Documentos 55
Waldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento Geneacutetico
Fortaleza CE2002
ISSN 1677-1915
Dezembro 2002
Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuaacuteriaCentro Nacional de Pesquisa de Agroinsuacutestria TropicalMinisteacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
Exemplares desta publicaccedilatildeo podem ser adquiridos na
Embrapa Agroinduacutestria TropicalRua Dra Sara Mesquita 2270 - PiciCaixa Postal 3761Fone (85) 299-1800Fax (85) 299-1803Home page w w w cnpatembrapabrE-mail saccnpatembrapabr
Comitecirc de Publicaccedilotildees da Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Presidente Oscarina Maria da Silva AndradeSecretaacuterio-Executivo Marco Aureacutelio da Rocha MeloMembros Francisco Marto Pinto Viana Francisco das Chagas
Oliveira Freire Heloisa Almeida Cunha FilgueirasEdineide Maria Machado Maia Renata Tieko NassuHenriette Monteiro Cordeiro de Azeredo
Supervisor editorial Marco Aureacutelio da Rocha MeloRevisor de texto Maria Emiacutelia de Possiacutedio MarquesNormalizaccedilatildeo bibliograacutef ica Rita de Cassia Costa CidFoto da capa Waldelice Oliveira de Paiva Detalhe do fruto de
melatildeo TupatildeEditoraccedilatildeo eletrocircnica Arilo Nobre de Oliveira
1a
ediccedilatildeo1a
impressatildeo (2002) 500 exemplares
Todos os direitos reservadosA reproduccedilatildeo natildeo-autorizada desta publicaccedilatildeo no todo ou emparte constitui violaccedilatildeo dos direitos autorais (Lei no 9610)
CIP - Brasil Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo
Embrapa Agroinduacutest ria Tropical
Melatildeo tupatilde origem e melhoramento geneacutet ico Waldelice Oliveira dePaiva [et al] - Fortaleza Embrapa Agroinduacutestria Tropical 2002
39 p (Embrapa Agroinduacutestria Tropical Documentos 55)
1 Melatildeo 2 Cucumis melo L 3 Melatildeo - Melhoramento geneacutet icoI Paiva Waldelice Oliveira de II Filgueiras Heloiacutesa Almeida CunhaIII Lima Joseacute Albeacutersio de Arauacutejo IV Buso Glaacuteucia Salles CortopassiV Queiroacutez Manoel Abiacutelio de VI Buso Joseacute Amauri VII Seacuterie
CDD 63561
copy Embrapa 2002
Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -
Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801
waldecnpatembrapabr
Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical
heloisacnpatembrapabr
Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do
Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr
Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e
Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600
busocenargenembrapabr
Autores
Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428
- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr
Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF
tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr
Apresentaccedilatildeo
O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado
a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte
do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a
oferta de melotildees
Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem
limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os
melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas
distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis
possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor
Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute
e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas
trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde
Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa
salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar
Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Exemplares desta publicaccedilatildeo podem ser adquiridos na
Embrapa Agroinduacutestria TropicalRua Dra Sara Mesquita 2270 - PiciCaixa Postal 3761Fone (85) 299-1800Fax (85) 299-1803Home page w w w cnpatembrapabrE-mail saccnpatembrapabr
Comitecirc de Publicaccedilotildees da Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Presidente Oscarina Maria da Silva AndradeSecretaacuterio-Executivo Marco Aureacutelio da Rocha MeloMembros Francisco Marto Pinto Viana Francisco das Chagas
Oliveira Freire Heloisa Almeida Cunha FilgueirasEdineide Maria Machado Maia Renata Tieko NassuHenriette Monteiro Cordeiro de Azeredo
Supervisor editorial Marco Aureacutelio da Rocha MeloRevisor de texto Maria Emiacutelia de Possiacutedio MarquesNormalizaccedilatildeo bibliograacutef ica Rita de Cassia Costa CidFoto da capa Waldelice Oliveira de Paiva Detalhe do fruto de
melatildeo TupatildeEditoraccedilatildeo eletrocircnica Arilo Nobre de Oliveira
1a
ediccedilatildeo1a
impressatildeo (2002) 500 exemplares
Todos os direitos reservadosA reproduccedilatildeo natildeo-autorizada desta publicaccedilatildeo no todo ou emparte constitui violaccedilatildeo dos direitos autorais (Lei no 9610)
CIP - Brasil Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo
Embrapa Agroinduacutest ria Tropical
Melatildeo tupatilde origem e melhoramento geneacutet ico Waldelice Oliveira dePaiva [et al] - Fortaleza Embrapa Agroinduacutestria Tropical 2002
39 p (Embrapa Agroinduacutestria Tropical Documentos 55)
1 Melatildeo 2 Cucumis melo L 3 Melatildeo - Melhoramento geneacutet icoI Paiva Waldelice Oliveira de II Filgueiras Heloiacutesa Almeida CunhaIII Lima Joseacute Albeacutersio de Arauacutejo IV Buso Glaacuteucia Salles CortopassiV Queiroacutez Manoel Abiacutelio de VI Buso Joseacute Amauri VII Seacuterie
CDD 63561
copy Embrapa 2002
Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -
Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801
waldecnpatembrapabr
Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical
heloisacnpatembrapabr
Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do
Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr
Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e
Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600
busocenargenembrapabr
Autores
Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428
- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr
Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF
tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr
Apresentaccedilatildeo
O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado
a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte
do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a
oferta de melotildees
Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem
limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os
melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas
distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis
possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor
Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute
e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas
trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde
Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa
salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar
Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -
Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801
waldecnpatembrapabr
Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical
heloisacnpatembrapabr
Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do
Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr
Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e
Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600
busocenargenembrapabr
Autores
Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428
- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr
Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF
tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr
Apresentaccedilatildeo
O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado
a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte
do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a
oferta de melotildees
Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem
limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os
melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas
distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis
possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor
Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute
e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas
trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde
Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa
salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar
Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428
- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr
Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF
tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr
Apresentaccedilatildeo
O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado
a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte
do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a
oferta de melotildees
Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem
limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os
melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas
distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis
possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor
Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute
e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas
trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde
Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa
salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar
Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Apresentaccedilatildeo
O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado
a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte
do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a
oferta de melotildees
Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem
limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os
melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas
distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis
possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor
Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute
e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas
trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde
Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa
salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar
Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos
envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores
brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto
Francisco Feacuterrer Bezerra
Chefe-Geral
Embrapa Agroinduacutestria Tropical
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Sumaacuterio
Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9
Introduccedilatildeo 9
A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12
Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14
A origem do melatildeo Tupatilde 15
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32
Perspectivas 34
Agradecimentos 35
Referecircncias Bibliograacuteficas 36
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso
Introduccedilatildeo
O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste
principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona
posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a
cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de
janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)
A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a
maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande
do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os
centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-
res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)
A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa
fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido
natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo
elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma
O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos
mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste
O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como
Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo
exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-
ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita
mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo
As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas
geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel
(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera
como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o
motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo
de melotildees do tipo Cantaloupe
No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais
atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-
tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)
poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita
Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos
de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos
Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado
aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o
produtor quanto o consumidor
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
A cultura do melatildeo
BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem
Cucumis melo (McGreight et al 1993)
De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta
variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-
ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees
Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson
(1991) com sete grupos identificados a saber
C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e
natildeo comestiacuteveis
C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de
tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa
Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com
polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e
maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos
C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando
imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que
pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon
C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com
pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de
accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas
de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros
nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara
nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma
C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses
asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor
de accediluacutecar
Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito
do produtor do varejista e do consumidor
ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano
Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses
melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados
por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto
pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se
tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No
Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade
exigida pelos mercados nacional e internacional
Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos
de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-
ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)
Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o
Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo
com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos
Orange Flesh
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o
cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado
tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos
das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O
mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de
frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe
Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com
defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e
Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19
De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os
produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar
a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos
com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida
caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-
do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em
dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo
A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do
fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo
com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos
soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta
Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia
externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo
considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves
injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N
A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-
colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo
Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-
colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de
frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada
em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo
sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)
Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente
indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil
reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma
Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de
consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o
melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo
ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor
da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e
disponibilizados para o consumo
Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da
casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam
maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de
fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do
melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam
teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo
A origem do melatildeo Tupatilde
O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de
Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos
diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a
doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando
foi iniciado o processo de seleccedilatildeo
O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas
(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)
Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a
avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia
frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa
a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava
coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo
Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas
para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados
Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas
das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram
autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade
da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o
DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos
natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2
0500
100015002000250030003500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Pes
o m
eacutedio
(g
ram
as)
0
2
4
6
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Diacirc
met
ro in
tern
o (
cm)
Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000
Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de
vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Frutos avaliados
Soacutel
idos
Sol
uacutevei
s T
otai
s (ordm
Brix
)
Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo
Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2
(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie
Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-
dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)
textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)
coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto
ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados
em porcentagem do total dos frutos avaliados
Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira
com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5
e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos
tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato
oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tab
ela
1
Por
cent
agem
de
frut
os q
ue a
pres
enta
m c
arac
teriacute
stic
as p
ara
a co
lora
ccedilatildeo
da c
asca
o
tipo
de
epid
erm
e e
o
form
ato
do f
ruto
o
tam
anho
do
diacircm
etro
inte
rno
(cm
) a
col
oraccedil
atildeo d
a po
lpa
e o
sabo
r na
s pr
ogecircn
ies
S2
de m
elatildeo
Tup
atildeP
acaj
usC
E 2
00
1
Tup
atilde 1
360
640
840
160
266
426
306
40
960
743
230
25
966
133
Tup
atilde 2
435
564
411
589
435
307
256
00
100
074
323
02
597
43
6
Tup
atilde 3
540
460
440
560
240
620
140
40
960
100
00
00
090
010
0
Tup
atilde 4
184
816
211
189
184
789
27
132
868
973
27
00
947
53
Tup
atilde 5
797
203
319
681
289
667
44
73
927
638
362
00
29
971
Tup
atilde 6
635
365
556
444
127
746
127
79
921
651
238
111
920
80
Tup
atilde 7
733
267
400
600
267
00
733
67
933
333
667
00
867
133
Tup
atilde 8
556
444
639
361
278
555
167
250
750
100
00
00
091
78
3
Tup
atilde 9
00
100
085
015
016
783
30
06
793
380
020
00
093
36
7
Tup
atilde 10
00
100
015
085
05
085
010
05
095
010
00
00
00
150
850
(1) A
O
amar
elo-
ouro
A
C
amar
elo-
clar
o (2
) R
redo
ndo
O
oval
C
ch
ato-
acha
tado
nos
poacutel
os
(3) G
gr
ande
P
peq
ueno
Pro
gecirc
nie
AO
AC
Lis
aR
ug
osa
RO
CG
PS
alm
atildeoV
erd
eC
rem
eB
om
Ru
im
Diacirc
met
ro
Inte
rno
(3)
Co
r d
a ca
sca(1
)E
pid
erm
eF
orm
ato
d
o
fru
to(2
)(c
m)
Co
lora
ccedilatildeo
da
po
lpa
Sab
or
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os
frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos
verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com
a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados
como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10
Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-
dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da
espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa
com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de
coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos
em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu
ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a
maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo
Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes
complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e
0
20
40
60
80
Tup
atilde 1
Tup
atilde 2
Tup
atilde 3
Tup
atilde 4
Tup
atilde 5
Tup
atilde 6
Tup
atilde 7
Tup
atilde 8
Tup
atilde 9
Tup
atilde 10
Progecircnies avaliadas
Fru
tos
po
r cl
asse
(
)
Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna
azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3
(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de
polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto
ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes
O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na
Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1
Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-
to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)
Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000
Progecircnie(1)
Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)
Tupatilde 1 8868 16569 221 331
Tupatilde 2 10271 9960 096 199
Tupatilde 3 11153 19518 175 390
Tupatilde 4 11794 8606 140 172
Tupatilde 5 9577 14636 15 293
Tupatilde 6 13570 14927 11 298
Tupatilde 7 11741 22177 19 443
Tupatilde 8 20209 7939 04 158
Tupatilde 9 9635 13577 14 271
Tupatilde 10 14898 14193 095 284
(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas
Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-
das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de
vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram
agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3
Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados
Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo
1 1 1 G2 31 211 p03
1 1 2 G2 31 211 p04
1 1 3 G2 31 211 p05
1 1 4 G2 31 211 p05
1 1 5 G2 31 211 p12
1 1 6 G2 31 211 p08
2 2 1 G2 31 212 p02
2 2 2 G2 31 212 p03
5 5 1 G2 31 215 p02
5 5 2 G2 31 215 p03
5 5 3 G2 31 215 p04
5 5 4 G2 31 215 p06
5 5 5 G2 31 215 p09
5 5 6 G2 31 215 p14
6 6 1 G2 31 216 p01
6 6 2 G2 31 216 p02
6 6 3 G2 31 216 p06
6 6 4 G2 31 216 p07
6 6 5 G2 31 216 p10
6 6 6 G2 31 216 p15
8 8 1 G2 31 218 p01
8 8 2 G2 31 218 p02
8 8 3 G2 31 218 p03
8 8 4 G2 31 218 p04
8 8 5 G2 31 218 p05
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-
rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas
reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-
mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)
viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)
viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees
sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os
viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares
As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da
famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2
e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2
Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou
5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus
as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de
resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e
ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e
WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro
viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV
Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e
PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo
material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com
comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)
com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(1) (+
) r
esul
tado
pos
itivo
(-
) r
esul
tado
neg
ativ
o(2
) S
into
mas
- B
o
bolh
osid
ade
DeF
d
efor
maccedil
atildeo f
olia
r E
nrF
en
rola
men
to f
olia
r M
m
osa
ico
M
l m
osa
ico
leve
M
s m
osa
ico
seve
ro
Nt
natildeo
tes
tada
S
S
sem
sin
tom
as
Tab
ela
4
Com
port
amen
to d
e m
elatildeo
tip
o T
upatilde
a C
ucum
ber
Mos
aic
Vir
us
(CM
V)
P
apay
a R
ings
pot
Vir
us
type
Wat
erm
elon
(P
RS
V-W
)
Wat
erm
elon
Mos
aic
Vir
us-2
(W
MV
-2)
Zuc
chin
i Yel
ow M
osai
c V
irus
(Z
YM
V)
e S
quas
hM
osai
c V
irus
(S
qMV
) e
m c
asa
de v
eget
accedilatildeo
Fo
rtal
eza
CE
20
01
Tra
tam
ento
sEl
isa(1
)S
into
ma(2
)E
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
aE
lisa
Sin
tom
a
Fam
iacutelia
1P
rogecirc
nie
11
+M
l-
SS
-S
S+
Bo
DeF
M
+S
SP
rogecirc
nie
12
+M
l-
SS
+S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
4+
M-
SS
-S
S-
SS
+M
Pro
gecircni
e 1
6+
SS
-S
S-
SS
-S
S+
MFa
miacuteli
a 2
Pro
gecircni
e 2
2-
SS
-S
S+
M-
SS
-S
SP
rogecirc
nie
23
+M
-S
S-
SS
-S
S+
MP
rogecirc
nie
6+
Ms
-S
S+
M-
SS
Nt
Nt
Fam
iacutelia
5P
rogecirc
nie
51
+M
-S
S+
M-
SS
+M
lP
rogecirc
nie
53
+M
-S
S+
Ms
+M
+M
lP
rogecirc
nie
54
+M
-S
S+
M+
Ms
DeF
En
rF
Bo
+M
Pro
gecircni
e 5
5+
Ml
Nt
Nt
+M
+M
s B
o+
MFa
miacuteli
a 6
Pro
gecircni
e 6
1+
M+
Ml
+M
s-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
2+
M+
SS
+M
+M
s B
o+
MP
rogecirc
nie
65
+M
+M
l+
M-
SS
+M
Pro
gecircni
e 6
6+
Ml
+S
S-
SS
-S
S+
Ml
Fam
iacutelia
8P
rogecirc
nie
81
+S
S+
Ml
-S
S+
Ms
Bo
+M
lP
rogecirc
nie
83
+M
l-
SS
-S
S-
SS
Nt
Nt
Pro
gecircni
e 8
4+
Ml
-S
S+
Ml
+M
I+
Ml
Pro
gecircni
e 8
5+
Ml
+M
l+
Ml
+M
s B
o D
eF+
Ml
CM
VP
RS
V-W
WM
V-2
ZY
MV
SqM
V
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem
obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla
Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001
Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)
PRSV-W 1 2 1 8
ZYMV 1 0 6
WMV-2 7 1 2
CMV 1 1 8
SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV 8 1 1
PRSV-W + WMV-2 5 1 4
PRSV-W + CMV 1 1 8
PRSV-W + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 4 1 5
ZYMV +CMV 1 1 8
ZYMV + SqMV 1 1 8
CMV + SqMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2
PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8
ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9
ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9
PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9
(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em
um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro
repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo
A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas
para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o
Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica
Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos
colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero
de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de
variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas
(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro
das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro
das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita
concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)
As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies
produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita
mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e
tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as
progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a
maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422
dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas
A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a
aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal
(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da
polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)
medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm
de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-
mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N
Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas
significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento
do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de
todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto
que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6
As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na
Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram
respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie
16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16
(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A
progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave
firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a
polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se
destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados
para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo
Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A
MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290
(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa
Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B
Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B
Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB
Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB
Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A
Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677
(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 12
Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 22
Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 55
Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 61
Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 84
Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da
progecircnie 85
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas
sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo
feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de
soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco
homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura
Os resultados foram expressos em ordmBrix
O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por
espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-
fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os
resultados foram expressos em mg100g
As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz
1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica
Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de
228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo
Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor
(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias
Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg
100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1
apresentou as maiores meacutedias
Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o
material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem
disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na
eacutepoca da colheita dentre outros
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto
Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001
Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)
Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A
Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A
Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A
Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A
Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A
MEacuteDIA GERAL 119 1180 797
(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com
meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou
seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)
Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-
nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para
ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo
mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos
principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as
outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o
outro contendo a progecircnie 81
A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa
progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de
coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a
formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre
eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no
segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )
No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-
mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse
material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12
14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-
mente 85 de similaridade
Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra
ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark
No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo
Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
45 m arcadores
Co ef f icien t000 025 050 075 100
Missio n
H y mark
1 1
1 2
1 4
1 3
1 5
2 1
2 2
2 4
6 3
6 1
2 5
5 1
5 5
5 2
5 3
8 4
6 5
6 4
6 2
8 2
1 6
8 5
8 3
1 6
2 6
5 4
2 3
G o ld Min e
8 1
Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos
melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno
no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado
pelas condiccedilotildees de cultivo
Perspectivas
A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo
tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo
Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais
rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos
Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do
melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo
dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as
herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem
ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas
para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por
iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento
A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da
casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com
casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute
provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo
Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional
e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de
Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da
pesquisa
Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e
alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros
Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da
Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e
Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados
neste documento
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza
COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75
DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro
de 1999
DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p
DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia
DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)
FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten
Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001
FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-
colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA
2000 p13-22 Frutas do Brasil
Referecircncias Bibliograacuteficas
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of
resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994
GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI
1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)
GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000
MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons
Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986
McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In
KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops
Oxford Pergamon 1993 p 267-294
MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE
GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento
EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil
MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996
MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente
Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001
MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da
Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001
MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978
NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic
improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin
Madinson USA 1994
OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000
PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-
ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE
GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12
PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO
MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077
2000 p160
PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN
Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In
ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60
PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In
Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba
Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p
PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA
ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva
em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute
ESAM-CNPqBIOEX1999 34p
ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico
ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience
v11 n6 p 554-568 1976
RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10
1996
SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento
Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em
lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001
THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981
WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998
Top Related