OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
A Criação de Formas Geométricas baseada na Cultura Afro-Brasileira
Kerli Cristina Rita de Camargo Elillo¹Orientador: Fabricio Vaz Nunes²
RESUMOEste artigo refere-se ao projeto de pesquisa e implementação que foi desenvolvido no período de 2014 e 2015, realizado no Colégio Estadual Antônio Lacerda Braga, no município de Colombo/PR, tendo como sujeitos os estudantes do 8° ano da turma “C” do ensino fundamental do período da tarde. A metodologia para seu desenvolvimento consistiu na aplicação em sala de aula da prática de traçados com as ferramentas de desenho técnico de forma a despertar novos conhecimentos e o desenvolvimento da capacidade criativa dos alunos. Estudos têm mostrado que a utilização dessas ferramentas aumenta os sentidos e ajudam construir significados às ideias. Assim os estudantes tiveram seus conhecimentos aferidos através do uso correto dos materiais técnicos como a régua, os esquadros, o transferidor e o compasso. Fizeram parte do processo de ensino-aprendizagem durante o projeto construções e criações de formas geométricas inspiradas na arte afro-brasileira de Rubem Valentim.
Palavras-chave: Desenho Geométrico, Cultura Afro-Brasileira, Rubem Valentim
1. APRESENTAÇÃOEstamos imersos num mundo de formas. Para onde quer que se direcione o
olhar, as ideias geométricas estão ao nosso redor, seja na natureza, nas artes, na
arquitetura ou em outras áreas do conhecimento. Daí a constituição da geometria
como um dos conteúdos estruturantes para o Ensino Fundamental e para o Ensino
Médio. A Geometria é uma maneira de estudar certas formas e medidas: altura,
largura e comprimento. As formas geométricas foram criadas para compreendermos
algumas ideias da matemática sobre o mundo. São construídas por nós, mas
também podem ser encontradas na natureza, como no sol, na lua, na estrela do mar,
no caracol, no favo de mel, nas flores, nas frutas e nos legumes. A exploração de
técnicas de construção de formas geométricas trabalha com conceitos de geometria
tais como ponto, linha, plano e superfície.
Este projeto pedagógico envolveu o uso das ferramentas régua, transferidor,
esquadros e compasso, propiciando ao estudante a oportunidade de obter maior
aprofundamento no conhecimento das referidas técnicas.
_____________________________
¹ Professora PDE, Licenciada em Educação Artística, Especialista em Educação Especial. Vinculada ao Colégio Estadual Antônio Lacerda Braga em Colombo/PR.² Professor Orientador, docente da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, Campus I, Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP.
É neste sentido que o presente trabalho vale-se da teoria transformando-a em
prática, através da criação de formas geométricas baseada na cultura afro-brasileira,
inseridas nas obras de Rubem Valentim e para criar situações facilitadoras da
aprendizagem de conteúdos de Geometria. Para tanto foram planejadas algumas
práticas para desenvolvimento em sala de aula, cujos resultados são apresentados
neste artigo.
A arte é uma das marcas fortes dos povos africanos. Ela une utilidade e
estética; está nos objetos, na música, na dança, na pintura corporal, no artesanato e
nos rituais sagrados. Para essa cultura ancestral, todos os objetos do mundo estão
ligados entre si e estão ligados ao corpo e ao espírito. A arte está sempre associada
aos eventos e atividades da vida cotidiana, do nascimento à morte. A contribuição
dos negros na construção da sociedade brasileira é evidente; os negros foram
aqueles que plantaram, construíram casarões, igrejas, fortes e cidades inteiras num
mundo feito para brancos que os viam apenas como objetos, ferramentas sem
nome, sem memória, sem história e sem mérito algum pelo que realizaram na
construção do país e da sociedade, que cada vez mais se influenciava pela cultura,
religião e pela junção do negro com branco. É possível notar sua influência desde
simples superstições até o modo de viver do brasileiro. A cultura da África chegou
ao Brasil, em sua maior parte, trazida pelos escravos negros na época do tráfico
transatlântico em meados de 1530, quando tiveram início as primeiras plantações de
cana-de-açúcar que demandavam grande contingente de trabalhadores. O tráfico de
escravos africanos para o Brasil transformou-se em uma atividade lucrativa para os
portugueses. Assim deu-se início à captura, transporte, venda e exploração
sistemática de vários povos do continente africano. Entre os séculos XVI e XIX foi
enorme a quantidade de pessoas retiradas de seus locais de origem para terem sua
força de trabalho aproveitada em terras brasileiras.
Conforme Mattoso (2005) a viagem do negro em direção ao Brasil tem poucos
relatos, mas com certeza não era das melhores. Os documentos só informam a
duração da viagem e ignoram o tempo de sofrimento passado por eles, entre a
prisão e o desembarque na América. Sabemos que o negro desde o momento de
sua apreensão na África até a sua venda como mercadoria passava por sofrimentos
terríveis: muitos morreram na viagem, pois nos navios negreiros eram amontoados
como uma carga de animais, sem conforto ou higiene. O tráfico negreiro tornou-se
um grande negócio, algo extremamente lucrativo, para os comerciantes
portugueses. Em 1821 um navio chamado Emília trouxe à Bahia um enorme
carregamento de negros escravos.
O negro começou a ser introduzido no Brasil com o intuito de substituir a mão-
de-obra escrava indígena pela negra. Assim, o negro passou a ser uma figura
importante no cenário brasileiro, fazendo parte da construção do país e também da
família brasileira.
No período do Brasil colonial o negro servia, em primeiro lugar, ao sistema
agrícola, depois para o garimpo de minerais e pedras preciosas e por último para os
serviços urbanos. O sistema escravagista teve inúmeras modalidades de
escravidão, e assim existiram vários tipos de cativos no Brasil, sob diversas
condições sociais, materiais e afetivas. Os estados do Maranhão, Pernambuco,
Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio
Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto
pela quantidade de cativos recebidos durante a época do tráfico como pela migração
interna dos mesmos, após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste.
Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX,
os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de
revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje. Segundo Darcy
Ribeiro: o negro urbano veio a ser o que há de mais vigoroso e belo na cultura popular brasileira. Com base nela é que se estrutura nosso Carnaval, o culto de Iemanjá, a capoeira e inúmeras manifestações culturais. Mas o negro aproveita cada oportunidade que lhe é dado para expressar seu valor. (...) O negro veio a ser, o componente mais criativo da cultura brasileira e aquele que, junto com os índios, mais singulariza nosso povo. (RIBEIRO, 1995, p. 222.)
Muitas ações têm sido desenvolvidas com a preocupação de se oportunizar o
conhecimento da cultura afro dentro das escolas. Denomina-se cultura afro-brasileira
o conjunto de manifestações brasileiras que sofreram algum grau de influência da
etnia africana desde os tempos do Brasil colônia até a atualidade. Em nosso país o
comportamento africano sofreu também a influência europeia (principalmente
portuguesa) e indígena, de forma que características de origem africana do povo
brasileiro encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais. Traços
fortes dos hábitos africanos podem ser encontrados hoje em variados aspectos do
costume brasileiro, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as
festividades populares. O cantar, o dançar, o sentir, o produzir e até mesmo o refletir
foram características legadas por meio do africano.
Para o artista africano, nada é fixo ou estático, tudo é animado por um
movimento cósmico. A arte é conhecimento e não imitação da natureza. Partindo
deste princípio, as atividades que foram desenvolvidas com os alunos de uma turma
de 8° ano se basearam em discussões a respeito da cultura afro-brasileira e suas
colaborações no desenvolvimento cultural de nosso país.
No Brasil, em 2003, foi promulgada a Lei nº 10.639 que alterou a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas
brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história
e cultura afro-brasileira. Este projeto foi desenvolvido com o objetivo de ampliar o
conhecimento técnico no manuseio das ferramentas do desenho geométrico tendo
como alicerce o artista Rubem Valentim, cujo o trabalho é inspirado na
ancestralidade africana, permitindo ao aluno a elaboração de composições artísticas
tendo por base as formas geométricas.
Contribuição de Rubem Valentim na representação da herança espiritual afro-brasileira
Rubem Valentim (1922-1991) nasce pobre e mulato em Salvador, Estado da
Bahia, no auge do Modernismo brasileiro. Logo cedo mostra sua sensibilidade
artística e mística pintando objetos de presépio católico. Autodidata, começou a
pintar na década de 1940. Com consciência técnica, pesquisa os efeitos cromáticos
e a composição geométrica, estuda os materiais, e desta forma articula elementos
mágicos da cultura afro-brasileira em suas criações.
Assim, a presença da cultura africana nos elementos e rituais das
manifestações populares brasileiras teve uma notável contribuição para as obras de
Rubem Valentim. Vinculou-se ao movimento de renovação das artes e das letras na
Bahia, entre 1946 e 1947. Depois, cursou jornalismo na Universidade da Bahia,
formando-se em 1953, quando passou a escrever artigos sobre arte.
Em 1957 mudou-se para o Rio de Janeiro e foi professor assistente de Carlos
Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Participou
intensamente da vida artística do Rio e de São Paulo, expondo em mostras
importantes, inclusive em diversas Bienais. Em 1963 mudou-se para Roma, onde
residiu por três anos. Em sua volta para o Brasil, morou em Brasília, onde dirigiu o
Ateliê Livre do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília, até 1968.
Artista dotado de grande originalidade, praticava pintura não figurativa com formas
geométricas. Em suas obras, esses signos ou emblemas, originalmente
geométricos, são reorganizados por uma geometria ainda mais rigorosa, formada
por linhas horizontais e verticais, triângulos, círculos e quadrados. Dessa forma, o
artista compõe um repertório pessoal que, aliado ao uso criativo da cor, abre-se a
várias possibilidades formais. Segundo o próprio artista: “Um amor imenso à
construção geométrica que sentia como inerente a todas as coisas orgânicas e
inorgâncias.” (VALENTIM apud ARTE na escola pública – Rubem Valentim, s.d.)
Valentim faz uma simbiose entre a Bahia e a África. Em suas obras há a
emoção da fé religiosa, mística que faz um convite à reflexão sobre nossas crenças
e símbolos que a representam. A formação cultural de Valentim dá o rumo da sua
criação, ele se apropria de um repertório de imagens religiosas africanas para
construir um vocabulário visual próprio: poesia revelada na geometria do sagrado.
Segundo Olívio Tavares de Araújo “há algo de muito específico na geometria
de Valentim que nasce das fontes em que bebe e o diferencia de todos os demais
artistas geométricos: a religiosidade”. (VALENTIM apud ARAÚJO, 1993.)
Valentim empregou signos inspirando-se nas ferramentas e nos instrumentos
simbólicos do candomblé. Os Orixás são elementos da natureza, e como tal, Rubem
Valentim procurou representá-los em suas pinturas, gravuras e esculturas.
É importante destacarmos que Rubem Valentim abandona o sentido mágico e
místico dos signos definidores de cada divindade ou acontecimento do culto para
deles aproveitar apenas a forma original reduzida aos elementos de geometria mais
simples. Com isso, ele criou uma espécie de escrita para esses elementos, uma
nova signografia, o que faz com que suas obras possam ser lidas por quem possua
as referências da religiosidade afro-brasileira, identificando tais objetos, o que não
exclui outras possibilidades de leitura.
Com a questão étnica muito ligada à sua produção artística, suas obras foram
difundidas para diversas regiões do planeta. “Ele foi um homem grandioso, que
estava à frente dos outros artistas. Teve sala especial na Bienal de São Paulo, em
Nuremberg (Alemanha), em Cuba e em vários países. Até hoje, continua a ter
grandes exposições”, afirma Celso Albano da Costa, profissional de arte e estudioso
da obra de Valentim. (apud INSTITUTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL
DA BAHIA, 2012).
As primeiras experiências de Rubem Valentim foram abstratas, e logo em
seguida aparece a simbologia mística que irá marcar a sua obra: em um primeiro
momento os signos litúrgicos afro-brasileiros aparecem agrupados sobre a tela, com
uma organização quase acidental, mas aos poucos vai acontecendo uma espécie de
“limpeza” e eles se organizam simetricamente sobre o quadro. As cores sofrem uma
grande mudança, já que os tons dão lugar às cores puras em grandes áreas
chapadas sobre a tela. As composições de Rubem Valentim, como disse Mário
Pedrosa em 1967 (apud FONTELES, BARJA, 2001, p. 39), são dominadas pela
carga simbólica dos signos afro-brasileiros, que trabalhadas pelo artista
transfiguram-se em formas abstratas e geométricas.
Num manifesto de 1976, Rubem Valentim definiu o seu projeto estético:
Minha linguagem plástico-visual-signográfica está ligada aos valores míticos profundos de uma cultura afro-brasileira (mestiça-animista-fetichista). Com o peso da Bahia sobre mim - a cultura vivenciada, com o sangue negro nas veias - o ativismo; com os olhos abertos para o que se faz no mundo - a contemporaneidade; criando seus signos-símbolos procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, mágico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim.
Ao olhar as obras criadas por Rubem Valentim é possível perceber a emoção
da fé religiosa, mística, nos fazendo um convite reflexivo sobre nossas crenças e
símbolos que a representam. Rubem Valentim traduziu as formas ícones da
religiosidade em formas geométricas. “Eu uso geometria como elemento sensível.”
(apud INSTITUTO ARTE NA ESCOLA, sobre Rubem Valentim: geometria sagrada,
2006).
Geometria e desenho nas artes visuais Desenho é definido como a expressão gráfica da forma. Todas as coisas que
conhecemos e que estamos habituados a ver, como os animais, as plantas, os
móveis, as caixas, as casas, tudo, enfim, pode ser interpretado como formas
geométricas.
As formas geométricas são usadas como tema por vários artistas; elas podem
transmitir sensações variadas como equilíbrio, movimento e leveza.
Quando desenhamos um objeto, estamos representando graficamente a sua
configuração, respeitando as proporções e medidas que definem tal objeto.
Podemos definir o Desenho Geométrico como a expressão gráfica da forma,
considerando-se as propriedades relativas à sua extensão, ou seja, suas dimensões.
Essas dimensões são as três medidas que compõem o nosso mundo tridimensional:
o comprimento, a largura e a altura. Algumas figuras apresentam apenas um desses
aspectos: o comprimento. O ente geométrico que traduz essa forma é a linha.
Quando um objeto apresenta duas medidas, isto é, um comprimento e uma largura,
o ente geométrico que o representa é o plano. Temos aí a ideia de área, de
superfície. Finalmente, ao nos depararmos com objetos que apresentam as três
proporções, temos a ideia do volume.
A preocupação com a falta dessa disciplina nas escolas se confirma com o
que José Carlos Putnoki (2001, p. 13) escreve:
Já faz um bom tempo que o Desenho Geométrico foi banido das escolas de 1º e 2º graus. Coincidentemente, de lá para cá, as geometrias, cada vez mais, vem se tornando o grande terror da Matemática, tanto para alunos como para professores. Com certeza não se trata apenas de uma coincidência, mas sim, em parte, de uma consequência.
Sabe-se que a maioria dos estudantes não conseguem realizar tarefas simples
como traçar uma linha reta utilizando a ferramenta régua, por exemplo.
2. METODOLOGIAO presente artigo diz respeito ao trabalho que foi implementado no Colégio
Estadual Antônio Lacerda Braga (CEALB) localizado em Colombo-PR e enriquecido
pelo debate teórico que teve como foco a criação de formas geométricas baseada
na cultura afro-brasileira.
A implementação do trabalho foi feita com uma turma de alunos do 8° ano.
Para isso utilizei uma apostila abordando conceitos e propriedades geométricas
acompanhadas de exemplos que objetivaram a facilitação da compreensão do
estudante e para dar apoio à resolução das atividades. A apostila consiste em
teorias e exercícios que foram apresentados de forma sintética e fizeram uso
equilibrado da linguagem simbólica da Matemática. O desenvolvimento propiciou
condições para o domínio das representações gráficas e das construções
geométricas elementares.
As imagens contidas na apostila favoreceram a percepção dos traçados e sua
evolução, através de exercícios correspondentes aos assuntos abordados ajudando
na compreensão de cada passo necessário para uma construção, o que garantiu um
bom aprendizado.
As 11 atividades estão em consonância com a proposta de trabalho que
possibilitou repensar as relações geométricas, além de complementar a teoria e
permitir ao estudante explorar diferentes situações para que eles aprofundassem
seus conhecimentos.
A implementação iniciou-se a partir de uma conversa com os estudantes
sobre formas geométricas. Um dos principais aspectos levados em conta durante o
processo foi o conhecimento prévio dos estudantes, para assim despertar o
interesse e estimulá-los a desenvolver o tema para posteriormente organizarmos
nosso projeto. Outro aspecto considerado foi sobre o conhecimento das ações
desenvolvidas em sua vida escolar sobre História e Cultura afro-brasileira e africana
(lei 10.639/2003). Após a ambientação com o tema teve início a implementação
propriamente dita.
3. RELATO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Atividade 1Conforme a metodologia citada acima, a atividade foi iniciada apresentando e
esclarecendo o Projeto de Intervenção Pedagógica, sua finalidade e os materiais
que seriam necessários para o desenvolvimento. Antes mesmo de começar as
atividades do projeto, realizei uma série de exercícios com linhas, formas e cores.
Observei que alguns alunos tinham experiência, mas nada que tivesse tido
continuidade ao longo de sua vida escolar. Poucos alunos tinham traçados precisos
e bem acabados. Em seguida trabalhei o conceito de simetria em animais, objetos,
pessoas, vegetais e astros. Cada um desenhou o conceito trabalhado usando
traçados e cores. Neste momento os alunos se concentraram e verifiquei que seus
trabalhos já apresentavam algum conhecimento técnico. Eles até revelaram ter
gostado do resultado. Para finalizar, pedi que desenhassem uma embalagem
retangular que eles conhecessem (sabão em pó, pó de café, caixa de leite, caixa de
cereal, etc.), obrigatoriamente utilizando a ferramenta régua e lápis para colorir.
Atividade 2Seguindo a ideia proposta na Unidade, depois de iniciar com a prática,
trabalhei com a aquisição de conhecimento teórico. Entreguei uma apostila a cada
dupla para que acompanhassem as atividades através da leitura e visualização de
imagens. Junto com a apostila apresentei a Lei 10.639/03 que torna obrigatório o
ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas públicas e
particulares da educação básica. Complementei sobre o Dia da Consciência Negra
(20 de novembro). Em seguida entreguei a eles um texto com todas essas
informações. Lemos este material em sala de aula, e ao final da leitura fizemos um
debate sobre o que havíamos lido. Na sequência apresentei um histórico sobre a
origem da arte afro-brasileira, como os africanos vieram para o Brasil, seus
costumes, variedades étnicas e culturais, culinária, instrumentos musicais e danças.
Debatemos a questão dos conceitos: CULTURA e FOLCORE.
Esta atividade se desenvolveu ao longo de quatro aulas, pois foi
acompanhada de exemplos em vídeo (TV multimídia), imagens, conversas e registro
no caderno.
Atividade 3Por conta da greve dos professores do Estado do Paraná, a atividade de
implementação do projeto foi interrompida por um período de 45 dias
aproximadamente.
O próximo passo se deu com a minha explanação sobre a biografia de
Rubem Valentim e sua origem artística. Nesse momento os alunos receberam um
texto de uma lauda com dados importantes sobre a vida do artista bem como
comentários críticos e depoimentos do próprio artista e críticos de arte. Apresentei
algumas obras de arte de Rubem Valentim e conversamos sobre os traçados, cores,
formas e simetrias fazendo um paralelo com as atividades anteriores. Aqui houve um
momento de grande curiosidade por parte dos estudantes pois eles não conheciam
o artista e fizeram muitas perguntas sobre sua inspiração, ancestralidade e
influência na cultura brasileira. Aconteceu também uma conversa sobre as
influências que o artista recebeu para desenvolver seus trabalhos. Para finalizar, os
alunos criaram um desenho intitulado ESCUDO AFRICANO, em que deveriam
aplicar todo o conhecimento já adquirido.
Atividade 4A partir da atividade 3 da apostila, fizemos a leitura e análise de cada
ferramenta do desenho: régua, esquadros, compasso e transferidor, além do lápis,
lapiseira, borracha e papel. Na atividade 4, após lermos cada definição dos
elementos fundamentais da geometria, orientei os estudantes a traçarem em seu
caderno cada elemento: o ponto, as linhas horizontal, vertical e diagonal, a reta, a
semirreta e o segmento de reta.
Atividade 5A atividade 5 foi realizada da mesma forma exercitando as ferramentas
traçando em seu caderno de desenho. Continuamente a cada aula verificávamos
onde paramos nos exercícios e a partir daquele ponto dávamos continuidade às
atividades.
Atividade 6Na atividade 6 deixei que os estudantes realizassem sozinhos, os exercícios
com régua, esquadros e compasso. Durante esta fase, eu não interferi no trabalho
dos alunos, deixando que eles desenvolvessem as atividades de forma
independente.
Atividade 7Na atividade 7, fizemos a leitura do texto explicativo sobre medidas de
ângulos e exercícios agora já introduzido o transferidor.
Atividade 8Apresentei aos estudantes na apostila e na TV multimídia a obra Emblema –
Logotipo Poético - (1975), da atividade 8. Falei sobre a inspiração do artista nos
signos da cultura afro-brasileira, e pedi aos alunos que descrevessem no caderno
sua realidade local, suas experiências religiosas e quais símbolos estão presentes
em sua religião. Alguns foram orientados a descrever outro símbolo do cotidiano
caso não quisessem falar de religião. Essa obra foi analisada e descrita pelos
estudantes no que se refere às ferramentas de desenho que podem ser utilizadas
para a criação e o que ela (a obra) representa pra cada estudante. Nesta atividade
fui cautelosa no que diz respeito à religiosidade, mas me surpreendi quando os
alunos fizeram uma analogia com a mitologia grega: Artemis, Poseidon, Hades,
Ares, Íris, Zeus, Gaia. Acrescentei em forma de aula explicativa diversos símbolos
do nosso cotidiano, entre eles banheiro feminino e masculino, cadeirante, lixo
reciclável, raio. Pedi aos estudantes que desenhassem esses símbolos usando as
ferramentas técnicas.
Atividade 9Com o auxílio do data-show apresentei diversas obras de Rubem Valentim.
Com cada obra de arte eu pausava a imagem e juntos observávamos, analisávamos
e seguíamos em frente. Retomamos ao texto com comentários sobre o artista e em
duplas os estudantes leram novamente e registraram sua análise no caderno.
Atividade 10Como esse exercício é mais complexo, houve bastante dificuldade por parte
de alguns alunos. A atividade 9 envolveu a precisão da régua e do compasso. Um a
um fomos exercitando a construção de triângulos, devagar, com paciência; fazendo
e refazendo o exercício pude observar o progresso de cada estudante. Os exercícios
na sequência são o círculo e a circunferência da atividade 10, também complexos,
pois manusear o compasso exige coordenação motora. No entanto, a esta altura do
projeto, os estudantes já estavam familiarizados com as ferramentas do desenho,
então constatei menos dificuldade por parte de alguns.
Atividade 11Iniciei a atividade 11 valorizando a condição dos estudantes de criar sua
própria obra de arte já com o conhecimento adquirido ao longo do período de
implementação. Pedi a eles que escolhessem ícones/símbolos do seu universo
jovem e os traduzissem em formas geométricas, abstratas, utilizando as cores com
inspiração no artista Rubem Valentim. Em primeiro lugar, os alunos fizeram um
estudo em folha de sulfite, a lápis, utilizando as ferramentas todas com precisão e
capricho. Só depois do estudo planejado é que eles iniciaram a confecção do
quadro. Escolhi a técnica de recorte e colagem para a realização desta atividade;
para isso, os estudantes utilizaram papéis coloridos, tesoura e cola bastão. Foram
nove aulas com muita concentração e dedicação para que suas obras tivessem um
bom resultado. Esta atividade criativa mostrou ser a mais estimulante de todas. De
acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, a criação do aluno é o
item definitivamente mais importante.
As principais dificuldades se revelaram no manuseio das ferramentas de
desenho geométrico. Nesses momentos de dificuldades, foi necessário rever a
estratégia de ensino. Os alunos ficaram bastante motivados com os resultados de
suas criações.
A avaliação desenvolveu-se durante a prática pedagógica e, de acordo com a
LDB (n.9.394/96, art.24, inciso V), foi “contínua e cumulativa do desempenho do
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
resultados ao longo do período”. Na Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de
Educação (Capítulo I, art.8°), a avaliação almeja “o desenvolvimento formativo e
cultural do aluno” e deve “levar em consideração a capacidade individual, o
desempenho do aluno e sua participação nas atividades realizadas”. A fim de se
obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, foram necessários vários
instrumentos de verificação. Avaliou-se o manuseio das ferramentas, concentração,
dedicação, processo criativo, registros no caderno de desenho, exercícios de
traçado, pesquisas, debates, participação e criação. Visando o ensino-aprendizagem
foi necessário o planejamento e o acompanhamento durante o período de
implementação principalmente a apropriação prática e teórica dos modos de
composição da arte.
Atividade 12 – GTRO Grupo de Trabalho em Rede - GTR teve como objetivo a socialização da
Professora PDE por meio da interação com os Professores da Rede Estadual de
Ensino utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem. É uma atividade prevista no
Plano Curricular Integrado de Formação Continuada do PDE, com carga horária de
64 horas que ocorreu no 3° e 4° período do Programa. O GTR aconteceu mais ou
menos ao mesmo tempo que a Implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na escola, momento em que o Professor PDE utiliza sua produção
didático-pedagógica como estratégia para superar as dificuldades diagnosticadas
em sua prática pedagógica. Assim, no momento do GTR, acontece a socialização do
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, da Produção Didático-Pedagógica e
das Ações de Implementação na escola com os professores da rede estadual de
ensino (PARANÁ, 2014).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕESGazire (2000), em sua tese de doutorado, buscava explicitar porque não se
conseguia resgatar o ensino de Geometria nas escolas de Ensino Fundamental e
Médio. Concluiu, em sua pesquisa, alguns fatores por que tal recuperação não
ocorre, onde podemos destacar que o professor é vítima de um ciclo vicioso: ele não
aprendeu Geometria, e portanto não ensina Geometria; ele tem dificuldades de
romper com os procedimentos tradicionais da aula expositiva; não tem ao seu
alcance uma bibliografia adequada que o coloque em contato com o conhecimento
geométrico. Além disso, essa falta de bibliografia faz com que ele não saiba utilizar
livros diferentes dos didáticos.
Hoje, temos a consciência de que o ensino de Geometria, focado na
compreensão de conceitos geométricos tem grande poder de interferência na
formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na
agilização do raciocínio dedutivo do aluno Pavanello (1989) e Gazire (2000).
Como produção didática, foi elaborada uma Unidade Didática voltada aos
conteúdos de Desenho Geométrico aplicado no 8º (oitavo) ano da Educação Básica,
como instrumento de construção do conhecimento geométrico e para facilitar aos
alunos um melhor entendimento da importância do Desenho Geométrico inserido
nos conteúdos da Geometria como um todo. Os conteúdos e construções
trabalhados foram os seguintes: ponto, reta e plano; reta, semirreta e segmento de
reta; retas paralelas, ângulos; transferência de ângulos; triângulos; circunferências. A
aplicação de atividades desta Unidade Didática mostrou que é possível uma
aprendizagem significativa quando os estudantes são estimulados a interagirem com
o objeto de estudo.
A proposta de traçados desses segmentos exigiu dos alunos muita atenção e
memorização tanto das nomenclaturas como dos procedimentos para traçá-los e
descobri-los. A exigência de capricho, limpeza e manuseio dos instrumentos
envolvidos despertou nos alunos momentos de descobertas e concentração, até
então não percebidos. Nessas atividades, a utilização do compasso como
instrumento de construção demonstrou a capacidade dos alunos no cuidado com os
materiais. Os momentos de troca de experiência entre a professora e os alunos e
destes para com os mesmos foi fundamental pra obtenção de um aproveitamento
significativo. As aulas demandaram importantes intervenções para melhor
compreensão dos alunos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAISMuitos pesquisadores lamentam o descaso com o ensino da Geometria,
ressaltando sua importância, especialmente quanto ao seu ensino com
demonstrações. Igualmente consideram que sua ausência tem sido motivo de
perdas consistentes na área da Matemática. É frequente ouvir dos professores das
séries do Ensino Fundamental que, por diversos motivos, mas principalmente por
não saberem “o que” fazer (nem como e nem por quê), eles acabam não
trabalhando nada de Geometria em suas aulas de Matemática. Mais do que a
dificuldade do ensino de Geometria é a omissão desse ensino flagrado nas
experiências que acompanhamos ou nos depoimentos dos professores (FONSECA
et al, 2001, p. 14).
Adquirir o conhecimento necessário para compreender a linguagem gráfica e
saber comunicar-se com ela é, hoje, essencial para o homem. Oliveira acrescenta
que “o Desenho Geométrico irá proporcionar essa capacidade e promover o
entendimento de outros conhecimentos, em todos os campos de atividade humana.
Essa disciplina também ajudará a desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento
divergente, a organização e a criatividade”. (2008, p. 01)
O professor de Desenho Geométrico deve ser instruído a ensinar o Desenho
de forma prática, sempre relacionando a disciplina com a natureza, com o dia a dia.
O objeto de Desenho Geométrico é, portanto, a construção de formas determinadas,
geométricas e precisas, obtidas de forma natural, respeitando os preceitos
essenciais de sua execução, quais sejam, instrumental bem cuidado, traços firmes e
determinados, precisão na construção e observância às normas técnicas. Durante
os contatos realizados com o corpo docente (professores de matemática), com a
equipe pedagógica e direção do Colégio Estadual Antônio Lacerda Braga, onde foi
realizada a implementação do projeto, foi possível notar a surpresa com que
percebiam esse mundo espantoso. Certamente muitos alunos, eventualmente
desmotivados com a monotonia das aulas tradicionais, sentir-se-ão motivados pela
alternativa oferecida e com a oportunidade de aperfeiçoar-se tanto no capricho e na
organização como na busca da precisão. Sem dúvida a ideia não se esgota tão
somente nas resoluções de equações elementares. O ensino do desenho
geométrico fica valorizado no desenvolvimento do pensamento geométrico, sendo
este possibilitado com a exploração de situações de aprendizagem que levem o
aluno a resolver situações-problema que envolvam figuras geométricas planas,
utilizando procedimentos de decomposição, composição, transformação, ampliação
e redução.
Marmo (1964), em seu Curso de Desenho, ensina, ao definir a importância do
Desenho Geométrico, que:
...desenvolve o raciocínio, a imaginação, a iniciativa e o espírito criador; o Desenho Geométrico é uma verdadeira “ginástica mental”, comparável a qualquer ramo da Matemática; (...) desenvolve também a “visão espacial” que é a capacidade de visualizar, no espaço, coisas representadas no plano, dando ao estudante a capacidade de pensar em três dimensões (...) e, assim, compreender que não está apenas adquirindo informações, mas também formando seu espírito, desenvolvendo sua habilidade de visualizar (um problema), prever e gerar ideias novas (MARMO, 1964, p.12).
Os estudantes tiveram a experiência de utilizar o desenho geométrico como
metodologia para melhorar a qualidade do ensino de geometria, e os instrumentos
(régua, compasso, transferidor e esquadros) como recursos para aprender,
visualizar, fazer ver, resumir, ajudar a provar e a avaliar.
Conclui-se, portanto, que o ensino do Desenho Geométrico na educação
básica é o alicerce para que os alunos apresentem embasamento para a
assimilação dos conteúdos: materiais técnicos, linha reta, semirreta, segmento de
reta, ângulos, triângulos, circunferência e círculo, conhecimento dos polígonos. Além
disso, durante o processo de aplicação do projeto, os estudantes conseguiram
sintetizar suas emoções, sua história, seus sentimentos e sua cultura através de
valores estéticos como a beleza, o equilíbrio, harmonia fazendo a disciplina de arte
se tornar interessante na medida em que os estudantes elaboravam os elementos
geométricos de forma sensível e criativa se apropriando das técnicas geométricas
para dar saída à sua própria criatividade.
REFERÊNCIAS
Obras publicadas
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ANEXOS
Trabalhos de recorte e colagem realizados pelos alunos do 8° ano do Colégio Estadual Antônio Lacerda Braga – Colombo – PR.
Fonte: Foto da Autora Fonte: Foto da Autora Fonte: Foto da Autora
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