Prof. Jorge Nhambiu
Motores Térmicos
8º Semestre 4º ano
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Aula 4 – Tipos de Combustíveis e Combustão
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} Caracterização das Chamas;
} Modelo de Gás ideal;
} Composição do ar e dos Combustíveis;
} Combustão;
} Propriedades dos Gases de Escape.
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4.1 Caracterização das chamasA combustão da mistura ar-combustível no interior do cilindro é um dos processos que controla a potência, rendimento e as emissões dos motores. O processo de combustão é diferente nos dois tipos principais de motores: } No motor do ciclo Otto o combustível e o ar são misturados no sistema de
admissão, depois esta mistura é comprimida e por meio de uma descarga
eléctrica inicia-se o processo de combustão. A chama desenvolve-se desde o
núcleo criado pela descarga eléctrica e propaga-se pelo cilindro até as paredes
da câmara de combustão. Nas paredes a chama é extinta sob a forma de
transmissão de calor e a destruição dos espécimes activos nas paredes torna-
se o processo mais dominante.
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4.1 Caracterização das chamas} Carburação } Injecção
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4.1 Caracterização das chamas} Nos motores que funcionam segundo o ciclo Diesel o combustível é
injectado no cilindro onde se encontra o ar a altas pressão e temperatura,
perto do fim do tempo de compressão. A auto-ignição de partes da
mistura em formação a custa do combustível já injectado e vaporizado
com o ar quente faz começar o processo de combustão, que se propaga
rapidamente. A queima assim procede-se a medida que o combustível e
o ar se misturam em proporções apropriadas para a combustão ter lugar.
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4.1 Caracterização das chamas} Injecção convencional } Injecção common rail
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4.1 Caracterização das chamasO processo de combustão é uma reacção rápida, isotérmica da fase gasosa
(onde o oxigénio é geralmente um dos reagentes). A chama é uma reacção
de combustão que se pode propagar subsonicamente através do espaço.
A estrutura da chama não depende de ser a chama a mover-se em relação
ao observador ou esta estar estática e o gás mover-se em relação a chama.
A existência de movimento da chama implica que a reacção esteja
confinada a zona que é pequena em espessura, quando comparada com a
dimensão do aparato, no caso concreto da câmara de combustão do
motor. A zona de reacção é geralmente chamada frente de chama.
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4.1 Caracterização das chamas
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As chamas podem ser classificadas em função
com a composição dos reagentes quando
entram na zona de reacção. Se o combustível e
o oxidante estiverem os dois bem misturados, a
chama é designada pré-misturada. Se os
reagentes não estiverem pré-misturados e
tiverem de se misturar no local onde a reacção
tem lugar a chama é chamada chama de difusão
porque a mistura é acompanhada por um
processo de difusão;
Chama Pré-Misturada
Chamas de Difusão
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4.1 Caracterização das chamas
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Outra classificação das
chamas tem a ver com a
característica básica do fluxo
de gás ao longo da zona de
reacção: que pode ser laminar
ou turbulenta. A
característica deste tipo de
chama é dada pelo número
de Reynolds.
Chama laminar
Chama turbulenta
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4.1 Caracterização das chamasA última classificação que aqui se aborda prende-se com o facto da chama ser permanente ou não permanente. A distinção aqui depende de quando a estrutura da chama e o seu movimento variam com o tempo.
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Chama não permanente Chama permanente
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4.2 Modelo de Gás IdealAs espécimes de gases que constituem o fluído de trabalho em motores de combustão interna são geralmente tratadas como gases ideais. Os diversos parâmetros dos gases ideais encontram-se ligados pela equação de estado da seguinte forma:
pV =mRT =m!RMT = n !RT
Onde p é a pressão, V o volume, m a massa de gás, T a temperatura, R a constante universal dos gases, M a massa molar e n o número de moles.
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(4.1)
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4.3 Composição do Ar e dos CombustíveisNormalmente, nos motores o combustível é queimado com ar. O ar seco é uma
mistura de gases que representam a seguinte composição percentual: □ oxigénio = 20,99;
□ nitrogénio = 78,03;
□ árgon = 0,94;
□ gases raros: néon, hélio, e crípton;
□ dióxido de carbono = 0,03 e
□ hidrogénio = 0,01.
Para muitos dos cálculos é suficientemente preciso considerar que o ar seco é
composto por 21 por cento de oxigénio e 79 por cento de gases inertes na forma
de nitrogénio.
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4.3 Composição do Ar e dos Combustíveis
Tabela 4.1 Propriedades do ar
Gás Análise volumétrica
Fracção Molar
Peso Molecular Peso relativo
O2 20,99 0,2099 32,00 6,717
N2 78,03 0,7803 28,016 21,861
A 0,94 0,0094 39,944 0,376
CO2 0,03 0,003 44,003 0,013
H2 0,01 0,0001 2,016
Total 100,00 100 ........ 28,967 = Mar
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4.3 Composição do Ar e dos Combustíveis
No processo de combustão o constituinte activo é o oxigénio, o nitrogénio aparente considera-se inerte. Daí para cada mole de oxigénio fornecido, 3,764 moles de nitrogénio aparente acompanham-no na reacção:
2 79,01 3,764 20,99
moles de N aparentemoles de Oxigénio
=
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(4.2)
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4.3 Composição do Ar e dos CombustíveisO petróleo é constituído por centenas de substâncias químicas, do metano ao asfalto. Sua composição é bastante variada: } Hidrocarbonetos: 83 a 87% em carbono e 11 a 15% de hidrogénio } Nitrogénio: 0 a 0,5% } Enxofre: 0 a 6% } Oxigénio: 0 a 3,5% } Compostos são normalmente divididos em:
▪ Parafinas: hidrocarbonetos lineares de cadeia aberta CnH2n+2 ▪ Isoparafinas: hidrocarbonetos ramificados de cadeia aberta CnH2n+2 ▪ Olefinas: hidrocarbonetos não saturados, de cadeia aberta, CnH2n ▪ Naftenos: hidrocarbonetos de cadeia cíclica e saturada, CnH2n ▪ Aromáticos: hidrocarbonetos com anéis benzênicos, de cadeia CnH2n-6
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C1 a C4 gases
20ºC
C1 a C 9 naftina
70ºC
C5 a C10 gasolina
120ºC
C10 a C16 querosene
170ºC
C14 a C20 gasóleo
270ºC
C20 a C50 lubrificantes
C20 a C70 nafta
600ºC >C70 alcatrão
As fracções diminuem a densidade e do ponto de ebulição
Petróleo bruto (crude)
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4.3.1 Alcanos ou ParafinasOs alcanos, também chamados
hidrocarbonetos parafínicos ou parafinas,
são compostos constituídos
exclusivamente por carbono e hidrogénio
e formam uma série homóloga, cujo
primeiro membro é o metano (CH4).
A estrutura física dos alcanos é de cadeia
carbónica acíclica (alifática), saturada e
homogênea, ou seja, cadeia aberta que
apresentam simples ligações entre átomos
de carbono.
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CH
CHH
HH
- - -
--- -
H
2 2n nC H + (4.3)
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4.3.2 CicloparafinasAs Cicloparafinas
apresentam ligações
simples e não saturadas de
anéis de hidrocarbonatos.
Ligações não saturadas,
pois pode-se quebrar a
cadeia e adicionar uma
molécula de Hidrogénio.
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CH
CH
H
H
H
- - -
--- -
H
2n nC H
C
- -(4.4)
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4.3.3 Alquenos ou Olefinas
Distinguem-se por ter uma
ligação dupla na posição
primária ou alfa (α). Esta
localização de uma liga
dupla reforça a
reactividade do composto
e os faz serem úteis para
um grande número de
aplicações.
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C CH
H
H
H----
2n nC H-
-(4.5)
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4.3.4 AromaticosHidrocarbonetos aromáticos são
geralmente compostos
caracterizados por apresentar como
cadeia principal um ou vários anéis
benzênicos, sendo a
"aromaticidade" melhor definida
como uma "dificuldade" das
ligações duplas de um composto
reagirem em reacções típicas de
alcenos, devido a uma
deslocalização destas na molécula.
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HC CHC
H
H
2 6n nC H −
C CHHC === =
==
(4.6)
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4.3.5 Alcinos ou AcetilenosOs alcinos são os hidrocarbonetos acíclicos que
contêm uma tripla ligação; consequentemente a
sua fórmula é do tipo CnH2n-2, sendo n maior ou
igual a dois. São tradicionalmente conhecidos
como acetilenos, embora o nome acetileno seja
usado para referenciar o membro mais simples da
série, conhecido oficialmente como etino.
Os alcinos caracterizam-se por terem uma ligação
tripla carbono-carbono. Tanto os alcenos como
os alcinos denominam-se hidrocarbonetos
insaturados, pelo facto de terem ligações duplas e
triplas. As propriedades físicas dos alcenos e dos
alcinos são semelhantes à dos alcanos.
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C C HH ---2 2n nC H −
--(4.7)
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4.3.6 Álcoois
Nestes componentes
orgânicos um grupo
hidroxil (-OH) é
substituído por um átomo
de hidrogénio. Dai o
metano transformar-se
em metanol CH3OH.
22
CH
HH
OH- -
--
2 1n nC H OH+ (4.8)
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4.4 Índices para a classificação dos combustíveis
Poder anti-detonante (Índice de Octanas) - é bastante
importante para a classificação de combustíveis utilizados
em motores a carburador
O número de octanas é a medida que caracteriza o poder
anti-detonante.
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4.4 Índices para a classificação dos combustíveis
232233 )()( CHCHCHCCH
O número de octanas “OZ” indica que o poder anti-detonante dum combustível num motor de ensaio corresponde a uma mistura de a partes volumétricas de iso-octana
e de (100-a) partes volumétricas de heptano
Pode-se aumentar o poder anti-detonante com aditivos que contenham chumbo, que é o caso do tetra-etilato de chumbo (até 0,05% do volume)
3523 )( CHCHCH
24
(4.9)
(4.10)
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4.4 Índices para a classificação dos combustíveis
A reacção de ignição - é um parâmetro importante a
ter em conta quando se trata da classificação de
combustível do tipo gasóleo. Esta reacção de ignição é medida pelo número de Cetano “CaZ”.
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4.4 Índices para a classificação dos combustíveis
3416HC
O Número de Cetano representa o processo de ignição do combustível gasóleo num motor de ensaio, combustível este composto por a partes volumétricas de Cetano
cuja reacção de ignição é 100 e (100-a) partes volumétricas de metilnaftaleno
cuja reacção de ignição é zero (0)
7103 HCCH
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(4.11)
(4.12)
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4.4 Índices de classificação dos combustíveis
Comportamento de ebulição – é uma característica importante
dos combustíveis. Para os combustíveis não existe um ponto de
ebulição, mas sim uma linha de ebulição porque eles são misturas
de vários elementos.
} Pequena pressão de ebulição provoca perdas de combustível conduz
ao perigo de formação de bolhas de vapor de combustível;
} Grande pressão de ebulição provoca um mau comportamento ao
arranque.
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4.4 Índices de classificação dos combustíveis
} Ponto de inflamação – é a temperatura a que os vapores de
combustível se inflamam ao aproximar-se de uma fonte de
ignição.
} Ponto de combustão – é o ponto em que os vapores
combustíveis começam a arder depois de se auto-inflamarem.
} Ponto de ignição – é a temperatura a qual resulta uma auto
ignição da mistura combustível.
} Ponto de solidificação – é a temperatura a qual no combustível
a parte líquida e os componentes sólidos se separam.
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4.5 Combustão
A química da combustão é um problema de
engenharia prático com muito significado teórico. Os
engenheiros têm de estar cientes das várias teorias de
combustão já avançadas, de forma a explicar os
fenómenos que surgem nos motores de combustão
interna.
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4.5 Combustão
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Combustível
Comburente
Produtos de Combustão
Combustão
Calor
Reagentes mR=mcomb+mar
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4.5 Combustão-Equações da combustãoConsidere-se a reacção que surge entre o carbono e o oxigénio para dar origem
ao dióxido de carbono:
Esta equação implica que:
} 1 molécula de C + 1 molécula de O2 → 1 molécula de CO2
A massa relativa da mistura e dos produtos é dada pelo seu peso molecular:
} C:12 O2:32 CO2:44 daí:
} 12 kg C + 32 kg O2 = 44 kg CO2 ou por outra:
} 1 mole C + 1 mole O2 → 1 mole CO2
22 COOC →+
31
(4.13)
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4.5 Combustão - Elementos combustíveis nos combustíveis
Os elementos combustíveis nos combustíveis são
predominantemente o carbono e o hidrogénio, pequenas
quantidades de enxofre compõe a outra parte dos
elementos. Os combustíveis líquidos são misturas complexas
de hidrocarbonetos, contudo para os cálculos de combustão
a gasolina e o gasóleo são designados pela formula
molecular (C8H17)
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4.5 Combustão - Elementos combustíveis nos combustíveis
} Exemplo: Determinar a fórmula equivalente de um combustível
hidrocarboneto com 85% de carbono e 15% de hidrogénio.
} Solução: A fórmula terá os seguinte aspecto CaHb e pela análise dos
pesos moleculares
(12) a = 85 a = 7,08
(1) b = 15 b = 15
} Daí o resultado será C7,08H15 . Para se obter números redondos
multiplica-se tudo por 1,13 e obtém-se: C8H17
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (I)
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Combustível
Ar
CombustãoReagentes mR=mcomb+mar
CO2 H2O N2
Estequiométrica Rica
CO
SO2O2CH4
H2
Pobre
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (II)
Em muitos casos a combustão dá-se com o ar
atmosférico e não com oxigénio puro. O
nitrogénio e outros gases presentes no ar
meramente diluem a concentração do oxigénio e
geralmente aparecem nos produtos de combustão
sem sofrerem alterações na sua forma inicial.
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (III)
Por exemplo na combustão do carbono e oxigénio puro:
C + O2 → CO2
No caso da combustão dar-se com o ar:
C+O2 + 3,76N2 → CO2 + 3,76 N2
multiplicando cada termo pelo seu peso molecular, obtém-se:
12kgC + 32kgO2 + 106kgN2 = 44kgCO2 + 106 kgN2
36
(4.14)
(4.15)
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (IV)
Os passos para balancear as equações químicas podem ser ilustrados pela
combustão completa de C8H18 com ar seco.
} Primeiro faz-se o balanço do carbono do seguinte modo: (Cmistura = Cprodutos) □ C8 → 8CO2
} depois o balanço do hidrogénio (Hmistura = Hprodutos) □ H18 → 9H2O
} seguido pelo balanço de oxigénio (Oprodutos = Omistura) □ 12,5 O2 → 8CO2 + 9H2O
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (V)
15 kg ar por 1 kg de combustível é a relação estequiométrica para o combustível C8H18
2222221
188 47984712 NOHCONOHC ++→++
( )comb
ar
comb
ars kg
kgmassamassa
RAC 1,151.1812.8)29(4712 2
1=
+
+==
•e finalmente o balanço do Nitrogénio (N2 = 3,76 O2)
12,5 (3,76) N2 → 47 N2
A equação da combustão completa é
O RAC, relação ar combustível, é a relação entre a massa do ar e a de combustível que participam na combustão:
38
(4.16)
(4.17)
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4.5 Combustão - Combustão com o ar (VI)
22222221
188 75,5812,398)4712(45 NOOHCONOHC +++→++
22222332 28,1132)76,3(33 NOHCONOOHHC ++→++
Geralmente uma combustão envolve ar insuficiente ou excessivo em relação à quantidade teórica. Assumido que foi fornecido mais 25 por cento de ar em relação ao valor teórico a reacção toma o seguinte aspecto:
Quando o combustível contém oxigénio o procedimento é o mesmo que o anterior, excepto que o oxigénio do combustível deve ser diminuído do oxigénio a ser fornecido com o ar. A combustão completa do álcool etílico é dada por:
E a relação ar – combustível passa a ser:
0,946414
==RAC
39
(4.18)
(4.19)
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4.5.1 Relação Ar - Combustível
A Relação Ar-Combustível (RAC) pode ser:
} RACs – relação ar - combustível estequiométrica } Quando a relação entre as massas do ar e a de
combustível são as quimicamente correctas para que haja a combustão.
} RACr – relação ar - combustível real } Quando a relação é entre as massas de ar e de
combustível medidas.
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4.5.1 Relação Ar - Combustível
O coeficiente de excesso de ar λ, é a razão entre a relação ar combustível real e a estequiométrica, como segue na expressão:
r
s
RACRAC
λ =
41
(4.20)
O coeficiente λ pode ser: • λ = 1 – mistura estequiométrica • λ < 1 – mistura rica • λ > 1 – mistura pobre
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4.5.1 Relação Ar - Combustível Considerando a combustão completa dum hidrocarboneto no geral com uma
composição CaHb com ar, a fórmula para a combustão completa é dada por:
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( )2 2 2 2 23,764 3,7644 2 4a bb b bC H a O N aCO H O a N⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + + = + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
} Considerando a combustão completa dum hidrocarboneto no geral com uma
composição CaHb com ar, a fórmula a Relação Ar Combustível é dada por:
RACs =
1+ y 4( ) 32+ 3,76× 28( )12+1× y
=34,32 4+ y( )
12+1× y
(4.21)
(4.22)
} Em que y = b/a
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4.5.2 Mistura Estequiométrica
A mistura estequiométrica é a mistura onde a relação ar + combustível é a ideal para que ocorra uma combustão completa, seria a razão da mistura com a qual um motor apresentaria a sua potência máxima, porém na prática, isto não acontece, sendo necessário o uso de uma mistura com RAC menor que o estequiométrico. O uso desta mistura em excesso de combustível, com a qual obtém-se a máxima potência, se faz necessário, por causa da vaporização da mistura e dos gases residuais da combustão do ciclo anterior que se juntam a esta nova mistura.
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4.5.3 Mistura RicaO inconveniente da mistura rica é que
proporciona combustão incompleta, devido a
falta de oxigénio. Assim, haverá formação de
depósitos de carbono na câmara, nos
segmentos, nas válvulas e nos eletrodos da
vela, prejudicando assim o funcionamento do
motor. Uma outra desvantagem é o aumento
no consumo de combustível do motor. A
vantagem é que, com a mistura rica, a
temperatura no interior da câmara de
combustível é mais baixa.
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4.5.4 Mistura Pobre
} Quando uma mistura pobre entra em
combustão, devido ao excesso de
oxigénio, a temperatura da chama será
muito alta. Esta elevação de
temperatura, poderá provocar um
superaquecimento nos órgãos do
motor, principalmente na válvula de
escape, podendo inclusive provocar a
sua queima.
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4.5.5 Mistura no motor do Ciclo Diesel
Historicamente, os motores diesel têm sido, em geral, de uma mistura pobre isto é com excesso de ar, para garantir que se forme a mistura no interior da câmara e que todo o combustível seja queimado durante o ciclo
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4.5.5 Mistura no motor do Ciclo Diesel
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Concentração dos poluentes nos gases de Escape
Regime de operaçãoCombustível Monoxido de
carbono %Óxido de
Nitrogênio ppm
Hidrocarbonetos ppm
Marcha lentaDiesel 0,0 59 390
Gasolina 11,7 33 4830
AceleraçãoDiesel 0,05 849 210
Gasolina 3,0 1347 960
CruzeiroDiesel 0,0 237 90
Gasolina 3,4 653 320
DesaceleraçãoDiesel 0,0 30 330
Gasolina 5,5 18 16750
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4.5.6 Temperatura e Potência vs MisturaO sistema de alimentação dos motors Otto é projectado para que forneça uma mistura rica (λ≅ 0,86) quando o motor funciona na máxima potência e uma mistura pobre (λ≅ 1,1) para a velocidade de cruzeiro.
Quando o motor está em regime de baixa rotação, partes dos gases de escape retrocede ao coletor de admissão no momento do cruzamento das válvulas. Assim, a baixas rotação os gases de escape diluem a mistura fresca que é admitida. Para contornar o efeito enfraquecedor dos gases de combustão, a mistura deve ser enriquecida, a fim de não prejudicar o funcionamento do motor. A temperatura dos gases de escape também estão relacionadas à razão ar-combustível da mistura. Pode-se verificar, que com o empobrecimento da mistura, a temperatura dos gases vai subindo até atingir um ponto máximo e a partir daí, começa a diminuir.
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4.5.6 Temperatura e Potência vs Mistura
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4.6 Combustão completa nos sistemas C/H/N/O
Na combustão completa de uma mistura ar/combustível, que contem os
elementos C/H/N/O, pressupõe-se que nos produtos de combustão:
} - Todo o carbono é oxidado e transforma-se em monóxido de carbono. Se
existir ainda oxigénio, parte do monóxido de carbono é oxidado e
transforma-se em dióxido de carbono;
} - Se a quantidade de oxigénio for suficiente para oxidar todo o carbono e
transforma-lo em dióxido de carbono, o excesso de oxigénio aparecerá na
forma de O2;
} - Todo o nitrogénio aparecerá na forma N2, por ser inerte;
} - Todo hidrogénio aparecerá na forma de água.
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4.6 Combustão completa nos sistemas C/H/N/O
O número de moles dos produtos de combustão, pode ser determinado, no caso geral, do modo seguinte:
Sejam MC, MH e MO o número de átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio respectivamente, num mole de combustível. A quantidade quimicamente correcta, isto é, estequiométrica de oxigénio (YCC) por mole de combustível é:
4 2MH MOYCC MC= + −
O mínimo de oxigénio contido numa mistura reactiva por mole de combustível calcula-se por:
( )min2 4 2
MC MO MH MCY YCC−= + = −
Onde MC representa o número de átomos de carbono, MO representa o número de átomos de oxigénio e MH é o número de átomos de hidrogénio. YCC designa a quantidade quimicamente correcta de oxigénio e Ymin designa a quantidade mínima de oxigénio para que ocorra combustão.
(4.23)
(4.24)
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4.6 Combustão completa nos sistemas C/H/N/O
Para uma mistura reactiva contendo um mole de combustível, " Y " moles de oxigénio e 3,76 moles de nitrogénio, a análise dos produtos de combustão é feita de dois modos: 1º Caso: A quantidade de oxigénio (Y) é maior ou igual à quantidade mínima de oxigénio(Ymin) e menor ou igual a quantidade quimicamente correcta de oxigénio (YCC).
Ymin ≤ Y ≤ YCC N1 = 2(YCC-Y) N2 = (Y-Ymin) N3 = MH/3 N4 = 3,76Y N5 = 0
(3.25)
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4.6 Combustão completa nos sistemas C/H/N/O
2º caso: Y > YCC
N1 = 0
N2 = MC
N3 = MH/2
N4 = 3,76Y
N5 = Y-YCC
Onde N1, N2, N3, N4, N5 representam o número de moles de, monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), água (H2O), nitrogénio (N2) e
oxigénio (O2) respectivamente.
(4.26)
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4.7 Combustão completa de sistema H/N/O Depois de uma inspecção dos produtos de combustão nos sistemas H/N/O, verifica-se que:
} - Todo o nitrogénio contido na mistura reactiva aparece na forma de N2;
} - O excesso de oxigénio, acima da quantidade química requerida, aparece na forma de O2;
} - O Hidrogénio não queimado aparece na forma de H2. } Neste contexto, o número de moles nos sistemas H/N/O para uma
mistura reactiva em que os produtos de combustão são:
H2 + YO2 + 3,76YN2
Onde H2 é o combustível e YO2 + 3,76N2 é o ar
(4.27)
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4.7 Combustão completa de sistema H/N/O
Os produtos de combustão nos sistemas H/N/O calculam-se do seguinte modo:
1º caso: A quantidade de oxigénio (Y) e maior ou igual a zero e menor ou igual a 0,5
0 ≤ Y ≤ 0,5
N1=1-2Y
N2=2Y
N3=3,76Y
N4=0
(4.28)
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4.7 Combustão completa de sistema H/N/O
2º Caso: A quantidade de oxigénio (Y) e maior ou igual a 0,5
2º caso: Y ≥ 0,5
N1=0
N2=1
N3=3,76Y
N4=Y-0,5
Onde N1, N2, N3, N4 representam o número de moles de, monóxido de
carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), água (H2O), nitrogénio (N2)
respectivamente.
(4.29)
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Dióxido de carbono – este componente não é tóxico, contudo as emissões dele contribuem bastante no aumento do efeito de estufa.
Os gases que absorvem radiação infravermelha, impedindo assim que a
energia radiada pela Terra abandone a atmosfera , provocando o seu
aquecimento, designam-se por “gases de estufa” , destacando-se entre
estes o dióxido de carbono, o vapor de água, o metano e os
clorofluorcarbonetos (CFCs). A designação de efeito der estufa neste
contexto é utilizada para caracterizar o aumento da temperatura global
do planeta que está a ocorrer devido às elevadas emissões
antropogénicas dos gases de estufa para a atmosfera (por exemplo
resultantes de fenómenos de combustão).
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4.8 Propriedades Dos Gases De Escape
Efeito de Estufa
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Efeito de Estufa
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} Monóxido de Carbono – é um gás de cor escura, sem paladar nem cheiro. A
inalação deste gás numa concentração volumétrica de 0,3% durante 30
minutos resulta na morte. A produção deste gás num motor que funciona
segundo o ciclo Otto em marcha lenta é especialmente alta.
} Monóxido de Nitrogénio – é uma gás sem cor paladar e cheiro, no ar ele
transforma-se gradualmente em dióxido nítrico NO2. O NO2 puro é um gás
venenoso de cor avermelhada castanha, com um odor penetrante. A
concentração a que se encontra nos gases de escape e no ar poluído podem
conduzir a irritação da mucosa. O NO e o NO2 são geralmente designados
óxidos nítricos NOx.
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Hidrocarbonetos – encontram-se nos gases de escape sob variadas
formas. Quando expostos aos raios solares e aos óxidos nítricos, eles
reagem para formar oxidantes que podem ser fonte de irritação da
mucosa. Alguns hidrocarbonetos são considerados carcinogéneos.
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} Emissões/RAC
10 12 14 16 18-2
0
2
4
6
8
10
12
14
CO2
O2
COH2
Com
posi
ção
perc
entu
al
Relação Ar/Combustível)
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