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Nº 11 - ago. 2011

triathlonmagazine

EQUIPAMENTOS

O que você precisa para encarar seu primeiro tri

off-road

SAIA DA ESTRADAE COLOQUE

O TRIATHLON NAS TRILHAS

BAREFOOT RUNNINGO que diz a ciência

Paulo Dantas, atleta

amador, no XTERRA

Amazon >

Especial Cross Triathlon

INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: uma cardiopatia que pode afetar qualquer atleta

IRONMAN DO HAVAÍAnalisando o percurso de

natação em KonaTREINOS NO ROLOVALEM A PENA?

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O tecido faz a diferença

Faltam poucos segundos para o

início. Você pensa no esforço para

superar mais um desafio, nas

escolhas que fez até chegar

onde está: os treinos intensos,

a alimentação balanceada

e o equipamento ideal.

Agora nada mais pode atrapalhar

sua concentração e performance.

E o tecido da sua roupa faz toda a

diferença neste momento decisivo.

Começa o desafio.

Agora é com você.

santaconstancia.com.br

Alexandre Ribeiro - TriatletaTETRA CAMPEÃO MUNDIAL DO ULTRAMAN (2003,2005,2008 e 2009)

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SELVA!Emoção nas trilhas do XTERRA Amazon.

Foto: Wagner Araújo

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Editorial

MundoTRImagazine

PUBLISHER

Wagner Araú[email protected]

COLABORADORES

Alexandre Giglioli

Amanda Guadalupe

Ana Lídia Borba

Camila Nassif

Ciro Violin

Felipe “PIPO” Campagnolla

Lucas Helal

Roberto Lemos

Vinícius Santana

Wagner Araújo

Yana Glaser

REVISÃO

Rita Oliveira

FOTOSAdriano RamosBruna BuenoBruno de Lima - Fotocom.netJanos Schmidt/ITURichard Lam / ITURita OliveiraJorge FernandezTimothy CarlsonWagner Araújo

[email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected]

www.mundotri.com.br

Certa vez, recebi um e-mail de um leitor me perguntando sobre qual Ironman nós indicávamos para ele fazer um bom tempo, mas que tivesse muito vento a favor, percurso plano, clima ameno e natação com roupa liberada, mas sem on-das. Claro que essa prova não existe, talvez algumas tenham um perfil próximo (Ironman Flórida, Ironman Frankfurt, Cha-llenge Roth, etc.), mas a grande questão é: Se essa prova existisse, qual seria a graça de fazê-la?

Pensando mais profundamente, o que vale mais: 10h no Ironman Lanzarote, o mais duro do mundo; ou 9h30 nessa suposta prova “superfácil” (como se trata de um Ironman, mesmo nessas condições, não seria exatamente fácil).

A maioria de nós, triatletas, está no esporte pelo desafio. A princípio, um short Triathlon já parece algo inimaginável, até que vamos lá e fazemos. Pouco depois vamos para o olímpi-co, para o meio Ironman, Ironman... Alguns até o Ultraman ou mais. Às vezes, o desafio é completar uma prova mais rapidamente, ou fazer uma mesma distância em um percur-so mais duro. O ponto é que, o que nos mantém praticando o esporte é o desafio. Não é à toa que muitos abandonam o esporte após disputarem o Ironman do Havaí, afinal, o que vem depois disso?

Nesta edição, apresentamos um especial sobre o Cross Tria-thlon, o tipo de desafio que encanta triatletas em geral. É raro ver algum de nós que já tenha corrido uma prova fora de estrada e não tenha se apaixonado. Se você ainda não fez, nós damos todos os caminhos para colocar o Triathlon nos trilhos, digo, nas trilhas!

Wagner Araújo - Triatleta, fundador e publisher do MundoTRI

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NUTRIÇÃO

Conhecendo os car-

boidratos - parte 2

22

Autorretrato: Thiago Assad, o Turco”Agora, estou 100% focado para disputar o mundial de Duathlon em

setembro”

Saia da estrada - Triathlon off-road

agosto 2011

39 ESQUEÇA SEU CLIPE E SAIA DA ESTRADA

Dicas para você cair nas trilhas

26 SAÚDE

Insuficiência aórtica: cuidados que podem salvar a sua vida

72 CIÊNCIA DO TRIATHLON

O Barefoot Running é para todos?

28

69

Aro 27 ou 26?

O que é melhor no

Moutain Bike?

1745 EQUIPAMENTOS

O que você precisa para encarar seu primeiro Triathlon off-road

90 IRONMAN DO HAVAÍ

Analisando o percurso de natação em Kona

77 TREINOS NO ROLO

Uma ótima opção para o inverno e também para o verão

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ÍNDICE Edição Digital nº 11 - Triathlon off-road. Ano 2. Agosto de 2011Disponível na web e na Appe App Store para Ipad/Iphone/Itouch

CAPA: Guilherme Manocchio conquista o 2º lugar no Ironman Brasil 2011 - Foto: Wagner Araújo

69 AUTORRETRATOThiago Assad, o Turco

08 REVIEWA Mountain Bike de Felipe Moletta

12 ALEXANDRE GIGLIOLICross Triathlon: essa modalidade vai pegar você!

19 BIKE TECHAro 26 ou 29 na Mountain Bike?

25 MUNDIAL DE XTERRANovo percurso em Maui

39 CAPAEsqueça seu clipe e saia da estrada!

26 SAÚDEInsuficiência aórtica: cuidados que podem salvar a sua vida

72 CIÊNCIA DO TRIATHLONO barefoot running é para todos?

81 BRASILEIROS NO EXTERIORMarcus Ornellas é 4º no Triathlon Alpe D’Huez

98 CIRO VIOLINProvas off-road

Cartas para a redação:faleconosco@

mundotri.com.br

14 CHALLENGE ROTHChrissie Wellington e Andreas

Raelert esmagam os recordes

45 EQUIPAMENTOSO que você precisa para fazer seu 1º TRI off-road

56 SESC TRIATHLON BELÉMA prova que fez o norte do país ferver

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem ne-cessariamente a opinião da MundoTRI.

Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem au-torização.

Muitas das atividades cita-das e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver ca-pacitado e com o equipa-mento correto.

32 GP TRIATHLON WINTERA disputa que esquentou o sul do país

22 NUTRIÇÃOConhecendo e entendendo os car-boidratos: parte 2

90 IRONMAN DO HAVAÍUma análise do percurso na Grande Ilha: natação

10 KONANomes para ficar de olho em 2011

17 BUZZNovidades do mundo do Triathlon

66 ANA LÍDIA BORBACorrida no mato para triatletas do asfalto

77 TREINOS NO ROLOUma ótima opção para o inverno e também para o verão

82 SELVAXTERRA Amazon marca a celebra-ção do Triathlon off-road no Brasil

95 WC EDMONTONCarla Moreno conquista 4º lugar e Diogo Sclebin 8º

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App MundoTRI para iPad,iPhone e iTouch

Imperdível.

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A bike de Moletta

REVIEW

Fotos e texto Por Wagner Araújo

O grande talento brasileiro da nova geração de atletas off-road mostra sua máquina das trilhas

A Merida O.Nine XX de Felipe Moletta.

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Felipe Moletta, paranaense de São José dos Pinhais é considerado o grande talento brasilei-ro da nova geração de triatletas off-road.

Moletta, que é tenente do Corpo de Bom-beiros do Paraná, começou no multiesporte em 2005, em provas de Duathlon. Logo depois já começou nas provas de estrada, para então não parar mais.

No seu currículo estão conquistas como o 2º lugar no XTERRA Teresópolis 2009, o 6º lugar

no XTERRA Brasil 2008 - em Angra dos Reis, 3º lugar no XTERRA Brasil 2010 e o 2º lugar no XTERRA Brasil Amazônia, neste ano.

Para encarar esses desafios, Moletta usa uma super máquina, a Merida O.Nine XX. Com ape-nas 8kg (incluindo os pedais Crank Brothers EGGBeater Ti), a bike é perfeita para encarar longas subidas. Pelo fato de ter a traseira rígida, também garante velocidade e boas resposta nas arrancadas. MT

ESPECIFICAÇÕES

TAMANHO18MARCHAS20QUADROO.Nine Carbon Nano Ultralite BB30SUSPENSÃO DIANTEIRADT Swiss XC Race 80CAMBIOS F/TSram XX / XX mediumTROCADORESSram XX MESAFSA OS99 6°GUIDÃOFSA Carbon Pro CSI Flat 620ALAVANCA DE FREIOSram XX DiscFREIOSSram XX Disc 160/160 mmPEDEVELASram XX 42-37CUBOSDT Swiss 190 Ceramic DiscAROSAlex XCR PRO 300 disc CASSETESram XX 11-36PNEUSSchwalbe Rocket Ron Evo 2.1SELIMSelle Italia SLR Kit CarbonCANOTEMerida Carbon Ultralite SB25 27.2PEDAISCrank Brothers EGGBeater TiPESO (COM PEDAIS)8 KG

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Kona nomes para ficar de olho em 2011 Konanomes para ficar de olho em 2011

Andy Potts e Tim O’Donnell continuam detonando em 2011. Ambos prometem fazer uma grande prova no Havaí em ou-tubro.

Potts venceu mais uma, o tradicional Iron-man 70.3 Vineman, quebrando o recorde da bela prova com 3:45:58. Após vencer o Ironman Cozumel de forma brilhante no final de 2010 e carimbar seu passaporte para o Havaí, o atleta venceu, este ano, o Ironman 70.3 Califórnia e o Flórida, além de ter dominado as provas de olímpico no Capital of Texas, no tradicional Escape from Alcatraz e no Triathlon Lifetime Phila-delphia.

Já Tim O’Donnell, líder do ranking para o Mundial de Ironman, no Havaí, ven-ceu o fortíssimo Boulder Peak Triathlon, prova na qual o brasileiro Santiago As-cenço terminou em 4º lugar. Além disso, o atleta venceu o Ironman Calgary 70.3 – no Canadá, onde mostrou ser um atleta completíssimo. Tim fez a segunda melhor natação (24min29eg), o melhor pedal (2h10min16seg) e a segunda melhor cor-rida (1h18min14seg).

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Kona nomes para ficar de olho em 2011 Konanomes para ficar de olho em 2011

Eduardo Sturla está realmente em grande fase. Após o 3º lugar no Ironman Cozumel, a 6ª posição no Ironman África do Sul e a vitória espetacular no Iron-man Brasil, o atleta terminou em 4º lugar no duríssimo Ironman Lake Placid. Com o terceiro melhor tempo de pedal, no percurso desafiador, no estado de Nova York, Sturla conseguiu segurar sua posição na corrida. Se continuar nesse ritmo, Sturla tem tudo para repetir o top 10 em Kona conquistado em 2009.

Sobre sua participação no Mundial de Ironman, Sturla declarou: “Ainda não sei. Sinceramente, acho pouco provável que compita esse ano em Kona. Fazem 10 anos que vou ao Mundial, já conquistei 2 vezes 13º, 1 vez 10º e 1 vez 19º. Quero ir para melhorar meu 10º lugar, mas preciso melhorar ainda mais na minha na-tação. É importante sair na frente na água para estar no grupo (pelotão) de ciclistas que se formam... essa é a realidade, infelizmente. A não ser que esse dia tenha um tufão, o que seria o dia ideal para mim (foi o que aconteceu em 2008) e o pelotão se separe. Então, os bons ciclistas se destacam na prova. O meu objetivo é estar em Kona para treinar com meus amigos, ou-tros atletas, que me ajudaram muito no início do ano quando estive na Austrália, e depois fechar o ano com o Ironman Arizona, Florida ou Austrália. Vamos ver o que acontece até lá!”

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Coluna do Alexandre Giglioli

Você já participou de alguma prova com este per-fil? Se já, talvez você tenha tido uma experiência única e com certeza deve ter se sentido muito bem, pois o contato com a natureza, que nosso país tem, é um convite, não é?

Caso não tenha feito, está aí uma grande chance, já que o calendário nacional é repleto de Dua-thlons e Triathlons.

O que torna essa prova especial é, com certeza, o contato com a natureza, mas também, provas sem pelotões, onde o vácuo não é nem mencionado, já que a técnica nas trilhas, nos uphills e dowhills faz a total diferença. Calçados adequados também são necessários para que você consiga ficar de pé no meio das trilhas, normalmente escorregadias.

Vou falar aqui o que aconteceu comigo na primei-ra prova de Ilha Bela, em 2005. Saí em primeiro da água e já comecei a atrapalhar a vida de quem vinha atrás. Eu não havia treinado em trilhas e minha MTB não era nada adequada (não tinha suspensão), daí os meus principais erros. Mas, a paisagem e o esforço fizeram com que eu es-quecesse essas falhas, até o primeiro tombo de peito na terra. “Bom, é melhor tomar cuidado a partir de agora”, pensei. Comecei a fazer as desci-das mais íngremes fora da bike, pois tinha certeza que iria parar no chão novamente. Ah, outra coisa impressionante é que a bike parecia que era su-gada para todos os buracos existentes, sem brin-cadeira! Todos sem exceção! Mas, tudo bem! Uma placa dizia que estávamos no ponto mais alto da ilha e então, o negócio era apreciar e ver, cada

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Coluna do Alexandre Giglioli

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cê! vez mais longe, o helicóptero que acompanhava os líderes da

prova.

Depois dos 30 km, um pedaçinho de areia fofa e a tão sonhada corrida de 8 km por trilhas. Essa sim, já mais fácil de encarar. Por fim, a linha de chegada, sem nada machucado ou que-brado, apenas alguns arranhões e a certeza de ter feito uma prova que tinha marcado, com muito aprendizado, minha vida de atleta e treinador.

Pude observar então, que o treinamento com a MTB é funda-mental. Pelo menos duas vezes por semana é o ideal já que o posicionamento é totalmente diferente de uma Time Trial, fa-zendo com que a musculatura envolvida também se torne um pouco diferente. Como para a maioria dos atletas, ir a uma trilha durante a semana é complicado, um dos dois treinos semanais pode ser realizado em estrada. Mas, vá com calma e escolha percursos mais fáceis evoluindo progressivamente aos mais difíceis. Treine subidas, descidas, singles tracks, subida e descida da bike utilizando a sapatilha, além de saber cambiar adequadamente nos momentos chaves. Os equipamentos de segurança são os básicos, capacete, óculos e luvas. Ter uma bike com suspensão é muito importante, tirando assim todo o impacto que seu músculo trapézio poderá vir a sofrer. Enfim, o treino em trilhas é fundamental, muito prazeroso e divertido com os amigos.

Com relação à corrida, o treino em trilhas também é funda-mental, mas mais fácil de executar, já que a maioria das pes-soas acaba treinando em terrenos variados ganhando assim, certa experiência.

O calçado apropriado é fundamental também, pois se uma trilha estiver escorregadia, com os tênis “normais” você, com certeza, acabará se machucando.

A natação, esta sim é idêntica a qualquer prova de Triathlon no mundo, já que a esteira é muito importante, e quanto mais na frente sair, melhor será, pois pegará menos tráfego em su-bidas mais íngremes!

Bom, eis aí uma modalidade nova, que está no Brasil a poucos anos e atrai, cada vez mais, novos adeptos!

Seja mais um, experimente!

Bons treinos. MT

Alexandre Giglioli, é um dos treinadores de Triathlon mais experientes do país e

Diretor Técnico A. GIGLIOLI ASSESSORIA ESPORTIVA

www.agiglioli.com.br

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Recordes desabam em Roth

Chrissie Wellington (GBR) fechou a prova com 8:18:13, terminando na 5ª colocação geral do Challenge e que-brando seu próprio recorde da distância Ironman. Chrissie ainda cravou a segunda me-lhor maratona do dia.

Natação: 49:49 (1:18/100m)

Bike: 4:40:39 (38,5 km/h)

Corrida: 2:44:35 (3:54/km)

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Andreas Raelert (ALE) marcou impensáveis 7:41:33, quebran-do o recorde de Marino Van-hoenacker (que durou apenas 2 semanas) em quase cinco minutos. Sem dúvida, Raelert é o triatleta de longa distância mais completo da atualidade.

Natação: 46:18 (1:13/100m)

Bike: 4:11:43 (42.9 km/h)

Corrida: 2:40:52 (3:48/km)

Alguém segura esses dois no Havaí?

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BUZZ novidades do Mundo do Triathlon

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ITU anuncia puniçãoa Wiltshire

A ITU (International Triathlon Union) resolve penalizar com seis meses de suspensão, o atleta britânico Harry Wiltshire. Após uma investigação de um mês, a entidade concluiu que ele realizou uma conduta insegura e anti-desportiva contra o espanhol e atual campeão mundial Javier Gomez no Campeonato Europeu, em Pontevedra (ESP). A decisão foi tomada com base nos vídeos da prova e testemunhas presentes.Esse é um bom exemplo para o esporte brasileiro, que tem sido brando até mesmo em alguns casos de doping.

Os compatriotas de Harry, Alistair e Jonathan Brownlee foram os grandes vencedores da prova, conseguindo o 1º e o 2º lugar respectivamente. Por outro lado, Gomez terminou a prova em uma modesta 40ª colocação, devi-do à câimbras em virtude da força que teve que fazer no ciclismo para compensar o tempo perdido na natação. Poucos acreditam que Gomez venceria, mas o resultado final poderia ser outro.

Santiago de Volta ao Brasil

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Santiago Ascenço retornou ao Brasil após seu training camp com o lendário Dave Scott em Boulder/EUA. Pelo desempenho de Santiago no GP Winter Edition, tudo indica que a tempora-da nos EUA foi excelente. Ascenço melhorou a natação e, de quebra, ainda fez o melhor pedal e a melhor corrida da prova. O atleta vem com tudo para conquistar o bicampeonato do Iron-man Brasil 70.3, no p´roximo dia 27 de agosto.

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Bike tech: Aro 26 ou aro 29 na Mountain Bike?

O Mountain Bike (MTB) é uma modalidade que inova seus conceitos de forma surpreendente, a evolução nas duas últimas décadas foi enorme, mas a mais recente mudança está causando mui-tas divergências e dúvidas. As 29er, como foram batizadas, são extremamente imponentes, rodas enormes que passam a impressão de que tudo é possível, mas será que ela realmente vai aposen-tar as bicicletas aro 26?

O modelo 29 surpreende, surgiu como modelo top de linha, está sendo colocada à prova por atletas profissionais que disputam a Copa do Mundo de MTB e já conquistou sua primeira vitória com o checo Jaroslav Kulhavy em Dalby Yorkshire, na Inglaterra, na segunda etapa da Copa do Mundo de MTB 2011.

Sem dúvida, o modelo já possui muitos adeptos, mas não atenderá a todos os ciclistas, pois sua geometria tem algumas limitações devido ao tamanho da roda. Os primeiros modelos eram muito alongados, tornando a bicicleta lenta e muito ruim para curvas fechadas. Os novos mo-delos já corrigiram essas deficiências, porém, para atletas de baixa estatura, a 29 vai apresen-tar alguns limitadores. A bicicleta possui um stack grande, mantendo a frente alta, diminuindo a

possibilidade de um posicionamento agressivo e dificultando as subidas mais técnicas e íngremes. O uso de uma mesa negativa pode amenizar o problema, porém pode tornar a frente um pou-co instá-vel em alta velocidade e em trechos téc-nico de descida, nesse caso, acho interessante o modelo aro 26 que possibilitará maior quanti-dade de ajustes de posicionamento na bicicleta. Já para atletas altos, como o checo Jaroslav Kul-havy, o modelo 29 vai se adequar perfeitamente, pois para eles, um quadro 21 ou maior já torna a bicicleta mais lenta, mesmo sendo aro 26, então é melhor optar por uma bike aro 29, que trará as mesmas dificuldades em trechos técnicos e tra-vados, mas levará vantagens em trechos planos e transposição de obstáculos.

As 29er fazem grande diferença em provas de maratona, onde as rodas vão trazer grande benefício para manutenção da velocidade e en-frentar os buracos e imperfeições. A bicicleta tem uma rodagem mais suave, sem perder ren-dimento.

As 29er vieram pra ficar, trazem alguns benefí-cios, mas as 26 têm sua fatia de mercado garanti-da por mais alguns anos, grandes nomes do MTB mundial já declararam que não se adaptaram às

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por Felipe Campagnolla

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MTB.”

Felipe “PIPO” Campagnolla é Diretor da Vélotech e habilitadoRetul bike fit e Colaborador da equipe SCOTT FITTIPALDI MTBRacing team.

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29er, e aqui no Brasil ainda não temos sua presença na elite do MTB.

Um test bike terá grande valor para aqueles que ainda não estão seguros em fazer a troca.Aqui no Brasil, ainda temos poucos modelos disponíveis, mas a promessa dos importado-res é que para 2012 tenhamos mais modelos nas lojas, o que sem dúvida vai ajudar a con-solidar esse novo conceito também no mer-cado nacional. MT

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Conhecendo e entendendo oscarboidratos: parte 2

ÇNUTRICÃOPOR YANA GLASER

Na Revista MundoTRI de junho/julho, demos iní-cio a uma série de 3 capítulos sobre carboidratos. Tivemos informações básicas sobre os carboidratos; principais funções e como são metabolizados e ar-mazenados.

Nesta edição, veremos mecanismos energéticos uti-lizados durante diferentes tipos de exercícios e por que o carboidrato é conhecido como “moeda ener-gética da célula”.

Na edição de agosto, teremos Carboidratos, hormônios e Índice Glicêmico; suplementação de acordo com o horário, tipo de treino e objetivo.

Para falar sobre os mecanismos energéticos utiliza-dos durante os exercícios físicos é preciso enten-der muito de bioquímica e seria necessário escrever muito mais do que um livro para explicar detalha-damente. O intuito dessa série não é dar uma aula nem tentar explicar, passo à passo, os processos bioquímicos que ocorrem, o importante é saber o

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básico para poder fazer as escolhas certas na hora de de-cidir o que ingerir antes, durante e após o exercício físico.

A energia do alimento não vem pronta para a utilização, os carboidratos que são quebrados em moléculas de gli-cose, serão armazenados no músculo e fígado em forma de glicogênio. A gordura é degradada em acido graxo e glicerol e armazenada em forma de triglicerídeos, já os depósitos de proteínas encontram-se sob forma de amino-ácidos.

A forma imediata de energia utilizada pelas células mus-culares é um composto de fosfato chamado de adenosina trifosfato (ATP), porém os músculos não armazenam quan-tidades limitadas dessa fonte energética. Como o exercício muscular requer um suprimento constante de energia (ATP) para a contração, existem outras vias metabólicas celulares que podem produzir ATP:

1) Sistema ATP-CP: Utiliza o estoque intramuscular de Creatina fosfato, que pode fornecer energia muito rapi-damente, porem é muito regulado e os estoques podem acabar depois de alguns segundo (dura em torno de 6 à 10 segundos) de exercício de alta intensidade. Exemplos: corridas de 100 metros, provas de natação de 25 metros, levantamento de peso e sprints no futebol.

2) Sistema Glicolitico: Utiliza o glicogênio hepático e muscular, que pode fornecer quantidade relativamente grande de energia ao músculos. Essa reação não necessita de oxigênio, e ocorre em exercícios de alta intensidade e média duração (entre 20 a 90 seg.), o tempo de exercício será limitado pela oferta de glicogênio disponível. Exem-plos: lutas, musculação, corridas de 800 metros e hóquei no gelo.

3) Sistema Oxidativo (aeróbio):Utiliza oxigênio, carboidratos, gorduras e proteínas e é ativado durante os períodos mais longos do exercício. Se o indivíduo mantém a intensidade do exercício moderada ou baixa e sustenta a atividade em um mínimo de 5 minutos, pode ser consid-erada aeróbia. Exemplos: corridas longas, caminha, ciclis-mo, natação e Triathlon.

No sistema aeróbio, a gordura contribuirá para o forneci-mento de energia e esse processo é chamado de lipólise (quebra de lipídios). Apesar da liberação de energia através

“Uma dieta deficiente de car-

boidratos apaga rapidamente o

glicogênio muscular e hepático

e afeta profundamente tanto a

capacidade anaeróbia de alta in-

tensidade, quanto a capacidade

de realizar exercícios aeróbicos

de longa duração”

do carboidrato ser até três vezes mais rápida do que a liberação de energia através dos lipídios, os depósi-tos de carboidratos são capazes de fornecer apenas 1200 a 2000 cal de energia, enquanto a gordura armazenada nas fibras musculares podem fornecer cerca de 70.000 a 75.000 cal. Portanto, quando ocorre a utilização de ácidos graxos, o tempo do exercício é prolongado.

Quanto mais treinado o indivíduo é, mais ele au-menta a capacidade do músculo em utilizar a gor-dura como substrato energético, preservando o

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glicogênio muscular. A ingestão de gorduras não es-timula o músculo a utilizar os ácidos graxos livres. Os fatores que estimulam a lipólise são: exercício, pre-sença de oxigênio e um alto nível de catabolismo dos carboidratos.

Quatro fatores importantes determinam a velocidade e o grau que são esvaziadas as reservas de carboidra-tos:

1- Intensidade do exercício

2 -Duração do exercício

3 -Estado de treinamento

4 –Ingestão de carboidratos

Uma dieta deficiente de carboidratos apaga rapida-mente o glicogênio muscular e hepático e afeta pro-fundamente tanto a capacidade anaeróbia de alta in-tensidade, quanto a capacidade de realizar exercícios aeróbicos de longa duração.

As gorduras necessitam de certa quantidade de car-boidratos em seu catabolismo continuo para obten-ção de energia. Pode-se dizer que nesse sentido “as gorduras queimam numa chama de carboidratos”. MT

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Yana Glaser é Nutricionistae triatleta há 10 anos.

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Característica ATP - CP Ácido Lático AeróbicoCombustível utilizado Fosfato de alta energia Carboidratos Carboidratos, gorduras e proteínas

Localização Sarcoplasma Sarcoplasma Mitocôndria

Fadiga devido a... Depleção de fosfato Acúmulo de lactato Depleção de glicogênio

Capacidade:

Homem

Mulher

Muito limitada

8 a 10 Kcal

5 a 7 Kcal

Limitada

12 a 15 Kcal

8 a 10 Kcal

Sem limite

> 90.000 Kcal

> 115.000 Kcal

Força:

Homem

Mulher

Muito alta

36-40 Kcal/min

26-30Kcal/min

Alta/ moderada

16-20 Kcal/min

12-15 Kcal/min

Moderada/baixa

12-15Kcal/min

9-12 Kcal/min

Intensidade:

% máximo

muito alta

> 95% F.C.M.

alta/moderada

85%-95 F.C.M.

moderada /baixa

<85% F.C.M.

Tempo para fadiga muito curto:

de 1 a 15 seg.

curto/médio:

de 45 - 90 seg

médio/longo:

de 3-5 min.

Atividades:

corrida

natação

ciclismo

remo

<100 m

< 25 m

<175 m

< 50 m

400-800 m

100-200 m

750-1500 m

250-500 m

>1500 m

> 400 m

>3000 m

>1000 m

Fonte: AFAA, 1995.

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Característica ATP - CP Ácido Lático AeróbicoCombustível utilizado Fosfato de alta energia Carboidratos Carboidratos, gorduras e proteínas

Localização Sarcoplasma Sarcoplasma Mitocôndria

Fadiga devido a... Depleção de fosfato Acúmulo de lactato Depleção de glicogênio

Capacidade:

Homem

Mulher

Muito limitada

8 a 10 Kcal

5 a 7 Kcal

Limitada

12 a 15 Kcal

8 a 10 Kcal

Sem limite

> 90.000 Kcal

> 115.000 Kcal

Força:

Homem

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Muito alta

36-40 Kcal/min

26-30Kcal/min

Alta/ moderada

16-20 Kcal/min

12-15 Kcal/min

Moderada/baixa

12-15Kcal/min

9-12 Kcal/min

Intensidade:

% máximo

muito alta

> 95% F.C.M.

alta/moderada

85%-95 F.C.M.

moderada /baixa

<85% F.C.M.

Tempo para fadiga muito curto:

de 1 a 15 seg.

curto/médio:

de 45 - 90 seg

médio/longo:

de 3-5 min.

Atividades:

corrida

natação

ciclismo

remo

<100 m

< 25 m

<175 m

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400-800 m

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250-500 m

>1500 m

> 400 m

>3000 m

>1000 m

Fonte: AFAA, 1995.

Após 15 anos no mesmo local, o Campe-onato Mundial de XTERRA vai deixar a cidade de Makena, na Ilha de Maui - Havaí. A com-petição, no dia 23 de outubro deste ano, será em Kapalua, a 72km do local original.

A mudança deixará a prova ainda melhor, pois permitirá acomodação do número cres-cente de atletas. A competição começará com 1,5km de natação em uma única volta, em uma área com muitas ondas e mar agi-tado.

Depois, os atletas encaram uma única vol-ta de 29 km de moutain bike com mais de 1.000 metros de elevação. No percurso, os atletas vão se deparar com terra batida, sin-gle tracks, travessias de rios e mata fechada. Além de excitante, o pedal será ainda mais desafiador.

Já na corrida, os triatletas vão encarar 9,6 km de trilhas, areia, pedras e montanhas. Sim, montanhas! Serão mais de 220 metros de elevação com muitos obstáculos técnicos.

A organização do evento divulgou uma série de fotos do percurso, feitas com atletas locais que fizeram o teste e aprovaram. Veja tudo no portal MundoTRI.

Novo percurso do Mundial de XTERRA

em Maui

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Insuficiência aórtica

SAÚDE

Cuidados que podem salvar a sua vidaConsultoria técnica:Dr. Eduardo Palmegiani - CardiologistaProf. Dr. Adalberto Lorga Filho - Cardiologista, Arritmologista e Eletrofisiologista Clinico - [email protected] Instituto de Moléstias Cardiovasculars – IMC, S. J. Rio Preto (SP) - [email protected]

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Em 1996, Eduardo Kleinübing, o Duda, ven-ceu seu primeiro Campeonato Brasileiro de Tri-athlon, na categoria 18-19 anos. A partir daí, foram três anos consecutivos de vitórias em sua categoria. Melhor amador no tradicional SESC Triathlon Caiobá 2000, com o incrível tempo de 56min26seg no Short Triathlon (750 m de na-tação, 20 km de bike e 5 km de corrida), Duda abraçou a carreira de atleta profissional de Tri-athlon.

Foram dois anos vencendo praticamente todas as competições que entrava como profissional. Em 2001, conseguiu um resultado histórico, a medalha de bronze no mundial de Duathlon na categoria 20-24 anos. O atleta ainda se emocio-na quando se lembra da conquista: “Foi um óti-mo prêmio para quem passou 7 anos andando mais de 70 km por dia só para nadar em Porto Alegre, pois minha cidade natal, Montenegro,

tinha piscina de 25m, mas sem aquecimento.”

Em 2002, Duda se mudou para Florianópolis, visando ficar mais próximo à sua equipe da ci-dade de Itajaí, que defendeu por cinco anos nos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC), a competição mais importante do estado cata-rinense.

Um ano depois, Duda desembarcou em São Paulo, sua nova residência. O objetivo do atleta era completar o bacharelado e a licenciatura em Educação Física. Kleinübing também queria alavancar sua carreira como triatleta, já que os grandes patrocinadores e as grandes provas es-tavam em terras paulistas, como o Troféu Brasil de Triathlon.

No ano de 2004, Duda Kleinübing teve uma participação brilhante na elite do Troféu. Foram

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Duda, em plena forma,

em sua promissora carreira

como triatleta.

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SAÚDE

2 top 10 durante o ano para o jovem e pro-missor triatleta. Em setembro do mesmo ano, Duda correu a meia-maratona Pão de Açúcar, na capital paulista. Mesmo sem sentir nada er-rado, Duda, como de costume, realizou diver-sos exames de rotina para “garantir que estava tudo ok”, como ele mesmo relata. Foi aí que o mundo caiu sobre sua cabeça.

Duda foi diagnosticado com uma cardiopatia grave, a insuficiência aórtica. Trata-se de uma incapacidade progressiva da válvula aórtica, causando refluxo de sangue da aorta para o ventrículo esquerdo durante a diástole ventri-cular (processo pelo qual o ventrículo se con-trai e envia o sangue para o corpo, no caso do ventrículo esquerdo), o que causa dilatação progressiva da cavidade ventricular.

“Em uma semana corri a meia maratona em 1h15min, na outra, estava com uma cardiopa-tia. Fui aconselhado a abandonar o Triathlon, o que fiz para não gerar problemas maiores, embora nunca tenha sentido sintoma algum, inclusive hoje”, disse Duda, que sofreu uma grande reviravolta em sua vida. A adaptação não foi fácil. Eduardo passou a ter crises de síndrome do pânico e entrou em uma forte depressão.

Ao contrário de outras cardiopatias, a insu-

ficiência aórtica pode ficar anos sem manife-star sintoma algum, enganando os pacientes. Quando os sintomas aparecem, e comum a doença já estar em um grau avançado de de-senvolvimento. Segundo os cardiologistas do Instituto de Moléstias Cardiovasculares, Edardo Palmegiani e Adalberto Lorga Filho, os princi-pais sintomas associados são: Falta de ar du-rante esforços físicos, fraqueza, inchaço dos membros inferiores, dor no peito (angina), taquicardias, palpitações e até morte súbita cardíaca. A morte súbita cardíaca é rara, se-gundo eles, em pacientes assintomáticos, a-penas 0,2% ao ano, porém, pode ocorrer.

O fundamental é que os atletas façam os exa-mes de rotina, já que o exercício físico exige mais do coração. Paradoxalmente, os atletas, pessoas normalmente saudáveis, têm apresen-tado aumento no número de mortes súbitas em todo mundo, como explicam os cardiolo-gistas consultados. “Para indivíduos jovens, a avaliação cardíaca pré-exercício recomendada pelas Associações Americana e Européia de Cardiologia deve ser composta da história pes-soal e familiar associada a exame físico deta-lhado”, afirmam Adalberto Lorga e Eduardo Palmegiani, embora reconheçam que a indi-cação rotineira de eletrocardiograma não seja consensual em atletas jovens (com menos de 35 anos).

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“Em uma semana corri a meia marato-na em 1h15min, na outra, estava com uma cardiopatia. Fui aconselhado a aban-donar o Triathlon, o que fiz para não gerar problemas maiores, embora nunca tenha sentido sintoma al-gum, inclusive hoje.”

Os dois cardiologistas são enfáticos:

“Atletas com mais de 35 anos devem montar um histórico médico com ênfase em doença arterial coronariana não diagnosticada. Em pacientes do sexo masculino com mais de 40 anos (ou mulher com mais de 50 anos), é recomen-dado a realização de Teste Ergométrico se o indivíduo tiver um ou mais dos seguintes fatores de risco: Dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes melli-tus ou história familiar de doença cardiovascular em ho-mens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos.”

Vários exames podem ser feitos para se chegar ao diag-nóstico da insuficiência aórtica e de outras cardiopatias, como o ecocardiograma e o teste ergométrico, que devem buscar simular o mesmo nível de esforço dos exercícios físicos.

Nem todo atleta diagnosticado com insuficiência aórtica precisa abandonar o esporte. Segundo Lorga, “Após o diagnóstico confirmado, a elegibilidade para o exercício físico vai depender do tipo de doença cardiovascular e gravidade desta, devendo o atleta ser orientado por um cardiologista.”De qualquer forma, o cardiologista adverte: “Atletas que participam de esportes competitivos de mo-derada e alta intensidade devem se submeter a reavaliação anual com cardiologista, mesmo na ausência de doenças cardíacas.”

Atletas portadores da cardiopatia

A 36ª Conferência de Bethesda (diretriz médica que ori-enta a prática de esportes em atletas com doenças cardía-cas) classifica a Insuficiência Aórtica - IAo - (de acordo com sintomas e ecocardiograma) em leve, moderada e grave, recomendando atividades físicas da seguinte maneira:

> IAo leve e moderada, sem alteração do tamanho do co-ração ou com aumento mínimo: pode participar de todos os esportes competitivos;

> IAo com dilatação moderada do coração: exercícios estáticos leves ou moderados, esportes competitivos dinâmicos leve, moderados e altos, se teste ergométrico

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proporcional ao esporte proposto sem sintomas ou arritmias ventriculares. Ex: Boliche, golf, vôlei, tênis de mesa, futebol, tênis, corridas longas, basquete e natação.

> IAo grave com dilatação do coração importante e IAo leve e moderada associada a sintomas, não devem participar de qualquer tipo de esporte competitivo

> IAo associado à dilatação de aorta ascendente (>45 mm), devem participar apenas de esportes competitivos de baixa intensidade. Ex: bilhar, boli-che e golf. Evitar esportes de impacto.

> Pacientes com Arritmia Ventricular assintomáti-ca em repouso ou esforço, devem participar a-penas de esportes competitivos de baixa intensi-

dade. Ex: bilhar, boliche, golf.

Após a análise inicial com exame físico e ecocar-diograma, esses devem ser repetidos após 2 ou 3 meses, para que haja verificação se houve mu-dança do quadro clínico. Caso o quadro clínico esteja estável, o seguimento vai depender da gravidade da IAo mostrada acima. Em pacientes assintomáticos, com alteração cardíaca mínima, o acompanhamento pode ser anual, com reali-zação de ecocardiograma a cada 2 ou 3 anos. Pacientes assintomáticos, com função cardíaca normal e alterações moderadas do tamanho do coração, devem ser seguidos com exame físico e ecocardiograma a cada 6 a 12 meses. Pacientes com alteração cardíaca importante e alto risco de perda de função do coração, devem ser seguidos a cada 4 a 6 meses. MT

SAÚDE

Fique de olhoO cardiologista Adalberto Lorga, que também é triatleta, salienta que, se um atleta apresente qualquer um dos itens da tabela abaixo, deve ser levado imediatamente para avaliação de um cardiologista:

1. Desconforto/dor no peito durante exercício2. Desmaio durante exercício3. Cansaço ou falta de ar excessiva associada a exercício4. Sopro cardíaco5. Histórico familiar de pressão arterial sistêmica elevada6. Morte prematura (súbita ou inesperada) antes dos 50 anos devido aDoença cardiovascular, em pelo menos um parente7. Incapacidade por doença cardíaca em parente próximo com < 50 anos8. Presença em algum membro da família de doenças cardíacas heredi-tárias

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A despedida de Norman Stadler

Bicampeão mundial de Ironman, o alemão Norman Stadler é umas figuras mais lendárias do esporte, um dos únicos atletas a conquistar dois títulos mundiais garantidos na bike, em 2004 e em 2006.

Detentor do recorde do ciclismo no Havaí, com 4h18min23seg, o que perfaz uma média de in-críveis 41,8km/h de média, Stadler passou por uma cirurgia cardíaca de emergência no último dia 4 de julho para corrigir um problema com uma válvula e um aneurisma na aorta. Aos 38 anos, Norman anunciou sua aposentadoria, já

que “não seria possível voltar a ser um atleta de classe mundial”, como ele declarou.

Vale lembrar que Stadler não é o primeiro tri-atleta a sofrer com problemas cardíacos. O icônico Greg Welch e a máquina de pedalar Torbjorn Sindballe tiveram suas carreiras in-terrompidas por motivos semelhantes. Assim como no caso de Duda Kleinubin, isso lembra a todos a importância de se fazer exames regu-larmente. MT

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Santiago Ascenço e Susana Festnerdetonaram emBalneário Camboriú

< Guto Antunes na largada

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GP Triathlon - Winter Edition

Aconteceu no dia 24 de julho, em Balneário Camboriú, o GP Triathlon Winter Edition, o an-tigo Desafio dos Pinguins, uma das provas mais tradicionais do Brasil. Mais de 300 atletas esta-vam presentes na disputa do mais duro short triathlon brasileiro, graças ao percurso do ciclis-mo que passa duas vezes pela temida subida da “Rainha”, com inclinação de incríveis 19%. Foram 750m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida, tanto para a elite quanto para os amadores.

Na elite, que teve a disputa em formato Time Trial (contra-relógio) - com cada atleta largando a cada 30 segundos - os grandes vencedores foram Susana Festner e Santiago Ascenço. Os vencedores fizeram uma boa natação e garanti-ram a vitória fazendo ainda o melhor pedal e a melhor corrida do dia.

O primeiro atleta a largar foi Frederico Monteiro da Silva, que tinha a difícil missão de manter os

30 segundos sobre o segundo atleta, Adriano Sacchetto. Adriano já saiu na frente de Fred nos 750m de natação, realizados em apenas uma volta. A melhor natação do dia, contudo, ficou, como era esperado, com Chicão Ferreira. San-tiago Ascenço mostrou que o training camp em Boulder deu resultados. Os ensinamentos de Dave Scott fizeram com que ele saísse da água com apenas 49 segundos de desvantagem, mar-gem bem inferior às provas do GP em 2010.

No pedal, Santiago “deixou o martelo cair” e foi buscando diversos competidores. Mesmo na temida subida da rainha, Santi não teve dificul-dades. Segundo ele, “o segredo está em esco-lher uma relação correta para suas característi-cas como atleta. Hoje rodei de 42x27 e me senti muito bem no pedal, sem dificuldades para subir. Minha dificuldade era a descida (risos). Aquela descida é realmente impressionante. No geral, fiz um pedal muito bom, com média de potência muito alta.”

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Adriano Sacchetto e Alexander “Balman” Gomes também fizeram um pedal forte, o que os coloca-vam no páreo para levar o título. No fim do pedal, ainda brigavam pelas vagas remanescentes no pódio, Chicão Ferreira, Ezequiel Morales, Fred Monteiro, Guto Antunes e Felipe Manente.

“A corrida foi boa, os treinamentos em altitude aju-daram muito, corri forte sem me sentir ofegante. Em-barco para uma prova em Palmas, na Copa centro-Oeste, que sempre faço depois da prova foco que é o 70.3, onde busco o bicampeonato”, disse o campeão, Santiago Ascenço.

Na corrida, Adriano Sacchetto tentou tirar a dife-rença para Ascenço. Com seu histórico de provas da ITU, onde a corrida é sempre muito forte, o mineiro não teve dificuldades para manter o ritmo. Porém, Santiago também corria muito bem, o que fez todos perceberem que a diferença entre os dois seria de se-gundos.

Ao fim da prova, apenas 18 segundos separaram San-tiago de Adriano, que acabou com a segunda coloca-ção. Com uma corrida também muito forte, Balman teve o terceiro tempo no geral, mas uma penalização (3 minutos) acabou deixando-o na 5ª colocação. O mesmo aconteceu com Chicão, que acabou ficando fora do pódio. Em terceiro lugar ficou o especialista em Ironman, Ezequiel Morales, seguido de Fred Mon-teiro.

Entre as mulheres, Tuanny Viegas fez uma grande na-tação, e mesmo largando em 3º lugar, foi a 1ª a sair da água. Soledad Omar também nadou muito bem. Como a argentina radicada no Brasil foi a última a largar, rapidamente foi alcançando as adversárias. Outra surpresa positiva do dia foi a natação de Su-sana Festner, a primeira a largar. Susana, assim como Santiago, conseguiu melhorar muito a natação desde as últimas provas, um sinal claro de que não há se-gredo além do treinamento correto e dedicação.

Assim como aconteceu no masculino, foram os 20

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km de pedal que definiram a prova, pois a subida da “Rainha” faz com que um pedal forte gere uma diferença exponencial nos tempos dos atle-tas. “Fiquei muito feliz hoje, consegui superar os problemas que tive na natação em outras provas e sai para pedalar no páreo e inteira para fazer força todo o tempo”, disse Festner, melhor parcial na bike do dia. Ela complementou: “Eu não cos-tumo girar muito, mesmo assim, antes da subia eu colocava a coroa menor e descia as marchas à medida que a inclinação aumentava.”

Susana não parou no pedal, a melhor corrida também foi da gaúcha radicada em Brasília, que estava em um dia inspirado:

“Hoje, senti-me bem e pude fazer força o tempo inteiro, do jeito que gosto. Meu foco não são as provas de sprint, mas a longa distância, o que me deixou ainda mais satisfeita”, afirmou a campeã, que agora se prepara para o Ironman 70.3 Brasil, que acontece no dia 27 de agosto.

Em segundo lugar, sempre muito simpática, ficou Soledad Omar, que se mostrou muito satisfeita com o resultado: “As provas curtas são impor-tantes para nós atletas de longa distância, pois assim conseguimos manter nossa velocidade.” Tuanny Viegas confirmou os bons resultados de

2011, conseguindo mais um pódio após o perío-do de um ano sem competir em 2010. Comple-taram o pódio as catarinenses Mariana Borges e Alessandra Carvalho, única atleta de Balneário Camboriú na elite.

Ana Lídia Borba não completou a prova. A atleta foi penalizada no ciclismo e, se achando injustiçada, decidiu parar, já que os 3 minutos inviabiliza-riam uma boa posição. A atleta, no entanto, reconheceu o erro e declarou em seu Twitter: “Agi por impulso, depois de receber uma penalização que achei injusta. Sei que a or-ganização é soberana, mas sou absolutamente contra o vácuo, por isso cuidei para não ficar na zona de 7m estipulada pela prova. O fiscal que passou a minha penalização por rádio e eu só soube depois. Mesmo assim, depois de repen-sar com calma, vi que não devia ter parado em respeito aos atletas, ao público e à organização. Peço desculpas.”

A prova também contou com mais de 300 ama-dores que fizeram a festa em Balneário Cambo-riú. Apesar da dificuldade do percurso, o clima descontraído tomou conta da prova, que teve as mesmas distâncias. Thiago Assad, que está na seção Autorretrato desta revista, e Júlia Roma-

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riz foram os campeões gerais da disputa. O em-presário João Paulo Diniz, que possui um extenso histórico no esporte (incluindo diversas provas de Ironman), estava presente e se mostrou muito satisfeito com a prova: “É muito interessante experimentar percursos novos e desafiadores. O Triathlon, atualmente, é mais um estilo de vida do que uma competição em minha vida. Assim, provas com esse tipo de clima entre os atletas são muito interessantes.”

A próxima etapa do GP, Summer Edition, acon-tece dia 13 de novembro, também em Balneário Camboriú.

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Estrutura de apoio da Shi-mano.

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Adriano Sacchetto

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Pódio feminino

Pódio masculino

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Pos. AtletaFeminino

Natação Bike Corrida Total

1 Suzana Festner 00:09:11 00:36:17 00:21:21 01:06:49

2 Maria Soledad Omar 00:08:28 00:38:14 00:22:08 01:08:50

3 Tuanny Viegas 00:07:52 00:39:54 00:23:25 01:11:11

4 Mariana Borges 00:09:19 00:38:37 00:23:48 01:11:44

5 Alessandra Carvalho 00:08:53 00:42:43 00:22:41 01:13:57

6 Mariana Martins 00:09:07 00:42:15 00:25:52 01:17:14

Masculino

1 Santiago Ascenço 00:08:35 00:30:32 00:17:13 00:56:20

2 Adriano Sacchetto 00:08:04 00:30:55 00:17:39 00:56:38

3 Ezequiel Morales 00:08:32 00:32:04 00:18:00 00:58:36

4 Fred Monteiro 00:08:00 00:33:36 00:18:43 01:00:19

5 Alexander Gomes 00:08:30 00:31:34 00:17:36 01:00:40

6 Chicão Ferreira 00:07:45 00:31:53 00:18:21 01:00:59

7 Guto Antunes 00:08:34 00:34:17 00:18:22 01:01:13

8 Felipe Manente 00:08:58 00:33:54 00:19:51 01:02:43

9 Matheus Ghiggi 00:08:15 00:35:54 00:19:48 01:03:57

10 Frederico Silva 00:08:48 00:35:06 00:20:09 01:04:03750m

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Esqueça seu clipe esaia da estrada!

CAPA

O triathlon off-road tem crescido em todo o mundo, e logo vai pegar você

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Se há uma coisa interessante no Triathlon é a possibi-lidade de variar sua rotina. Você pode nadar, pedalar e correr em inúmeras combinações diferentes. Mesmo assim, às vezes, procuramos algo novo. Alguns recor-rem à escalada, outros a esportes coletivos (vôlei, bas-quete, futebol etc.) Mas, se você quer ter sensações realmente novas, como aquelas que experimentou quando se iniciou no Triathlon, é bem provável que você as encontra em provas de Cross Triathlon, ou Triathlon off-road.

O mais famoso Triathlon fora de estrada é o XTERRA, que começou em 1996, na ilha de Maui, no Havaí, como Aquaterra. Desde essa época, o formato tradi-cional é o mesmo: 1,5 km de natação, 30km de moun-tain bike e 11 km de corridas em trilha. Desde então o Cross Triathlon proliferou, chegando ao Mundial de Cross Triathlon da International Triathlon Union (ITU) e a diversas provas de diferentes organizadores aqui no Brasil.

Apesar de ser Triathlon, é algo totalmente diferente daquilo que você está acostumado na estrada. A parte que mais se assemelha ao Triathlon de estrada é a natação, na maioria das vezes, em locais comuns para triatletas. Como aconteceu no XTERRA Amazon, é preciso espantar piranhas e outros animais em lo-cais mais afastados, mas isso torna a disputa ainda mais emocionante.

O organizador de eventos de Triathlon de estrada e off-road da SB5, Juliano Salvadori destaca: “O mais interessante e desafiador é mudar completamente o tipo de terreno e de bike sem perder a essência do Tri-athlon, o que gera uma expêriencia que vai acrescen-tar uma nova forma de ver e treinar o triathlon para cada um, com muita diversão e boas novas histórias para contar.”

Assim como aconteceu com todas as distâncias e mo-dalidades de Triathlon, a natação tem se tornado cada vez mais importante nas provas off-road, mas ainda não é o foco de muitos atletas, especialmente aque-les que vêm do mountain bike, assim, há um grande

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espaço para ganhar tempo nessa disciplina.

Saindo da água, o atleta já começa a sentir que tudo mudou. Entre troncos, rochas, raízes e mato, chega-se à primeira transição. A partir daí, os treinos específicos passam a contar muito, pois o mountain bike é a etapa crítica. Embora uma prova típica off Road tenha uma distância parecida com um Triathlon olímpico (1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida), você vai demorar no mínimo 30% a mais, princi-palmente pelo mountain bike. Pedalar em trilhas exige muito mais técnica, já que o terreno não é constante como na estrada. É preciso estar forte e muito atento, caso contrário, o chão será ine-vitável.

Ajustes na cadência e mecânica da pedalada são necessários, por isso, é importante treinar nas trilhas. Seus treinos na estrada ajudam na bike, mas sozinhos não vão fazer você voar montanha acima a 12 km/h no meio do cascalho. Treine com os mountain bikers, pois é assim que você apren-derá a pedalar nas trilhas. Ivan Veloso, mountain biker mineiro que está iniciando no Triathlon, ex-plica a diferença para quem já está acostumado com a terra: “Ganhamos muito tempo nas subi-das e nas descidas. Os atletas com mais feedback em estrada têm mais dificuldade para subir e, principalmente, para descer, e isso faz uma dife-rença enorme no mountain bike.”

Outra vantagem de se treinar com os atletas de trilha, é começar a aprender o básico sobre mecânica das bikes. Quando se está no meio da trilha, não há escapatória: Ou você mesmo con-serta sua bike ou ficará no meio da estrada. Não espere por um carro de apoio em locais que mal se pode passar empurrando a bike. Aerodinâmi-ca é uma obsessão dos triatletas. A boa notícia é que ela faz muito pouca diferença no mountain bike.

Várias provas permitem que você faça o reconhe-cimento do percurso nos dias anteriores à prova.

Toda vez que tiver essa oportunidade, não des-perdice, pois serão menos surpresas durante a prova.

A alimentação no ciclismo deve seguir um plano preestabelecido entre você, seu técnico e seu nutricionista ou nutrólogo. Muitas vezes, a nu-trição em uma prova como o XTERRA se parece mais com um meio Ironman do que um Triathlon olímpico. Lembre-se que o conceito de posto de hidratação é bem distinto do que você está acos-tumado, então se programe para levar toda sua alimentação com você, inclusive hidratação, que também pode ser levada em pequenas mochilas. Como as preocupações aerodinâmicas são míni-mas, vale a pena vestir uma camisa de ciclismo, que lhe permitirá transportar tudo mais facil-mente.

Esteja preparado para chuva também, pois nada pior do que se deparar com a lama e não saber o que fazer na bike. Uma dica é nunca levar um pneu totalmente liso, pois você vai precisar de tração em algum momento da prova, querendo ou não. Eles também vão lhe ajudar a lidar com as bruscas variações de intensidade da prova. Aliás, esse é um ponto crítico para ser discutido com seu treinador e incorporado em seus treinos, especialmente se você for um atleta acostumado a provas sem vácuo.

Assim, nas provas com vácuo, a intensidade em um Triathlon fora de estrada varia muito, há descidas, subidas curtas e rápidas, subidas lon-gas e lentas, single tracks, etc. Portanto, a prepa-ração é fundamental, ou você ficará exausto em pouco tempo, mesmo que seu condicionamento aeróbico seja bom. Isso é comum em atletas de longa distância, acostumados a fazer uma prova constante, com poucas variações de intensidade na bike e na corrida.

Você sentirá um grande alívio ao chegar à se-gunda transição, mas lembre-se: Nada de mole-za ainda. Se você chegou ileso na corria, é hora

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O que me fez trocar o asfalto pela terra foi exata-mente o fato de ter um novo desafio para me moti-var. Faço triathlon há 21 anos e estava bem desmo-tivado com a cena do triathlon tradicional, com toda a politicagem e mesmice. O que espero sinceramente é que o Xterra continue sendo desafiador e indepen-dente de federações e confederações, para eu não ter que arranjar “outro desafio!”

Alexandre Manzan

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Cuidado com os sumidouros!

de redobrar a atenção, pois muitos atletas se le-sionam nas corridas em trilhas.

Um bom calçado é fundamental, pois estabili-zará sua corrida. Além disso, assim como no ciclismo, e necessário treinar de forma específica para as irregularidades da trilha. Por exemplo, o que fazer se você se deparar com uma descida cheia de cascalho?

Muitos atletas não tiram suas luvas para a cor-rida, o que pode ser bastante útil em situações de desequilíbrio na corrida. Uma boa pedida é calçar luvas fechadas, ao invés das tradicionais luvas abertas de ciclismo de estrada. Inevitavel-mente você vai precisar delas!

Se você gosta de calçados baixos para a corrida na estrada, deixe-os em casa! Além da estabili-

zação, você vai agradecer por ter corrido com um tênis de trilha ao ver a quantidade de pedras que pode te atrapalhar.

Em muitas provas de Cross Triathlon, é comum ver pessoas andando na corrida, não se deses-pere se for preciso fazer isso, especialmente em trechos muito técnicos. Aproveite o clima de companheirismo e busque força com outros par-ticipantes. Se vir alguém em uma situação difícil, não deixe de ajudá-lo.

O clima da prova não se encerra ao cruzar a lin-ha de chegada. Uma das tradições das provas off-road são as festas após a disputa. Aproveite e comemore mais uma conquista. A essa altura, você já estará apaixonado pela vida fora da es-trada! MT

Um atrativo, especialmente nas provas XTERRA, é a presença de sumidouros na corrida, trechos alagados onde os atletas têm que atravessar correndo, ou seria nadando? Há duas táticas básicas para superar esse desafio: Ou você vai andando lentamente ou tenta nadar sobre o obstáculo. Lembre-se de amarrar bem seus tênis ou nunca mais os verá! Alguns atletas preferem atravessar com os tênis nas mãos. Se adotar essa tática, fique atento aos buracos e pedras na água, pois você pode ficar sem os calçados.

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“O XTERRA, na minha opinião, é muito mais interes-sante do que um Triathlon de estrada, pois é total-mente off -road! A corrida e a bike são realizados em trilhas e isso dá uma emoção muito maior às provas. É um desafio e tanto. Temos que estar preparados para os imprevistos e é muito importante ter uma técnica boa para se sair bem. Não basta só ter força, tem que saber se virar nas adversidades”

Manuela Vilaseca

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Nossa homenagem a Garth Barfoot, que foi o útlimo e o mais velho atleta (79) a cruzar a linha de chegada com 16:55:23, vencendo sua catego-ria, a 75-59.

EquipamentosA lista básica para o off-road

Mountain Bike

Asssim como no triathlon de estrada, este é o principal item a ser adquirido.

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Luvas

Muitos atletas as utilizam, inclusive, na corrida nas trilhas. Dê preferência aos modelos fechados, pois as quedas são constantes.

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Bermuda e camisa de ciclismo

Como a aerodinâmica aqui não é uma preocupação, vale a pena competir com uma blusa de ciclismo, para levar o equi-pamento de troca de pneus e a alimenta-ção.

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Óculos

Item de fundamental segurança, também utilizado para lidar com as mudanças de luiz nas trilhas. Dê preferência aos mode-los com lentes que se adaptam a diferentes condições de luz.

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Pneus

A escolha do pneu pode fazer a diferença em sua prova. Nunca corra com pneus lisos, pois a tração dos pneus “biscoito” é funda-mental em subidas e trilhas molhadas.

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Sapatilhas

As dificuldades do off-road inviabilizam o uso de sapatilhas com solado liso, assim vale a pena investir. Veja a seguir uma lista com as melhores sapatilhas disponíveis no mercado.

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Tênis para Trilhas

Com a variação do terreno ao longo da prova, se faz necessário a utilização de um tênis adequado, pois o risco de escorregões que podem causar lesões é grande.

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Os calçados top para as trilhas Sair da estrada requer cuidados especiais com os pés

Se você já está acostumado a pedalar ou correr off-road, você sequer cogita a possibilidade de sair de casa sem o calçado apropriado. Transferência de força, peso e tração, quando andando, são os principais fatores para escolher uma boa sapatilha para mountain bike. Já o tênis de trilha deve ser estável o sufi-ciente para suportar as bruscas variações de terreno.

Shimano SH-M087Sapatilha confortável e com bom custo-benefício, considerando o conjunto de travas e o peso, fator importante nas montanhas.

Scott Team IssueTop de linha da Scott, foi projetada para transfe-rência direta da potência, com solado muito rígido e trava. Peso: 365g.

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Scott Pro

Modelo de competição, com palmilha em EVA e sola muito rígida. Possui ainda fivela com trava e dois velcros de fixação. Peso: 355g.

Scott Comp

Modelo de entrada a marca suíça, com 3 velcros e ótimo peso: 330g.

Specialized S-Works

Modelo top de linha da marca, com sola de car-bono leve e rígido e um sistema exclusivo de fixação. Peso de apenas 335g por sapato.

Specialized Comp

Modelo de ótimo custo-benefício da Specia-lized, com solado composto e fivela com trava. Peso de 370g por sapato.

Specialized Pro

Modelo com palmilha Body Geometry Specia-lized, sola de carbono e fivela com trava. Peso de 385g por sapato.

Shimano SH-M315

Sapatilha top de linha da Shimano, com tecnolo-gia Custom-Fit, solado ultra rígido e grande em fibra de carbono e travas frontais opcionais.

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Asics Trabuco 13

Tênis da marca japonesa, é um dos produtos mais comuns no mercado, com ótima tecnologia de estabalidade e tração para trilhas.

Saucony ProGrid Pregrine

Modelo bem versátil e de ótima tração, segue a linha Saucony minimalista e flexível, o que o torna uma boa opção para combinar trilhas e asfalto.

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Soul SL 300

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox Dart 2Grupo: Shimano Alívio 24VPreço sugerido: R$1.899,00www.soulcycles.com.br

Gary Fisher (By Trek) Wahoo Disc

Quadro: Alumínio HTSuspensão: SR Suntour SF11Grupo: Altus/SRAM X.4Preço sugerido: Até R$4 milwww.trekbikes.com.br

Merida Matts TFS 500

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox Dart 3Grupo: Deore/Deore XTPreço sugerido: Até R$4 milwww.merida.com.br

Guia de mountain bikes para triatletas Na medida para seu bolso

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Orbea Compair

Quadro: Alumínio HTSuspensão: Rockshox ToraGrupo: XT Shadow / AlivioPreço sugerido: Até R$6 milwww.orbea.com.br

Specialized Camber FSR Comp

Quadro: Alumínio FSRSuspensão: Rockshox ReconGrupo: Shimano SLXPreço sugerido: Até R$6 milwww.specialized.com.br

Jamis Dakota D29

Quadro: Carbono HTSuspensão: Rockshox RebaGrupo: Sram X9Preço sugerido: Até R$11 milwww.ltdimports.com.br

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Scott Scale 30

Quadro: Carbono HTSuspensão: Rockshox RebaGrupo: XT Shadow/SLXPreço sugerido: Até R$11 milwww.scott.com.br

Cannondale Flash 1

Quadro: Carbono HTSuspensão: Lefty Speed CarbonGrupo: Shimano XTRPreço sugerido: Até R$20 milwww.cannondale.com.br

BMC Fourstroke FS01

Quadro: Carbono FSSuspensão: Fox FRLGrupo: Sram X0Preço sugerido: Até R$30 milwww.omegabr.com

* preços meramente indicativos, su-jeitos a alteração sem aviso prévio

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Calendário off-road 2011

13 a 14/08 XTERRA Costa Verde - Mangaratoba / RJ

Triathlon - Travessia - Night Trail Run - Kids Running

27 a 28/08 XTERRA Rota Imperial - Costa Aazul/ ES

Duathlon - Night Trail Run - Kids Running - Mountain Bike

16 a 17/09 XTERRA JF - Juiz de Fora/ MG

Triathlon - Travessia - Night Trail Run - Kids Running - Mountain Bike

24 a 25/09 XTERRA Ilhabela - Ilhabela/ SP

Triathlon - Travessia - Night Trail Run - Kids Running

01 a 02/10 GP CROSS - Balneário Camboriú / SC

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9/10 2º CROSS TRIATHLON TRIATIVA - Pontal do Paraná/PR

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22 a 23/10 XTERRA Estrada Real - Tiradentes-São João Del Rei / MG

Duathlon - Night Trail Run - Kids Running - Mountain Bike

10 a 11/12 XTERRA Floripa - Florianópolis/SC

Triathlon - Night Trail Run - Kids Running

13/08 Campeonato Brasileiro de Cross Triathlon - Fortaleza/CE

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CATEGORIAS: DE 15 A 70 ANOSMountainbike Individual Revezamento: 2 ou 3 atletas

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800m . 18km . 6km

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SESCTRIATHLON

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SESCTRIATHLON A prova que agitou

o norte do país

Carol Galvão liderou de ponta a ponta, enquanto Diogo Sclebin fez a melhor corrida do dia para conquistar a vitória.

Belém

Fotos por Wagner Araújo

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O dia começou com a provas dos amadores e dos comerciários, que aconteceu debaixo de muito calor, mesmo com as primeiras largadas às 7:00 da manhã. Mais de 450 atletas de 16 estados com-petiram na praia do Chapéu Virado, no distrito de Mosqueiro, uma verdadeira festa de celebração do esporte.

No amador, as distâncias foram de 750m de na-tação, 20km de ciclismo e 5km de corrida, nas categorias de faixas etárias, comerciário ou depen-dentes, mountain bike, revezamento e pessoas com deficiência, tanto no masculino quanto no feminino.

Às 09:00, já com 32°C, os atletas da elite se posi-cionaram para largada. O que eles não esperavam era uma corrente fortíssima na natação, que di-ficultou até mesmo para os grandes nadadores, Chicão Ferreira e Carol Galvão.

Como de costume, Chicão foi o primeiro a sair da água com 26min42seg, com 40 segundos de van-tagem sobre o grupo onde estavam Diogo Sclebin, Adriano Sacchetto, Flávio Queiroga e Fred Mon-teiro, que retornou às competições após meses afastado para cuidar de uma fratura no ombro. “Estava me sentindo bem e tentei abrir o máximo na água para tentar sair para correr sozinho”, disse Chicão após a prova.

Entre as mulheres, Carol Galvão foi a primeira a sair dos 1.500m com 29min48seg. Thaty Porto e Tuanny Viegas saíram juntas, três minutos após Galvão. “Havia muita correnteza, aliás o maior ad-versário em toda a prova foi o clima. Da 1ª para segunda bóia a gente nadava e nadava, mas não saía do lugar, mas isso faz parte do esporte”, afir-mou Carol após a disputa.

No ciclismo, Chicão tentava se desgarrar do grupo de perseguidores, mas a diferença foi caindo, até que o atleta foi alcançado na 6ª das 8 voltas de 5km. “Nossa estratégia não era alcançar o Chicão muito rapidamente”, disse Sclebin após cruzar a

Largada dos amadores

na praia de Mosquero.

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linha. “sabia que ele tentaria outros ataques, então deixamos para encostar mais no final do ciclismo”, complementou o atleta.

No último quilômetro de pedal, Chicão escapou no-vamente e chegou à T2 com 20 segundos de vanta-gem sobre o pelotão. “Continuei me sentido bem e sabia que havia grandes corredores no grupo, então tentei ter alguma vantagem no início do corrida”, re-latou Chicão Ferreira.

Entre as mulheres, não houve formação de pelotões, assim a prova se transformou em um contra-relógio. As posições, contudo, não se alteraram. Carol Galvão chegou à T2 com a mesma vantagem da natação so-bre Thaty Porto, que conseguiu abrir um minuto de Tuanny Viegas, que vinha em terceiro.

Na corrida, a sensação térmica era de mais de 40°C e todos os atletas sentiram muito. “O calor pegou pesado. A gente saiu de 3°C para este calorão aqui, foi muito difícil”, disse Galvão, que vive em São Car-los/SP.

Mesmo assim, Carol, seguiu na frente e fez a melhor corrida, vencendo a disputa com 2:29:21, seguida Thaty Porto, Tuanny Viegas e Jéssica Santos. Susana Festner passou mal com o calor e teve que se retirar da prova.

“Foi minha 1ª vez em Belém, a prova aqui é muito legal. O calor humano das pessoas daqui foi fantás-tico, isso ajudou muito a suportar o calor intenso que fazia. Gostei muito de ter competido aqui” - Carol Galvão

No masculino, Diogo Sclebin, um dos três atletas que vai representar o Brasil no Pan de Guadalajara, não deu chance para os adversários na corrida, fechando os 10 km com 33:53, um tempo excepcional, dadas as condições de calor extremo.

“Tenho competido muitas provas no exterior, visando uma vaga nas Olimpíadas de Londres, e agora estou chegando em meu ritmo de competição, tentando manter uma corrida forte do início ao fim dos 10km.

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Essa prova foi importante para as disputas inter-nacionais que estão por vir”, disse Sclebin.

A estratégia de Chicão funcionou e o atleta mi-neiro terminou na segunda colocação: “Tento sempre manter uma atitude de não me aco-modar nas provas, tento partir para cima e não ficar esperando, o que tem me deixado muito satisfeito.” Completaram o pódio o também mi-neiro Adriano Sacchetto, Fred Monteiro e Flávio Queiroga.

Assim como nas outras etapas do circuito, a or-ganização do SESC foi impecável, atendendo todas expectativas dos atletas, além de ser um belo espetáculo para quem assistia. Vale tam-bém destacar a hospitalidade do povo paraense, que recebeu de braços abertos a prova, os atle-tas e a equipe MundoTRI.MT

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RESULTADOS ELITE - SESC TRIATHLON BELÉM3 de julho de 2011 - Praia de Mosquero - Belém/PA1,5 km de natação / 40km de bike com vácuo / 10km de corrida

Pos. Atleta Natação Ciclismo Corrida Total

Masculino1 Diogo Sclebin 0:26:42 01:03:14 0:33:53 02:03:492 Chicão Ferreira 0:26:04 01:03:23 0:36:51 02:06:183 Adriano Sacchetto 0:26:40 01:03:16 00:37:59 02:07:554 Fred Monteiro 0:26:43 01:03:17 00:39:52 02:09:525 Flávio Queiroga 0:26:49 01:03:50 00:42:13 02:12:526 Alexander Gomes 00:32:03 01:05:53 00:38:17 02:16:137 Emerson Vale 00:35:31 01:06:54 00:38:41 02:21:068 Antônio de Araújo 00:40:03 01:15:54 00:45:55 02:41:52

Feminino1 Carol Galvão 0:29:48 01:12:42 0:46:51 02:29:212 Thaty Porto 0:32:42 01:12:51 0:47:51 02:33:043 Tuanny Viegas 0:32:42 01:13:37 00:49:10 02:35:294 Jéssica Santos 00:39:24 01:22:53 00:51:23 02:53:40

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Carol Galvão venceu de ponta a ponta

Chicão, como esperado, foi o melhor nadador

Atleta amadora voando sobre as águas.

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Sclebin fez a melhor corrida do dia para garantir a vitória

Thaty Porto fez uma grande prova e ficou em 2º

Mais de 450 amadores estavam presentes

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Tuanny Viegas confirmou a boa fase e fechou na 3ª posição

Sacchetto ficouem 3º lugar

Sim, Fred Moraes, você foi o 1º entre os comerciários

O campeões

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Corrida no mato para triatletas do asfaltoPor Ana Lídia Borba

Quem nunca se flagrou com preguiça de sair para mais um treino longo de corrida, no mesmo per-curso e ritmo de sempre?

No Triathlon, é comum que a maioria dos atletas tenha em sua programação semanal pelo menos um treino de transição, um de velocidade ou for-ça, um fartlek e um longo de corrida. É normal, por questões de logística, que esses treinos, quase sempre, sejam executados nos mesmos lugares e é por isso que, depois de alguns meses ou anos, a simples lembrança de um determinado trajeto é capaz de acabar com a motivação do mais em-polgado triatleta.

Correr em trilhas é um ótimo jeito de quebrar a monotonia dos treinos e desenvolver, simulta-neamente, algumas novas habilidades, como o equilíbrio e a propriocepção.

Propriocepção é o termo utilizado para descrever a resposta neural aos estímulos sensoriais envia-dos pelos ossos, músculos e tendões a partir de informações de equilíbrio, estática e deslocamen-tos do corpo. Ou seja: quando o meio ambiente, terreno ou movimento provoca algum tipo de desequilíbrio nas estruturas musculoesqueléticas, o sistema nervoso recebe sinais dessa instabilidade e gera uma resposta de maneira a reequilibrar o movimento e proteger as articulações.

Trata-se de uma habilidade que pode ser desen-volvida, gradativamente, a partir de exercícios específicos, como equilíbrio em superfícies ins-táveis ou inibição dos estímulos visuais (execução de movimentos olhando para cima ou de olhos fechados, por exemplo). No caso específico de corredores e triatletas, uma das melhores formas de trabalhá-la é com a variação de superfícies,

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Corrida no mato para triatletas do asfalto

perfis de terreno e do ritmo de corrida – e tudo isso pode ser obtido em um único treino quan-do se corre em trilhas.

No entanto, atletas que estão acostumados a correr apenas em asfalto ou concreto devem tomar alguns cuidados na transição entre as su-perfícies.

O primeiro deles é fazer essa mudança progres-sivamente, de maneira que o corpo tenha tempo para se adaptar ao novo terreno. É interessante começar correndo em estradas de terra batida, abertas e com poucos obstáculos, como pedras e raízes. Também é preferível que, no começo, o terreno seja pouco acidentado e as corridas não muito longas ou muito rápidas – treinos de rodagem, de menor volume, são os melhores para a fase de adaptação.

À medida que o atleta melhora sua habilidade em terrenos irregulares, os treinos podem inclu-ir corridas em “montanha” (tecnicamente, no Brasil, são apenas serras) e em mata fechada, mas é interessante que as sessões intervaladas ou mais fortes sejam mantidas em estradas mais bem cuidadas para minimizar o risco de entor-ses e quedas.

Para atletas com tornozelos ou joelhos muito flexíveis ou instáveis é interessante uma fase de preparação com exercícios proprioceptivos na academia, assim como a manutenção deste trabalho em paralelo às sessões específicas do Triathlon. Os treinos de estabilização e força do core (vide artigo da MundoTRI Magazine de novembro/2010) também são importantes para equilibrar a transferência de forças entre mem-bros inferiores e tronco e evitar lesões.

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Corrida no mato para triatletas do asfalto

O uso de tênis específico para corridas em trilhas é dispensável enquanto o atleta treina em estradas, mas ganha importância à medida que os caminhos ficam mais técnicos. Os principais modelos do mer-cado são praticamente impermeáveis e seus solados são desenvolvidos para melhorar tração, estabilidade e durabilidade, além de evitar que o corredor sinta as pedras no chão, como acontece com os tênis mais macios ou baixos.

Vale lembrar que, nas trilhas, não haverá bebedouros ou postos de gasolina, então é imprescindível que o atleta leve alimentação e hidratação suficientes para todo o percurso, contabilizando o fato de que o ritmo será, provavelmente, mais lento que o habitual.

Atenção com o tempo (nas trilhas, não há muitos abrigos seguros no caso de tempestades), com ani-mais selvagens e com percursos desconhecidos que podem estar mal sinalizados. Menos obsessão por ve-locidade e ritmo que variam muito mais em terrenos irregulares e um pouco de paciência, pois qualquer nova técnica exige prática para a obtenção de resul-tados.

Com tudo isso e algum espírito aventureiro, é hora de procurar os melhores percursos e desbravá-los! No mínimo, os treinos ficarão mais interessantes. É provável que as corridas em trilhas também pro-voquem um aprimoramento da técnica, com maior economia de movimentos/energia, melhorando, em médio prazo, a corrida no asfalto.

Então, pé no asfalto! Ou melhor... Pé na trilha! E bons treinos... MT

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Meu nome é Thiago Mattar Assad, conhecido no esporte como “turco”, moro em Curitiba, tenho 29 anos, sou arquiteto e divido a minha vida entre a profissão e o Triathlon.

Hoje, o Triathlon é o meu estilo de vida, um esporte desafiador onde testo meu limite dia a dia.

Minha semana de treino é dividida da seguinte forma: Eu tre-ino corrida todos os dias da semana, na hora do almoço; o meu treino de ciclismo é feito (terça e quinta) indoor ”spining” e no final de semana vou para a estrada fazer um treino longo. Meu treino de natação é feito nas terças, quartas e quintas à noite. E assim é a minha semana de treino. Diariamente de 2 a 3 horas de atividade, fora as 8 horas como arquiteto, é bem cansativo, mas vale a pena!

Esse ano de 2011, está sendo muito especial. Coloquei como ob-jetivo, no inicio do ano, largar como profissional no brasileiro de Duathlon. Não só larguei, como conquistei a 3° colocação em um dia onde tudo deu certo. Gosto de competir no Duathlon, pois tem as 2 modalidades em que desempenho bem. Porém, no Triathlon, na etapa da natação, as coisas são bem mais difíceis. Já obtive bons resultados no Triathlon e o mais importante deles aconteceu agora, no final de julho, em Balneário Comburiu, onde venci o GP Winter geral “age group”. Foi uma prova short onde o vácuo não era permitido e acho que eu soube tirar proveito disso.

Meu início no Triathlon

Quando tinha 14 anos, por incentivo do meu pai que era ex-piloto, comecei a competir no MotoCross e no Supercross. Fiquei nesse esporte até meus 20 anos. Eu vivi bons momentos e tenho até um título de campeão Estadual nas categorias de base. O Motocross é um esporte que exige muito preparo físico, então eu sempre cor-ria na rua para deixar o condicionamento em dia. Esse contato e compromisso com condicionamento me deram uma base.

Quando parei com MotoCross, continuei fazendo exercícios para manter a forma. No ano de 2004, comecei a fazer umas provas de corrida de 10 km, e obtive bons tempos.

Em 2006, aluguei uma “bike” e fui me aventurar no Sesc Tria-thlon Caiobá. Eu nunca havia pedalado com uma “bike” speed

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na vida. Confesso que aquele short Triathlon virou praticamente um Ironman pra mim. rsrsrs, mas so-brevivi!

Já em 2007, comprei uma bicicleta e comecei a treinar com o triatleta e treinador Fabiano Klents, nos tornamos grandes amigos e ele me apóia até os dias de hoje. Comecei a fazer várias provas do circuito Triativa de Triathlon e Duathlon e fui me-lhorando e aprendendo a cada prova.

Em 2009, foi o ano em que comecei a levar as coi-sas com mais seriedade, a respeitar treinos e dese-jar, realmente, bons resultados. Fui para o Brasi-leiro de Duathlon, em Belo Horizonte MG e venci a

prova na categoria. Acabei sendo convocado pela Cbtri (Confederação Brasileira de Triath-lon) para competir no campeonato mundial, que naquele ano, foi na cidade de Concord, Carolina do Norte, EUA. Nessa prova, obtive a 16° colocação entre 80 atletas que largaram na categoria, pra mim, uma realização pessoal e um excelente resultado. No mesmo ano, conquistei o título de campeão Panamericano de Duathlon, na categoria 25+, aonde cheguei em 6° colocado geral junto com a elite, na ci-dade de Santiago de Calli, Colômbia.

Em 2010, comecei a ser orientado pelo triatle-ta Guilherme Manoccio, nesse ano venci no-vamente o brasileiro de Duathlon na categoria 25+, que aconteceu em Porto Alegre-RS, e fui convocado novamente para o mundial, dessa vez, na cidade de Edimburgo, Escócia, onde cometi um erro de percurso no final da prova e joguei fora a 6° colocação, terminando em 13° na categoria 25+.

Agora, estou 100% focado para disputar o mundial de Duathlon em setembro. A prova vai acontecer na cidade de Gijon, litoral norte da Espanha. Embarco dia 20 de setembro e espero voltar com um bom resultado, estou bem confiante!

Agradeço à revista MundoTRI pela oportuni-dade de poder falar um pouco sobre a minha trajetória no esporte, apesar de ter iniciado no Triathlon pouco tarde, já tenho algo pra contar. Agradeço também à equipe Gustavo Borges e Woom, que são meus apoiadores. MT

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O barefoot running é

para todos?

CIÊNCIADO

TRIATHLON

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Por Camila Nassif, PhDPeter Maulder, PhD

Leah Hutching

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Por muitos anos, temos visto corredores, princi-palmente de países africanos, correndo de pés descalsos. Para muitos, isso era visto como falta de progresso e desenvolvimento, falta de acesso à tecnologia e até como um sinal dos níveis de pobreza destes países. Em 2009, a publicação do livro de Christopher McDougall chamado “Born to Run” (Nascidos para Correr) colocou a corrida de pés descalços no foco da atenção do esporte e mudou a perspectiva de atletas sobre o que é a corrida de pés descalços e porque al-guns atletas escolhem adotá-la.

Mas, a corrida de pés descalço é para todos? Triatletas deveriam fazer essa opção? Qual é o embasamento científico para apoiar o uso ou não da corrida de pés descansos entre atletas? Apesar de por muitos anos nossos ancestrais correrem de pés descalços, como acabamos usando os confortáveis, sofisticados e caros tênis de hoje?

Desde os anos setenta, modernos tênis de cor-rida têm sido desenvolvidos e podem ser consi-derados um fator importante no esporte, já que primeiramente tentam reduzir os riscos de lesão e permitir um alto nível de desempenho espor-tivo. Por muitos anos, fabricantes têm feito al-terações nos tênis de corrida com o objetivo de melhorar suas características (amortecimento, tração e estabilidade) que auxiliam na redução de lesões e melhoram o desempenho de cor-rida. Entretanto, apesar das constantes modi-ficações nos tênis, a predominância de lesões tem sido mantida no decorrer dos anos, o que pode provocar uma certa falta de credibilidade na eficiência dos tênis de corrida.

Pesquisas recentes têm sugerido que correr de pés descalços pode ser um método de treina-mento eficiente que talvez possa reduzir lesões como também melhorar o desempenho. Ape-sar desse conceito estar sendo debatido in-cansavelmente, é de extrema importância que as pesquisas realizadas nessa área sejam lidas com cuidado, já que no passado tiveram seus resultados interpretados de forma que foram levandos à conclusões possivelmente errôneas.

As pesquisas na area de corrida de pés descalços têm se concentrado em estudos de curta dura-ção (aproximadamente 1-2 dias) indicando que existem evidências científicas para apoiar so-mente efeitos curtos desse tipo de treinamento. Alguns dos resultados das pesquisas feitas sobre o método de correr de pés descalços têm rela-tado que atletas apresentam menores forças de impacto, frequência de sobrecarga (já que atle-tas tendem naturalmente a aterrizar na região média dos pés), maior frequência de passada, correm com mais eficiência e gastam menos tempo em contato com o chão. A redução do comprimento da passada tem sido o único fator biomecânico em desvantagem para o desem-penho na corrida apesar disso ser compensado pelo aumento da frequência da passada, en-tretanto não afetando o desempenho geral na corrida.

A implementação da corrida de pés descalsos tem sido considerada por promover uma me-lhor propriocepção (percepção do próprio corpo) devido à grossura dos tênis de corrida agirem como uma barreira entre os pés e a superfície. Isso talvez reduza a sensibilidade dos pés, o que pode consequentemente atrasar a resposta dos pés causando uma lesão.

O tênis de corrida é usado por muitos como uma barreira protetora para evitar machucados, escoriações e/ou bolhas que podem ocorrer com uma variedade de objetos e superfícies. En-tretanto, as propriedades avançadas desenvolvi-das para os tênis de corrida podem exercer um efeito negativo na função biomeânica dos pés, já que este pode estar protegendo os pés em ex-cesso com controle do movimento (reduçao no movimento de eversão, virar o pé para fora) e absorção de impacto (redução das forças de im-pacto). Teoricamente, os músculos que apoiam a estrutura dos pés, possivelmente, se tornam enfraquecidos por não estarem sendo devida-mente sobrecarregados para se adaptarem aos estresses diários que levam às lesões crônicas, como por exemplo, fasceíte plantar e inflama-ção da planta dos pés.

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CIÊNCIA DO TRIATHLON CIÊNCIA DO TRIATHLON

“Pesquisas recentes têm sugerido que correr de pés des-calços pode ser um método de treina-mento eficiente que talvez possa reduzir lesões como também melhorar o desem-penho. ”

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Tem sido especulado que corrida de pés des-calços dá a oportunidade dos arcos dos pés se fortalecerem. Apesar de não haver pesqui-sas para documentar, esse conceito tem sido comprovado com crianças durante os estágios de crescimento. A implementação do uso de sapatos na infância é potencialmente negativa para o desenvolvimento de um arco forte. Já na vida adulta, o sistema musculoesquelético é dificil de ser reestruturado devido a forma-ção óssea já ter sido finalizada.

Até hoje, não existe evidência empírica que sugere que correr de pés descalços é melhor que o uso de tênis de corrida e vice-versa. Baseado nos estudos de curta duração, as pesquisas não recomendam a substituição de treinamento com tênis para o de pés des-calços.

Correr de pés descalços leva algum tempo para se adaptar, por isso aumentar gradual-mente a quantidade de corrida de pés des-calços é o ideal para reduzir a chance de lesões mais sérias como fraturas por estresse. Alguns autores sugerem que ao fazerem a transição para a corrida de pés descalços, se inicie com 30 minutos de caminhada por dia, durante um período de 3 a 4 semanas.

Em conclusão, é importante ressaltar que tênis para corrida é ideal para proteger a superfície da planta dos pés. Os benefícios biomecâni-cos talvez reduzam a incidência de lesões por reduzirem as forças de impacto e frequências de sobrecarga. Exite uma possibilidade de que a corrida com pés descalços poderá fortale-cer o arco dos pés e também contribuirá pra a redução da frequência de lesões, já que a mecânica apropriada dos tênis é incentivada. Existe também a possibilidade da performance de corrida ser otimizada já que atletas tendem a levar menos tempo com os pés em contato com o chão com uma frequência de passada mais alta, mas muito ainda precisa ser explo-rado pela ciência para comprovar estas pos-sibilidades! Boas corridas! MT

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CIÊNCIA DO TRIATHLON CIÊNCIA DO TRIATHLON

Camila Nassif, PhDDoutora pela Charles Sturt University, AustráliaMestre em Ciências do Esporte pela UFMG, BrasilProfessora de Fisiologia do Exercício, Waikato Institute Technology, Nova ZelândiaContato: [email protected]

Peter Maulder, PhDDoutor pela AUT University, New ZealandProfessor de Biomecânica, Waikato Institute Technology, Nova Zelândia

Leah Hutching, Bacharel em Esporte e Ciência do ExercícioEstudante de Pós-graduação da Waikato Institute Technology, Nova Zelândia

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Treinos no rolo:

uma ótima opção para o

inverno e tam-bém para o

verãoPor Prof. Roberto Lemos

e Lucas Helal

É bem verdade que quando chega o inverno, muita gente não consegue se adaptar ao clima e ao treinamento neste período. Entretanto, para quem mora na região sul/sudeste, algumas pro-vas importantes do calendário nacional ocorrem próximas deste período, o que exige que o atle-ta esteja focado e dedicado com o seu treino, mesmo com tempo frio.

No ciclismo, estas condições acabam se tor-nando mais agressivas, pois a sensação térmica causada pelo vento trata por estressar o or-ganismo e, normalmente, o treino de ciclismo é feito no começo do dia, já que exige mais tempo do que as outras modalidades em geral. É nesse momento que alguns atletas acabam perden-do alguns treinos e a motivação neste período diminui consideravelmente. Para solucionar este problema, temos várias opções: Roupas, acessórios para frio, mudança de horário do treinamento, aulas de spinning ou mesmo o

rolo de treinamento. Porém, mesmo para quem mora em regiões onde o frio ou a chuva não são problemas, o rolo também é uma ótima oportu-nidade de evoluir o seu ciclismo.

O objetivo deste artigo é destacar as vantagens que um rolo de treinamento pode trazer para que sejam contornadas as intempéries dos lo-cais de treinamento, ou mesmo como o rolo pode auxiliar dentro das condições normais. Ele é dotado desta versatilidade, pois, além de criar a possibilidade de treinar indoor junto da sua bicicleta, também existem algumas outras van-tagens que são mais difíceis de obter no treina-mento outdoor. Enfim, como o rolo poderá ser incluído no seu treinamento?

Possivelmente, este artefato é um dos bons in-vestimentos que um triatleta ou ciclista pode fazer, com retorno certamente garantido. Isto é verdade pelo fato do rolo trazer um benefício

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CIÊNCIA DO TRIATHLON TREINOS NO ROLO

difícil de encontrar nos treinos outdoor, que é manter condições estáveis para a realização de repetições. Para quem não usa um medidor de potência, é bem complicado controlar um trei-no intervalado de ciclismo com a eficiência em que se controlam repetições de corrida e nata-ção, apenas com um cronômetro e um percurso demarcado. Como o ciclismo é muito sensível às condições climáticas e de relevo, a opção de um lugar estável em que se garanta a igualdade de condições a todo momento pode tornar alguns tipos de treino bem mais eficazes. A combinação de rolo de treinamento + medidor de potência, se torna ainda mais eficaz, pois alia um local com condições estáveis com uma mensuração output do esforço.

Se fizessem uma pergunta sobre qual é o prin-cipal benefício do rolo de treinamento, certa-

mente diríamos que é a possibilidade de controle do treinamento, tal como num velódromo. Logi-camente, por o treino no rolo ser estacionário, perde as características de um treino outdoor. O que é importante nesse momento é saber quan-do deve ser utilizado. Aqui, não se defende a idéia de que os treinos de ciclismo sejam feitos exclusivamente indoor e sim que cada possibili-dade seja explorada dentro da plenitude do que se oferece. Para treinos que utilizam repetições curtas e com alta intensidade, o rolo traz mais segurança e estabilidade para execução do treino do que a maioria dos percursos de trei-no outdoor. Já para treinos de ritmo um pouco mais longos, onde é importante que o atleta se condicione a impor ritmo dentro das condições de prova, certamente a execução do treino out-door é mais eficaz. Outra situação que também é interessante de se verificar são os treinos de

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CIÊNCIA DO TRIATHLON TREINOS NO ROLO

cadência. Existem alguns treinos com variação de cadência, onde se deve manter a mesma potência para diversos tipos de cadência, que podem ser realizados com eficiência no rolo de treinamento. Outra grande vantagem é que não existe tempo nenhum perdido com deslocamen-to ou a quilometragem “perdida” (junkie miles). Os treinos no rolo, usualmente, com 1h a 1h30, são aproveitados por completo, desfazendo a necessidade de se manter por mais tempo no rolo, a menos que, por força da natureza, este-ja-se realizando o treino longo no rolo, a dura-ção extrapola 1h30.

Alguns treinos educativos, tanto de cadência quanto de pedalada, podem ser feitos com bastante qualidade no rolo de treinamento. Sem contar a segurança que o rolo oferece para que se façam os educativos com uma perna só, das fases da pedalada ou ainda os educativos com cadências bem altas. O simples fato de o rolo proporcionar ao atleta que se concentre

basicamente na execução do treino e em nada mais já é um diferencial que deve ser levado em consideração.

Entretanto, também tem as suas desvantagens, que basicamente giram em torno de ser um treino monótono e que não se utiliza da reali-dade do percurso. O treino no rolo é mais eficaz quando o treino se concentra em trabalhar uma variável isolada e bem pontual. Já quando o treino se destina a melhorar a condição aeróbi-ca como um todo, pedalar contra o vento, simu-lar subidas de prova e trabalhar a dirigibilidade que somente os treinos na rua podem te dar, certamente o rolo não é a melhor opção para tal. Como foi frisado desde o início do artigo, o ideal é que se avalie a situação e veja como o treino no rolo pode ser incluído e ainda se ele deve ser.

É importante que os atletas e treinadores saibam que este é um recurso igualmente eficaz como os treinos na rua, ou até melhores, para algu-mas situações específicas, que pode ser utiliza-do tanto como uma opção em dias chuvosos ou de frio rigoroso, ou mesmo com condições fa-voráveis para um treino na rua. Outra vantagem que ainda é oportuno destacar é que este pode

Diversas opções estão disponíveis no mercado

TREINOS NO ROLO

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ser um ótimo recurso para aqueles atletas que não disponibilizam de muito tempo para treinar durante a semana, ou mesmo que os horários para treinos de ciclismo inviabilizem que o trei-no ocorra na rua, como treinos no período da noite ou quem só pode pedalar de madrugada e não tem à disponibilidade os pelotões para maior segurança. Lembrem-se que, alguns atle-tas profissionais, como o Andy Potts, gostam bastante de incluir os treinos no rolo em sua ro-tina para otimização do treinamento e trabalho focado em cima de variáveis. Pense nisso para sua próxima aquisição.MT

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Roberto Lemos, treinador e proprietário da Ironmind Assessoria Esportiva em Florianópolis-SC, triatleta, e Mestre em Ciências do Movi-mento Humano-UDESC.

Lucas Helal é triatleta, estudante do último ano do curso de Bacharelado em Educação Física e membro-pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Esporte-NUPEGE, com ênfase nas áreas de Fisiologia e Bioquímica do Exercício e Cineantropometria.

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Marcus Ornellas é 4º no Triathlon Alpe D’Huez

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O brasileiro Marcus Ornellas termi-nou na 4ª colocação no duríssimo Triathlon Alpe D’Huez, prova com mais de 1.200 metros de subidas em 115 km na bike.

“Passamos por 3 montanhas, sen-do que a primeira de aproximada-mente 20 km, a segunda de 25 km e a terceira, a mais temida, o Alpe D’Huez. Enfrentamos 21 curvas de 180 graus. Entre cada uma das subidas enfrentamos descidas com partes técnicas ou velozes, porém sempre debaixo de temporal”, disse Ornellas.

A prova envolveu 2,2 km de nata-ção, 115km de bike nos Alpes e 22 km de corrida em trilhas com mui-tas subidas e descidas.

Após a prova, Marquinhos afirmou: “Estou muito feliz! O Triathlon do Alpe D’Huez é , sem dúvidas, a pro-va mais difícil do nosso esporte e estar entre os primeiros dentre os grandes atletas presentes, foi uma grande emoção pra mim! Principal-mente pelo fato de que, em 2010, na mesma época do ano, estava re-cém operado, começando fisiotera-pia e com uma imensa incerteza de como seria meu futuro como atleta profissional.” MT

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SELVA!XTERRA Amazon marca acelebração do Triathlon off-road no Brasil

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OO XTERRA Brazil começou um dia antes da lar-gada. Mais de 30 atletas e jornalistas partici-param do XTERRA Munduruku, um grupo de atividades orientadas para o ensino de técnicas de sobrevivência no meio da selva amazônica. Os Munduruku eram uma tribo guerreira domi-nante no Vale dos Tapajós, com grandes habili-dades de sobrevivência na selva, daí a inspira-ção para o treinamento. Os militares do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) do Exército Brasileiro foram os responsáveis pelas atividades.

Após algumas horas de instruções e demonstra-ções, os participantes se dirigiram a um acam-pamento no meio da selva, onde pernoitaram. “Foi uma grande experiência! Acabei apren-dendo muita coisa e conhecendo novas frutas e vegetais comestíveis. A noite na selva assusta, a princípio, mas depois que se aprende o básico, foi agradável dormir ouvindo todos os sons da Floresta Amazônica”, disse o editor o Mundo-TRI, Wagner Araújo, que participou do evento.

Às 5:00 da manhã do dia seguinte, quase 400 atletas se destinaram de Manaus para a Base de Instrução 4 (Pedro Teixeira) do CIGS do exército brasileiro, no meio da selva amazônica. Foram 20 minutos em lanchas conhecidas como “voa-deiras”, cada uma levando cerca de 15 pessoas. As bikes foram levadas por uma grande embar-cação do Exército, o ferry boat Uapé. Às 06:00 da manhã, todos já estavam tomando café para a largada, que fora às 08:00, quando o clima começa a esquentar na selva amazônica. Após organizarem suas bikes na transição, os atletas se dirigiram para a bandeira brasileira, onde to-dos repetiram a Oração do Guerreiro da Selva Amazônica:

Oração: “Sobrepujai todos os vossos oponen-tes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A persever-

ança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!”

Com uma bomba submarina, utilizada para afastar animais como piranhas e jacarés do lo-cal da natação, foi dada a largada do XTERRA Amazon às 08:00 no belíssimo percurso do “Quadrado Maldito”, área de treinamento onde é realizada a formação dos Guerreiros da Selva, o curso mais extenuante do Exército Brasileiro, onde, em média, apenas 50% dos alunos che-gam até o final.

Os 1.500m de natação foram realizados no I-garapé Mainã, no Lago do Puraquequara, um afluente do Rio Negro. A água escura assustava os competidores, que não podiam urinar na água devido ao Candiru, um peixe amazônico muito pequeno que é atraído pela urina huma-na e pode penetrar pelo canal da uretra, mesmo estando com roupas como maiôs ou sungas.

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A prova masculina

O exímio nadador de águas abertas e atleta olímpico Luiz Lima, foi o primeiro a sair da água. Participando da modalidade revezamento, Luiz fechou os 1.500m em 18min31seg, 1min15seg à frente do australiano Ben Allen e 3min50seg da jovem estrela brasileira Felipe Moletta e Ro-drigo Altafini. O britânico Sam Gardner, um dos favoritos, saiu do rio mais atrás, com 24min16-seg com o argentino Max Morales em seu pé.

O percurso de 30 km de moutain bike passou por estradas e trilhas da Base, com vários pon-tos de atoleiros e muitos troncos caídos nas tri-lhas. “Eu acha que a Amazônia era só terreno plano, mas tinha muita subida na prova”, disse o brasileiro Felipe Moletta. O percurso teve diver-sos elementos: Descidas, subidas, trilhas fecha-das com muitas raízes, lama e rios. Sam Gardner

fez o melhor pedal, fechando a bike em 1:16:13, mas quem entregou a bike em primeiro lugar foi Ben Allen, que passou a liderar após ultrapassar o time de revezamento do Luiz Lima. Moletta fez praticamente o mesmo tempo no pedal de Allen, saindo para correr atrás de Gardner.

Na corrida, os atletas entenderam o porquê do nome “Quadrado Maldito”. Foram 9 km de trilhas técnicas com subidas e muitas árvores. Quando os atletas iam para as estradas de terra tinham que enfrentar o calor escaldante. O mo-mento mais marcante da corrida foi quando os atletas tinham que enfrentar um sumidouro no meio da selva, local onde era mais fácil atraves-sar nadando do que correndo.

“Foi uma prova incrível. É tudo tão impressio-nante aqui na Amazônia! As condições na Aus-trália não são tão diferentes, então me adaptei

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bem aqui. Hoje, eu tive grandes momentos que vou levar para o resto da vida” - O vencedor Ben Allen após a prova.

Felipe Moletta vinha forte, ultrapassando Sam e tentando alcançar Ben Allen, que seguia lideran-do. O australiano, em sua primeira prova no Bra-sil, administrou o cansaço e conseguiu manter a vantagem sobre o brasileiro, vencendo o XTERRA Brazil 2011 Amazon com 2:27:09, seguido do brasileiro Felipe Moletta, Sam Gardner, Rodrigo Alfatini e do argentino max Morales.

Moletta, que estreou na Amazônia, se mostrou muito satisfeito com o resultado: “Sofri muito com o calor, cheguei a achar que não iria con-seguir, mas segurei e foi uma prova bem ba-cana.” Em relação ao crescimento das provas de XTERRA e de Cross Triathlon em todo o mundo, o atleta foi enfático: “Eu fiz a primeira prova, em 2005, no Brasil, quando era apenas uma etapa. É um esporte que tem cativado muito os atletas”.

A prova feminina

Entre as mulheres, a primeira a sair da água foi a triatleta amazonense Jéssica Santos, que partici-pou no revezamento. Na disputa do individual, a austríaca Carina Wasle e as brasileiras Luzia Bello e Liege Souza saíram juntas da água. Um minuto atrás veio Carla Prada e 3min30seg depois das líderes, Sabrina Gobbo e Manuela Vilaseca, e Manu Vilaseca.

No pedal, a levíssima (42kg) Cariba Wasle voou nas trilhas amazônicas, fechando os 30 km com 1:32:59, 10 minutos à frente de Manu, que fez o melhor pedal brasileiro. Liege Souza sentiu a falta de competições e perdeu algumas posições na bike.

“Foi absolutamente fantástico correr aqui no Bra-sil. Eu fiz uma longa viagem e queria muito ven-cer essa prova. Fiquei com um pouco de medo

antes, principalmente na natação, mas consegui me concentrar e fazer uma grande prova” - Carina Wasle, a vencedora

A austríaca estava mesmo decidida a ganhar. A atleta encaixou ainda a melhor corrida para vencer de ponta a ponta o XTERRA Brazil, com 2:52:33. Após a recuperação na bike e na corrida, Sabrina Gobbo fechou na segunda colocação, seguida de Manu Vilaseca, Luzia Bello e Carla Prada.

Segundo a brasileira Manu Vilaseca, “Eu vim para cá com a expectativa de encarar uma prova du-ríssima, principalmente com relação ao clima, que é brutal. Eu acabei bebendo pouca água e senti na corrida. Eu lembro de 2005, quando era ape-nas uma prova, no ano, de XTERRA. Hoje aqui, vemos o sucesso desse evento que é pensado para os atletas levarem sua família, além de ser a mo-

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dalidade de Triathlon que mais gosto, por causa do mountain bike.”

O ambiente festivo tomou conta de Manaus depois da prova. À tarde, foi re-alizada a Corrida Kids, que reuniu crianças de todas as idades em um ambiente familiar muito descontraí-do. Algumas horas depois, 1.800 atletas participaram da Night Run, uma corrida rústica noturna nas trilhas da Base de Instrução 5 do CIGS, próxima ao centro de Manaus.

Night run

Mais uma vez o XTERRA, assim como o Cross Tria-thlon em geral, mostrou que há muitas possibili-dades para serem exploradas e muitos atletas de outras modalidades, em especial o mountain bike, interessados em diversificar suas atividades esporti-vas e participar de eventos multiesportivos. Isso é notório quando se pode integrar toda a família no evento, como foi o caso da Night Run e a Corrida Kids.

Todos que passaram na Amazônia viveram uma grande experiência, e os que não foram não podem deixar de estar lá no ano que vem para entender o que significa o grito de guerra: “SELVA!”

A próxima etapa do circuito, o XTERRA Costa Verde, acontece entre os dias 13 e 14 de agosto em Man-garatiba - RJ. MT

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Presença dos militaresno percurso

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Geral Atleta Cat. Natação T1 Bike T2 Corrida Total Cat.1 Benjamin Allen Elite :19:44 :00:54 01:18:23 :00:43 00:47:25 02:27:09 12 Felipe Moletta Elite :22:20 :01:09 01:18:32 :00:45 00:46:52 02:29:38 23 Sam Gardner Elite :24:16 :01:31 01:16:13 :00:44 00:48:20 02:31:04 34 Rodrigo Altafini Elite :22:22 :01:24 01:21:19 :00:37 00:52:00 02:37:42 45 Maximiliano Morales Elite :24:25 :01:18 01:24:47 :00:52 00:48:12 02:39:34 56 Kenny Souza Elite :23:03 :01:08 01:27:25 :00:31 00:51:53 02:44:00 67 Ricardo Ramirez Elite :24:04 :01:14 01:34:16 :00:47 00:44:12 02:44:33 78 Frederico Zacharias Elite :28:12 :01:20 01:21:18 :00:43 00:55:21 02:46:54 89 Cid Santos Elite :23:49 :01:18 01:33:46 :00:49 00:50:28 02:50:10 911 Carina Wasle F Elite :25:29 :01:15 01:32:59 :00:46 00:52:04 02:52:33 112 Joao Rodrigues Elite :25:00 :01:23 01:29:06 :00:51 00:57:28 02:53:48 1014 Emerson Vale Elite :22:52 :01:29 01:44:57 :00:40 00:47:43 02:57:41 1115 Cristian Cruz Elite :31:13 :02:03 01:29:13 :00:47 00:57:11 03:00:27 1224 Sabrina Gobbo F Elite :28:07 :02:05 01:42:22 :01:33 01:00:32 03:14:39 225 Lucas Leite Elite :24:28 :01:35 01:45:09 :00:44 01:05:17 03:17:13 1333 Manuela Vilaseca F Elite :28:17 :02:03 01:42:15 :01:16 01:06:11 03:20:02 336 Luzia Bello F Elite :25:19 :01:34 01:51:11 :00:58 01:03:55 03:22:57 441 Carla Prada F Elite :26:40 :01:49 01:48:03 :01:01 01:10:08 03:27:41 545 Newton Leitao Elite :31:44 :01:42 01:38:45 :01:10 01:16:55 03:30:16 1463 Daniela Machado F Elite :30:58 :02:39 01:50:39 :01:28 01:13:48 03:39:32 668 Liege Souza F Elite :25:36 :01:23 02:05:42 :00:38 01:11:25 03:44:44 780 Mariza Souza F Elite :37:38 :02:25 02:01:57 :00:52 01:09:18 03:52:10 888 Andrea Carloni F Elite :35:15 :02:19 02:04:33 :01:00 01:12:59 03:56:06 9

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Série Especial:Ironman do Havaí

Ironman do Havaí: uma análise do percurso na Grande Ilhapor Vinícius Santana

Com a mais importante prova do calendário mundial do triathlon se aproximando, técnicos de atletas classificados começam os treinos es-pecíficos para o Ironman do Havaí. Nas próximas três edições da revista vou relatar, em uma série de artigos, uma modalidade do triathlon. Como os treinadores Ironguides estão preparando os dez atletas que a empresa terá largando em Kona, sendo quatro deles brasileiros.

Natação

A fama do Ironman do Havaí é de ser uma pro-va com condições duras que não favorecem um tempo total rápido. Isso se dá por uma combi-nação das três modalidades, altas temperaturas, umidade e ventos fortes.

A natação é com frequencia ignorada, pois, por se tratar de números que de início parecem ser insignificantes como três ou quatro minutos mais lento que outras provas, alguns atletas e treinadores não dão a devida importância para esta parte da prova. Porém, como Triathlon é swimbikerun e não swim+bike+run, o quão preparado para a natação você está, terá um impacto também em seu tempo no ciclismo e na corrida.

A maioria das seletivas tem o wetsuit liberado para a natação, portanto cada atleta deve trei-nar com isso em mente. O treino para uma pro-va de wetsuit é relativamente mais fácil, pois o excessivo uso de palmar e pulbóia, combinação que simula o wetsuit, é uma ajuda no momento em que o atleta está fadigado. A pulbóia ajuda na flutuação e o palmar mantém os batimentos baixos, porém, ainda assim, continua sendo um

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Série Especial:Ironman do Havaí

excelente treino de força específica.

De todos nossos dez atletas classificados, ape-nas o Luiz Topan, participante da coluna “Diário até Kona” do MundoTRI, fez a seletiva em uma prova sem o uso de neoprene, o Ironman de Cozumel. O restante dos atletas tiveram suas planilhas trabalhadas para desenvolver habili-dades técnicas e físicas que lhes preparassem para nadar com o wetsuit.

Mais uma vez com a vaga, a história muda, e por mais que o wetsuit possa ser apenas um detalhe para nadadores experientes, aqueles que não tem um histórico na natação sofrem bastante sem a roupa de borracha.

Considerando, por exemplo, nossos quarto atle-tas classificados no Ironman Brasil, eles terão apenas três meses de treinos para Kona, pois Junho foi praticamente um mês de descanso ativo. Nesses três meses o foco é equilíbrio e força na água.

Equilíbrio e força na água

Equilíbrio, pois acostumados a nadarem com o wetsuit e a pulbóia, eles acabam mudando a posição na água, principalmente, do tronco e da cabeça, pois mesmo olhando para frente com a cabeça alta e pouca pernada, o wetsuit ainda lhe permite uma boa posição na água. Porém, essa posição, em uma prova como Kona, é ex-tremamente desgastante, pois o corpo do atleta não fica na mesma altura em relação à água em uma prova com o wetsuit.

Então, trabalhamos com uma ferramenta

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“A natação é com frequencia ignorada, pois, por se tratar de números que de início pare-cem ser insignificantes”

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bastante interessante, a chamada “banda de borracha no tor-nozelo”. São elásticos que servem para unir ambos os torno-zelos, evitando a pernada, incentivando um maior arrasto das pernas e forçando o atleta a trabalhar o tronco como ponto de equilíbrio, além de aumentar a carga de força em cada bra-çada. Uma vez que o elástico é retirado, o atleta se sente no topo da água e com maior controle de seu equilíbrio.

Porém, existem cuidados ao se usar o elástico (apelido que demos à banda de borracha), pois o atleta que não tem um bom equilíbrio na água e que não está acostumado a usar a ferramenta terá uma posição inadequada, e fazer longas dis-tâncias com a ferramenta é um incentivo à prática imperfeita. Idealmente, atletas iniciantes devem fazer repetições curtas de 25 a 50 metros.

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Abaixo um treino relativamente curto, porém intenso, que estamos usando com alguns atletas para Kona:

> Aquecimento Livre

> Série principal (2km):

• 20x25m moderado com elástico – 15 seg descanso

• 20x50m sendo 3x50 fácil, 1x50 forte – 15 seg descanso

• 20x25m moderado com elástico – 15 seg descanso

> O que focar durante a série:

• Agua passando na nuca

• Cabeça afundada na água

• Nadando em “queda” (downhill)

• Empurre o tronco na água para flutuar as pernas

Resumo

As dicas aqui mencionadas também podem ser utilizadas por atletas que treinaram especificamente para uma prova que permite o uso do wetsuit, mas que logo em seguida partici-parão de um triathlon onde o wetsuit não é liberado.

Quanto melhor nadador você for, mais volume poderá fa-zer com o elástico e maior variação pode implementar nas séries, como repetições mais longas e utilização de palmar. Alguns atletas gostam, inclusive, de utilizar o elástico duran-te alguns minutos no aquecimento de provas sem o wetsuit, justamente porque na hora que é dada a largada, a sensação de estar no topo da água ajuda na parte de confiança e faz com que o atleta se sinta bem.

Bons treinos! MT

Série Especial:Ironman do Havaí

Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa que oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, pro-gramas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas.www.ironguides.net/br

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O Mundo não precisa de mais papel, mas você precisa de mais informação.

No PC, no iPad, no iPhone, no iPod Touch, no Android, no smartphone, enfim, onde você

estiver.

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WCEDMONTONCarla Moreno conquista 4º lugar e Diogo Sclebin 8º

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Aconteceu no dia 10 de julho, a Etapa de Ed-monton da Série de Copas do Mundo de Tri-athlon da ITU (International Triathlon Union). Os vencedores foram o neozelandês Bevan Do-cherty (medalhista de prata nas Olimpíadas de Athenas 2004) e a australiana Ashleigh Gentle (campeã mundial Júnior), que aproveitou a ausência da imbatível Paula Findlay, devido a uma lesão.

”Hoje cumpri minha meta de ter a colocação fi-nal melhor ou igual ao meu número de largada. Com o número 8 no peito e fui 8º na Copa do Mundo de Edmonton, Canadá. Fiz importantes pontos para a corrida olímpica, e estou muito feliz com o resultado.” - Diogo Sclebin

Os grandes destaques brasileiros foram Diogo Sclebin e Carla Moreno. Enquanto Carla belis-cou o pódio, ficando apenas a 11 segundos da 3ª colocada, Diogo terminou na 8ª colocação após encaixar uma corrida para 31min38seg nos 10 km.

Ainda entre os brasileiros, Juraci Moreira fechou em 19º lugar, seguido de Fabio Carvalho (23º e Marcus Vinícius Fernandes 55º). Mauro Cava-nha teve problemas no ciclismo e não comple-tou a prova. No feminino, o Brasil ainda contou com Pâmela Oliveira (melhor natação do dia) na 25ª colocação e Flávia Fernandes em 42º. MT

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Carla, à esquerda, brigou por uma vaga pelo pódio.

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Pos. AtletaMasculino

País Natação T1 Bike T2 Corrida Total

1 Bevan Docherty NZL 00:17:00 00:01:08 00:58:44 00:00:22 00:31:05 01:46:47

2 Aurelien Lescure FRA 00:17:11 00:01:08 00:58:37 00:00:24 00:31:02 01:46:49

3 Hunter Kemper EUA 00:17:14 00:01:08 00:58:27 00:00:21 00:31:15 01:46:54

4 Kyle Jones CAN 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 01:47:06

5 Crisanto Grajales MEX 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 01:47:13

6 Simon Whitfield CAN 00:16:55 00:01:08 00:58:57 00:00:29 00:31:29 01:47:21

7 Akos Vanek HUN 00:17:04 00:01:08 00:58:39 00:00:22 00:31:40 01:47:22

8 Diogo Sclebin BRA 00:17:18 00:01:10 00:58:34 00:00:27 00:31:38 01:47:30

9 Herve Banti MON 00:17:13 00:01:08 00:58:35 00:00:24 00:31:46 01:47:34

10 Aaron Royle AUS 00:16:40 00:01:06 00:59:04 00:00:24 00:31:54 01:47:37

19 Juraci Moreira BRA 00:17:09 00:01:08 00:58:34 00:00:22 00:32:39 01:48:24

23 Fabio Carvalho BRA 00:17:15 00:01:08 00:58:31 00:00:24 00:32:57 01:48:44

55 Marcus Fernandes BRA 00:17:13 00:01:08 00:58:36 00:00:24 00:36:31 01:52:20

DNF Mauro Cavanha BRA 00:18:03 00:01:13 00:00:00 00:00:36 00:00:00 00:00:00

Feminino

1 Ashleigh Gentle AUS 00:19:08 00:00:41 01:05:59 00:00:24 00:35:06 02:00:14

2 Mateja Simic SLO 00:18:27 00:00:36 01:06:09 00:00:22 00:36:29 02:01:06

3 Lisa Perterer AUT 00:18:25 00:00:00 01:06:24 00:00:29 00:36:19 02:01:07

4 Carla Moreno BRA 00:18:12 00:00:34 01:06:38 00:00:27 00:36:30 02:01:20

5 Anahi León MEX 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 02:01:26

6 Kiyomi Niwata JPN 00:19:11 00:00:37 01:06:03 00:00:29 00:36:25 02:01:38

7 Charlotte Morel FRA 00:18:17 00:00:34 01:06:29 00:00:31 00:37:07 02:01:53

8 Helle Frederiksen DIN 00:18:11 00:00:34 01:06:38 00:00:29 00:37:09 02:01:59

9 Keiko Tanaka JPN 00:18:23 00:00:36 01:06:15 00:00:22 00:37:28 02:02:05

10 Alice Betto ITA 00:18:13 00:00:34 01:06:29 00:00:24 00:37:29 02:02:10

25 Pamela Oliveira BRA 00:17:58 00:00:34 01:06:51 00:00:29 00:41:07 02:05:56

42 Flavia Fernandes BRA 00:18:34 00:00:58 01:08:04 00:00:29 00:43:40 02:10:19

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Coluna do Ciro ViolinTudo tem um começo.

Isso é fato, e óbvio.

Nosso esporte, muito antes de ser formado juntando as três modalidades (swim-bike-run), era praticado com cada modalidade individualmente. Mas, antes de termos com-petições individuais de cada esporte, eles eram praticados despretenciosamente em es-tradas de terra. Claro que a natação não, mas o ciclismo e a corrida sim.

Com o progresso do homem, a pavimentação veio e o ciclismo e a corrida evoluíram junto, migrando, quase que 100%, para o asfalto. Essa foi uma tendência natural. Mas, há al-guns anos, o esporte off-road vem ganhando espaço novamente. Muitas bicicletas Moun-tain Bike (MTB) estão rodando por aí em di-versas provas que estão sendo organizadas.

Realmente, o esporte off-road tem algo es-pecial, pois é praticado ao lado da natureza, em bosques, florestas, plantações e fazendas, onde é possível ver animais, córregos, rios, cachoeiras e se integrar com o ambiente, em paz e harmonia.

Existem muitas corridas do tipo tracking e muitas provas de MTB, mas são as provas de Triathlon off-road que vamos falar um pouquinho.

Essa ramificação do Triathlon deu certo e vem conquistando espaço e adeptos em todo o mundo. Eu mesmo, quando me aposentar do Triathlon tradicional, penso em migrar para o XTERRA. No momento, isso não é possível, pois é necessário treinar muito MTB e corridas single track. E é sobre isso que quero falar.

Muita gente acha que fazer um XTERRA é

simples. Pensam que basta apenas trocar a speed por um MTB, e tudo vai sair normal-mente.

Coitada dessa pessoa! Mal sabe ela o quão difícil é praticar essa modalidade.

Para treinar para Triathlon off-road, é necessário ter muito mais foco do que para o Triathlon normal. Com uma bike speed e correndo na rua, você deve apenas olhar para frente. Com a MTB e correndo em trilhas, você deve olhar para frente, para os lados, para baixo, para trás e, mesmo assim, ainda pode bater a cabeça numa arvore, ou dar de cara com um tronco à sua frente.

É muito mais complicado fazer provas de XTERRA. Os treinos são totalmente diferentes e têm coisas básicas, nesse esporte que você precisa saber:

- Você precisa saber que vai ter que empurrar a bike em alguns pontos, seja subidas ín-gremes ou riachos.

- Precisa saber que, por muitas vezes, vais es-corregar e cair na lama.

- Precisa saber que estará o tempo todo sujo, com barro entrando pela boca e olhos.

- Precisa saber fazer uma manutenção bási-ca na bike, pois, depende do percurso e das condições de prova, ela pode te deixar na mão.

- Precisa saber que estará sujeito a ter diversas escoriações, pois os tombos são frequentes e os galhos das árvores machucam.

- Precisa saber que correr na areia fofa da praia vai te fazer nunca mais querer estar ali

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novamente, pois a dificuldade é tanta que você vai achar que esta “pagando seus pecados”.

Mas claro, também existe o lado bom. Como eu disse antes, estar integrado com a natureza ao seu redor é algo inexplicável e só sabe disso quem pratica o off-road.

Qualquer um pode fazer?

SIM!

Mas, deve se dedicar muito e focar mais do que no Triathlon tradicional. Não tenho visto, no mercado, muitas assessorias esportivas com foco no Triathlon Off Road.

Muitos se arriscam a fazer estas provas sem o míni-mo de conhecimento e acabam se machucando. Esse triathlon é muito detalhado e minucioso. Deve ser praticado com segurança, responsabilidade e depois de muito treino.

MUITO TREINO!

E não é qualquer treino. São treinos específicos de trilhas na corrida, e single track na bike.

Isso não é fácil!

As provas de XTERRA são muito legais e ganharão es-paço, cada vez mais, entre os atletas. Eu recomendo participar desse tipo de provas desde que você treine especificamente para elas com responsabilidade e foco. Nada de achar que é tudo igual e que você vai se sair bem, logo de cara.

Como em qualquer prova da família do Triathlon, RES-PEITE o evento, se dedique para vencer você mesmo e as dificuldades dos percursos desafiadores. MT

Ciro Violin - www.ciroviolin.com.br

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Provas off-road

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