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Livro Livro Lingua(gem) e IdentidadeLingua(gem) e Identidade

Organização: Inês Signorini (1998)

Comentários de capítulos: Nádia Biavati

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O conceito de identidade O conceito de identidade linguística: é chegada a hora de linguística: é chegada a hora de

uma consideração radical? uma consideração radical?

• Autor: K. Rajagopalan • Uma Língua, várias línguas , língua, fala=

diferentes filiações teóricas• Línguas= sentido concreto• Língua= sentido abstrato• Qual é a diferença entre língua e dialeto?

São designações que se orientam a partir de visões políticas, religiosas, sociais, étnicas, etc. (Ex: hindi e urdu)

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A questão da identidadeA questão da identidade

• Há uma complexidade, o tratamento à identidade não é pacífico.

• A identidade do indivíduo falante parece marcar o falante nativo como aquele da culpa e da “fala pura”.

• O caso o colonizador= culpa por misturar línguas.• O que existe é o indivíduo composto, proteiforme,

aquele partidário de determinados aspectos• A origem do termo identidade remete a uma visão

essencialista. A própria ideia de indivíduo remete ao “indivisível”.

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As sociedades contemporâneas e As sociedades contemporâneas e as identidadesas identidades

• Nas sociedades, as identidades tornaram-se dignas de pensar “Quem sou eu?”

• Na observação das línguas, os linguistas também são contaminados por suas marcas identitárias.

• A auto- consciência em questões linguísticas é a prerrogativa para o linguista.

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As abordagens marxistas de As abordagens marxistas de estudos linguísticosestudos linguísticos

• Rejeitam a ideia do indivíduo em favor do coletivo.

• O falante é real, mas o ser é social.

• Implicação= determinadas uniformidades ensaiadas, pois a língua ecumênica ainda é ficção (p. 33)

• Essencialismo residual

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Estudos das línguasEstudos das línguas

• As identidades associam-se a interesses comuns, o que não significa a verdadeira autenticidade. A ideia aqui é a de que não existe o falante único, o sujeito ideal.

• Os pidgens e os falantes do crioulo são marginalizados, pois não consideram a uniformidade, são frutos do hibridismos.

• A linguagem dos surdos também é marginalizada, por partir de minorias e por não ser totalmente uniforme.

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Vitalidades linguísticasVitalidades linguísticas

• O caso do Inglês= sua vitalidade provém da identidade múltipla, proteiforme.

• As línguas vivem em constante contato umas com as outras e se “contaminam”, criando possibilidades nunca antes sonhadas. Por isso, essas possibilidades pedem uma consideração radical da própria noção de identidade.

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O conceito de identidade uma O conceito de identidade uma pede revisão urgentepede revisão urgente

• As migrações em massa possibilitam os contatos e a entremesclagem cultural, numa escala sem precedentes.

• Deve-se considerar os vários “eus vira-latas”. • A identidade de um indivíduo se constrói na

língua e através dela. Isso significa que o indivíduo não tem uma identidade fixa anterior e fora da língua (p. 41)

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Identidades linguísticasIdentidades linguísticas

• Em outras palavras, as identidades da língua e do indivíduo têm implicações mútuas. Estão sempre num estado de fluxo.

• É importante uma aceitação crítica dessa visão, pois as noções de identidades puras, íntegras têm servido para deformar o entendimento sobre os fenõmenos do hibridismo.

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Identidade e ideologiaIdentidade e ideologia

• O modo como enxergamos as identidades está carregado de ideologias. O modo como pensamos identidade hoje, como difusa, permite uma operação ideológica de reagir às condições de dominação do único, do homogêneo.

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A proposta linguística de hojeA proposta linguística de hoje

• É considerar que os fenômenos incontroláveis desafiam as teorias dos sistemas puros, indissolutos.

• As identidades “vira-latas”, híbridas, são a grande tendência e a partir delas devem ser revistas uma série de elementos considerados durante muito tempo como verdades puras.

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Texto Etnia, Identidade e Texto Etnia, Identidade e Língua-Língua-

• Autor: Jocob Mey• Um dos principais fatores que estabelecem a

identidade étnica é a língua.• A Dinamarca de Andersen= destaca o

“nascer no lugar” ( pressupõe que os forasteiros não nasceram ali, poderiam ter menos direitos aos bens da terra), o que é preconceito. Entretanto, quem são os considerados “forasteiros” entre nós? Formamos uma etnia única?

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Pronúncias marcam Pronúncias marcam identidades?identidades?

• A palavra “shibboleth”: sua pronúncia segmenta dois povos, os efraimitas e os gileaditas.

• A língua de Pedro, o apóstolo, o denunciou como galileu, grupo étnico não muito respeitado.

• Por que o filme “A Paixão de Cristo” teve os personagens comunicando-se em aramaico? A linguagem reafirmando a etnia pela língua dava mais legitimidade ao fato narrado.

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Éthnos= aparente Éthnos= aparente neutralidade do termo naçãoneutralidade do termo nação

• Marca suposta identidade de um sujeito não conhecido, como voces mediae, nos dizeres dos romanos.

• Pelo etnógrafo italiano Dario Durando, citado no texto, a identidade étnica não deriva da língua, e sim da produção e do compartilhamento de elementos, do “viver economicamente”. Para Mey, a questão não é tão simples (p. 74)

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Uma língua comum?Uma língua comum?

• Regra invisível de pertencimento= falar como os nativos.

• Esforço sisífico= tentar tirar os sotaques• A língua é, acima de tudo, a maneira pela

qual a sociedade se expressa como se seus membros fossem a sua boca.

• O usuário quer que a língua seja expressão de valores independentes e, ao mesmo tempo, expressão individual e pessoal do seu self.

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LínguasLínguas

• Não há línguas em si, somente falantes das línguas. As línguas suficientemente boas são aquelas que servem aos propósitos comunicativos dos usuários.

• Quem pode dizer “eu sou X” a partir da língua que usa? As línguas servem conforme os propósitos econômicos. A questão de usar uma determinada língua não significa necessariamente pertencer a um grupo étnico. EX: Paulo Apóstolo judeu, hebreu, israelita, romano.

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Orgulho étnicoOrgulho étnico

• O orgulho étnico não é mau em si, mas pertencer a uma etnia não significa subjugar as outras.

• Contém traços do racismo.• Racismo= para Mey, conjunto de crenças,

baseadas em critérios de comparação pela aparência física, cultura e outros hábitos, que exclui elementos, e consequentemente, pessoas.

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Prisão do pensamento étnicoPrisão do pensamento étnico

• Leva a prisão dos indivíduos excluídos em guetos.

• Força grupos a deslocamentos.

• Forma subgrupos, força de trabalho desprezada, mercado livre que significa o constrangimento da valorização e da desvalorização.

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A internacionalização da A internacionalização da culturacultura

• A internacionalização da cultura, da arte, do comércio e da política não é, em si, uma ameaça à etnia, no sentido correto do termo; entretanto, uma vez que o crescente contacto e o intercâmbio internacional das ideias na ‘aldeia global’, e suas condições são pressupostos no mercado, elas realmente ameaçam as identidades étnicase dos outros fenômenos culturais ‘não vendáveis’(p.87-88)

• As aldeias vieram para ficar. Entretanto, não devem seguir os ditames centralistas.

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Relatos de migrantes: Relatos de migrantes: questionando as noções de perda questionando as noções de perda de identidade e desenraizamentode identidade e desenraizamento

• Autoria: Maura Penna• Muitos migrantes costumam vivenciar sua

trajetória em termo de variadas perdas, e este sentimento doloroso pode fazer parte de sua experiência.

• A noção de identidade social está ligada a raízes, entretanto é importante o olhar não fixo a elas. O ser não se constitui em essência, mas em existência, em práticas e em relato delas.

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Sobre os relatos de vidaSobre os relatos de vida

• Citando Menezes (1992), os relatos não expressam exatamente como os fatos ocorreram, mas como o migrante os elabora e os analisa.

• Nesse ponto, os relatos traduzem uma memória, linguagem que “reduz, unifica e aproxima no mesmo espaço histórico e cultural a imagem do sonho, a imagem lembrada e as imagens da vigília atual”.

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RepresentaçãoRepresentação

• Pela experiência expressa, o migrante constrói a representação da própria vida, dando-lhe significado.

• A representação não significa reflexo da realidade, mas como processo resultante da elaboração simbólica, a partir de referenciais culturais e sociais disponíveis (p. 90-91, rodapé)

• A linguagem tem um papel importante no tratamento do simbólico.

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IdentidadeIdentidade

• A identidade não funciona como um a priori cognitivo.

• A partir das diferenças, apreendidas como propriedades inerentes, estabelecem-se categorizações e atribuem-se identidades, estabelecendo-se uma demarcação social, como o “quem é quem”.

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IdentidadeIdentidade

• Baseando-se em Brandão (1986), a identidade social é uma construção simbólica que envolve processos de caráter histórico e social, que se articulam e se atualizam.

• Os sistemas simbólicos na representação são construídos historicamente, mantidos socialmente e aplicados individualmente.

• A autora concebe a possibilidade de múltiplas identidades, com base em referenciais distintos, como a origem territorial, a condição de gênero, a etnia, a atividade profissional, etc. Enquanto construção simbólica, a identidade não é decorrência automática da materialidade.

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Identidade como condição e Identidade como condição e representaçãorepresentação

• A identidade, citando Pena (1992), não está na condição de nordestino, mas no modo como estas condições são apreendidas e organizadas simbolicamente.

• Uma concepção de identidade como representação significa ultrapassar a visão de identidade como inerente e constitutiva.

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A migração é desenraizante?A migração é desenraizante?

• Será que o ato de saída da terra natal, por si mesmo, produz desenraizamento?

• Estudos sobre migração brasileira (interna) detectam que também o lugar de origem é marcado pela exclusão em relação ao sistema social, político e econômico vigente: a impossibilidade de acesso já existe na terra natal, mesmo antes da partida.

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Desenraizamento ainda na Desenraizamento ainda na terra de origemterra de origem

• Por motivos diversos, os laços com o lugar de origem já estão enfraquecidos quando a esperança de ida- ainda que ilusória- começa a se sobrepor à vivência, impelindo sujeitos à migração.

• A experiência da exclusão, o desenraizamento, já começa, portanto, a acontecer antes da partida, ainda na terra natal.

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DesenraizamentoDesenraizamento

• Os filhos nascidos “em migração”, sem maiores vínculos com o local de nascimento, não apresentam maiores vínculos e, por isso, questiona-se: quais são as suas raízes?

• O desenraizamento é, ainda, realcionado às condições econômicas, sociais e políticas.

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Idealizações do passadoIdealizações do passado

• Nos relatos, há uma certa idealização “saudosa” de um momento histórico anterior, que a princípio, desconsidera o dinamismo da história, e nega, até derto ponto, transformações sociais, econômicas ou mesmo culturais.

• Para a autora, o processo histórico afeta as vivências comunitárias, tidas como básicas para o enraizamento.

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Valorização positiva das Valorização positiva das raízesraízes

• A terra natal tem por bases laços familiares e uma vivência comunitária que permite a sustentação de práticas culturais compartilhadas e valoradas positivamente.

• As raízes dizem respeito a uma referencialidade de espaço (territorial e/ou cultural) perdida com a migração.

• A terra da migração é a terra dos laços com as redes.

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A história não anda para trás: A história não anda para trás: conflitos no retornoconflitos no retorno

• O lugar de referencialidade nunca mais é o mesmo: o retorno acontece com novas vivências.

• Em geral, as práticas culturais são tomadas como indicativas da identidade social, marcando, por exemplo, a identidade nordestina. Nesse caso, a identidade é considerada como decorrente do modo de vida e dos bens simbólicos que o indivíduo consome ou produz. Mas as práticas culturais não dependem tão diretamente da permanência na terra natal, uma vez que podem ser preservadas em outros espaços, recuperadas pela memória ou recriadas.

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O jogo do auto-O jogo do auto-reconhecimentoreconhecimento

• Acontece com as práticas socioculturais.

• Como prática sociocultural, as práticas linguísticas não têm lugar especial na constituição da identidade.

• Nos relatos, como analisar aspectos que ressaltam uma vivência sofrida?

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Noções de desenraizamento e Noções de desenraizamento e perda de identidade são perda de identidade são marcadas pela negaçãomarcadas pela negação

• Há características básicas comuns que são compartilhadas entre os seres: pela negação, eles revelam aquilo que lhes falta.

• Pelo pesquisador, a experiência deve ser avaliada: a falta relatada remete à essência supostamente perdida ou nunca requerida pelos sujeitos.

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Na avaliação dos relatosNa avaliação dos relatos

• É necessário ter cuidado com as falas de perda, pois remetem à condição essencialista.

• Para Penna, a principal razão para migrar seria exercer “o direito de mudar, por ansiar por mudar de vida”, como uma atitude de não se conformar diante das condições do local de origem.

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Os relatosOs relatos

• Os relatos das ações são relatos ligados à própria existência, pela não conformidade dos fatos.

• Nesse sentido, as identidades devem ser entendidas como um conjunto de elementos não ligados à essência dos sujeitos, mas à existência relatada a partir das vivências nos movimentos sociais, tais como a migração.

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O relato como busca O relato como busca metodológicametodológica

• O relato de vida representa uma busca metodológica para notar em que ponto esses relatos se cruzam, representando convergências à História de Vida de um grupo social.

• As andanças de um migrante representam que ser de um lugar significa constituir redes nos espaços e os espaços funcionam como suportes de comunicação.

• Percebe-se que os migrantes estão sempre em busca do seu lugar, tanto físico quanto social.

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A trajetória de exclusão dos A trajetória de exclusão dos migrantesmigrantes

• As redes de relações são dificultadas pela trajetória de exclusão do migrante. Quando há sucessivos deslocamentos, o migrante pode apresentar, inclusive, a consciência da exclusão com a dificuldade de estabelecer laços nesses novos espaços.

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Consequências da migraçãoConsequências da migração

• A trajetória de exclusão do migrante limita suas possibilidades de construção de uma identidade valorada socialmente.

• A migração acarreta mudanças radicais no modo de vida, no nível do trabalho, da inserção comunitária, no acesso aos bens materiais e simbólicos.

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Enfim,Enfim,

• A migração deve ser entendida como um processo dinâmico de transformação (destruição/recriação) tanto no modo de vida e as relações com o espaço, quanto dos referenciais simbólicos (as representações de identidade) que marcavam a experiência social.

• Meu comentário: A cultura do migrar, por ser uma recriação e uma forma de reação ao status quo, se põe como um modo de identificação dos sujeitos com as práticas do ir, do compartilhar modos de vida, deixando claro que o conformismo não tem lugar nesse ir e voltar, na busca de um lugar no mundo.

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Portanto,Portanto,

• Ao referir-se ao desenraizamento e perda de identidade, deve-se tomar cuidado para não defender uma visão essencialista, do avaliar o antes do migrar como “sempre ser de um modo antes e passar a ser de outro, ruim”. Esse olhar deve, inclusive, abranger outras vertentes de estudo.

• O que está em jogo é perceber a própria capacidade que temos, através das palavras, explicar o fato, ainda que de modo provisório.

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Figuras e modelos Figuras e modelos contemporâneos da subjetividadecontemporâneos da subjetividade

• Autoria: Inês Signorini• A noção de sujeito afastada da posição

essencialista implica o seguinte conceito de identidade: “Identidade é uma forma de totalização ou completude do heterogêneo: identidade como permanência no tempo, apesar da multiplicidade de formas; é a unidade dialética do um e do múltiplo, do si mesmo e do outro.”(p. 335)

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Visão pós-estruturalista de Visão pós-estruturalista de subjetividadesubjetividade

• Nessa visão, há a pulverização em diferentes graus e da irrecuperabilidade de qualquer fechamento ou totalização não local e precária na determinação do sujeito. É o que se chama de sujeito complexo, pois é um ator que opera entre possibilidades disjuntas e/ou contraditórias, que (des)articula a partir da multiplicidade heterogênea e polifÔnica dos c ódigos e narrativas a que está exposto. Trata-se de um sujeito que se constitui entre linguagens, no/pelo trançado de diversas e múltiplas formas de linguagens.

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Subjetividade na visão pós-Subjetividade na visão pós-estruturalistaestruturalista

• Como “ator intermitente”, essa forma de subjetivação se configura como uma arquitetura móvel e multidimensional. Os processos de subjetivação nesse contexto se dão de modo provisório e contingencial. Mesmo a língua, a nação e a personalidade, elementos tradicionais de ancoragem do sujeito tidos como estáveis tradicionalmente, são postos em xeque, tendo em vista esse sujeito proteiforme, em estado de fluxo.

• Análise: figuras do carnaval e da mitologia.

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Figuras do Uno e do TodoFiguras do Uno e do Todo

• Subjetividade ancorada na matriz do senso comum, das produções culturais de prestígio, na ilusão do “autêntico”, representativa de uma comunidade. Há uma confusão entre homogeização e democratização (do convívio).

• Modelo sistêmico clássico.

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Figuras do Múltiplo e Figuras do Múltiplo e heterogêneoheterogêneo

• Remete à condição da nacionalidade, pois não há critérios para que essa seja classificada. Orienta para o olhar associado ao mestiço, ao exilado. Relaciona-se à metamorfose contínua.

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Figuras do Complexo e do Figuras do Complexo e do ProcessualProcessual

• Uma problemática da complexidade se contrapõe à da identidade na medida em que está orientada para a instabilidade, a descontinuidade. No caso da subjetividade, é o conceito de sujeito , referido como sujeito complexo, que vai contrapor ao de sujeito uno-todo. A esse sujeito, não há contornos bem definidos, pelo caráter provisório e evanescente. Sinaliza também elementos da metamorfose.

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Posição da autoraPosição da autora

• Sujeito complexo, constitui-se no entrelugares.

• Sujeito da injunção e da disjunção.

• Figura do Arlequim= complexidade pelo grotesco e pela expressividade, anti-herói.

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ConclusãoConclusão

• Duas direções nos estudos:

Construção da subjetividade pela visão aglutinante- modelo sistêmico clássico.

Construção da subjetividade ancorada na degradação e da perda= visão dispersiva do sujeito