidade, onde os pacientes internos
apresentam-se, no geral, em estado grave, demandando de atendimento contínuo e
sistematizado, para minimizar possíveis erros (COSTA; GONÇALVES; SANTOS,
2015; SANTANA et al, 2015).
Para tanto é necessária a identificação precoce do paciente em PCR, através
da observação de sinais, como: Irresponsividade, ausência de respiração e pulso
central, critérios avaliados por dez segundos. Após o reconhecimento, inicia-se a
RCP, através das compressões cardíacas, ventilações, uso do desfibrilador e drogas
vasoativas de acordo com o protocolo. Desta forma, o quanto antes a equipe iniciar
o atendimento necessário, menores serão os riscos iatrogênicos (CRUZ; RÊGO;
LIMA, 2018).
Após uma PCR, o maior risco de morte apresenta-se nas primeiras 24 horas.
O tempo para o início das Reanimações Cardiopulmonares (RCP), bem como uma
equipe devidamente preparada, são fatores indispensáveis para um prognóstico
positivo (SILVA; RODRIGUES; NUNES, 2016).
Decorrente da grande responsabilidade da equipe de enfermagem com o
paciente, o profissional submete-se a incessantes pressões, que por muitas vezes
geram ansiedades e estresses, ocasionando o surgimento de iatrogênias
(SANTANA et al, 2015). Para tanto, Farias et al (2015) contribuem afirmando que
estas derivam da abstinência dos cuidados, a sua obrigação ou assistência
inadequada, de tal maneira que causem danos físicos ou psicológicos ao paciente.
9
Para que haja a possibilidade de amenizar danos por falha humana e,
consequentemente, diminuir os riscos de iatrogenias, Costa, Gonçalves e Santos
(2015) e Oliveira (2014), ressaltam a importância de facilitar o atendimento através
da utilização de protocolos para padronização dos procedimentos a serem
realizados, bem como capacitar os profissionais para aderirem a esta prática,
evidenciando a importância da definição de um método, de um norte que direcione
as nossas ações, pois cada segundo é válido durante a assistência prestada a esses
pacientes.
Ao ter como ponto de partida as ideias citadas e na busca de elementos que
contribuam para esclarecer a temática em questão, o presente estudo torna-se
relevante, pois justifica-se pelo fato de que esse estudo pode fornecer subsídios
para a prevenção de ocorrências iatrogênicas durante uma PCR em pacientes na
UTI, principalmente no que tange ao incentivo da inclusão de capacitações para os
profissionais de saúde, preparando-o para uma assistência qualificada com redução
de falhas.
A escolha do tema foi motivada após um seminário sobre a PCR, onde foi
citado o alto índice de erros cometidos durante a assistência desses pacientes,
evidenciando a importância de profissionais capacitados para a redução desses
episódios. Assim surgiu o interesse em observar as publicações nas literaturas
acerca do tema, para assim, conscientizar os profissionais de suas competências e
consequentemente, inviabilizar erros.
A partir do exposto, estabelecem-se os seguintes objetivos: Analisar
considerações teóricas sobre as ocorrências iatrogênicas em casos de parada
cardiorrespiratória (PCR) em pacientes internados na unidade de terapia intensiva,
descrever as características de uma PCR, observando os principais fatores
relacionados as ocorrências iatrogênicas durante este evento, bem como,
compreender as principais causas que levam a equipe de enfermagem a cometer
iatrogênias.
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2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura alicerçada em evidências que
proporcionem, de acordo com Sousa, Silva e Carvalho (2010), a síntese do
conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos
significativos na prática. Para tal, seguiu-se um ordenamento de passos que
caracterizam este tipo particular de pesquisa, levando em consideração as etapas a
seguir:
2.2. Identificação da questão de pesquisa
A primeira etapa consiste na elaboração da questão da pesquisa do tema
proposto e definição dos descritores para busca dos estudos. Alguns estudiosos
consideram esta primeira fase como sendo norteadora para construção da revisão
integrativa bem elaborada (POMPEO; ROSSI; GALVÃO, 2009).
2.3 Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos
Os critérios de inclusão para a seleção de estudos foram: artigos publicados
nos últimos 5 anos, entre 2014 e 2018, em português e inglês, disponíveis na íntegra
e que respondessem a questão norteadora. Foram excluídos dissertações e relatos
de caso.
2.4 Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados
Para a identificação dos estudos, realiza-se a leitura cautelosa dos títulos,
resumos e palavras chaves de todas as publicações completas localizadas pela
estratégia de busca, para depois analisar sua adequação aos critérios de inclusão
do estudo (BOTELHO et al. 2011).
2.5 Categorização dos estudos selecionados
11
As informações coletadas dos estudos devem incluir, por exemplo: tamanho
da amostra e quantidade dos sujeitos, metodologia, mensuração de variáveis,
métodos de análise, a teoria ou conceitos embasados (BOTELHO et al. 2011).
O nível de evidência dos estudos deve ser analisado, para que possa ser
avaliado a confiança no uso de seus resultados e fortalecer as conclusões que irão
gerar o estado do conhecimento atual do tema investigado (MENDES et al. 2008).
2.6 Análise e interpretação dos resultados
Esta etapa consiste na discussão sobre os textos analisados na revisão
integrativa. O pesquisador, direcionado pelos achados, realiza a interpretação dos
dados e, com isso, é capaz de levantar as lacunas de conhecimento existentes e
sugerir pautas para pesquisas posteriores (BOTELHO et al. 2011).
2.7 Apresentação da revisão / síntese do conhecimento
A revisão integrativa deve incluir informações suficientes que possibilitem o
leitor avaliar o propósito dos procedimentos empregados na elaboração da revisão,
os aspectos relativos ao tópico abordado e o detalhamento dos estudos incluídos
(MENDES et al.2008).
Para elaborar a seleção dos estudos, foram utilizadas sistemas de bases de
dados importantes no contexto da saúde. Através do acesso online, foram utilizadas
as seguintes bases indexadas de dados: Scientific Electronic Library Online
(SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Google
acadêmico.
Para a busca das publicações componentes da amostra, foram utilizados os
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), sendo estes: Doença iatrogênica;
Unidades de terapia intensiva; Parada cardiorrespiratória; Segurança do paciente. A
seleção de estratégias de busca procurou minimizar a perda de estudos e qualificar
os resultados.
2.8 Aspectos éticos
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Por se tratar de uma revisão integrativa da literatura e consequentemente não
utilizar humanos, como objeto de pesquisa, de acordo com a resolução nº 466, de 12
de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS - Ministério da Saúde –
MS), não houve a necessidade de que esta produção se submetesse ao CEP
(Comitê de Ética e Pesquisa).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram coletados no período de janeiro a maio de 2019. A
apreciação das bases de dados bibliográficos SCIELO, LILACS, MEDLINE e Google
acadêmico utilizando os descritores citados anteriormente, teve como resultado 117
publicações.
No entanto, das 117 publicações encontradas, 78 foram excluídas pelos seus
anos de publicação, onde só restaram artigos publicados a partir de 2014,
totalizando 39 artigos. Destes, 12 estavam repetidos nas bases de dados
pesquisadas, resultando em 27 artigos originais (pré-selecionados), onde se
procedeu à leitura minuciosa dos mesmos.
A partir desta leitura, foram excluídos 6 que não respondiam à questão de
pesquisa. Procedeu-se a leitura na íntegra dos 21 artigos restantes onde os mesmos
foram selecionados e utilizados na pesquisa de acordo com a tabela 1.
Base de Dados Encontrados Excluídos Pré-selecionados Selecionados
MEDLINE 4 2 2 2
SCIELO 11 3 8 6
LILACS 9 2 7 5
GOOGLE ACADÊMICO 15 5 10 8
Total 39 19 27 21
Logo, a amostra final deste estudo consistiu em 21 publicações que foram
analisadas na íntegra. Posteriormente, realizou-se uma apreciação crítica dos
Tabela 1 - Número de estudos encontrados, excluídos, pré-selecionados e selecionados nas bases de dados eletrônicas.
13
conhecimentos levantados nestas publicações, sintetizando-os na forma desta
revisão.
Dos artigos encontrados foram avaliados os critérios de inclusão e exclusão,
resultando em 21 artigos incluídos na pesquisa, uma vez que atendiam o objeto de
estudo. Enumeradas e organizadas por ordem alfabética de acordo com ano, autor e
título da pesquisa, conforme observamos na tabela 2.
N AUTOR ANO TÍTULO
01 AIRES et al 2017 Segurança do Paciente na assistência à
saúde.
02 BECCARIA et al 2017
Conhecimento teórico da enfermagem sobre
parada cardiorrespiratória e reanimação
cardiocerebral em unidade de terapia
intensiva.
03 COSTA et al 2016
Percepção de profissionais de enfermagem
acerca de segurança do paciente em unidades
de terapia intensiva
04 COSTA; GONÇALVES;
SANTOS 2015
Estudo dos atos iatrogênicos realizados pelo
enfermeiro em UTI
05 CRUZ; RÊGO; LIMA 2019
O enfermeiro frente à parada
cardiorrespiratória em ambiente hospitalar:
desafios do cotidiano
06 FARIAS et al 2014
Intervenções do enfermeiro na assistência da
parada cardiopulmonar em unidade de
emergência
07 FARIAS et al 2015
Iatrogênias na assistência de enfermagem:
características da produção científica no
período de 2000 a 2009
08 FELIPE; CARDOSO 2018
Conhecimento da equipe de enfermagem no
atendimento a pacientes em parada
cardiorrespiratória
09 FERREIRA; OLIVEIRA;
MALAQUIAS 2018
O papel da equipe de enfermagem na parada
cardiorrespiratória em Unidade de Terapia
Intensiva
10 GOMES et al 2017 A segurança do paciente nos caminhos
percorridos pela enfermagem brasileira
11 GUILHERME et al 2016 O atendimento de enfermagem em casos de
Tabela 2: Caracterização dos artigos quanto aos autores, ano e título.
14
parada cardiorrespiratória (PCR)
12 MELLO; BARBOSA 2017
Cultura de segurança do paciente em unidade
de terapia intensiva: perspectiva da equipe de
enfermagem
13 OLIVEIRA et al 2016
Atuação do enfermeiro no controle de infecção
hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI)
14 OLIVEIRA et al 2014
Estratégias para promover segurança do
paciente: da identificação dos riscos às
práticas baseadas em evidências
15 OLIVEIRA 2017
Elaboração de um protocolo da assistência de
enfermagem ao paciente reanimado pós-
parada cardiorrespiratória
16 SANTANA et al 2014
A equipe multidisciplinar na atenção a pessoa
em parada cardiorespiratória: uma revisão de
literatura
17 SANTANA et al 2015
Iatrogenias na assistência em uma unidade de
terapia intensiva: percepção da equipe de
enfermagem
18 SILVA; RODRIGUES;
NUNES 2017
Parada cardiorrespiratória e educação
continuada em Unidade de Terapia Intensiva
19 RANGEL; OLIVEIRA 2017
O papel do enfermeiro no atendimento da
parada cardiorrespiratória na Unidade de
Terapia Intensiva adulto
20 RASIA 2016
Cuidados de enfermagem a pacientes em pós-
parada cardiorrespiratória internados em
unidade de terapia intensiva: construção e
validação de protocolo
21 TAVEIRA et al 2017
Evidências científicas sobre atuação do
enfermeiro na parada cardiorrespiratória na
unidade de terapia intensiva: revisão
integrativa
3.1 SEGURANÇA DO PACIENTE
Aires et al (2017), Costa et al (2016), Gomes (2017), Mello e Barbosa (2017),
Oliveira et al (2014) e Santana et al (2015), foram publicações utilizadas para a
construção desta categoria, onde os mesmos retratavam a segurança do paciente
15
na assistência à saúde. Destes, quatro estão voltados para a atuação da equipe de
enfermagem dentro da UTI, com propostas de estratégias que qualifiquem o
cuidado, resultando em segurança ao paciente assistido.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada dez
pacientes hospitalizados é vítima de eventos adversos causados pela assistência
prestada em hospitais, com elevados índices de morbidade e mortalidade,
decorrentes do processo de cuidar. Assim, lançou estratégias destinadas à redução
dos riscos durante a assistência ao paciente (COSTA et al, 2016; AIRES et al,
2017). Respondendo a estas recomendações, o Institute of Medicine em 2000,
tornou a Segurança do Paciente (SP) em uma política de saúde que tem prevalência
em todo o mundo, onde tornou-se uma prática que reúne diversas comunidades com
objetivos comuns (MELLO; BARBOSA, 2017).
Em 2013, foi instituído no Brasil, o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP) através da Portaria GM/MS nº 529, voltada para favorecer a
qualificação da assistência em todo o território nacional, a partir da implementação
de ações de segurança voltadas ao paciente, visto que nos últimos anos, houve
maior preocupação com a SP, buscando reduzir a um mínimo aceitável os danos
desnecessários inerentes ao atendimento em saúde (AIRES et al, 2017; GOMES et
al, 2017).
Segundo Gomes et al (2017) e Costa et al (2016):
O mínimo aceitável relaciona-se às ferramentas que são viáveis diante do conhecimento atual, aos recursos disponíveis e ao contexto em que a assistência é realizada por meio da tomada de decisões que dizem respeito ao tratamento ou não do paciente, considerando os riscos inerentes a cada situação, apontando como principais fatores responsáveis pela ocorrência desses eventos as deficiências de um sistema de prestação de cuidados, em sua concepção, organização e funcionamento.
A partir da ocorrência de sérios erros durante as práticas de saúde, observou-
se a relevância da implementação de protocolos que contribuam para um cuidado
seguro, minimizando possíveis Eventos Adversos (EA), também chamados de danos
não intencionais, pois os mesmos são incidentes que podem resultar em danos à
saúde do paciente, temporários ou permanentes, sejam eles psicológicos, sociais ou
físicos, incluindo patologia, traumatismo, dor, inabilidade ou óbito (GOMES et al,
2017; OLIVEIRA et al, 2014).
Os EA normalmente são ditos como referência ao erro humano, porém alguns
fatores devem ser considerados como desencadeadores, como as condições de
16
trabalho, características estruturais e a dificuldade das tarefas a serem
desenvolvidas. O avanço tecnológico com aperfeiçoamento prejudicado dos
recursos humanos, desmotivação, falta de habilidade para a execução da
sistematização da assistência de enfermagem (SAE), direcionamento de
procedimentos com supervisão inadequada e sobrecarga de trabalho, também são
fatores predisponentes para a ocorrência de erros (OLIVEIRA et al, 2014).
Santana et al (2014) corroboram, acrescentando que quando trata-se de UTI,
outro fator que se destaca é o estresse, ocasionado pelo número reduzido de
profissionais de enfermagem e excesso de trabalho. E para que haja controle dos
fatores estressantes em UTI, com relativa redução de estresse nos profissionais de
enfermagem, objetiva-se a busca pela autonomia, participação ativa nas decisões da
equipe multiprofissional e, acima de tudo, obter melhorias para evitar a sobrecarga
de trabalho, resultando na assistência de qualidade para o profissional e para o
paciente.
3.2 PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE A PCR EM UTI:
Ocorrências iatrogênicas
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como a interrupção súbita da
atividade ventricular cardíaca, e consequentemente, da respiração no indivíduo. Por
provocar descontinuidade do fluxo sanguíneo cerebral, ocorre um processo
denominado isquemia. A depender do grau da hipoxemia, a partir de 5 a 10 minutos,
o risco da ocorrência de danos permanentes já se torna frequente. Este episódio é
bastante recorrente em UTI, uma vez que este setor atende pacientes em geral, em
estado grave, onde a maioria apresenta instabilidade hemodinâmica, necessitando
da equipe o aprimoramento de suas técnicas cognitivas, motoras e conhecimentos
sobre as manobras de reanimação (RASIA, 2016; FELIPE; CARDOSO, 2018;
FERREIRA; OLIVEIRA; MALAQUIAS, 2018).
Segundo Rasia (2016):
Como intervenção à PCR, foram desenvolvidas as manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP), que consistem na manutenção de condições vitais, por meio do reconhecimento imediato, combinada à desfibrilação precoce, o que resulta em melhor sobrevida dos pacientes, com objetivo principal de preservação do cérebro.
17
Beccaria et al (2017), realizaram uma pesquisa descritiva e qualitativa
envolvendo 112 profissionais de enfermagem. Como resultados, apresentou que
mais de 60% dos participantes não sabem detectar corretamente a parada cardíaca;
cerca de 70% não sabem as condutas imediatas após a sua detecção; mais de 80%
desconhecem os padrões de ritmos presentes; 90% não sabem a sequência do
suporte básico de vida; apenas 20% conhecem a postura correta para a realização
da compressão torácica externa; mais de 60% erraram a relação
ventilação/compressão adequada; acima de 80% sabem posicionar as pás do
desfibrilador corretamente, porém, mais de 50% desconhecem a carga elétrica a ser
utilizada. Mais de 70% desconhecem as drogas que podem ser administradas no
tubo endotraqueal e aproximadamente 20% descreveram corretamente o que deve
conter no registro de enfermagem.
Cruz, Rêgo e Lima (2019), Farias et al (2017), Felipe e Cardoso (2018),
Ferreira, Oliveira e Malaquias (2018), Guilherme et al (2016), Santana et al (2014),
Silva, Rodrigues e Nunes (2017), apresentaram estudos com resultados que
corroboram, ou seja, a maioria dos erros ocorrem durante as ressuscitações
cardiopulmonares (RCP) e para amenizar essa situação é necessária a realização
de cursos para a capacitação dos profissionais de enfermagem, assim como a
estruturação de educação continuada em saúde como ferramenta indispensável
para redução de erros em qualquer área e sucesso em RCP.
Nos estudos de análises dos resultados de RCP, nota-se a inquietação com a
sobrevivência dos pacientes que estão em PCR. As consequências da RCP
apresentaram-se associadas a condições relacionadas a assistência prestada e ao
ambiente onde o procedimento é realizado, considerando o tempo de chegada da
equipe ao intra-hospitalar, desfibrilação precoce, retardo no tratamento, o não
assentimento as regras da unidade hospitalar, falhas durante as manobras
cardíacas, tempo de atendimento até o início dos procedimentos (FELIPE;
CARDOSO, 2018; FERREIRA; OLIVEIRA; MALAQUIAS, 2018).
Visto que grande parte dos estudos evidenciaram que a maioria dos erros
acontecem durante a RCP, segue abaixo uma tabela explicativa sobre como elas
devem ser realizadas, afim de impossibilitar possíveis erros (tabela 3):
18
ADULTOS E
ADOLESCENTES CRIANÇAS < 1 ANO RECÉM-NASCIDO
VENTILAÇÃO 2 ventilações efetivas, de 1 segundo por ventilação
2 ventilações
efetivas, em torno
de 1 segundo cada
Nº DE
VENTILAÇÕES/MIN 10 a 12 12 a 20 30-60
LOCAL DE
CHECAGEM DO
PULSO
Carotídeo Braquial ou
femoral Umbilical
PONTOS DE
REFERÊNCIA
PARA
COMPRESSÃO
Metade inferior do esterno
Metade inferior do esterno
(imediatamente abaixo da linha
intermamária)
PROFUNDIDADE
DA COMPRESSÃO 1/3 a 1/2 da profundidade do tórax
1/3 da profundidade
do tórax
FREQUÊNCIA DA
COMPRESSÃO 100 a 120/min
120 /min (90
compressões e 30
ventilações)
COMPRESSÃO/
VENTILAÇÃO
30:2 (1 ou 2
socorristas)
30:2 (socorrista sozinho); 15:2
(2 socorristas)
3:1 (1 ou 2
socorristas)
A detecção e tratamento precoce das PCR é uma das garantias para o
sucesso da RCP, bem como, assegurar a sobrevivência, evitando o
comprometimento neurológico causado pela falta de oxigenação cerebral, resultando
em sequelas graves irreversíveis. Entretanto, condições inadequadas de
infraestrutura aliada aos conhecimentos insuficientes dos profissionais da equipe,
inviabilizam o sucesso dessa assistência. Este cenário é o desencadeador de
fatores que podem gerar erros, como estresse, cansaço, ansiedade e exaustão. A
inadequada previsão e provisão de materiais nas enfermarias também causam
grande estresse na equipe de enfermagem (CRUZ; RÊGO; LIMA, 2019; FARIAS et
al, 2017; FELIPE; CARDOSO, 2018).
Tabela 1. Manobras de SBV de acordo com a faixa etária
Fonte: file:///C:/Users/Mundo%202015/Downloads/v18n4a07.pdf
19
Os profissionais de enfermagem, sendo os primeiros a detectarem uma PCR,
devem solicitar ajuda médica, iniciar as manobras de RCP competentes e seguras,
manter o desfibrilador próximo ao leito em condições adequadas de uso, dando
início ao suporte básico de vida (SBV). Esses são fatores que contribuem para o
sucesso do atendimento e consequente sobrevida da vítima de PCR (TAVEIRA,
2017). Portanto, a RCP básica inicia-se com a realização do CABD, na seguinte
sequência (tabela 4):
Letra Significado Ação do enfermeiro
C Circulação Realizar RCP após identificar
ausência de pulso central.
A Abertura de vias aéreas Realizar a abertura e a
desobstrução das vias aéreas.
B Boa ventilação
Promover a respiração com
equipamentos do tipo bolsa válvula
máscara.
D Desfibrilação Uso do desfibrilador precoce.
Figura 1: Diagnóstico inicial da PCR
Fonte: http://www.periodicos.usp.br/rmrp/article/view/543/740
Fonte: file:///C:/Users/Mundo%202015/Downloads/100-951-1-PB.pdf
Tabela 2: Descrição do CABD.
20
A desfibrilação é definida como o uso do choque elétrico de corrente contínua,
com grande amplitude e curta duração, aplicado no tórax. Durante uma atividade
elétrica cardíaca irregular, a desfibrilação despolariza todas as células cardíacas,
permitindo o reinício do ciclo cardíaco normal, de forma organizada, em todo o
miocárdio (figura 2). Sendo assim, o DEA é capaz de reverter a fibrilação ventricular
ou a taquicardia ventricular para circulação espontânea, não requer interpretação de
traçado eletrocardiográfico sendo de fácil utilização e por isso, recomendados para
leigos e profissionais de saúde, desde que devidamente treinados (figura 3)
(BOAVENTURA et al, 2014).
A eficácia das manobras cardíacas e a desfibrilação precoce destacam-se
como medidas de sobrevida dos pacientes, o que exige uma equipe responsável e
competente pela emergência/reanimação do hospital que esteja devidamente
treinada e capacitada, aumentando a taxa de sobrevivência, reduzindo danos e
inviabilizando erros (CRUZ; RÊGO; LIMA, 2019).
Com seu estudo sobre as iatrogênias na assistência de enfermagem, Farias
et al (2015), corrobora com os demais estudos e acrescenta que além da adoção de
medidas referentes à capacitação dos profissionais, devem haver melhorias das
condições de trabalho da equipe para uma assistência de enfermagem com
qualidade. Assim, o enfermeiro, como líder da equipe de Enfermagem, se
encontra na linha de frente do atendimento à PCR e do sucesso da reanimação
cardiopulmonar junto à atuação médica. Assim, tem um importante papel a
Figura 3: Posicionamento correto das pás do DEA.
Fonte: https://www.iespe.com.br/blog/dea-
desfibrilador-externo-automatico/
Figura 2: Desfibrilador externo automático
Fonte:
http://ultraseg.com.br/treinamentos/desfibrilador
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desenvolver, que não inclui apenas a manutenção dos recursos materiais e
humanos para as intervenções em situações de emergência, mas também a
promoção de treinamento específico da equipe, com a finalidade de assegurar a
competência nas áreas cognitivas, psicomotora, afetiva e também a agilidade no
atendimento, de modo a alcançar um prognóstico livre de sequelas (CRUZ; RÊGO;
LIMA, 2019).
Quanto as variáveis relacionadas as ocorrências iatrogênicas de uma forma
geral, os mais comuns estão relacionados à falta de experiência profissional,
desconhecimento técnico-científico dos integrantes da equipe, falta de atenção,
profissionais sobrecarregados e problemas inerentes aos materiais e equipamentos
utilizados na assistência ao paciente crítico, deixando nítida a existência de
inúmeros fatores, das mais diversas formas, envolvidos durante as ocorrências
(FARIAS, 2014).
De acordo com Costa, Gonçalves e Santos (2015), no que se refere as
Unidades de Terapia Intensiva, sugere que temos alguns fatores mais comuns que
podem levar a ocorrência de iatrogenias, tais como a natureza dos procedimentos
técnicos realizados neste ambiente, a complexidade dos equipamentos utilizados.
Também são considerados, fatores como o grande contingente de profissionais que
prestam atendimento aos pacientes, a dinâmica de trabalho da unidade e o quadro
clínico grave da maioria dos pacientes.
O maior fator influenciável está relacionado a estrutura e qualidade da
instituição, através das condições de trabalho oferecidas para os profissionais, a
falta de recursos para realização do atendimento de qualidade, a jornada de trabalho
sugerida ao profissional que, em alguns casos, é instruído a dobrar seu turno para
que o cuidado naquele setor continue funcionando, entre outros vários fatores
ambientais e psicológicos que demonstram influencia na maneira com que o
profissional realiza seu trabalho. Isto sugere que os fatores relacionados ao
ambiente de trabalho estão diretamente ligados às ocorrências iatrogênicas, de
forma que a qualidade da instituição e os recursos oferecidos irão repercutir no
cuidado prestado pelo profissional, assim como na maneira com que esse
profissional realiza suas atribuições (COSTA; GONÇALVES; SANTOS, 2015).
Rangel et al (2017) aponta que na UTI deve ter profissional de enfermagem
responsável pela organização e manutenção do carrinho de emergência, o
eletrocardiógrafo, do desfibrilador, bem como os materiais necessários para uma
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punção de acesso venoso central, intubação endotraqueal. Este profissional como
toda a equipe de enfermagem, tem o dever de conhecer e saber manipular todos os
equipamentos utilizados numa PCR, e procurar manter um estoque adequado de
materiais e medicamentos.
Como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a
assistência prestada ao paciente, desde o diagnóstico, implementação das condutas
de reanimação, organização do ambiente de trabalho e dos materiais a serem
utilizados. Este também aciona e organiza toda a equipe de enfermagem, e após a
PCR, deve realizar o acompanhamento contínuo e intensivo às vítimas reanimadas,
em que as manobras foram bem sucedidas. Também é incumbência do enfermeiro e
de toda a equipe de enfermagem a realização do relatório ou evolução de
enfermagem, checagem das medicações e reorganização do setor onde aconteceu
o evento. E ainda é sua responsabilidade prestar assistência aos familiares, seja em
casos de reversão da PCR, como em óbitos. O enfermeiro deve atuar minimizando
as angústias dos parentes das vítimas através de esclarecimentos e
consequentemente, tentando minimizar as ansiedades e angústias (RANGEL et al,
2017; GUILHERME et al, 2016).
A harmonia da equipe aliada ao conhecimento atualizado pode amenizar o
sofrimento laboral e evitar iatrogenias no decorrer da assistência, quer seja em
unidades hospitalares fechadas, como em unidades de terapia intensiva e
internação das mais diversas especialidades. Quando há tentativas frustradas de
reanimação, faz-se necessário reconhecer os pontos falhos da assistência e traçar
estratégias para corrigí-los, apesar dos autores citarem que esse é um momento
incomum na rotina, mas de extrema importância para a melhoria da assistência
(CRUZ; RÊGO; LIMA, 2019).
Para que seja possível diminuir os riscos de falha humana e,
consequentemente, diminuir os riscos de iatrogenias, é importante a simplificação
dos procedimentos a serem realizados. A implementação de protocolos institucionais
também é essencial, pois norteia, conduz e sistematiza a assistência ao paciente,
melhorando e organizando os cuidados prestados de forma a viabilizar, no caso da
PCR, uma possível qualidade de sobrevida (COSTA; GONÇALVES; SANTOS, 2015;
OLIVEIRA, 2017).
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O dinamismo e a frequência das mudanças na área de saúde exige que os
profissionais estejam em constante reciclagem. A avaliação do preparo da equipe de
saúde em relação aos conhecimentos específicos do atendimento à parada
cardiorrespiratória em paciente de UTI é fundamental, para que as falhas sejam
amenizadas, promovendo a organização de treinamentos e capacitações que
favoreçam a realidade vivenciada pela equipe.
A presença de fatores iatrogênicos relacionados aos eventos de PCR na UTI,
tem parecido transparecer que os profissionais que cuidam de pacientes em estado
crítico necessitam estar mais capacitados para atuarem de forma segura e
competente no decorrer do atendimento, pois a falta de informação e conhecimento,
freqüentemente, propicia o aparecimento de erros durante a assistência e,
conseqüentemente, influenciando diretamente no resultado do atendimento ao
paciente.
O enfermeiro, principal envolvido durante a assistência, coordena uma equipe
e precisa desenvolver uma capacidade de liderança e ensino, com a finalidade de
sincronizar toda a equipe, em busca do melhor atendimento. Portanto, pode-se
apontar como característica que se torna precursora para o desenvolvimento do
atendimento, o conhecimento científico atualizado que deve ser o foco principal do
enfermeiro intensivista. Não dominando apenas os assuntos abordados na
graduação, mas procurando sempre por atualizações. Os investimentos em
pesquisas na área da saúde são de proporções mundiais e o enfermeiro deve
procurar meios onde possa se atualizar freqüentemente. Quanto maior o
conhecimento desse profissional, maior será sua contribuição dentro da equipe de
saúde no ambiente de trabalho. Quanto mais capacitado for esse profissional, mais
eficaz se tornam suas condutas e com mais qualidade se obtém os resultados.
Importante ressaltar também a necessidade de dar mais ênfase ao trabalho
de prevenção da PCR, comparando-a à preparação normalmente dada ao manejo
da RCP. Para isso, é preciso que a equipe esteja sensibilizada e apta para
reconhecer os pacientes internados em UTI com maiores riscos de entrarem em
parada, mantendo-se atenta a qualquer alteração, principalmente dos sinais vitais.
Pois somente através de ações de cuidados precoces, juntamente com a equipe
médica, pode-se prevenir e atender precocemente um paciente vítima de PCR.
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Concluindo que a partir deste ângulo, torna-se indispensável a efetivação de
ações preventivas que focalizem as ocorrências iatrogênicas no atendimento à PCR
dentro de um cenário estruturado, de forma a reconhecer e intervir nos pontos
vulneráveis de qualquer um dos componentes que compõem o cuidado, sejam os
equipamentos e recursos materiais, recursos humanos, questões administrativas e
técnicas. A atuação sendo realizada a partir destes parâmetros é que assentirá
alcançar o objetivo final da parada, dirigido primordialmente para restituir o processo
de vida.
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