COLÉGIO PEDRO II – REITORIA Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DOCENTEÁREA VII – EDUCAÇÃO FÍSICA/ARTES VISUAIS
Coordenador: José Mauro de Sá Oliveira
Supervisor Humaitá II: Claudia Maria de Luca
Supervisor São Cristóvão II: Simone da Silva Salgado
O jogo popular infantil como conteúdo das aulas de educação física para as turmas de 1º segmento do
ensino fundamental
Por:
Poliane Gaspar de Cerqueira
Escola de Origem: Escola Municipal Flor de Lis
Campus do Colégio Pedro II: Humaitá
Dezembro, 2013.
Poliane Gaspar de Cerqueira
O jogo popular infantil como conteúdo das aulas de educação física para as turmas de 1º segmento do
ensino fundamental
Artigo monográfico apresentado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
graduação do Colégio Pedro II, como requisito parcial para a obtenção
do título de especialista no Programa de Residência Docente, sob
orientação da Prof. Ms. Cláudia Maria de Luca.
Dezembro, 2013.
POLIANE GASPAR DE CERQUEIRA
O jogo popular infantil como conteúdo das aulas de educação física para as turmas de 1º segmento do
ensino fundamental.
Artigo monográfico apresentado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
graduação do Colégio Pedro II, como requisito parcial para a obtenção
do título de especialista no Programa de Residência Docente, sob
orientação da Prof. Ms. Cláudia Maria de Luca.
Aprovado em _____/_____/________
BANCA EXAMINADORA
Componente da Banca Examinadora – Instituição a que pertence
Componente da Banca Examinadora – Instituição a que pertence
Componente da Banca Examinadora – Instituição a que pertence
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais, por todo o amor e pela educação que fizeram de
mim a pessoa que sou e por todo apoio e incentivo no estudos;
À Prof. Ms Claudia Maria de Luca, pelos ensinamentos que foram muito
valorosos para minha atuação profissional e para minha vida;
À Prof. Dr. Simone Salgado pelos ensinamentos e por toda ajuda;
A todos os Professores residentes pelos bons momentos vivenciados durante
esta caminhada;
Agradeço imensamente a todos e sintam-se participantes desta conquista.
RESUMO
Número de Palavras 55
O presente estudo possui caráter experimental, sendo constituído por 5 planos de aula com o objetivo de trabalhar os jogos populares como conteúdo da educação física escolar para as turmas do 1º segmento do ensino fundamental. Os planos de aula foram elaborados a partir da observação das aulas de Educação Física no Colégio Pedro II.
PALAVRAS-CHAVE: jogos populares, conteúdo, educação física
SUMÁRIO
Páginas
RESUMO...............................................................................................................05
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................07
2. JUSTIFICATIVA................................................................................................08
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................10
3.1 JOGOS POPULARES INFANTIS...............................................................10
3.2 O PAPEL DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.......................12
4. METODOLOGIA.................................................................................................13
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................16
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................19
7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................20
ANEXO....................................................................................................................19
1- INTRODUÇÃO
A escola municipal Flor de Lis é uma escola localizada na área rural do município de
Nova Iguaçu, no bairro de Miguel Couto. No passado, a instituição era mantida por
entidades religiosas e passou a ser escola municipal há 10 anos. A escola possui apenas a
Educação Infantil e o ensino Fundamental 1. Os alunos são em sua maioria, oriundos de
comunidades carentes.
Essa escola foi a minha segunda experiência como Professora de Educação Física,
e assim que cheguei ao local levei um grande susto. A escola não possui praticamente
espaço nenhum para as aulas de educação física, já que o local não foi construído para ser
uma instituição de ensino, já que anteriormente era uma igreja. No começo, quis trocar de
escola, mas conversando com a diretora, ela disse que aos poucos iria realizar o
calçamento de um terreno fora da escola então eu teria um espaço melhor. Já estou na
escola há um ano e meio e as coisas melhoraram um pouco.
Outra coisa que me impressionou muito também foi que os alunos nunca tinham tido
aulas de Educação Física, eu fui a primeira Professora dessa disciplina na escola. Apesar
da falta de espaço da escola, os alunos são, em sua grande maioria, muito interessados.
Consigo realizar meu trabalho apesar do pouco espaço disponível.
O que me incentivou a ingressar no Programa de Residência Docente do colégio
Pedro II foi a vontade de melhorar, de aprender, de oferecer coisas novas aos meus alunos.
Por ainda não possuir muita experiência, pensei que seria uma grande oportunidade de
adquirir novos conhecimentos em um colégio de referência como o Pedro II.
Posso dizer que ao ingressar no programa, este superou todas as minhas
expectativas, pois todas as aulas assistidas, oficinas e palestras contribuíram de imediato
para melhorar meu trabalho em sala de aula. Durante as aulas da Professora Ivone no
campus São Cristovão, em que estavam sendo trabalhados os jogos populares, tema este
que já trabalhava com meus alunos, encontrei novas formas de abordar esse conteúdo
abrangendo as três categorias do conhecimento: atitudinal, procedimental e conceitual.
Em minha recente prática pedagógica, sempre procurei propor conteúdos que
pudessem de alguma forma interagir com outros conhecimentos objetivando atingir as
dimensões do conteúdo citadas anteriormente e favorecer o desenvolvimento integral dos
alunos.
Já trabalhava com os jogos populares em minhas aulas, mas durante o PRD
assistindo as aulas da Professora Ivone (unidade São Cristóvão) encontrei subsídios para
trabalhar os jogos de forma que contemple as três dimensões de conteúdo: atitudinal,
procedimental e conceitual . Além disso, sempre me incomodou a ideia que a maioria dos
meus alunos possuíam em relação à aula de Educação Física, que era uma aula que
cuidava apenas da “física” como eles mesmo chamam, muitos acham que é um momento
livre, sem importância, uma aula apenas para a prática de esportes, que muitas vezes gera
exclusão dos menos habilidosos. Dessa forma, os jogos populares mostraram-se como
excelente conteúdo que pode ser utilizado, visando o desenvolvimento global dos alunos e
oportunizando a todos, não somente aos mais habilidosos, o acesso as diferentes
manifestações da cultura corporal.
Segundo Souza (2002) ao assumir essa concepção da cultura corporal, escolhe-se
uma proposta pedagógica que leva em conta a totalidade do sujeito, suas significações e
sentidos próprios. Trabalhando-se na Educação Física escolar com temas e atividades
lúdicas construídos historicamente e socialmente pela humanidade como os jogos, está se
trabalhando com expressões de um tempo, comunicando formas de agir, de pensar e de se
movimentar do sujeito no mundo.
2. JUSTIFICATIVA
Segundo Freire (1994) existe um vasto mundo da cultura infantil repleto de jogos,
movimento e fantasia que deveria ser aproveitado como conteúdo escolar. A educação
física, como componente curricular deve ser especialista em atividades lúdicas e em cultura
infantil.
A afinidade dos jogos com a natureza do próprio universo infantil possui
reconhecimento histórico, por isso, vem sendo tema de inúmeras pesquisas e estudos ao
longo dos anos. Kishimoto (1993), Freyre (1963), Chateau (1987), Leontiev (1992),
Rosamilha (1979), Piaget (1973) retratam com seriedade a importância do jogo no
desenvolvimento infantil. É interessante destacar que em todas as concepções teóricas
sobre o desenvolvimento e a educação infantil e na literatura em geral, o jogo/brinquedo
aparece como um importante recurso na construção de conhecimentos e desenvolvimento
da criança. O brincar é a atividade que faz parte do cotidiano de qualquer criança,
independente do local onde vive, dos recursos disponíveis, do grupo social e da cultura da
qual faça parte, todas elas brincam. A brincadeira é importante para que elas explorem seu
mundo interior e descubram os elementos externos em si, trabalhem a socialização e
adquiram qualidades fundamentais para seu desenvolvimento físico, social e cognitivo.
Desta forma, é necessário que na infância, o indivíduo vivencie atividades lúdicas e
espontâneas que são fundamentais para o seu amadurecimento. Dentro do contexto das
aulas de educação física as atividades lúdicas e brincadeiras podem ser vivenciadas através
dos jogos populares.
Os jogos populares infantis, assim como qualquer construção social, são moldados
de acordo com vivências na sociedade. Uma brincadeira só é percebida como tradicional
quando é criada e sustentada durante um determinado período, se tornando parte do
folclore e da história do povo ou da região. Quando pensamos nos jogos presentes no
Brasil, é importante salientar que o mesmo é constituído de diferentes culturas locais que
também sofreram influências de outros países (CERQUEIRA & PERFEITO, 2012).
Além de elemento fundamental na formação do cidadão, os jogos populares infantis
possuem componentes que permitem resgatar informações culturais sobre a diversidade
presente no Brasil. Essas brincadeiras atravessam séculos e diferentes localidades,
permitindo assim, que seu conteúdo agrupado se some e sirva como perpetuador de novas
culturas para seus participantes (CERQUEIRA & PERFEITO, 2009).
Muitos dos jogos tradicionais não são catalogados ou descritos, sendo transmitidos
de geração em geração através da oralidade. Tais atividades eram realizadas em espaços
ao ar livre ou dentro de casa.
Atualmente, em virtude da violência nas ruas e da falta de espaços disponíveis,
muitas famílias preferem entreter seus filhos na própria casa, através de videogames,
tablets e computadores, deixando muitas dessas crianças alijadas da oportunidade de
vivenciar esses elementos tão importantes de nossa cultura.
A criança é um ser em desenvolvimento que precisa de estímulos para desenvolver
seus aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, e as brincadeiras e jogos populares
infantis constituem uma fonte inesgotável de estímulos para o desenvolvimento integral do
indivíduo.
Através dos jogos populares as crianças captam um saber popular, transmissor de
cultura, que lhes possibilita descobrir os códigos básicos da sociedade em que vivem. Desta
forma, este conteúdo apresenta um enorme potencial educativo no quadro de uma
educação física sob o enfoque multicultural.
A Educação física possui um currículo muito amplo e uma infinidade de conteúdos a
serem abordados. Porém, isso pode ter um lado negativo, pois não temos uma sequencia
didática como as demais disciplinas.
Diante das dificuldades vivenciadas na escola Municipal Flor de Lis e na minha
prática pedagógica, pude eleger como meu maior problema, a dificuldade de escolha e
abordagem dos conteúdos da Educação Física no primeiro segmento do ensino
fundamental. Durante o Programa de Residência Docente, através da observação das
aulas, pude encontrar subsídios que me fizeram refletir sobre novas formas de abordar os
jogos populares como conteúdo da cultura corporal de movimento, abrangendo as três
dimensões de conteúdo: conceitual, atitudinal e procedimental.
Neste sentido, o objetivo deste estudo é refletir sobre a importância do jogo popular
infantil como conteúdo das aulas de Educação Física para as turmas de 1º segmento do
Ensino Fundamental.
Torna-se relevante este trabalho na medida em que, busca-se situar o jogo popular
infantil como não somente um método de ensino, mas sim como um conteúdo que deve ser
valorizado e oportunizado por parte dos Professores de Educação Física, considerando a
integralidade da formação do indivíduo.
3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 JOGOS POPULARES INFANTIS
Segundo Kishimoto (1993) os Jogos Tradicionais Infantis têm sua origem nas raízes
folclóricas de um povo. Para entender os significados destes jogos é preciso buscar as
influências que um país recebeu. O Brasil é um país multicultural, que foi colonizado por
portugueses e muita da cultura do país foi incorporada à cultura brasileira.
Conforme a mesma autora, por ser o Brasil, um país multirracial é impossível
quantificar as influências do branco, do negro e do índio no folclore dos jogos infantis. A
verdade é que, os jogos infantis brasileiros são resultado de uma fusão destas diversas
influências. O Brasil é um país com muitas particularidades e os jogos advindos de outras
culturas foram adaptados de acordo com o nosso clima e nossas possibilidades.
As lendas de bruxas, bichos papões têm sua origem nas raízes portuguesa, muito
provavelmente, as estórias de bruxas tenham estimulado a denominação do personagem
bruxa para ser o pegador em diversos piques jogados entre crianças. Garcia e Marques
(apud Kishimoto, 1993) descrevem, na obra Jogos e Passeios Infantis, o jogo colhido entre
1979/1988, brincado por crianças entre 5 e 10 anos em praças, calçadas, pátios e parques
de Porto Alegre (Rio Grande Do Sul) e que consiste em um dos participantes ser escolhido
para ser a bruxa. Este só inicia a perseguição após haver contado até vinte ou trinta,
conforme a regra estipulada. Quando a bruxa toca com a mão em alguém, deverá dizer
“bruxa”. Este será o novo pegador porque o “toque mágico” o transformou em bruxa.
Grande parte dos jogos tradicionais popularizados no mundo inteiro, como o jogo de
saquinhos, amarelinha, bolinha de gude, jogo de botão, pião e outros chegaram ao Brasil
por influência dos portugueses. Cascudo (apud Kishimoto,1993) confirma a origem do peão:
”O pião é um objeto feito de madeira, de preferência a brejaúva, tendo na ponta um prego
chamado ferrão”. O jogo de pião, implemento da lúdica infantil, é uma das atividades
recreativas introduzida no Brasil pelo povoador branco.
O Brasil é um país que possui inúmeras influências dos negros nos setores
econômico, social e cultural. Não se sabe ao certo a quantidade de escravos que chegou ao
Brasil na época, mas sabe-se que foi um enorme contingente que trouxe consigo seus
costumes que deixaram profundas marcas em nossa cultura.
Em relação aos jogos e brinquedos trazidos pelo negro, Câmara Cascudo (apud
Kishimoto, 1993) afirma que é difícil detectá-los pela inexistência de registros de brinquedos
negros antes do século XIX. Porém sabe-se que um traço marcante da infância é a
oralidade, então provavelmente as crianças vindas da África, transmitiram muito de seu
repertório de brincadeiras. Além disso, a mãe preta, jamais deixou de transmitir às crianças
as estórias de sua terra, os contos, as lendas, os mitos, os deuses e animais encantados.
Um dos brinquedos criados pelo negros foi a espingarda de talo de bananeira. A utilização
de elementos naturais é prática universal de quase todos os povos antigos.
Segundo Kishimoto (1993) as contribuições africanas para a cultura brasileira se
mostram nas danças, na música, nos mitos, nas lendas e nos deuses e animais encantados.
Devido a opressão recebida pelo negro não há registros da contribuição negra no jogo
infantil, mas certamente muito da cultura negra fundiu-se coma a cultura de jogo já existente
no Brasil escravocrata. Sabe-se que havia o costume dos meninos do engenho brincar com
escravos de mesma idade, e as brincadeiras na sua maioria reproduziam a realidade de
dominação do branco sobre o negro vivenciada nas fazendas de cana de açúcar.
Nas regiões sudeste e Nordeste, que receberam um grande contingente de escravos
na época do cultivo da cana de açúcar, até hoje existem brincadeiras cujos nomes fazem
uma clara alusão aos negros escravos. As denominações das brincadeiras são chicotinho,
chicotinho queimado, quente e frio e peia quente.
Para Kishimoto (1993) os índios também deixaram inúmeras referências no folclore
brasileiro. Segundo Freyre (apud Kishimoto,1993), o próprio jogo do bicho, tão popular no
Brasil, possui origens na tradição indígena de imitar animais e nas danças totêmicas, na
qual dançarinos da tribo imitavam animais demoníacos. Os jogos indígenas caracterizavam-
se pela pureza e pela coletividade. Eram formas de jogar, nas quais não haviam brigas e
nem desavenças, apenas alegria. O predomínio de brincadeiras junto à natureza é outra
característica da cultura indígena.
Cascudo (apud, 1993) ao comentar a presença do elemento indígena nas
brincadeiras do menino brasileiro, afirma que em qualquer registro dos séculos XVI e XVII,
sabe-se que os meninos da tribo, logo cedo, brincavam com arcos, flechas, propulsores, ou
seja, o arsenal guerreiro dos pais. O divertimento natural era imitar gente grande, caçando
pequenos animais, abatendo aves menores, tentando pescar. Tais brincadeiras não eram
mero passatempo, mas sim uma forma de preparação para a vida adulta.
Segundo Kishimoto (1999), as crianças indígenas brincam de um modo peculiar, o
jogo não possui o mesmo sentido que para outras culturas, não há a figura do vencedor, não
há desavença entre eles, predominando as brincadeiras junto à natureza. As brincadeiras
funcionam como uma preparação da vida adulta, tendo elas a oportunidade de terem seu
arco e flecha e realizar pequenas caçadas, brincar com pequenos vasilhames feitos de barro
como se estivessem preparando comida. As crianças indígenas têm na brincadeira uma
forma de aprender várias atividades do dia-a-dia de sua tribo. Não haviam castigos e nem
repressão; sua criação transcorre sem violência e com base na solidariedade, isto é, quando
uma criança ganha algo, logo reparte com as demais de seu meio. Entre os brinquedos
indígenas, há os que até nos dias atuais permanecem nos costumes das infância brasileira,
como: o ‘jogo do fio’,conhecido também por ‘cama de gato’; a ‘matraca’, cujo “movimento de
virar e esticar o fio produz um ronronar que diverte os meninos”; a peteca, cuja apreciação é
feita por adultos e crianças indígenas. Entre os indígenas ocorre a falta de competitividade,
sendo uma característica das populações primitivas, de vida comunitária, pois precisam da
cooperação para sua sobrevivência mesmo entre os adultos não há a figura de um
vencedor, não há competição nos jogos que são realizados.
Kishimoto (1993) comenta as diferenças da criança rica e da criança pobre. Segunda
a autora aquelas menos privilegiadas economicamente, a maioria filhas de operários,
aproveitavam os espaços das ruas para expressar suas brincadeiras e jogos populares. Já
aquelas mais abastadas economicamente, não tinham permissão para realizar suas
brincadeiras na rua, ficando permitido somente brincar em casa ou no quintal.
Segundo Kishimoto (1993), no início do século XX, a rua era considerada um espaço
perigoso e degenerador, sendo reduto das crianças miseráveis e marginalizadas. Os
meninos e meninas de família mais abastadas eram proibidos de brincar nas ruas e seus
jogos e suas brincadeiras restringiam-se aos espaços domésticos. A idéia do jogo associado
ao prazer não era vista como importante para a formação da criança, mas sim tida como
causadora de corrupção e desvio de conduta. Os jogos tradicionais infantis eram repudiados
e desvalorizados pelas classes dominantes. Dessa forma, os meninos de rua, no início da
construção de grandes cidades, foram as únicas a usufruir o direito de partilhar e divulgar os
jogos tradicionais infantis que se desenrolavam em grandes espaços públicos como a rua.
3.2 - O PAPEL DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Para Huizinga (1982) “é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”.
O autor chegou a essa afirmação baseado em estudos que demonstravam que o jogo é uma
atividade que está presente nas mais diversas culturas e civilizações.
Segundo Chateau (1987), a infância tem por objetivo o treinamento pelo jogo, tanto
de suas funções psicológicas quanto psíquicas. Através do jogo a criança desenvolve suas
potencialidades e capacidades que emergem de sua estrutura, potencialidades estas que
derivam de suas vontades e desejos. Através do jogo se concretiza e desenvolve as
potencialidades que surgem repetidamente, cria-se, combina-se e coordena-se a
imaginação a seu modo. Chateau (1987) vai ainda mais longe. Para ele o jogo desenvolve
nas crianças as funções latentes, concluindo que o ser mais bem-dotado é aquele que joga
mais, Segundo ele, aquele que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto
que não saberá pensar.
Piaget (1973) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento
para dispêndio de energia, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento
intelectual. Ele afirma:
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil(PIAGET, 1973)
As brincadeiras infantis trazem sensações prazerosas às crianças. Porém, segundo
Vygotsky (1989), definir o brinquedo apenas como uma atividade que fornece prazer é
incorreto, porque as motivações que levam à brincar vão muito além do prazer. Não
podemos esquecer que a criança brinca para satisfazer suas necessidades, ela busca ações
na brincadeira que gostaria de realizar na vida real.
De acordo com Vygotsky (1989), as necessidades e as motivações quem levam uma
criança a pôr uma brincadeira em ação, precisam ser consideradas para entender também
que um avanço de estágio de desenvolvimento para outro, está intimamente ligado com
uma mudança acentuada nas motivações, tendências e incentivos. Um determinado
brinquedo que é motivo de grande interesse para um bebê pode parecer totalmente
desinteressante para uma criança maior. Os interesses vão mudando, conforme ela vai
crescendo e descobrindo um mundo mais complexo e cheio de novidades.
4- METODOLOGIA
O presente estudo possui caráter experimental, sendo constituído por 4 planos de
aula com o objetivo de trabalhar os jogos populares como conteúdo da educação física
escolar para as turmas do 1º segmento do ensino fundamental. Os planos de aula foram
elaborados a partir da observação das aulas de Educação Física no Colégio Pedro II.
Para começar a introduzir a aplicação prática das vivências realizadas no PRD,
pensei em primeiro conversar com meus alunos, pedir sugestões sobre jogos que eles
conheciam e para perguntarem para os familiares e trazerem as ideias para as nossas
aulas. Somente nessa conversa, pude perceber como eles se sentiram valorizados. Todos
queriam dar opiniões, sugestões, estavam interessados e animados. Naquele primeiro
contato já saí da aula com uma lista grande: pular elástico, peão, pular corda, peteca, pipa,
jogo do taco, amarelinha, galinha choca. Nos dias seguintes foram trazendo novas
sugestões, resultados das entrevistas com os familiares.
Na primeira aula de aplicação, escolhi o gato e rato e a amarelinha. Já sabia que a
segunda brincadeira poderia resultar em sérias reclamações relacionadas à questão de
gênero. Então, resolvi utilizar o jogo para discutir também sobre isso e preconceito. Quando
falei que na aula daquele dia seria amarelinha os meninos logo começaram a reclamar que
era brincadeira de menina e não queriam participar. Reuni a turma e quis saber a razão de
acharem que era uma brincadeira só de menina. Alguns me disseram que ouviram alguém
falar isso e estão reproduzindo. Expliquei que não podemos trazer como verdade tudo que
escutamos, precisamos conhecer e experimentar para ter nossas conclusões, e que nas
aulas de educação física era um momento para conhecer novos jogos para depois poder
escolher o que mais agrada e brincar em casa, ensinar aos amigos, irmãos etc. Depois da
conversa todos estavam dispostos a jogar. Comecei com a brincadeira do gato e rato que
eles adoraram. Durante a brincadeira, dei a oportunidade de todos serem o gato ou o rato
pelo menos uma vez. Durante a brincadeira expliquei sobre a importância da cooperação.
Todas que estavam, de mãos dadas na roda tinham que proteger o rato que estava dentro.
A roda representava a toca do rato. Depois fomos para a amarelinha. Comecei com uma
amarelinha feita de bambolê para experimentarem o gesto motor sem jogar a pedrinha.
Depois desenhei a amarelinha tradicional que eles conhecem. Construí a amarelinha junto
com os alunos. Todos participaram. Depois mostrei diferentes formas de jogar amarelinha,
oriundas de outras regiões de nosso país. Um aluno que possuía parentes no nordeste logo
identificou que conhecia uma dos tipos de amarelinha que seu pai havia lhe mostrado.
Desenhei 4 tipos diferentes no chão e coloquei um grupo de alunos em cada para brincar.
Cada grupo ficava um tempo naquela amarelinha e depois trocava. Ao fim da aula, reuni a
turma e perguntei se tinham gostado e a resposta foi unanime: sim.
Na segunda aula de aplicação, trabalhei com eles o jogo do taco. Como trabalho em
uma área rural, onde os alunos possuem o hábito de brincar bastante na rua, a maioria já
conhecia esta brincadeira. Porém, pude notar que dos que conheciam o jogo, a grande parte
eram os meninos. No início da aula, expliquei que era um jogo muito conhecido em todo o
Brasil e que possuía diferentes nomes em cada local e as regras também podiam variar.
Perguntei qual era a forma de jogar que eles conheciam. Para começar o jogo, selecionei 2
duplas, com um menino e uma menina cada. No início, por ser um jogo com regras um
pouco mais complexas, algumas meninas tiveram dificuldades, mas com o tempo foram
percebendo a dinâmica do jogo. Nessa atividade, minha maior dificuldade foi manter o
restante dos alunos sentados enquanto apenas 4 desenvolviam o jogo. Nessa escola que
trabalho, o espaço para a aula de Educação Física é muito pequeno, então havia pouco
espaço para o restante dos alunos ficarem enquanto aguardavam sua vez de jogar. Porém
apesar das dificuldades, fiquei satisfeita com o resultado, pois consegui que todos
jogassem. Em seguida ao jogo do taco, trabalhei com os alunos a brincadeira escravos de
jó. É uma brincadeira cantada que necessita bastante da atenção e ritmo. Distribuí uma
tampinha de garrafa pet para cada aluno e sentamos em uma roda. Expliquei como seria a
brincadeira, que teria que passar a tampinha para o amigo do lado direito no ritmo da
música. Cantei a música, sem fazer o movimento do jogo para eles irem se familiarizando.
Em seguida, começamos o jogo, mas em um ritmo mais lento. No início foi uma confusão,
aluno passando a pedrinha pro lado errado, passando rápido demais, passando 2 pedras de
uma vez só. Para que desse certo a brincadeira, precisamos de umas cinco tentativas. Essa
brincadeira fez muito sucesso com os alunos de 1º e 2º ano, eles gostam muito de
brincadeiras com músicas, gostam de expressar-se dessa maneira.
Na terceira aula de aplicação selecionei as brincadeiras de saltar elástico e bolinha
de gude. A brincadeira de saltar elástico rendeu os mesmos comentários da brincadeira de
amarelinha, de que era coisa de menina, mas a resistência em brincar foi menor por parte
dos meninos. Dividi a turma em grupos de 3 alunos e distribuí os elásticos para os grupos.
Primeiro permiti que eles brincassem da maneira como conheciam ou como quisessem.
Depois em um segundo momento ensinei a sequência de saltos da brincadeira para os que
não conheciam. No início, os alunos acharam a brincadeira fácil, mas depois conforme ia
subindo a altura do elástico, o grau de dificuldade foi aumentando e eles ficaram mais
entusiasmados. Dando prosseguimento a aula, dividi os alunos em grupos de 4, e desenhei
alguns círculos no chão e pedi para cada grupo ficar em volta de um círculo. Distribui 3
bolinhas de gude para cada aluno e deixei mais 5 bolinhas dentro de cada círculo. Expliquei
que o objetivo da brincadeira era arremessar a bolinha tentando deslocar as bolinhas de
dentro para fora do círculo. Cada bolinha deslocada ficava como o participante que jogou.
Nessa brincadeira notei que os alunos tinham dificuldades para lançar as bolinhas, alguns
jogavam forte demais e outros devagar demais, mas ao poucos foram se adaptando. A
coordenação motora fina dessas crianças ainda está em desenvolvimento e esse jogo pode
contribuir em muito para melhorar esse tipo de coordenação tão importante nessa fase de
alfabetização e escrita. Tanto meninas como meninos gostaram muito da brincadeira e
poucos tinham o hábito de brincar de bolinha de gude.
A quarta aplicação foi uma aula de confecção de um brinquedo com material
alternativo. Pedi aos alunos com mais de um mês de antecedência que trouxessem cada um
2 latas vazias de leite em pó para que pudéssemos fazer o brinquedo. Para o dia da aula, já
levei todas as latas com dois furos para facilitar o trabalho dos alunos. Durante a aula
distribuí 2 latas para cada aluno e entreguei 2 pedaços de barbante para eles colocarem em
cada furo e depois amarrarem. Após a confecção do brinquedo pelos alunos, houve um
momento livre para que eles pudessem experimentar o novo brinquedo. Ao final da aula
reuni a turma e expliquei o objetivo daquela atividade, comentei que podemos nos divertir
com brinquedos feitos por nós mesmos é só usarmos nossa imaginação e criatividade e que
não é só com brinquedos caros que podemos nos divertir. Expliquei da importância de
reutilizar os materiais. Ao final da aula pude perceber como gostaram da atividade, como se
sentiram felizes e orgulhosos de terem produzido um brinquedo.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trabalhando com os jogos populares pude perceber que constituem um grande
instrumento para a Educação Física escolar infantil. Através dele podemos criar regras,
situações e infinitas variações, moldá-los de acordo com a turma, com a faixa etária ou e de
acordo com o tema que queremos abordar. Podemos trabalhar valores, atitudes e conceitos
em uma única brincadeira, trabalhar a coordenação motora fina, tão importante no processo
de obtenção da escrita, trabalhar a questão ambiental e o consumismo desenfreado, enfim
são uma infinidade de temas que podemos trabalhar em nossas aulas, utilizando os jogos
populares como conteúdo e estratégia didática pedagógica.
Diversos autores comentam sobre a importância do jogo no desenvolvimento infantil:
Rosamilha (1979), por sua vez, destaca a função do jogo de trabalhar os múltiplos aspectos
do desenvolvimento infantil. As brincadeiras são, sem dúvida, uma fonte inesgotável de
estímulos ao desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e motor da criança e também
constitui uma forma de expressão, auto-conhecimento e formação de uma auto-imagem.
Através do jogo, a criança “aprende brincando”, desenvolve sua autonomia, refina sua
coordenação motora, se socializa, interage, representa diversos papéis sociais, estimula sua
criatividade, sua imaginação; enfim o jogo desempenha múltiplas funções para o
desenvolvimento infantil.
Já Freire (1994) diz que, dentre as múltiplas funções cumpridas pelo jogo destaca-se
a de adaptar-se. Diante de uma situação nova, para adaptar-se o sujeito exercita aquilo que
já aprendeu. Assim, não é possível separar adaptação de jogo, pois enquanto brinca a
criança aprende incessantemente. O mesmo autor vai além, diz que, bem mais que a
escola, o brinquedo infantil tem cumprido a importante missão de aperfeiçoar e enriquecer o
acervo motor, elevando-o ao nível necessário para dar conta das solicitações que o ingresso
no mundo de amplas relações sociais que a escola exige.
Para Kishimoto (1993), a formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como
pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre
a importância do jogo e do brinquedo para a vida do ser humano. O jogo é uma forma de
linguagem e comunicação, é uma forma de se relacionar com os outros e com o mundo. E a
relação da criança com o mundo está estreitamente ligada à ação corporal.
Hoje, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) pregam a utilização dos temas
transversais, como por exemplo, a pluralidade cultural, em que se leva o aluno a respeitar os
diferentes grupos e culturas. Envolve questões como discriminação e preconceito. Num país
como o nosso, em que convivem diferentes etnias e culturas, essa discussão é relevante.
Os jogos tradicionais infantis constituem uma excelente ferramenta para se trabalhar e
discutir junto aos alunos temas transversais, como a ética e a pluralidade cultural.
O Professor de Educação Física, deve atuar na escola promovendo o
desenvolvimento integral do indivíduo e através dos jogos e brincadeiras propiciar situações
que envolvam questionamentos morais, elaboração de regras pelos alunos, apresentação
de problemas e busca de soluções. Nosso fazer pedagógico, enquanto Professor de
Educação Física está estreitamente ligado às atividades lúdicas, sendo necessária a
compreensão de que o lúdico faz parte da totalidade do sujeito.
As crianças aprendem melhor, se sentem mais interessadas e motivadas quando o
processo de ensino aprendizagem ocorre quando em um contexto de significados para ela,
ou seja, a inserção de situações pedagógicas num contexto de significações para a criança
seria mais adequada para um programa de Educação Física que a mera exercitação de
movimentos corporais isolados. Dessa forma, é muito importante o Professor inserir em
suas aulas o jogo tradicional infantil e permitir que as crianças tragam para as aulas jogos
de seu conhecimento e de sua vivência. O professor deve-se utilizar desta ferramenta para
estimular a motivação e o aprendizado das crianças dentro das aulas de Educação Física.
A partir do conhecimento de que, crianças e adolescentes possuem estágios de
desenvolvimentos cognitivos e morais, cabe ao educador compreender estes estágios e
propor as atividades mais adequadas para seus alunos. Cabe, ao educador também,
conduzir e acompanhar a criança da melhor forma possível no seu processo individual de
transição, para que ela possa adquirir naturalmente a sua própria autonomia moral e
intelectual. Para Piaget (1973) que o aprendizado das crianças se dá, diante situações de
desequilibro apresentadas a elas. Desta forma, o professor deve criar condições de
desequilíbrio adequadas, apresentando para seus alunos, o novo, o inusitado e o
desconhecido e oferecer condições para que ela, a partir de seus conhecimentos prévios
possa atingir novamente um estado de equilíbrio e alcançar condições para atingir um nível
mais elevado de desenvolvimento.
A Educação Física Escolar, diferentemente das escolinhas e do treinamento
esportivo, deve oferecer oportunidade para que todos possam participar e não somente
aqueles mais habilidosos. O professor deve observar seus alunos, descobrindo as
diferenças e as particularidades de seus alunos e através desta observação propor a aula
mais adequada possível. A melhor educação, sem dúvida, é aquela que atende as
exigências básicas da criança naquele período específico de sua vida, e permite a ela
vivenciar diversas experiências que serão úteis para o seu aprendizado e desenvolvimento,
para sua vida e formação como cidadão. Através do caminho do sonho, da fantasia, da
imaginação e da liberdade que as crianças constroem seu mundo e encontram diversas
linguagens e expressões capazes de comunicar suas realizações, emoções e
sentimentos.Os brinquedos, brincadeiras e jogos,além de favorecer a diversão e o interesse
das crianças, também fazem com que elas deixem de lado a forma agressiva como hoje se
apresentam nas brincadeiras na hora das atividades livres, favorecem também ao professor
um resgate da própria cultura do país, do folclore de um povo. Sendo assim, através da
utilização dos Jogos Tradicionais Infantis pode-se levar o aluno ao conhecimento e
valorização da história de seu povo, ao conhecimento de sua cultura, seus valores, seus
costumes e possibilita a ele o acesso às práticas da cultural corporal que são fruto das
representações históricas e sociais ao longo do tempo. É brincando que as crianças
descobrem o que está a sua volta começando a se relacionar com a vida, com o mundo,
com as pessoas, percebendo os objetos e o espaço que seu corpo ocupa no mundo emque
vivem. Através de brincadeiras, como o faz de conta, o jogo simbólico, a vivência de papéis,
criando e recriando situações, formas de agir, a criança pode realizar atividades próprias do
mundo adulto, o que facilitará o seu ingresso nesse mundo futuramente.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O programa de residência docente foi uma valiosa experiência, no sentido de
proporcionar um enorme aprendizado, tanto nas palestras e oficinas como na observação
das aulas no colégio. Todos os conteúdos abordados nas oficinas contribuíram de forma
significativa para aprimorar a minha formação como Professora da educação básica e para
aperfeiçoar a minha prática pedagógica. Com os conhecimentos adquiridos no PRD,
elaborei novas estratégias didáticas de intervenção pedagógica e pude perceber enormes
diferenças nas minhas aulas. Ao longo do curso me senti mais estimulada a melhorar cada
vez mais meu trabalho. Avalio o programa como excelente, já que cumpre seu objetivo, que
é aprimorar a formação do Professor.
Os resultados obtidos com a aplicação das experiências vivenciadas no PRD foram
os melhores possíveis. Elogios da diretora, dos funcionários, de alunos e dos pais dos
alunos e, além disso, o mais importante: tenho a confiança que apesar das dificuldades
posso fazer um belo trabalho.
7- REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 23 de Junho de 2013
BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998.
CERQUEIRA, P. ; PERFEITO, R. Os jogos tradicionais infantis auxiliando no desenvolvimento global da criança. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 16, Nº 160, Setembro de 2011. http://www.efdeportes.com/efd160/os-jogos-tradicionais-infantis-da-crianca.htm
DARIDO, S. C. & RANGEL, I. C. A. (coords.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
CHATEAU, J. O Jogo e a Criança. São Paulo: Summus Editorial. 1987.
FREIRE, J. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Editora Scipione. 1994.
HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, 1982.
KISHIMOTO, T. Jogos Tradicionais Infantis. Petrópolis: Editora Vozes. 1993
KISHIMOTO, T. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez Editora. 1999.
LEONTIEV, A. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar In: VIGOTSKI, L. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1992.
MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte, 2008.
FARIA JUNIOR, A. A reinserção dos jogos populares nos programas escolares. Motriviv. UFSC, Florianópolis, SC, 1993.PIAGET, J. Problemas de Psicologia Genética. Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense. 1973
ROSAMILHA, N. Psicologia do Jogo e Aprendizado Infantil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora. 1979.
SOUZA, M.T. Educação física escolar: a compreensão do comportamento corporal como manifestação da inteligência humana. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 10 (2): 95-101, 2002.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora. 1989.
ANEXO
PLANO DE AULA 1
I.Plano de Aula
II. Dados de Identificação:Escola: Escola Municipal Flor de LisProfessor (a): Poliane Gaspar de CerqueiraDisciplina: Educação FísicaSérie/Nível: 1º ano/ Ensino FundamentalIdade média dos alunos:6 anos
III. Tema:- Jogos PopularesSão entendidos como aqueles de caráter tradicional, usualmente oriundos de atividades laborais ou de procedência mágico-religiosa, que näo se encontram regulamentados (onde as regras são momentaneamente contratadas entre os participantes, sendo portanto, variáveis e flexíveis) e cujos terrenos de jogo dependem das disponibilidades da ocasião. (FARIA JUNIOR, 1993)
IV. Objetivos:Objetivo geral: Ao final da aula, o aluno deve ser capaz de participar das atividades corporais em forma de jogos, compreendendo e valorizando a importância dos jogos.
V. Estratégias metodológicas:Parte inicial:- Conversa com os alunos sobre a aula e as atividades que serão realizadas, breve explicação sobre os jogos populares e sobre a importância do resgate das brincadeiras populares. Perguntar sobre as brincadeiras que eles conhecem e brincam na sua casa, na rua ou no seu prédio. Essa etapa da aula compreende a avaliação inicial do processo de construção do conhecimento.
1ª atividade:
-Gato e rato: com os alunos em círculo de mãos dadas, será escolhido um aluno para ser o rato e um aluno para ser o gato. O rato fica dentro da roda e o gato fora. Explico que nós que estamos de mãos dadas na roda, formamos a casa do rato e que devemos protegê-lo, impedindo a entrada do gato.
2ª atividade:
Amarelinha. Serão apresentadas diferentes amarelinhas oriundas de diversos estados brasileiros. Serão desenhadas diferentes amarelinhas no chão, e os alunos serão divididos em grupos, ficando cada grupo em uma amarelinha.
Parte Final
- Conversa com os alunos sobre a aula, quais foram as dificuldades vivenciadas, que mudanças poderiam ser realizadas, do que eles mais gostaram. O objetivo da conversa final é realizar um diagnóstico dos interesses do grupo e valorizar a participação do aluno no processo que vivencia.
VI.Estratégias didáticas de intervenção pedagógicaTodo conteúdo vai ser desenvolvido considerando as dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais simultaneamente. VII. Materiais utilizados:giz, tampas de garrafa PET.VIII. Avaliação: A predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Os alunos serão avaliados de forma permanente, tendo-se em conta tanto sua atuação individual como coletiva, de acordo com critério que considerará sua efetiva participação, interesse e empenho em realizar as atividades solicitadas, além do respeito no trato com os colegas e o professor. Essa avaliação contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa ou concomitante e somativa ou final (Brasil, 1998).
XIX. Bibliografia: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte, 2008.DARIDO, S. C. & RANGEL, I. C. A. (coords.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
PLANO DE AULA 2
I.Plano de Aula
II. Dados de Identificação:Escola: Escola Municipal Flor de LisProfessor (a): Poliane Gaspar de CerqueiraDisciplina: Educação FísicaSérie/Nível: 1º ano ao 5º ano/ Ensino FundamentalIdade média dos alunos:6 anos
III. Tema:- Jogos PopularesSão entendidos como aqueles de caráter tradicional, usualmente oriundos de atividades laborais ou de procedência mágico-religiosa, que näo se encontram regulamentados (onde as regras são momentaneamente contratadas entre os participantes, sendo portanto variáveis e flexíveis) e cujos terrenos de jogo dependem das disponibilidades da ocasião. (FARIA JUNIOR, 1993)
IV. Objetivos:Objetivo geral: Ao final da aula, o aluno deve ser capaz de participar das atividades corporais em forma de jogos, compreendendo e valorizando a importância dos jogos.
V. Estratégias metodológicas:Parte inicial:- Conversa com os alunos sobre a aula e as atividades que serão realizadas, breve explicação sobre o jogo do taco, perguntando se eles já conhecem a brincadeira. Essa etapa da aula compreende a avaliação inicial do processo de construção do conhecimento.
Atividade1:
- Jogo do Taco: o jogo é desenvolvido por 4 crianças em cada rodada. Duas da mesma equipe começam com a posse dos tacos, uma em cada base. A outra dupla posicionam-se atrás dos dois círculos, e ficam de posse de uma bolinha de tênis. O jogador que estiver de posse da bola, deve lançá-la em direção à casinha do adversário da outra base, atrás da qual está seu companheiro tentando derruba-la. Usando o taco, o jogador da outra base procura atingir a bolinha, lançando-a o mais distante possível. Conseguindo, ele corre para o outro lado, trocando de base com seu companheiro. No caminho, cruza seu taco com o do colega e grita o número do ponto que está marcando (1, 2, 3...). Casoum dos jogadores ao lançar a bolinha consiga derrubar a casinha do adversário, sua dupla ganha a posse do taco.
Atividade 2:
-Escravos de Jó: Os alunos irão sentar em roda e cada um vai receber uma tampinha de garrafa PET, para segurar com a mão direita. Ao ritmo da música, marcando os tempos fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na mão direita para o vizinho da direita, e receber a tampinha do vizinho da esquerda, enquanto cantam a música da brincadeira:
Escravos de Jó jogavam caxangá.Tira. Bota. Deixa ficar...Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá.Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá.
Parte Final- Conversa com os alunos sobre a aula, quais foram as dificuldades vivenciadas, que mudanças poderiam ser realizadas, do que eles mais gostaram. O objetivo da conversa final é realizar um diagnóstico dos interesses do grupo e valorizar a participação do aluno no processo que vivencia.
VI.Estratégias didáticas de intervenção pedagógicaTodo conteúdo vai ser desenvolvido considerando as dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais simultaneamente. VII. Materiais utilizados:tacos, tampinhas de garrafa PET, bolinha de tênis, mini cone.VIII. Avaliação: A predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Os alunos serão avaliados de forma permanente, tendo-se em conta tanto sua atuação individual como coletiva, de acordo com critério que considerará sua efetiva participação, interesse e empenho em realizar as atividades solicitadas, além do respeito no trato com os colegas e o professor. Essa avaliação contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa ou concomitante e somativa ou final (Brasil, 1998).
XIX. Bibliografia: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte, 2008.DARIDO, S. C. & RANGEL, I. C. A. (coords.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
PLANO DE AULA 3
I.Plano de Aula
II. Dados de Identificação:Escola: Escola Municipal Flor de LisProfessor (a): Poliane Gaspar de CerqueiraDisciplina: Educação FísicaSérie/Nível: 1º ano ao 5º ano/ Ensino FundamentalIdade média dos alunos:6 anos
III. Tema:- Jogos PopularesSão entendidos como aqueles de caráter tradicional, usualmente oriundos de atividades laborais ou de procedência mágico-religiosa, que näo se encontram regulamentados (onde as regras são momentaneamente contratadas entre os participantes, sendo portanto variáveis e flexíveis) e cujos terrenos de jogo dependem das disponibilidades da ocasião. (FARIA JUNIOR, 1993)
IV. Objetivos:Objetivo geral: Ao final da aula, o aluno deve ser capaz de participar das atividades corporais em forma de jogos, compreendendo e valorizando a importância dos jogos.
V. Estratégias metodológicas:Parte inicial:- Conversa com os alunos sobre a aula e as atividades que serão realizadas.
Atividade1:
- Saltar elástico: o jogo é disputado por 3 crianças, 2 prendem o elástico nas pernas e uma pula, obedecendo a seguinte sequência de saltos:
Para dentro do elástico esticado; Em cima do elástico; Afastando as pernas, de forma que o elástico fique entre elas; Fazendo um quarto de volta, cruzando o elástico na altura dos seus calcanhares e
saltando para fora do elástico; Cavalgada: a mesma série da anterior, só que a batida dos pés sobre o elástico
deve ser alternada; Num pé só: a mesma série, equilibrando-se apenas em um pé;
Após essa sequencia o elástico passa da altura dos calcanhares, à dos joelhos e depois da cintura e até chegas às axilas.
Atividade 2:
- Bolinha de gude: O jogo é disputado por 4 crianças que ficam sentadas em volta de um círculo desenhado no chão com giz. Cada criança receberá 3 bolinhas de gude, e dentro do círculo ficarão mais 10 bolinhas. O jogo começa com uma criança, laçando uma bola com os dedos, em um movimento de estalar, como objetivo de tirar o maior número possível de bolinhas de dentro do círculo. Vence o jogo quem estiver de posse de mais bolinhas no final.
Parte Final- Conversa com os alunos sobre a aula, quais foram as dificuldades vivenciadas, que mudanças poderiam ser realizadas, do que eles mais gostaram. O objetivo da conversa final é realizar um diagnóstico dos interesses do grupo e valorizar a participação do aluno no processo que vivencia.
VI.Estratégias didáticas de intervenção pedagógicaTodo conteúdo vai ser desenvolvido considerando as dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais simultaneamente. VII. Materiais utilizados:elástico, bolinhas de gude, giz.VIII. Avaliação: A predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Os alunos serão avaliados de forma permanente, tendo-se em conta tanto sua atuação individual como coletiva, de acordo com critério que considerará sua efetiva participação, interesse e empenho em realizar as atividades solicitadas, além do respeito no trato com os colegas e o professor. Essa avaliação contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa ou concomitante e somativa ou final (Brasil, 1998).
XIX. Bibliografia: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte, 2008.DARIDO, S. C. & RANGEL, I. C. A. (coords.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
PLANO DE AULA 4
I.Plano de Aula
II. Dados de Identificação:Escola: Escola Municipal Flor de LisProfessor (a): Poliane Gaspar de CerqueiraDisciplina: Educação FísicaSérie/Nível: 1º ano ao 5º ano/ Ensino FundamentalIdade média dos alunos:6 anos
III. Tema:- Jogos PopularesSão entendidos como aqueles de caráter tradicional, usualmente oriundos de atividades laborais ou de procedência mágico-religiosa, que näo se encontram regulamentados (onde as regras silo momentaneamente contratadas entre os participantes, sendo portanto variáveis e flexíveis) e cujos terrenos de jogo dependem das disponibilidades da ocasião. (FARIA JUNIOR, 1993)
IV. Objetivos:Objetivo geral: Ao final da aula, o aluno deve ser capaz de participar das atividades corporais em forma de jogos, compreendendo e valorizando a importância dos jogos.
V. Estratégias metodológicas:Parte inicial:- Conversa com os alunos sobre a aula e as atividades que serão realizadas.
Parte principal:
-Pé de lata: Para a realização desta atividade, foi pedido, com antecedência de 1 mês, que os os alunos trouxessem 2 latas de leite em pó vazias cada um. A maioria trouxe, e para que ninguém ficasse sem, providenciei outras latas por minha conta. Foram distribuídas 2 latas para cada aluno, e 2 pedaços de barbante para que eles pudessem confeccionar os pés- de – lata. Após a confecção do brinquedo deixei um momento livre para a experimentação.
Parte final:
- Conversa com os alunos sobre o objetivo de estar realizando aquela atividade, explicando que não precisamos somente de brinquedos caros para nos divertir, que podemos fazer brinquedos com materiais que seriam jogados fora e que desta forma ainda estamos contribuindo para reaproveitar o lixo.
VI.Estratégias didáticas de intervenção pedagógicaTodo conteúdo vai ser desenvolvido considerando as dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais simultaneamente. VII. Materiais utilizados:latas, barbante, tesoura.VIII. Avaliação: A predominância das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Os alunos serão avaliados de forma permanente, tendo-se em conta tanto sua atuação individual como coletiva, de acordo com critério que considerará sua efetiva participação, interesse e empenho em realizar as atividades solicitadas, além do respeito no trato com os colegas e o professor. Essa avaliação contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa ou concomitante e somativa ou final.
XIX. Bibliografia: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte, 2008.DARIDO, S. C. & RANGEL, I. C. A. (coords.). Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
FOTOS
Top Related