Origens da Literatura Portuguesa
RENASCIMENTO CULTURAL
Itália,berço do
Renascimento
Em oposição à cultura feudal, o Renascimento foi um movimento cultural que expressou a mentalidade burguesa.
FLORENÇA: capital das artes
Cidade do renascimento.
Depois da "longa noite de
trevas" que foi a idade média, a
humanidade renasceu para a
cultura. Esse renascimento
começou em Florença, quando
poetas, pintores, escultores e
arquitetos criaram uma
quantidade infinita de obras de
arte.
MECENATO...
Mecenas: burguesia,
príncipes e até Papas
financiaravam e
protegiam as artes e os
artistas.
Entre as famílias mais
ricas de Florença
contavam-se os Médici,
que acabaram por
controlar o governo da
cidade e tornar-se
mecenas generosos.
Lourenço de Médici
Volta aos valores da Antiguidade
Clássica
O Nascimento de Vênus
Descobrir o Mundo...Descobrir o
Homem
O ideal de universalidade: Os renascentistas
acreditavam que uma pessoa poderia vir a
aprender e saber tudo o que se conhece.
Diferenças entre o pensamento medieval e o renascentista:
PENSAMENTO MEDIEVAL PENSAMENTO RENASCENTISTA
Teocentrismo Antropocentrismo
Verdade = Bíblia Verdade = experimentação, observação
Vida material sem importância Vida terrena e material também é importante
Conformismo Crença no progresso
Natureza = fonte do pecado Natureza = beleza, onde o homem se insere
Ascetismo Hedonismo
Dogmatismo Fé diferente da razão
ALEGORIA DA PRIMAVERA
A ARTE DE SANDRO BOTTICELLI
A ARTE DE SANDRO BOTTICELLI
NASCIMENTO DE VÊNUS
ARTE DE LEONARDO DA VINCI
A ARTE DE RAFAEL SANZIO
O CASAMENTO DA VIRGEM
TRANSFIGURAÇÃO
A ARTE DE MICHELANGELO
MOISÉS
DAVIPIETÁ
A CRIAÇÃO DE ADÃO
O RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA
PIETER BRUGHEL
BANQUETE DE NÚPCIAS
HIERONYMUS BOSCH
JARDINS DAS DELÍCIAS CARROÇA DE FENO
O RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA
ALBRECHT
DÜRER
AUTO-RETRATO
EL GRECO
O ENTERRO DO
CONDE ORGAZVISTA DE TOLEDO SOB A
TEMPESTADE
ClassicismoSéculos XV e XVI
ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO
Durante o século XIV, a Europa começava a se preparar
para uma grande transformação política, econômica e
cultural que teve seu auge ou apogeu nos séculos XV e XVI,
chamado de classicismo, também conhecido como
quinhentismo, já que se manifestou no século XVI, em 1527,
quando o poeta Sá de Miranda retornou da Itália trazendo as
características desse novo estilo; esse fato marcou o início
dos tempos modernos. Esse período, pela história, passa a
ser conhecido como Renascimento, onde o homem passa a
se redescobrir, mudar de valores, ter uma nova visão do
mundo.
O homem do Renascimento se identifica na cultura
greco-latina, que passa a ser os valores da
época. Além de Integrar a seu universo artístico os
deuses da mitologia grega, isto porque os deuses
têm características humanas, como, por exemplo,
sentimentos; o homem renascentista procura
compreender o mundo sob a luz da razão, e faz a
associação do equilíbrio entre razão e emoção, as
noções de beleza, bem e verdade.
Os termos clássico e classicismo também podem
ser empregados a partir de uma mistura de
definições de valores, como se a arte greco-romana
estabelecesse um padrão para toda a arte
produzida posteriormente.
PRINCIPAIS AUTORES PORTUGUESES
Luís Vaz de Camões: (1525?-1580) - O escritor mais
conhecido e destacado do classicismo português. Escreveu
poesias líricas e épicas, além de várias peças teatrais. A
obra Os lusíadas, que foi publicada em 1572, mostra muito
bem como era a visão do mundo e dos homens na época,
algo próprio do classicismo. Serviu como matéria
informativa, ou melhor, como uma reportagem de um dos
fatos mais importantes da história portuguesa. O poema tem
como tema principal a narração da viagem de Vasco da
Gama às Índias, e o enfoque maior é no povo português,
em como conseguiu conquistar novas terras, por isso o
enfoque é no povo e não em alguém específico.
Francisco de Miranda: (1495-1558) - Seus trabalhos giraram em
torno da poesia e da comédia. Por ter vivido algum tempo na
Itália, ele introduziu em Portugal o soneto, uma nova forma
poética com base na arte renascentista.
Bernardim Ribeiro: (1482-1552) - Sua obra de destaque foi
Menina e Moça, publicada em 1554.
Antônio Ferreira: (1528-1569) - Sua obra principal foi Tragédia
de d. Inês de Castro, escrita em versos, publicada em 1587, em
Portugal.
Como Luis de Camões foi o mais destacado e conhecido poeta
português deste período, será dada maior ênfase a ele.
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_pdtK-GYeqOI/R8RtOiURqEI/AAAAAAAAANw/LCu9lK8NLUs/s320/Selo%2BCam%C3%B5es.jpg
QUANDO TUDO ACONTECEU...
1524 ou 1525: Datas prováveis do nascimento de Luís Vaz de Camões, talvezem Lisboa.1548: Desterro no Ribatejo; alista-se no Ultramar.1549: Embarca para Ceuta; perde o olho direito numa escaramuça contra osMouros.1551: Regressa a Lisboa.1552: Numa briga, fere um funcionário da Cavalariça Real e é preso.1553: É libertado; embarca para o Oriente.1554: Parte de Goa em perseguição a navios mercantes mouros, sob ocomando de Fernando de Meneses.1556: É nomeado provedor-mor em Macau; naufraga nas Costas do Camboja.1562: É preso por dívidas não pagas e depois libertado pelo vice-rei Conde deRedondo, de quem era protegido.1567: Segue para Moçambique.1570: Regressa a Lisboa na nau Santa Clara.1572: Sai a primeira edição de Os Lusíadas.1579 ou 1580: Morre de peste, em Lisboa.
Vão as serenas águas
Vão as serenas águasDo Mondego descendo Mansamente, que até o mar não param;Por onde minhas mágoasPouco a pouco crecendo,Para nunca acabar se começaram.
Ali se ajuntaram Neste lugar ameno,Aonde agora mouro, Testa de nove e ouro,Riso brando, suave, olhar sereno,Um gesto delicado,Que sempre na alma me estará pintado.
Luís de Camões
Fig. – Coimbra no século XVI
Fonte: http://oficina.cienciaviva.pt/~pw020/g7/lat2.htm
As Rimas são a primeira edição da lírica camoniana,feita a partir de cancioneiros manuscritos, em 1595.
Fonte: http://www.academia.org.br/abl/media/bb_rhythamas.bmp
Fonte: splishsplashblog.blogspot.com
o.caminho.invisivel.zip.net
Fonte: www.prof2000.pt/.../modulo2/Webquest/index.1.gif
www.fraternidaderosacruz.org/camoes.jpg
Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor é um fogo que arde sem se ver,É ferida que dói, e não se sente;É um contentamento descontente,É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;É um andar solitário entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Fontes: www.noscafora.be/.../camoes.jpg
Que vençais no Oriente tantos reis,que de novo nos deis da Índia o estado,que escureçais a fama que ganhadotinham os que ganharam a infiéis;
que do tempo tenhais vencido as leis,que tudo, enfim, vençais c’o tempo armado;mais é vencer na pátria, desarmado,os monstros e as quimeras que venceis.
E assi, sobre vencerdes tanto imigo,e por armas fazer que, sem segundo,vosso nome no mundo ouvido seja,
o que vos dá mais nome inda no mundoé vencerdes, Senhor, no Reino amigo,tantas ingratidões, tão grande enveja!
Fonte: 3.bp.blogspot.com/.../s400/camoes.bmp
A D. Simão da Silveira, em resposta de outro seu, pelos mesmos consoantes, mandando-lhe perguntar quem fora o primeiro poeta que fizera sonetos
De um tão felice engenho, produzidode outro, que o claro Sol não viu maior,é trazer cousas altas no sentido,todas dinas de espanto e de louvor.
Museu foi antiquíssimo escritor,filósofo e poeta conhecido,discípulo do Músico amadorque c’o som teve o Inferno suspendido.
Este pôde abalar o monte mudo,cantando aquele mal, que eu já passei,do mancebo de Abido mal sisudo.
Agora contam já (segundo achei),Tasso, e o nosso Boscão, que disse tudodos segredos que move o cego Rei.
Fontes: http://www.aupper.pt/obras/images/OsLusiadas.jpg
Ah, minha Dinamene assi deixasteQuem não deixara nunca de querer-te!Ah, Ninfa minha, já não posso ver-te,Tão asinha esta vida desprezaste!
Como já para sempre te apartasteDe quem tão longe estava de perder-te?Puderam estas ondas defender-teQue não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura MorteMe deixou, que tão cedo o negro mantoEm teus olhos deitado consentiste!
Ó mar! Ó céu! Ó minha escura sorte!Qual pena sentirei, que valha tanto,Que ainda tenho por pouco o viver triste?
Fonte: www.templodeapolo.net/.../big/ninfas03.jpg
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_ItD-LsB8QmU/SR30H2ZU37I/AAAAAAAAAEM/waz2dPbtNgg/s400/paisagem_olhos_verdes.jpg
Verdes são os campos
Verdes são os camposDa cor do limão: assi são os olhosdo meu coração.
Campo, que te estendes Com verdura bela;Ovelhas, que nelaVosso pasto tendes;D’ervas vos mantendesQue traz o verão,E eu das lembrançasDo meu coração.
Gado, que paceis,Co contentamentoVosso mantimentoNão o entendeis:Isso que comeisnão são ervas, não:são graças dos olhosdo meu coração
Luís Vaz de Camões
Fonte:http://incondicionalmentevasco.files.wordpress.com/2008/03/caravela2.jpg
Oh, como se me alonga, de ano em ano
Oh, como se me alonga, de ano em ano,A peregrinação cansada minha!Como se encurta, e como ao fim caminhaEste meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;Perde-se-me um remédio, que inda tinha;Se por experiência se adivinha,Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;No meio do caminho me falece,Mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,Se os olhos ergo a ver se inda parece,Da vista se me perde e da esperança.
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na cousa amada,Por virtude do muito imaginar;Não tenho logo mais que desejar,Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,Que mais deseja o corpo de alcançar?Em si somente pode descansar,Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,Que, como o acidente em seu sujeito,Assim co'a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;[E] o vivo e puro amor de que sou feito,Como matéria simples busca a forma.
Fonte:http://mcebraga.files.wordpress.com/2008/03/ponte.jpg
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_iIrQW6elHDw/RtjeNH9kOpI/AAAAAAAAAIs/iXASTfLZDUo/s1600-h/thoughts.bmp
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteEm minha perdição se conjuraram;Os erros e a fortuna sobejaram,Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presenteA grande dor das cousas que passaram,Que as magoadas iras me ensinaramA não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;Dei causa [a] que a Fortuna castigasseAs minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.Oh! quem tanto pudesse, que fartasseEste meu duro Gênio de vinganças!
Luís de Camões
Top Related