8/10/2019 O Brasil de Caio Prado Jr. Nas Pginas Da Revista Brasiliense
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NGELA MARIA SOUZA
O BRASIL DE CAIO PRADO JR. NAS PGINAS DA
REVISTA BRASILIENSE(1955-64)
Pon!"#$!% Un!&'!*%*' C%+,!$%
So P%,o - /004
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NGELA MARIA SOUZA
O BRASIL DE CAIO PRADO JR. NAS PGINAS DA
REVISTA BRASILIENSE(1955-64)
Dissertao apresentada Banca Examinadorada Pontifcia Universidade Catlica PUC-SPcomo exi!"ncia parcial para a o#teno dott$lo de %ES&'E em (istria Social so# aorientao do Prof) Dr) *ntonio 'a!o +il,o)
Pon!"#$!% Un!&'!*%*' C%+,!$%
So P%,o - /004
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* me$ irmo ./ %aria com amor e !ratido infinitos)
0 min,a me com or!$l,o pela fora e disposio para a vida
e a me$ pai 1in memoriam2 com sa$dades 3$e os m$itos anos
no dimin$em)
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AGRADECIMENOS
Se $m tra#al,o acad"mico s$#entende $m esforo coletivo o 3$e no di4er deste 3$e
conto$ com o desprendimento de tantas individ$alidades por meio de s$!est5es leit$rasreviso di!itao a$las no $so do comp$tador acrescidos de apoio emocional6 * m$itos so$
devedora ainda 3$e no possa mens$rar a dvida e a forma de pa!amento)
*ntes de t$do me$s a!radecimentos a min,a famlia c$7a extenso impede mencionar
a todos) Em partic$lar s min,as irms8 .e4/ c$7a fora e dedicao n$nca faltaram9 :el
pela !enerosidade infinita e S;nia pelo exemplo de l$ta e crescimento pessoal) * me$s
irmos Pa$lin,o De$sdedte Carlin,os veis os me$s mel,ores traos intelect$ais
e ,$manos)
0 Cida 3$e se disp;s a ler os textos iniciais deste tra#al,o 3$ando nada mais eram do
3$e simples indica5es) Somente $ma pessoa altr$sta como ela para se lanar a tal desafio6
S$as s$!est5es e incentivo foram decisivos para o andamento da pes3$isa) *os sentimentos de
admirao e respeito pela s$a capacidade alio$-se o$tro8 a !ratido)
0 Ester de 3$em 7> esperava $ma atit$de solid>ria na leit$ra e s$!est5es mas 3$e me
s$rpreende$ pela extrema !enerosidade e doao com 3$e se dedico$ a tal tarefa ainda mais
tendo em vista se$s inmeros afa4eres) Demonstrao de ami4ade maior no poderia ter) Com
as s$as indica5es o texto dimin$i$ de taman,o para !an,ar em 3$alidade) Aa a$s"ncia
nesse momento de palavras 3$e possam precisar a extenso 3$e ass$mi$ para mim s$a
atit$de re!istro a emoo 3$e me tomo$ antes e 3$e se repete a!ora)
0 B> 3$e esteve presente desde a ela#orao do pro7eto at/ a reviso da verso final
da dissertao) * ela devo a a3$isio da coleo 3$ase completa da RB,dicas no $so do
comp$tador empr/stimo de livros s$!est5es de textos9 mas os a!radecimentos no so
somente dessa nat$re4a8 acima de t$do pela ami4ade 3$e se amplio$ ao lon!o desse perodo)
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*s diferenas foram s$plantadas pela admirao e recon,ecimento de 3$alidades 3$e
desa#roc,aram ainda mais com s$a condio de me de %aria $sa)
0 :; pelos !estos cotidianos comprovatrios da ami4ade 3$e nos $ne ,> $ma d/cada
e meia) *!radeo tam#/m pela leit$ra de partes da pes3$isa pelo empr/stimo de livros pela
cpia de $ma dissertao de 3$e precisava) *inda mais pelas palavras carin,osas e
incentivadoras #em como pela presena constante nos momentos f>ceis e difceis da min,a
vida) Espero preservar e me fa4er merecedora de s$a ami4ade)
0 l!a com admirao e extremo carin,o pela s$a !entile4a e car>ter irretoc>vel pelo
Abstract pelo apoio e acima de t$do pela ami4ade de anos)
*os ami!os de lon!a data Carlos cil e encantadora9 o =os#erto com s$a post$ra distante 3$e no o afasta das #oas
lem#ranas9 o *!enor de atit$des teatrais mas !entil e interessado) Pa$lo o %>rcio e o
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Em verdade, a histria s surpreende aos que de histrianada entendem. H os que a ignoram, e outros que a temem.Os que se recusam a compreend-a e os que est!o
sociamente impedidos de "a#-o. $e os pormenores n!o s!o,de "ato, previs%veis, dada a in"inidade de "atoresintervenientes, sempre conhec%veis de modo apenasapro&imado' se os contornos, pois, s ganham corpo na
prpria hora em que se e"etivam os processos, do mesmo
modo que os eventos n!o s!o rigidamente programveis, emseus dias e horas' por outro ado, ao contrrio disto, asgrandes inhas de tendncia, a necessria ocorrncia dosacontecimentos bsicos s!o ampamente discern%veis,divisveis mesmo no ongo pra#o. Basta admitir a e&istnciade uma cincia da histria e que ha(a disposi)!o socia pararigorosamente se submeter * sua gica. +udo isso,obviamente, n!o nada "ci. ontudo, no que consisteimpusionar os partos da histria, se n!o, nos "atos, intervir *u# da prpria gica destes
=) C,asin
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RESUMO
o#7etivo desta dissertao / analisar os arti!os so#re a realidade nacional prod$4idos
no perodo QRR-T pelo ,istoriador marxista #rasileiro Caio Prado =r) 1Q@-Q@2 para a
Revista Brasiiense 3$e ele a7$do$ a f$ndar e da 3$al foi $m dos principais cola#oradores)
Para dar conta do nosso propsito assentamo-nos na anise imanentedestes escritos de
forma a tentar identificar os nd$los centrais os pilares 3$e s$stentam e so#re os 3$ais se
desenvolve o pensamento do a$tor ainda 3$e no perodo indicado demarcado e restrito a
partir do acompan,amento de s$a prpria reflexo) *dotamos portanto $ma perspectiva
marxista #aseando-nos principalmente nas indica5es de =) C,asin a respeito do tema)
Esse perodo de prod$o intelect$al coletiva do ,istoriador pa$listano no rece#e$ a
ateno a nosso ver merecida) &rata-se de $m momento de alto si!nificado ,istrico
correspondendo ao !overno =$scelino rio s$a vo4dissonante e crtica)
* dissertao termina indicando al!$mas reflex5es 3$e a pes3$isa possi#ilito$
demarcar)
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ABSRAC
&,e p$rpose of t,is st$dJ is to analJse t,e articles on Bra4il Vritten #J marxist
,istorian Caio Prado =$nior 1Q@-Q@2 inRevista Brasiiense1Brasiiense /aga#ine2 d$rin!
QRR-T) Caio Prado Vas one of t,e main contri#$tors to 'evista Brasiliense #ein! also one of
its fo$nders) $r st$dJ folloVs t,e a$t,orWs oVn reflexions and it is #ased on t,e immanent
analJsis of ,is articles in order to identifJ t,e central nodes t,e fo$ndations $pon V,ic, t,e
a$t,or develops ,is t,inin! in t,e mentioned period a verJ restricted and delimited one)
&,erefore Ve adopt a marxist o$tloo #ased mainlJ in t,e statements of =) C,asin a#o$t t,e
s$#7ect)
Xe consider t,at t,is period of collective intellect$al prod$ction of Caio Prado =$nior
a ,istorian native from t,e citJ of So Pa$lo did not receive t,e attention it deserved) Nt is a
period of stron! ,istorical meanin! correspondin! to t,e =$scelino
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SUMRIO
NS&* DE N%*:EAS))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))xii
NS&* DE SN:*S)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))xiii
NS&* DE *B'EGN*YZES *'&N:S DE C*N P'*D P*'* *RB))))))))))))))))))))))))))))xv
NA&'DUY[))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
N * *+N'%*Y[ D* PSSNBNND*DE D CA(ECN%EA& E N&NAE'\'N
NA&EEC&U* DE C*N P'*D ='))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))??
)) Pro#lema do Con,ecimento e os ineamentos ntol!icos da +ilosofia %arxiana8 asCate!orias como +ormas Determinadas da Exist"ncia Social))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))?]
)?) Caio Prado =r)8 *rtic$lao entre 0idae1ensamento))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))]T
)]) Caio Prado e aRevista Brasiiense8 Pro7eto &erico para *o Pr>tica Conse3Oente)))T
NN A*CNA*NS%8 *'%* DE C%B*&E * C*PN&* ES&'*A:EN'))))))))))))))))RQ
?)) * Economia e a Nnd$striali4ao Brasileiras no Ps-Se!$nda :$erra %$ndial8 *
'eprod$o do HCrc$lo GiciosoI)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))]
?)?) Nnterveno Estatal na Economia8 Aecessidade do Capitalismo Brasileiro)))))))))))))))))))?)]) So#erania Aacional e Capital Estran!eiro8 Elementos de Em#ate))))))))))))))))))))))))))))))))^?
?)T) Desenvolvimento Econ;mico so#re Bases Aacionais)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))Q
NNN * %NS_'N* D C*%P B'*SNEN'))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))@
])) Dia!nstico do Campo Brasileiro e Sit$ao da Classe &ra#al,adora '$ral))))))))))))))@
])?) Pro7eto de 'eforma *!r>ria Pa$lista e o Caso Pernam#$cano))))))))))))))))))))))))))))))))
])]) * e!islao &ra#al,ista e as Nns$fici"ncias do E&'))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))?]
])T) Propostas para a 'eforma *!r>ria Brasileira)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))]?
NG S N%N&ES D*S P`&NC*S :GE'A*%EA&*NS E S DESC*%NA(S D*S
+'Y*S P':'ESSNS&*S)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))T
T)) * :$erra +ria8 Contornos do %$ndo e do Brasil Ps-Se!$nda :$erra)))))))))))))))))))))))T^
T)?) s *nos QRR-T8 *vano do Nmperialismo so# a :$arda do Entre!$ismo))))))))))))RR
T)]) s Descamin,os das +oras Polticas Pro!ressistas))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))@
CASNDE'*YZES +NA*NS))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))Q
BNBN:'*+N*))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))QQ
xi
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LISA DE IMAGENS
C%2%8 +oto de Caio Prado =r) inDNncao Q^Q p) R@])
C%2#,o I8 Caio Prado m>3$ina de escrever in
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LISA DE SIGLAS
*A *liana Aacional i#ertadora
BND Banco Nnteramericano de Desenvolvimento
Bird Banco Nnternacional de 'econstr$o e Desenvolvimento
BADE1S2 Banco Aacional de Desenvolvimento Econ;mico 1e Social2
Cacex Carteira de Com/rcio Exterior
Cepal Comisso Econ;mica para a *m/rica atina e Cari#e
Cexim Carteira de Exportao e Nmportao
C+CE Consel,o +ederal de Com/rcio Exterior
C:& Comando :eral dos &ra#al,adores
CN* entra 3nteigence Agenc41*!"ncia Central de Nnteli!"ncia americana2
CNE Consel,o de Nnvestimentos Estran!eiros
CAP Comisso Aacional de r!ani4ao Partid>ria
Cosipa - Cia) Siderr!ica Pa$lista
CSA Cia) Siderr!ica Aacional
CG'D Cia) Gale do 'io DoceDeops Departamento Especial de rdem Poltica e Social
E&' Estat$to do &ra#al,ador '$ral
+apesp +$ndao de *mparo Pes3$isa do Estado de So Pa$lo
+A% - +>#rica Aacional de %otores
+PA +rente Parlamentar Aacionalista
N#ad Nnstit$to Brasileiro da *o Democr>tica
N#esp Nnstit$to Brasileiro de Economia Sociolo!ia e PolticaNC Nnternacional Com$nista
Npes Nnstit$to S$perior de Est$dos Sociais
Nse# Nnstit$to S$perior de Est$dos Brasileiros
=: =oo :o$lart
=< =$scelino
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peno perao Aordeste
PCB Partido Com$nista Brasileiro
PD Partido Democr>tico
Petro#r>s Petrleo Brasileiro S*
P'P Partido 'ep$#licano Pa$lista
PSB Partido Socialista Brasileiro
PSD Partido Social Democr>tico
P&B Partido &ra#al,ista Brasileiro
'B Revista Brasiiense
Sappp Sociedade *!rcola de Plantadores e Pec$aristas de Pernam#$co
S$dene S$perintend"ncia do Desenvolvimento do AordesteS$moc - S$perintend"ncia da %oeda e do Cr/dito
S$pra S$perintend"ncia para a 'eforma *!r>ria
UDA Unio Democr>tica Aacional
USP Universidade de So Pa$lo
GP' Gan!$arda Pop$lar 'evol$cion>ria
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LISA DE ABRE3IA78ES ARIGOS DE CAIO PRADO PARA ARB
C*L*B - HContri#$io para a *n>lise da L$esto *!r>ria no BrasilIRB nb ?^ mar)a#r) Q@)
CE - HCapitais Estran!eirosIRBnb mai)7$n) QR)
CECA - HCapitais Estran!eiros e Capitais AacionaisIRB nb ^ 7$l)a!o) QR^)
C% - H* Crise em %arc,aIRBnb 7$l)a!o) QR)
C%? - H* Crise em %arc,aIRB T? 7$l)a!o) Q?)
CP - HConviv"ncia PacficaIRB nb]] 7an)fev) Q)
CPDE - H* Confer"ncia de P$nta del EsteIRB nb ] set)o$t) Q)
DEPC - H Desenvolvimento Econ;mico e o Pro#lema da Capitali4aoIRB nb ]T mar)a#r) Q)
D%E - HUm Disc$rso %arca _pocaIRBnbT mar)a#r) Q])
E] - H*s Elei5es de ] de $t$#roIRB nb]? nov)de4) Q@)
E* - H*s Elei5es *r!entinasIRB nb mar)a#r) QR^)
EEDA - Hs Empreendimentos Estran!eiros e o Desenvolvimento AacionalIRB ?] mai7$n) QRQ)
E&' - H Estat$to do &ra#al,ador '$ralIRBnb T mai)7$n) Q])
N?@TPEB - H* Nnstr$o ?@T e a Poltica Econ;mica BrasileiraIRB nb ]R mai)7$n) Q)
E] - H* io das Elei5es de ] de $t$#roIRB nb ?@ nov)de4) QR^)NENE - Hivre Nniciativa Econ;mica e Nniciativa EstatalIRBnbQ 7an)fev) QR)
%L*B - H%arc,a da L$esto *!r>ria no BrasilIRBnbR 7an)fev) QT)
ABCE - HAacionalismo Brasileiro e Capitais Estran!eirosIRB nb? nov)de4) QRR)
AC*L*B - HAova Contri#$io para a *n>lise da L$esto *!r>ria no BrasilIRB T] set)o$t) Q?)
AD - HAacionalismo e DesenvolvimentoIRB nb ?T 7$l)a!o) QRQ)
A&CC - H* Aova &eoria Econ;mica rtodoxa e a Crise do CapitalismoIRB nb set)o$t) QR)
PB - H* Poltica BrasileiraIRBnb ^ nov)de4) QR)P' - H Pro7eto de ei de 'emessa de $crosIRB T mai)7$n) Q?)
PPB - HPanorama da Poltica BrasileiraIRB nb ]^ nov)de4) Q)
PPPPB - HPerspectivas da Poltica Pro!ressista e Pop$lar BrasileiraIRBTT nov)de4) Q?)
'*%A - H* 'eforma *!r>ria e o %omento AacionalIRB nb ?Q mai)7$n) Q@)
'EB - H* 'emessa de $cros e a i#ertao Econ;mica do BrasilIRB ]Q 7an)fev) Q?)
S** - H Sentido da *nistia *mplaIRB nb T mar)a#ril QR)
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INRODU7:O
o#7etivo desta dissertao / a an>lise dos arti!os so#re a realidade nacional escritos
entre QRR e QT pelo ,istoriador marxista #rasileiro Caio Prado =r) 1Q@-Q@2 para aRevista
Brasiiense 1RB2 3$e ele a7$do$ a f$ndar 7$nto com se$ primo com$nista Elias C,aves
Aeto e da 3$al foi $m dos principais cola#oradores)
pensamento do ,istoriador pa$lista aps $m lon!o perodo de sil"ncio volta a ser
est$dado como demonstram disserta5es teses livros e arti!os recentes 3$e perspectivam
mostrar a importFncia e at$alidade do pensamento deste a$tor apontando HerrosI e HacertosI
no se$ esforo de an>lise da (istria #rasileira)
* a$s"ncia at/ ,> po$co tempo de est$dos so#re Caio Prado est> li!ada a $mmovimento mais amplo do meio intelect$al a sa#er8 na tentativa de reao ao 3$e se
caracteri4ava como viso marxista-estr$t$ralista de determinante enfo3$e econ;mico 1em
pre7$4o das demais esferas do social2 e s an>lises de car>ter totali4ante e !enerali4ante
assiste-se ao s$cesso ret$m#ante dos est$dos das mentalidades do cotidiano da HmicroI 1em
detrimento da HmacroI2 (istria) 'ed$4i$-se com isso o espao e interesse pelos cl>ssicos
#rasileiros? rele!ados a se!$ndo plano em f$no dos modismos exa!erados to prprios do
meio acad"mico at$al)*ssiste-se no pas 7> ,> #astante tempo a sed$o pela Aova (istria iniciada na
+rana com a perda conforme +ranois Dosse do ncleo racional e positivo da Escoa dos
Annaes representado nas fi!$ras de %arc Bloc, Pierre Gilar :eor!es D$#J entre o$tros
3$e tomo$ o Brasil com fora total a partir dos anos ^@ do s/c$lo passado e se mant/m com
vi!or nos tempos at$ais)
&rata-se de $ma ,istria prpria das Hil$s5es perdidasI de $m m$ndo sem anseios
revol$cion>rios 3$e na a$s"ncia de $m Hdestino coletivo mo#ili4adorI cai$ cada ve4 maisna #$sca do individ$al do local) *#andonaram-se os Htempos extraordin>riosI e a!arro$-se a
Hmemria do cotidiano das pessoas com$ns) Uma topo!rafia est/tica nova instala-se
conforme se fale de $ma aldeia das m$l,eres dos imi!rantes dos mar!inais))) So#re este
campo de investi!ao novo a etnolo!ia interna alimenta-se da crise da noo de pro!resso e
desa#roc,a em $m presente imvelI) De maneira 3$e HPassamos insensivelmente da !rande
#io!rafia dos ,eris da ,istria ))) para as #io!rafias dos ,eris o#sc$ros do 3$otidianoI
Podemos citar entre o$tros Santos 1?@@29 Gictoriano 1?@@29 N$matti 1?@@29 '"!o 1?@@@29 'ic$pero 1?@@@29%artine4 1QQ^29 %ello 1QQ29 eo 1QQT29 Costa Pinto 1QQ]29 Colistete 1QQ@2)?Ao nos referimos a3$i a S/r!io B$ar3$e de (olanda e :il#erto +reire $ma ve4 3$e estes se voltam mais para$ma viso micro e no total da (istria como / o caso de Caio Prado) Estamos nos remetendo a a$toressit$ados no campo da es3$erda)
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1DSSE QQT p) T2) Dito de o$tro modo8 H0 $niversalidade do disc$rso ,istrico op5em-
se a m$ltiplicao de o#7etos em s$a sin!$laridade o#7etos esses ori$ndos da excl$so na 3$al
o poder os mantin,a9 o lo$co a criana o corpo o sexo vo desforra contra o m$ndo da
ra4o 3$e os ,avia dissim$ladoI 1DSSE QQT p) ^2) Aesse sentido a (istria tenderia
para a pr>tica da histria em migahas em #$sca da partc$la do real e no mais para (istria
do real) 'essalte-se 3$e o fra!mento perde sentido pois / apartado da trama social 3$e o !era
e o explica)
Ao m$ndo da apolo!ia do capital o ,istoriador dessa vertente c$mpre se$ papel ao se
oc$par do fra!mento do extico em desconsiderao (istria do desvendamento das
contradi5es do m$ndo social c$7o epicentro / o ,omem)
*lin,ado a esse procedimento vivenciamos no ocus da ela#orao do sa#er odesl$m#ramento pelo ecletismo por novidades 3$e na maioria das ve4es levam prod$o
do insi!nificante desconsiderando-se as $r!"ncias sociais) Coloca-se no altar deste modo o
pl$ralismo 3$e nada mais / do 3$e a dissol$o da cientificidade em favor da Ha!re!ao
andina de irrelevFnciasI $ma ve4 3$e o sa#er / elevado a opinio pessoal ]) Pode-se
considerar assim 3$e o pl$ralismo H/ a democracia o 7o!o de opini5es no terreno destit$do
da ci"ncia o 3$e implica a adeso tese da impossi#ilidade da ci"nciaverdade $ma forma
desonrada e pervertida de ceticismo radicalI 1C(*SNA ?@@ p) 2)Desconsidera-se o alerta de %arx lem#rado por C,asin de 3$e Ha pro#idade do
intelect$al est> diretamente relacionada com a inflexi#ilidade na #$sca e s$stentao da
verdade e na tenacidade em responder sem ,esitao s exi!"ncias da reflexo de ri!or
mesmo 3$e isso contrarie e fira radicalmente os interesses da classe social a 3$e o intelect$al
pertena o$ a 3$al pretenda representarI 1C(*SNA ?@@ p) 2)
Como veremos Caio Prado / $m exemplo das 3$alidades mencionadas acima)
Pro#idade intelect$al e #$sca pela verdade #ali4am o itiner>rio intelect$al deste ,istoriador adespeito da s$a ori!em o 3$e fa4 da retomada de se$ verdadeiro pensamento $ma $r!"ncia
social) amentavelmente os at$ais moldes de dissertao invia#ili4am a an>lise de s$a o#ra
na totalidade) De maneira 3$e para evitar expectativas impossveis de serem a3$i atendidas
reafirmamos nosso recorte de pes3$isa 3$e se limita a sa#er como aio 1rado anaisa a
reaidade naciona no per%odo abarcado pea RB) Sa#emos 3$e o nosso tra#al,o / modesto e
ins$ficiente para $m a$tor e pensamento deste 3$ilate) +ica o indicativo da necessidade de
contin$ao da pes3$isa)
+risamos desde lo!o 3$e os est$dos 3$e retomam o ide>rio do ,istoriador marxista
] H&odo pl$ralismo afirma =) C,asin H/ sofstico pois s$a s$#stFncia / a condescend"ncia para com aindiferena pela verdade das coisasI 1C(*SNA ?@@ p) 2)
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nos interessam na medida em 3$e reafirmam a importFncia deste a$tor para a ,istorio!rafia e
recolocam 3$est5es levantadas por ele ainda ,o7e pertinentes em especial a 3$e di4 respeito
especificidade de nossa formao ,istrica 3$e nos le!o$ formas econ;micas sociais e
polticas diferenciadas) Esta / $ma 3$esto aparentemente es!otada mas as alternativas de
reao !lo#ali4ao a defesa da democracia como valor $niversal 13$e nada mais / do 3$e a
sacrali4ao da poltica como redentora da ,$manidade2 dentre tantas o$tras demonstram
3$e ele pela defesa sem concess5es da verdade dos fatos o#7etivos na at$alidade re7eitada
pelas vertentes das imp$ta5es ,ermen"$ticas 3$e desnat$ram a filosofia marxiana e
destit$em a #ase de pensamento ontol!ico tem m$ito ainda a contri#$irT)
Por o$tros termos se$ posicionamento exemplar de intelect$al preoc$pado com o
desvendamento do m$ndo o#7etivo para nele interferir e de militante 3$e a partir dosres$ltados a 3$e c,e!ava em s$as an>lises no se c$rvava s posi5es do partido poltico a
3$e se filio$ 1PCB2R torna-o presena necess>ria na formao de pes3$isadores crticos
preoc$pados em entender e dar respostas aos dilemas da nossa (istria 1artic$lada aos
acontecimentos m$ndiais2 com vistas a visl$m#rar alternativas possveis ainda 3$e nos
parcos limites 3$e se p5em na contemporaneidade momento extremamente carente de
perspectivas)
Aotadamente os est$dos 3$e v"m sendo reali4ados so#re Caio Prado se concentram
nas s$as o#ras polticas econ;micas e sociais) * s$a prod$o na RB aparece apenas como
meno no sofrendo an>lise especfica salvo raras exce5es) Desta forma de maneira !eral
recon,ece-se a importFncia daRevista incl$sive en3$anto momento de prod$o intelect$al
coletiva do ,istoriador pa$lista9 no entanto os escritos de Caio Prado deste perodo no
rece#eram a ateno a nosso ver merecida tanto pelo momento em 3$e ele escrevia de alto
si!nificado ,istrico 3$anto pelas tem>ticas a#ordadas) *ssim foram tra#al,adas com
T*penas como indicativo8 #asta o#servar a defesa do nacionalismo em nosso pas n$ma /poca de !lo#ali4ao!alopante sem 3$estionamento das s$as reais possi#ilidades tanto pela 3$esto m$ndial 3$anto pelas condi5es
prprias da nossa constit$io ,istrica 3$e tam#/m foi se conformando a partir das respostas 3$e os a!entessociais nacionais deram ao lon!o da (istria #rasileira privile!iando o atendimento dos interesses externos)
Aesse sentido em ve4 de a ao poltica proc$rar responder realidade dada / tomada como ato de vontadea$t;noma em relao s esferas econ;mica e social e mais8 como a nica forma resol$tiva dos pro#lemas!erados pelo m$ndo do capital)RPartido Com$nista do Brasil 13$ando da f$ndao em Q??2) +oi alterado para Partido Com$nista Brasileiroem Q) L$eremos re!istrar desde 7> 3$e no / nossa inteno apresentar a ,istria do Partido e asmodifica5es 3$e foi adotando) Est$dos de Ed!ard Carone 1Q^?a Q^?#2 e de o$tros 1constantes na
#i#lio!rafia2 3$e partem das pes3$isas deste a$tor do conta do tema) 3$e nos interessa so as 3$est5es def$ndo 3$e permanecem e 3$e foram criticadas por Caio Prado 3$ais se7am8 a importao de modelos de an>lise
3$e levaram o PCB a admitir a exist"ncia de restos fe$dais no campo #rasileiro a poltica de alianas e a crenana possi#ilidade de $ma revol$o democr>tico-#$r!$esa no pas)Estamos falando dos anos =$scelino
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desta3$e as 3$est5es do nacionalismo e do capital estran!eiro as medidas implementadas
pelos !overnos =ria e a crtica aos setores de es3$erda em especial
ao PCB todas elas alvo desta pes3$isa)
So arti!os 3$e apresentam o mesmo estilo de redao de se$s livros o 3$e nos leva a
crer 3$e tin,a interesse em manter o nvel 3$e se prop;s em se$s tra#al,os 3$e apesar de
no serem re#$scados #$scam $m certo crit/rio na s$a expressividade text$al e o mais
importante8 a preoc$pao constante com a apreenso da realidade) Constata-se 3$e o prprio
a$tor considerava esses textos v>lidos principalmente 3$ando o#servamos 3$e al!$ns deles
foram transformados em livro 1como / o caso dos arti!os so#re o campo #rasileiro 3$e deram
ori!em ao livroA 5uest!o Agrriano Brasi9os arti!os HCrise em %arc,aI tanto o de QR
3$anto a verso de Q? 3$e comp$seram capt$los finais de novas edi5es de HistriaEcon6mica do Brasi9 e de passa!ens das an>lises dos !overnos 3$e aparecem na o#ra A
Revou)!o Brasieira de Q2) *creditamos 3$e todos esses elementos so il$strativos da
importFncia e da correo do recorte desta pes3$isa)
Caio Prado desperto$ nossa ateno desde a !rad$ao 1fins dos anos ^@2 3$ando
tivemos a oport$nidade de tomar contato com al!$ns de se$s tra#al,os 1sorte 3$e m$itos
est$dantes no tiveram desde esse perodo2) %ais tarde atrav/s da participao no movimento
Ensaio e s$a Editora
o interesse por este a$tor foi ampliado e 3$ando da deciso de c$rsar$m mestrado 7> sa#endo da relevFncia do pensador marxista para a ,istorio!rafia #rasileira 1e
considerando a necessidade da retomada de se$ pensamento n$m momento em 3$e se
cristali4a a id/ia de 3$e o capitalismo / a nica or!ani4ao social pratic>vel para a
,$manidade s$pondo-se possvel a correo poltica de s$as perversidades aliada ao
importante pro7eto 3$e tento$ desenvolver com a Revista Brasiiense2 estavam formados
#em como o momento internacional marcado pela !$erra fria e se$s desdo#ramentos na *m/rica atina) Por#onapartista entende-se a forma radicali4ada ditatorial de dominao dos propriet>rios 3$e nos pases devia
coonia dada a s$a incomplet$de de classe oscilam dessa modalidade de poder nos Htempos de !$erraI para aa$tocracia #$r!$esa instit$cionali4ada nos Htempos de pa4I) Esta form$lao / res$ltante das an>lises reali4adas
por C,asin so#re a o#7etivao do capitalismo no Brasil) Ger C,asin 1?@@@a29 'a!o +il,o 1QQ^2) Esta editora e revista tomaram como parFmetro o pro7eto coletivo da RB apesar dos camin,os prprios
perse!$idos) Podemos di4er 3$e se Caio Prado acreditava 3$e era importante ter $m p/ no partido e o o$tro fora=) C,asin filsofo $spiano mentor da Ensaio cada ve4 mais se posiciono$ criticamente 3$anto aos partidos) Porconta disso aposto$ no Hmovimento de id/iasI) *firma-nos8 H*frontando mitos e preconceitos da pr>tica v$l!ar3$e en!olfo$ o s/c$lo emer!i$ ento no sem al!$ns en!anos e tropeos iniciais a evid"ncia da prioridaderadical na ordem das necessidades intrnsecas ao campo da es3$erda de $m /ovimento de 3dias voltado
prod$o e dif$so tericas e direcionado redescoberta da o#ra de %arx #em como temati4ao dapro#lem>tica #rasileira) Pro7eto am#icioso por se$s alvos foi desde lo!o e3$ili#rado pela pr$d"ncia ecomedimento de s$a pr>tica intelect$al pretendendo antes o ri!or no prprio tra#al,o 3$e a con3$ista imediatade infl$"ncia m$ito mais a#rir $m camin,o do 3$e l$tar por recon,ecimento indiferente em especial aos
apla$sos f>ceis complacentemente perm$tadosI 1C(*SNA ?@@ p) 2) Prop$n,a $m esforo do !r$poartic$lado em torno da revista e Editora Ensaio para desenvolver lin,as de pes3$isa centradas nas se!$intestem>ticas8 an>lise crtica do pensamento conservador e da prod$o terica de es3$erda no pas nat$re4a dasclasses sociais no Brasil e posteriormente a redesco#erta do pensamento de %arx) Esta ltima de$ ori!em aosarti!os p$#licados naRevista Ad Hominem n7 8 9 +omo 30 ?@@)
Q
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todos os in!redientes 3$e deram corpo nossa tomada de deciso) * opo pelos escritos da
RBesteve tam#/m li!ada constatao da car"ncia de an>lise especfica deste material)
Para reali4ar nossa pes3$isa proc$ramos nos assentar na an>lise imanente dos escritos
de Caio Prado para aRB 9pois ler tam#/m / $m momento de escavao do o#7eto) Como esta
/ $ma 3$esto controversa e praticamente ref$tada nos crc$los acad"micos optamos por
desdo#rar ainda 3$e com limites o si!nificado e implica5es de $m est$do dessa nat$re4a em
$m item prprio do Capt$lo N) Aa exposio dos arti!os o recorte feito e o o#7etivo de
reali4ar $m tra#al,o se!$indo esse princpio nos levaram a descartar na maioria das ve4es o
$so no corpo do texto de informa5es adicionais disponveis na #i#lio!rafia dos int/rpretes de
Caio Prado e em o#ras do prprio a$tor dado o risco de rele!ar a exposio de se$
pensamento contido no escritos para aRevista a plano sec$nd>rio)Considerando a nat$re4a do material so# investi!ao 3$e so textos de
acompan,amento de $ma dada realidade nos 3$ais aparecem reflex5es semel,antes o$
repetidas 7$l!amos mais procedente apresent>-los por temas e no se!$indo $ma ordem
cronol!ica ainda 3$e proc$remos em diversos momentos detal,ar as id/ias ali contidas
de forma a evitar repeti5es excessivas 1o 3$e no implica 3$e em al!$ns momentos isso no
ocorra como meio de reafirmao de $ma id/ia2)
evando em conta o nosso propsito de apresentar os nd$los centrais o$ se7a ospilares 3$e s$stentam e so#re os 3$ais se desenvolve o pensamento de Caio Prado ainda 3$e
demarcado e restrito ao perodo indicado a partir do acompan,amento de s$a prpria
reflexo #$scamos evitar 3$e a exposio se red$4isse a $ma d$plicao de s$as id/ias e
alcanar o 3$e C,asin desi!na Htrad$o da mal,a l!ica do textoI) Nsto / a HDissecao da
coisalida por 3$em l" 3$e se converte em il$minao do perc$rso para novas in3$iri5es e
o$tros leitoresI 1C(*SNA QQR p) R]2) +oi o 3$e pretendemos) Se o res$ltado confirma o
intento fica para o leitor a avaliao) con7$nto de 3$est5es apresentado nos levo$ a or!ani4ar o tra#al,o assim8
Ao Capt$lo N * *firmao da Possi#ilidade do Con,ecimento em consonFncia
com nossa filiao ideol!ica apresentamos o estat$to ontol!ico alcanado por %arx e
como a relao entre s$7eito e o#7eto / para ele a refer"ncia central valendo-nos dos est$dos
reali4ados por =) C,asin so#re esta 3$esto o 3$e 7$stifica as diversas refer"ncias a este a$tor)
%ostramos como vida e pensamento de Caio Prado se artic$laram em torno da proc$ra de $m
con,ecimento o#7etivo em especial da realidade #rasileira para nela intervir corretamente
propsito do 3$al aRBs$r!i$ como desdo#ramento)
Ao Capt$lo NN Aacionalismo8 *rma de Com#ate ao Capital Estran!eiro
?@
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demonstramos 3$e o em#ate entre nacionalismo e capital estran!eiro foi $ma 3$esto
candente para Caio Prado para 3$em o pas deveria perse!$ir $m desenvolvimento
econ;mico direcionado para a prpria nao e se$ povo s possvel pela a$tonomia em
relao ao capital estran!eiro !arantida pelo ide>rio nacional) Expomos em 3$e consistia este
nacionalismo e as crticas ao tipo de desenvolvimento adotado pelo pas #em como a
avaliao 3$e fe4 dos pro7etos 3$e visavam a disciplinar e controlar as remessas de l$cros)
Ao Capt$lo NNN * %is/ria do Campo Brasileiro, examinamosa an>lise 3$e Caio
Prado desenvolve$ so#re a sit$ao do campo no pas proc$rando evidenciar a forma como
se estr$t$raria o meio r$ral e as rela5es de tra#al,o decorrentes da nossa conformao
,istrica especfica) Expomos tam#/m as diver!"ncias com o PCB 3$anto ao entendimento
dessa pro#lem>tica9 o si!nificado e limites do Estat$to do &ra#al,ador '$ral E&'9 asmedidas $r!entes 3$e deveriam ser implementadas para ameni4ar a sit$ao de penria dos
tra#al,adores do campo no entender de Caio Prado9 em 3$e assentava a reforma a!r>ria n$m
pas como o nosso e o exemplo dos casos pa$lista e pernam#$cano 3$anto a esta 3$esto)
Ao Capt$lo NG s imites das Polticas :overnamentais e os Descamin,os das
+oras Pro!ressistas a#ordamos concomitantemente a acontecimentos m$ndiais a viso do
,istoriador pa$listano acerca das medidas adotadas pelos !overnos =ticas 3$e fe4 ao primeiro evidenciando a s$a li!ao com o !rande capital internacionalno 3$e Caio Prado desi!nava !overno Hentre!$istaI9 como se p;s a 3$esto a!r>ria e o
processo de ind$striali4ao #em como a perman"ncia da Nnstr$o ] da S$perintend"ncia
da %oeda e do Cr/dito S$moc 3$e se!$ndo nosso a$tor explicitava mais $ma ve4 o
compromisso desse presidente com os interesses do capital estran!eiro) Nndicamos tam#/m
os motivos da vitria da candidat$ra de =L de acordo com o a$tor em pa$ta9 em 3$e foras
sociais se$ !overno se apoiava e os si!nificados da implementao da Nnstr$o ?@T e da
renncia do presidente) &am#/m evidenciamos o entendimento 3$e Caio Prado tin,a daspossi#ilidades de desenvolvimento do pas no !overno :o$lart n$ma perspectiva nacional9 o
papel das foras pop$lares no processo de !arantia deste pro7eto e a denncia da perda
pa$latina do contedo renovador das reformas de #ase) *presentamos ainda a percepo de
Caio Prado so#re os descamin,os das foras pro!ressistas e de es3$erda e as conse3O"ncias
das s$as a5es vacilantes)
?
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A AF RMAO DA POSS B L DADE DO
CONHEC MENTO E O T NERR O
NTELECTUAL DE CA O PRADO JR.
??
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1.1. O Po;,'o!% $o
n$m espao como este s$#entende de imediato somente $m v;o panorFmico so#re o ass$nto)
Demarcamos desde lo!o 3$e no se trata de mostrar como esta 3$esto foi disc$tida pelos
v>rios pensadores ao lon!o da (istria mas apenas de apresentar #revemente como tal
tem>tica tem em %arx $ma resol$o ontol!ica) Em o$tros termos o#7etivamos to-somente
es#oar os contornos mais !erais desta pro#lem>tica em al!$ns de se$s aspectos mais
elementares e #>sicos sem a pretenso de es!otar $m tema to complexo em 3$e esteve
envolvida toda a ,istria da filosofia) $ se7a pretendemos apenas indicar oprocedimento de
atributos cient%"icos3$e a nosso ver via#ili4a a captao do o#7eto pretendido e 3$ais os
se$s traos mais marcantes #em como a opo feita para levar a ca#o a nossa pes3$isa)
Descartamos por decorr"ncia o ecletismo metodol!ico a id/ia de 3$e os m/todos se
e3$ivalem 3$e se trata da escol,a de $m entre m$itos possveis o$ da 7$no da3$ilo 3$e se
considera o mel,or de v>rios) Este procedimento des>!$a n$m ecletismo em contraposio
ao 3$e se considera ortodoxismo e do!matismo na tentativa de $nio de elementos 3$e se
excl$em o#stac$li4ando por conse3O"ncia o con,ecimento e com isso incorrendo n$m
desservio cientfico e pr>tico) %iscelFnea elevada a m/todo cientfico no entender de :)
$>cs 3$e nada mais / do 3$e Ho ne!ar as contradi5es da vida o$ o 3$e / a mesma coisa
o contrapor entre si de maneira s$perficial r!ida e carente de media5es determina5es
contraditrias) *demais este ecletismo se veste com ro$pas tanto mais s$nt$osas 3$anto mais
for va4io) L$anto mais se mascara de crtico e revol$cion>rio tanto maior / o peri!o 3$e
representa para as massas tra#al,adoras c$7a revolta / ainda conf$saI 1Urio con,ecer / condio
inelimin>vel do ser social em #$sca de respostas s s$as necessidades pr>ticas) Como nos
ensino$ o filsofo alemo
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s$a sol$o racional na pr>xis ,$mana e na compreenso dessa pr>xisI 1%*'9 EA:ES
Q^ p) T2) Nsto por3$e os press$postos da (istria dos 3$ais parte no so Har#itr>riosI
nem Hdo!masI8 so os indivd$os reais efetivos vivendo n$m m$ndo 3$e encontram e 3$e
modificam com s$a atividade pr>tica e 3$e somente podem ser a#strados na ima!inao) De
maneira 3$e con,ecer consiste em representar mentamente as fei5es do m$ndo real e
o#7etivo o 3$e se d> pela necessidade pr>tica e pelo comportamento do prprio indivd$o
con,ecedor) *trav/s da pr>tica o ,omem entra em contato com a realidade e a experi"ncia ^
da res$ltante promove se$ con,ecimento ao mesmo tempo em 3$e confronta e verifica o
sa#er 7> efetivado)
Dito de o$tra forma Ho representar o pensar o intercFm#io espirit$al dos ,omens
aparecem a3$i como emanao direta de se$ comportamento material) mesmo ocorre com aprod$o espirit$al tal como aparece na lin!$a!em da poltica das leis da moral da reli!io
da metafsica etc) de $m povoI) Nsto se d> dessa maneira por3$e Hos ,omens so os prod$tores
de s$as representa5es de s$as id/ias etc) mas os ,omens reais e ativos tal como se ac,am
condicionados por $m determinado desenvolvimento de s$as foras prod$tivas e pelo
intercFm#io 3$e a ele corresponde at/ c,e!ar s s$as forma5es mais amplas) * consci"ncia
7amais pode ser o$tra coisa do 3$e o ser consciente e o ser dos ,omens / o se$ processo de
vida realI 1%*'9 EA:ES Q^ pp) ]-2)
Ao poderia ser de o$tro modo 7> 3$e o ,omem de acordo com $>cs / $m Hser 3$e
respondeI s 3$est5es colocadas pela vida social) *o con7$nto de respostas a 3$e c,e!a d>-se
o nome de Hc$lt$ra ,$manaI) Esta capacidade de responder / o f$ndamento da li#erdade) Ao
entanto alerta esse a$tor no existe li#erdade em sentido a#sol$to pois a vida social
apresenta sempre alternativas concretas donde a3$ela consiste precisamente no fato de 3$e o
,omem pode e devereali4ar $ma dada escol,a no interior das possi#ilidades apresentadas
dentro de $ma certa mar!em das circ$nstFncias ,istricas) Em o$tras palavras Hna complexa
^ &,ompson considera termos a$sentes nas o#ras de %arx e&perincia humana cutura e mora) Ao se$entender deve-se verificar as ins$fici"ncias do pensamento de %arx e fa4"-lo avanar) _ o 3$e se prop5e isto /se$ interesse consiste em gfa4er avanar a ,istria e o entendimento de %arx e no na marxolo!iag mesmo 3$e
para tal intento ten,a 3$e ir contra *lt,$sser os marxistas e o prprio %arx 1&(%PSA Q^ p) ^2) _interessante notar 3$e Caio Prado em H %arxismo de o$is *lt,$sserI 1Q2 coloca exatamente o contr>riono 3$e di4 respeito 3$esto da experi"ncia) * todo momento / reafirmada tomando para si o pensamento de%arx a relao entre o pensamento e a ao entendida como pr>tica ,$mana 3$e nada mais / do 3$e aexperi"ncia) Ca#e a se!$inte inda!ao8 o 3$e / nos textos marxistas a refer"ncia constante pr>tica ,$manah 3$e a diferencia da Hexperi"nciaI 3$e &,ompson reivindicah Deve ser o#servado 3$e em %arx esta
pro#lem>tica se apresenta como forma de vida sensvel como prod$o e reprod$o da vida pr>tica sensvel) *
experi"ncia no pode ser separada desse centro) Pode-se di4er 3$e %arx / o primeiro filsofo a colocar aprod$o e a reprod$o no centro da vida social) $ se7a nas palavras de $>cs 1ao se referir aos/anuscritos de ;; de %arx2 HPela primeira ve4 na ,istria da filosofia as cate!orias econ;micas aparecemcomo cate!orias da prod$o e reprod$o da vida ,$mana tornando assim possvel $ma descrio ontol!icado ser social so#re #ases materialistasI 1U
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nat$ralidade) *trav/s do tra#al,o atividade excl$sivamente ,$mana@ o ,omem prod$4 se$
m$ndo e se$ !"nero ainda 3$e essa tra7etria se faa de forma contraditria e m$tiladora para
o se$ constr$tor) _ inelimin>vel da condio ,$mana8 o indivd$o / $m ser social e / so#re tal
#ase 3$e a!e e pensa no sendo possvel fixar a sociedade como $ma a#strao em face dos
entes sin!$lares 3$e a comp5em) Por conse3O"ncia as formas do pensamento so a expresso
consciente falsa o$ verdadeira de atividades e rela5es sociais reais) Em o$tros termos
reais o$ il$srias as representa5es dos indivd$os nicos poss$idores de capacidade
espirit$al adv"m do c,o com$m da relao social) Nsto / HCorreta o$ fantasiosa efetiva
reprod$o ideal de $m o#7eto o$ rom#$do #orro mental as idea5es no so a$to-
en!endradas variando de $m plo a o$tro em f$no do potencial societ>rio em 3$e se
manifestamI 1C(*SNA QQR p) T@2)
+ica assinalado de $m lado o car>ter social do con,ecimento e a s$a possi#ilidade
concreta dado 3$e o m$ndo ,$mano o#7etiva e s$#7etivamente / tomado como atividade
prtica, sens%ve,e o ,omem como ser d$plamente ativo 7> 3$e poss$i a capacidade de
e"etivar e de ideai#ar) De o$tro lado fica descartada a Halternativa terica de s$a
impossi#ilidade por via dos maneirismos c/ticosI #em como Ho red$cionismo 3$e o derro!a
a simples conveno por efeito dos atos de lin!$a!em n$m 3$adro dado de $ma !ram>tica
especialI e ainda Hs$a des3$alificao a mera poeira do ima!in>rio este mesmo simples
fantasma onipresente de $ma metafsica da impot"nciaI 1C(*SNA QQR p) ]QQ2) Enfati4e-se
3$e o ,omem como ser ativo 3$e / pensa e en3$anto tal / capa4 de con,ecer 1re3$isito
#>sico para $ma correta interveno no m$ndo real2 de modo 3$e disc$tir esta possi#ilidade
se torna improfc$o)
em#re-se ainda 3$e o crit/rio de verdade / para %arx $ma 3$esto onto-pr>tica
isto / a verdade no / $m ass$nto meramente terico mas pr>tico8 / na atividade pr>tica 3$eo ,omem deve demonstrar a verdade de se$ pensamento)
Perde$-se essa lio do filsofo alemo desde ,> m$ito e tam#/m ,o7e em f$no da
@$>cs afirma claramente 3$e H&o-somente no tra#al,o na colocao da finalidade e dos meios de s$areali4ao a consci"ncia mediante $m ato 3$e ela mesma diri!e 1o$ se7a mediante a colocao da finalidade2$ltrapassa a simples adaptao ao am#iente condio essa 3$e / com$m mesmo 3$elas atividades dosanimais 3$e transformam o#7etivamente a nat$re4a de modo invol$nt>rio e se p5e a exec$tar na prpria
nat$re4a modifica5es 3$e para os animais so impossveis e at/ mesmo inconce#veis) ra na medida em 3$ea reali4ao de $ma finalidade torna-se $m princpio transformador e informador da nat$re4a a consci"ncia 3$eimp$lsiono$ e oriento$ $m tal processo no pode ser mais do ponto de vista ontol!ico $m epifen;menoI1U
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red$o de todo disc$rso ideolo!ia e desta falsa consci"ncia ?) Nnteresse e verdade so
vistos como inconcili>veis opostos c$7a relao seria possvel apenas pelo pra!matismo o$
se7a a verdade interessada passo$ a ser compreendida apenas como verdade H$tilit>riaI
Hf$ncionali4adaI o$ Hinstr$mentali4adaI desvinc$lando-se verdade e falsidade da $tilidade
,istrica) Dito de o$tro modo8 Hverdade e interesse foram incompati#ili4ados sem 3$e tivesse
,avido o entendimento de 3$e a tese da impossibiidade da verdade / $m prod$to ,istrico
no a conse3O"ncia de $ma mitol!ica condi)!o humana esta tam#/m $m res$ltado da
mesma ordemI] 1C(*SNA QQR p) T@?2) +ica evidenciado 3$e o esclarecimento o$
o#stac$li4ao do sa#er est> li!ado aos condicionantes ,istrico-sociais e no s$a nat$re4a
intrnseca)
&race7ados estes elementos f$ndantes e avanando para o 3$e nos interessa mais
imediatamente podemos di4er 3$e a apreenso do m$ndo real nas s$as variantes materiais e
ideais no se d> mediante $m m/todo aprioristicamente determinado) camin,o a percorrer
/ certamente >rd$o) %arx o assinalava 3$ando afirmo$ 3$e H&odo comeo / difcil9 isso vale
para 3$al3$er ci"nciaI id/ia 3$e reaparece de maneira mais desdo#rada no en$nciado8 HAo
,> estrada principal para a ci"ncia e s a3$eles 3$e no temem a fadi!a de !al!ar s$as
escarpas a#r$ptas / 3$e t"m a c,ance de c,e!ar a se$s cimos l$minososI 1%*' apud
C(*SNA QQR p) RR-2)
So#re essa pro#lem>tica $>cs nos oferece $ma contri#$io valiosa ao enfati4ar 3$e H marxismo comot$do o mais no escapa re!ra de 3$e ,> somente $ma verdade) * (istria / a (istria da l$ta de classes o$ento no /) *!ora pode-se dentro da (istria da l$ta de classes ar!$mentar ter ela ocorrido de $ma maneira o$de o$tra) Nsto / totalmente diferente) %as devemos sa#er 3$e em cada 3$esto o#7etivamente s pode ,aver$ma verdade) ))) Seria entretanto extremamente indese7>vel se aceit>ssemos $ma concepo #$r!$esa incorretado marxismo e vssemos o pl$ralismo como al!o prximo do ideal se ol,>ssemos para ele como sendo $mavanta!em para o marxismo no sentido de 3$e poderia ser tanto idealista como materialista ca$sal o$teleol!ico assim o$ assado) Creio 3$e devemos deixar este tipo de coisa para o capitalismo manip$latrio aele ca#e inventar s$as prprias teorias para o marxismo) Devemos entretanto deixar #em claro 3$e em cada3$esto s pode ,aver $ma verdade e 3$e ns marxistas l$tamos pela s$a emer!"nciaI 1Uter racional 1o$ irracional2concreto de $ma sit$ao social de $ma tend"ncia do desenvolvimento dando-l,e claridade conceit$al e
portanto imp$lsionando-a o$ entorpecendo-a) 3$e fa4 3$e todo form$lador de disc$rso aparea sempre nof$ndo consciente o$ inconscientemente 3$erendo o$ no vinc$lado a s$a sociedade a $ma determinadaclasse dela a s$as aspira5es pro!ressivas o$ re!ressivasI 1U
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&em-se pois nas palavras de C,asin 3$e para %arx Ho con,ecimento / possvel a
ci"ncia pode alcanar se$s o#7etivos mas no ,> $m camin,o pr/-confi!$rado $ma c,ave de
o$ro o$ $ma determinada metodolo!ia de acesso ao verdadeiroI) *dversamente H,> sempre
3$e !al!ar escarpas o$ se7a a#rir camin,os atrav/s do prprio o#7eto devass>-lo no corpo a
corpo da pes3$isaI) _ o 3$e aparece contin$a ele 3$ando o filsofo alemo afirma 3$e Htem
de captar detal,adamente a mat/ria analisar as s$as v>rias formas de evol$o e rastrear s$a
conexo ntimaI) Evidencia-se pois avana C,asin 3$e HAo ,> !$ias mapas o$
expedientes 3$e pavimentem a camin,ada o$ pontos de partida ideais previamente
esta#elecidosI) Nsto por3$e o Hr$mo s est> inscrito na prpria coisae o roteiro da via!em s
/ visvel ol,ando para tr>s do cimo l$minoso 3$ando a ri!or 7> no tem serventia nem
mesmo para o$tras 7ornadas a no ser como cintilao evanescente tanto mais es3$iva o$en!anosa 3$anto mais risca for perse!$ida exatamente por3$e / a l$minosidade especfica
de $m o#7eto especficoI) Ao se$ entender Has pe!adas 3$e ficam podem ser es3$adrin,adas
e repisadas no so inteis mas no ensinam a andarI a exemplo dos procedimentos
se!$idos pela Hteoria das a#stra5esI $ma ve4 3$e Hdescreve a $niversalidade das passadas
sem prescrever por si $m nico passo concreto de 3$al3$er escalada concretaI9 tal prescrio
desconsideraria o Hm/rito e se!redo do mtodo mar&iano 3$e centra no respeito
inte!ralidade ontol!ica das coisas e dos s$7eitos estes recon,ecidos o#7etivamente emposi)!oe correlativamente aos !ra$s de mat$rao dos o#7etos s$scetveis de intensificao
o$ desat$ali4ao para a devassa analtica da3$eles e de si prprios a resol$o do
complexo pro#lem>tico do con,ecimentoI 1C(*SNA QQR p) R2)
De modo 3$e para C,asin a ri!or n!o h um mtodo no pensamento de /ar&
en3$anto arran7o a priorida s$#7etividade a partir de $m corpo de normas s$postamente
cientficas 3$e o pes3$isador deveria $tili4ar na investi!ao e esta a$s"ncia de $m
ordenamento de praxe da 3$esto / a evid"ncia da resol$o ontol!ica na s$a reflexoT
)Entretanto prosse!$e ele mesmo no existindo $m m/todo pode-se apresentar a concepo
marxiana a esse respeito atrav/s das indica5es 3$e este a$tor deixo$ ainda 3$e fra!ment>rias
e perfeitamente a!r$p>veis em tr"s temas especficos e intimamente interli!ados a sa#er8 2 a
f$ndamentao onto-pr>tica do con,ecimento9 ?2 a determinao social do pensamento e a
presena ,istrica do o#7eto9 ]2 a teoria das a#stra5es)
TGer C,asin QQR p) ]^Q) Aeste texto C,asin apresenta temati4a5es ori!inais so#re o pensamento de %arx
s$perando 3$est5es pro#lemati4adas por $>cs e o$tras no perce#idas por ele) 'eali4a ainda crticas aofilsofo ,n!aro em especial no 3$e di4 respeito a s$a incompreenso da concepo marxiana da onto-ne!atividade da poltica #em como teoria das a#stra5es) Gale cons$ltar o texto de Gaisman 1?@@2 pois al/mdela se remeter a esse tra#al,o de C,asin tra4 para o leitor as ltimas reflex5es deste a$tor m$itas delas
proferidas em a$las)
?^
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3$e vimos at/ a!ora el$cida ainda 3$e sinteticamente parte dos dois primeiros
temas pois remete possi#ilidade do con,ecimento na medida em 3$e este / $m predicado
do ser social ativo em s$as rela5es sociais concretas atri#$to e tri#$t>rio de $m tempo
,istrico socialmente posto)
Contin$ando para completar o 3$adro verificamos 3$e as possi#ilidades do
con,ecimento se reportam tam#/m ao !ra$ de desenvolvimento do o#7eto o$ se7a a
mat$rao do o#7eto fac$lta a exercitao de $ma cientificidade esclarecedora e o se$ inverso
pode levar det$rpao) Pode-se di4er 3$e H* $niversalidade do 3$adro emer!ente / pois a
do s$7eito ativo sit$ado em face de o#7etos m$tantes de individ$alidades co!noscitivas
!eradas em tempos e l$!ares sociais diante da process$alidade entificadora das coisas
materiais e espirit$ais i!$almente societ>riasI) Donde por derivao a com#inao
intelectiva ideal res$lta da 7$no entre $m s$7eito Hplasmado em posio ade3$ada
o#7etivao cientfica o$ se7a portador de tica social em condio s$#7etiva de iseno e de
$m o#7eto desenvolvido isto / perfilado na ener!/ia de se$ complexo cate!orial
estr$t$ralmente arrematado) 'esta sa#er de 3$e modo especfico at$a no encontro intrincado
dessa d$pla process$alidade o s$7eito cientificamente interessadoI 1C(*SNA QQR p) TQ2)
modo de at$ar decorre da "or)a da abstra)!o li!ada aos o#7etos ,istricos 3$e
#$sca apreender9 / prod$to de condi5es ,istricas no de rodopios a$t;nomos da ra4o)
&rata-se da abstra)!o ra#ove, 3$e c$mpre $m d$plo papel no processo intelectivo 3$al se7a
o de destacar o aspecto !eral as determina5es com$ns sem as 3$ais invia#ili4aria 3$al3$er
prod$o9 e ao fa4"-lo possi#ilita a exi#io das diferenas f$ndamentais) Diferenas estas
3$e so condio essencial para $ma a#orda!em de tal,e ontol!ico tendo em vista 3$e a
pec$liaridade o$ a identidade de 3$al3$er formao / dada pelos elementos 3$e a distin!$em
das demais 3$e comp5em o mesmo con7$nto) Dito de o$tro modo desconsiderar a diferena
f$ndamental implica a perda dos o#7etos reais e como decorr"ncia do pensamento de ri!or)
$ se7a no tra7eto do HsimplesI ao HcomplexoI do Ha#stratoI ao HconcretoI as a#stra5es
ra4o>veis devem !an,ar os contornos da Hpartic$laridadeI e da Hsin!$lari4aoI isto / o
perfil de a#stra5es ra4o>veis HdelimitadasI artic$ladas em conformidade com a l!ica
imanente do complexo cate!orial investi!ado)
So#re esta 3$esto C,asin c,ama a ateno para o fato de 3$e nos lineamentos
ontol!icos de %arx existe o Hmomento preponderanteI e as Hdetermina)>es re"e&ivas?R.
R* este respeito / el$cidativa a se!$inte passa!em destacada de %arx8 H res$ltado a 3$e c,e!amos no / 3$ea prod$o a distri#$io o intercFm#io o cons$mo so id"nticos mas 3$e todos eles so elos 1@ieder2 de$ma totalidade diferenas dentro de $ma $nidade) * prod$o expande tanto a si mesma na determinaoantit/tica da prod$o como se alastra aos demais momentos) processo comea sempre de novo a partir dela)L$e a troca e o cons$mo no possam ser o momento preponderante / claro por si mesmo) mesmo acontece
?Q
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Em termos s$m>rios o momento preponderanteHtem por identidade a condio de elo t;nico
no complexo artic$lado das a#stra5es ra4o>veis o$ se7a / o o$tro nome da cate!oria
estr$t$rante do todo concreto e por isso tam#/m da totalidade ideal $ma a#strao ra4o>vel
3$e se destaca so#redeterminando as demais com se$ peso ordenador especficoI) En3$anto
as determina)>es re"e&ivasmanifestam-se no Hinterior do processo de artic$lao 3$ando o
foco recai em pares o$ con7$ntos cate!oriais c$7a conexo / indissolvelI de tal modo 3$e a
real captao de cada $m de se$s elementos deriva da captao mt$a dos demais) ponto
central est> na salva!$arda da especificidade de cada $m deles) $ se7a impedir s$a
H,omo!enei4ao conceit$al 3$e tende a se dar pela promoo da identidade o$ da
diversidade a#stratasI entre eles) *inda se!$ndo o filsofo marxista Has reflex5es marxianas
a respeito do par formado entre prod$o e cons$mo a#$ndantes na 3ntrodu)!o de constit$em $m excelente exemplo em am#os os sentidosI 1C(*SNA QQR pp) T]-?2)
+ica posto dessa maneira 3$e o indivd$o / dotado de capacidade intelectiva atrav/s
da 3$al / possvel apreender o#7etos reais) * investi!ao tem de captar detal,adamente a
mat/ria em foco analisar as s$as diversas confi!$ra5es de desenvolvimento e rastrear se$
vnc$lo ntimo) Somente aps finali4ado este tra7eto / 3$e se pode apresentar
convenientemente o movimento real)
Sinteticamente podemos afirmar 3$e8 a2 Ho movimento analtico / es#oado n$m
processo em dois tempos formados de $ma parte pelas a#stra5es 3$e res$mem e facilitam
a classificao das mat/rias e de o$tra pela exposio realI9 #2 Ha exposio real / $ma
ordenao o$ se7a $ma artic$lao dos materiais e nisto reside a dific$ldade da operao
co!nitivaI9 c2 Has dific$ldades so resolvidas to-somente pelo est$do isto / pela an>lise o$
dissecao do prprio o#7eto por meio da 3$al / del$cidada s$a ordenao o$ l!ica prpriaI
1C(*SNA QQR p) R?2)
Pelo exposto fica claro 3$e a ontolo!ia marxiana no / $m Hsistema a#strato de
verdades a#sol$tas ao feitio tradicional mas $m estat$to terico c$7a fisionomia / traada por
$m feixe de lineamentos e cate!orias en3$anto formas de exist"ncia do ser socialI 1C(*SNA
?@@ pp) ?-]2) Da C,asin desi!nar o pensamento marxiano de estatuto ontogico $ma ve4
3$e no ,> no pensamento do filsofo alemo afirma5es 3$e no se7am eminentemente
ontol!icas) Essa desi!nao rec$sa a noo de sistema l!ico completamente estran,a ao
pensamento de %arx como demonstram as pes3$isas a 3$e C,asin se dedico$ ao lon!o da
com a distri#$io como distri#$io de prod$tos) Por/m como distri#$io dos a!entes de prod$o constit$i$m momento da prod$o) Uma forma determinada de prod$o determina pois formas determinadas docons$mo da distri#$io da troca assim como rea)>es determinadas desses di"erentes momentos entre siI1%*'apudC(*SNA QQR pp) T]@-2)
]@
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vida 3$e red$ndaram em desco#ertas ori!inais e 3$e a#rem $m novo ,ori4onte para o
entendimento do pensamento de %arx)
*rrematando a importFncia de tril,ar $m camin,o analtico dessa nat$re4a o a$tor nos
explicita 3$e a a$s"ncia da ontolo!ia isto / de $m Hestat$to de $ma "ioso"ia primeiraI
invia#ili4a a percepo de 3$ais so n$m momento dado os pro#lemas cientficos
verdadeiros o 3$e deve ser prioritariamente est$dado se!$indo $ma ,ierar3$ia de
importFncia a partir do crit/rio das $r!"ncias sociais #em como torna inexe3Ovel $m
posicionamento firme em face das vertentes de pensamento de maneira a evitar o en!odo da
e3$ival"ncia eo$ complementaridade destas o$ mesmo ver!ar-se ao canto do pl$ralismo)
Nsso posto veremos a se!$ir 3$e neste tra#al,o dedicado ao exame dos arti!os so#re
o Brasil p$#licados por Caio Prado na RB somente nos propomos a reali4ar $ma an>lise
aproximativa mas necess>ria desta prod$o) Cont$do acreditamos 3$e mesmo no sendo
possvel nesta dissertao desenvolver a an>lise imanente das o#ras completas desse a$tor
ainda assim nosso intento / $m modo de apropriao intelect$al le!timo $ma ve4 3$e
proc$ramos levar em conta o respeito trama interna do o#7eto ,istrico)
De modo 3$e se o nosso o#7eto de est$do so os textos da RBprod$4idos no perodo
3$e a#arca os !overnos =$scelino rias) Em consonFncia
com o arca#o$o marxiano 7> explicitado esforamo-nos por dar vo4 aos prprios textos de
Caio Prado) &entamos respeitar a nat$re4a mesma de se$ pensamento isto / como ele o
conce#e$ e o manifesto$ como trato$ as 3$est5es 3$e estavam na ordem do dia na3$ele
momento para somente ento iniciar indica5es 7> 3$e no foi possvel reali4ar a3$ilo 3$e
consideramos tam#/m de s$ma importFncia 3$e / verificar se ,> e 3$ais seriam as lac$nas
nas concep5es do a$tor deA Revou)!o Brasieira) Nsto por3$e nos filiamos concepo de
3$e Hantes de interpretar o$ criticar / incontornavelmente necess>rio compreender e fa4er
prova de ter compreendidoI 1C(*SNA QQR p) ]]R2)
Estamos pois em contraposio direta s$posta e3$ival"ncia de interpreta5es
s$#7etivistas o$ neopositivistas s H,ermen"$ticas da imp$taoI e ass$mimos $ma
proposit$ra de assimilar a constit$io interna do o#7eto investi!ado) Em o$tros termos
#$scamos reali4ar $m tra#al,o de investi!ao 3$e Hencara o texto a formao ideal em
s$a consist"ncia a$to-si!nificativa a compreendida toda a !rade de vetores 3$e o
conformam tanto positivos 3$anto ne!ativos8 o con7$nto de s$as afirma5es conex5es e
s$fici"ncias como tam#/m as event$ais lac$nas e incon!r$"ncias 3$e o perfaamI 1C(*SNA
]
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QQR,p) ]]2)
Com isso re7eitamos as inmeras possi#ilidades de interpreta5es tidas todas como
v>lidas dado 3$e a verdade / relativi4ada) Ao se trata a3$i de lanar ao ,istoriador
pa$listano mais $m Hol,arI fa4er mais $ma interpretao no sentido imp$tativo tampo$co
de lanar mo de modelos conce#idos a priori e verificar se estes se encaixam o$ no no se$
pensamento) #7etivamos sim entender Caio Prado a partir de se$ prprio ide>rio ser fi/is
inte!ridade dos textos e neste mister Ha s$#misso ativa aos escritos investi!ados / sempre
ponto de partida e passo f$ndamentalI por3$e dessa maneira Hno se perde de vista a ntima
vinc$lao dos textos trama real e ideal dos 3$adros reais a 3$e pertencem com a 3$al
esta#elecem liames complexos de confl$"ncia e r$pt$raI 1C(*SNA QQR p) ]T2)
Sem dvida / preciso considerar 3$e o a$tor est> sempre em ltima instFncia
independentemente de ter consci"ncia disto o$ no li!ado realidade de se$ tempo) s
pro#lemas 3$e ele prop5e da mesma forma 3$e as sol$5es esto determinados pelas
necessidades e aspira5es sociais de s$a /poca) Nsto / nen,$m pensamento pode ser desli!ado
da realidade em 3$e emer!e) Aesse sentido o$ se7a em s$a relao com as l$tas de se$
tempo / 3$e se pode tra4er tona a"un)!o sociade $ma determinada formao ideal)
'etomando essa pro#lem>tica dada a importFncia 3$e ela ass$me em nossa pes3$isa
reafirmamos mais $ma ve4 em o$tros termos mas na mesma direo a!ora na sntese
precisa de Ester Gaisman 3$e a determina)!o socia do pensamento
ao contr>rio do 3$e / !enericamente s$posto di4 respeito socia#ilidadecomo condio de possi#ilidade do pensamento) * consci"ncia / recon,ecidacomo consci"ncia do ser social como se$ atri#$to e s en3$anto tal pode sereali4ar) *ssim a sociedade fornece a mat/ria os meios e as prpriasdemandas para a exercitao do pensamento pois da sit$ao maiscorri3$eira mais t/cnica o$ sofisticada / sempre como ser social 3$e o,omem pensa 1G*NS%*A QQQ p) ?^2)
+ica descartada desse modo a noo se!$ndo a 3$al o social / entendido como
e&terioridade3$e limita as opera5es da consci"ncia pois Ha o#7etividade o$ a ino#7etividade
cientficas no derivam simplesmente de maior o$ menor capacitao tecno-metdica )))
mas / o res$ltado complexo e mediado de determinantes de ori!em scio-,istricaI) Nsto /
Hdetermina)!o socia do pensamentoem %arx no si!nifica restrio o$ can!a opostas ao 3$e / diferente de di4er 3$e a verdade / relativa a se$ tempo o$ 3$e se no pode apreender a realidade nas$a plena totalidade o intelecto ,$mano / no entanto perfeitamente capa4 de capt$rar os se$s nexos essenciaisde tal forma 3$e possi#ilite ao ,omem con,ecer e interferir no m$ndo concreto)Aossa an>lise no partil,a de concep5es 3$e vo na lin,a da representao sem s$a determinao social
,istria idealista da leit$ra desconstr$tivismo ,ermen"$tica) *ssim apesar de recon,ecermos o f;le!o depes3$isador de N$matti no partil,amos de s$a avaliao dos tra#al,os recentes so#re Caio Prado8 H%$itoem#ora a contri#$io 3$e t"m dado se7a no at$al contexto de inestim>vel valor n!o podemos dei&ar de notarque mais pesquisa emp%rica, am de uma maior re"e&!o sobre os probemas abordados peo desconstrutivismoe a hermenutica teriam sem d
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pensar) Do mesmo modo no si!nifica condicionamento $nilateral de verdade o$ falsidade9 /
pois am#ivalente se especificando de acordo com ticas o$ an!$la5es sociais possveis
dentro dos limites ,istricos sempre m$t>veis e de acordo com os !ra$s de mat$rao das
entifica5esI 1G*NS%*A QQQ p) ?^2)
Gemos assim 3$e a socia#ilidade / condio para a exercitao do con,ecimento o$
se7a este responde s demandas do m$ndo dos ,omens independentemente de estas serem
simples o$ complexas sendo certo 3$e / sempre na condio de ser social 3$e o ,omem
exerce a atividade do pensamento) *firmar a determina)!o socia do pensamentono implica
a ne!ao da via#ilidade do con,ecimento mas o recon,ecimento de 3$e este /
socio,istrico) _ desta premissa 3$e partimos para o entendimento do pensamento de CaioPrado ainda 3$e restrito ao momento daRB)
%esmo tendo em vista a importFncia de levar em conta o con7$nto da vida e da o#ra
do a$tor 3$e analisamos 3$eremos deixar claro 3$e no pretendemos ela#orar $ma #io!rafia
nem proceder a $ma an>lise de s$as o#ras em !eral o$ $m est$do so#re aRevista Brasiiense
pro7eto 3$e $ltrapassava o con7$nto de se$s textos e 3$e contava na s$a composio com
intelect$ais variados m$itas ve4es com posi5es distintas) recorte 3$e fi4emos e de 3$e
intentamos dar conta / claro8 trata-se de entender como aio 1rado anaisou a reaidade
naciona nos artigos sobre Brasi pubicados na RB^) Sa#emos 3$e / $m empreendimento
despretensioso tendo em vista a estat$ra intelect$al e militante do a$tor em foco)
Ao poderamos deixar entretanto passar em #rancas n$vens $m es#oo ainda 3$e
sint/tico de como essa personalidade foi vista por se$s int/rpretes e como s$a vida foi
permeada pela 7$no de pensamento e militFncia) Preoc$pao com $ma reflexo 3$e fosse
expresso da nossa realidade #ali4a toda a tra7etria de vida e ide>rio do ,istoriador CaioPrado 3$e fe4 (istria do e no Brasil) _ do 3$e trataremos a se!$ir)
1./. C%!o P%*o J.@ A!$,%o 'n' Vida'Pensamento19
^Deixamos para est$do mar!inal de apoio os arti!os em 3$e ele teori4a o marxismo no por consider>-lospo$co relevantes mas to-somente por3$e analis>-los implicaria $ma o$tra pes3$isa 3$e o tempo red$4ido nosimpede de efetivar) Um est$do s/rio so#re esta 3$esto demandaria o cote7o do pensamento de Caio Prado com o
do prprio %arx) +icaram tam#/m como apoio as resen,as so#re livros 1em torno de sete2)Q nosso int$ito a3$i / apresentar s$mariamente como o tra#al,o de intelect$al e de ativista foi constante navida de Caio Prado) *ssim no intencionamos oferecer todos as informa5es so#re s$a vida o$ considera5esso#re toda a s$a prod$o intelect$al) Selecionamos apenas os momentos e o#ras 3$e mesmo n$m #reve
panorama como esse no poderiam se a$sentar)
]]
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Ao / exa!ero afirmar 3$e Caio Prado pode ser considerado $m dos maiores
intelect$ais com$nistas militantes do nosso pas 3$e se dividia entre o tra#al,o terico e a
militFncia poltica) %esmo al!$mas #reves passa!ens de s$a ,istria de vida so s$ficientes
para il$strar s$a importFncia para a ,istorio!rafia e para os eventos ,istricos #rasileiros?@) De
fato o se$ pensamento destoante e no dominante no o aparto$ de $ma participao sempre
ativa nos acontecimentos do pas)
Caio da Silva Prado =r) do cl Silva Prado nasce$ na cidade de So Pa$lo em de
fevereiro de Q@ e nesta mesma cidade falece$ em ?] de novem#ro de QQ@ aos ^] anos)
s Prados eram $ma famlia a#astada e tradicional9 mencionemos al!$ns de se$s mem#ros8
%artin,o Prado 1??-@2 7$i4 ordin>rio e vereador de =$ndia e acionista de empresas
ferrovi>rias9 D) Geridiana da Silva Prado 1^?-Q@2 #isav de Caio Prado mantenedora dosalo liter>rio mais importante da cidade de So Pa$lo9 %artin,o da Silva Prado =r) 1^T]-
Q@2 av; do a$tor em an>lise o primeiro dep$tado rep$#licano da *ssem#l/ia Provincial de
So Pa$lo tido como a#olicionista e promotor da imi!rao e$rop/ia no pas9 Caio da Silva
Prado 1^?-QT2 pai do nosso ,istoriador antimonar3$ista e mais tarde anti-Partido
Democr>tico apoio$ :etlio Gar!as recepcionando-o pessoalmente em compan,ia do fil,o9
na s$a lin,a!em contam-se ,istoriadores como Ed$ardo e Pa$lo Prado este ltimo $m dos
financiadores da Semana de *rte %oderna de Q???
3$e proc$ro$ !estar e pro7etar $mac$lt$rapauistapara o pas)
Por conta de toda a sit$ao familiar Caio Prado teve $ma condio de vida e c$lt$ra
3$e favorecia $ma formao ed$cacional privile!iada) prim>rio foi feito em casa com
professores partic$lares e o sec$nd>rio no famoso Col/!io So $s 7es$ta em So Pa$lo)
Em Q?@ s$a famlia passo$ $ma temporada na Nn!laterra em f$no da doena de $m de
se$s irmos tendo Caio Prado est$dado $m ano em East#orn no Col/!io C,elmsford (all)
Entre Q?T e ?^ c$rso$ a +ac$ldade de Direito de So Pa$lo) Por volta dos se$s ^ anos emretorno de via!em ao riente %/dio resolve$ con,ecer se$ prprio pas via7ando pelos
Estados interioranos??) Em Q? tomo$ parte do N Con!resso dos Est$dantes de Direito em
?@ Este pe3$eno painel #io!r>fico foi ela#orado a partir das informa5es constantes nos v>rios tra#al,os$tili4ados ao lon!o da pes3$isa relacionados na #i#lio!rafia) Um 3$adro mais preciso so#re a vida do nosso,istoriador pode ser encontrado em DNncao 1Q^Q2 em 3$e consta at/ $ma cronolo!ia) &rata-se de $ma
p$#licao res$ltante da NN =ornada de Ci"ncias Sociais da Unesp de Q^^ 3$e teve o ,istoriador marxista comotema e ,omena!eado e c$7os tra#al,os foram re$nidos e editados) Ger tam#/m N!lesias 1Q^? QQ@ ?@@@29P>d$a 1Q^Q29
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Belo (ori4onte?])
Participo$ da 'evol$o de Q]@ e 7$ntamente com se$ irmo Carlos Prado o
7ornalista &ito Batini e o artista modernista +l>vio %onteiro f$ndo$ a pe3$ena or!ani4ao
Cooperativa Nnternacional dos &ra#al,adores)
=> em Q?^ teve s$a primeira experi"ncia poltica inte!rando o Partido Democr>tico
PD) PD foi f$ndado em contraposio ao Partido 'ep$#licano Pa$lista P'P
a!remiao at/ ento predominante em So Pa$lo dado 3$e a 'ep#lica descon,ecia
partidos nacionais)
Em meio ao t$m$lt$ado processo 3$e levaria Gar!as ao poder Caio Prado teve priso
decretada a primeira de $ma s/rie por ter dado HvivasI ao poltico !ac,o em $ma recepo
ao candidato oficial =lio Prestes fato ocorrido em b de 7aneiro de Q]@ 3$ando deixava o#aile de rveiondo *$tomvel Cl$#e pa$lista) Gitorioso o movimento 3$e levaria :etlio
Gar!as ao poder o a$tor em pa$ta tra#al,o$ intensamente d$rante tr"s meses n$ma das
dele!acias 1'i#eiro Preto2 constit$das para ap$rar os excessos cometidos pelo anti!o
re!ime incl$sive os de corr$po) *ca#o$ por perce#er 3$e nada se ap$raria pois os
in3$/ritos eram ar3$ivados o 3$e o levo$ a se afastar do car!o?T)
'eali4o$ matrc$la em Q]? no Do$torado da +ac$ldade de Direito em So Pa$lo
mas ao 3$e t$do indica no o concl$i$ pois se$ nome no consta na relao de al$nos
tit$lados?R) Ao participo$ e nem apoio$ o levante armado de ]? no convencido da ca$sa
dita Hconstit$cionalistaI?)
?]Em declarao aoCirio da Doitee A have afirma *fonso %artins ento presidente do Centro *cad"micoN de *!osto8 H&anto 3$anto ass$ntos de ordem poltico-constit$cional preoc$param-nos tam#/m pro#lemas denat$re4a poltico-econ;mica como a3$eles de relevFncia mormente no momento 3$e atravessamos) *ssimCaio Prado =nior exp;s perante a comisso competente se$ ponto de vista so#re a 3$e#ra do padro monet>rioe a fixao do cFm#io defendendo a necessidade de tais provid"ncias) *dotada pela comisso 3$e a transformo$
em parecer foi esta opinio defendida pelo nosso cole!a em plen>rio alcanando como as o$tras aprovao$nFnimeI 1'NBEN' apud%*'&NAE. QQ^ p) T?2)?TSo#re este episdio ver entrevista concedida ao primeiro vol$me de A Histria 0ivida1%&* Q^ pp) ]@]-R2)?RSe!$ndo %artine4 a no concl$so do c$rso pode ter ocorrido pelos se!$intes motivos8 a interr$po do anoletivo de Q]? em f$no da participao dos est$dantes e professores no levante pa$lista9 os interesses de CaioPrado 7> estarem voltados para o$tra direo como a redao do livro Evou)!o 1o%tica do Brasi9 a s$a via!em U'SS em Q]] e s$a participao nos c$rsos de (istria e :eo!rafia na +ac$ldade de +ilosofia Ci"ncias eetras da Universidade de So Pa$lo - USP rec/m-criada em Q]T9 o prec>rio f$ncionamento do c$rso deDo$torado 1".%*'&NAE. QQ^ pp) R-^2)?Em resposta per!$nta se teve al!$ma participao nos episdios de Q]? Caio Prado revelava8 Hnessa /poca
7> estava no Partido Com$nista e f$i contra) Contra os dois lados) Era contra :etlio por3$e 7> ,avia passadodois anos desde a 'evol$o e no se fi4era nada do 3$e e$ ima!inara 3$e se deveria fa4er) *s via!ens pelo
Brasil me mostraram 3$e vivamos n$m pas de miser>veis de po#re4a e sofrimento) E ima!inara 3$e arevol$o fosse realmente comear a modificar a sit$ao a fa4er al!$ma coisa) &alve4 fosse $m po$coapressado por ser moo ainda e dese7ar reali4ar t$do de $m dia para o o$tro) E$ era contra o !overno mas m$itomais contra a !ente da3$i de So Pa$lo) comando de ]? exploro$ o ressentimento pa$lista)I 1 apud%&*Q^ p) ]@R2)
]R
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posicionamento adotado pelo PCB) De fato em a!osto de QT] 3$ando da criao da
Comisso Aacional de r!ani4ao Partid>ria 1CAP2 3$e contava com nomes como
Di!enes *rr$da CFmara =oo *ma4onas Pedro Pomar e %a$rcio :ra#ois e da 3$al $s
Carlos Prestes foi eleito secret>rio-!eral in absentia,pois estava preso defini$-se 3$e o
Partido adotaria $ma poltica de $nio nacional com Gar!as) => Caio Prado 7$nto com o
primeiro !r$po citado defendia a necessidade de $ma frente contra o Estado Aovo e em
f$no disso participo$ da re$nio de f$ndao da Unio Democr>tica Aacional UDA]
nome 3$e ele mesmo s$!eri$ para a frente 3$e seria formada)
* li#ertao de Prestes em maio de TR e a s$a disposio em apoiar a tese defendida
pela CAP de $nio com Gar!as tro$xe dific$ldade para os mem#ros 3$e pensavam
diferente levando m$itos dos Comit"s de *o a aderirem Es3$erda Democr>tica ncleoori!in>rio do Partido Socialista Brasileiro PSB) Essa no foi entretanto a opo de Caio
Prado 3$e permanece$ no Partido apesar das discordFncias]?)
Entre QTR-T foi diretor do 7ornal com$nistaHo(e, r!o oficial do PCB de So
Pa$lo) Participo$ da s$a criao em o$t$#ro de QTR cedendo-l,e incl$sive $ma parte do
imvel onde ficava s$a editora) Em de4em#ro concorre$ a $ma va!a de dep$tado federal e
o#teve Q)]@T votos ficando como terceiro s$plente) ano$ ainda na3$ele ano Histria
Econ6mica do Brasi o#ra tam#/m #em rece#ida pelo p#lico) Em 7aneiro participo$ do NCon!resso Brasileiro de Escritores na cidade de So Pa$lo) *l/m das disc$ss5es referentes
profisso veio tona a disposio de $ma parte si!nificativa da intelect$alidade de se opor ao
Estado Aovo) Co$#e a Caio Prado e Prado ticos e polticos ela#oro$ o primeiro pro7eto de criao da +$ndao de
]Se!$ndo &ito Batini H'e$nidos n$m edifcio da '$a avier de &oledo foi ento 3$e por s$!esto de Caiodemos a essa frente a denominao de Unio Democr>tica AacionalI 1B*&NAN apud'NCUPE' ?@@@ p) @2)*valiando a correo o$ inexatido de s$a post$ra neste acontecimento o ,istoriador pa$listano afirmava8 H_difcil dar li5es (istria e sa#er o 3$e teria acontecido se tiv/ssemos a!ido de forma diferente) 'econ,eo no
entanto 3$e min,a posio era errada 3$e me$ plano de frente nica no era correto) Essa frente / 3$e aca#o$dando nascimento UDA) *li>s o nome UDA 3$em de$ f$i e$) Ao me van!lorio por isso / apenas $mac$riosidade ,istrica) )))) Enfim min,a id/ia era fa4er $m movimento democr>tico e pop$lar e me il$di com osdemocratas da UDA)I 1P'*D =') apud %&* Q^ p) ]@)2]?So#re estes acontecimentos ver osCirios 1o%ticos de aio 1rado2 8F; analisados por N$matti 1QQ^2)
]
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*mparo Pes3$isa do Estado de So Pa$lo +apesp 3$e ori!ino$ o arti!o ?] da
Constit$io Estad$al de QT^]]) Aesse mesmo ano fico$ preso d$rante tr"s meses9 em QTQ
via7o$ para a E$ropa)
L$ase toda a s$a relao com o PCB foi marcada por conflitos) Como exemplo
citamos o relatrio do Departamento Especial de rdem Poltica e Social Deops de maio de
QTR 3$e afirmava 3$e mem#ros da r!ani4ao Aacional dos &ra#al,adores Unidos
declararam ter rece#ido instr$5es de $s Carlos Prestes no sentido de no permitir o
in!resso no PCB 3$e se reor!ani4ava de Caio Prado e o$tros independentes) 7ornal O
+empo em QRT informava 3$e a lin,a prestista estaria pronta para exp$r!ar al!$ns
militantes do PCB entre os 3$ais fi!$rava o a$tor 3$e analisamos)
Em QR? ele p$#lico$Ciatica do onhecimentoe em QRR com Elias C,aves Aeto
e o$tros f$ndo$ a Revista Brasiiense]T) De QRR a QT confi!$rar-se-ia como $m dos
principais artic$ladores da Revista contri#$indo com mais de ]@ arti!os) Em QRT
candidato$-se c>tedra de Economia Poltica da +ac$ldade de Direito da Universidade de So
Pa$lo com a teseCiretri#es para uma 1o%tica Econ6mica Brasieira) *pesar de aprovada
por motivos polticos Caio Prado no o#teve a cadeira sendo-l,e concedido o tt$lo de livre-
docente) Em Q? via7o$ com $ma dele!ao #rasileira para a comemorao do NNN
]]So#re a at$ao de Caio Prado na *ssem#l/ia e!islativa de So Pa$lo ver a importante p$#licao feita poresta Casa de al!$ns de se$s pron$nciamentos) &rata-se de $m rico material 3$e mereceria $ma an>liseespecfica) Se!$ndo o coordenador da p$#licao HCaio Prado =nior de acordo com depoimentos col,idos
7$nto aos se$s familiares lo!o aps s$a eleio como dep$tado estad$al proc$ro$ tanto inoconas reparti5esp#licas como por meio de $ma ampliao de informa5es incrementar s$a viso so#re a m>3$ina p#lica demodo 3$e p$desse dar respostas do ponto de vista administrativo ,istrico e poltico aos anseios de m$dana3$e p$lsavam na3$ele momento de transio da ,istria poltica do BrasilI 1!ina tra4 oposicionamento crtico de Caio Prado 1? de 7aneiro de QT^2 a respeito8 HEntretanto 3$ero deixar #em claro 3$eno / $ma despedida 3$e se est> fa4endo nessa casa mas sim a cassao de mandatos8 $ma viol"ncia e $maar#itrariedade) Esta *ssem#l/ia e os se$s mem#ros ainda podem manifestar-se a respeito desse ato contra essa
viol"ncia contra essa ile!alidade como 7> provei ,> po$coI 1P'*D =') apud
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anivers>rio da 'evol$o C$#ana)
!olpe de QT marco$ o fim daRB) Caio Prado p$#lico$ em Q o impactanteA
Revou)!o Brasieira, em 3$e fe4 $m acerto de contas com o PCB livro 3$e !ero$ pol"micas
e rea5es e 3$e infl$encio$ toda $ma !erao preoc$pada com os r$mos do pas ]R) Aesse
mesmo ano rece#e$ o pr"mio =$ca Pato como intelect$al do ano promovido pela:oha de $.
1auo]) Em Q^ inscreve$-se para s$#stit$ir S/r!io B$ar3$e de (olanda na c>tedra de
,istria da USP com a tese H(istria e DesenvolvimentoI mas o conc$rso foi cancelado se$
tt$lo de livre-doc"ncia cassado e ele aposentado por decreto) Em Q^^ foi a!raciado com o
pr"mio *lmirante \lvaro *l#erto para Ci"ncia e &ecnolo!ia 3$e no p;de rece#er
pessoalmente por 7> se encontrar !ravemente doente)
*crescente-se ainda a este pe3$eno e incompleto perc$rso 3$e em Q@ Caio Pradoteve se$s direitos polticos cassados pelo re!ime militar sofrendo mais $ma priso em plena
ditad$ra %/dici como 7> ocorrera em o$tros momentos de s$a vida) motivo ale!ado foi
$ma entrevista 3$e Caio Prado o$tor!o$ a $m !r$po de est$dantes do !r"mio da +ac$ldade de
+ilosofia da USP os 3$ais teria incitado l$ta armada) Para escapar da priso f$!i$ para o
C,ile mas retorno$ para se s$#meter a 7$l!amento)
Ao se!$ndo vol$me de s$a prod$o so#re a ditad$ra militar no pas Elio :aspari
rec$pera passa!ens dessa entrevista concedida RevistaRevis!o3$e se!$ndo o a$tor nadamais era do 3$e $ma p$#licao artesanal de circ$lao irrelevante sendo mais ade3$ado
c,am>-la de fol,eto) * entrevista l,e parece medocre nas per!$ntas 1HL$al / a importFncia da
or!ani4ao da classe oper>riaIh2 e #anal nas respostas 1H*c,o 3$e a or!ani4ao do
proletariado / $ma tarefa de f$ndamental importFnciaI2) %as se!$ndo o a$tor os est$dantes
3$eriam mesmo era sa#er a opinio de Caio Prado so#re a l$ta armada ass$nto de 3$e ele ali
]R* reperc$sso das o#ras de Caio Prado e desta em especial pode ser encontrada nos depoimentos constantesno livro or!ani4ado por DNncao 1Q^Q2 nas disserta5es e teses mencionadas na #i#lio!rafia #em como no
recente livro or!ani4ado por %oraes e 'e!o 1?@@?2) Ger tam#/m Aovais 1Q^ p) Q2 3$e c,e!a a revelar 3$e8HPessoalmente sinto $m em#arao 3$ase diria emocional mesmo para disc$tir Caio Prado =nior de talmaneira ele marco$ a min,a formao creio mesmo 3$e a dos ,istoriadores da min,a !eraoI) 'efere-se a3$ino somente a essa mas a todas as p$#lica5es do ,istoriador pa$listano) Por s$a ve4 =aco# :orender mesmono concordando inte!ralmente com a an>lise de A Revou)!o Brasieira exp5e da se!$inte maneira acontri#$io pessoal de Caio Prado e desta o#ra8 H* ele devo a insti!ao para os est$dos ,istricos) Comotantos o$tros acreditei 3$e o pas poss$a $m passado fe$dal) Era a tese oficial do me$ partido e de,istoriadores 3$e e$ respeito como *l#erto Passos :$imares e Aelson Xernec Sodr/) %as A Revou)!oBrasieirame p;s em estado de perplexidade) Aa3$ele ano de Q e$ comparecia a re$ni5es clandestinas nas3$ais est$dantes intelect$ais e oper>rios me falavam do livro de Caio Prado =nior) Diante das 3$est5es por elelevantadas recon,eci a min,a i!norFncia no terreno da (istria do Brasil e aceitei o desafio de est$d>-laI1:'EADE' Q^Q p) ?2)]:orender afirma 3$e essa premiao foi possvel por3$e em Q circ$lavam p$#lica5es de oposio em#ora
com restri5es $ma ve4 3$e a ditad$ra militar ainda no estava completamente fec,ada) %as em Q@ recordaHd$rante a promoo do conc$rso =$ca Pato pela:oha de $. 1auo o 7ornal menciono$ os nomes dos premiadose omiti$ o de Caio Prado =niorI) em#ra 3$e HGivamos so# o !overno %/dici e na3$ele momento Caio seencontrava encarcerado no Presdio &iradentes condenado pela =$stia %ilitar simplesmente por ter sidoentrevistado por $ma p$#licao est$dantilI 1:'EADE' Q^Q p) ?2)
]Q
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trato$ 3$atro ve4es) L$anto a este tema pol"mico para a es3$erda da /poca veremos 3$e o
posicionamento de Caio Prado era claro8 a forma de l$ta deveria estar condicionada s
condi5es o#7etivas do momento inexistindo $ma receita anterior) Seriam as movimenta5es
sociais do campo e da cidade no se$ processo de com#ate 3$e determinariam as armas 3$e
precisariam ser $tili4adas para alcanar se$s o#7etivos)
A Revou)!o Brasieira ter uma sou)!o pac%"ica ou armadaNsto n$nca se sa#e) Ao so$ profeta nem sei 3$al a maneira pr>tica dereali4ar a revol$o) ))) * exist"ncia o$ no da l$ta armada depende dascirc$nstFncias do momento da sit$ao tal como ela se apresenta) )))
omo v o movimento estudanti no Brasi com respeito * revou)!osociaista))) Ao acredito 3$e os est$dantes se7am os possveis lderes da revol$omas ac,o 3$e t"m condi5es de estim$larem o proletariado $r#ano e r$ral
para 3$e iniciem s$a l$ta) *!ora como !$erril,eiros no acredito) Goc"s 3$eso est$dantes v"em a possi#ilidade de $m !r$po de est$dantes se armarem ese tornarem !$erril,eirosh )))
Os trabahadores podem chegar ao poder pea via pac%"ica, ou n!oAo sei) *credito 3$e pode ser atrav/s de $ma forma o$ de o$tra) %esmo al$ta armada tem $ma poro de !ra$s8 vai desde o c,o3$e de r$a at/ a !$erracivil) )))
5ua a sou)!o para este probemaAo devemos disc$tir a forma de l$ta e sim comear a l$tar) Depois so ascontin!"ncias do momento 3$e vo indicar 3$e esp/cie de l$ta se vai fa4er)
Se se dissesse concretamente 3$e existem em So Pa$lo ]@ o$ R@ miltra#al,adores dispostos a pe!ar em armas e tomar o poder / evidente 3$e anossa tarefa / arran7ar armas para estes oper>rios e a7$d>-los a tomar o poder)%as no adianta pro!ramar a l$ta armada se no existem os elementoscapa4es de concreti4>-la) * forma de ao / determinada pelas circ$nstFnciase condi5es do momento 1apud :*SP*'N ?@@T pp) ?]@-2)
:aspari relata 3$e em maro de QQ 13$ase dois anos aps a p$#licao dessa
entrevista portanto2 a#ri$-se na ?K *$ditoria %ilitar de So Pa$lo $m processo contra Caio
Prado f$ndamentado no contedo da ltima resposta do ,istoriador 3$e levo$ o %inist/rio
P#lico a en3$adr>-lo no crime de incitao s$#versiva) Em ?R de maro de Q@ lo!o depois
do anncio do Ex/rcito so#re o des#aratamento da Gan!$arda Pop$lar 'evol$cion>ria GP'
ele foi levado ao #anco de r/$s) Da se!$i$ para o Presdio &iradentes condenado pena
m>xima8 3$atro anos e seis meses de deteno) 'ecorre$ ao S$premo &ri#$nal %ilitar onde
conto$ com o voto de a#solvio do ministro civil *lcides Carneiro 3$e Hres$mi$ o processo
em frase lapidar8 L$em incita no mostra as dific$ldades e sim as facilidadesI) Sem
s$cesso t$do o 3$e Caio Prado conse!$i$ foi a red$o da pena para ? meses) 'emovido do
presdio onde ele mesmo preparava s$as refei5es foi encarcerado no b Batal,o
Universit>rio da +ora P#lica atr>s do cFmp$s da USP Honde dividi$ $ma cela com $m ex-
dele!ado condenado por tr>fico de dro!as) * m$ito c$sto rece#e$ permisso para assistir ao
T@
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sep$ltamento de se$ fil,o 'o#erto 3$e se matara) Em a!osto de Q depois de passar RTR
dias na priso com 3$ase toda a pena c$mprida Caio Prado foi a#solvido pelo S$premo
&ri#$nal +ederal e li#ertado) &in,a T anosI 1:*SP*'N ?@@T p) ?]2)
L$ando dessa ltima priso rece#e$ a solidariedade de ] intelect$ais port$!$eses
incl$indo =os/ Sarama!o 3$e em ?] de maro de Q@ enviaram tele!rama assinado em
solidariedade a Caio Prado endereado ao em#aixador do Brasil em is#oa8
s escritores a#aixo assinados todos de nacionalidade port$!$esa eresidentes em Port$!al ,avendo tomado con,ecimento do prximo
7$l!amento em So Pa$lo do escritor #rasileiro Caio Prado =nior fi!$raeminente da vida intelect$al do vosso Pas vem exprimir 7$nto de G) Exa) as$a rep$lsa por tal 7$l!amento e $ma total solidariedade com Caio Prado=nior invocando a Com$nidade $so-Brasileira para 3$e no prximo dia? do corrente se no assista ao ver!on,oso espet>c$lo de ver ,omem de toaltos merecimentos ser levado a $m tri#$nal 7> 3$e consideraminadmissvel a ,iptese da s$a condenao 3$e cairia como $ma terrvelmanc,a so#re o Brasil 1in2 DNAC* Q^Q p) T^2)
Deve-se re!istrar 3$e a inflexi#ilidade terica e pr>tica de Caio Prado movida pelo
respeito aos nexos do m$ndo real / recon,ecida e elo!iada por v>rios intelect$ais)
Destacaremos a3$i os depoimentos de *ntonio Candido e +lorestan +ernandes a tt$lo de
il$strao])
*ntonio Candido em H* +ora do ConcretoI apresenta Caio Prado como $m
,istoriador preoc$pado em con,ecer atrav/s de inc$rs5es pelas mais diversas re!i5es o
Brasil e o povo 3$e o ,a#itava]^) Sempre atento aos aspectos fsicos prof$ndo o#servador do
] Esta 3$esto aparece nos diversos textos contidos em DWNncao 1Q^Q2 #em como em 'a!o +il,o 3$eapresenta Caio Prado como o primeiro marxista no pas a se contrapor s teses stalinistas aprovadas no GNCon!resso da Nnternacional Com$nista NC 3$e afirmava a exist"ncia de formas prod$tivas fe$dais e asi>ticasno Brasil) Posicionamento decorrente Hdas investi!a5es do ,istoriador Caio Prado =r) em s$a mon$mentaltentativa de capt$rar as determina5es essenciais 3$e conformam nossa formao ,istricaI 1'*: +N(QQ^ p) ?@2)]^* este respeito Pa$lo S/r!io Pin,eiro assevera8 H marxismo de Caio Prado no / recitativo de frm$las o$cita5es mas $ma via de interpretao de $m via7ante infati!>vel e implac>vel pela realidade de se$ prprio pase de se$ tempoI 1PNA(EN' apudria no Brasil) Caio aconsel,o$-o a a#andonar os livros e a via7ar por todo o pas constatando
por/m a decepo estampada no rosto do visitanteI 1(%E% Q^Q p) TQ2) &am#/m se!$ndo Elisa#ete P>d$aHCaio Prado =nior percorre$ praticamente todo o Brasil e tin,a $ma clare4a no s terica da especificidade denossa realidade socialI 1P\DU* Q^Q p) ]2)
T
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nosso relevo solo clima econ;micos sociais e ,$manos do pas donde
con,ecedor de ,istria e de economia do Brasil se conf$nde na s$apersonalidade intelect$al ao insaci>vel via7ante e o#servador ao espritosempre a#erto para o fato do dia ao leitor sistem>tico e microscpico dos
7ornais 3$e se escandali4o$ mais de $ma ve4 por e$ no ter visto nasp>!inas de economia a!ric$lt$ra o$ poltica o 3$e ele a#sorvia e depoistransformava em mat/ria de interpretao) Por isso foi o primeiro de 3$emo$vi no comeo dos anos @ 3$e o tal mila!re #rasileiro era $ma 7o!adaartificial n$trida pelo endividamento irrespons>vel e 3$e dentro de al!$nsanos o pas se encontraria no #eco sem sada dos compromissos insolveis)1C*ADND Q^Q p) ?T2)
&rata-se no se$
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