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Jos Aristides da Silva Gamito(Seleo e organizao)

INTRODUO CATEQUTICAPrincpios fundamentais para a atividade catequtica

Conceio de Ipanema MG 2011

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UNIDADE I CATEQUTICAA catequtica uma parte da teologia que estuda o processo catequtico, abrangendo conceitos, objetivos, contedo, histria e mtodo da atividade catequtica. Assim como a pedadogia prepara o profissional para atuar como professor, a catequtica prepara o cristo para atuar como catequista. D-se o nome de catequeta pessoa que se especializa em catequtica. A CATEQUESE NA IGREJA A catequese uma das etapas do processo de evangelizao da Igreja. A sua funo conduzir at ao estado adulto na f todos aqueles que optaram pelo Evangelho ou que esto deficientemente iniciados na vida crist. A catequese uma tarefa necessria e primordial dentro da misso evangelizadora da Igreja. Sem ela a actividade pastoral da comunidade crist no teria razes e seria superficial e confusa. O movimento catequtico atual e os documentos eclesiais mais recentes sobre catequese coincidem em indicar a comunidade crist como origem, lugar, agente responsvel e meta da catequese: * origem: na catequese, como servio pastoral da Palavra, a Igreja se vai manifestando como realidade sacramental de salvao. * lugar: a catequese inicia e aprofunda a experincia de f crist, que no uma realidade individual, mas sim, comunitria. * agente responsvel: toda a comunidade tem a responsabilidade de ajudar a quem procura conhecer o Senhor, ocupando-se do recrutamento, formao e apoio dos catequistas. * meta: a catequese constri e renova a comunidade atravs da integrao e desenvolvimento da f dos/as catequizandos/as. IDENTIDADE DA CATEQUESE A catequese : A etapa (perodo intensivo) do processo evangelizador na qual se formam, basicamente, os cristos: para entender, celebrar e viver o Evangelho do Reino ao qual aderiram; para participar activamente na construo da comunidade eclesial; e no anncio e difuso do Evangelho. Em sentido amplo ou pleno, a catequese a educao da f das crianas, dos jovens e dos adultos, que compreende especialmente um ensino da doutrina crist, dado em geral de maneira orgnica e sistemtica, com o fim de iniciar na plenitude da vida crist (CT 18). Segundo esta descrio, a catequese abrange os seguintes elementos: uma ao educativa da f, dirigida s crianas, jovens e adultos, que abrange o ensino da Mensagem Revelada, apresentada em forma orgnica e sistemtica, para uma iniciao na plenitude da vida crist.

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A catequese no unicamente uma instruo doutrinal, mas pelo contrrio, uma aco educativa da f. A forma particular de educao na f realizada com a catequese, garante uma iniciao crist integral, aberta a todas as outras componentes da vida crist (CT 21). Esta iniciao integral abrange trs componentes bsicos: Cognitivo: Aquisio dos conhecimentos bsicos sobre a f. Afetivo: Desenvolvimento de atitudes e convices fundamentais da f. Comportamental: Aquisio de formas de comportamento e de aco que caracterizam o estilo de vida dos cristos. A catequese educa o ser humano todo (CT 20), de modo a que seja impregnado pela Palavra de Deus at atingir o que h de mais profundo do ser humano (CT 52); e educa em todas as dimenses da f converso a Deus, conhecimento da mensagem moral evanglica, vida comunitria e aco apostlica: a catequese ilumina e robustece a f, anima a vida com o esprito de Cristo, conduz a uma participao consciente e activa do mistrio litrgico e alenta uma aco apostlica (GE 4; ver CC 132). A catequese se dirige, tambm, a todos os cristos (ver CT 35-45): ningum na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber catequese (...), que no s a grande catequista mas tambm a grande catequizada (CT 45). Esta formao crist total e fundamental tem como objectivo a confisso de f (CC 34). AS TAREFAS DA CATEQUESE A catequese tem como finalidade a confisso da f. Isto significa que, atravs dela se realiza: a vinculao fundamental do ser humano a Deus por Jesus Cristo, na comunho eclesial, para o servio do mundo. As trs dimenses (teolgica, eclesial e diaconal) integram a finalidade da catequese, relacionando-se umas com as outras. A catequese permite que o cristo se encontre com Deus, numa Igreja que enviada ao mundo para anunciar a salvao, mediante palavras e obras. A confisso adulta da f vincula a Cristo e por Ele, ao Deus Trindade, Igreja e ao mundo (ver CA 133-135). As tarefas especficas da catequese para conseguir a sua finalidade geral so: iniciao orgnica no conhecimento do mistrio da salvao centrado em Cristo; preparao para a vida de orao e para a celebrao da f na liturgia; aquisio de atitudes e comportamentos evanglicos; iniciao no compromisso missionrio e apostlico. Caractersticas qualidades de uma f adulta: integrada; fundamentada psicologicamente; diferenciada; aprofundada; operatria; aberta. Expresses bsicas de uma f adulta: converso pessoal e estrutural. aquisio de conhecimentos e atitudes de f. Realizao de formas de vida e de ao. O PROCESSO CATEQUTICO

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Atualmente, a catequese considerada como um processo permanente de iniciao, aprofundamento e amadurecimento da f de todos os membros da comunidade crist. O processo catequtico um perodo intensivo de formao crist integral, realizado em forma sistemtica e organizada, ao longo de um tempo determinado, ou seja, marcado por um princpio e um fim). Este processo catequtico considerado permanente quando abrange todas as etapas da vida e no fica reduzido exclusivamente infncia. Este processo de catequese permanente exige que a sua aco catequtica, em cada uma das etapas vitais, seja realizada, em forma progressiva e complementar, em cada uma das fases. No itinerrio catequtico h que ter em ateno as seguintes modalidades: Catequese de adultos. Catequese de adolescentes e jovens. Catequese familiar. Catequese da infncia O processo catequtico tem uma estrutura gradual conforme estas trs etapas: Pr-catequese; Catequese propriamente dita; Mistagogia. O CONTEDO CATEQUTICO O contedo catequtico abrange o conjunto de verdades, valores, atitudes e pautas de conduta que integram a totalidade da mensagem crist ao servio da pessoa na sua totalidade: inteligncia, afectividade e operatividade. O contedo catequtico deve ser apresentado em forma: ntegra nuclear significante gradual globalizada O ncleo fundamental da mensagem crist encontra-se no Smbolo da f que uma expresso privilegiada da herana viva, que os Pastores receberam o encargo de guardar e nele condensaram em afortunadas snteses a f da Igreja (CT 28). As diferentes fontes ou mediaes das que se serve a catequese para apresentar a mensagem crist so: a Palavra de Deus; a comunidade eclesial: Liturgia, Santos Padres, Magistrio. A linguagem catequtica deve congregar todas as formas de linguagem da Bblia e da Tradio e deve ser apresentado de forma significativa e acessvel ao ser humano de hoje. O tema dos materiais catequticos, que so os instrumentos imprescindveis para que se possa realizar o acto catequtico encontra-se em relao directa com a linguagem catequtica. Tendo em conta a enorme variedade de materiais catequticos existentes, vamos indicar alguns critrios a ter em conta para a sua escolha, reviso e utilizao. Estes critrios so os seguintes: O princpio de fidelidade a Deus e pessoa humana.

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A harmonia entre as dimenses antropolgica, cristolgica e eclesial da catequese. A integridade da mensagem crist, tal como confessada pela f da Igreja. A adequao do contedo e da linguagem catequtica s diferentes idades e contextos dos destinatrios. A sua capacidade para facilitar uma iniciao ou reiniciao na f e na comunidade. A sua adequao para uma catequese activa, grupal, indutiva, que responda a todas as dimenses da pessoa e esteja aberta s diversas linguagens. A sua adaptao s possibilidades reais dos catequistas das nossas comunidades. O ato catequtico, pela sua prpria natureza, tem que ser fiel a Deus e ao ser humano. Para que esta fidelidade se torne possvel e real, o acto catequtico dever integrar trs elementos (momentos), que interagem mutuamente: a experincia humana, religiosa e crist do catequizando. a experincia de f: a Palavra de Deus contida nas Sagradas Escrituras e na Tradio viva da Igreja. a expresso da f nas suas diversas formas: confisso da f, celebrao e compromisso. O ato de f requer uma pedagogia inspirada na pedagogia divina: pedagogia do Dom pedagogia da Encarnao pedagogia dos sinais. Os mtodos mais utilizados so: Bblico Eclesial e Antropolgico O CATEQUISTA O ministrio catequtico : um dom do Esprito Santo para a construo da comunidade em ordem ao crescimento da f dos seus membros que exige de quem o realiza: vocao; permanncia; reconhecimento; preparao. O/A catequista : uma pessoa crente enviada pela comunidade que est em processo de formao contnua de modo a ser um animador e educador da f dos seus irmos e irms. Entre os mbitos comunitrios, especialmente aptos para a catequese, destacam-se: a parquia; as comunidades eclesiais de base; a famlia; as associaes, grupos e movimentos apostlicos.

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HISTRIA DA CATEQUESE No novo testamento, o termo catequese significa dar uma instruo a respeito da f. Em sua origem o termo se liga a um verbo que significa fazer ecoar (Kat-ekho). A Catequese, de fato, tem por objetivo ltimo fazer escutar e repercutir a palavra de Deus. Catequese como iniciao f e vida na comunidade Primeira fase: estende aproximadamente, do sculo I ao sculo V. No tempo dos Apstolos, a vivncia fraterna da comunidade, celebrada principalmente na Eucaristia maneira de representar e traduzir a mensagem do Cristo Ressuscitado (1Cor 11, 17-29). Havia uma admisso dos catecmenos de trs anos, que buscavam: - Compreender melhor a f; - Deixar de lado os costumes pagos; - Realizar um tempo de converso e santificao. Catequese como processo de imerso na cristandade Segunda fase: Nesse perodo que vai mais ou menos do sculo V ao sculo XVI, a catequese j no consistia tanto numa iniciao comunidade como se v na primeira fase. A sociedade se considerava animada pela religio crist, que estabeleceu uma aliana entre o poder civil e o poder eclesistico, tal fato denominou-se de cristandade. Catequese como instruo Terceira fase: A partir do sculo XVI, a catequese passa a valorizar mais aprendizagem individual, na qual j no era to marcante a ligao com a comunidade. Alguns fatores contriburam para essa instruo tais como: - A descoberta da Impressa; - A difuso das escolas; - A preocupao com uma maior clareza das formulaes crist. Catequese como educao permanente participao na comunidade de f para a comunho e a

Quarta fase: no sculo XX, a catequese faz redescobrir a importncia fundamental da iniciao crist e o lugar primordial que nela cabe a comunidade. Para a sua informao: A catequese no Brasil e no mundo possui alguns documentos que a organizam e definem seus objetivos. importante conhecer esses livros: Diretrio Geral da Catequese, Diretrio Nacional da Catequese.

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UNIDADE II BBLIA E CATEQUESE importante que o catequista tenha uma intimidade com a Bblia, que saiba como ela se divide, que a manuseie com habilidade e saiba interpretar suas principais passagens. Pois ela o centro da catequese. A seguir, apresentamos apena algumas noes introdutrias. NOES BSICAS SOBRE A BBLIA 01) Qual o significado da palavra "Bblia"?

A palavra "Bblia" de origem grega e quer dizer "LIVROS". So, ao todo, 73 livros: 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. 02) Quem o autor da Bblia?

O autor da Bblia Deus. No foi Ele, porm, quem a escreveu. Essa tarefa coube aos homens e mulheres que, movidos pelo Esprito Santo, foram aos poucos escrevendo tudo o que a eles era inspirado que escrevessem. 03) Os autores humanos da BBLIA apenas "copiaram" o que Deus "ditou" a eles? No, os autores humanos da Bblia receberam a inspirao de Deus e usaram das prprias palavras - e dos prprios conhecimentos - para redigir os textos inspirados. 04) Como a Bblia foi escrita?

A BBLIA foi composta "A DUAS MOS": por Deus, que a inspirou, e pelos homens e mulheres que a escreveram. No sabemos quantos so os autores humanos da Bblia, mas sabemos que so muitos. Da afirmarmos que a Bblia foi escrita em "mutiro". 05) Quando a Bblia foi escrita?

A Bblia foi escrita entre o ano 1250 antes de Cristo e o ano 100 depois de Cristo, aproximadamente. Ou seja, ela levou mais de mil anos para ficar pronta. 06) Onde foi escrito o Antigo Testamento?

O Antigo Testamento foi escrito na Palestina (a terra de Jesus), na Babilnia (onde o povo judeu, num determinado momento de sua histria, esteve

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exilado) e no Egito (para onde muitos judeus foram depois do cativeiro na Babilnia). 07) Onde foi escrito o Novo Testamento?

Os livros do Novo Testamento foram escritos na Palestina (a terra de Jesus), na Sria, na sia Menor, na Grcia e na Itlia (lugares estes onde haviam sido fundadas comunidades crists). 08) Em que lnguas foram escritas a Bblia?

A Bblia foi escrita em HEBRAICO, ARAMAICO e GREGO. 09) Quantas tradues existem da Bblia?

A Bblia j foi traduzida para aproximadamente DOIS MIL IDIOMAS. As cpias mais antigas esto na Biblioteca do Vaticano, no Museu Britnico (Londres, Inglaterra) e no Museu de Jerusalm (Israel). 10) No que foi escrita a Bblia?

Os livros da Bblia foram escritos em CERMICA (tijolos de argila), PAPIRO (tiras de papel feitas a partir da rvore de papiro, originria do Egito) e PERGAMINHO (couro curtido e preparado de carneiro, chamado de pergaminho por ter sido usado pela primeira vez na cidade de Prgamo, 200 anos antes de Cristo). 11) Quem dividiu a Bblia em captulos e versculos?

A diviso dos livros da Bblia em captulos da autoria do ingls Estvo Langton, arcebispo de Canturia, e foi realizada no ano de 1214. J a diviso dos captulos em versculos foi feita, em definitivo, em 1551, pelo tipgrafo Roberto Stefano. Uma curiosidade: a Bblia tem 1.328 captulos e 40.030 versculos. 12) Quais so as duas grandes partes da Bblia?

A Bblia est dividida em duas grandes partes; ANTIGO TESTAMENTO e NOVO TESTAMENTO. O Antigo Testamento comea com o livro de Gnesis e termina com o livro de Malaquias, e o Novo Testamento vai do Evangelho escrito por So Mateus at o livro do Apocalipse de So Joo. 13) Como est dividido o Antigo Testamento? O Antigo Testamento est assim subdividido: PENTATEUCO (os cinco primeiros livros, do Gnesis ao Deuteronmio; livros HISTRICOS (16 livros, de Josu a Macabeus); livros POTICOS ou SAPIENCIAIS (7 livros, de J a Eclesitico) e, livros PROFTICOS ( 18 livros, de Isaas a Malaquias).

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Como est dividido o Novo Testamento?

O Novo Testamento apresenta a seguinte subdiviso: livros HISTRICOS (os 4 Evangelhos mais o livro dos Atos dos apstolos); CARTAS DOS APSTOLOS (21 cartas, de Romanos a Judas) e, livro PROFTICO (apenas um, o Apocalipse, o ltimo livro da Bblia). 15) O que so os livros APCRIFOS?

Os apcrifos so livros escritos nos tempos em que foram escritos os demais livros da Bblia, mas que no foram escritos sob inspirao de Deus e, por isso, no pertencem ao livro da Bblia. 16) Quantos livros tem a Bblia Protestante?

A Bblia Protestante tem 66 livros, 7 a menos que a Bblia Catlica. Os livros de Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesistico, 1 e 2 Macabeus e parte dos livros de Ester e Daniel fazem parte da Bblia Catlica mas no da Bblia Protestante. Razes teolgicas e histricas levaram os judeus - e depois os protestantes a considerar esses livros como livros apcrifos. 17) certo brigar com pessoas de outras religies por causa da Bblia?

No, no certo. A Bblia instrumento de aproximao e unio, e no arma de agresso. 18) Quem o centro da Bblia?

O centro da Bblia Jesus. Tudo nela aponta para o Filho de Deus feito homem. O Antigo Testamento (antiga aliana) prepara a sua vinda; o Novo Testamento (nova aliana) a realiza. 19) Quem pode interpretar a Bblia?

S a Igreja, instituda por Cristo, pode interpretar corretamente a Bblia. O Esprito Santo, terceira Pessoa da Santssima Trindade, quem ajuda a Igreja nessa interpretao. O catlico que participa das celebraes de sua comunidade vai, com o tempo, entendendo o sentido e o significado dos ensinamento da Palavra de Deus; assim ele aprende a interpretar a Bblia junto com a Igreja. 20) Como estudar a Bblia em grupo?

O Grupo de Reflexo (Crculo Bblico) um lugar e um modo seguro e privilegiado de estudar e interpretar a Bblia em comunidade. no Grupo de Reflexo e Vivncia que os catlicos "misturam"a vida com a f e aprendem a ser solidrios uns com os outros.

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bom e aconselhvel decorar trechos da Bblia?

Sim, bom memorizar ou decorar trechos da Bblia, desde que quem os memorize tambm os pratique. Quem conhece passagens da Bblia "de cor" mas no se esfora por viv-las um falso cristo. 22) Com que atitude deve-se ler a Bblia? A Bblia deve ser lida com humildade de corao. aos pequenos e simples que Deus revela a sua sabedoria. 22) Como procurar e encontrar uma citao bblica?

As citaes bblicas tm sempre a seguinte ordem: Ttulo do LIvro (abreviado), Captulo e Versculo. Exemplo: Jo 10,10. Esta citao l-se assim: Evangelho de So Joo, captulo dez, versculo dez. A vrgula ( , ) separa o captulo do versculo. Exemplo: Jo 6,50 = Evangelho de So Joo, captulo seis, versculo cinqenta. O ponto ( . ) indica um pulo entre os versculos.Neste caso, l-se o nmero que vem antes e depois do ponto. Exemplo: Jo 1,3.9 = Evangelho de So Joo, captulo um, versculos trs e nove. O trao ( - ) indica que devemos ler de um versculo at o outro. Exemplo: Jo 17,20-26 = Evangelho de So Joo, captulo dezessete, versculos de vinte a vinte e seis. O trao pode tambm indicar uma seqncia de captulos. Exemplo: Jo 17,20-18,12 = Evangelho de So Joo, do captulo dezessete, versculo vinte, at o captulo dezoito, versculo doze. O ponto e a vrgula ( ; ) separam uma citao de outra, ou um livro de outro livro. Exemplo: Jo 1,5;16,14 = l-se o versculo cinco do captulo um e o versculo quatorze do captulo dezesseis. Outro exemplo: Jo 1,5;Mt1,22: neste caso, deve-se procurar as duas citaes pedidas, uma no Evangelho de So Joo e a outra no Evangelho de So Mateus. Um esse ( S ) indica o versculo imediatamente posterior ao citado. Exemplo: Jo 1,5s = Evangelho de So Joo, captulo um, versculo cinco e seguinte, seis. Ou seja: Jo 1,5s = Jo 1,5-6. Dois esses ( SS ) indicam os versculos seguintes ao citado. Exemplo: Jo 1,5ss = Evangelho de So Joo, captulo um, versculos cinco e seguintes, at onde interessar a citao. s vezes encontramos um a, ou b, ou ainda um c depois da citao do versculo. Exemplo: Jo 1,18a = l-se a primeira parte do versculo dezoito. Quando a letra que vem logo aps a citao do versculo a b, deve-se ler a segunda parte desse versculo e, quando a letra c, l-se a terceira parte do versculo. Isso acontece porque um versculo pode ser formado por uma, duas ou at trs frases. Quando o livro tem um s captulo, omite-se a

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indicao do captulo, e cita-se s o versculo. Exemplo: Jd 3 = Carta de So Judas, versculo trs. Quando o livro tem mais de um captulo, o nmero que vem logo aps a indicao do livro a do captulo. Exemplo: Jo 2 = deve-se ler todo o captulo dois do Evangelho de So Joo. O USO DA BBLIA NA CATEQUESE Costuma-se dizer que a Bblia o principal livro da catequese, a mais importante fonte do processo de evangelizao. E isso fcil de entender, pois sabemos que a Bblia para ns Palavra de Deus. Se na catequese o que se pretende ajudar o catequizando a realizar o seu encontro com Deus, fica clara a importncia da Palavra de Deus, por meio da qual se realiza esse encontro. A catequese deve, portanto, ser centrada na Palavra de Deus. O catequizando deve aprender a escutar a Bblia e deve ser incentivado a vivenci-la. Por meio da Palavra, Deus se comunica conosco e ns nos comunicamos com Ele. No entanto, o uso da Bblia na catequese pode trazer algumas dificuldades. Por isso, damos algumas dicas. 1. LINGUAGEM BBLICA As tradues da Bblia, em geral, no empregam uma linguagem acessvel a catequizandos e adolescentes. s vezes, nem o adulto entende direito o vocabulrio bblico. E no s o vocabulrio traz dificuldades, mas tambm certas noes histricas e certos costumes dos povos antigos, que entram como personagens das Escrituras, nem sempre sero facilmente compreensveis. Por outro lado, algumas verses da Bblia para crianas deixam muito a desejar, pois desfiguram completamente certos textos. O desejvel seria uma traduo que no desfigurasse tanto, mas apresentasse uma linguagem compreensvel, de acordo com a idade dos catequizados. Certos manuais adotam o costume de apresentar uma verso do texto bblico numa linguagem apropriada turma. Nesse caso prefervel no ler o texto na Bblia, mas no prprio manual. O importante, quando se fala do uso da Bblia, no estar com a Bblia na mo, mas compreender sua mensagem. Certas expresses ou frases, que escapam totalmente do universo mental da criana, precisam ser, no mnimo, adaptadas e, s vezes, excludas. Quando se trabalha, no entanto, com adolescentes, jovens ou adultos, principalmente se eles j tm certa caminhada, importante familiariz-los com a Bblia Sagrada. Nesse caso, o catequista incentivar a turma a adquirir a Bblia de preferncia completa e a lev-la para os encontros. E ser preciso todo um cuidado para treinar o manuseio da Bblia e para explicar aquilo que no se compreende primeira vista. Nesse caso, depois de proclamar o texto, preciso compreend-lo, explicando seu vocabulrio e seu sentido, para depois partilh-lo e tirar dele concluses. Pensamos que qualquer texto bblico pode ser traduzido de modo a ser compreendido por crianas de qualquer idade. Essa traduo, no entanto,

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deve ser feita por quem entende das Sagradas Escrituras. E por isso favorvel apresentar, no manual que serve de base para os encontros, uma verso de cada texto a ser usado, em linguagem acessvel 2. SELEO DE TEXTOS Apesar de a Bblia ser um livro bsico na catequese, o processo catequtico no consiste num mero estudo dela. Do ponto de vista pedaggico, seria inconcebvel na catequese e ningum pensa nisso estudar a Bblia do comeo ao fim, seguindo seus esquemas histricos e cannicos. A seleo de textos para cada encontro levar em considerao o contedo que se quer transmitir. A catequese organizada a partir de certos contedos fundamentais no processo de evangelizao. Primeiro, decidimos os contedos. Depois, procuramos a fundamentao bblica. Os textos bblicos serviro de base e suporte para a transmisso dos contedos. Com isso, entendemos duas coisas: 1. No se pode, na catequese, ler os livros bblicos do comeo ao fim, sem organizar os textos a partir dos contedos programados. Dizemos isso porque o catequista poderia ter a tentao de ir comentando textos bblicos aleatoriamente, sem um programa de contedos. No daria certo. 2. No se pode tambm realizar aquele tipo de leitura bblica, infelizmente comum em certos crculos de espiritualidade, em que se abre a Bblia a esmo e se l o primeiro texto que os olhos encontram, como se essa fosse a vontade de Deus para aquele momento. Isso inconcebvel no s na catequese, mas tambm fora dela. Fica parecendo uma tentativa de tirar sorte com a Bblia, forando Deus a revelar sua vontade na hora em que a gente quiser. manipulao, como uma cartomante joga as cartas para descobrir a vontade dos astros. No esse o caminho. Os roteiros de catequese devem apresentar, como costume, uma sugesto de texto bblico que se encaixe dentro do assunto de cada encontro. 3. PROCLAMAO DOS TEXTOS Um cuidado especial se deve ter ao proclamar um texto bblico na catequese. Toda leitura deve ser bem-feita. Mas, se vamos ler um texto que traduz a Palavra de Deus diante do grupo, isso exige cuidados especiais. Primeiro, preciso preparar a turma para escutar a proclamao. preciso criar um clima de silncio e concentrao. Se a turma estiver inquieta, nem adianta proclamar nada. Os ouvidos estaro ligados em outras coisas. Primeiro, faz-se silncio. Depois, proclama-se o texto. Outro cuidado importante fazer, antes da proclamao, breve comentrio a respeito do texto. O comentrio desperta a curiosidade de quem vai ouvir e facilita a compreenso. como se faz na liturgia: antes de proclamar o texto bblico, um comentarista motiva a assemblia. Essa motivao faz com que o povo se ligue no que vai ser proclamado. A postura tambm importante. Talvez seja melhor o pessoal estar sentado. Mesmo que seja um texto do Evangelho, pode ser ouvido em p. Mas catequese no missa. Deve-se levar em conta que o encontro catequtico costuma iniciar-se com todos em p. Tambm a orao inicial costuma ser

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feita nesta posio. Ento, quando chega a hora da Palavra, todos j querem se sentar. E essa uma boa posio para se concentrar e ouvir atentamente. Talvez o catequista, no entanto, ao ler, devesse ficar em p diante de todos. Isso ajudaria at para que sua voz se tornasse mais fcil de ouvir. Seria um modo mais solene de proclamar o texto. E ainda produziria um efeito disciplinar melhor, j que, estando o catequista em posio de destaque diante da turma, os catequizandos so mais facilmente induzidos a respeitlo. Por falar em voz, no se pode nunca esquecer que o texto bblico deve ser proclamado com voz clara e boa dico, respeitando a pontuao e caprichando na entonao. O tom da voz e a boa leitura so fundamentais para a compreenso do texto. Um texto lido, por exemplo, sem pontuao, torna-se incompreensvel. Por isso, preciso treinar a leitura com antecedncia, compreendendo bem o sentido de cada frase. A entonao da voz outro ponto que exige cuidado. Entonao o tom que a pessoa d voz, quando comea a ler. Durante a leitura, o tom de voz deveria mostrar naturalidade. A pessoa que est ouvindo deve ter a impresso de que o leitor est como que conversando. O segredo a naturalidade. Normalmente, quando vamos ler, mudamos completamente a voz e comeamos a cantar o texto, dando aqueles arrancos forados na interrogao. Fica to artificial! No cante o texto. Proclame-o conversando. E use um volume de voz suficiente para que a leitura seja audvel. No preciso gritar o texto. Mas tambm no se deve sussurr-lo, como se fosse segredo. preciso lembrar ainda que h enorme diferena entre proclamar um texto e contar uma histria. Na Pr-evangelizao, como lidamos com crianas muito novas 5 a 7 anos os textos bblicos vm em forma de histrias. A histria no propriamente uma traduo do texto bblico. Ela mais uma adaptao do texto. Uma histria no deve ser lida, deve ser contada, dramatizada. Principalmente, se estivermos lidando com crianas de 5 a 7 anos, como acontece na Pr-evangelizao. Contar histrias uma arte. O catequista deve usar sua imaginao e sua criatividade, para encantar as crianas. Pode usar fantoches, mscaras, roupas especiais. Pode se movimentar de um canto para outro, atraindo sobre si os olhares da turma. Pode gesticular vontade, usando mmicas e posturas: deve fazer tudo isso. Pode arremedar os personagens, criando vozes diferentes para cada um. uma verdadeira encenao. O critrio ser sempre a reao do grupo. Se mostra que est gostando, v em frente. Se reage mal, mude de ttica. 4. COMENTRIO DOS TEXTOS O comentrio dos textos, como proposto nos encontros, uma verdadeiro aprofundamento do tema, a partir dos textos proclamados. No basta explicar e compreender o texto. preciso compreender sua ligao com o tema do encontro. Essa ligao equivale aplicao do texto realidade da vida. O texto bblico no um fim em si mesmo. Ele serve para iluminar a vida. Ento, preciso ficar claro em que sentido o texto a ilumina. Qual a

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mensagem que ele traz? De um nico texto, costuma ser possvel tirar vrias mensagens. Como o catequista vai saber conduzir a reflexo sobre o texto sem fugir do assunto? s ficar atento ao tema e ao objetivo de cada encontro. H um risco enorme de se sair do assunto e conversar sobre um tanto de coisas, sem concluir nada. Se a curiosidade da turma puxa o assunto noutra direo, satisfaa, enquanto possvel, essa curiosidade. Mas depois volte ao assunto principal para concluir a reflexo. O texto bblico no deve ser visto como uma camisa-de-fora para limitar a reflexo. Ao contrrio, ele o ponto de partida para uma conversa de aprofundamento do tema. importante que o momento da reflexo seja momento de dilogo. O catequista no deve se sentir num plpito fazendo sermo. Deve, sim, conversar com a turma e ajud-la a debater o assunto. Mais importante que falar deixar falar, induzindo todos a se expressarem. Quando s o catequista fala, ningum garante que a turma tenha se ligado reflexo. Mas quando o grupo fala, tem-se a certeza de que de algum modo houve interiorizao. O momento do comentrio privilegiado para perguntar, tirar dvidas, esclarecer. Deve-se dar essa liberdade aos catequizandos, mas sem perder o controle do debate, prolongando-o em demasia. s vezes, quando o tema desperta interesse, a turma parece querer passar o resto do dia em discusso. O catequista saber dosar tudo isso para que o encontro no v muito alm do horrio programado. O segredo buscar a objetividade. Quando o assunto exige, para sua compreenso, certa organizao lgica, costumamos sugerir que se use algum recurso didtico apropriado, que venha auxiliar a reflexo: cartazes, faixas, lbuns seriados. Esses recursos facilitam a organizao das idias e proporcionam uma sntese mais conveniente. Quando o assunto mais intuitivo e depende mais da opinio pessoal, costumamos sugerir alguma forma de partilha. A partilha importante porque ajuda cada um a emitir suas opinies. Afinal, o catequizando precisa ser incentivado a elaborar o seu pensamento a partir dos contedos apresentados. A partilha possvel til em qualquer idade. S vai diferir quanto ao seu contedo. Mesmo uma criana de cinco anos j sabe emitir opinies sobre os temas propostos, desde que compreenda o assunto. 5. PROCESSO DE COMUNICAO Enfim, importante frisar aqui o aspecto da comunicao que deve merecer ateno em todos os momentos do encontro, principalmente na hora do comentrio. Podemos falar novamente da comunicao horizontal e vertical que engloba todo o processo de reflexo da Palavra de Deus. A comunicao horizontal vai do catequista ao catequizando e, deste, retorna ao catequista. A comunicao vertical vai de Deus ao catequizando e, deste, retorna a Deus, em forma de adeso ntima e pessoal. Vejamos melhor esses quatro aspectos. Se faltar um deles, o processo de evangelizao ficar incompleto. 1) O catequista precisa se comunicar com os catequizandos, saber uma

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linguagem que eles entendam, de um modo que apreciem. H dois problemas possveis aqui. O primeiro quando nem o catequista entendeu direito o assunto e, por isso, no consegue comunic-lo com clareza. Ningum ento entende nada. O segundo quando o catequista assume certas atitudes que produzem antipatia na turma como o mau humor, a falta de graa, o moralismo, o autoritarismo, a dificuldade de ouvir o catequizando, o monoplio da verdade (que acontece quando o catequista se coloca como o dono da verdade, em ouvir a posio dos catequizandos) tudo isso pode prejudicar a empatia, principalmente mas no somente quando se lida com crianas j mais amadurecidas ou a partir da adolescncia. 2) O catequista precisa tambm abrir um canal de comunicao com os catequizandos. Se a comunicao vai apenas do catequista ao catequizando, e no retorna, ser deficiente. s vezes, essa comunicao de retorno mais difcil. O catequista precisa de certo jeito para escutar a turma, compreendendo sua realidade, suas idias, suas opinies, seu mundo. Comunicao sem retorno sempre incompleta. como quando se envia uma carta que fica sem resposta. pela resposta dos catequizandos que se perceber com que profundidade acolheram e assimilaram o assunto, transformando-o em expresses prprias de seu conhecimento. O catequizando no precisa sair da catequese repetindo tudo o que o catequista afirmou. O que se espera que o catequizando seja confrontado com toda a mensagem proposta e possa se posicionar diante dela, elaborando seu conhecimento. Nesse sentido, o catequista no se desespere se a turma questionar e protestar, parecendo no concordar com certos temas. Talvez haja maior assimilao ao protestar que ao se calar. Esse raciocnio, no entanto, no dispersa o catequista de usar todo o seu poder de convencimento, para gerar na turma uma adeso aos valores propostos. 3) O catequista precisa estabelecer a comunicao de Deus com os catequizandos. A Palavra que se ouviu Palavra de Deus. Com as devidas propores, Deus falando. A turma precisa ouvir a Palavra como coisa de Deus. Deus quer nos comunicar algo. Estamos, entretanto, diante de afirmaes delicadas e perigosas, pois certos conceitos como Palavra de Deus, voz de Deus, vontade de Deus nem sempre so muito claros. preciso ter cuidado para no colocar nossa vontade como sendo vontade de Deus. Nem mesmo podemos colocar a vontade da Igreja como desejo ltimo de Deus. So trs coisas distintas. Ao emitir sua opinio, o catequista deve deixar claro que se trata de sua opinio. Ao comentar a doutrina da Igreja, precisa deixar claro que o pensamento da Igreja, , sempre voltado, claro, para a busca do bem de toda a humanidade. A vontade de Deus, no entanto, ser sempre um mistrio. Cada pessoa a ouvir diretamente em seu corao, em sua conscincia. O catequizando aprender a concluir o que Deus lhe mostra, a partir de tudo, quando se reflete num encontro. Mas a comunicao de Deus ao catequizando acontecer sempre no ntimo de cada um. Por isso, bom evitar expresses ambguas, tais como: Deus me disse isso, Deus est dizendo aquilo, Deus me revelou tal coisa. A no ser em frases genricas e bvias, como: Deus quer o bem de todos.

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4) O catequista precisa ainda incentivar a comunicao dos catequizandos com Deus. Trata-se de dar uma resposta, um retorno quela iluminao divina que tiver sido captada a partir da reflexo sobre a Palavra. Mais uma vez, preciso frisar que tambm essa resposta acontecer no ntimo de cada um e depender de quanta luz o catequizando absorveu pela reflexo e por todo o encontro. Essa resposta que produzir depois a to propalada mudana de vida. Mas no muito como induzir mudana de vida. O que o catequista pode e deve fazer iluminar ao mximo o corao do catequizando, com a luz da reflexo, proporcionando assim a mais clara adeso que ele for capaz. Mas essa capacidade ser sempre muito pessoal e depender de muitos outros fatores que escapam ao controle do catequista. A melhor resposta Palavra de Deus a simpatia e o amor do catequizando com Deus equivale a regar esse amor e essa simpatia, criando condies favorveis para que floresa no corao de cada catequizando uma atrao forte por Deus. Para a sua compreenso: bom que o catequista procure estudar sobre a Bblia, sobre sua constituio e sua interpretao. Para isso, procure livros de introduo Bblia, de comentrios bblicos. Esses ajudam obter uma viso melhor da Bblia.

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UNIDADE III DOUTRINAS E DOGMASO catequista deve conhecer as principais doutrinas da Igreja Catlica Apostlica. Os dogmas so verdades de f proclamadas pela Igreja. O conjunto de dogmas constitui a identidade doutrinria do catolicismo. Uma verdade proveniente da Revelao divina s pode ser considerado um dogma quando ela proposta pela Igreja Catlica diretamente sua f, atravs de uma definio (clarificao) solene e, portanto, infalvel da Igreja e do posterior ensinamento de seu magistrio ordinrio. Para que tal acontea, so necessrias duas condies: O Sentido deve estar suficientemente manifestado; A doutrina em causa deve ser definida pela Igreja como revelada. A Igreja Catlica proclama a existncia de 43 Dogmas, subdivididos em 8 categorias diferentes: Dogmas sobre Deus, Dogmas sobre Jesus Cristo; Dogmas sobre a criao do mundo; Dogmas sobre o ser humano; Dogmas marianos; Dogmas sobre o Papa e a Igreja; Dogmas sobre os sacramentos Dogmas sobre as ltimas coisas (Escatologia). Os dogmas especificam o que a Igreja cr como verdade de f. A sntese da f crist se encontra no Smbolo Apostlico e no Smbolo Nicenoconstantinopolitano, as oraes do creio.

DOGMAS SOBRE DEUS 1- A Existncia de Deus - "A idia de Deus no inata em ns, mas temos a capacidade para conhec-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra". 2 - A Existncia de Deus como Objeto de F - "A existncia de Deus no apenas objeto do conhecimento da razo natural, mas tambm objeto da f sobrenatural". 3 - A Unidade de Deus - "No existe mais que um nico Deus". 4- Deus Eterno - "Deus no tem princpio nem fim". 5- Santssima Trindade - "Em Deus h trs pessoas: Pai, Filho e Esprito Santo; e cada uma delas possui a essncia divina que numericamente a mesma". DOGMAS SOBRE JESUS CRISTO 6- Jesus Cristo verdadeiro Deus e filho de Deus por essncia - "O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeies, por haver sido engendrado eternamente por Deus." 7- Jesus possui duas naturezas que no se transformam nem se misturam "Cristo possuidor de uma ntegra natureza divina e de uma ntegra natureza humana: a prova est nos milagres e no padecimento" 8- Cada uma das naturezas em Cristo possui uma prpria vontade fsica e uma prpria operao fsica - "Existem tambm duas vontades fsicas e duas operaes fsicas de modo indivisvel, de modo que no seja conversvel, de

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modo inseparvel e de modo no confuso" 9- Jesus Cristo, ainda que homem, Filho natural de Deus - "O Pai celestial quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo" 10- Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e prprio sacrifcio - "Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Esprito Santo, era o que recebia o sacrifcio." 11- Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifcio de sua morte na cruz - "Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifcio apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdo" 12- Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos - "ao terceiro dia, ressuscitado por sua prpria virtude, se levantou do sepulcro" 13- Cristo subiu em corpo e alma aos cus e est sentado direta de Deus Pai - "ressuscitou dentre os mortos e subiu ao cu em Corpo e Alma" DOGMAS SOBRE A CRIAO DO MUNDO 14- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada - "A criao do mundo do nada, no apenas uma verdade fundamental da revelao crist, mas tambm que ao mesmo tempo chega a alcan-la a razo com apenas suas foras naturais, baseando-se nos argumentos cosmolgicos e sobretudo na argumento da contingncia." 15- Carter temporal do mundo - "O mundo teve princpio no tempo" 16- Conservao do mundo - "Deus conserva na existncia a todas as coisas criadas" DOGMAS SOBRE O SER HUMANO 17- O homem formado por corpo material e alma espiritual - "o humano como comum constituda de corpo e alma" 18- O pecado de Ado se propaga a todos seus descendentes por gerao, no por imitao - "Pecado, que morte da alma, se propaga de Ado a todos seus descendentes por gerao e no por imitao, e que inerente a cada indivduo" 19- O homem cado no pode redimir-se a si prprio - "Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruda pelo pecado" DOGMAS MARIANOS 20- A Imaculada Conceio de Maria - "A Santssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceio, foi por singular graa e privilgio de Deus onipotente em previso dos mritos de Cristo Jesus, Salvador do gnero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original" 21- Maria, Me de Deus - "Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido no tem uma

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natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Da que o Filho de Maria propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; ento Maria verdadeira Me de Deus, posto que o Verbo Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem" 22- A Assuno de Maria - "A Virgem Maria foi assunta ao cu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo no sofreu nenhuma corrupo como suceder com todos os homens que ressuscitaro at o final dos tempos, passando pela descomposio." DOGMAS SOBRE O PAPA E A IGREJA 23-A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo - "Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituio" 24- Cristo constituiu o Apstolo So Pedro como primeiro entre os Apstolos e como cabea visvel de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdio - "O Romano Pontfice o sucessor do bemaventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho" 25- O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdio sobre toda Igreja, no somente em coisas de f e costumes, mas tambm na disciplina e governo da Igreja - "Conforme esta declarao, o poder do Papa : de jurisdio, universal, supremo, pleno,ordinrio, episcopal, imediato" 26- O Papa infalvel sempre que se pronuncia ex ctedra - "Para compreender este dogma, convm ter na lembrana: Sujeito da infalibilidade papal todo o Papa legtimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e no outras pessoas ou organismos (ex.: congregaes pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral". O objeto da infalibilidade so as verdades de f e costumes, reveladas ou em ntima conexo com a revelao divina. A condio da infalibilidade que o Papa fale ex catedra: - Que fale como pastor e mestre de todos os fiis fazendo uso de sua suprema autoridade. - Que tenha a inteno de definir alguma doutrina de f ou costume para que seja acreditada por todos os fiis. As encclicas pontificais no so definies ex catedra. A razo da infalibilidade a assistncia sobrenatural do Esprito Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro. A conseqncia da infalibilidade que a definio ex catedra dos Papas sejam por si mesmas irreformveis, sem a interveno ulterior de qualquer autoridade." 27- A Igreja infalvel quando faz definio em matria de f e costumes "Esto sujeitos infalibilidade: O Papa, quando fala ex catedra - O episcopado pleno, com o Papa, que a cabea do episcopado, infalvel quando reunido em conclio ecumnico ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de f ou de costumes para que todos os fiis a sustentem" DOGMAS SOBRE OS SACRAMENTOS

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28- O Batismo verdadeiro Sacramento institudo por Jesus Cristo - "Foi dado todo poder no cu e na terra; ide ento e ensinai todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo" 29- A Confirmao verdadeiro e prprio Sacramento - "Este Sacramento concede aos batizados a fortaleza do Esprito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua f em Jesus Cristo." 30- A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos aps o Batismo - "Foi comunicada aos Apstolos e a seus legtimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiis cados depois do Batismo" 31- A Confisso Sacramental dos pecados est prescrita por Direito Divino e necessria para a salvao - "Basta indicar a culpa da conscincia apenas aos sacerdotes mediante confisso secreta" 32- A Eucaristia verdadeiro Sacramento institudo por Cristo - "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna" 33- Cristo est presente no sacramento do altar pela Transubstanciao de toda a substncia do po em seu corpo e toda substncia do vinho em seu sangue - "Transubstanciao uma converso no sentido passivo; o trnsito de uma coisa a outra. Cessam as substncias de Po e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciao uma converso milagrosa e singular diferente das converses naturais, porque no apenas a matria como tambm a forma do po e do vinho so convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o po e o vinho, mas substancialmente j no o so, porque neles est realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo." 34- A Uno dos enfermos verdadeiro e prprio Sacramento institudo por Cristo - "Existe algum enfermo entre ns? Faamos a uno do mesmo em nome do Senhor" 35- A Ordem verdadeiro e prprio Sacramento institudo por Cristo "Existe uma hierarquia instituda por ordenao Divina, que consta de Bispos, Presbteros e Diconos" 36- O matrimnio verdadeiro e prprio Sacramento - "Cristo restaurou o matrimnio institudo e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento." DOGMAS SOBRE AS LTIMAS COISAS 37-A Morte e sua origem - "A morte, na atual ordem de salvao, consequncia primitiva do pecado" 38- O Cu (Paraso) - "As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no cu" 39- O Inferno - "As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vo ao inferno" 40- O Purgatrio - "As almas dos justos que no instante da morte esto

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agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vo ao purgatrio. O purgatrio estado de purificao" 41- O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo - "No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, vir de novo para julgar os homens" 42- A Ressurreio dos Mortos no ltimo Dia - "Aos que crem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreio" 43- O Juzo Universal - "Cristo, depois de seu retorno, julgar a todos os homens." No processo catequtico, preciso introduzir esses princpios de f respeitando a idade do catequizando. Tomar a misericrdia de Jesus sempre como referncia ao falar de inferno, de pecado, de condenao. A catequese tem de contribuir para a uma viso positiva de Deus. No se deve ensinar doutrina de modo seco, como um estudo escolar, mas deve tomar sempre a Bblia como referncia, demonstrando esses princpios de modo vivencial e encarnado na vida. Para a sua compreenso: A Igreja Catlica tem como fonte de doutrina e de organizao pastoral os seguintes livros: Bblia Sagrada (fundamento da f), Catecismo da Igreja Catlica (principais doutrinas explicadas) e o Cdigo de Direito Cannico (as leis que organizam e regem a Igreja). As fontes da doutrina da Igreja provm da Bblia, da Tradio (doutrinas e costumes dos primeiros cristos) e do Magistrio (so os documentos com orientaes e decises do papa e dos bispos em comunho com ele).

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UNIDADE IV METODOLOGIA DA CATEQUESENenhuma metodologia dispensa a pessoa do catequista no processo da catequese. A alma de todo mtodo est no carisma do catequista, na sua slida espiritualidade, em seu transparente testemunho de vida, no seu amor aos catequizandos, na sua competncia quanto ao contedo, ao mtodo e linguagem. O catequista um mediador que facilita a comunicao entre os catequizandos e o mistrio de Deus, das pessoas entre si e com a comunidade (DNC 172)

1. IMPORTNCIA DA METODOLOGIA NA AO CATEQUTICA Uma das preocupaes mais intrigantes para os catequistas com relao Metodologia. Cada vez mais nos defrontamos com a necessidade de melhorarmos e crescermos na misso catequtica. Ao preparar um encontro catequtico sempre vm mente aquelas perguntas: como vou preparar o meu encontro?, de que maneira vou trabalhar com os catequizandos?, qual o caminho a percorrer?. A palavra mtodo uma palavra de origem grega (mthodos, do grego ods, caminho), que quer dizer caminho, estrada que ajuda a chegar aonde que se quer, isto , alcanar a meta proposta. O mtodo catequtico supe uma ao de planejamento, o qual requer: a) domnio do contedo a ser transmitido (O QU?) b) conhecimento da realidade e da vida dos catequizandos (QUEM?) c) objetivos claros e concretos (PARA QU?) d) discernimento para escolher o melhor caminho, o mtodo mais apropriado (COMO?) e) capacidade para agendar as datas e administrar bem o tempo (QUANDO?) f) clareza quanto razo da sua misso e do caminho a ser percorrido (POR QU?) A catequese pode ter vrios mtodos. Assim, como para se chegar a um endereo determinado, pode-se fazer uma longa caminhada, passar por

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desvios e pontes desnecessrios ou encontrar a maneira mais rpida para chegar meta proposta. Na educao da f pode acontecer o mesmo. Quando no temos objetivos claros e nem sabemos como realizar o que desejamos, podemos nos perder no caminho sem chegar a alcanar a meta proposta. Na catequese, precisamos percorrer os caminhos mais adequados para vivenciar um processo eficaz: Para isto, preciso no esquecer que alm dos objetivos, precisamos ter em mente a realidade em que trabalhamos (rural, periferia, urbana), os destinatrios com suas experincias, cultura, idade, os contedos a serem refletidos, vivenciados, o uso de uma linguagem adequada, e a comunidade que fonte, lugar e meta da catequese (Marlene Bertoldi). A Conferncia de Aparecida fez sobre a caminhada da Igreja LatinoAmericana fazendo uma sria reflexo sobre os mtodos utilizados pela Igreja na Catequese e na Ao Evangelizadora. Depois de elencar as conquistas e os aspectos positivos (a animao bblica da pastoral, renovao litrgica, empenho dos ministros ordenados e dos leigos e religiosos, a ao missionria e a renovao pastoral da Igreja), a conferncia apresentou algumas sombras e retrocessos (reducionismos, enfraquecimento da vida crist, falta de acompanhamento aos leigos, florescimento de espiritualidade de cunho intimista, linguagem distante da Igreja, escassez de vocaes, catlicos afastados, trnsito religioso, pluralismo religioso, afastamento e falta de coragem e perseverana na f), dentre os quais, elencamos duas: Percebemos uma evangelizao com pouco ardor e sem novos mtodos e expresses, uma nfase no ritualismo sem o conveniente caminho de formao, descuidando outras tarefas pastorais (DA 100 c). Na evangelizao, na catequese e, em geral, na pastoral persistem tambm linguagens pouco significativas para a cultura atual e em particular para os jovens. (...) As mudanas culturais dificultam a transmisso da F por parte da famlia e da sociedade (DA 100 d). Tal constatao nos convida a re-pensar nossa ao catequtica, procurando novos caminhos e novos meios para transmitir a mensagem de f. Sobre a importncia do mtodo, convm refletir alguns aspectos inerentes: Mtodo Catequtico supe um caminho a ser trilhado, a ser construdo. Como diz o provrbio: no h caminho pronto, caminho se faz ao caminhar. O catequista faz parte do Mtodo Catequtico: seu jeito de ser, olhar, escutar, falar, sorrir, questionar, trabalhar, pontuar e agir; O Mtodo supe sempre uma ao comunitria: ele passa pela partilha em grupo e aproveita os espaos onde h reflexo, planejamento, ao e avaliao; Mtodo uma experincia de convivncia e de amizade. O mtodo transforma as pessoas, de desconhecidas a bons amigos. Aqui no h espao para isolamento, inimizades ou monlogos. Jesus fez do seu seguimento um mtodo bastante eficaz para os seus discpulos. Ele mesmo se colocou como caminho (Jo 14, 6); Mtodo procedimento: acolher, ver, iluminar, agir, celebrar e avaliar; Mtodo interao: F, Vida e Comunidade;

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Mtodo aprendizagem (aprender-fazendo, aprender-ensinando) e oportunidade para aprimorar a escuta (ouvir-rezando; ouvir-sentindo e ouvir-amando). Mtodo comunicao atravs da linguagem verbal e no verbal (gestos e smbolos); Mtodo ao criativa e dinmica. caminho de construo, instruo e desconstruo. Trabalho em grupo: A partir de alguns textos dos evangelhos (Zaqueu, Samaritana, Discpulos de Emas e outros relatos), qual o mtodo utilizado por Jesus para anunciar a Palavra e provocar uma resposta de f? 2. O ENCONTRO CATEQUTICOA pedagogia catequtica tem uma originalidade especfica, pois seu objetivo ajudar as pessoas no caminho rumo maturidade na f, no amor e na esperana. (DNC 146)

O encontro de catequese no uma aula, e no h aluno e professor, mas catequizando e catequista. O encontro catequtico um encontro de f, espao privilegiado de educao e amadurecimento da f. O encontro uma feliz oportunidade para aprender, ensinar, sentir, criar, descobrir e experenciar. A catequese exigente! No d para ficar com aquela idia de que basta ter boa vontade para faz-la. Todos devem estar preparados para a catequese: o catequizando, o qual deve estar motivado para participar e o catequista, o qual deve ter preparo e testemunho de f. A comunidade tambm tem um papel importante para a catequese, como escola de comunho e acolhida e ambiente propcio para a iniciao e o testemunho da f. A metodologia da Catequese a metodologia da Igreja. Ela contempla alguns passos importantes: VER ILUMINAR AGIR CELEBRAR AVALIAR. Dentro do encontro catequtico, estes momentos podem ser contemplados. Mais do que nunca, o sculo XXI exige de ns catequistas uma nova maneira de evangelizar e catequizar as crianas, jovens e adultos. Sonhamos com uma catequese que parta da realidade, que seja iluminada pala Palavra de Deus. Sonhamos com uma catequese que valoriza os laos de amizade e os sentimentos. Sonhamos com uma catequese comprometida com os valores do Reino de Deus. Sonhamos com uma catequese que conduza nossos catequizandos a serem autnticos e fiis seguidores de nosso Mestre Jesus. Para que isso acontea, no existem receitas prontas. Existem caminhos que precisam ser trilhados. Cabe a cada catequista, de acordo com sua realidade, descobrir qual o melhor mtodo (caminho) a ser seguido para que a catequese alcance seu objetivo de construir comunidades catequizadoras comprometidas com a verdade e a justia, numa educao contnua de f, luz da Palavra de Deus, para serem sinal do Reino entre ns. Eis algumas dicas para melhorar a qualidade do encontro catequtico:

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1. Conhea o seu grupo de catequizandos, chamando-os pelo nome. Interesse-se por conhecer cada famlia e a realidade de cada um. 2. Busque apoio em algum para resolver as dificuldades surgidas; seu coordenador deve estar a par de tudo. 3. Procure variar a disposio dos lugares na hora do encontro. a disposio em semi-crculo sempre muito boa: todos se olham de frente. 4. Evite as improvisaes. Prepara cada encontro com antecedncia. Tenha seu caderno de preparao e avaliao sempre em dia e em ordem. 5. Evite a rotina. Aproveite para isso as celebraes e revises. Quando sentir que o grupo est desinteressando, prepare um encontro-surpresa: passeio, confraternizao, jogo... 6. Procure conhecer o conjunto da programao e do material que pode ser utilizado na catequese. Isso lhe dar segurana. 7. Use com critrio e criatividade o seu material sua disposio. Saiba inculturar de acordo com a realidade de cada um. 8. Procure valorizar e acompanhar os catequizandos, dando-lhes algumas responsabilidades e oportunidades para participar ativamente do encontro catequtico. 9. Esteja sempre em contato com a coordenao. Ela ajudar voc a resolver suas dvidas e voc sentir que no est sozinho nessa obra. No desanime! O trabalho que vale a pena, sempre exige compromisso e sacrifcio. 10. No se interesse pelo catequizando somente no momento do encontro. Ele precisa ter a certeza de que voc est pensando nele, querendo o seu bem. Procure saber do que ele gosta, quais seus problemas. 11. Participe intensamente de sua comunidade. Carregue no corao a alegria de pertencer a uma comunidade crist, mesmo com suas dificuldades. Lembre-se de que voc um legtimo representante e servidor da Igreja, no ministrio do anncio da Palavra. 12. Seja uma pessoa de orao. Reze. A Palavra de Deus deve ser para voc um livro de meditao diria. No uma orao alienada da realidade, mas uma orao comprometida com a vida e a realidade. 13. Seja freqente nos encontros de formao de catequese, correspondendo ao chamado de Deus com responsabilidade. Seja presente e atuante na vida da sua comunidade. Seu testemunho de vida a forma mais eloqente para viver o ministrio. 3. Como preparar um encontro catequtico: Visto os meios e recursos disponveis, o catequista deve preparar antecipadamente o encontro. E como preparar um encontro de Catequese? Eis alguns passos: 1. Olhar a realidade: quem so? Crianas? Adolescentes e Jovens? Adultos? Onde vivem? 2. Traar o objetivo do encontro: o que se pretende alcanar com esse encontro? qual sua finalidade? Tente formular um objetivo bastante simples e bem concreto. Algo bem p no cho. 3. Escolher o contedo: qual a mensagem a ser anunciada? Que tema trata o encontro? Qual o texto da Palavra de Deus ser proclamado e refletido no encontro? Quais as perguntas que podero ser feitas a fim de ajudar a entender o texto?

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4. Selecionar o mtodo apropriado: como chegar l? Quais os meios e recursos sero utilizados para transmitir a mensagem? 5. Executar o que foi planejado: colocar em prtica tudo aquilo que foi preparado com antecedncia. 6. Avaliar o encontro: o objetivo do encontro foi alcanado? Se no foi, por qu? Houve imprevistos? O que no ficou claro e precisa ser esclarecido? Houve uma boa participao? 4. Regras de ouro para o bom xito de um encontro: a) Divida bem o tempo do encontro, de modo que a metade seja ocupada pelos catequizandos, incentivando sua participao e entrosamento nos temas abordados. b) Evite atrasos. Saiba chegar com antecedncia para os encontros. Assim voc ter oportunidade para preparar o ambiente e acolher cada catequizando que chega. c) Inicie sempre os encontros com uma orao. Pode-se invocar o Esprito Santo, fazer uma orao espontnea. Faa uma pequena recordao da vida, para colocar na orao intenes, nomes de pessoas ou fatos ocorridos na semana e que merecem nossa ateno. d) Procure primeiro OUVIR. Retenha seu saber para despertar nos outros o prazer pela busca, pela partilha e pela construo de novas idias. e) Valorize as colaboraes dos catequizandos, mesmo que suas idias no estejam muito claras. Saiba dar o devido valor partilha e ao trabalho do grupo. f) Tente inspirar confiana, respeito e alegria atravs da sua presena. No tente inibir o catequizando com o seu olhar e outras posturas. g) Valorize a diversidade e os dons de cada um. Voc no poeta? Algum catequizando talvez o seja. Voc no canta? Algum talvez cante. h) Quando for necessrio dialogar, no queira que a sua idia ou sua cabea prevalea. Aponte caminhos, mas nunca feche assuntos e questes. i) O catequista tambm ensina, em nome da Igreja, por isso, apresenta a verdade de f, no segundo suas intuies, mas de acordo com o que a Igreja prega e ensina. j) Ao escolher uma criatividade ou dinmica para os encontros procure variar, levando em conta os cincos sentidos: ouvir (audio); ver (viso); degustar (paladar); cheirar (olfato); trabalhar as mos (tato). bom variar pra no cansar explorando somente um sentido! k) Saiba criar dinmicas de acordo com as idades dos catequizandos: desenhos, gestos, cantos, gincanas, jogral, encenao, trabalhos em grupos, gravuras, recortes de jornal, slides, fantoches, histrias em quadrinhos, audiovisuais, filmes, poemas, cartazes, pintura, etc... l) Saiba colocar um toque de humor em cada encontro. O encontro de catequese no pode ser uma reunio sria, como se fosse uma reunio de executivos. Tem que haver descontrao, deve saber equilibrar, oferecendo possibilidades de desenvolver o ldico. m) Se os catequizandos falam alto demais, fale mais baixo. Voc adquire o silncio, sem ter que perder a pacincia, ou pior sem ter que berrar achando que vai apaziguar a situao.

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n) No humilhe, no despreze e nem deixe ningum de lado. Saiba controlar aqueles que facilmente participam para no intimidar mais ainda os que ficam muito quietos e sem iniciativa. o) Cada um um. Por isso, evite fazer comparaes entre os catequizandos. p) Quando dar alguma atividade em grupo, procure perceber se est havendo a participao de todos, ou se tem algum que no se envolve. Procure ter essa sensibilidade para no deixar essa situao atrapalhar a participao e a aprendizagem de todos. q) Saiba ser presena junto a cada catequizando, ao longo do encontro. Mantenha uma comunicao com cada um a melhor forma de obter disciplina. Voc poder se comunicar efusivamente com o olhar, um gesto, um sorriso e uma palavra, sem soar como se estivesse vigiando ou desconfiando da capacidade do catequizando. r) Apresente os objetivos do encontro de forma atraente e desejvel. Nunca falar claramente, deixe sempre um enigma a desvendar no final. s) Terminar o encontro com uma orao e sempre que puder ajudar o grupo a assumir um propsito para ser realizado naquela semana e que esteja em sintonia com o tema que foi refletido. t) Alm dos encontros aproveitar para celebrar a vida e a f, as alegrias e as dores, os desafios e os anseios da caminhada. Recorrer ao ofcio Divino, celebrao da Palavra, tero, e outras manifestaes de f. 5. A linguagem na catequese: Vivemos na sociedade da informao e da tecnologia, marcada pelos impactos da globalizao. E a catequese se coloca diante desse mundo plural com vrias vozes e vrios esteretipos. Junto aos arepagos da psmodernidade, a catequese tem a misso de tornar no s clara e audvel, mas tambm crvel, a Palavra de Deus, precioso tesouro anunciado ao longo dos sculos pelos profetas, mrtires, discpulos e discpulas que ardorosamente deram seu testemunho com coragem e alegria. No possvel pensar que hoje todos tenham de ter uma nica linguagem, um mesmo jeito de falar e de anunciar a mensagem crist. Contudo possvel que todos procurem entender a essncia da mensagem e a ela possam aderir, transmitindo ao mundo pela fidelidade, a f que edifica o Reino de Deus. No h como haver uma nica linguagem, mas possvel que todos estejam sintonizados na mesma freqncia que oriunda do Evangelho. O Diretrio Nacional de Catequese coloca como desafio: formar catequistas como comunicadores de experincias de f, comprometidos com o Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja fiel mensagem do Evangelho e compreensvel, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de hoje, na realidade ps-moderna, urbana e plural (DNC 14b). Enfim, falar de linguagem falar de inculturao e esta prtica torna-se cada vez mais irrenuncivel para a ao catequtica: a catequese tem a misso permanente de inculturar-se, buscando uma linguagem capaz de comunicar a Palavra de Deus e a profisso de f (Credo) da Igreja, conforme a realidade de cada pessoa (DNC 149). Para ajudar a reflexo:

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No mtodo, so importantes a linguagem adequada e os meios didticos. necessrio adaptar-se aos interlocutores, usando uma linguagem compreensvel, levando em conta a idade, cultura e circunstncias. s vezes a transmisso da mensagem evanglica fica prejudicada pelo uso de uma linguagem inadequada. (...) A catequese faz uso da linguagem bblica, histrico-tradicional (Credo, liturgia), doutrinal, artstica e outras. preciso, porm, estimular novas expresses do Evangelho com linguagens renovadas e comunicativas como a linguagem sensorial e miditica (rdio, TV, internet) e outras. O emprego dos meios didticos e o uso de instrumentos de trabalho so teis e mesmo necessrios para a educao da f. Por isso, a Igreja capacita os catequistas para resgatar e assumir os valores da cultura do povo, estimulando a inculturao do evangelho (DNC 163). a pedagogia da f precisa ento atender s diversas necessidades e adaptar a mensagem e a linguagem crists s diferentes situaes dos interlocutores (DNC 179). A catequese chamada a anunciar com vigor o Evangelho ao corao da cultura e das culturas (DNC 224).

UNIDADE V PSICOPEDAGOGIA CATEQUTICAAntigamente se entendia a catequese como um processo automtico. Hoje se percebe que necessrio usar os conhecimentos da pedagogia, da didtica e da psicologia para se relacionar de modo adequado e eficiente com os catequizandos. Alm de conhecimentos bsicos de Teologia. A seguir, apresentamos as contribuies da psicologia na abordagem da catequese. PSICOLOGIA DAS IDADES Introduo: Antes de prepararmos nossos encontros de catequese, necessrio conhecermos as pessoas a quem vamos transmitir a mensagem. Para que nossos catequizandos possam amadurecer na f, precisamos levar o contedo da mensagem crist adaptado ao seu desenvolvimento psicolgico. Por isso, vamos caracterizar a situao psicolgica e existencial dos nossos interlocutores, para depois indicar algumas alternativas da ao catequtica.

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A Catequese Renovada afirma a educao da f como um processo permanente, que acompanha o homem por toda a vida e se integra em seu crescimento global (CR - 129). A formao espiritual do ser humano pertence essncia de sua natureza e do processo educativo, iniciado na concepo e prolongado at a morte. Para ajudar o catequista em seu trabalho de elaborao do plano da catequese, citaremos em sintese algumas caractersticas correspondentes s diversas faixas etrias: 1- Infncia (O a 6 anos); 2-Infncia (7 a 9 anos); Pr-adolescncia (9 a 14 anos); adolescncia (14 a 20 anos) e juventude (aps 21-29 anos). Adulto (30 -60 anso) Idoso (65 anos). INFNCIA 0 a 6anos. a fase em que a criana acorda para o mundo, num ambiente de famlia. Precisa de muita alegria, afeio e segurana. a idade das primeiras descobertas: de si mesma, do mundo familiar, do seu corpo e das coisas. E uma fase de total dependncia e aprende por imitao. Caractersticas: a criana de 0 a 6 anos : imensamente afetiva, precisa de proteo, amor, carinho, apoio, confiana, ateno e segurana; bastante possessiva, quer tudo para si e no gosta de repartir; insegura, dependente e no faz muita diferena entre ela e o mundo que a cerca; muito intuitiva e aprende mais vendo, tocando e fazendo. Orientaes para o catequista: a criana nunca deve ser reprimida. Reprimir a criana impedir que seja ela mesma, impedir seu desenvolvimento; criar em torno da criana um ambiente de segurana, de afeio e de alegria; a catequese no ser sistemtica, mas ocasional. A preocupao do catequista ser fundamentar a vida de f do dia de amanh, pelo culto a Deus. Dar s crianas a certeza de que so amadas por Deus e levlas a corresponder a esse amor por uma vida de gratido e bom comportamento; acentuar a orao de louvor, gratido e admirao. Consagrar, todos os dias, algum tempo para a orao sem constrangimento e com alegria. Ex: Deus grande, fiquemos de joelhos; Deus bom, vamos louv-lo e agradec-lo. Atividades: As atividades devem ser todas baseadas nos gestos, na expressao corporal, no desenho espontneo e na msica. SEGUNDA INFNCIA 7 a 9 anos a fase da curiosidade. a idade em que a criana precisa ser valorizada e comea a despertar a conscincia moral. Vive no mundo da

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imaginao. A televiso exerce uma grande influncia nesta idade. Caractersticas: a criana de 7 a 9 anos gosta: de admirar as coisas, desenhar a natureza, as coisas de que ela gosta, admira e contempla; de saber o porqu das coisas. Comea a desenvolver o uso da razo de uma maneira mais acentuada. a fase da curiosidade; de possuir um certo grau de conscincia moral e j capaz de distinguir o bem do mal, o certo do errado; de chamar a ateno sobre si; de participar de jogos coletivos e de dar ordens; de viver no mundo da imaginao e da fantasia. Orientaes para o catequista: nunca dizer para uma criana que o trabalho dela est mal feito; o catequista deve responder a todas as perguntas que a criana faz, mesmo se for preciso pesquisar e responder depois. Dizer sempre com frases simples e curtas; a criana capaz de permanecer muito tempo em admirao e meditao diante de uma flor. O catequista poder aproveitar-se disso para levar a criana a admirar a criao de Deus. o catequista deve canalizar a agressividade para o bem, para o belo etc. Aproveitar as energias da criana para as atividades e no castig-la; o catequista deve ser um testemunho para a criana. Aproveitar-se da interiorizao da criana para lev-la a pensar, a falar com Cristo em orao. Atividades: As atividades devem ser organizadas em equipes, brincadeiras certas regras e que estimulam a liderana. PRE-ADOLESCNCIA 9 a 14 anos a fase em que os interesses, energias e atenes esto voltados para o mundo das coisas e das pessoas. a descoberta do mundo e das pessoas. tambm a fase das experincias e atividades. Nesta faixa etria, tanto os meninos quanto as meninas tm uma vontade imensa de se sentirem importantes e uma grande facilidade de memorizao. Caractersticas: o pr-adolescente gosta de: viver em grupos homogneos (grupos s de meninos ou s de meninas) mas ainda sem uma liderana definida; viver no mundo dos sonhos, das fantasias; as meninas procuram fazer-se notar diante dos adultos e provocam os meninos; o menino quer ser o tal, o forte e sente-se superior s meninas. a fase das brutalidades ou indiferena diante delas. Gosta de realizar

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grandes inventos; tanto os meninos como as meninas tm grande capacidade de memorizao; questionar o que aprendeu na catequese. Orientaes para o catequista: nos encontros de catequese, partir do que concreto; o pr-adolescente nesta fase tem necessidade de exteriorizar sua f; bom que participe de celebraes litrgicas; e a melhor poca para desenvolver o sentimento de comunidade e para lhe dar a idia de Igreja-Comunidade Unida; a orao para essa idade deve ser uma orao voltada para a realidade, com frmulas simples e espontneas, partindo sempre do mundo que a cerca. Atividades: J que o pr-adolescente gosta de atividades, deve-se desenvolver o trabalho em grupo, fazendo cartazes, debates, lbuns etc. Deve-se organizar teatros, dramatizaes, celebraes litrgicas, jograis, interpretaes de fatos, encenaes, expresso corporal etc. ADOLESCNCIA - 14 a 19 anos a fase da busca de personalidade, da liberdade, do amor e da realizao pessoal. O adolescente gosta de viver em grupos e sente necessidade de se auto-afirmar, de amar e ser amado. a idade das transformaes, das grandes mudanas. inconstante nas atitudes e emoes. Nessa fase (idade), muitos j entram no mundo do trabalho. Caractersticas: o adolescente gosta: de seguir a moda, de curtir seus heris e costuma criar dolos; muito influenciado pelos meios de comunicao social; de ser independente dos adultos e de fazer novas experincias; de questionar e criticar as prticas religiosas; de viver em grupo onde pode se auto-afirmar; de conviver com pessoas do mesmo sexo. a idade da amizade; de ouvir msica; de ter emoes fortes, sentimentos diferentes. E a idade da grande instabilidade emocional; de sonhar, de viver no mundo da fantasia como se fosse realidade. a chamada idade dos sonhos. Orientaes para o catequista: para o adolescente o catequista aquele que vai ajud-lo a resolver os

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seus conflitos, as suas dvidas religiosas; o catequista deve inspirar-lhe confiana, coragem para que o adolescente se sinta seguro e possa, espontaneamente, abrir-lhe o corao; nao se pode ter receio de tratar todos os problemas da vida, numa linguagem acessvel e numa dimenso de f; o desenvolvimento sexual marca um perodo de grandes dificuldades para o adolescente. O catequista precisa estar atento e procurar ajud-lo em suas dificuldades. Atividades: As atividades devem ser em grupos, explorando a criatividade, com msicas que apresentem mensagens e exerccios que utilizem a memorizao. Da a facilidade que os adolescentes tm na apresentaao de encenaes, teatros etc. JUVENTUDE - 20 - 29 anos a fase das primeiras experincias sexuais e a descoberta da vocao profissional e pessoal. Gosta de viver em grupos heterogneos e, embora viva afastado da Igreja, sente necessidade de ntima relao com Deus. Seus problemas pessoais muitas vezes levam-no a pensar em acabar com a vida. Apesar de toda problemtica que enfrenta, mantm a esperana de dias melhores. Tem uma vida emotiva muito rica e facilmente depressivo ou expansivo. Procura sua identidade e por isso facilmente influencivel pelos outros e pelos Meios de Comunicao Social. Adquire uma grande capacidade de discutir idias e de se comunicar com os outros. Caractersticas: o jovem gosta: de curtir a vida, de praticar esportes; de ouvir msica e danar; de ajudar as pessoas, de sentir-se til; de ser alegre; de ser livre e independente; de ser romntico, sonhador; de ser crtico para com os adultos e de questionar o comportamento deles; de apaixonar-se. A jovem gosta de sonhar com o prncipe encantado; de ter amigos e viver em grupos; de aparecer. Orientaes para o catequista: para o jovem, o catequista aquele que vai estar ao seu lado para ajud-lo a enfrentar seus problemas e a entender as suas dvidas religiosas; o catequista deve valorizar o jovem nas suas aptides; o catequista deve ouvir o jovem e orient-lo sem fazer crticas ao seu comportamento;

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uma das dificuldades do catequista de orientar os jovens quanto ao desenvolvimento sexual. Quando o catequista tiver dificuldades nessa parte, procure pessoas capacitadas para que falem aos jovens numa linguagem aberta e acessvel sobre o assunto; o catequista deve respeitar as idias do jovem, mas sem ter medo de expor suas prprias idias. Atividades: Devem ser dadas em grupos, ajudando os jovens a sentirem-se bem, teis (atravs de visitas a asilos, a creches, onde com suas msicas e alegria contagiantes, promovam momentos felizes); importante promover gincanas e os brindes arrecadados entregar para alguma promoo social. Abrir espaos para que o jovem possa atuar na vida da comunidade ativamente. As celebraes litrgicas so muito importante na vida os jovens, principalmente quando preparadas por eles mesmos. ADULTA 30 a 60 Anos um dos mais extensos estgios psicossociais e resume-se no conflito entre educar, cuidar do futuro, criar e preocupar-se exclusivamente com os seus interesses e necessidades. Usualmente d-se desde os 30 aos 60 anos, no havendo porm uma idade comum a todas as pessoas. (Lus Rodrigues, 2001:p.283) A questo chave na nesta idade pode formular-se de vrias formas: Serei bem sucedido na minha vida afetiva e profissional?; Produzirei algo com verdadeiro valor?; Conseguirei contribuir para melhorar a vida dos outros?. Esta fase denota a possibilidade de se ser criativo e produtivo em diversas reas da vida. Bem mais do que educar e criar os filhos representa uma preocupao com o contentamento das geraes seguintes, uma descentrao e expanso do Ego empenhado em converter o mundo num lugar melhor para viver, como tal, a generatividade representa o desejo de realizar algo que nos sobreviva. (Lus Rodrigues, 2001:p.280) Se o desenvolvimento e descentrao do Ego no ocorre, ou seja, se se d o fracasso na expanso da generatividade, o indivduo pode estagnar, preocupar-se quase unicamente com o seu bem-estar e a posse de bens materiais. O egocentrismo para Erikson, sinnimo de ineficcia e de decadncia vital precoce. O egocntrico fecha-se nas suas ambies e pouco ou nada d de si aos outros. Caractersticas: Potencial e maturidade para a paternidade/maternidade; Produo, ensino, cura, criatividade Escolha de valores ideais para a vida. A virtude prpria deste estgio o cuidado, a inquietao com os outros, o querer fazer algo por algum. Orientaes para o catequista:

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A catequese com adultos tem como misso: a) reforar a opo pessoal por Jesus Cristo; b) promover uma slida formao dos leigos, levando em considerao o amadurecimento da vida no Esprito do Cristo Ressuscitado; c) estimular e educar para a prtica da caridade, na solidariedade e na transformao da realidade, julgando com objetividade e luz da f as mudanas scio-culturais da sociedade; d) ajudar a viver a vida da graa, alimentada pelos sacramentos; e) formar cada pessoa para cumprir os deveres do prprio estado de vida, buscando a santidade; f) dar resposta s dvidas religiosas e morais de hoje; g) desenvolver os fundamentos da f, que permitam dar razo da esperana; h) educar para viver em comunidade e assumir responsabilidades na misso da Igreja, dando testemunho cristo na sociedade; i) educar para o dilogo ecumnico e inter-religioso, como instrumentos para a busca da unidade crist e da paz entre os filhos de Deus; j) ajudar na animao missionria alm fronteira. (DNC183) Atividades: a) levar em conta seus problemas e experincias, capacidades espirituais e culturais; b) motiv-los para a vivncia da f em comunidade, para que ela seja lugar de acolhida e ajuda; c) fazer um projeto orgnico de pastoral com os adultos que integre a catequese, a liturgia e os servios da caridade (cf DGC 174). PESSOA IDOSA 65 ANOS Esta fase da vida marcada por um olhar retrospectivo, que faz com que, ao aproximarmo-nos do final vida, sintamos a necessidade de aquilatar o que dela fizemos, revendo escolhas, realizaes, opes e fracassos. Nesta etapa da vida a questo que se coloca Teve a minha vida sentido ou falhei?. Esta ltima idade ocorre frequentemente a partir dos 60 - 65 anos. Toma conscincia que a vida teve sentido e que foi feito o melhor possvel dadas as circunstncias e as suas capacidades. Reconcilia-se com a mgoa e a angstia, e encara a existncia como algo positivo. Segundo Erikson, o possuidor de integridade est preparado para defender a dignidade do seu prprio estilo de vida contra todas as ameaas fsicas e econmicas. Se o avaliamento da existncia negativa, se sentimos que desaproveitamos o nosso tempo e no concebemos quase nada, existe o desejo de retroceder, de readquirir as oportunidades perdidas, de reformular opes e escolhas. Pode instalar-se o desgosto, a angstia, o pnico da morte.

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Caractersticas: Olhar retrospectivo para a vida; Da realizao ou da angustia pela no realizao; Processo de integridade consigo se vivido bem as experincias da vida, ou tambm perodo de angustia pelo passado, sentimento de culpa; A sabedoria a virtude resultante da ltima fase da vida, a percepo de que no vivemos em vo, A sabedoria, ento, a preocupao desprendida com a vida em si. Orientaes para o catequista: (DNC 185-186) a) Destacar o valor da pessoa idosa como um dom de Deus Igreja e sociedade, pela sua grande experincia de vida. b) Descobrir talentos e possibilidades nessa situao tambm funo da catequese, c)A catequese com pessoas idosas deve estar atenta aos aspectos particulares de sua situao de f. d) A catequese valoriza e incentiva a redescobrir as ricas possibilidades que tm dentro de si e assumir sua misso em relao com o mundo e com as novas geraes. Atividades: De qualquer maneira, a condio de idoso exige uma catequese de esperana, que os leve a viver bem esta fase da prpria vida e a dar o testemunho s novas geraes e assim se prepararem para o encontro definitivo com Deus. Entre outras coisas, necessria uma catequese que os prepare para a Uno dos Enfermos.

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REFERNCIAS DOS TEXTOS: UNIDADE I. Catequtica. Disponvel em: padrealexandre.web.pt/catequeticafundamentalft.ppt . Histria da catequese. Disponvel em: http://mafaoli.blogs.sapo.pt/1090.html. UNIDADE II. Bblia e catequese. Disponvel em: http://www.tlcsaojoao.kit.net/catequese/biblia.htm. O uso da Bblia na catequese. Disponvel em: www.catequisar.com.br/texto/.../catequese.../02.htm. UNIDADE III. Disponvel em: UNIDADE IV. Disponvel em: UNIDADE V. Disponvel em: