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METODOLOGIA DEINVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO –
PROJETO DE INVESTIGAÇÃO.
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UNIVERSIDADE LUSOFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIASINSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EDUCACIONAL COM ACESSO AOMESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
UNIDADE CURRICULAR: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO EMEDUCAÇÃO – PROJETO DE INVESTIGAÇÃO.
• Carga Horária: 30 horas/aula
• Crédito: 2• Avaliação 1: Seminário sobre obra de relevância
investigativa.• Avaliação 2: Projeto de investigação individual.• Professora: Dra. Telma Bonifácio dos Santos
Reinaldo• E-mail: [email protected]
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COMPETÊNCIAS A SEREM ACESSADAS
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1. Domínio cognitivo dos conteúdos trabalhados;
2. Aplicação da terminologia presente no conteúdotratado;
3. Capacidade de iniciação cientifica no âmbito doconteúdo trabalhado;
4. Capacidade de aplicação do conteúdo trabalhado
no cotidiano acadêmico;5. Aptidão para socializar seus conhecimentos noâmbito acadêmico.
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1. O NASCIMENTO DO SABER CIENTIFICO1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOS
1.1.1 A intuição1.1.2 A tradição
1.1.3 A autoridade
1.2 O SABER RACIONAL1.2.1 O reino dos filósofos1.2.2 A ciência triunfante1.2.3 As ciências humanas e o positivismo
i) Empirismoii) Objetividadeiii) Experimentaçãoiv) Validadev) Previsibilidade
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2. A PESQUISA CIENTÍFICA ATUALMENTE2.1 O ENFRAQUECIMENTO DO POSITIVISMO2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS
2.2.1 A complexidade dos fatos humanos2.2.2 O pesquisador como ator social2.2.3 Objetividade e subjetividade2.2.4 Quantitativo versus qualitativo2.2.5 A problematização
3. DO PROBLEMA A HIPÓTESE3.1 O PROBLEMA DE PESQUISA3.2 O VERDADEIRO PROBLEMA3.3 INTERROGAÇÕES E GENERALIZAÇÕES3.4 TEORIAS, VALORES E SABERES
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4. O PERCURSO: PROBLEMA-PERGUNTA-HIPÓTESE4.1 O BOM PROBLEMA E A BOA PERGUNTA4.2 GUIAS BIBLIOGRÁFICOS4.3 DA HIPÓTESE A CONCLUSÃO
4.4 METODOLOGIA4.4.1 Estudo de caso4.4.2 História de vida4.4.3 Pesquisa documental
4.5 TÉCNICAS4.5.1 Observação-ação4.5.2 Observação participante4.5.3 Testemunhos4.5.4 Questionários4.5.5 Entrevistas
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5. O RELATÓRIO DA PESQUISA
5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTIFICA5.1.1 Artigo Cientifico5.1.2 Monografia5.1.3 Dissertação e Teses5.1.4 Fontes documentais5.1.5 A validação e a resposta dos expertos.
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BIBLIOGRAFIA
ANDRÉ, Marli Eliza D. Tendências atuais da pesquisa na escola. Cad. CEDES.Ano18, v. 43, pp. 46-57, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
43php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621997000200005>. Acesso em: 05 de jan.2008.
________. A. Etnografia da prática escolar. 11. ed. Campinas, SP: Papirus,2004.
BOGDAN, R. Introducción a los Métodos Cualitativos de Investigación. Madrid:Paidós ,1992.
CHIZOTTI, Antonio. Pesquisa Qualitativa em Ciências Humanas e Sociais.Petropolis: Vozes, 2006.
COSTA, Marisa Vorraber (org.) Caminhos investigativos. Novos olhares napesquisa em educação. Porto Alegre: Mediação,1996.
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BIBLIOGRAFIA
CALVINO, Ítalo. Palomar. São Paulo:Companhia das Letras, 1994.
DEMO. Pedro. Pesquisa participante: saber pensar e intervir juntos. Brasília:
Líber Livro, 2007.
D’ONOFRIO, Salvatori. Metodologia do trabalho intelectual. SãoPaulo:Atlas,1999.
LAVILLE Christian e DIONNE, Jean. A Construção do saber: manual demetodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas;Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999.
KUHN, T. S. The Structure of Scientific Revolutions. Chicago: University of Chicago Press, 1970.
_________. A Estrutura das Revoluções Científicas. Tradução de Beatriz
Vianna Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 1991.
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BIBLIOGRAFIA
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método ecriatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
_________. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. SãoPaulo: Hucitec, 2008.
VIANA, Heraldo Marelim. Pesquisa em Educação - a observação. SeriePesquisa em Educação. Brasília: Plano Editora, 2003.
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O MÉTODOO MÉTODO
O método são regras precisas e fáceis,a partir da observação exata das quaisse terá certeza de nunca tomar um erro
por uma verdade, e, sem aí desperdiçar inutilmente as forças de sua mente,mas ampliando seu saber por meio de
um contínuo progresso, chegar aoconhecimento verdadeiro de tudo do
que se é capaz.René Descartes
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1 O NASCIMENTO DO SABERCIENTÍFICO
Para sobreviver e facilitar suaexistência, o ser humanoconfrontou-se permanentemente
com a necessidade de dispor dosaber, inclusive de construí-lo por sisó.
Ele o fez de diversas maneiras
antes de chegar ao que hoje é julgado como o mais eficaz: apesquisa científica. Os antigosmeios de conhecer, entretanto, nãodesapareceram e ainda coexistem
com o método científico.
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1 O NASCIMENTO DO SABERCIENTÍFICO
1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOS
O objetivo principal da pesquisa do saber éconhecer o funcionamento das coisas, para melhor
controlá-las, e fazer previsões melhores a partir daí.Inúmeros conhecimentos são assim adquiridos apartir da experiência pessoal. A criança que sequeima ao tocar o fogão aceso, aprende que équente. Se toca uma segunda vez, depois umaterceira, constata que é sempre quente. Daí infereuma generalização: o fogão é quente, queima! Euma consequência para seus comportamentosfuturos: o fogão, é melhor não tocá-lo.
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1 O NASCIMENTO DO SABERCIENTÍFICO
1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOSMITOS E EXPLICAÇÕES DO MUNDO
As religiões e as mitologias responderam, com freqüência, às primeiras inquietudesdo homem sobre o mundo e seu funcionamento, seu próprio lugar nesse mundo eseu futuro. O que não se pode explicar pela razão e pelo saber disponível écompensado pelos mitos ou pelo sobrenatural. Assim, esta lenda Kayapó-gorotire é
uma das versões a respeito da origem das plantas cultivadas, no caso o milho, degrande importância na alimentação dos ameríndios brasileiros.
ORIGEM DAS PLANTAS CULTIVADASNo tempo em que os índios comiam apenas orelha-de-pau (urupê) e farelo deárvores podres, uma mulher que tomava banho soube por uma ratinho da existênciado milho, que crescia numa árvore enorme, onde as araras e os macacos brigavam
pelos grãos. O tronco era tão grosso que foi preciso ir à aldeia pegar mais ummachado. No caminho, os meninos mataram e comeram uma mucura e setransformaram em velhos. Os feiticeiros se esforçaram por devolver-lhes a juventude,mas não conseguiram. Desde então, a carne de mucura é absolutamente proibida.Graças ao milho, os índios passaram a viver na abundância. À medida que semultiplicavam, foram aparecendo tribos de diferentes línguas e costumes.Segundo relato registrado no livro LÉVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido. Trad. Beatriz
Perrone-Moisés. São Paulo: Brasiliense, 1991, p. 166.
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1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOS1.1.1 A intuição
Um saber desse modo construído é aceito assim
que uma primeira compreensão vem à mente.Assim, da observação que o sol nasce todos osdias de um lado da Terra e se põe do outro, ohomem pensou, por muito tempo, que o Sol giravaem torno da Terra. Essa compreensão dofenômeno pareceu satisfatória durante séculos,sem mais provas do que a simples observação.Também chamada de “senso comum”, “bomsenso”.
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1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOS
1.1.2 A tradição
Na família, na comunidade em diversas escalas, a
tradição lega saber que parece útil a todos e quese julga adequado conhecer para conduzir suavida. Esse saber é mantido por ser presumidamente verdadeiro hoje em dia, e o é
hoje porque o era no passado e deveria assimpermanecer, pensa-se, no futuro. A tradição dita oque se deve conhecer, compreender e indicacomo se comportar.
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1.1 OS SABERES ESPONTÂNEOS1.1.3 A autoridade
Com freqüência, sem provas metodicamenteelaboradas, autoridades se encarregam da
transmissão da tradição. Desse modo, a IgrejaCatólica decidiu, muito cedo, regras para ocasamento tendo como objetivo prevenir as uniõesincestuosas e inclusive cosanguíneas. Impõe sua
autoridade aos fiéis por meio dos preceitos ensinadospelo clero. Todas as religiões transmitem, portanto,sua autoridade através de saberes que guiam a vidade seus fiéis sem que seu sentido ou origem sejam
evidentes.
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1.1.3 A autoridade
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1.2 O SABER RACIONAL
Muito cedo, o ser humano sentiu a fragilidade do
saber fundamentado na intuição, no senso comumou na tradição; rapidamente desenvolveu o desejode saber mais e de dispor de conhecimentosmetodicamente elaborados e, portanto, mais
confiáveis. Mas a trajetória foi longa entre essesprimeiros desejos e a concepção do saber racionalque acabou se estabelecendo, no Ocidente, háapenas um século com uma forma dita científica.
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1.2.1 O reino dos filósofos
Uma importante fonte encontra-se na Grécia
Antiga. É nela que surge, de modo generalizado, adesconfiança em relação às explicações douniverso baseado nos deuses, na magia ou nasuperstição. Os filósofos gregos desenvolvem os
instrumentos da lógica, especialmente a distinçãoentre sujeito e objeto: de um lado o sujeito queprocura conhecer, e de outro, o objeto a ser conhecido.
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1.2.1 O reino dos filósofos
A observação da queda da maçã, que teria inspirado a Newton a Lei da Gravidade,é um exemplo tão frequentemente utilizado, como aqui pelo desenhista Gotlib, queacabou se tornando caricatural. Na realidade, foi a partir da seqüência de múltiplasobservações, experiências e reflexões que Newton acabou por enunciar a lei dagravidade universal.
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1.2.2 A ciência triunfante
Durante o século XVIII, os princípios da ciênciaexperimental desenvolvem-se por meio de múltiplas
aplicações. As descobertas são muitas, sobretudo nocampo dos conhecimentos de natureza física. Pois, nodomínio que hoje denominamos ciências humanas, oprocedimento especulativo dos filósofos predomina. O
que não impede que façam grandes reflexões sobre acondição do homem social e gozem de umaconsiderável influência na sociedade, particularmente
junto às classes dominantes. Não chamamos, aliás, emvão o século XVIII de o “Século das Luzes”.
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1.2.3 As ciências humanas e o positivismo
Seguindo o modelo das ciências da natureza asciências humanas desenvolvem-se durante a segundametade do século XIX. Até então, o estudo do homemsocial havia permanecido entre os filósofos, do qualtrataram, muitas vezes, de maneira brilhante. No século
precedente, as especulações dos filósofos tiveram umaconsiderável influência na concepção das sociedades ede seu governo, prevalecendo a concepção positivista.
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1.2.3 As ciências humanas e o positivismo
i) Empirismo
O conhecimento positivo parte da realidade como ossentidos a percebem e ajusta-se à realidade.
ii) Objetividade
O conhecimento positivo deve respeitar integralmente oobjeto do qual trata o estudo; cada um deve reconhecê-lo tal como é.
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1.2.3 As ciências humanas e o positivismo
iii) Experimentação
O conhecimento positivo repousa na experimentação. Aobservação de um fenômeno leva o pesquisador asupor tal ou tal causa ou consequência: é a hipótese.
iv) Validade
A experimentação é rigorosamente controlada paraafastar os elementos que poderiam perturbá-la, e seusresultados, graças às ciências matemáticas, sãomensurados com precisão.
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1.2.3 As ciências humanas e o positivismov) Leis e previsão
Sobre o modelo do saber constituído no domínio físico,supõe-se que se podem igualmente estabelecer, nodomínio do ser humano, as leis que o determinam.
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A perspectiva positivista, altamente valorizada na
época, e a espécie de culto dedicado à ciência tãodifundido então agourariam no futuro. As ciênciashumanas sofreram, todas, sua influência. Mas sesentiu, desde muito cedo, os limites desse modelo,
algumas de suas ambigüidades e de suasinadequações com o objeto de estudo (o ser humano). Sendo assim, em seguida, questionado.
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2.1 O ENFRAQUECIMENTO DOPOSITIVISMO
Claude Bernard, médico e teórico
do positivismo e do métodoexperimental evocadoanteriormente, deixava entender que a abordagem positivista
poderia ser aplicada, com sucesso,a todos os objetos deconhecimento, tanto naturaisquanto humanos. Ora, nas ciênciashumanas, isso não se deu semproblemas.
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS
Tratam de objetos que não se parecem nem de longe.
Com efeito, seus objetos são muito diferentes, por seugrau de complexidade e por sua facilidade de seremidentificados e observados com precisão. Isso sepercebeu com certa rapidez.
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS
2.2.1 A complexidade dos fatos humanos
Os fatos humanos são, por outro lado, mais complexosque os fatos da natureza. Émile Durkheim, estimava quese devia “considerar os fatos sociais como coisas” e quea mente apenas poderia compreender tais fatos “com a
condição de sair de si mesma, pela via de observação ede experimentações”.
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS
2.2.2 O pesquisador como ator social
Claude Bernard, escrevia a propósito do papel do
pesquisador:
O observador deve ser o fotógrafo do fenômeno, suaobservação deve representar exatamente a natureza.Deve observar sem qualquer ideia preconcebida; amente do observador deve ficar passiva, ou seja, devecalar-se; ele escuta a natureza natureza e escreve o queesta lhe dita. [...] (Introduction à l”étude de la médecineexpérimentale, 1865)
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS
2.2.3 Objetividade e subjetividade
O desgaste da idéia de determinismo é acompanhadode uma transformação de conceito de objetividade. Aomesmo tempo que o pesquisador conscientiza-se deque ele é quem provoca numerosas de suasobservações, que sem sua intervenção não
aconteceriam, é difícil para ele pretender continuar procurando na natureza as forças naturais obscurasque as determinariam, forças que teriam apenas comomissão observar discretamente para determiná-las.
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS2.2.4 Quantitativo versus qualitativo
A pesquisa de espírito positivista aprecia números.
Pretende tomar a medida exata dos fenômenoshumanos e do que os explica. É, para ela, uma dasprincipais chaves da objetividade e da validade dossaberes construídos. Consequentemente, deve
escolher com precisão o que será medido e apenasconservar o que é mensurável de modo preciso. Paraos adversários desse método, trata-se de truncar oreal afastando numerosos aspectos assenciais à
compreensão.
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2.2 AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS HUMANAS2.2.5 A problematização
ELABORAR UMAHIPÓTESE
VERIFICAR A HIPÓTESE
PROPOR E DEFINIR UM
PROBLEMA
Conscientizar-se do problema
Torná-lo significativo e delimitá-lo
Formulá-lo em forma de perguntaAnalisar dados disponíveis
Formular a hipótese tendoconsciência de suanatureza provisória
Prever suas implicações
lógicas
Decidir sobre novos dadosnecessários
Reconhecê-los
Analisar, avaliar e interpretar osdados em relação à hipótese.
CONCLUIR
Invalidar, confirmar oumodificar a hipótese
Traçar esquema deexplicação significativo
Quando possível,generalizar a conclusão
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O gráfico apresentado no slide anterior, consiste emum caminho que, partindo de um problema, leva opesquisador a formular uma hipótese, hipótese queverifica em seguida, antes de concluir. Um duplo
movimento, portanto: o primeiro conduzido à hipótese,o segundo dela repartindo para chegar à conclusão.
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3.1 O PROBLEMA DE PESQUISA
Um problema de pesquisa é um problema! Pois amente humana é, em geral, bastante sábia para nãose inquietar inutilmente. [...] O que mobiliza a mentehumana são problemas, ou seja, a busca de um maior entendimento de questões postas pelo real, ou aindaa busca de soluções para problemas nele existentes,tendo em vista a sua modificação para melhor. Para aíchegar, a pesquisa é um excelente meio.
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3.2 O VERDADEIRO PROBLEMA
Um problema de pesquisa é um problema que sepode “resolver” com conhecimentos e dados jádisponíveis ou com aqueles factíveis de seremproduzidos.
Suponhamos que um pesquisador veja um problemano aumento da taxa de divórcios. Poder-se-ia
imaginar abordar o problema sob três ângulosdiferentes:
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3.2 O VERDADEIRO PROBLEMAO casamento sendo a principal causa do divórcio,dever-se-ia interditá-lo;
O casamento é uma instituição divina cujos laçosnão deveriam jamais ser rompidos;
O aumento da indiferença amorosa entre cônjuges éo que causa o divórcio.
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3.3 INTERROGAÇÕES E GENERALIZAÇÕESEntende-se por interrogações iniciais as primeiraspercepções a respeito de uma situação que causaproblema, e que mereceria ser questionada, examinada
de mais perto. É, com frequência, um movimento pré-lógico do pensamento, da ordem da intuição.
As conclusões ou interpretações finais constituem umtipo corrente de generalização. São conhecimentos
construídos para explicar conjuntos de fatos brutos.
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3.4 TEORIA, VALORES E SABERES
Teoria – explicação geral de um conjunto defenômenos; pode ser aplicada, em princípio, a todosos fenômenos semelhantes.
Valores – são também representações mentais,representações do que é bom, desejável, ideal, decomo as coisas deveriam ser ou procurar ser; sãopreferências, inclinações, disposições para um estadoconsiderado desejável;
Saberes – são representações coletivas acumuladasatravés dos tempos.
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Operações que conduzem da problemática sentida àproblemática racional e que passam geralmente pelo
que se costuma nomear a revisão da literatura.4.1 O BOM PROBLEMA E A BOA PERGUNTA
Um pesquisador não pode, muitas vezes, abordar umproblema sob todos os ângulos, sobretudo se é uminiciante. Que ângulo então escolher?
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4.2 GUIAS BIBLIOGRÁFICAS
A documentação do pesquisador consiste
principalmente em livros e artigos; mas também podeser de relatórios de pesquisa não publicados, teses,enciclopédias e dicionários especializados, resenhasde obras, inventários de diversas naturezas.
Bibliografias gerais de referênciasBibliografias gerais em Ciências Humanas
Bibliografias gerais por disciplina
Bibliografia temáticas
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4.3 DA HIPÓTESE A CONCLUSÃO
Emitir um julgamento esclarecido sobre o valor de
uma hipótese exige informações sobre as quais apoiá-lo. O primeiro cuidado do pesquisador é entãointerrogar-se sobre a natureza dos dados necessáriosà sua verificação e sobre seus modos de coleta.
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4.4 METODOLOGIA
4.4.1 Estudo de caso
O estudo de caso incide sempre sobre um casoparticular, examinando em profundidade. Opesquisador seleciona um caso, na medida em queeste lhe pareça típico, representativo de outros casos
análogos.
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4.4 METODOLOGIA
4.4.2 História de vida
A história de vida, como qualquer outro materialempírico, permanece muda quando privada deproblematização.
4.4.3 Pesquisa documental
Pouco importa a forma, os documentos aportaminformação diretamente: os dados estão lá, resta fazer sua triagem, criticá-los, isto é, julgar sua qualidade emfunção das necessidades da pesquisa, codificá-las ou
categorizá-las.
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4.5 TÉCNICAS
Para coletar informação a propósito de fenômenoshumanos, o pesquisador pode, segundo a natureza do
fenômeno e a de suas preocupações de pesquisa, ouconsultar documentos sobre a questão, ou encontrar essainformação observando o próprio fenômeno, ou aindainterrogar pessoas que o conhecem.
4.5.1 Observação-ação
Para ter informação sobre um acidente, pode-se ler o queo jornal refere ou interrogar as testemunhas, a menos queseja o próprio observador uma das testemunhas, tendo
assim a informação “de primeira mão”.
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4.5 TÉCNICAS
4.5.2 Observação participante
Técnica pela qual o pesquisador integra-se e participa na vida de umgrupo para compreender-lhe osentido de dentro.
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4.5 TÉCNICAS
4.5.3 Testemunhos
Uma maneira reconhecida e aprovada, própria das
Ciências Humanas, de obter informação consiste emcolher os depoimentos de pessoas que detêm essainformação, permitindo a exploração dos conhecimentosdas pessoas, mas também de suas representações,
crenças, valores, opiniões, sentimentos, esperanças,desejos, projetos, etc. As maneiras de chegar a essesobjetos de estudo,e a muitos outros, são variadas: ostermos – questionários e entrevistas – recorrem um amploespectro de técnicas e de instrumentos que servem parainterrogar as pessoas.
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4.5 TÉCNICAS
4.5.3 Testemunhos
4.5.3.1 Questionários
Para saber a opinião da populaçãosobre uma escolha de sociedadecomo a da preservação dosprogramas sociais, é preciso
interrogá-la. Talvez não a populaçãointeira, mas uma amostrasuficientemente grande, constituídacom os cuidados requeridos para
assegurar sua representatividade.
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4.5 TÉCNICAS4.5.3 Testemunhos4.5.3.2 EntrevistasA entrevista semi-estruturada – série de perguntas
abertas, feitas verbalmente em uma ordem prevista, masna qual o entrevistador pode acrescentar perguntas deesclarecimento.A entrevista parcialmente estruturada – entrevistas
cujos temas são particularizados e as questões (abertas)preparadas antecipadamente. Mas, com plena liberdadequanto à retirada eventual de algumas perguntas, àordem em que essas perguntas estão colocadas e aoacréscimo de perguntas improvisadas.
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A redação do relatório é a última fase do movimentode pesquisa que conduziu o pesquisador de suaconscientização de um problema à idéia de umasolução plausível, depois à comprovação dessa
solução. Nesse momento,empenha-se em divulgar oque se deve reter dessa comprovação, ou seja, suasconclusões, e para que se possa bem compreendê-las, empenha-se também em relembrar o itinerário
seguido para chegar a elas e em que se baseiamsuas conclusões. Agora chega o fim, e seu trabalhoé mais de comunicação do que de produção denovos saberes.
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
A comunicação científica apresenta uma verdadeira explosão.Tomemos as revistas científicas, por exemplo. O certo é que apesquisa cientifica deve ser comunicada.
Alguns se preocupam com tal explosão. Como poderia umpesquisador se manter informado da pesquisa em sua área?Serão essas revistas suficientemente seletivas? Não haveria orisco de uma deterioração da qualidade, provocada, emparticular, pela facilidade permitida pelo computador e pelasmodernas técnicas de edição e difusão?
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
5.1.1 Artigo Científico
É provavelmente o meio por
excelência para a comunicação dapesquisa. É nas revistas que se vêmelhor e mais rapidamente a ciênciaque se faz; é nela que a comunidadepode avaliar a justa medida dapesquisa, pois o pesquisador precisadizer o essencial, e com concisão,pois as páginas são limitadas.
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA5.1.2 Monografia
Entende-se por monografia umestudo aprofundado de determinada
questão. É certamente a forma maiselaborada do relatório de pesquisa.Por isso, é um suporte incontornáveldo conhecimento científico e umrecurso insubstituível para o
pesquisador e o estudante. Éparticularmente completo, quando sedestina, em primeiro lugar, aos paresda comunidade científica.
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA5.1.3 Dissertações e Teses
Dissertações e teses constituem o produto de
pesquisas desenvolvidas em cursos de nível de pós-graduação (mestrado e doutorado). Abordam umtema único, exigindo investigações próprias à áreade especialização e métodos específicos. (...) A
diferença entre tese e dissertação refere-se ao graude profundidade e originalidade exigido na tese,defendida na conclusão de curso de doutoramento”.(FRANÇA, 1996)
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA5.1.4 Fontes documentais
´´E a origem de uma informação, especialmente para
fins de investigação, quer seja em historia, educação
ou produção de literatura acadêmica em geral.Emdeterminados contextos, os termos autor e fonte são
sinônimos. Na historiografia, especificamente, há o
termo Documento Histórico, como são chamadas tais
fontes.
As fontes documentais podem ser primárias,secundárias, ou terciárias
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Fontes documentais• Uma fonte primária em historiografia é um documento ou
qualquer fonte cuja origem remonta,grosso modo, à época quese está pesquisando, freqüentemente produzida pelas própriaspessoas estudadas. São exemplos comuns de fontes primárias:
• correspondências e diários• assentos de registros públicos ou privados (civis, imobiliários ,
censitários, financeiros etc.)
• periódicos• textos literários e narrativos
• Fonte secundária consiste em todo trabalho que se baseia
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• Fonte secundária, consiste em todo trabalho que se baseiaem outro, este sendo a fonte original ou primária. Tem comocaracterística o fato de não produzir uma informaçãooriginal, mas sobre ela trabalhar, procedendo a análise,
ampliação, comparação, etc.
• A fonte secundária compõe-se de elementos derivados dasobras originais, refere-se a trabalhos escritos com o objetivode analisar e interpretar fontes primárias e, normalmente,com o auxílio e consulta de outras obras consideradas,também, fontes secundárias.
• A Historiografia considera fontes secundárias todos osescritos não contemporâneos aos fatos que narra.
• A maioria dos trabalhos acadêmicos hoje publicados sãofontes secundárias ou mesmo terciárias. Uma fontesecundária ideal geralmente é caracterizada por reportar dados oriundos de fontes primárias, bem como por analisar,interpretar e avaliar os eventos que são objeto de estudo..
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• Uma fonte terciária é uma seleção e compilaçãode fontes primárias (material original sobrealguma informação) e secundárias (comentários,
análises e crítica baseados nas fontes primárias).• Enquanto a diferenciação entre as fontes
primária e secundária é essencial nahistoriografia, a distinção entre estas e as fontesterciárias é mais superficial.
• Exemplos típicos de fontes terciárias são asbibliografias, listas de leituras e artigos sobrepesquisas. As enciclopédias e manuais deinstrução são exemplos de peças que reúnem
tanto fontes secundárias como terciárias,apresentando por um lado comentários eanálises, e por outro tratando de proporcionar uma visão resumida do material disponível sobrea matéria.
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5.1 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
5.1.5 A validação e a resposta dos expertos
Validação é o cruzamento dos resultados oriundosde uma pesquisa feito através de determinados
instrumentos e técnicas, também pode ser chamadode triangulação de dados que significa aconfirmação ou cruzamento de múltiplos pontos devista; a visão de vários informantes; o emprego de
varias técnicas de coleta de dados que acompanhao trabalho de pesquisa e a opinião de especialistassobre o assunto.
Estrutura dos elementosEstrutura dos elementos
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Estrutura dos elementosEstrutura dos elementos
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Apresentação dos resultados Interpretação dos resultados Comentário das descobertas
significativas Comparação com teorias
anteriormente aceitas
Deduções lógicas Análise das conseqüências e
inferências Sugestões para pesquisas
posteriores Recomendações
DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃOREVISÃO DALITERATURA
METODOLOGIAADOTADA
EXPOSIÇÃO DOASSUNTO
Definição do assunto Delimitação do assunto Situação do assunto Estabelecimento de
objetivos Formulação de hipóteses
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MUITO OBRIGADA!
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