UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
CENTRO DE RECURSOS HÍDRICOS E ECOLOGIA APLICADA
DANIELLI CRISTINA GRANADO
INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO HIDROMÉTRICA NA COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA NA REGIÃO DE TRANSIÇÃO RIO
PARANAPANEMA – RESERVATÓRIO DE JURUMIRIM (SP)
São Carlos 2008
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DANIELLI CRISTINA GRANADO
INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO HIDROMÉTRICA NA COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA NA REGIÃO DE TRANSIÇÃO RIO
PARANAPANEMA – RESERVATÓRIO DE JURUMIRIM (SP)
Tese apresentada à Escola de Engenharia de
São Carlos da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Doutor em Ciências da
Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr Raoul Henry
São Carlos 2008
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iv
Dedico...
A Luiza, essa gatinha sapeca que transformou a
minha vida e me fez compreender o sentido do
amor incondicional...
Ao Rogério, pelo amor, carinho e
companheirismo de mais de treze anos.
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AGRADECIMENTOS
Uma pesquisa de doutorado parece um trabalho solitário. Realmente, passa-se muito
tempo a sós com as amostras, microscópio, papers e computador. Contudo, sem a colaboração
de dezenas de pessoas, entre as quais orientadores, professores, técnicos, colegas
pesquisadores e amigos, este trabalho jamais teria sido realizado. A eles, expresso aqui meu
profundo reconhecimento.
Ao meu orientador, Professor Dr. Raoul Henry, exemplo profissional, por sua
presença constante ao longo de toda a execução deste trabalho e pela confiança em mim
depositada.
A Dra Andréa Tucci, pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo, pela
disponibilidade e carinho com que sempre me acolheu, pelo auxílio imprescindível na
identificação taxonômica do fitoplâncton, nas análises estatísticas multivariadas e na
discussão dos dados da comunidade.
A Dra Maria do Carmo Calijuri, Professora Titular da EESC – USP, a quem admiro
muito, pelo carinho e inestimável contribuição para meu amadurecimento como pesquisadora.
A Professora Dra Jandira Líria Biscalquini Talamoni da UNESP de Bauru, que me
iniciou na Limnologia e me apresentou ao incrível mundinho do plâncton, pela amizade e
carinho de sempre.
Ao Professor Dr. Carlos E. Bicudo, pelas contribuições como banca deste trabalho.
Aos amigos muito queridos do Laboratório do Departamento de Zoologia da UNESP
de Botucatu: Fabiana, Fernanda, Luciana, Silvia, Rosa, Mirian, Rose, Claudia, Juliana, João,
Paula, Adriana, Patrícia, Rafael, Gilmar, Danilo e Eliana, pelo convívio agradável, apoio e
carinho.
Ao Professor Dr. Marcos Gomes Nogueira, do Departamento de Zoologia da UNESP
de Botucatu, pela amizade e empréstimo de material bibliográfico.
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Ao técnico do laboratório de Zoologia da UNESP de Botucatu, Hamilton Rodrigues,
por ser sempre tão prestativo e competente, no auxílio fundamental nas coletas de campo e
nas análises físicas e químicas.
A secretaria do Departamento de Zoologia da UNESP de Botucatu, Juliana, por estar
sempre disposta a ajudar.
A Dra Rosa A.R. Ferreira pelas contribuições na identificação das algas e auxílio com
o Surfer.
Ao doutorando Gilmar, pelas valiosas discussões dos dados estatísticos.
A Dra Luciana P. Sartori, pela correção do Abstract e auxílio com o Surfer.
A Dra Adriana Jorcin, por me ensinar a trabalhar com o Sigma Plot.
Ao Miguel, pelo auxílio nas coletas e por cuidar tão bem da nossa alimentação quando
estávamos em campo.
Ao Clóvis, pela amizade e convívio agradável nos trabalhos de campo.
Ao Professor Antonio C. S. Pião, pela valiosa ajuda nas análises estatísticas.
A Dra Lezilda C. Torgan por me receber tão bem na Fundação Zoobotânica do Rio
Grande do Sul e me ensinar os métodos de identificação de diatomáceas
A FAPESP, pela bolsa de estudo e recursos disponibilizados para realização desta
pesquisa (Processo Nº 03/12473-9).
A minha mãe Ema e meu pai Luciano (in memorian), pelo apoio constante. Em
especial, a minha mãe por ficar com a Luiza, para que eu pudesse trabalhar.
Aos queridos (as) tios, tias, primos e primas, sobrinhas, cunhada, sogra, sogro, por
estarem sempre presentes.
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RESUMO GRANADO, D.C. (2008). Influência da variação hidrométrica na comunidade fitoplanctônica na região de transição Rio Paranapanema – Reservatório de Jurumirim (SP). Com o objetivo de compreender a influência da variação hidrométrica na estrutura da comunidade fitoplanctônica do Rio Paranapanema e de três lagoas laterais (Camargo, Coqueiral e Cavalos), com diferentes níveis de associação com o curso de água, localizadas na zona de transição com a Represa de Jurumirim foram realizadas amostragens mensais na subsuperfície e no fundo dos ambientes, no período de julho de 2004 a julho de 2005. De 11 de novembro de 2004 a 10 de fevereiro de 2005, as coletas subsuperficiais passaram a ser realizadas duas vezes na semana, totalizando 27 amostragens. Foram obtidos dados de precipitação e de temperatura do ar e da água e realizadas análises físicas e químicas na água (transparência da água, extensão da zona eufótica, coeficiente de atenuação da luz, condutividade elétrica, alcalinidade, oxigênio dissolvido, pH, nutrientes totais e dissolvidos e velocidade da correnteza no Rio) e da comunidade (clorofila mais feofitina, riqueza, freqüência de ocorrência, densidade, biovolume, diversidade, equidade, dominância, estrutura de tamanho dos organismos, espécies descritoras dos ambientes e taxa de modificação da comunidade). Em função da variação hidrométrica, cinco períodos foram definidos: vazante de 2004 (julho a setembro de 2004), estiagem (outubro a dezembro), enchente (janeiro e fevereiro), cheia (março e abril) e vazante de 2005 (maio, junho e julho de 2005). As Lagoas Camargo e Coqueiral, por estarem permanentemente associadas ao Rio Paranapanema apresentaram variação similar entre si, seguindo o mesmo padrão do curso de água, em relação as variáveis físicas e químicas, com exceção do oxigênio dissolvido. A Lagoa dos Cavalos, por ser um ambiente isolado e de dimensões menores apresentou uma dinâmica distinta dos outros corpos de água. A comunidade fitoplanctônica da região de desembocadura do Rio Paranapanema no Reservatório de Jurumirim no ano de estudo foi composta por 180 táxons, dos quais a classe Chlorophyceae foi responsável por mais de 40% do total. A variação sazonal do fitoplâncton (densidade, biovolume, diversidade) pode ser atribuída, principalmente, a flutuação do nível hidrométrico nos ambientes estudados. O período de estiagem foi caracterizado por baixas densidades e biomassas (mas as menores foram registradas no início da vazante de 2004) e elevados valores de diversidade. Nas fases de enchente e cheia ocorreram altas densidades e biomassas, representadas, especialmente, pela classe Cryptophyceae (Cryptomonas brasiliensis) e níveis intermediários de diversidade. A Lagoa dos Cavalos apresentou um padrão similar de variação dos atributos da comunidade, mas com valores de diversidade e densidade duas vezes mais elevados que os outros ambientes a partir do final da enchente e mantiveram-se altos até vazante de 2005. No estudo intensivo, uma fase considerada como de equilíbrio da comunidade foi detectada apenas na Lagoa dos Cavalos, através do predomínio de Aphanocapsa spp. durante aproximadamente cinco semanas. A partir daí, a biomassa dessa espécie foi reduzida e Cryptomonas brasiliensis predominou com mais de 40% da biomassa total por duas coletas, após a ocorrência de um súbito aumento no nível hidrométrico, que desestabilizou a comunidade, favorecendo o desenvolvimento dessa espécie oportunista que, em seguida foi substituída por Botryococcus braunii. A seguir, houve aumento da diversidade do fitoplâncton. Assim, parece que o estágio maduro do ecossistema foi alterado e a sucessão revertida a estágios iniciais, visto o desenvolvimento de espécies pioneiras (R-estrategistas), seguido de aumento da diversidade fitoplanctônica. Nos outros ambientes, Cryptomonas brasiliensis também apresentou picos de crescimento ao longo do estudo, sendo relacionados a eventos de precipitação e/ou vento. Sem a interferência antrópica, caracterizada pelo manejo da barragem de Jurumirim, provavelmente, a comunidade fitoplanctônica teria mais tempo para se auto-organizar durante a limnofase desencadeando uma sucessão verdadeira nas Lagoas Camargo e Coqueiral. A
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inundação, então, funcionaria como um distúrbio intermediário elevando as diversidades. Aparentemente, nas condições atuais, a inundação tem ocasionado apenas um distúrbio de baixa intensidade, sem resultar em diversidade máxima, devido à constante entrada de água nas lagoas conectadas ao longo do ciclo sazonal. No entanto, na Lagoa dos Cavalos (ambiente isolado), o aumento substancial do volume de água no final de janeiro de 2005 pode ser considerado uma perturbação de intensidade intermediária, visto os elevados valores de diversidade e riqueza do fitoplâncton encontrados após a enchente, que foram os mais elevados deste ambiente durante o período de estudo. Palavras-chave: fitoplâncton, lagoas marginais, variação hidrométrica, distúrbio.
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ABSTRACT
GRANADO, A.D. (2008). Influence of the hidrometric variation in the phytoplankton in the transition zone Paranapanema River – Jurumirim Reservoir (SP). With objective of understanding the influence of the hidrometric variation in the structure of phytoplankton community form Paranapanema River community fitoplanctônica and of three lateral lakes (Camargo, Coqueiral and Cavalos) with different association levels with the course of water, located in the transition area with the Dam of Jurumirim monthly samplings were accomplished in the subsuperfície and in the bottom of the atmospheres, in the period of July of 2004 to July of 2005. Of November 11, 2004 on February 10, 2005, the collections subsuperficiais passed to be accomplished twice in the week, totaling 27 samplings. With the samples physical and chemical analyses were accomplished (temperature of the air and of the water, precipitation, transparency of the water, electric conductivity, alkalinity, dissolved oxygen, pH, nutrients presents and speed of the current in Rio) and biological (chlorophyll more feofitina, wealth, composition, abundance, occurrence frequency, density, biovolume, diversity indices, dominance, equitability, structures of size of the organisms and tax of the community's modification). In function of the hidrometric variation, five periods were defined: falling of 2004 (July to September of 2004), low water (October to December), rising (January and February), high water (March and April) and falling of 2005 (May, June and July of 2005). The Lakes Camargo and Coqueiral, for they be permanently associated Rio Paranapanema presented a similar pattern amongst themselves and with the course of water, in relationship the physical and chemical variables, except for the dissolved oxygen. While the Cavalos’s Lake, for being an isolated atmosphere and of smaller dimensions it presented a dynamics different from the other bodies of water. The phytoplankton community of the mouth zone of the Paranapanema River into the Reservoir of Jurumirim in the year of study was composed for 180 táxons, of the which the class Chlorophyceae was responsible for more than 40% of the total. The seasonal phytoplankton variation can be attributed, mainly, the fluctuation of the hidrometric level. The low water period was characterized by low densities and biomasses (but the smallest ones were registered in the beginning of the falling of 2004) and high diversity values. While the rising phases and high water presented high densities and biomasses, acted, especially, for the class Cryptophyceae (Cryptomonas brasiliensis) and, intermediate levels of diversity. The Cavalos’s Lake presented a similar pattern in relation to variation of those attributes of the community, but with values twice higher than the other starting from the end of the rising; and that you/they stayed high even falling of 2005. As the diversity in that adapts, the values were larger of the end of the rising to the end of the high water and smaller in the falling periods. In the intensive study (samplings twice in the week), a phase that could be detected as of equilibrium it was just detected at the Cavalos’s Lake through the presence of Aphanocapsa spp. during approximately five weeks, since then, the biomass of that species was reduced and Cryptomonas brasiliensis prevailed with more than 40% for two collections, characterized by the sudden increase in the hidrometric level, that destabilized the community, favoring that species opportunist's development, being substituted by a pick of elevation of the biomass of Botryococcus braunii, following by increase of the diversity. Like this, it seems that the clímax of the ecosystem was altered and the succession reverted to initial process, seen by the development of pioneering species (R-strategist), following by increase of the diversity. In the other lakes, Cryptomonas brasiliensis also presented growth picks along the study, being related to precipitation events and/or wind. Without the antropic interference, characterized by the handling of the dam of Jurumirim, probably, the phytoplankton community would have more time to solemnity-organize during the limnofase unchaining a true succession in the Lakes Camargo and Coqueiral. The hidrologic pulse then, would work as an intermediate disturbance elevating the diversities.
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Seemingly, in the current conditions, the flood has just been causing a disturbance of low frequency, without resulting in maximum diversity, due to constant entrance of water in the connected ponds along the seasonal cycle. However, in the Cavalos’s Lake, isolated, the substantial increase of the volume of water in the end of January of 2005 a disturbance of intermediate intensity can be considered, seen the high diversity values and wealth found after the inundation, that you/they were the highest of this lakes during the study period. Key-words: phytoplankton, later1al lakes, hidrometric variation, disturbance.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL 11
2 HIPÓTESES DO TRABALHO 20
3 OBJETIVOS GERAIS 21
4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 22
CAPÍTULO 1 – VARIAÇÃO SAZONAL NA ESTRUTURA DO FITOPLÂNCTON NO RIO PARANAPANEMA E EM TRÊS LAGOAS MARGINAIS
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1 INTRODUÇÃO 26
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS 31
4 RESULTADOS 39
5 DISCUSSÃO 91
6 CONCLUSÃO 106
CAPÍTULO 2 – FLUTUAÇÕES DE CURTO PRAZO NA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA DE LAGOAS MARGINAIS E DO RIO PARANAPANEMA DURANTE O PERÍODO DE INUNDAÇÃO
108
1 INTRODUÇÃO 109
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 111
3 MATERIAIS E MÉTODOS 112
4 RESULTADOS 120
5 DISCUSSÃO 174
6 CONCLUSÃO 184
7 CONCLUSÃO GERAL 187
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 189
APÊNDICE A – Complementação da Estatística 204
APÊNDICE B – Fotos do Local de Estudo 209
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1 INTRODUÇÃO GERAL
1.1 Planícies de Inundação
A existência de áreas inundáveis é considerada como um fato natural e regular,
comumente observado na maioria dos cursos de água de médio e grande porte (ALLAN,
1995), especialmente, em trechos onde a declividade do percurso é baixa e as áreas adjacentes
são planas. Em períodos de enchentes, os rios invadem as depressões laterais e quando as
águas baixam e seu nível volta ao normal, formam-se verdadeiros lagos, interligados ou não
com o canal principal (JUNK, 1980). Junk et al. (1989) denominaram essas áreas,
conjuntamente com o canal principal do rio, como “sistema rio – planície de inundação”.
Segundo Junk (1997) e Neiff (2003), o curso do rio, suas ilhas, seus tributários e a planície de
transbordamento formam uma mesma unidade ecológica, a qual é funcionalmente dependente
do fluxo horizontal de água.
No entanto, em regiões temperadas, principalmente, em paises altamente
industrializados da América do Norte e da Europa, as grandes áreas inundáveis foram
modificadas ou até eliminadas para atender às construções hidráulicas (diques, canais e
retificações de leito). Longos trechos do leito do rio Reno foram retificados no século XIX. O
delta do rio Danúbio, última grande planície alagável da Europa, também se encontra
profundamente modificado. Essas alterações resultaram em redução de pesquisas em áreas
inundáveis em regiões temperadas (JUNK, 1980, 1997).
Ward et al. (1999) relatam que as alterações na dinâmica fluvial dos sistemas rio-
planície de inundação, como dragagem, desvio de leito, construção de diques e de barragens
rompem o regime natural de distúrbios que sustentam uma diversidade de estágios
sucessionais e altos níveis de conectividade na paisagem fluvial, resultando em menor
heterogeneidade de habitats e conseqüentemente, em baixa biodiversidade.
Segundo Junk (1997), as construções de hidrelétricas nas regiões equatoriais também
têm modificado o regime de inundação local e afetado as planícies localizadas acima e abaixo
das barragens. No Brasil, as principais bacias hidrográficas foram alteradas pela construção de
reservatórios (TUNDISI et al., 2002), com a finalidade de atender a crescente demanda
energética no País, sendo usados também para controle de vazões, recreação, navegação,
abastecimento de água e despejo de efluentes (JULIO JUNIOR et al., 2005). As barragens
representam uma descontinuidade fluvial de origem antrópica, que leva a sérias implicações
ecológicas, pois o barramento da água implica em retenção de matéria orgânica, energia e
nutrientes (HENRY, 2003).
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No Estado de São Paulo, os três principais rios (Tiête, Grande e Paranapanema) foram
transformados em uma seqüência de reservatórios em “cascata”, o que ocasionou a eliminação
de extensas áreas de várzea laterais a esses cursos de água. Contudo, nas zonas de
desembocadura dos tributários de represas ainda persistem muitas das características
anteriores ao represamento dos rios (HENRY et al., 2006b). No entanto, é importante
enfatizar que a freqüência, duração e amplitude dos pulsos de inundação, ao longo do ano, são
bastante alterados em função do encontro das águas do rio com as do reservatório, pois a
represa atua como um “sistema tampão” dos pulsos hidrológicos de seus tributários (HENRY,
2005).
Dentro das paisagens das planícies de inundação estão as lagoas marginais,
consideradas fundamentais para a manutenção da biodiversidade dessas áreas, principalmente,
devido as suas características lênticas que favorecem o desenvolvimento de populações
planctônicas distintas das encontradas no canal principal do rio (PANARELLI, 2004) e de
macrófitas aquáticas nas regiões litorâneas, propiciando grande variedade de nichos para os
organismos aquáticos (RODRIGUES, 1998). Esses corpos de água não devem ser assumidos
como meros anexos homogêneos do canal principal do rio, mas sim como habitats bastante
complexos (MAGRIN, 1998), cujos mecanismos que direcionam seu metabolismo são ainda
bastante discutidos; o que pode ser afirmado é que a variação hidrológica anual do rio é o
mais importante fator regulador desses ambientes laterais (JUNK, 1997).
Ward e Stanford (1995) apresentaram denominações para a série de grandes corpos de
água reconhecidos nas planícies inundáveis: o “eupotamon”, formado pelo canal principal e
pelos canais secundários laterais do rio; “parapotamon” refere-se aos ambientes que mantêm
uma das extremidades permanentemente conectadas ao rio; “plesiopotamon” são os corpos de
água mais próximos, desconectados do rio, mas que se conectam na época de inundação; e
lagos mais antigos, como meandros abandonados, desconectados do rio, localizados mais
distantes do canal principal em terraços superiores são chamados “paleopotamon”.
A flutuação no nível de água do rio faz com que as áreas inundáveis oscilem entre uma
fase aquática (na cheia) e uma fase terrestre (na seca), constituindo o ciclo, denominado por
Neiff (1990a, 1990b) como ciclo hidrossedimentológico em que se distinguem duas fases,
uma em que as lagoas marginais encontram-se isoladas das águas correntes, denominada
limnofase e outra chamada potamofase, caracterizada pela inundação, em que as lagoas estão
conectadas ao canal principal do rio.
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1.2 Áreas Alagáveis no Brasil
No Brasil, aproximadamente 400 mil Km2, o equivalente a 6,3% do território nacional,
são cobertos por áreas alagáveis (MAGRIN, 1998). Algumas dessas áreas têm sido
intensamente investigadas, resultando em publicações que auxiliam na compreensão da
estrutura e funcionamento desses ecossistemas tão complexos.
Junk (1980) caracterizou as áreas inundáveis baseando-se na várzea do rio Amazonas
que, devido ao clima e hidrologia da região, apresenta uma época seca e uma chuvosa bem
distintas durante o ano. Segundo o mesmo autor, as drásticas mudanças ocasionadas nesses
ecossistemas em função da flutuação do nível de água os tornam mais complexos,
dificultando a aplicação da nomenclatura técnica usada para lagos clássicos. Os lagos na
várzea do Médio Amazonas devem ser considerados oligomíticos durante a cheia e
polimíticos na seca. Neste último período, os lagos tornam-se mais rasos e a circulação ocorre
devido à ação do vento, resultando em aumento na turbidez por ressuspensão do sedimento.
Durante a cheia, o gradiente de temperatura pode chegar a 4º C, provocando uma
estratificação relativamente estável em conseqüência da diferença na densidade da água,
especialmente, em áreas protegidas do vento. O aumento da temperatura da água além de
diminuir a solubilidade do oxigênio também eleva o consumo desse gás, pois as taxas
metabólicas aumentam. Isso explica as baixas concentrações de oxigênio dissolvido abaixo da
zona eufótica em lagos tropicais. Em lagos de várzea, a situação é ainda mais crítica, pois no
período de cheia a vegetação terrestre é inundada resultando em acréscimo de matéria
orgânica para ser decomposta. Em certas épocas são observadas até mortandade de peixes
nesses locais.
A planície de inundação do Pantanal do Mato Grosso possui imensa diversidade de
habitats aquáticos. Alguns apresentam conexão com o rio Paraguai, como os grandes lagos
marginais chamados “baías” e outros não, conhecidos como “salinas”. Há também numerosos
e pequenos corpos de água que podem até desaparecer no período de seca. Esses ambientes
são fortemente influenciados pela inundação do Rio e seus tributários, mas também alteram a
hidroquímica dos sistemas lóticos, pois o contato das águas do Rio com a planície resulta em
diminuição na concentração de oxigênio dissolvido, supersaturação de dióxido de carbono
livre e metano, além da introdução de sólidos suspensos e nutrientes. As altas concentrações
de carbono orgânico dissolvido e a elevada densidade algal dão a água uma coloração escura.
Esse fenômeno natural de deterioração da qualidade da água, regionalmente conhecido como
dequada, ocasionado, principalmente, pela decomposição da vegetação terrestre inundada,
tem como conseqüência a mortandade de peixes (OLIVEIRA; CALHEIROS, 2000).
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A planície de inundação do rio Paraná é uma grande área de acumulação que
acompanha a calha do rio no trecho entre Três Lagoas (MS), onde o Rio nasce da confluência
dos rios Grande e Parnaíba, até Guaíra (PR), fronteira do Brasil com a Argentina (STEVAUX
et al., 1997). É o décimo rio mais longo do Planeta e sua área de drenagem inclui grande
parte do centro-sul da América do Sul, sendo considerada a segunda maior bacia sul-
americana (AGOSTINHO; GOMES, 2006).
O curso do rio Paraná em área brasileira encontra-se barrado à jusante pela Usina
Hidrelétrica de Itaipu e à montante pelas usinas de Porto Primavera e Jupiá. O único trecho
em que o Rio corre livre situa-se entre a foz do rio Paranapanema e a cidade de Guaíra, mas o
local já vem sendo cotado para construção de uma nova hidrelétrica (Ilha Grande), que
transformaria o rio em uma sucessão de reservatórios (SOUZA FILHO; STEVAUX, 1997).
Em geral, a característica básica, comum às áreas alagáveis citadas é a ação de pulsos
de inundação que podem ter freqüência unimodal durante o ano, como no Pantanal
(HAMILTON, et al., 1998) e na planície de inundação do Rio Jacupiranguinha, no Vale do
Ribeira (BENASSI, 2006) ou podem ser múltiplos e de curta duração, como no médio Rio
Mogi Guaçu (KRUSCHE; MOZETO, 1999) e na área alagável do Rio Paraná, à montante da
confluência com o Rio Paraguai (DOMITROVIC, 2003).
O rio Paranapanema, um dos importantes afluentes do rio Paraná, possui na zona de
sua desembocadura no reservatório de Jurumirim (primeiro da série de reservatórios em
cascata) uma área alagável com algumas lagoas marginais na paisagem da planície. No
entanto, essa região não apresenta um comportamento característico de planícies de
inundação, ou seja, conectada ao canal principal do rio durante a fase de cheia e desconectada
durante a seca; pois duas importantes lagoas do sistema (Coqueiral e Camargo), normalmente,
se mantêm associadas ao Rio, como mostrou o estudo realizado por Henry (2005) durante
cinco anos (1998 a 2003). Neste período, somente por duas vezes ocorreram episódios de
isolamento: o primeiro, mais longo, durou aproximadamente 15 meses (outubro de 1999 a
dezembro de 2000); e o segundo, um mês (de outubro a novembro de 2002). A partir de dados
fornecidos pela CESP (Companhia Energética do Estado de São Paulo) atualmente Duke
Energy, responsável pela construção e operação da série de reservatórios em cascata no rio
Paranapanema, pôde-se concluir que durante um período de 36 anos, de 1962 (ano de
formação do reservatório de Jurumirim) até 1998, apenas por três vezes ocorreu desconexão
das lagoas com o sistema lótico, pois a cota do Rio apresentou valor menor aquela do seu
transbordamento. Esse comportamento de conexão entre o Rio e as lagoas está associado ao
grande volume de água acumulada no reservatório de Jurumirim, que atua como sistema
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amortecedor dos pulsos hidrológicos de seus tributários alterando a freqüência, duração e
amplitude dos mesmos (HENRY, 2005), o que pode explicar as reduzidas riquezas do
fitoplâncton e zooplâncton encontradas por Henry (2003) nas lagoas Coqueiral e Camargo,
quando comparadas a do rio Paranapanema. Como há conexão permanente das lagoas com o
Rio, não ocorrem pulsos hidrológicos, mas alimentação lateral em função da variação do nível
de água nos períodos de estiagem e de chuvas (CASANOVA, 2005). Segundo Casanova
(2000) a conexão representa um fator importante no metabolismo dos ambientes lênticos
Camargo e Coqueiral, pois permite que haja constante troca de material biótico e abiótico
entre o Rio e as Lagoas, em conseqüência do regime de precipitação e do nível hidrológico.
1.3 Comunidade Fitoplanctônica e as Planícies de Inundação
As intensas mudanças na dinâmica dos ambientes de planície de inundação,
ocasionadas pela variação hidrométrica, afetam diretamente as comunidades das lagoas
marginais, em especial o fitoplâncton, capaz de responder mais rapidamente às alterações
ambientais, como constatado por diversos autores (DOMITROVIC, 2003; GARCIA DE
EMILIANI, 1993; 1997, HUSZAR; REYNOLDS, 1997; IBANEZ, 1998; MAGRIN, 1998;
MELO; HUSZAR, 2000; LOVERDE-OLIVEIRA; HUSZAR, 2007; NABOUT et al., 2006;
OLIVEIRA; CALHEIROS, 2000; PUTZ; JUNK, 1997; RODRIGUES, 1998; TANIGUCHI et
al., 2005; TRAIN, 1998; TRAIN; RODRIGUES, 1998). As alterações implicam em
mudanças na composição específica das algas, de acordo com suas estratégias de
sobrevivência (REYNOLDS, 1984; 1997), pois segundo Calijuri (1988) a dinâmica da
comunidade fitoplanctônica pode ser entendida como controlada por uma combinação de
processos hidrodinâmicos que atuam nas diferentes escalas espaciais e temporais.
Huszar (1994) admite que as distribuições vertical e horizontal do plâncton são
dependentes dos movimentos das massas de água. No caso dos lagos de inundação, a
distribuição espacial é principalmente afetada pelos deslocamentos horizontais das massas de
água, em função do regime hidrológico dos rios. Huszar e Reynolds (1997) verificaram a
dependência das mudanças sazonais da biomassa e da composição de espécies
fitoplanctônicas no lago Batata (Pará), em relação à grande flutuação de nível no rio
Trombetas (Amazonas).
Garcia de Emiliani (1990) afirma que as comunidades fitoplanctônicas da planície de
inundação do médio rio Paraná são fortemente condicionadas pelo regime hidrológico, pois as
variações temporais de densidade, composição e produtividade são mais influenciadas pela
variação hidrométrica que por flutuações das condições químicas da água. No período de
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cheia, a diluição causada pela entrada de água lateral reduz os valores de produtividade
primária, diversidade e biomassa algal e a decomposição dos vegetais terrestres resulta em
aumento da concentração de nutrientes, beneficiando espécies de cryptofíceas, diatomáceas
(especialmente da ordem Centralles, como Aulacoseira) e chlorococcales que são tolerantes a
ambientes misturados e apresentam crescimento rápido. No período de águas baixas, a
abundância e produtividade voltam a aumentar e há depleção de nutrientes; espécies de
crisoficeas, clorofíceas e cianobactérias (especialmente Anabaena) passam a predominar. A
mesma autora, em 1993, estudou a sucessão sazonal do fitoplâncton no lago El Tigre na
Argentina e observou a substituição das pequenas algas com alta razão superfície/volume
(S/V) e altas taxas de crescimento por espécies maiores com baixa razão S/V e crescimento
lento no final da fase de inundação, quando o lago estava mais estável hidrologicamente e
com alta carga de nutrientes. Garcia de Emiliani (1997) constatou que os lagos estudados na
planície de inundação do rio Paraná apresentaram durante o período em que estavam isolados,
um padrão sucessional similar ao de lagos temperados, sendo afetados por um distúrbio (fluxo
lateral das águas do Rio) que causou reversão ou iniciou nova sucessão.
O termo sucessão foi definido por Odum (1969) como um processo de
desenvolvimento do ecossistema, organizado e previsível que resulta da modificação do meio
físico pelas comunidades e suas interações bióticas e culmina no clímax, ou seja, em um
ecossistema estabilizado, em que um máximo de biomassa é sustentado por um determinado
fluxo de energia. Mas para que esse processo ocorra, o ambiente precisa permanecer estável,
sem a interferência de forças externas. Muitos autores, em busca da compreensão do
funcionamento dos ecossistemas aquáticos, adotaram-no. Hutchinson (1967) foi o primeiro a
usar o termo “sucessão sazonal” para a comunidade fitoplanctônica e, desde então diversos
autores o vêm utilizando para tratar da variabilidade temporal.
Reynolds (1980) afirmou que a sucessão sazonal do fitoplâncton poderia ocorrer
devido a influencia de fatores externos (alogênicos) ou por fatores controladores presentes
dentro da própria comunidade (autogênicos). No entanto, Reynolds (1986) reconsiderou sua
proposição e passou a usar o termo sucessão no sentido estrito de Odum (1969), ou seja,
somente para influências autogênicas na comunidade, que só ocorrem quando o ambiente
aquático permanece estável durante um determinado tempo. Quando há instabilidade,
provocada por fatores externos (alogênicos), como distúrbios, a sucessão não se completa e a
comunidade retorna às características iniciais.
Harris (1986) afirma que para ocorrer sucessão o ambiente precisa estar estabilizado, o
que, segundo Margalef (1963), é raro acontecer na natureza, especialmente em regiões
17
tropicais. O primeiro autor salienta que a estrutura da comunidade fitoplanctônica seria
controlada pelos “caprichos” do ambiente, que romperiam o curso da exclusão competitiva.
Tais afirmações se referem à teoria do não-equilíbrio, a qual sugere que as variabilidades
ambientais são suficientemente fortes para impedir que a sucessão ocorra “livremente”, ou
seja, conduzida apenas por fatores autogênicos, em direção ao clímax.
A elevada diversidade de espécies fitoplanctônicas encontrada nos ambientes
aquáticos vem instigando os pesquisadores que buscam resposta nas teorias ecológicas. A
teoria do equilíbrio tem a competição entre os organismos como fator chave, em que a
escassez de recursos conduziria à exclusão competitiva.
A coexistência de muitas espécies num mesmo ambiente, aparentemente homogêneo e
isotrópico, competindo pelos mesmos recursos foi discutida por Hutchinson (1961) e
culminou no chamado “Paradoxo do Plâncton”. A conclusão foi que a diversidade na
comunidade fitoplanctônica poderia ser atribuída a um permanente fracasso em alcançar o
equilíbrio, devido às mudanças externas (HARRIS, 1986).
Segundo Harris (1986), num modelo de não-equilíbrio as interações competitivas são
mínimas e a estrutura da comunidade é controlada pela variabilidade ambiental. Essa teoria
tem o fator tempo como componente fundamental, pois requer que os distúrbios ambientais
aconteçam com freqüência suficiente para interrromper o curso da exclusão competitiva, o
que ocorrerá se o tempo entre as perturbações for menor que o tempo necessário para que a
exclusão aconteça (CONNELL, 1978).
Segundo Reynolds (1993) é necessário entre 12 a 16 tempos de gerações das algas sem
que ocorram alterações físicas no ambiente para que a exclusão competitiva ocorra e a
comunidade fitoplanctônica seja considerada em estado de equilíbrio, o que seria equivalente
a cerca de 35 a 60 dias, como sugerido por Sommer (1985).
Calijuri (1999) apresenta uma explanação bastante coerente para a compreensão do
estado de não-equilíbrio, com base nos trabalhos de Levins (1979 apud CALIJURI, 1999) e
Connell (1978). Segundo a Autora, o uso do termo não-equilíbrio não significa que o
ecossistema planctônico seja, fundamentalmente, não equilibrado, mas que as oscilações
ambientais são suficientes para impedir que as comunidades biológicas atinjam o equilíbrio.
Scheffer et al. (2003), na tentativa de propor soluções para o paradoxo levantado por
Hutchinson (1961), também concluíram que as flutuações ambientais têm efeitos de maior
magnitude sobre as mudanças na estrutura da comunidade do que as interações
interespecíficas.
18
Para Harris (1986), os enfoques do equilíbrio e do não-equilíbrio não são excludentes,
eles apenas divergem quanto à freqüência de ocorrência, configurando-se como pontos de
vista extremos de um mesmo espectro.
A Hipótese do Distúrbio Intermediário (IDH), elaborada por Connell em 1978, para
explicar a alta diversidade existente em recifes de corais e florestas tropicais tem sido
constantemente aplicada ao fitoplâncton, porque engloba os enfoques do equilíbrio e do não-
equilíbrio em uma mesma abordagem (SOMMER et al.,1993). Ela prevê a ocorrência de
baixa diversidade de espécies tanto para ambientes expostos a altos níveis de distúrbio como
para baixos níveis; no primeiro caso, porque somente organismos tolerantes poderiam
sobreviver e recolonizar locais tão inóspitos e, no segundo, devido à alta competição entre as
espécies pelos recursos. Mas, sob condições de perturbação intermediária, a diversidade
específica seria máxima, pois muitos poderiam tolerar tais condições, sem que houvesse
dominância completa dentro da comunidade.
Reynolds et al. (1993) definiram distúrbio como eventos aleatórios, comumente, não
bióticos que resultam em distintas e abruptas mudanças na composição de espécies e que
interferem no progresso dirigido internamente à auto-organização e ao equilíbrio ecológico.
Tais eventos operam através do tempo e da escala de freqüência do tempo de geração das
algas. Dependendo da severidade e duração do distúrbio, o processo sucessional pode ser
abruptamente interrompido ou modificado, voltando a estágios sucessionais iniciais, num
processo denominado reversão (REYNOLDS, 1980).
Flöder e Sommer (1999) testaram a Hipótese do Distúrbio Intermediário em um estudo
experimental e constataram que a diversidade máxima foi encontrada sob condições de
perturbações de freqüência e intensidade intermediárias, com intervalos de seis dias. Tais
resultados foram similares aos de Sommer (1985), que observou maiores valores de
diversidade quando os distúrbios ocorriam a cada sete dias e, aos de Reynolds (1988), que
sugeriu que as variabilidades ambientais intermediárias (20 a 200 horas) interagiam com as
taxas de crescimento das algas e culminavam em alta diversidade de espécies.
Um estudo feito por Bertrand et al. (2004), em dois rios franceses que apresentam
seqüência de reservatórios em “cascata”, também confirmou a validade da hipótese de
Connell (1978) para o fitoplâncton. Os autores classificaram os nove reservatórios
pertencentes à região pesquisada em três grupos, em função do grau de perturbação a que
estavam submetidos, definidos pelo tempo de residência da água. Os resultados mostraram
maior riqueza e densidade de espécies fitoplanctônicas nos reservatórios pertencentes ao
grupo 2, sujeitos a distúrbios hidrodinâmicos considerados de níveis intermediários (tempo de
19
residência de um mês), quando comparados aos ambientes dos grupos 1 e 3, influenciados por
baixas (tempo de residência de vários meses) e altas (tempo de residência de um dia)
perturbações, respectivamente. O trabalho também evidenciou as alterações na comunidade
ocasionadas pelas perturbações de origem antrópica, no caso, as barragens e reservatórios do
complexo Durance – Verdon, na França.
Em lagoas de planície de inundação o desenvolvimento sucessional tende a ser
interrompido, em determinado tempo, pelo distúrbio externo, caracterizado pelo fluxo lateral
de água do rio (GARCIA de EMILIANI, 1993). Segundo a Autora, as mudanças sazonais na
estrutura da comunidade fitoplanctônica desses ambientes laterais podem ser melhor
compreendidas se forem interpretadas como interação entre o desenvolvimento sucessional
verdadeiro e a influência de distúrbios intermediários.
Seguindo esses preceitos, Ward et al. (1999) postularam que a biodiversidade também
seria máxima para níveis intermediários de conectividade. Baixas conexões entre os
ambientes reduziriam a diversidade de espécies devido à fragmentação dos habitats; o mesmo
ocorreria com a alta conectividade, que reduziria a heterogeneidade de ambientes.
Amoros e Bornette (1999, 2002) concordam que são esperados altos valores de
diversidade em corpos de água com conexões intermediárias com o canal principal do rio a
que estão submetidos. No entanto, enfatizam que esses valores também são influenciados pelo
grau de trofia do ambiente, pela entrada de propágulos, assim como pela disponibilidade de
regeneração de nichos exigidos pelas espécies colonizadoras.
Neste âmbito, o presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos da variação
hidrométrica, caracterizada pela variação sazonal e pelo manejo da represa, sobre a estrutura
da comunidade fitoplanctônica no Rio Paranapanema e nas lagoas marginais (Lagoas
Camargo, Coqueiral e dos Cavalos) presentes na zona de desembocadura no Reservatório de
Jurumirim.
20
2 HIPÓTESES DO TRABALHO
As seguintes hipóteses foram levantadas para a realização do presente estudo:
v A variação temporal na estrutura da comunidade fitoplanctônica nas lagoas marginais
seria determinada, principalmente, pela variação hidrométrica imposta pelo Rio
Paranapanema;
v Durante a estiagem seria possível o desenvolvimento de um processo sucessional
verdadeiro, conduzido apenas por eventos autogênicos, devido à estabilidade dos
ambientes nesse período;
v Na fase de enchente a sucessão seria interrompida e as mudanças na estrutura da
comunidade passariam a ser controladas por agentes alogênicos, no caso, o pulso
hidrológico e os eventos de precipitação que são bastante freqüentes nessa época.
v Inicialmente, o período de inundação seria caracterizado por baixos valores de
abundância e biomassa devido ao efeito de diluição e perda de organismos por arrasto.
Mas em seguida, a comunidade se reestabeleceria alcançando valores máximos de
diversidade; e o pulso hidrológico seria considerado como uma perturbação
intermediária.
v O nível de conexão das lagoas com o Rio também seria um fator determinante para a
diversidade; o ambiente com maior conectividade (Lagoa do Coqueiral) apresentaria
maiores valores deste índice ao longo do estudo.
21
3 OBJETIVOS GERAIS
Com vistas a responder as hipóteses levantadas, o presente trabalho tem como objetivos
gerais:
v Conhecer as espécies de algas descritoras do sistema Rio Paranapanema – Lagoas
marginais, localizado à montante do reservatório de Jurumirim.
v Caracterizar a estrutura comunidade fitoplanctônica do Rio Paranapanema e de três
lagoas marginais localizadas na zona de desembocadura do Rio no Reservatório de
Jurumirim, ao longo de um ciclo sazonal/anual e relacionar com os períodos de
vazante, águas baixas, enchente e cheia, por meio de amostragens mensais;
v Avaliar a influência das variáveis físicas e químicas da água e climatológicas nas
flutuações das assembléias fitoplanctônicas.
v Analisar as mudanças na estrutura do fitoplâncton ocasionadas pelo pulso hidrológico
por meio de amostragens de curto prazo (coletas realizadas duas vezes por semana),
durante o período de enchente, no Rio Paranapanema e nos três ambientes lacustres
laterais.
v Comparar as mudanças na composição e abundância do fitoplâncton das três lagoas
marginais em função dos diferentes níveis de associação que mantêm com o Rio.
22
4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O presente trabalho foi realizado no Rio Paranapanema e em três lagoas marginais,
denominadas Lagoa do Camargo, Lagoa do Coqueiral e Lagoa dos Cavalos, com diferentes
níveis de conectividade com o sistema lótico, na zona de sua desembocadura no Reservatório
de Jurumirim (Figura 1).
Figura 1: Região de desembocadura do Rio Paranapanema no Reservatório de Jurumirim.
O Rio Paranapanema nasce na serra de Paranapiacaba (leste do Estado) e desemboca
no Rio Paraná. É considerado um dos principais afluentes do alto Paraná no Estado de São
Paulo e como flui da costa (Planalto Atlântico) para o interior, sua bacia é classificada como
endorréica (HENRY; NOGUEIRA, 1999).
23
Ao longo de seu percurso foi construída uma série de reservatórios em “cascata” com
a finalidade de geração de energia elétrica. O primeiro deles é o Reservatório de Jurumirim,
seguido pelos de Santa Cruz, Piraju, Chavantes, Ourinhos, Salto Grande, Canoas I e II,
Capivara, Taquaraçu e Rosana.
A área escolhida como objeto dessa pesquisa encontra-se à montante da Represa de
Jurumirim, que foi implantada em 1962 e está localizada na região sudeste do Estado de São
Paulo, entre os paralelos 23º08’S e 23º35’S e os meridianos 48º30’W e 49º13’W. Nessa
região, a bacia de drenagem do rio Paranapanema se separa da bacia de drenagem do rio Tiête
devido à presença de cuestas basálticas – “Cuestas de Botucatu” que agem como divisor de
águas (PANARELLI, et al., 2003).
A região de transição rio Paranapanema – Reservatório de Jurumirim é caracterizada
pela acentuada redução de velocidade da água (CASANOVA; HENRY, 2004) e pela grande
taxa de sedimentação de material alóctone transportado pelo Rio (HENRY; MARICATO,
1996).
A paisagem local é composta por inúmeras lagoas marginais, das quais três, Lagoa do
Camargo, Lagoa do Coqueiral e lagoa dos Cavalos, vêm sendo mais profundamente estudadas
por Henry e colaboradores desde 1998. No entanto, trabalhos realizados no trecho do rio
Paranapanema à montante da represa de Jurumirim são ainda anteriores a este ano, como os
de Henry e Gouveia, 1993, Henry et al (1999) e, Pompeo e Henry (1996a) que tratam do fluxo
e variação sazonal de nutrientes; Pompeo e Henry (1996b e 1998) e Pompeo et al. (1997)
sobre macrófitas aquáticas; Moschini-Carlos e Henry (1997) sobre o perifiton e Carvalho et
al. (1998) sobre peixes. Especificamente, nas Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos foram
realizados estudos sobre caracterização limnológica e interações hidrológicas por Moschini-
Carlos et al. (1998), Henry (2003, 2005), Henry et al. (2006b) e Carmo (2007). Também
foram estudadas a ecologia das comunidades de macrófitas aquáticas (COSTA; HENRY,
2002), da fauna associada a essas plantas (AFONSO, 2002; STRIPARI; HENRY, 2002;
FULAN, 2006; FULAN; HENRY, 2007a, 2007b), sobre ictioplâncton (SILVA, 1997;
MARCUS, 2000; SUIBERTO, 2005), perifíton (MOSCHINI-CARLOS et al., 1999;
FERREIRA, 2005), fitoplâncton (HENRY et al., 2006a), zoobentos (DAVANSO, 2006;
DAVANSO; HENRY, 2006a, 2006b) e zooplâncton (CASANOVA, 2000; MARTINS;
HENRY, 2004; PANARELLI, 2004; CASANOVA, 2005; DE NADAI, 2006)
As Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos possuem características morfométricas
distintas (Tabela 1) e diferentes graus de conexão com o rio Paranapanema. A Lagoa do
Coqueiral possui maior área superficial e ampla ligação com o Rio; enquanto que a do
24
Camargo tem área de superfície e profundidade menores e pequena conexão com o Rio. A
lagoa dos Cavalos encontra-se isolada do canal do Rio e possui as menores área superficial e
profundidade.
Tabela 1: Características morfométricas das lagoas estudadas (HENRY, 2005).
Parâmetros Camargo Coqueiral Cavalos
Comprimento máximo (m) 1.220,0 1576,1 127,3
Profundidade máxima (m) 3,9 3,5 2,4
Profundidade média (m) 3,2 1,8 1,4
Largura máxima (m) 307,0 665,3 103,5
Área superficial (m2) 224.465,0 641.263,1 8.592,5
Perímetro (m) 3.100,0 4.063,5 416,4
Volume (m3) 719.867,0 1.012.957,4 11.622,7
As modificações sazonais na estrutura do fitoplâncton, nos quatro ambientes aquáticos
estudados, assim como os respectivos dados físicos e químicos estão descritos no Capítulo 1,
intitulado “Variação sazonal na estrutura do fitoplâncton no Rio Paranapanema e em três
lagoas marginais”. No Capítulo 2, denominado “Flutuações de curto prazo na comunidade
fitoplanctônica de lagoas marginais e do Rio Paranapanema durante o período de inundação”
são apresentadas as variações de curto prazo observadas na comunidade de algas e os fatores
abióticos correlatos.
25
CAPÍTULO 1
VARIAÇÃO SAZONAL NA ESTRUTURA DO
FITOPLÂNCTON NO RIO PARANAPANEMA E EM TRÊS
LAGOAS MARGINAIS
26
1 INTRODUÇÃO
Oscilações nos níveis de água influenciam de forma marcante os processos ecológicos
dos sistemas rios–planícies de inundação, alterando a velocidade da água, a profundidade dos
ambientes aquáticos e a área superficial do local alagado, modificando as características
limnológicas e os padrões de ciclagem de nutrientes (THOMAZ et al., 1997), induzindo os
organismos a responderem com adaptações morfológicas, fisiológicas e etológicas,
produzindo comunidades com características peculiares (NEIFF, 1990b; JUNK, 1997;
TRAIN; RODRIGUES, 1998).
Carvajal – Chitty (1993) constatou a forte influência do nível de água na estrutura das
comunidades fitoplanctônicas de grandes rios, como o Orinoco e o Meta (Venezuela). Em
períodos de cheia, a diluição e as elevadas concentrações de material em suspensão
resultavam em declínio da densidade e diversidade das algas; diatomáceas cêntricas, como
Aulacoseira spp. e Cyclotella spp. dominaram durante a fase de inundação, sendo substituídas
pelas clorofíceas Dictyosphaerium spp. e Scenedesmus spp. quando o nível de água se
estabilizou; na seca, a baixa quantidade de material em suspensão e a alta transparência da
água favoreceram o crescimento de muitas espécies, especialmente, de cianobactérias e
clorofíceas.
Nas planícies de inundação do Pantanal, Oliveira e Calheiros (2000) também
registraram forte influência do nível de água na densidade de algas, com significativos
aumentos durante as fases de enchente e águas baixas, ambos os períodos caracterizados pela
alta disponibilidade de nutrientes. No período de estudo (ciclo anual – 1996), a espécie
predominante no rio Paraguay e nas demais áreas da planície amostrada foi Cryptomonas
brasiliensis. No início da fase de inundação, a densidade de criptofíceas diminuiu e a de
euglenofíceas aumentou, coincidindo com baixos valores de oxigênio dissolvido e grandes
concentrações de matéria orgânica e nutrientes. Após esse período, as criptofíceas voltaram a
dominar. Quando o nível de águas começou a baixar, as diatomáceas (como Aulacoseira spp.)
e as cianobactérias (como Merismopedia spp. e Oscillatoria spp.) foram abundantes,
provavelmente associadas a mistura na coluna de água.
Nos lagos de planície de inundação da Amazônia, a biomassa algal também é
fortemente influenciada pelo pulso de inundação (PUTZ; JUNK, 1997; IBANEZ, 1998). Os
corpos de água apresentam baixas densidade e produtividade primária quando o rio invade a
planície, devido à diluição na comunidade existente e à limitada zona eufótica. Mas, quando o
material em suspensão sedimenta e a transparência da água aumenta, ocorre elevação dos
27
níveis de produção e densidade. Em águas baixas, a transparência diminui devido à ação do
vento e há ressuspensão de sedimento pelos peixes, que aumenta a concentração de nutrientes
e junto com as baixas profundidades, resultam em alta densidade fitoplanctônica e valores
máximos de produtividade (PUTZ; JUNK, 1997).
O papel dominante, exercido pela variação hidrológica na estrutura da comunidade
fitoplanctônica de um lago de planície de inundação amazônico (Lago Batata, Pará) foi
reconhecido por Huszar e Reynolds (1997). Na fase de inundação, o acúmulo de biomassa
ficou limitado devido à diluição e a comunidade se restringiu a pequenas espécies invasoras e
de crescimento rápido, como algumas dos gêneros Cryptomonas, Cyclotella e Chromulina,
capazes de suportar tais condições. Na vazante, outras algas tornaram-se aptas a explorar o
ambiente, como as grandes diatomáceas (Aulacoseira granulata) e desmídias (algumas
espécies de Staurastrum spp. e Pleurotaenium spp.) que foram favorecidas pela mistura diária
na coluna de água e pela grande extensão da zona eufótica. Quando o lago tornou-se raso e
turvo pela ressuspensão do sedimento houve predomínio da cianobactéria Oscillatoria spp.
Mas quando o nível de água voltou a subir, o processo foi revertido, primeiro com o
surgimento das desmídias e em seguida, pelas clorofíceas e cianobactérias coloniais
(Botryococcus spp. e Merismopedia spp.) que se tornaram abundantes.
Ainda no Lago Batata (Pará), Melo e Huszar (2000) observaram baixas densidade e
diversidade de algas durante o período de cheia, provavelmente, devido ao efeito de diluição
ocasionado pela inundação. Esse período foi caracterizado pela presença das pequenas e
resistentes chroococcales, como Synechococcus spp.; chlorococcales, como Chlorella spp. e
diatomáceas, como Brachysira spp., encontradas, principalmente, abaixo da camada de
mistura, onde havia luz e grande disponibilidade de nutrientes, ideal para organismos
considerados oportunistas, c – estrategistas. No período de seca, o lago tornou-se raso e
completamente misturado, o que resultou em distribuição uniforme das algas na coluna de
água e predomínio de espécies filamentosas, r - estrategistas, como as dos gêneros Mougeotia,
Mesotaenium, Planktothrix e Oscillatoria, que possuem alta razão superfície/volume (S/V)
sendo capazes de viver em ambientes em freqüente mistura, refletindo a tolerância à redução
de luz e ao aumento na profundidade de mistura.
Train e Rodrigues (1998), em estudos sobre flutuações temporais de algas no rio Baía,
planície de inundação do alto rio Paraná no Mato Grosso do Sul, encontraram flutuações
significativas na composição e abundância desses organismos em resposta ao regime
hidrossedimentológico do rio Paraná. O período de cheia foi caracterizado por baixa biomassa
fitoplanctônica, alta riqueza e diversidade de espécies e alta densidade de organismos
28
nanoplanctônicos, c e r – estrategistas, como Monoraphidium tortile e Cryptomonas
brasiliensis. Quando o nível de água baixou, os valores de biomassa aumentaram e houve
dominância de cianobactérias heterocitadas, entre elas Anabaena spiroides, na fase em que a
coluna de água estava mais estável e de diatomáceas filamentosas no período em que o
ambiente estava em constante mistura. Os autores ainda ressaltaram a grande abundância de
zooplâncton, especialmente rotíferos, encontrados durante a cheia, o que poderia explicar as
pequenas densidades do nanoplâncton, que são mais vulneráveis à predação.
A dinâmica da comunidade fitoplanctônica do Rio Correntoso – que também está
inserido na planície de inundação do rio Paraná, mas no lado argentino – é mais controlada
por variáveis físicas (temperatura, transparência e principalmente variação hidrométrica) do
que por limitação de nutrientes. Um estudo realizado durante dezoito meses numa seção
transversal do rio mostrou as diatomáceas como classe dominante e Aulacoseira granulata,
como a espécie que mais se destacou. As criptofíceas foram predominantes em 77% das
amostras, representadas, particularmente, por Cryptomonas erosa. As clorofíceas
sobressaíram-se em 20% das amostragens, com destaque para os gêneros Monoraphidium,
Crucigenia, Scenedesmus, Dictyosphaerium e Tetrastrum. Foi observado aumento das
diatomáceas na vazante e no período de águas baixas e elevação na biomassa de criptofícea e
clorofícea com o início do pulso hidrológico (MANAVELLA; GARCIA DE EMILIANI,
1995).
DOMITROVIC (2003), em estudo realizado em três lagoas na planície de inundação
do Rio Paraná, a montante da confluência com o Rio Paraguai, encontrou ao longo do ano
predomínio de algas verdes (especialmente, Chlamydomonas spp. e Chlorococcales do gênero
Chlorella, Choricystis, Monoraphidium e Schroedria), seguido por Cryptophyceae
(Cryptomonas, Chroomonas e Rhodomonas) e Euglenophyceae (Trachelomonas spp.).
NABOUT et al. (2006) encontraram elevada biomassa do fitoplâncton na estiagem, na
planície de inundação do rio Araguaia, com predomínio de Cryptophyceae. Durante a cheia,
Aulacoseira spp. foi predominante na comunidade, caracterizada por baixas biomassas. Na
lagoa marginal Sá Mariana, no Pantanal do Mato Grosso as épocas de enchente, cheia e
vazante foram marcadas por baixos valores de biomassa, devido à presença de Aulacoseira
granulata e suas variedades, enquanto que no período de seca, maiores biomassas foram
registradas em função de Aulacoseira spp., seguida por espécies de Botryococcus spp. e
Eutetramorus spp. (LOVERDE-OLIVEIRA; HUSZAR, 2007).
Diante das informações obtidas nesses estudos, o presente trabalho teve como
finalidade estudar as modificações na estrutura da comunidade fitoplanctônica, em termos de
29
composição, densidade, biomassa, diversidade, equidade e dominância no Rio Paranapanema
e em três lagoas laterais com diferentes níveis de conexão com o rio, através de amostragens
realizadas mensalmente, buscando compreender as variações sazonais nesses ambientes
aquáticos.
30
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos do presente estudo foram:
v Analisar as mudanças temporais nas variáveis físicas e químicas da água ao longo do
ano e relacioná-las com as diferentes fases hidrométricas (períodos de estiagem,
enchente, cheia e vazante) no Rio Paranapanema, na Lagoa do Camargo, na Lagoa do
Coqueiral e na Lagoa dos Cavalos e comparar eventuais padrões de variação nos
quatro ambientes;
v Determinar a composição florística e as espécies descritoras das lagoas marginais e do
Rio Paranapanema na região de transição com o Reservatório de Jurumirim;
v Compreender as mudanças na estrutura da comunidade fitoplanctônica durante o ano
em função da flutuação hidrométrica, por meio de análises mensais de riqueza,
densidade, freqüência, biovolume, abundância relativa, porcentagem de contribuição
das classes, diversidade, equidade, dominância e estrutura de tamanho dos
organismos;
v Comparar a comunidade das três lagoas estudadas em função dos seus diferentes graus
de associação com o Rio Paranapanema.
31
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Amostragem
O estudo foi realizado na zona de desembocadura do Rio Paranapanema na Represa de
Jurumirim, descrita anteriormente (Caracterização da Área de Estudo). As coletas foram
realizadas mensalmente durante um ano, de julho de 2004 a julho de 2005, totalizando 13
amostragens.
As amostras foram coletadas com garrafa de Van Dorn na subsuperfície e no fundo (a
cerca de 0,5 m do sedimento) na Lagoa dos Cavalos (uma estação de coleta), na Lagoa do
Camargo e na Lagoa do Coqueiral (duas estações em cada lagoa, uma logo após a entrada do
rio e outra mais distante, próximo à margem oposta à entrada) e na superfície do Rio
Paranapanema (duas estações, em frente à entrada do Rio na Lagoa do Camargo e a outra em
frente à entrada na Lagoa do Coqueiral) (Figura 2).
Figura 2: Vista aérea do local e das estações de coleta (Foto registrada em 17/11/1999, cedida por Raoul Henry).
As seguintes variáveis foram analisadas:
R. Paranapanema L. Cavalos
P1
P1 P2
P1
P2 L. Camargo
L. Coqueiral
P2
32
3.2 Variável Climatológica
3.2.1 Precipitação
Os dados de precipitação foram fornecidos pela Estação E5-117 do Departamento de
Água e Energia Elétrica (DAAE), situada na Prefeitura de Angatuba, localizada a 30 Km do
local de estudo.
3.3 Variáveis Físicas
3.3.1 Temperatura
A temperatura do ar foi registrada em cada estação de coleta com um termômetro de
mercúrio. Com os valores obtidos foi calculada uma média para o dia.
As medidas de temperatura da água foram realizadas da superfície até o fundo, a cada
0.10 m até 2 m de profundidade e a partir daí a cada 0,50 m com o termistor Toho Dentan ET-
3.
3.3.2 Condutividade Elétrica da Água
A condutividade elétrica da água foi determinada no campo, através do condutivímetro
Hatch e os valores foram corrigidos para a temperatura de 25ºC (GOLTERMAN et al., 1978).
3.3.3 Transparência da Água, Extensão da Zona Eufótica e Coeficiente de Atenuação da
Luz
A transparência da água foi determinada pela profundidade de desaparecimento visual
do disco de Secchi.
A extensão da zona eufótica foi obtida através da multiplicação dos valores de
transparência da água pelo fator 3, como descrito em COLE (1975).
O coeficiente de atenuação do contraste vertical foi calculado de acordo KIRK (1986).
3.3.4 Velocidade da Correnteza
A velocidade da corrente foi medida no rio com correntômetro ELE.
3.3.5 Nível Hidrométrico
As variações hidrométricas foram fornecidas pelo setor de operação da barragem da
represa de Jurumirim da Companhia Duke Energy. Segundo o estudo de Pômpeo et al. (1999),
há correspondência entre os padrões de variação do nível de água na barragem e na zona de
desembocadura do rio Paranapanema na represa de Jurumirim.
33
3.3.6 Material em Suspensão
O material em suspensão foi determinado pelo método gravimétrico, descrito por
Teixeira e Kutner (1962).
3.4 Variáveis Químicas
3.4.1 Alcalinidade
As análises de alcalinidade foram realizadas por titulação potenciométrica com
estabelecimento da curva de titulação, descrito por Mackeret et al. (1978).
3.4.2 Potencial Hidrogeniônico
As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro, Micronal B380.
3.4.3 Oxigênio Dissolvido
As análises de oxigênio dissolvido foram realizadas pelo método clássico de Winkler,
descrito em GOLTERMAN et al. (1978).
3.4.4 Nutrientes Inorgânicos
Os nutrientes inorgânicos foram analisados seguindo a descrição contida nas seguintes
bibliografias (Tabela 2):
Tabela 2: Nutrientes inorgânicos determinados e bibliografias onde constam as respectivas metodologias. Nutriente Descrição da Metodologia
Fósforo Total Strickland e Parsons (1968)
Ortofosfato Strickland e Parsons (1968)
Nitrogênio Total Mackereth et al. (1978)
Nitrito Mackereth et al. (1978)
Nitrato Mackereth et al. (1978)
Amônio Koroleff (1976)
Silicato Reativo Golterman et al. (1978)
3.5 Variáveis Bióticas
3.5.1 Comunidade Fitoplanctônica O fitoplâncton foi coletado nos locais descritos anteriormente, fixado com Lugol
Acético e quantificados de acordo com o método proposto por Utermöhl (1958), em
microscópio invertido LEICA e aumento de 400 vezes. O volume sedimentado variou de 2 a
34
20 mL, em função da concentração de algas e detritos presentes na amostra e o tempo de
sedimentação foi de 3 horas para cada centímetro de altura da câmara (MARGALEF, 1983).
A contagem foi realizada em transectos horizontais e o número de campos para cada amostra
foi determinado pela contagem de 100 indivíduos da espécie mais freqüente ou pela curva de
estabilização do número de espécies, obtida a partir de espécies novas adicionadas ao número
de campos contados. Foram considerados como um indivíduo, organismos unicelulares,
filamentos, cenóbios e colônias.
Os organismos foram identificados em microscópio óptico ZEISS, com auxílio dos
seguintes trabalhos: Aguiar e Martau (1979), Alves da Silva e Bridi (2004), Alves da Silva e
Hahn (2004), Anagnostidis e Komárek (1988), Bicudo et al. (1992), Bicudo (2004), Bicudo e
Menezes (2005), Bourrely (1981; 1985), Castro (1994), Conforti (1993), Costa e Torgan
(1991), De-Lamonica-Freire et al. (1992), Ferragut et al. (2005), Huber-Pestalozzi (1983),
Komárek e Anagnostidis (1999), Komárek et al. (2002), Kormaková-Legnerová e Cronberg
(1994), Menezes (1994), Sant’anna (1984), Sant’anna e Azevedo (1995; 2000), Torgan e
Aguiar (1978), Torgan (1985).
3.5.1.1 Riqueza
A riqueza foi avaliada em função do número de espécies encontradas no período de
estudo.
3.5.1.2 Freqüência Relativa
A freqüência relativa foi expressa em percentagem obtida a partir do número de
amostras em que determinada espécie está presente e o número de amostras analisadas,
seguindo as classificações encontradas em Tucci (2002).
v Constantes: > 80%;
v Freqüentes: 50 a 79%;
v Comuns: 20 a 49%;
v Raras: < 20%.
3.5.1.3 Densidade Específica
A densidade dos organismos fitoplanctônicos foi calculada segundo os critérios
descritos em APHA (1995).
D (org/mL) = VFAf
AtC××
×
35
onde:
D = densidade (organismos/mL)
C = número de organismos contados
At(mm2) = área total do fundo da câmara de sedimentação
Af(mm2) = área do campo de contagem
F = número de campos contados
V(mL) = volume da amostra sedimentada
3.5.1.4 Biovolume
O biovolume foi estimado por meio da multiplicação das densidades de cada espécie
pelo volume médio de suas células. Os valores obtidos em mm3.mL-1 foram transformados
para mm3.L-1.
Os cálculos de volume celular foram realizados para os táxons dominantes e
abundantes de cada ambiente estudado. Foram mensurados cerca de trinta organismos de cada
espécie, distribuídos aleatoriamente entre todas as amostras analisadas, para a obtenção do
volume celular médio. Para as demais espécies foram usadas as medidas feitas durante a
identificação e medidas obtidas na literatura.
O volume foi calculado a partir da semelhança da célula algal com as formas
geométricas utilizando-se dos trabalhos de Wetzel e Likens (1991) e Hillebrand et al. (1999).
3.5.1.5 Percentagem de Contribuição das Classes
A percentagem de contribuição das classes (PCC) foi calculada em relação à
densidade total encontrada em cada amostra, pela equação:
100´÷øöç
èæ=
t
cD
DPCC
onde:
PCC = porcentagem de contribuição das classes;
Dc = densidade de cada classe;
Dt = densidade total.
3.5.1.6 Espécies Dominantes e Abundantes
Para determinar as espécies dominantes e abundantes foram utilizados os critérios de
Lobo e Leighton (1986), no qual são consideradas dominantes as espécies com densidade
36
superior a 50% da densidade total e, abundantes, aquelas cujas densidades são maiores que a
densidade média de cada amostra.
3.5.1.7 Espécies Descritoras da Comunidade
As espécies descritoras foram selecionadas a partir dos dados de densidade e de
biovolume. Aquelas que contribuíram com pelo menos 1% do valor total e juntas somaram
em torno de 80% da densidade e biovolume totais, foram indicadas como descritoras da
comunidade de cada ambiente, segundo Sommer et al. (1993).
3.5.1.8 Índices de Diversidade, Equidade e Dominância
Para o cálculo da diversidade de espécies (H’) foi usado o índice de Shannon-Wiener
(SHANNON; WEAVER, 1963):
H’= -å × pipi 2log
onde:
H’= índice de Shannon-Weaver (bits/ind)
pi = ni/N
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos
O índice de equidade foi calculado com base nos valores de H’de Shannon:
E = S
H
2log'
onde:
E = equidade
H’= índice de Shannon-Weaver
S = número total de espécies
O índice de dominância foi calculado de acordo com Simpson (1949):
DS’= )()(å -
-11
nnnini
onde:
DS’ = índice de dominância
37
ni = número total de cada espécie na amostra
n = número total de indivíduos na amostra
3.5.1.9 Estrutura de Tamanho dos Organismos Pertencentes à Comunidade
Os organismos foram agrupados por tamanho, de acordo com suas dimensões axiais
máximas, GALD (mm) (“greatest axial linear dimension”), como descrito em vários estudos:
Garcia de Emiliani (1993), Huszar (1994), Magrin (1998) e Tucci (2002). As dimensões
referem-se à média obtida com a mensuração de aproximadamente trinta organismos
distribuídos aleatoriamente entre todas as amostras.
Para o GALD foram considerados quatro classes de tamanho: picoplâncton (2,0 – 10,0
µm), nanoplâncton (10,0 – 50,0 µm), microplâncton (50,0 – 200,0 µm) e megaplâncton (>
200,0 µm).
3.5.1.10 Clorofila Mais Feofitina
A análise de clorofila mais feofitina foi realizada segundo a metodologia descrita em
GOLTERMAN et al. (1978).
3.6 Tratamento Estatístico dos Dados
Os resultados foram analisados, inicialmente, pela estatística descritiva, usando-se a
média aritmética como medida de tendência central, desvio padrão (DP) como medida do
grau de dispersão absoluta dos dados e coeficiente de variação de Pearson (CV=%) como
medida de dispersão relativa.
Uma análise da variância fatorial (ANOVA), realizada no procedimento GLM do
sistema SAS (versão 9.12) foi usada para analisar o comportamento dos dados em relação aos
locais amostrados (ambientes e estações, num total de 7), aos meses (13) e as profundidades
(superfície e fundo). Quando a análise apontava diferença significativa, era realizado o Teste
de Tukey para verificar onde se encontravam essas diferenças.
Para os dados abióticos, uma Análise de Componentes Principais (ACP) foi realizada,
a partir das matrizes de covariância com os dados transformados pela amplitude de variação
“ranging” ([( x-xmin)/(xmax-xmin)]), para verificar a distribuição temporal e espacial das
unidades amostrais em função das variáveis limnológicas analisadas. Primeiramente, foram
envolvidos todos os ambientes e estações, mas devido ao grande número de unidades
amostrais que se sobrepunham, o gráfico (que se encontra no Apêndice) ficou extremamente
“poluído”. Desta ACP preliminar, pode-se notar que os dados abióticos das estações 1 e 2 de
38
cada ambiente, assim como os de superfície e fundo das lagoas se agrupavam, indicando que
não havia diferenças em sua distribuição. Então, optou-se por realizar uma ACP com os dados
de subsuperfície da estação 2 de cada ambiente que, no caso das lagoas, encontra-se
localizada aproximadamente no centro do corpo de água.
A Análise de Correspondência Canônica (ACC) foi realizada a partir de matrizes de
covariância, com os dados abióticos transformados pela amplitude de variação “ranging” ([(x-
xmin)/(xmax-xmin)]) e os biológicos (espécies descritoras) pelo [log (x+1)]. As variáveis
abióticas foram previamente selecionadas a partir da ACP. Para testar o nível de significância
dos dois primeiros eixos canônicos utilizou-se o teste de Monte Carlo (99 permutações; p <
0,05), que determina a probabilidade dos dados terem sido distribuídos ao acaso. Correlações
de Pearson e Kendall (r) foram geradas da relação entre os valores da ordenação (posição das
unidades amostrais nos eixos) e as variáveis individuais (bióticas e abióticas), utilizadas na
construção da ordenação (McCUNE; MEFORD, 1997).
A transformação dos dados foi feita através do programa FITOPAC (SHEPHERD,
1996) e as análises multivariadas pelo programa PCORD versão 3.1 para Windows
(McCUNE; MEFORD, 1997).
39
4 RESULTADOS
4.1 Variáveis Climáticas, Variações de Nível e de Velocidade da Correnteza
Durante o ano de estudo, o maior valor de precipitação mensal ocorreu em janeiro de
2005 (244 mm). Valores superiores a 100 mm foram observados apenas em outubro (114
mm) e dezembro de 2004 (120 mm). Em agosto e setembro foi verificado um período de
estiagem (Figura 3A).
Os menores valores médios de temperatura do ar foram registradas em agosto de 2004
(18,8º C) e os valores mais elevados foram obtidos em abril de 2005 (30,4º C) (Figura 3A).
As Lagoas Camargo e Coqueiral estiveram permanentemente conectadas ao curso de
água (nível fronteira entre conexão/isolamento da lagoa com o Rio, 563,6 m, segundo
HENRY, 2005) com os maiores níveis de cota registrados em junho e julho de 2004 (566,82
m). A seguir, os valores reduziram até 564,49 m, em novembro e voltaram a aumentar nos
meses subseqüentes, atingindo 566,43 m em fevereiro de 2005, para diminuir até 565,63 em
julho. Em função dessa variação, cinco diferentes períodos foram identificados: vazante
(julho, agosto e setembro de 2004), estiagem (outubro, novembro e dezembro de 2004),
enchente (janeiro e fevereiro de 2005), cheia (março e abril) e vazante (maio, junho e julho de
2005) (Figura 3B).
A velocidade da correnteza no Rio Paranapanema seguiu um padrão evidente,
relacionado a variação da precipitação. Os valores mais baixos foram obtidos no final da
vazante de 2004 (cerca de 0,15 m/s nas duas estações). A partir do período de estiagem, a
velocidade aumentou até atingir os valores mais altos no final do período de enchente (cerca
de 0,85 m/s); diminuiu para cerca de 0,3 m/s na fase de cheia com pouca alteração até o final
do estudo (Figura 3C).
40
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun Jul
Meses
Ve
loc.
da
co
rre
nte
za (
m/s
)
Ponto (1) Ponto (2)C
J u l . A g o . S e t . O u t . N o v . D e z . J a n . F e v . M a r . A b r M a i J u n J u l0
5 0
1 0 0
1 5 0
2 0 0
2 5 0
3 0 0
1 6
2 0
2 4
2 8
3 2
P r e c i p it a ç ã oT e m p e r ta u r a d o a r
T (º C
)
Prec
ipit
ação
(mm
)
563
566
569
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Nív
el d
e Á
gu
a (
m)
563,6 m
vazantecheiaenchenteestiagemvazante2004 2005
B
A
Figura 3: Variação da Precipitação Mensal Acumulada (mm) e Temperatura Média do Ar (º C) (A), Variação Mensal do Nível Hidrométrico (m) na zona da barragem de Jurumirim (B) (a linha horizontal pontilhada no nível hidrométrico de 563, 6 m corresponde à fronteira entre isolamento das lagoas e conexão com o Rio) e Velocidade da Correnteza (m/s) no Rio Paranapanema (C), entre julho/04 e julho/05.
41
4.2 Variáveis Físicas da Água
4.2.1 Temperatura da Água
Os menores valores de temperatura foram obtidos no período de vazante de 2004,
entre 12 e 15º C, em todos os ambientes estudados (Figuras 4 a 10). Na cheia foram
registradas as maiores temperaturas da água, em torno de 28º C, na superfície das lagoas e 26º
C no Rio (Figuras 4 a 10).
Os perfis de temperatura no Rio foram realizados até 1 m de profundidade e não foram
constatadas diferenças em relação à superfície (Figura 4).
A Lagoa do Camargo apresentou diferenças de temperatura entre superfície e fundo
em setembro, cuja variação foi de 3,4º C e no período de cheia, em torno de 3º C. Nos outros
meses, as diferenças foram inferiores a 1º C (Figura 5). A Lagoa do Coqueiral mostrou um
padrão similar, mas neste ambiente foram observadas diferenças entre a superfície e fundo
também em julho de 2004 e em fevereiro (Figura 7).
Na Lagoa dos Cavalos não foram registradas diferenças de temperatura entre
superfície e fundo no final da vazante de 2004e da estiagem e vazante de 2005, enquanto que
no início da estiagem de 2004 e no final da cheia foram de aproximadamente 4º C. Nos
demais meses, a diferença variou entre 2 e 3º C (Figura 6).
10111213
1415161718
1920212223
2425262728
2930
A-1
-0.5
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
0
0,5
1
-1
-0.5
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
0
0,5
1B
Figura 4: Variação de Temperatura da Água (º C) nas estações 1 (A) e 2 (B) do Rio Paranapanema, entre julho de 2004 e julho de 2005.
42
101112131415161718
1920212223
2425262728
2930
-4
-3
-2
-1
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
-4
-3
-2
-1
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
2
0
3
4
1
0
1
2
4
3
A
B
Figura 5: Variação de Temperatura da Água (º C) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, entre julho de 2004 e julho de 2005.
-2
-1
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
10111213
1415161718
1920212223
2425262728
2930
1
2
Figura 6: Variação de Temperatura da Água (º C) na Lagoa dos Cavalos, entre julho de 2004 e julho de 2005.
43
-3
-2
-1
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
-3
-2
-1
0jul/04 ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul/05
A
B
1
2
3
1
2
3
Figura 7: Variação de Temperatura da Água (º C) as estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, entre julho de 2004 e julho de 2005.
4.2.2 Transparência da Água, Coeficiente de Atenuação da Luz, Extensão da Zona
Eufótica e Profundidade das Lagoas
As maiores profundidades de desaparecimento visual do disco de Secchi, em todos os
ambientes, foram observadas no período de vazante de 2004, cujos valores no final do período
(setembro de 2004) alcançaram cerca de 1,5 m nas lagoas e em torno de 1,3 m no Rio (Figura
8A).
Conseqüentemente, nessa época foram registrados os menores valores de coeficiente
de extinção da luz e a extensão da zona eufótica atingiu o fundo das lagoas. A profundidade
máxima nas Lagoas Camargo e Coqueiral foi encontrada no início do período (4,2 e 3,7 m,
respectivamente) (Figura 8B, C e D).
Na Lagoa dos Cavalos, a maior profundidade (2,4 m) foi obtida no final da enchente
(fevereiro de 2005); a zona eufótica nessa fase atingiu 1,5 m e o coeficiente de atenuação da
44
luz foi o mais alto registrado. Nos demais meses, com exceção de agosto, o limite da zona
eufótica foi o fundo do ambiente (Figura 8B, C e D).
Nas outras lagoas, profundidades mais baixas foram observadas na estiagem (outubro
a dezembro de 2004), assim como os menores valores de transparência da água e os maiores
coeficientes de atenuação da luz (Figura 8).
4.2.3 Condutividade Elétrica da Água
O maior valor de condutividade elétrica da água (117,6 µS/cm) foi encontrado na Lagoa dos
Cavalos, no final do período de enchente (fevereiro de 2005) e manteve-se alto até meados da
fase de vazante (maio e junho de 2005) (acima de 90 µS/cm). A maior média (87,7 µS/cm;
DP = 20; CV = 23%) foi registrada nesse ambiente, que apresentou um padrão de variação
diferente dos outros corpos de água para essa variável, como evidenciado na análise fatorial
(Tabelas 35 e 36 no Apêndice). Nos outros ambientes, a média anual esteve em torno de 60
µS/cm, com tendências mais altas no período de estiagem (outubro a dezembro de 2004) e
mais baixas na enchente (janeiro e fevereiro de 2005) (Figura 9).
45
0
0,4
0,8
1,2
1,6
Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun JulMeses
Tra
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0,0
1,5
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Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun JulMeses
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Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun Jul
Meses
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R P1 R P2 Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2 Cv
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Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun JulMeses
Pro
fund
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e (m
)
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2 Cv
Figura 8: Variação da Transparência da Água (m) (A), Coeficiente de Extinção da Luz (m) (B), Extensão da Zona Eufótica (m) (C), no Rio Paranapanema e nas Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos e Profundidade (m) (D) das Lagoas, entre julho/04 e julho/05.
D
C
B
A
46
0
30
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Jul.
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.
Dez.
Jan.
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Meses
Con
d. (
uS/c
m)
S FF
Figura 9: Variação da Condutividade Elétrica da água (µS/cm) no Rio Paranapanema (A) e nas Lagoas Cavalos (B), Camargo (estação 1 (C) e estação 2 (D)) e Coqueiral (estação 1 (E) e estação 2 (F)), entre julho/04 e julho/05.
4.2.4 Material em Suspensão
As mais altas concentrações de material em suspensão obtidas entre os diferentes
locais de coleta foram observadas no Rio Paranapanema. Nesse ambiente, as concentrações
foram baixas na vazante, aumentaram gradualmente até atingir os maiores valores
encontrados, na estiagem e voltaram a decrescer na enchente. Em todos os meses a fração
orgânica correspondeu a mais de 70% do material em suspensão total, com exceção de
novembro e junho de 2005.
As lagoas conectadas (Lagoa do Camargo e Lagoa do Coqueiral) apresentaram o
mesmo padrão de variação, nas concentrações de material em suspensão que o curso de água,
com valores mais elevados na estiagem e mais baixos na vazante.
Na Lagoa dos Cavalos, a fração inorgânica contribuiu com mais de 53% do total em
sete das treze coletas. As tendências foram menores na vazante e maiores no início da
enchente (Tabela 3).
47
Tabela 3: Concentrações de material em suspensão total (MST) e frações orgânica (MSO) e inorgânica (MSI) nas diferentes estações de coleta entre julho/04 e julho/05 (os traços (-) representam ausência de coletas nas estações).
L.Cam.(P1) L.Cam.(P2) L.Coq.(P1) L.Coq.(P2) L.Cav. Mês Estação Var.
Rio (P1)
Rio (P2) S F S F S F S F S F
Jul. MST(mg/L) 6,0 4,2 3,7 - 3,5 - 2,7 - 2,8 - 11,3 - MSO (%) 74 70 55 - 62 - 46 - 36 - 17 - MSI (%) 26 30 45 - 38 - 54 - 64 - 83 -
Ago MST(mg/L) 6,9 7,1 7,4 7,8 7,0 23,8 7,1 6,0 6,7 6,9 8,8 11,3 MSO (%) 90 92 85 85 84 89 75 78 75 77 61 58 MSI (%) 10 8 15 15 16 11 25 22 25 23 39 42
Set. MST(mg/L) 9,2 8,8 5,9 7,3 6,0 83,0 7,6 9,8 6,8 10,8 6,8 18,9 MSO (%) 77 76 59 68 62 86 55 62 34 49 45 44 MSI (%) 23 24 41 32 38 14 45 38 66 51 55 56
Out. MST(mg/L) 11,7 11,2 11,8 8,0 7,3 6,9 9,6 12,2 11,0 10,8 - - MSO (%) 73 72 65 47 36 31 80 81 76 67 - - MSI (%) 27 28 35 53 64 69 20 19 24 33 - -
Nov MST(mg/L) 11,7 15,3 13,7 15,1 16,6 16,5 31,2 50,7 52,6 19,0 21,6 4,3 MSO (%) 55 59 55 55 97 61 81 84 87 77 81 39 MSI (%) 45 41 45 45 3 39 19 16 13 23 19 61
Dez. MST(mg/L) 65,8 50,7 13,1 6,4 12,2 20,4 10,3 24,0 10,8 2,5 5,9 - MSO (%) 93 90 92 76 80 83 81 86 83 59 65 - MSI (%) 7 10 8 24 20 17 19 14 17 41 35
Jan. MST(mg/L) 26,2 30,2 11,4 11,9 11,3 11,7 15,2 23,9 10,1 12,6 4,8 59,5 MSO (%) 86 81 82 73 97 96 98 83 58 85 51 53 MSI (%) 14 19 18 27 3 4 2 17 42 15 49 47
Fev. MST(mg/L) 21,3 22,2 9,5 9,7 9,9 10,4 6,5 6,9 5,6 6,1 11,3 13,1 MSO (%) 80 86 70 80 86 80 62 66 48 70 17 44 MSI (%) 20 14 30 20 14 20 38 34 52 30 83 56
Mar MST mg/L) MSO (%) MSI (%)
8,4 70 30
9,0 66 34
5,6 37 63
6,1 82 18
5,6 56 44
6,0 72 28
5,9 82 18
8,7 74 26
4,9 85 15
6,5 77 23
17,5 39 61
26,4 38 62
Abr. MST(mg/L) 8,2 8,2 5,0 13,5 5,6 8,8 4,3 16,0 4,2 10,1 29,0 21,1 MSO (%) 90 90 66 84 64 89 86 91 74 92 24 37 MSI (%) 10 10 34 16 36 11 14 9 26 8 76 63
Mai. MST(mg/L) 6,2 7,1 4,5 5,6 4,4 5,4 2,3 4,1 9,4 4,4 5,6 8,9 MSO (%) 68 77 60 56 55 74 47 57 83 82 45 47 MSI (%) 32 23 40 44 45 26 53 43 17 18 55 53
Jun. MST(mg/L) 14,1 14,1 13,5 14,0 13,2 14,1 10,9 22,7 11,6 11,7 16,8 18,1 MSO (%) 47 48 39 46 47 50 30 62 32 36 11 12 MSI (%) 53 52 61 54 53 50 70 38 68 64 89 88
Jul. MST(mg/L) 4,1 6,4 6,9 6,9 6,3 9,3 6,9 5,5 3,9 4,5 3,3 - MSO (%) 87 91 84 82 80 89 86 89 83 83 56 - MSI (%) 13 9 16 18 20 11 14 11 17 17 44 -
48
4.3 Variáveis Químicas
4.3.1 Alcalinidade
Os maiores valores de alcalinidade (0,822 meq/L) foram observados na Lagoa dos
Cavalos no final da enchente (fevereiro de 2005) e mantiveram-se altos até meados do
período de vazante (agosto de 2004), com valores acima de 0,600 meq/L; os valores foram
menores no período de estiagem (outubro a dezembro de 2004). Em contrapartida, no Rio
Paranapanema e nas Lagoas do Camargo e do Coqueiral, os valores mais altos foram
encontrados na estiagem, enquanto que os mais baixos foram obtidos na enchente (janeiro de
fevereiro de 2005) (Figura 10).
Para esta variável, a Lagoa dos Cavalos novamente foi significativamente diferente do
demais ambientes estudados (Tabelas 35 e 36, no Apêndice).
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
P1 P2A
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
S FC
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
S FB
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
S FD
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
S FE
0,0
0,3
0,6
0,9
Jul.
Ago.
Set.
Out.Nov
. Dez
.Ja
n.Fev
.Mar
.Abr Mai
Jun Ju
l
Meses
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
S FF
Figura 10: Variação da Alcalinidade (meq/L) no Rio Paranapanema (A) e nas Lagoas Cavalos (B), Camargo (estação 1 (C) e estação 2 (D)) e Coqueiral (estação 1 (E) e estação 2 (F)), entre julho/04 e julho/05.
49
4.3.2 Oxigênio Dissolvido
As maiores concentrações de oxigênio dissolvido na água foram obtidas nas estações
localizados no Rio, onde também foi observada a maior média do período (9,2 mg/L; DP =
1,3; CV = 14%). Altas concentrações nesse ambiente e nas Lagoas Camargo e Coqueiral
foram registradas na vazante (julho a setembro de 2004). Na Lagoa dos Cavalos, as
concentrações sempre foram baixas (em média 3,7 mg/L); em março de 2005, foi constatada
anóxia no fundo do corpo de água (Figura 11). A análise da variância demonstrou existir
diferença entre os ambientes estudados: um padrão mais alto no Rio e outro um pouco mais
baixo na Lagoa do Camargo, mas sem diferenças entre as estações. Na Lagoa do Coqueiral
foram encontradas variações significativas entre as estações. Já a Lagoa dos Cavalos foi
extremamente diferente dos demais corpos de água (Tabelas 35 e 36, no Apêndice).
0
3
6
9
12
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
S FC
0
3
6
9
12
15
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
P1 P2A
0
3
6
9
12
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
S FB
0
3
6
9
12
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
S FD
0
3
6
9
12
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
S FE
0
3
6
9
12
Jul.
Ago. Se
t.Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr
MaiJu
n Jul
Meses
OD
(m
g/L)
S FF
Figura 11: Variação de Oxigênio dissolvido na água (mg/L) no Rio Paranapanema (A) e nas Lagoas Cavalos (B), Camargo (estação1 (C) e estação 2 (D)) e Coqueiral (estação 1 (E) e estação 2 (F)), entre julho/04 e julho/05.
50
4.3.3 pH
Os valores de pH foram bastante semelhantes entre os ambientes analisados, com
média anual de 6,6 (DP = 0,15; CV = 2%) na Lagoa dos Cavalos e 6,7 (DP = 2; CV = 3%) nas
demais estações de coleta. Maiores valores foram registrados no final do período de vazante
de 2004 (setembro) e os menores no final da enchente (fevereiro de 2005). Com exceção da
Lagoa dos Cavalos, onde o maior valor de pH foi obtido no final da cheia (abril de 2005) e o
mais baixo, no início da fase de estiagem (outubro de 2004) (Figura 12). Médias, desvios e
coeeficientes de variação de todas as estações são apresentadas nas Tabela 32 a 34, no
Apêndice.
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
P1 P2A
5,5
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
S FB
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
S FC
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
S FD
5,5
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
S FE
6
6,5
7
7,5
Jul.
Ago.
Set.
Out
.Nov
.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar
.Abr M
aiJu
n Jul
Meses
pH
S FF Figura 12: Variação de pH no Rio Paranapanema (A) e nas Lagoas Cavalos (B), Camargo (estação 1 (C) e estação 2 (D)) e Coqueiral (estação 1 (E) e estação 2 (F)), entre julho/04 e julho/05.
4.3.4 Nutrientes Inorgânicos
4.3.4.1 Nutrientes Inorgânicos Totais
As mais altas concentrações de nutrientes totais foram observadas na Lagoa dos
Cavalos, assim como as maiores variações: de 177 µg/L (enchente) a 1246 µg/L (estiagem)
para o nitrogênio; e de 16 µg/L (vazante) a 149 µg/L (enchente) para o fósforo. Na lagoa do
Coqueiral, a variação também foi alta para o nitrogênio: de 48 µg/L (jul./04) a 915 µg/L
51
(nov./04). Na Lagoa do Camargo foram registradas, no período de cheia, as menores
concentrações de fósforo (2 µg/L) entre todos os ambientes. No Rio, os maiores valores
ocorreram no período de estiagem (667 µg/L para o nitrogênio e 87 µg/L para o fósforo)
(Tabela 4).
A Lagoa dos Cavalos diferiu dos demais ambientes tanto para a concentração de
nitrogênio total como para a de fósforo total (Tabelas 34 e 35 no Apêndice).
Tabela 4: Concentrações (µg/L) de nitrogênio e fósforo totais (mg/L) nas diferentes estações de coleta entre julho/04 e julho/05 (os traços (-) representam ausência de coletas nas estações).
L.Cam.(P1) L.Cam.(P2) L.Coq.(P1) L.Coq.(P2) L.Cav. Meses
Estação Var.
Rio (P1)
Rio (P2)
S
F
S
F
S
F
S
F
S
F
Jul. N 145 115 75 - 81 - 66 - 48 - 188 - P 15 13 16 - 16 - 8 - 8 - 38 -
Ago. N 181 174 124 140 110 111 149 184 125 90 251 242 P 9 15 14 9 13 18 21 7 6 13 34 23
Set. N 216 234 145 160 165 138 149 302 203 133 315 296 P 5 7 19 16 17 27 7 19 12 22 16 55
Out. N 215 230 190 212 220 201 267 284 289 234 352 411 P 25 16 23 23 20 15 15 22 23 17 41 24
Nov. N 640 525 460 487 503 537 915 838 717 651 1006 1246 P 20 28 38 43 47 43 77 76 33 40 65 138
Dez. N 605 667 470 447 416 241 490 430 551 443 717 - P 77 87 54 55 42 43 34 46 49 71 63 -
Jan. N 432 220 527 320 338 330 456 383 202 461 405 177 P 49 43 23 34 40 54 35 16 24 31 24 27
Fev. N 316 360 338 386 326 288 193 230 286 252 676 765 P 28 16 22 23 20 22 13 23 20 13 149 138
Mar. N 258 407 156 183 216 231 288 263 254 197 649 633 P 13 10 7 11 13 10 9 10 8 17 50 47
Abr. N 135 261 171 310 179 205 147 228 215 193 665 559 P 11 12 8 8 8 10 9 14 17 4 71 55
Mai. N 286 278 179 222 99 94 80 99 106 152 455 481 P 5 6 2 7 10 10 10 5 7 6 23 38
Jun. N 411 412 322 334 326 347 296 391 360 331 964 863 P 17 18 28 22 27 28 17 19 20 19 38 39
Jul. N 344 360 260 223 207 274 295 282 245 648 328 - P 12 17 15 23 18 22 23 31 38 24 31 -
4.3.4.2 Nutrientes Inorgânicos Dissolvidos
No final da enchente foram registradas as mais elevadas concentrações de todos os
nutrientes inorgânicos dissolvidos na Lagoa dos Cavalos, com exceção do amônio e nitrato,
que foram maiores na fase de estiagem. As concentrações de nitrato não foram detectáveis
pelo método utilizado, nesse ambiente, nos meses de dezembro a julho de 2005.
52
As maiores concentrações de nutrientes no Rio Paranapanema e na Lagoa do Camargo
foram registradas na estiagem, com exceção do amônio e do silicato no primeiro ambiente,
cujas concentrações foram mais elevadas na cheia e do amônio e do fosfato inorgânico na
lagoa, que foram maiores na enchente. No período de vazante foram observadas as menores
concentrações para os dois ambientes, exceto para as formas de fósforo, cujos valores foram
mais baixos na cheia (Tabela 5).
Na Lagoa do Coqueiral as concentrações mais elevadas de todos os nutrientes
dissolvidos foram encontradas na estiagem, enquanto que as menores foram registradas entre
o final da enchente e a cheia, com exceção do silicato, cujos valores mais baixos foram
obtidos no final do período de vazante de 2005.
Tabela 5: Concentrações de nutrientes inorgânicos dissolvidos (nitrito, nitrato, amônis fósforo total, fósforo inorgânico (µg/L) e silicato (mg/L) nas diferentes estações de coleta entre julho/04 e julho/05 (os traços (-) representam ausência de coletas nas estações).
L.Cam.(P1) L.Cam.(P2) L.Coq.(P1) L.Coq.(P2) L.Cav. Mês Est. Var.
Rio (P1)
Rio (P2) S F S F S F S F S F
Jul. PTD 11 11 15 - 15 - 6 - 2 - 31 - PI 6 8 1 - 7 - 4 - 1 - 13 - NO3 55 55 62 - 37 - 19 - 12 - 12 - NO2 24 19 10 - 13 - 11 - 9 - 27 - NH4 20 15 8 - 22 - 7 - 5 - 11 - Si 2,5 2,5 2,6 - 3,3 - 2,3 - 2,6 - 3,4 -
Ago. PTD 7 8 13 9 12 11 19 7 5 11 27 14 PI 4 6 7 2 6 10 14 5 3 11 21 9 NO3 121 115 79 65 85 79 66 61 53 44 21 15 NO2 18 20 10 9 10 11 10 8 9 11 14 15 NH4 16 14 4 4 12 8 5 6 6 7 9 10 Si 3,1 3,7 3,8 2,9 2,9 3,3 2,4 2,7 2,9 3,7 4,0 3,4
Set. PTD 3 4 13 3 8 20 6 15 6 8 9 10 PI 1 3 12 2 4 15 2 9 3 1 1 4 NO3 98 133 125 50 89 108 38 96 73 51 44 67 NO2 17 15 10 10 12 9 11 10 6 10 7 6 NH4 14 6 10 11 7 24 5 14 6 7 6 8 Si 4,9 4,7 4,1 4,3 4,8 4,9 4,1 2,9 3,0 4,2 4,4 5,3
Out. PTD 6 6 14 10 8 9 11 15 16 16 17 19 PI 2 4 9 7 5 5 5 8 8 9 9 8 NO3 163 179 125 160 120 138 134 155 45 88 46 125 NO2 13 15 10 11 10 10 14 16 10 13 17 15 NH4 27 26 29 30 46 37 54 56 97 113 130 132 Si 6,8 5,6 4,4 5,7 6,8 6,6 5,8 3,1 3,2 4,8 4,7 5,3
Nov. PTD 13 13 28 24 30 22 17 22 19 23 35 36 PI 10 9 16 12 12 9 8 10 8 11 11 26 NO3 129 338 208 187 149 127 200 177 287 188 94 92 NO2 42 29 18 16 17 17 29 26 27 22 21 22 NH4 62 24 21 20 28 22 43 46 58 94 92 136 Si 6,7 7,3 7,5 7,3 7,4 7,3 6,8 6,5 6,3 6,1 6,2 4,0
Dez. PTD 49 36 39 34 39 30 33 34 39 33 46 - continua
53
continuação PI 36 27 22 18 25 19 12 15 23 12 24 - NO3 108 98 44 52 44 42 52 55 103 151 0 - NO2 14 16 14 14 22 13 18 17 14 17 17 - NH4 19 22 12 10 9 7 31 37 33 31 29 - Si 4,0 4,7 4,8 5,9 4,6 6,6 3,8 4,0 4,6 3,1 2,1 -
Jan. PTD 29 29 23 34 36 40 25 14 19 21 18 25 PI 18 24 17 22 31 29 15 9 12 13 11 11 NO3 87 80 33 27 37 57 22 36 3 11 0 0 NO2 15 18 15 18 16 16 18 14 14 14 12 11 NH4 6 15 14 5 36 4 24 88 100 103 10 7 Si 4,7 5,1 5,3 5,2 5,4 6,0 4,8 5,1 5,4 4,9 3,1 3,3
Fev. PTD 18 12 19 22 0 4 8 8 17 6 90 110 PI 9 10 18 16 0 4 7 6 16 4 54 70 NO3 111 78 40 60 34 109 63 1 0 0 0 0 NO2 10 11 10 10 9 13 15 12 14 13 47 45 NH4 49 60 52 45 8 10 23 20 30 37 8 16 Si 2,2 3,8 3,6 2,9 4,1 3,9 4,2 3,0 5,0 4,7 8,6 7,3
Mar. PTD 10 7 4 6 12 6 9 9 3 5 27 43 PI 6 7 0 1 7 4 9 6 3 5 20 38 NO3 201 176 13 27 19 16 45 71 0 1 0 0 NO2 14 15 12 8 12 8 18 16 11 15 25 26 NH4 59 44 38 52 36 51 42 68 47 47 39 105 Si 4,8 5,2 5,1 4,9 3,5 4,3 3,7 4,1 3,2 2,9 6,3 7,5
Abr. PTD 10 9 5 6 1 2 4 1 0 3 26 18 PI 5 7 4 6 0 1 0 0 0 2 22 5 NO3 116 139 7 32 5 12 0 31 0 12 0 0 NO2 14 14 13 9 8 9 0 11 7 9 9 9 NH4
+ 70 56 49 61 4 34 3 69 13 52 16 11 Si 7,6 7,8 6,8 7,1 6,7 6,2 4,2 7,0 6,1 6,6 8,2 8,5
Mai. PTD 3 5 2 5 7 5 1 4 3 5 1 16 PI 0 1 1 3 4 4 0 3 2 2 0 4 NO3 144 152 0 18 0 2 0 5 9 20 0 0 NO2 8 8 5 7 9 7 5 7 5 5 9 13 NH4 15 11 6 6 4 3 3 - 3 8 6 7 Si 4,9 6,1 6,2 6,7 5,3 3,6 4,7 5,4 5,5 5,3 6,6 7,5
Jun. PTD 12 15 24 22 26 10 8 15 15 14 22 16 PI 7 11 17 9 12 9 7 6 8 10 7 3 NO3 114 122 38 68 40 45 29 71 53 39 0 0 NO2 9 8 16 12 15 11 11 9 12 13 10 7 NH4 47 23 26 7 5 5 23 22 56 49 8 7 Si 2,7 2,7 2,5 2,4 2,0 2,5 3,2 5,9 3,0 2,8 3,8 5,4
Jul. PTD 8 9 14 15 15 15 19 25 30 17 28 - PI 5 8 10 12 11 15 16 19 9 9 16 - NO3 132 117 0 28 36 48 64 91 48 36 0 - NO2 13 13 6 8 7 8 11 8 16 10 14 - NH4 24 18 9 7 6 9 7 3 6 8 - - Si 0,8 1,0 0,8 0,8 0,4 0,8 0,2 0,1 0,1 0,1 0,2 -
54
4.4 Análise de Componentes Principais (ACP)
As análises de Componentes Principais, realizadas previamente com todos as estações
do estudo (Figura 73, no Apêndice), assim como a Análise da Variância Fatorial
demonstraram que não havia diferença entre locais 1 e 2 dos ambientes e nem entre a
superfície e o fundo das lagoas (Tabelas 35 e 36 no Apêndice). Deste modo, optou-se por
fazer uma ACP com apenas uma estação em cada ambiente, de forma a deixá-la a mais clara.
As estações escolhidas foram as de superfície, localizadas no centro das Lagoas Camargo e
Coqueiral.
Pelo gráfico da ACP (Figura 13) é possível constatar o comportamento distinto da
Lagoa dos Cavalos em relação aos demais ambientes, com a maioria das unidades amostrais
(8) localizadas do lado negativo do eixo 1 e esquerdo do eixo 2. As unidades amostrais
referentes ao período de enchente, cheia e início da vazante de 2005 apresentaram alta
correlação com altos valores de condutividade elétrica da água e alcalinidade (Tabela 6). No
entanto, no período de estiagem (novembro e dezembro), as unidades amostrais de todos os
ambientes se agruparam, indicando correlação elevada com o material em suspensão e os
nutrientes totais.
As unidades amostrais da vazante de 2004 (julho, agosto e setembro) e do final do
mesmo período de 2005 do Rio Paranapanema e das Lagoas Camargo e Coqueiral podem ser
observadas mais a direita do gráfico. O primeiro período de vazante (2004) apresentou maior
correlação com os elevados níveis de cota e transparência da água e, o segundo (2005) com
altas concentrações de oxigênio dissolvido na água (Figura 13). As unidades amostrais dos
três ambientes, na fase de enchente, cheia e início de vazante de 2005 estiveram próximas ao
cruzamento dos eixos, o que evidencia o comportamento similar nessas fases e a correlação
existente com os baixos valores de todas as variáveis físicas e químicas incluídas nessa
análise (Figura 13).
55
jl4jl4
jl4jl4
ag
ag
ags
ss
s
ooo
o
n
n
n
n
d
dd
d
ja
ja
ja
ja
f
f
f
f
mr
mrmr
mr
ab
ab
abab
mi mi
mi
mi
jn
jn
jn
jn
jl5
jl5jl5
jl5
Alc
Cond
ODSST
Transp
NT
PT Si
Cota
-8
-4
-4 0 4
-2
0
2
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 13: Ordenação pela ACP (eixos 1 e 2) dos meses amostrados no Rio Paranapanema e nas Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos, no período de julho de 2004 e julho de 2005. As letras que acompanham as unidades amostrais são referentes as iniciais dos meses coletados (jl/4: julho de 2004, ag: agosto, s: setembro, o: outubro, n: novembro, d: dezembro, ja: janerio, f: fevereiro, mr: março, ab: abril, mi: maio, jn: junho e jl5: julho de 2005). As abreviações das variáveis abióticas são apresentadas na Tabela 6.
Tabela 6: Coeficiente de Correlação de Pearson entre as variáveis abióticas e os dois primeiros eixos de ordenação para o período compreendido entre julho de 2004 e julho de 2005.
Componentes Principais Variável
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Alcalinidade Alc -0,613 -0,691 Condutividade Elétrica Cond -0,679 -0,514 Oxigênio Dissolvido OD 0,668 0,299 Material em Suspensão SST -0,566 0,543 Temperatura Temp -0,467 -0,092 Transparência da Água Transp. 0,464 -0,639 Nitrogênio NT -0,855 0,165 Fósforo PT -0,803 0,070 Silicato Si -0,588 -0,091 Nível de Cota Cota 0,449 -0,622 Total da Explicabilidade 36,0% 18,5%
ESTIAGEM
L.CAVALOS
VAZANTE/04
VAZANTE/05
56
4.5 Variáveis Biológicas
4.5.1 Composição da Comunidade Fitoplanctônica Ao longo do período de estudo foram identificados, no sistema Rio Paranapanema –
lagoas marginais, 180 táxons distribuídos em 9 classes; a mais representativa foi
Chlorophyceae com 73 espécies (40,5% da riqueza total), seguida por Bacillariophyceae (30
táxons) e por Cyanobacteria (27 táxons). Euglenophyceae foi representada por 18 espécies,
Zygnemaphyceae por 17 e Cryptophyceae por 7. Também contribuíram para a riqueza total
Chrysophyceae (4 espécies), Dinophyceae (3 espécies) e Xanthophyceae (1 táxon).
Ao considerar separadamente cada corpo de água, a Lagoa do Coqueiral se destacou
como ambiente com maior riqueza, com 138 espécies fitoplanctônicas, seguida pelo Rio
Paranapanema, totalizando 135 táxons. Contudo, a diferença entre esses dois ambientes não
foi significativa (Tabela 37 no Apêndice). Na Lagoa do Camargo foram identificadas 117
espécies e na Lagoa dos Cavalos, 97. Sessenta táxons foram comuns a todos os ambientes.
Onze espécies foram encontradas em todos os corpos de água, com exceção do Rio, que foi o
ambiente com maior número de espécies exclusivas (19).
A lista de táxons identificados para o sistema Rio – lagoas marginais é apresentada a
seguir.
57
CIANOBACTERIA Anabaena circinalis Rabenhorst A. planctônica Brunnthaler A. spiroides Kleb. 1895 Anabaena sp. Aphanizomenon sp. Aphanocapsa delicatissima W. & G. S. West 1912 A. elachista W. & G. S. West 1894 Aphanocapsa sp. Aphanotece minutissima (W. West) J. Komárková-Legnerová & G. Cronberg Chroococcus disp.ersus (Keissler) Lemmermann C. minutus (Kützing) Nägeli Coelomorum sp. Lyngbia sp. Merismopedia tenuissima Lemmermann Microcystis aeroginosa Kützing M. elachista (West & West) Compére M. panniformis Komárek, Komárková-Legnerová, C.L. Sant'Anna, M.T.P. Azevedo, & P.A.C. Senna Myxobaktron sp. Oscillatoria simplicissima Gomont Oscillatoria homogenea Frémy Oscillatoria sp. Phormidium sp. Planktothrix sp. Pseudoanabaena sp. Raphidiopsis sp. Synechococcus sp. Synechocystis aquatilis Sauvageau CHLOROPHYCEAE Actinastrum gracillimum G. M. Smith A. hantzschii Lagerheim Actinastrum sp. Ankistrodesmus falcatus (Corda) Ralfs A. spiralis (Turner) Lemmermann Ankyra sp. Botryococcus braunii Kützing Chlamydomonas sp. Chlorella vulgaris Beijerink Chlorella sp. Chlorococcalles sp. Chlorogonium fusiforme Matvienko Chlorogonium sp. Closteriopsis acicularis (Chodat) J.H. Belcher & Swale C. setiforme (Lemmermann) Lemmermann Coelastrum cambricum W.Archer C. microporum Nägeli C. sphaericum Nägeli Coelastrum sp. Crucigenia fenestrata (Schmidle) Schmidle C. quadrata Morren Crucigenia sp.
Crucigeniella apiculata (Lemmermann)Schmidle C. rectangularis (Nägeli) Komárek Desmatractum indutum (Geitler) Pascher Desmodesmus armatus (Chodat) E. Hegewald Diacanthos sp. Dictyosphaerium ehrenbergianum Nägeli D. pulchellum W.C.Wood 1872 Dimorphococcus lunatus A. Braun Eudorina elegans Ehrenberg Eutetramorus fottii (Hindak) Komárek E. tetrasporus Komárek Golenkinia radiata Chodat Kirchineriella lunaris (Kirchner) K. Möbius K. obesa (G.S. West) Schmidle Micractinium pusillum Fresenius Monoraphidium braunii (Nägeli) Komárková-Legnerová M. contortum (Thuret) Komárková-Legnerová M. dybowskii (Wolłoszyńska) Hindak & Komárková-Legnerová M. griffithii (Berkeley) Komárková-Legnerová M. minutum (Nägeli) Komárková-Legnerová Monoraphidium sp. Oocystis elliptica West O. lacustris Chodat Pediatrum duplex Meyen P. tetras (Ehrenberg) Ralfs Radiococcus planctonicus Lund Scenedesmus acuminatus (Lagerhein) Chodat S. acuminatus var. bernardii(G.M. Smith) Dedusenko S. acuminatus var. elongatus G. M. Smith S. acutus Meyen S. arcuatus Lemmermann S. bicaudatus (Hansgirg) Chodat S. bijugus (Turpin) Kützing 1833 S. brevispina (G. M. Smith) Chodat S. carinatus (Lemmermann) Chodat S. decorus Hortobágyi S. decorus var. bicaudatus granulatus (Hortobágyi) Uherkovich S. denticulatus Lagerhein S. ecornis (Erhrenberg) Chodat S. opoliensis A.G.Richter S. ovalternus Chodat S. quadricaudata (Turpin) Brébisson Scenedesmus sp.1 Scenedesmus sp.2 Sphaerocystis achroeterii Chodat Tetraedron incus (Teiling) G. M. Smith T. trigonum (Nägeli) Hansgirg Tetrastrum triangulare (Chodat) Komárek Tetranephris brasiliensis C.R.Leite & C.E.M. Bicudo Treubaria tripendiculata C. Bernard Troschia sp.
58
ZYGNEMAPHYCEAE Closterium parvulum Nägeli Closterium setaceum Ehrenber ex Ralfs Closterium sp. Cosmarium vexatum W. West C.candianum Delponte Euastrum sp. Mougeotia sp. Staurastrum pingueTeiling Staurastrum rotula Nordstedt Staurastrum sp.1 Staurastrum sp. 2 Staurodesmus cuspidatus (Brébisson ex Ralfs) Teiling S. sellatusTeiling Staurodesmus sp.1 Staurodesmus sp.2 Staurodesmus sp.3 Xanthidium sp. EUGLENOPHYCEAE Euglena acus Ehrenberg E. caudata Hübner Euglena sp. Lepocinclis ovum (Ehrenberg) Lemmermann Lepocinclis sp. Phacus acuminatus Stokes P. caudatus Hübner P. longicaudata (Erhrenber) Duj. P. suecicus Lemmermann Strombomonas fluviatillis (Lemmermann) Deflandre S. verrucosa (Daday) Deflandre Trachelomonas armata (Ehrenberg) F.Stein T. híspida (Perty) F.Stein T. oblonga Lemmermann T. planctônica Swirenko T. verrucosa A.Stokes T. volvocina Ehrenberg Trahelomonas sp. CRYPTOPHYCEAE Chroomonas sp. Cryptomonas brasiliensis A.Castro, C.Bicudo e D.Bicudo C. curvata Ehrenberg C. erosa Ehrenberg C. marsonii Skuja C. ovata Ehrenberg Rhodomonas lacustris Pascher & Ruttner CHRYSOPHYCEAE Chrysophyceae sp. Dinobryon bavaricum Imhof D. sertularia Ehrenberg Mallomonas sp.
BACILLARIOPHYCEAE Achnantidium exiguum (Grunow) Czarnecki A. minutissimum (Kützing) Czarnecki Asterionella formosa Hassal Asterionella sp. Aulacoseira distans (Ehrenberg) Simonsen A. granulata var. (Grunow) Simonsen ambigua A. granulata var. granulata (Ehrenberg) Simonsen A. granulata var. angustissima (O Müller) Simonsen A. herzogii (Lemmermann) Simonsen Bacillariophyceae sp.1 Bacillariophyceae sp.2 Cyclotella meneghiniana Kützing C. stelligera (Cleve & Grunow) V. Heurck Cymbella sp. Eonotia asterionelloides F.Hustedt Fragillaria capucina Desmazieres Frustulia rhomboides (Ehrenberg) De Toni Gomphonema sp.1 Gomphonema sp.2 Navicula cryptocephalla Kützing N. cuspidata Kützing N. pupula Kützing Navicula sp.1 Navicula sp.2 Nitszchia acicularis (Kützing) W. Smith N. obtusa W. Smith N. palea (Kützing) W. Smith Pinnularia sp. Synedra acus Kützing Urosolenia eriensis (H.L. Smith) F.E. Round & R.M. Crawford DINOPHYCEAE Gymnodinium sp. Peridinium sp.1 Peridinium sp.2 XANTHOPHYCEAE Ophiocytium sp.
59
4.5.2 Riqueza
Os maiores valores de riqueza foram registrados no Rio Paranapanema, seguido pela
Lagoa do Coqueiral. Nos dois ambientes, a variação foi similar com riquezas mais elevadas
na fase de estiagem, decréscimo na enchente, aumento na cheia e redução no período de
vazante de 2005.
Na Lagoa do Camargo, baixos valores de riqueza foram encontrados na enchente
(janeiro e fevereiro de 2005). No entanto, os períodos de estiagem e cheia foram marcados por
elevados números de espécies. Na Lagoa dos Cavalos, os valores foram menores na vazante,
aumentaram na enchente, atingindo as maiores riquezas na cheia (Figura 14).
4.5.3 Freqüência de Ocorrência
A espécie Cryptomonas brasiliensis foi constante em todas as estações pesquisadas e
Closteriopsis acicularis foi constante no Rio e no fundo das lagoas do Coqueiral e do
Camargo. Na Lagoa dos Cavalos, as espécies constantes foram Mallomonas sp. e
Trachelomonas volvocina. As freqüências de ocorrência de todas as espécies são apresentadas
na Tabela 7.
60
0
15
30
45
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun JulMeses
Riq
ue
za (
nº
de
táxo
ns)
R1 R2 CavS CavFA
0
15
30
45
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Riq
ue
za (
nº
de
táxo
ns)
Cam1S Cam1F Cam2S Cam2FB
0
15
30
45
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Riq
ueza
(nº
de
táxo
ns)
Coq1S Coq1F Coq2S Coq2FC
Figura 14: Variação da Riqueza Fitoplanctônica (nº de táxons) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005.
61
Tabela 7: Freqüência de ocorrência (%) das espécies fitoplanctônicas nas diferentes estações de coleta entre julho de 2004 e julho de 2005. (O preenchimento do fundo dos números representa a classificação quanto à freqüência: preto para as espécies constantes, cinza escuro para as freqüentes, cinza claro para as comuns e branco para as raras.)
R. Paran. L.Camargo L. Coqueiral P1 P2 P1 P2
L. Cavalos
Táxons P1
P2 S F S F S F S F S F
Cyanobacteria Anabaena circinalis 15 - 8 - 15 - 8 10 8 - - - A. planctônica 15 - 8 - 15 - - - - - 8 - A. spiroides - - - - - - 8 - - - - - Anabaena sp. 23 - - - - - - - - - - - Aphanizomenon sp. 15 23 8 8 - - - - - 9 15 13 Aphanocapsa delicatissima - 8 - - 8 - 8 10 15 - 38 13 A. elachista - - 8 17 - 8 - - - - 15 25 Aphanocapsa sp. 8 - - - - - - - - - 15 - Aphanotece minutissima 15 - 38 42 46 25 23 10 46 - 15 - Chroococcus dispersus - 15 8 - - - 15 - - - - 25 C. minutus 15 15 46 17 23 17 46 30 38 27 54 75 Coelomorum sp. - 8 15 - 8 8 8 - 8 27 38 50 Lingbia sp. - - - - 8 8 - - - 18 8 13 Merismopedia tenuissima 15 15 38 50 38 58 38 50 31 36 23 50 Microcystis aeroginosa 8 - 8 - 8 - - - - - 8 - M. elachista - - - - - - 8 - - - - - M. panniformis 8 - 8 - - - 8 - - - 8 - Myxobaktron sp. - - 15 - 8 8 31 30 23 27 8 25 Oscillatoria simplicissima - 8 - 8 - - - - - - - - Oscillatoria homogenea 15 15 15 8 8 8 8 20 - - 31 13 Oscillatoria sp. - - - - - 8 23 20 8 9 8 38 Phormidium sp. 15 15 8 - - 8 31 20 23 9 54 38 Planktothrix sp. 8 8 - - - - - - - 9 8 - Pseudoanabaena sp. 8 - 8 - - - 8 10 - - 15 13 Raphidiopsis sp. 8 - - - - - 8 - 8 - 8 - Synechococcus sp. 8 - 8 - - - 8 - 8 - 8 - Synechocystis aquatilis - - - - - - 8 - - 9 8 - Chlorophyceae Actinastrum gracillimum - 8 - - - - - - - - 8 - A. hantzschii 8 31 8 - 8 - - - - - 8 13 Actinastrum sp. 8 8 - - - - - - - - - - Ankistrodesmus falcatus 8 - - - - - 15 10 - - 8 13 A. spiralis - - - - - - - - 8 - 15 - Ankyra sp. - - - 8 - - - 10 - - - - Botryococcus braunii - 8 8 - - - 23 10 - 27 - - Chlamydomonas sp. - - 15 8 8 - 23 10 8 9 15 13 Chlorella vulgaris 54 62 46 25 46 17 62 50 31 18 38 38 Chlorella sp. 31 31 31 25 23 17 31 10 23 9 8 - Chlorococcalles sp. - - 15 25 23 - 15 20 15 36 - - Chlorogonium fusiforme 8 - - 25 31 25 - 10 23 9 8 - Chlorogonium sp. - - 15 - - - - - - - - 13 Closteriopsis acicularis 92 77 62 92 46 67 38 90 54 82 38 50 C. setiforme 8 8 8 - - - 8 - - - 23 - Coelastrum cambricum - 15 15 8 8 25 31 - 15 - 8 - C. microporum 15 15 8 - - - - - - - 8 - C. sphaericum 15 - 8 - - - - - - - - - Coelastrum sp. - 8 - - 8 - - - - - - - Crucigenia fenestrata 15 31 23 17 23 17 15 - 8 27 8 13 C. quadrata 15 - - 25 - 33 15 40 - 9 15 13 Crucigenia sp. 31 - - - - - - - 15 - - - Crucigeniella apiculata - 8 - - - - 8 - - - - - continua
62
continuação C. rectangularis 8 - - - - - 8 - - - - - Desmatractum indutum 31 23 - 8 8 25 - 10 15 9 15 - Desmodesmus armatus - - 8 - - - - - - - - - Diacanthos sp. - - - - 8 - - - - - - - Dictyosphaerium ehrenbergianum - 8 15 17 15 17 15 20 15 27 - - D. pulchellum 69 31 8 17 15 17 23 - 15 9 15 25 Dimorphococcus lunatus 15 8 - - - - - 10 - - - - Eudorina sp. 8 15 8 - - - - 10 23 9 8 - Eutetramorus fottii - 8 8 - - - 8 - 15 9 - - E. tetrasporus 38 46 23 - 23 - 46 10 23 9 - - Golenkinia radiata 54 46 31 17 38 - 38 10 15 - 31 - Kirchineriella lunaris 15 8 - 8 - - 23 10 23 - 8 - K. obesa 8 23 - 25 15 17 15 30 - 18 8 13 Micractinium pusillum 15 15 23 - - 8 8 10 - 9 8 - Monoraphidium braunii 8 8 8 - 8 - 15 - 15 - 23 - M. contortum 69 62 46 50 77 25 62 50 54 45 54 38 M. dybowskii 8 - 15 - - - - - - 9 15 - M. griffithii 62 54 8 31 17 23 10 15 9 23 38 M. minutum 54 31 38 25 31 33 69 50 46 73 31 38 Monoraphidium sp. 38 23 15 42 15 17 8 10 - - - 25 Oocystis elliptica - 15 31 17 31 - 15 10 15 9 - - O. lacustris 15 15 31 - 15 33 23 40 15 9 - - Pediatrum duplex 15 - - - - - - - - - - - P. tetras 8 - - - - - - - - - - - Radiococcus planctonicus - - - - - - - - 8 9 - - Scenedesmus acuminatus 23 31 - - 8 - - 10 - - 8 - S. acuminatus var. bernardii 8 - - - - - - - - - - - S. acuminatus var. elongatus 8 - - - - - 8 10 - - - - S. acutus - 15 - - - - 8 - - - - - S. arcuatus 8 8 - - - - - - - - 8 - S. bicaudatus 23 23 15 8 - - 8 10 8 9 15 - S. bijugus 23 8 23 42 15 17 8 10 8 27 - 13 S. brevispina 8 8 - 25 8 8 46 10 - 18 8 13 S. carinatus - 8 - - - - - - - - - - S. decorus - 8 - - - - - - - - - - S. decorus var.bicaudatus granulatus - 23 - - - - - - - - - - S. denticulatus 23 38 15 8 - 8 23 10 - - 8 - S. ecornis - 8 - - - - - - 8 - 8 - S. opoliensis 15 - - 8 - - - - - - - - S. ovalternus - - - - - - 8 - - - - 13 S. quadricaudata 62 46 - 17 - 8 38 20 - 18 - - Scenedesmus sp.1 - 8 - - - - 8 - - 9 - - Scenedesmus sp.2 - - - 17 - - - 40 - 9 - - Sphaerocystis achroeterii - 15 23 17 15 17 23 40 8 18 - - Tetraedron incus 8 8 - - - - - - - - - - T. trigonum 8 - - - - 8 - - - - - - Tetrastrum triangulare 8 23 15 - 8 - 23 - 8 - - - Tetranephris brasiliensis 8 - - - - - - - - - - - Treubaria tripendiculata 8 - - - - - - - - - - - Troschia sp. - 8 8 - 8 - 15 10 - - 8 - Zygnemaphyceae Closterium parvulum - - 8 - - - - - - - - - Closterium setaceum - - 8 - - - - 10 - - - 13 Closterium sp. 8 - - - - - - - - - - 25 Cosmarium vexatum 8 - - - - 8 15 - - - - - Cosmarium candianum - - - - 8 - - - 8 - - - Euastrum sp. 8 - - - - - - - - - - - continua
63
continuação Mougeotia sp. - - 8 - - - - - - - 8 13 Staurastrum pingue 15 15 - 8 8 - 23 10 8 9 - 13 Staurastrum rotula - - - - - - - - - 9 - - Staurastrum sp.1 - - - - - - - - - 9 - - Staurastrum sp. 2 - - - - - - - - 8 9 - - Staurodesmus cuspidatus 15 8 - - - - 8 - - - - - S. sellatus - - 8 - - - 8 - - - - - Staurodesmus sp.1 8 8 - - - - 8 20 - - - - Staurodesmus sp.2 - - - - - 8 8 10 - - - - Staurodesmus sp.3 - 15 - - 8 - - - - - - - Xanthidium sp. - - - - - 8 8 10 8 - - - Euglenophyceae Euglena acus - - - 8 - 8 8 10 - 18 31 - E. caudata - - 8 - - - - - 8 9 - - Euglena sp. - 8 8 25 - 17 15 20 15 18 23 25 Lepocinclis ovum - 8 8 - 8 17 23 10 31 55 8 25 Lepocinclis sp. 23 8 15 8 - - 8 - - - 15 - Phacus acuminatus - - 8 - - - 8 - - - 15 - P. caudatus - - - - - - - - - - 15 - P. longicaudata - - - - - - - - - - 15 13 P. suecicus - - - - - - - - - 9 8 13 Strombomonas fluviatillis - - - - - - 8 - - - 8 13 S. verrucosa 8 - 15 - - - - - 15 - 8 - Trachelomonas armata 8 8 8 - - - 8 - 8 - - 13 T. híspida 8 8 15 - 8 17 23 - 23 9 23 38 T. oblonga 8 - - - - 17 38 30 46 45 38 63 T. planctonica - - - - - - 15 - - - - - T. verrucosa - - - - 8 8 - - 8 9 - - T. volvocina 8 8 15 8 23 8 54 60 31 55 54 88 Trahelomonas sp. - - 8 - - - 8 10 - - - - Dinophyceae Gymnodinium sp. 8 8 23 - 15 - 31 10 15 9 15 13 Peridinium sp.1 - 8 - - - - - - 8 - - - Peridinium sp.2 - - - - - - - - - - 8 25 Cryptophyceae Chroomonas sp. - - - 8 - - - - 15 - 15 38 Cryptomonas brasiliensis 92 100 100 92 100 100 100 100 92 91 100 88 C. curvata - - 8 - 8 - 8 - - - - 13 C. erosa - 8 15 42 31 17 38 10 15 45 23 50 C. marsonii 15 15 15 - 31 17 23 - 23 9 38 13 C. ovata - - - - - - 8 - 15 - 8 - Rhodomonas lacustris - - 15 - 15 8 23 10 23 9 23 - Chrysophyceae Chrysophyceae sp. - 8 31 8 38 58 31 - 31 36 8 - Dinobryon bavaricum 23 31 23 17 23 25 38 30 23 18 - - D. sertularia 8 15 8 - 8 - 8 - 0 - - - Mallomonas sp. 8 8 77 42 69 67 38 40 46 36 - 88 Bacillariophyceae Achnantidium exiguum 15 8 8 8 8 25 - 10 - 36 - - A. minutissimum 46 38 23 33 8 25 38 60 31 36 15 13 Asterionella formosa 8 8 - - - - - - - - - - Asterionella sp. - 8 - - - - - - - - - - Aulacoseira distans 8 15 8 - 8 - 8 - - - - - A. granulata var. ambigua 8 8 - - - - - - - - - - A. granulata var. granulata 69 46 31 42 23 25 31 50 31 36 8 - A. granulata var. angustissima 31 15 15 25 8 25 23 10 - 9 - - A. herzogii - - - - - - 8 - - - - - Bacillariophyceae sp.1 8 - - - - - - - - - 8 - continua
64
continuação Bacillariophyceae sp.2 8 - - - - - 8 - - - - - Cyclotella meneghiniana 62 38 54 50 62 42 46 60 38 55 8 - C. stelligera 77 62 69 50 77 83 46 70 54 64 31 - Cymbella sp. 8 8 - - 8 - - - 15 - 8 - Eonotia asterionelloides 8 - - - - - - - - - - - Fragillaria capuchina 15 - - 8 8 8 15 10 15 - 8 - Frustulia rhomboides - - - - - - - 10 8 - 8 - Gomphonema sp.1 15 15 8 - 8 - 23 10 - 9 8 13 Gomphonema sp.2 8 - 8 - 15 - 31 10 15 - - - Navicula cryptocephalla 15 15 - - - - 8 20 8 - 8 13 N. cuspidata 8 - - - - - - - - - - - N. pupula - - - - - - - - - - - - Navicula sp.1 8 15 8 17 - - 15 - 23 - - - Navicula sp.2 - 8 - 8 - 17 - 20 8 27 - - Nitszchia acicularis 15 15 15 25 15 8 8 40 23 45 - 13 N. obtusa 31 15 8 - 8 - 23 - 31 - 8 - N. palea 31 38 - 42 - 17 31 60 23 55 8 25 Pinnularia sp. - 8 - - - - - - - - - - Synedra acus 8 8 - - 8 8 - 20 8 9 8 - Urosolenia eriensis - 15 8 25 8 8 23 - 15 - - - Xanthophyceae Ophiocytium sp. - - 8 - 15 17 8 10 - 9 8 13
4.5.4 Densidade Total e Porcentagem de Contribuição das Classes
Na lagoa dos Cavalos, foi encontrado o maior valor de densidade fitoplanctônica, no
final da enchente (fevereiro de 2005) (6552 org/mL), entre todos os ambientes de estudo. Na
fase de vazante (julho a setembro de 2004) e estiagem (outubro a dezembro de 2004), baixas
densidades foram encontradas.
No Rio, as densidades foram menores na vazante, com aumento no período de
estiagem, redução durante a enchente e elevação na cheia até os maiores valores registrados.
Nas Lagoas Camargo e Coqueiral, padrão similar de variação da densidade em relação
ao do curso de água foi verificado. No entanto, nos ambientes lacustres as flutuações de
densidade ao longo dos meses foram mais intensas (Figura 15).
O teste de Tukey mostrou que a densidade do fitoplâncton na Lagoa dos Cavalos foi
significativamente diferente dos outros ambientes. (Tabela 37, no Apêndice)
65
0
1000
2000
3000
4000
5000
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
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de (
org/
mL)
R1 R2 CavS CavFA
5150
0
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2000
3000
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5000
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
sida
de (
org/
mL)
Cam1S Cam1F Cam2S Cam2FB
0
1000
2000
3000
4000
5000
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
sida
de (
org/
mL)
Coq1S Coq1F Coq2S Coq2FC
6552
Figura 15: Variação da Densidade Fitoplanctônica Total (org/mL) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005.
66
No Rio Paranapanema, Chlorophyceae foi a classe que mais contribuiu para a
densidade fitoplanctônica, especialmente, no período de cheia (março e abril de 2005), com
mais de 78% do valor total (Figura 16A). As algas verdes foram representadas,
principalmente, por Closteriopsis acicularis e por espécies de chlorococcales, como
Dictyosphaerium pulchellum e Monoraphidium spp. As diatomáceas apresentaram a segunda
maior contribuição (mais de 30%) nos meses de setembro, outubro e novembro. Em
dezembro, fevereiro e julho de 2005 Cryptophyceae contribuiu mais para a densidade (29; 35
e 50% do total, respectivamente), representada quase que exclusivamente por Cryptomonas
brasiliensis.
Na lagoa dos Cavalos, as Cryptophyceae, em especial Cryptomonas brasiliensis,
contribuiram com mais de 90% da densidade total nos períodos de vazante e estiagem (Figura
16B). Com o início das chuvas, em dezembro, houve aumento da densidade de Cyanobacteria
que contribuíram com 77% da densidade total nesse mês e 50% em janeiro, representadas
principalmente por Aphanotece minutíssima, Chroococcus minutus, Merismopedia tenuissima
e Myxobaktron sp. Em junho, a contribuição dessa classe excedeu 90% do total. Em fevereiro,
mês caracterizado pela mais elevada densidade encontrada na lagoa, três classes contribuíram
com 30% cada: Chlorophyceae, Euglenophyceae e Cyanobacteria (Figura 16B).
Na Lagoa do Camargo, padrão similar de contribuição das classes de algas foi
registrado nas duas estações de coleta (Figura 17). Com exceção do final da vazante e do
período de cheia, Cryptophyceae predominou ao longo do estudo, contribuindo com mais de
50% da densidade total de meados da fase de estiagem ao final da enchente (novembro a
fevereiro de 2005) e na vazante de 2005 (maio a julho), sendo a espécie Cryptomonas
brasiliensis predominante. Em setembro, Bacilariophyceae se destacou com mais de 71% de
contribuição para a densidade total, representada, principalmente, por Cyclotella
meneghiniana e C. stelligera. No iníco da cheia houve predomínio de algas verdes
(Dictyosphaerium eherenbergianum) e das diatomáceas (Cyclotella meneghiniana e C.
stelligera) com mais de 30% de contribuição para cada classe (Figura 17).
67
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Co
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buiç
ão d
as
Cla
sses
0%
20%
40%
60%
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100%
S S F S F S F S F S S F S F S F S S S F S
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Co
ntri
buiç
ão d
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Cla
sses
Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Figura 16: Densidade Relativa (%) no Rio Paranapanema (A) e na Lagoa dos Cavalos (B), entre julho de 2004 e julho de 2005.
Na Lagoa do Coqueiral, Cryptophyceae, em especial Cryptomonas brasiliensis foi
predominante na fase de enchente e no final da cheia e do período de vazante de 2005, nas
duas estações, com mais de 45% da densidade fitoplanctônica total (Figura 18). As algas
verdes foram bem representadas no início da estiagem e da cheia, nas duas estações e
profundidades e em pelo menos uma profundidade no final da vazante de 2004 e da estiagem.
As diatomáceas se destacaram (cerca de 50% de contribuição para a densidade total) na
superfície no final do período de vazante de 2004, principalmente pelas elevadas
concentrações de Cyclotella spp. (Figura 18).
68
0%
20%
40%
60%
80%
100%
S S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Co
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S S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Co
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ibu
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as
Cla
sse
s
Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae Outras
B
Figura 17: Densidade Relativa (%) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, entre julho de 2004 e julho de 2005.
69
0%
20%
40%
60%
80%
100%
S S F S F S F S F S F S F S F S F S F S S F S
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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S S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S F S
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Co
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Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria Euglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Figura 18: Densidade relativa (%) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, entre julho de 2004 e julho de 2005.
4.5.5 Espécies Dominantes e Abundantes
As espécies dominantes no Rio, selecionadas em função da densidade, foram
Closteriopsis acicularis, durante todo o período de cheia (março e abril de 2005) e
Cryptomonas brasiliensis, cuja dominância foi encontrada em julho de 2005. As espécies
abundantes foram Monoraphidium contortum, em seis amostragens e Aulacoseira granaulata
var. granulata e Cyclotella stelligera, em quatro coletas.
Na Lagoa do Camargo, Cryptomonas brasiliensis foi dominante em seis das treze
amostragens, no final da estiagem e início da enchente e na vazante do ano de 2005. As
espécies abundantes com maior freqüência de ocorrência foram Cyclotella meneghiniana,
Cyclotella stelligera, Dictyosphaerium ehrenbergianum, Mallomonas sp. e Apahnotece
minutissima. Cryptomonas brasiliensis também foi dominante na Lagoa do Coqueiral em um
mês da época de estiagem (novembro), da enchente (janeiro), da cheia (abril) e na vazante de
70
2005. Os táxons que se destacaram em abundância e freqüência de ocorrência foram
Cyclotella meneghiniana, Cyclotella stelligera, Myxobaktron sp., Mallomonas sp. e
Dinobryon bavaricum. Na Lagoa dos Cavalos foi registrado um padrão diferente dos outros
ambientes, Cryptomonas brasiliensis foi dominante na vazante do ano de 2004 e Chroococus
minutus na mesma fase do ano de 2005. As espécies abundantes com maior freqüência de
ocorrência foram Closteriopsis acicularis, Aphanocapsa elachista, Trachelomonas oblonga e
T. volvocina.
Com as espécies dominantes e abundantes mais frequentes foram construídos gráficos
(Figura 19 - 22) para mostrar as variações de densidade na superfície de cada ambiente, ao
longo do ano de estudo.
0
200
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Den
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de (
org/
mL)
Agran Cmen Cstel Cacic Mcont Cbras
1036
B
Figura 19: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Agran: Aulacoseira granulata var granulata, Cmen: Cyclotella meneghiniana, Cstel: C. stelligera, Cacic: Closteriopsis acicularis, Mcont: Monoraphidium contortum, Cbras: Cryptomonas brasiliensis) nas estações 1 (A) e 2 (B) do Rio Paranapanema, entre julho de 2004 e julho de 2005.
71
0
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Den
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org/
mL)
A
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
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de (
org/
mL)
Cmen Cstel Amin Masp CbrasB
Figura 20: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Cmen: Cyclotella meneghiniana, Cstel: C. stelligera, Amin: Aphanotece minutíssima, Masp.: Mallomonas sp., Cbras: Cryptomonas brasiliensis) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, entre julho de 2004 e julho de 2005.
0
200
400
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
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de (
org/
mL)
Cacic Aelac Cmin Tobl Tvolv Cbras
10044464
Figura 21: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Cacic: Closteriopsis acicularis, Aelac: Aphanocapsa elachista, Cmin: Chroococcus minutus, Tobl: Trachelomonas oblonga, Tvolv: T. volvocina, Cbras: Cryptomonas brasiliensis) na Lagoa dos Cavalos, entre julho de 2004 e julho de 2005.
72
0
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400
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
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de (
org/
mL)
A
0
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400
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800
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Den
isda
de (
org/
mL)
Cmen Cstel Mysp Dbav Masp CbrasB
Figura 22: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Cmen: Cyclotella meneghiniana, Cstel: C. stelligera, Cmen: Cyclotella meneghiniana, Cstel: C. stelligera, Mysp.: Myxobaktron sp., Dbav: Dinobryon bavaricum, Masp.: Mallomonas sp., Cbras: Cryptomonas brasiliensis) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, entre julho de 2004 e julho de 2005.
4.5.6 Biovolume Total e Porcentagem de Contribuição das Classes
Todos os ambientes apresentaram elevados valores de biomassa na cheia, exceto na
primeira estação da Lagoa do Coqueiral e na Lagoa dos Cavalos, cujo maior valor (4,1
mm3/L) foi encontrado no fim do período de enchente (fevereiro de 2005), sendo o dobro dos
maiores valores encontrados nos outros ambientes, que não ultrapassaram 1,2 mm3/L no Rio e
na Lagoa do Camargo e 1,7 mm3/L na do Coqueiral (Figura 23).
73
0 ,0
0 ,5
1 ,0
1 ,5
2 ,0
Ju l A g o S e t O u t No v De z Ja n Fe v Ma r A b r Ma i Ju n Ju l
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Bio
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(mm3 /
L)
R1 R2 Ca v S Ca v FA
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0 ,5
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Ju l A g o S e t O u t No v De z Ja n Fe v Ma r A b r Ma i Ju n Ju l
Me s e s
Bio
volu
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(mm3 /
L)
Ca m1 S Ca m1 F Ca m2 S Ca m2 FB
0 ,0
0 ,5
1 ,0
1 ,5
2 ,0
Ju l A g o S e t O u t No v De z Ja n Fe v Ma r A b r Ma i Ju n Ju l
Me s e s
Bio
volu
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(mm3 /
L)
Co q 1 S Co q 1 F Co q 2 S Co q 2 FC
4 ,1
Figura 23: Variação do Biovolume Fitoplanctônica Total (mm3/L) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005.
As diatomáceas apresentaram os maiores biovolumes no Rio Paranapanema,
contribuindo com mais de 50% do total, no final da vazante e durante a estiagem (Figura 24).
74
A classe foi representada quase que inteiramente pela ordem Centrales, com destaque para
Aulacoseira granulata. Em alguns meses das fases de enchente, da cheia e vazante,
Chlorophyceae predominou com mais de 40% da biomassa total, sendo Eudorina elegans e
Botryococcus braunii as espécies mais importantes.
Na Lagoa dos Cavalos, Euglenophyceae (Euglena spp. e Trachelomonas spp.) foi
bastante representativa com relação ao biovolume, destacando-se no início da vazante, final
da enchente e em alguns meses da cheia. Este último período também contou com elevada
biomassa de uma espécie de Peridinium sp.2 (Figura 24).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Mai Jun Jul
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Figura 24: Biomassa relativa (%) no Rio Paranapanema (A) e na Lagoa dos Cavalos (B), entre julho de 2004 e julho de 2005.
A biomassa das classes fitoplanctônicas variou bastante na Lagoa do Camargo (Figura
25). As criptofíceas foram mais representativas na estação 2, contribuindo com mais de 54%
da biomassa total no período de enchente. As cianobactérias apresentaram elevada
75
contribuição (mais de 53%) de meados do período de cheia ao início da vazante, sendo
Aphanotece minutíssima a espécie predominante. As algas verdes contribuíram mais na
estação 1 em dezembro (Botryococcus braunii) e no período de cheia (Eutetramorus fottii e
Dictyosphaerium ehrenbergianum). As crisofíceas se destacaram em agosto e fevereiro,
devido à elevada biomassa de Dinobryon bavaricum e D. sertularia (Figura 25).
0%
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Figura 25 Biomassa relativa (%) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, entre julho de 2004 e julho de 2005.
Na Lagoa do Coqueiral, as diatomáceas foram predominantes na fase de estiagem
(outubro a dezembro de 2004), principalmente na superfície, enquanto que as clorofíceas
apresentaram elevada contribuição nesse período, nas amostras do fundo e, também, nos
períodos de enchente (janeiro e fevereiro de 2005) e cheia (março e abril de 2005) (Figura
26).
76
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40%
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Jul Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
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Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Figura 26: Biomassa relativa (%) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, entre julho de 2004 e julho de 2005.
4.5.7 Espécies Descritoras da Comunidade
As espécies descritoras da comunidade foram selecionadas a partir de dois critérios:
espécies com densidade superior a 1% do valor de densidade total (Tabela 8) e com
biovolume maior que 1% do valor total (Tabela 9).
Considerando os dados de densidade, as espécies descritoras no Rio Paranapanema e
na Lagoa do Coqueiral representaram 77% da comunidade fitoplanctônica. Na Lagoa do
Camargo e dos Cavalos, atingiram 82% e 87% da densidade total, respectivamente.
77
Em função dos valores de biovolume, as espécies descritoras representaram 84% do
biovolume total no curso de água, 86% na Lagoa do Coqueiral e, 88% na Lagoa do Camargo
e 88% na Lagoa dos Cavalos.
Tabela 8: Espécies descritoras da comunidade fitoplanctônica de cada ambiente estudado, com base na densidade, entre julho/04 e julho/05.
Rio Paranapanema Lagoa do Camargo Lagoa do Coqueiral Lagoa dos Cavalos Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Chlorophyceae A.granulata var. granulata A.granulata var. granulata A granulata granulata Ankistrodesmus falcatus Cyclotella meneghiniana Cyclotella meneghiniana Cyclotella meneghiniana Closteriopsis acicularis C. stelligera C. stelligera C. stelligera C. longissima Nitschia acicularis Crucigenia fenestrata Chlorophyceae Chlorophyceae N. palea Monoraphidium contortum Chlorella vulgaris Chlorella vulgaris M. griffitii Closteriopsis acicularis Closteriopsis acicularis Chlorophyceae M. minimum Crucigenia fenestrata D. ehrenbergianum Chlorella vulgaris Desmatractum indutum Monoraphidium contortum Chorella sp. Cyanobacteria Dictyosphaerium pulchellum M. minimum Closteriopsis acicularis Aphanocapsa delicatissima Eutetramorus tetraporus D. ehrenbergianum Chroococcus minutus Golenkinia radiata Cyanobacteria M. contortum Coelomorum sp. Monoraphidium contortum Aphanotece minutissima M. minimum Merismopedia tenuissima M. griffithii Chroococcus minutus Myxobaktron sp. Scenedesmus denticulatus Merismopedia tenuissima Cyanobacteria Phormidium sp. S. quadricauda Chroococcus minutus Synechococcus sp. Tetrastrum triangulare Cryptophyceae Merismopedia tenuissima Synechocystis aquatillis Cryptomonas brasiliensis Myxobaktron sp. Cryptophyceae C. erosa Euglenophyceae Cryptomonas brasiliensis C. marsonii Euglenophyceae Euglena acus Trachelomonas oblonga Euglena sp. Chrysophyceae T. volvocina Trachelomonas hispida Mallomonas sp. T.oblonga Cryptophyceae T. volvocina Cryptomonas brasiliensis C. erosa Cryptophyceae Cryptomonas brasiliensis Chrysophyceae Dinobryon bavaricum Dinophyceae Mallomonas sp. Peridinium sp.2
78
Tabela 9: Espécies descritoras da comunidade fitoplanctônica de cada ambiente estudado, com base no biovolume, entre julho/04 e julho/05.
Rio Paranapanema Lagoa do Camargo Lagoa do Coqueiral Lagoa dos Cavalos Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Chlorophyceae A.granulata var. granulata A.granulata var. granulata A granulata granulata Eudorina elegans Cyclotella meneghiniana Cyclotella meneghiniana Cyclotella meneghiniana Synedra acus C. stelligera C. stelligera Cyanobacteria Synedra acus Aphanocapsa delicatissima Chlorophyceae Chlorophyceae Aphanotece minutissima Botryococcus braunii Chlorophyceae Botryococcus braunii Closteriopsis acicularis Botryococcus braunii Eudorina elegans Euglenophyceae Dictyosphaerium pulchellum D. ehrenbergianum Eutetramorus fottii Euglena acus Eudorina elegans Eudorina elegans Radiococcus planctonicus Euglena sp. Eutetramorus fottiis Eutetramorus fottiis Sphaerocystis achroeterii Phacus longicauda Golenkinia radiata Radiococcus planctonicus Trachelomonas volvocina Radiococcus planctonicus Sphaerocystis achroeterii Cyanobacteria Aphanocapsa delicatissima Cryptophyceae Cyanobacteria Cyanobacteria Aphanotece minutissima Cryptomonas brasiliensis Aphanizomenon sp. Aphanotece minutissima Euglenophyceae Zygnemaphyceae Cryptophyceae Cryptophyceae Trachelomonas volvocina Closterium sp. Cryptomonas brasiliensis Cryptomonas brasiliensis C. erosa Cryptophyceae Dinophyceae Chrysophyceae Cryptomonas brasiliensis Peridinium sp.2 Dinobryon bavaricum Chrysophyceae Dinobryon bavaricum Chrysophyceae Zygnemaphyceae Dinobryon bavaricum Closterium sp.
79
4.5.8 Índices de Diversidade, Equidade, Dominância e Riqueza
No Rio Paranapanema e na Lagoa do Coqueiral, um padrão similar de variação nos
valores de diversidade foi encontrado, com valores mais baixos no final da enchente e da
cheia e mais elevados no período de estiagem, quando foram registrados os maiores valores
entre todos os ambientes (Figura 27).
Na Lagoa do Camargo, os valores de diversidade foram maiores no início da fase de
vazante de 2004 e na estiagem, reduziram no final desta e durante a enchente e aumentaram
na cheia (Figura 27). Na Lagoa dos Cavalos, elevados valores foram encontrados no final da
enchente e mantiveram-se altos durante a cheia (Figura 27).
Os valores de equidade apresentaram baixa variação no Rio e na Lagoa do Coqueiral
(coeficiente de variação de Pearson menor que 15%), com valores mais baixos no período de
cheia, particularmente para o Rio (Figura 28). Nas Lagoas Camargo e Cavalos, as variações
foram maiores (coeficiente de variação de Pearson maior que 20%) e os valores foram
menores no final da estiagem e início da enchente na Lagoa do Camargo e em alguns meses
da vazante na Lagoa dos Cavalos (Figura 28).
As variações dos índices de dominância apresentaram padrão diferente entre os quatro
ambientes (Figura 29). No Rio Paranapanema, os índices de dominância foram mais elevados
na época de cheia e mais baixos na de estiagem. Na Lagoa dos Cavalos, os maiores valores
foram encontrados na vazante e os menores no final da enchente e na cheia. Na Lagoa do
Camargo, valores mais altos foram registrados no final da estiagem e na enchente e mais
reduzidos na vazante. Na Lagoa do Coqueiral ocorreram picos de dominância em alguns
meses da enchente e cheia (Figura 29).
A Lagoa do Coqueiral e o Rio Paranapanema mostraram-se estatisticamente diferentes
em diversidade em relação às Lagoas Camargo e Cavalos, que apresentaram menor
diversidade de espécies (Tabela 37).
80
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Figura 27: Variação da Diversidade (bits/ind.) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005. (Legendas: R1 e R2: estação 1 e 2 do Rio Paranapanema, CavS e CavF: L. dos Cavalos – superfície e fundo, Cam1S e Cam1F: estação 1 da L. do Camargo – superfície e fundo, Cam2S e Cam2F: estação 2 da L. do Camargo – superfície e fundo, Coq1S e Coq1F: estação 1 da L. do Coqueiral – superfície e fundo e Coq2S e Coq2F: estação 2 da L. do Coqueiral – superfície e fundo.
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Figura 28: Variação da Equidade no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005. (Legendas: R1 e R2: estação 1 e 2 do Rio Paranapanema, CavS e CavF: L. dos Cavalos – superfície e fundo, Cam1S e Cam1F: estação 1 da L. do Camargo – superfície e fundo, Cam2S e Cam2F: estação 2 da L. do Camargo – superfície e fundo, Coq1S e Coq1F: estação 1 da L. do Coqueiral – superfície e fundo e Coq2S e Coq2F: estação 2 da L. do Coqueiral – superfície e fundo.
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Meses
Dom
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cia
Coq1S Coq1F Coq2S Coq2FC
Figura 29: Variação dos Índices de Dominância no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), entre julho de 2004 e julho de 2005. (Legendas: R1 e R2: estação 1 e 2 do Rio Paranapanema, CavS e CavF: L. dos Cavalos – superfície e fundo, Cam1S e Cam1F: estação 1 da L. do Camargo – superfície e fundo, Cam2S e Cam2F: estação 2 da L. do Camargo – superfície e fundo, Coq1S e Coq1F: estação 1 da L. do Coqueiral – superfície e fundo e Coq2S e Coq2F: estação 2 da L. do Coqueiral – superfície e fundo.
83
4.5.9 Estrutura de Tamanho dos Organismos Pertencentes à Comunidade
A comunidade fitoplanctônica do sistema Rio – Lagoas Marginais, durante o período
estudado, foi composta, em sua maioria, por organismos nanoplanctônicos (58%),
microplanctônicos (26%), picoplanctônicos (13%) e megaplanctônicos (3%) (Tabela 10).
Tabela 10: Agrupamento das espécies fitoplanctônicas do sistema Rio – Lagoas Marginais, de acordo com o tamanho, entre julho de 2004 e julho de 2005.
Classes Picoplâncton (2 – 10 µm)
Nanoplâncton (10 – 50 µm)
Microplâncton (50 – 200 µm)
Megaplâncton (> 200 µm)
Baccilariophyceae 0 14 13 2 Chlorophyceae 13 41 20 0 Cyanobacteria 5 11 10 1 Zygnemaphyceae 3 11 1 3 Euglenophyceae 0 17 1 0 Chrysophyceae 0 2 2 0 Cryptophyceae 2 5 0 0 Dinophyceae 0 3 0 0 Xanthophyceae 0 1 0 0 Total 23 (13%) 105 (58%) 47 (26%) 6 (3%)
4.5.10 Clorofila mais Feofitina
Na Lagoa dos Cavalos foram encontradas concentrações de clorofila e feofitina,
significativamente superiores às dos outros ambientes (Tabela 37, no Apêndice), no final da
enchente (fevereiro de 2005) e na cheia (março e abril de 2005) (Figura 30B). Durante os
outros períodos, as concentrações na Lagoa dos Cavalos permaneceram dentro dos mesmos
padrões observados para os demais corpos de água, isto é, elevados valores na estiagem
(outubro a dezembro de 2004) e baixos no início da enchente (janeiro de 2005) (Lagoa do
Camargo) e na vazante (julho e agosto de 2004) (Rio e Lagoa do Coqueiral) (Figura 30).
84
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S FF Figura 30: Variação da Concentração de Clorofila mais Feofitina (mg/L) no Rio Paranapanema (A) e nas Lagoas Cavalos (B), Camargo (estação 1 (C) e estação 2 (D)) e Coqueiral (estação 1 (E) e estação 2 (F), entre julho/04 e julho/05.
4.6 Análise de Correspondência Canônica (ACC)
A ACC realizada com 19 espécies descritoras selecionadas em função da densidade e
11 variáveis ambientais revelou, através do Teste de Monte Carlo, que os dois primeiros eixos
foram estatisticamente significantes e representaram relações existentes entre as variáveis
ambientais e biológicas. Os eixos 1 e 2 explicaram juntos 20,5% da variância dos dados. A
correlação de Pearson espécie – ambiente foi relativamente alta (> 7), demonstrando forte
relação entre a distribuição das mesmas (Tabela 11).
Ao longo do eixo 1 pode-se observar um gradiente espacial, que alocou as unidades
amostrais da esquerda para direita, ou seja, do Rio para a Lagoa dos Cavalos, em função dos
valores de oxigênio dissolvido e de condutividade elétrica da água (variáveis com maior peso
na ordenação, segundo o coeficiente canônico – Tabela 12).
85
Não foi possível identificar um gradiente temporal nítido que envolvesse todos os
ambientes, mas algumas considerações podem ser feitas nesse sentido, como o agrupamento
das amostras da cheia e vazante de 2005 e sua associação com Closteriopsis setiforme na
Lagoa dos Cavalos; e a proximidade das amostras de enchente e cheia do Rio, Lagoa do
Camargo e do Coqueiral no centro do gráfico, evidenciando a grande associação de espécies
como Cryptomonas brasiliensis, Closteriopsis acicularis, Cyclotella stelligera, Crucigenia
fenestrata, Mallomonas sp., Aphanotece minutíssima e Dictyosphaerium eherenbergianum
(Tabela 13) e a similaridade desses ambientes nestes períodos. As espécies Monoraphidium
griffithii e Cyclotella meneghiniana foram correlacionadas à vazante de 2004, à estiagem e ao
final da vazante de 2005 nas unidades amostrais do Rio Paranapanema e em algumas da
Lagoa do Camargo. Enquanto que Chroomonas sp., Chroococcus minutus e Myxobaktron sp.
foram associadas às amostragens da Lagoa dos Cavalos. As duas primeiras espécies
apresentaram maior relação com altos valores de alcalinidade, condutividade e nutrientes nas
amostras do final da enchente e cheia (Figura 31).
Tabela 11: Síntese dos resultados da Análise de Correspondência Canônica (ACC) realizada com onze variáveis ambientais e dezenove variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) (N = 51).
Eixo 1 Eixo 2 Autovalores 0,209 0,132 Variância Explicada (%) 12,6 7,9 Variância Acumulada (%) 12,6 20,5 Correlação de Pearson (espécie-ambiente) 0,838 0,775 Teste de Monte Carlo (p) Autovalores 0,0010 0,0010 Teste de Monte Carlo (p) Correlações espécie-ambiente 0,0110 0,0220
86
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jl4 jl4 jl4
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pH
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-3
-1 1 3
-1
1
3
Eixo 1E
ixo
2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 31: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de julho de 2004 e julho de 2005 (jl/4 = julho de 2004, ag = agosto, s = setembro, o = outubro, n = novembro, d = dezembro, já = janerio, f = fevereiro, mr = março, ab = abril, mi = maio, jn = junho e jl5 = julho de 2005, Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, PT = fósfor total, NT = nitrogênio total, Aminu = Aphanotece minutíssima, Cmen = Cyclotella meneghiniana, Cstel = C. stelligera, Cvulg = Chlorella vulgaris, Cacic = Closteriopsis acicularis, Cseti = C. setiforme, Cfene = Crucigenia fenestrata, Cmin = Chroococcus minutus, Chrosp. = Chroomonas sp., Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Dehre = Dictyosphaerium ehrenbergianum, Masp. = Mallomonas sp., Mcont = Monoraphidium contortum, Mgrf = M. griffthii, Mmin = M. minimum, Mten = Merismopedia tenuissima, Myxsp. = Myxobaktron sp., Tobl = Trachelomonas oblonga, Tvolv = T.volvocina).
87
Tabela 12: Coeficientes canônicos e correlações “intra-set” das variáveis ambientais com os eixos 1 e 2 da ACC, realizada com as dezenove variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) (N = 51).
Coeficiente Canônico Coeficientes de Correlação “intra-set”
Variável
Abreviações
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 1 Eixo 2 Alcalinidade Alc 0,746 0,363 0,632 0,647 Condutividade Cond -0,883 0,782 0,502 0,626 Oxigênio Dissolvido OD -1,031 0,245 -0,955 -0,101 Material em Suspensão SST -0,068 0,453 0,162 0,265 Transparência Transp. -0,173 0,171 -0,223 0,199 Nitrogênio Total NT 0,098 -0,125 0,637 0,246 Fósforo Total PT 0,149 -0,569 0,525 0,144 Silicato Reativo Si 0,008 0,163 0,242 0,495 Nível de Cota Cota -0,080 0,017 -0,007 0,208 pH PH 0,008 0,417 -0,148 0,215 Temperatura Temp -0,158 -0,060 0,368 0,126 Tabela 13: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) e os dois primeiros eixos da ordenação (N = 51).
Correlação Espécies Descritoras
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Cyclotella meneghiniana Cmen -0,486 0,270 C. stelligera Cstel -0,277 0,099 Chlorella vulgaris Cvul -0,163 0,183 Closteriopsis acicularis Caci 0,091 0,013 C.setiforme Cseti 0,305 0,441 Curcigenia fenestrata Cfene -0,005 0,219 Dictyosphaerium ehrenbergianum Dehre -0,042 0,006 Monoraphidium contortum Mcont -0,028 0,321 M. griffithii Mgrif -0,248 0,415 M. minimum Mmin 0,092 0,396 Aphanotece minutissima Aminu 0,130 -0,287 Chroococcus minutus Cmin 0,578 0,128 Merismopedia tenuissima Mten 0,205 0,066 Myxobaktron sp. Myxsp. 0,316 -0,338 Trachelomonas oblonga Tobl 0,483 0,188 T. vovlvocina Tvolv 0,588 -0,008 Chromonas sp. Chrsp. 0,243 0,284 Cryptomonas brasiliensis Cbras 0,625 -0,314 Mallomonas sp. Masp. -0,278 -0,296
88
Na ACC realizada a partir de 16 espécies descritoras selecionadas em função do
biovolume e de 11 variáveis ambientais, o Teste de Monte Carlo revelou que os dois
primeiros eixos foram estatisticamente significantes e representaram as relações existentes
entre as variaveis ambientais e biológicas. Os eixos 1 e 2 explicaram juntos 19,4% da
variância dos dados. A correlação espécie – ambiente foi relativamente alta, demonstrando
forte relação entre a distribuição das mesmas (Tabela 14).
Novamente, um gradiente espacial ao longo do primeiro eixo foi observado. A maioria
das unidades amostrais do Rio Paranapanema se alocaram do lado esquerdo superior do
gráfico, associadas às elevadas concentrações de oxigênio dissolvido e correlacionadas a elas
as espécies Aulacoseira granulata var. granulata, Dinobryon bavaricum, Closteriopsis
acicularis e Cyclotella stelligera. As unidades amostrais das Lagoas Camargo e Coqueiral
foram observadas entre as amostras do Rio e, algumas mais próximas ao centro dos eixos,
associadas a Cryptomonas brasiliensis, Eudorina elegans, Aphanotece minutíssima e
Radiococcus planctonicus. As amostragens da Lagoa dos Cavalos foram distribuídas do lado
direito do gráfico, ao longo do eixo 2. Alguns períodos puderam ser reconhecidos neste
ambiente, como a estiagem e o início da enchente, selecionados em função das altas
temperaturas e associados a Aphanocapsa delicatissima e a fase de cheia, até meados da
vazante de 2005, influenciada pelos elevados valores de alcalinidade e concentrações de
nutrientes, com a qual estiveram relacionadas as espécies Euglena sp. e Peridinium sp.2
(Figura 32).
Tabela 14: Síntese dos resultados da Análise de Correspondência Canônica (ACC) realizada com onze variáveis ambientais e dezenove variáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) (N = 51).
Eixo 1 Eixo 2 Autovalores 0,322 0,190 Variância Explicada (%) 12,2 7,2 Variância Acumulada (%) 12,2 19,4 Correlação de Pearson (espécie-ambiente) 0,862 0,772 Teste de Monte Carlo (p) Autovalores 0,0010 0,0190 Teste de Monte Carlo (p) Correlações espécie-ambiente 0,0140 0,0390
89
jl4
jl4
jl4
jl4ag
ag
ag
s
s s
s
oo
o
o
n n
n
n
d
d
d
d
ja
ja
ja
ja
f
f
f
f
mr
mr
mr
mr
ab
ab
ab
ab
mi
mi
mi
mi
jn
jnjn
jn
jl5
jl5
jl5
jl5
Agrg
Cmen Cstel
Cacic
Eeleg
Efott
Rplanc
Sachr
AdeliAmin
Eacu
Esp
Tvolv
DbavCbras
Pesp2
AlcOD NT
PT
Temp
-3
-3
-1 1 3
-1
1
3
Eixo 1E
ixo
2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 32: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (biovolume) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de julho de 2004 e julho de 2005 (jl/4 = julho de 2004, ag = agosto, s = setembro, o = outubro, n = novembro, d = dezembro, já = janerio, f = fevereiro, mr = março, ab = abril, mi = maio, jn = junho e jl5 = julho de 2005, Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, PT = fósfor total, NT = nitrogênio total, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aminu = Aphanotece minutíssima, Agrg = Aulacoseira granulata var. granulata, Cmen = Cyclotella meneghiniana, Cstel = C. stelligera, Cacic = Closteriopsis acicularis, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Dbav = Dinobryon bavaricum, Eleg = Eudorina elegans, Efott = Eutetramorus fottii, Rplanc = Radiococcus planctonicus, Psp.2 = Peridinium sp.2, Sachr = Sp.haerocystis achroeterii, Eacu = Euglena acus, Esp. = Euglena sp., Tvolv = T.volvocina).
90
Tabela 15: Coeficientes canônicos e correlações “intra-set” das variáveis ambientais com os eixos 1 e 2 da ACC, realizada com as dezenove variáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) (N = 51).
Coeficiente Canônico Coeficientes de Correlação “intra-set”
Variável
Abreviações
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 1 Eixo 2 Alcalinidade Alc 0,757 0,580 0,573 0,328 Condutividade Cond -0,709 0,065 0,441 0,519 Oxigênio Dissolvido OD -0,645 0,313 -0,905 0,204 Material em Suspensão SST -0,107 0,269 0,131 0,340 Transparência Transp. -0,320 -0,386 -0,268 -0,527 Nitrogênio Total NT 0,252 -0,189 0,587 0,238 Fósforo Total PT 0,231 -0,149 0,533 0,496 Silicato Reativo Si -0,118 0,158 0,134 0,064 Nível de Cota Cota 0,303 0,085 0,142 -0,059 pH PH -0,334 -0,019 -0,381 0,009 Temperatura Temp 0,041 -0,740 0,305 -0,669
Tabela 16: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) e os dois primeiros eixos da ordenação (N = 51).
Correlação Espécies Descritoras
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Aulacoseira granulata var. granulata Agrg -0,411 0,212 Cyclotella meneghiniana Cmen -0,472 -0,162 C. stelligera Cstel -0,450 -0,117 Closteriopsis acicularis Caci -0,004 0,187 Eudorina elegans Eeleg 0,053 -0,191 Eutetramorus fottii Efott -0,100 -0,314 Radiococcus planctonicus Rplanc -0,013 -0,435 Sphaerocystis achroeterii Sachr -0,156 -0,232 Aphanocapsa delicatissima Adeli 0,322 -0,301 Aphanotece minutissima Aminu 0,163 -0,485 Euglena acus Eacu 0,327 0,382 Euglena sp. Esp. 0,365 0,082 T. vovlvocina Tvolv 0,573 -0,071 Dinobryon bavaricum Dbav -0,498 0,101 Cryptomonas brasiliensis Cbras 0,576 -0,219 Peridinium sp.2 Psp.2 0,273 0,065
91
5 DISCUSSÃO
5.1 Considerações sobre a Região Estudada e os Fatores Hidrológicos
As lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos, objetos dessa pesquisa, em condições
normais, apresentam-se como ambientes perenes, com as duas primeiras conectadas ao canal
principal do Rio Paranapanema (com exceção de dois episódios de seca rigorosa que
resultaram em desconexão). Assim, não caracterizam o comportamento da paisagem como
típico de áreas alagáveis, cuja característica principal consiste em serem submetidas a pulsos
de inundação, os quais podem ter freqüência unimodal durante o ano, como ocorre no
Pantanal (HAMILTON, et al., 1998) e na planície de inundação do Rio Jacupiranguinha, no
Vale do Ribeira (BENASSI, 2006) ou podem ser múltiplos e de curta duração como no médio
Rio Mogi Guaçu (KRUSCHE; MOZETO, 1999). A flutuação no nível de água faz com que as
lagoas marginais oscilem entre uma fase aquática (na cheia), em que estão em conexão com o
canal do rio, denominada potamofase e uma fase terrestre (na seca), chamada limnofase, em
que estão isoladas (NEIFF 1990a, 1990b).
Episódios de isolamento dos ambientes lacustres em relação ao Rio Paranapanema, na
zona de transição com a Represa de Jurumirim, foram relatados entre outubro de 1999 e
dezembro de 2000 e de 27 de outubro a 30 de novembro de 2002 (Henry et al., 2006b).
Segundo os mesmos autores, episódios de desconexão na região são esporádicos, como
mostram os dados da CESP. (Companhia Energética de São Paulo, atualmente Duke Energy),
desde a formação do Reservatório de Jurumirim, em 1962. A partir desta data, apenas em três
outras ocasiões (1969, 1976, 1986) foram observados valores de cota do reservatório
inferiores a 563,6 m; pois como mencionado anteriormente, a variação do nível de cota na
barragem é similar à variação hidrométrica na zona de desembocadura do Rio na Represa,
como demonstrado por Pompêo et al. (1999). Valores de cota abaixo de 563,6 m
correspondem a isolamento das Lagoas Camargo e Coqueiral em relação ao Rio.
Tais informações evidenciam um comportamento diferente dessa área em comparação
as planícies de inundação da Amazônia, Pantanal e Rio Paraná. Segundo Henry (2003), o
grande volume de água acumulada no Reservatório de Jurumirim atua como um “sistema
tampão” que, amortece os pulsos de inundação de seu principal tributário. A variação
hidrométrica anual fica condicionada as necessidades de água para geração de energia elétrica
da Companhia Energética que opera o reservatório, visto que esse é o primeiro de uma série
em “cascata” e sua função é de armazenagem de água para os reservatórios à jusante.
92
Assim, a variação sazonal e o regime pluviométrico pouco influenciam na flutuação do
nível de água do Rio Paranapanema na zona de sua desembocadura na primeira represa do
sistema. Essas informações podem ser confirmadas pela comparação do valor de precipitação
anual acumulada no período em que esse trabalho foi desenvolvido, com valores obtidos em
outros estudos, realizados emperíodos diferentes. Henry (2005) registrou valores de
precipitação anual acumulada de 1544,3, 1273,8 e 1080,2 mm para os anos de 1998, 1999 e
2000, respectivamente. Nesse último ano, as lagoas Camargo e Coqueiral permaneceram
desconectadas do Rio por um período de sete meses, caracterizando-o como um ano seco,
cujo valor de precipitação mensal acumulada foi em torno de 20 a 30% menor que os valores
registrados nos dois anos anteriores. O valor acumulado (1022,1 mm) no ano em que esse
trabalho foi realizado (julho de 2004 a julho de 2005) foi inferior ao encontrado por Henry
(2005) no ano de 2000, quando as lagoas estiveram desconectadas do canal do Rio. No
entanto, durante a realização do presente estudo, os ambientes lacustres permaneceram
associados ao sistema lótico.
De acordo com o conceito de descontinuidade serial (serial descontinuity concept –
SDC) de Ward e Stanford (1983), a construção de reservatórios resulta em modificações nos
padrões e processos bióticos e abióticos do canal do rio, tanto a montante quanto a jusante das
barragens. Os mesmos autores (1995) constataram que as alterações causadas pela regulação
do fluxo do rio em planícies de inundação interrompem a intensidade e a freqüência do
regime natural de pulsos, responsável pela manutenção do equilíbrio ecológico desses
sistemas.
Em Campina do Monte Alegre (SP.), a 60 Km acima da região amostrada, Henry et al.
(1999) observaram a existência de múltiplos picos de descargas de água do Rio Paranapanema
em cada ano durante dois anos de estudo (1992 e 1993). Esses dados são indícios de que antes
da construção do Reservatório de Jurumirim, as Lagoas Camargo e Coqueiral, provavelmente,
oscilavam entre conectadas/desconectadas e a região funcionava como uma verdadeira
planície de inundação (HENRY, 2005).
No ano em que esse estudo foi realizado (julho de 2004 a julho de 2005), a maior
média mensal de cota do Reservatório foi observada no primeiro mês de amostragem (566,8
m). A partir de agosto, os valores começaram a diminuir e entre meados de setembro e final
de outubro reduziram-se bruscamente até atingir o menor valor registrado no ano de estudo,
com média mensal de 564,5 m, em novembro. A redução no nível hidrométrico nesse período
foi de 2,3 m e, os meses de agosto, setembro e outubro foram caracterizados como período de
vazante. No fim de dezembro, com o aumento da precipitação os valores de cota voltaram a se
93
elevar até 566,4 m, em fevereiro, diminuindo gradualmente para 565,6 m, em julho de 2005.
Os dados de cota demonstram que as Lagoas Camargo e Coqueiral, durante o ano de pesquisa
estiveram sempre conectadas ao ambiente lótico, visto que para ocorrer desconexão os valores
de cota deveriam ser menores que 563,6 m.
Henry et al. (2006b), num estudo efetuado durante cinco anos (1999 – 2003),
mostraram que na maior parte do tempo os ambientes lacustres permaneceram ligados ao Rio
Paranapanema (janeiro a setembro de 1999; janeiro de 2001 a outubro de 2002; e de
dezembro de 2002 a dezembro de 2003). A partir de dezembro de 2003, as duas lagoas
continuaram conectadas ao curso de água até o fim desse estudo. Em janeiro de 2004, um
episódio de inundação extrema uniu o Rio Paranapanema às lagoas, sem a possibilidade de
distinção entre os ambientes (FULAN; HENRY, 2006).
Apesar da região de transição Rio Paranapanema – Reservatório de Jurumirim,
universo desse estudo, apresentar comportamento distinto da maioria das planícies de
inundação, ao longo do ciclo sazonal foram observadas flutuações na profundidade das lagoas
em conseqüência da alimentação lateral de água pelo Rio. Essas variações hidrométricas
implicam em mudanças na estrutura física e química e na dinâmica das populações dessas
lagoas conectadas que podem ser comparadas àquelas encontradas nas áreas alagáveis.
5.2 Fatores Físicos e Químicos
As flutuações nos níveis de água atuam como determinantes nos processos ecológicos
dos ambientes de planície de inundação, pois alteram a velocidade da água, a profundidade e a
área superficial dos ambientes aquáticos e modificam as características limnológicas e os
padrões de ciclagem de nutrientes (THOMAZ et al., 1997).
Em relação à temperatura da água, os menores valores foram registrados em julho/05,
entre 12 e 15º C, em todos os ambientes. Em março/05 foram registradas as maiores
temperaturas da água, em torno de 28º C, na superfície das lagoas e 26º C no Rio, marcando
um ciclo sazonal evidente. Nesse ambiente, os perfis só foram realizados até 1 m de
profundidade, sendo constatada isotermia na camada superficial. As Lagoas Camargo e
Coquerial apresentaram estratificação térmica, em torno de 3º C, em setembro, na fase final
da enchente e na cheia. JUNK (1980) considerou os lagos da planície de inundação amazônica
como oligomíticos durante a cheia e polimíticos na seca. Neste último período, os ambientes
tornam-se mais rasos e a circulação ocorre não tanto devido à diferença de temperatura, mas
por causa da ação do vento, resultando em aumento na turbidez por ressuspensão do
sedimento; enquanto que na cheia o gradiente de temperatura pode chegar a 4º C, provocando
94
uma estratificação relativamente estável em conseqüência da diferença na densidade da água,
especialmente, em áreas protegidas do vento. Na lagoa dos Cavalos, com exceção de agosto
(presença de ventos moderados), dezembro (ambiente extremamente raso) e julho de 2005
foram registradas estratificaçãoes que variaram de 2 a 4º C. Esse ambiente possui dimensões e
profundidades bastante inferiores comparadas as outras duas lagoas e, conseqüentemente era
de se esp.erar que ele fosse isotérmico na maioria das épocas do ano. Contudo, era o último
dos ambientes a ser coletado, o que ocorria por volta das 12h e a estratificação pode ter sido
momentânea, pois segundo ESTEVES (1998) em lagoas tropicais rasas as diferenças de
temperatura diárias são maiores que as sazonais. Melo e Huszar (2000) no Lago Batata
(planície amazônica) verificaram redução na camada de mistura nas horas de radiação solar
mais intensa e expansão na profundidade de mistura durante a noite; no período de estiagem
foi observado isotermia, enquanto que estratificação persistente só foi registrada durante a
inundação.
As lagoas conectadas (Camargo e Coqueiral) apresentaram um padrão similar, entre si
e com o Rio Paranapanema, em relação à maioria das variáveis físicas e químicas da água,
evidenciando o elevado grau de associação que mantém com o curso de água. Mas na
realidade, não foi sempre assim, Panarelli (2004) e Casanova (2005) destacaram em seus
trabalhos as diferenças estruturais e funcionais entre estes corpos de água. Henry (2005)
classificou as Lagoas Coqueiral, Camargo e Cavalos, de acordo com suas diferentes
associações com o Rio Paranapanema: a primeira com maior ligação, a segunda com nível
intermediário de conexão e a terceira isolada. No entanto, Casanova (2005) apesar de afirmar
que existem diferenças na dinâmica das lagoas conectadas, reconhece que em alguns períodos
as unidades amostrais de ambas se agrupam, como foi constatado em sua análise de
componentes principais.
Em outubro de 2004, o local de conexão da Lagoa do Camargo com o Rio
Paranapanema foi ampliado por um pescador, com objetivo de facilitar a passagem de seu
barco. A partir desse momento, as semelhanças entre os três ambientes (Rio, Camargo e
Coqueiral), em relação as variáveis físicas e químicas da água tornaram-se claras, como pode
ser evidenciado nas Figuras 33 a 35. Com exceção do oxigênio dissolvido, todas as outras
variáveis abióticas não apresentaram diferenças significativas entre o Rio Paranapanema e as
lagoas conectadas, segundo a análise da variância fatorial e o teste de Tukey (Tabelas 35 e 36,
no Apêndice). Enquanto que a Lagoa dos Cavalos diferiu estatisticamente dos outros
ambientes, em relação a maioria das variáveis limnológicas analisadas, com exceção do
material em suspensão, pH e da transparência da água (Figuras 33 a 35).
95
R1 R2 Cm1S Cm1F Cm2S Cm2F Cq1S Cq1F Cq2S Cq2F CvS CvF
Alc
alin
idad
e (m
eq/L
)
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
R1 R2 Cm1S Cm1F Cm2S Cm2F Cq1S Cq1F Cq2S Cq2F CvS CvF
pH
6,0
6,5
7,0
7,5
R1 R2 Cm1S Cm1F Cm2S Cm2F Cq1S Cq1F Cq2S Cq2F CvS CvF
OD
(m
g/L)
0
2
4
6
8
10
12
A
B
C
Figura 33: Médias e desvio padrão da Alcalinidade (A), do Oxigênio Dissolvido (B) e do pH (C) no Rio Paranapanema e Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos, de julho de 2004 a julho de 2005.
96
R1 R2 Cm1S Cm1F Cm2S Cm2F Cq1S Cq1F Cq2S Cq2F CvS CvF
Mat
eria
l em
Sus
pens
ão (
mg/
L)
0
20
40
60
80
100
R1 R2 Cm1S Cm1F Cm2S Cm2F Cq1S Cq1F Cq2S Cq2F CvS CvF
Con
dutiv
idad
e (u
s/cm
)
40
60
80
100
120
140
A
B Figura 34: Médias e desvio padrão do Material em Suspensão (A) e da Condutividade Elétrica da Água no Rio Paranapanema e Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos, de julho de 2004 a julho de 2005.
C m 1 Cm 2 C q1 C q2 C v
Prof
undi
dade
(m
)
0 ,5
1 ,0
1 ,5
2 ,0
2 ,5
3 ,0
3 ,5
4 ,0
4 ,5
R 1 R 2 Cm 1 C m 2 C q1 C q2 C v
Tra
nspa
rênc
ia (
m)
0 ,0
0 ,4
0 ,8
1 ,2
1 ,6
2 ,0
Figura 35: Médias e desvio padrão da Transparência da água (A) no Rio Paranapanema e Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos e Profundidade das Lagoas (B), de julho de 2004 a julho de 2005.
97
A ACP (Figura 13) também evidenciou o padrão distinto da lagoa isolada, visto que
suas unidades amostrais ficaram separadas dos demais ambientes, principalmente, aquelas
correspondentes ao final da enchente, cheia até meados da vazante de 2005, caracterizadas por
elevados valores de alcalinidade e condutividade e baixas concentrações de oxigênio
dissolvido. Tais ocorrências revelam o processo de decomposição das macrófitas e vegetação
do entorno submersas na enchente, devido ao aumento nas concentrações de CO2 e cálcio. No
entanto, as amostragens referentes à estiagem da Lagoa dos Cavalos se alocaram junto com as
unidades amostrais dos outros ambientes, indicando similaridade nesta fase, caracterizada
pelas elevadas concentrações de material em suspensão e nutrientes e pelos baixos valores de
transparência da água e profundidade, em conseqüência do efeito de concentração resultante
da redução no volume de água das lagoas.
Casanova (2005), em amostragens realizadas de dezembro de 1999 a dezembro de
2000, destacou a distinção entre o comportamento das variáveis limnológicas da água da
Lagoa dos Cavalos em relação às Lagoas Coqueiral e Camargo e reconheceu dois períodos, de
acordo com as características ambientais: o primeiro (que corresponde ao final da enchente,
cheia e início da estiagem do presente estudo), com altos valores de material em suspensão e
fósforo total e baixos valores de transparência; e o segundo (correspondente ao período de
estiagem desse estudo), com elevadas concentrações de nitrogênio total e matéria orgânica e
baixos valores de profundidade, oxigênio dissolvido, material em suspensão e nitrato. É
importante salientar que as amostragens realizadas por Casanova (2005) ocorreram após um
período de seca extrema (atípico para a região), em que a Lagoa dos Cavalos, após ter sido
extinta foi restaurada pelo acúmulo de água das chuvas e pela entrada de água do Rio via
fluxo hiporréico.
Carmo (2007) em estudo sobre a direção do fluxo de água subterrânea entre o Rio
Paranapanema e as lagoas laterais (Camargo, Coqueiral e Cavalos) relatou ter encontrado um
padrão distinto de variação nas concentrações de nitrogênio, fósforo e alumínio da Lagoa dos
Cavalos, com valores mais elevados, em relação ao curso de água e as lagoas associadas.
Na ACP envolvendo os dados abióticos (Figura 16), pode-se ainda distinguir
agrupamentos para as unidades amostrais do Rio e das Lagoas Camargo e Coqueiral, como na
vazante de 2004, correlacionadas com elevados valores de transparência e profundidade e
menores quantidades de material em suspensão; final da vazante de 2005, caracterizado pelas
altas concentrações de oxigênio dissolvido; e final da enchente, cheia e início da vazante de
2005, em que a distribuição das unidades amostrais, próximas ao cruzamento dos eixos,
98
evidenciaram correlações com baixos valores de todas as variáveis selecionadas para a
análise.
5.3 Comunidade Fitoplanctônica
A flutuação hidrométrica é a principal função de força a atuar na estrutura da
comunidade fitoplanctônica de ambientes alagáveis, como foi constatado por muitos
pesquisadores em diferentes lagoas marginais, como nas localizadas na planície de inundação
do Médio e Alto Rio Paraná (DOMITROVIC, 2003; GARCIA DE EMILIANI, 1997;
MANAVELLA; GARCIA DE EMILIANI, 1995; TRAIN; RODRIGUES, 1998), no Lago
Batata (HUSZAR; REYNOLDS, 1997; MELO; HUSZAR, 2000) e Lago Camaleão
(IBANEZ, 1998) na planície alagável amazônica, no Lago Castelo (OLIVEIRA;
CALHEIROS, 2000) e na Lagoa Sá Mariana (LOVERDE-OLIVEIRA; HUSZAR, 2007),
ambos no Pantanal do Mato Grosso, na Lagoa do Diogo, lateral ao Rio Mogi-Guaçu
(TANIGUCHI et al., 2005) e em ambientes marginais ao Rio Araguaia (NABOUT et al.,
2006).
No presente trabalho, a composição de espécies fitoplanctônicas apresentou
predomínio de Chlorophyceae, com 41% da riqueza, assim como foi observado em outras
pesquisas realizadas em planícies de inundação da América do Sul (GARCIA DE EMILIANI;
MANAVELLA, 1995; GARCIA DE EMILIANI, 1997; HENRY et al., 2006a; MELO;
HUSZAR, 2000; NABOUT et al., 2006; OLIVEIRA; CALHEIROS, 2000; TRAIN;
RODRIGUES, 1998). As algas verdes também se destacam com grande número de táxons em
lagos africanos (KALFF; WATSON, 1986), reservatórios de usos múltiplos (BICUDO et al.
2006; RODRIGUES et al. 2005; TUCCI et al. 2004) e reservatórios urbanos (FERRAGUT et
al. 2005; SANT’ANNA et al. 1997; TUCCI et al. 2006).
As clorofíceas compõem o mais variado grupo de algas e são encontradas em todos os
corpos de água continentais. A elevada disseminação da classe deriva das várias fontes de
inóculos, inclusive o ar. Além disso, a colonização, particularmente por parte das pequenas
Chlorococcales é extremamente rápida, devido à elevada razão superfície/volume que resulta
em eficiente absorção de nutrientes (HAPPEY WOOD, 1988).
Na Lagoa do Coqueiral foi registrada maior composição de espécies durante o período
estudado, seguida pelo Rio Paranapanema. Nas planícies de inundação, em geral, as lagoas
costumam apresentar elevados valores de riqueza quando comparadas aos rios, sendo
consideradas berçários de espécies que propiciam grande variedade de nichos para os
organismos aquáticos, devido à presença de macrófitas aquáticas e a maior estabilidade física
99
(RODRIGUES, 1998). No entanto, as diferenças de riqueza entre a Lagoa do Coqueiral e o
Rio Paranapanema foram pequenas (138 e 135 táxons, respectivamente) e de um modo geral,
as amostras coletadas no Rio Paranapanema sempre apresentaram valores de riqueza
superiores a dos demais corpos de água. Em relação aos outros dois corpos de água estudados,
a diferença foi mais perceptível (117 espécies na Lagoa do Camargo e 97 na Lagoa dos
Cavalos). HENRY (2003, 2006a) encontrou maiores riqueza e diversidade no Rio
Paranapanema que nas lagoas marginais e afirmou que a variabilidade da correnteza poderia
atuar como fator de perturbação, resultando em altos valores de riqueza em comparação a
Lagoa do Camargo, que possui maior estabilidade hidrológica. Panarelli (2004) e Casanova
(2005) registraram elevados valores de riqueza, diversidade e uniformidade do zooplâncton
no Rio Paranapanema e associaram esses atributos da comunidade ao carreamento de material
biológico provindo da grande extensão do curso do rio e dos ambientes anexos laterais, como
tributários, áreas alagáveis, lagoas e baias marginais.
Huszar (1994) e Garcia De Emiliani (1997) encontraram mais espécies de algas
planctônicas nos ambientes marginais que estudaram do que nos ecossistemas de águas
correntes. Esses dados divergem daqueles registrados na zona de transição Rio Paranapanema
– Reservatório de Jurumirim, que não possui características típicas de planície de inundação,
devido à regulação da barragem, visto que se trata de uma área de redução acentuada da
velocidade da água (HENRY et al., 2006b). No presente estudo, o número de táxons
encontrados na Lagoa do Coqueiral (138) foi superior ao do Rio Paranapanema (135), embora
tenham sido bastante similares.
Dos 180 táxons registrados, 60 foram comuns a todos os ambientes e 25 só não foram
observados na Lagoa dos Cavalos, totalizando 47% de similaridade entre a flora do Rio
Paranapanema e a das lagoas conectadas, o que demonstra o alto grau de associação que o
curso de água mantém com as lagoas Camargo e Coqueiral, evidenciado pelos dados
abióticos. No entanto, em relação à riqueza e à diversidade de espécies, os valores foram bem
menores na Lagoa do Camargo, em comparação à outra lagoa conectada e ao curso de água.
Onze espécies foram registradas somente nos ambientes lênticos, entre elas, a maioria
fitoflagelados dos gêneros Chlamydomonas, Euglena, Phacus, Chroomonas, Cryptomonas e
algumas cianobactérias. O Rio foi o ambiente que apresentou maior número de táxons
exclusivos (19), dos quais seis foram diatomáceas, classe bastante comum em ecossistemas
lóticos (SOARES et al., 2007; DOMITROVIC, 2007) e, sete de Chlorococcales (duas
espécies de Pediastrum e cinco de Scenedesmus). A composição fitoplanctônica encontrada
neste trabalho foi bastante similar a encontrada por Henry et al. (2006a), no mesmo local
100
pesquisado, durante um período de seca extrema, em que encontraram 183 espécies. O
número de táxons exclusivos, no referido trabalho também foi maior no Rio Paranapanema
(54), no entanto, foi bem superior ao encontrado nessa pesquisa (19); enquanto que o número
de espécies comuns entre todos os ambientes (21) foi bem menor que o observado para o
presente estudo (60). Essa diferença deve-se ao fato de que durante o estudo de Henry et al.
(2006a), as lagoas Coqueiral e Camargo encontravam-se desconectadas, por se tratar de um
ano de seca extrema, atípico para a região. A riqueza dos ambientes foi também diferente no
período de estiagem severa, o Rio foi o ambiente com maior riqueza (94 comparando com
135 táxons observados neste estudo), seguido da Lagoa dos Cavalos (73, comparando com 97
epécies deste estudo), do Coqueiral (35, comparando com 138 táxons) e do Camargo (33,
comparando com 117 espécies identificadas no presente trabalho). A baixa riqueza das lagoas
no período de seca foi devido à condição de stress, no qual a comunidade fitoplanctônica
estava sendo submetida, pela redução extrema no volume de água dos corpos de água
ocasionando elevada turbidez pela concentração do material em suspensão e baixas condições
de luminosidade. Na Lagoa dos Cavalos, a situação foi ainda mais drástica, com sua extinção
completa durante um período de aproximadamente 8 meses (HENRY, 2003).
Em relação à variação sazonal do fitoplâncton amostrado em 2004-2005, no Rio
Paranapanema e nas lagoas conectadas (Camargo e Coqueiral), elevados valores de riqueza e
diversidade foram encontrados no período de estiagem, assim como registrado por Descy
(1993) no Rio Moselle (França); por Garcia De Emiliani (1997) no Lago El Tigre e no Rio
Correntoso na planície de inundação do Alto Rio Paraná; por Ibanez (1998) no Lago
Camaleão na planície amazônica; por Nabout et al. (2006) em lagoas laterais ao Rio Araguaia;
e por Taniguchi et al. (2005) na Lagoa do Diogo, no Rio Mogi-Guaçu. Os altos índices de
riqueza e diversidade foram associados a maior estabilidade ambiental, em conseqüência da
ausência de variabilidade hidrométrica, que possibilitou a competição entre as espécies e
desenvolvimento de vários grupos de algas em detrimento das exclusivamente oportunistas
(TANIGUCHI et al., 2005). Com a enchente houve redução nos valores de riqueza e
diversidade dos ambientes na zona de transição Rio Paranapanema – Represa de Jurumirim,
que aumentaram na fase de cheia, mas foram inferiores aos obtidos durante a estiagem. Deste
modo, é possível inferir que a inundação pode ser considerada como distúrbio (no sentido de
Reynolds, 1988), mas, devido às lagoas estarem em permanente conexão com o canal
principal do Rio, a intensidade parece ser apenas de baixa freqüência. Segundo Henry et al.
(2006b), os atributos do pulso de inundação (freqüência, duração e amplitude) nas zonas de
desembocadura de rios em represa são bastante modificados, devido ao encontro das águas
101
dos sistemas lótico e lêntico (reservatório). Como a conexão com o Rio é permanente, os
pulsos hidrológicos são atenuados e há somente alimentação lateral das lagoas pelo rio, em
função da variabilidade do nível de água (HENRY, 2003). Após a perturbação (no caso a
inundação), os valores de diversidade encontrados no presente estudo aumentaram, mas não
chegaram a atingir valores máximos, pelo menos para o período amostrado. Como foi descrito
por Connell (1978), valores de diversidade máxima são obtidos em situação de distúrbios de
intensidade e freqüência intermediários. Alguns trabalhos em planície de inundação,
consideraram o pulso hidrológico como uma perturbação de nível intermediário, que resultou
em diversidade máxima no fitoplâncton (DESCY, 1993; GARCIA DE EMILIANI, 1993).
Ao contrário da diversidade, os valores de dominância foram mais altos na enchente,
cheia e vazante de 2005 no Rio Paranapanema e nas lagoas associadas e, obviamente, os
valores de uniformidade foram menores. Nos períodos referidos houve dominância de
Cryptomonas brasiliensis nos sistemas lênticos e Closteriopsis acicularis no sistema lótico.
Segundo Klaveness (1988), as Cryptophyceae possuem presença permanente nos mais
diversos sistemas ao longo do ano e picos de desenvolvimento de suas espécies são
observados depois de perturbações como misturas pelo vento e períodos de precipitação. O
distúrbio provocado pela inundação, parece ter favorecido Cryptomonas brasiliensis, que foi o
único organismo com densidades significantes nos ambientes lênticos conectados durante a
elevação do nível de água. Nos demais meses, os picos de desenvolvimento da espécie podem
estar relacionados a períodos de ventos e chuvas ocorridos dias antes da coleta. Ainda nesses
meses foram registradas elevadas concentrações de nitrogênio (em especial de nitrato) e de
fosfato dissolvido na água, além de baixas condições de luminosidade, constatado pelas
reduzidas profundidades de desaparecimento do disco de Secchi e pelos elevados coeficientes
de atenuação da luz. De acordo com Isaksson (1998), as criptofíceas têm capacidade de
crescer sob baixas intensidades luminosas e podem desenvolver mixotrofia, que é a
capacidade de absorver compostos dissolvidos do meio. Nabout e Nogueira (2007) também
encontraram predomínio de Cryptomonas spp. nos sistemas lênticos laterais ao Rio Vermelho,
na bacia hidrográfica dos Rios Tocantins/Araguaia. A elevada abundância dessas algas,
responsáveis pelos altos valores de biomassa fitoplanctônica encontrados foi relacionado a
elevadas concentrações de fósforo e baixa transparência.
Na Lagoa dos Cavalos, assim como ocorreu com as variáveis físicas e químicas da
água, foi observado um padrão diferente dos demais ambientes para os atributos da
comunidade fitoplanctônica, visto que na ACC (Figuras 34 e 35), as unidades amostrais dessa
lagoa apareceram separadas dos outros ambientes. Os maiores valores de riqueza e
102
diversidade na lagoa isolada foram obtidos na final da enchente, coincidindo com o período
de maiores profundidades desse ambiente, cujo nível hidrométrico variou em função da
entrada de água via zona hiporréica (CARMO, 2007) e pela precipitação, visto que a Lagoa
dos Cavalos é um corpo de água isolado do canal principal do Rio. A elevação substancial da
riqueza e diversidade de espécies de algas e de sua densidade e biomassa (biovolume e
clorofila) durante a fase de inundação pode ser explicada pelo incremento de nutrientes,
sobretudo das concentrações de fosfato dissolvido que foram mais elevadas neste período,
oriundas das áreas adjacentes inundadas e da decomposição das macrófitas submersas
(constatado pelas baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água) que propiciou o
desenvolvimento das populações fitoplanctônicas; e por espécies constituintes do perifíton
que foram arrastadas pela massa de água durante a enchente. Panarelli (2004), em estudo de
eclosão de ovos de resistência do zooplâncton no sedimento da Lagoa dos Cavalos, em
período de extinção temporária do ambiente, registrou elevada riqueza de espécies que
“aguardavam” para recolonizar o ambiente quando as condições fossem propícias.
Os organismos que se desenvolveram durante a elevação do nível de água na lagoa dos
Cavalos foram, principalmente, de Chlorophyceae e Euglenophyceae, além de algumas
espécies de Cyanobacteria e Cryptophyceae. Em outros períodos do ciclo sazonal foi
registrada dominância de Cryptomonas brasiliensis na fase de vazante de 2004 e de
Chroococcus minutus na vazante de 2005. No primeiro caso, torna-se difícil a explicação,
visto que não há dados da comunidade registrados nos meses anteriores, que levem a
compreensão da dinâmica da comunidade que resultou em dominância de Cryptomonas
brasiliensis. Pode-se inferir que esteja relacionado às condições na coluna de água, visto que a
espécie, de hábito oportunista, costuma se desenvolver bem após distúrbios provocados por
ventos ou chuvas, em detrimento de outras algas (KLAVENESS, 1988). No mês de julho de
2004 foram registrados episódios de chuvas dois dias antes da coleta. Na vazante de 2005, não
ocorreram episódios de precipitação, pelo menos quinze dias antes da amostragem e nem
episódios de vento aparente, que pode ter favorecido o predomínio da cianobactéria, como
conseqüência da estabilidade na coluna de água.
No Rio Paranapanema e nas Lagoas Camargo e Coqueiral, elevados valores de
densidade e biomassa (biovolume) foram registrados na fase de cheia, enquanto que os mais
baixos foram registrados nos períodos de vazante e enchente. No entanto, em muitos estudos
realizados em planície de inundação (DOMITROVIC, 2003; GARCIA DE EMILIANI, 1997;
HUSZAR; REYNOLDS, 1997; NABOUT et al., 2006; TRAIN; RODRIGUES, 1998), o
período de cheia é caracterizado por baixas densidades e biomassas fitoplanctônicas,
103
relacionadas ao efeito de diluição causado pela inundação. Valores mais elevados foram
observados durante a estiagem, período em que, normalmente, as lagoas encontravam-se
isoladas do canal principal do rio.
Taniguchi et al. (2005), Peres e Senna (2000) e Dias Jr (1990) registraram elevadas
biomassas fitoplanctônicas em lagoas marginais na planície do Rio Mogi-Guaçu nas épocas
de enchente e cheia e relacionaram o crescimento da população ao aporte de matéria orgânica
oriunda da planície. Panarelli (2004), no mesmo local em que presente estudo foi realizado,
relatou ter encontrado maior abundância de zooplâncton no período de cheia. A comunidade
perifítica estudada na mesma região apresentou maiores densidades nos meses de menor
pluviosidade, ou seja, vazante e estiagem e valores mais baixos durante a cheia (FERREIRA,
2005). Esses dados, apesar de terem sido amostrados alguns anos antes, podem explicar às
elevadas densidades e biomassas fitoplanctônicas encontradas neste estudo, no período de
cheia. As baixas densidades do perifíton podem estar relacionadas a seu arrasto, pelo fluxo de
água na época de enchente e cheia, em direção a zona pelágica, aumentando as assembléias de
algas planctônicas.
No presente estudo, em todos os ambientes, exceto na Lagoa dos Cavalos, a enchente
provocou redução na densidade e biomassa, assim como na riqueza e diversidade de espécies
de algas, devido à perturbação ocasionada no ambiente e ao efeito de diluição e de perda de
organismos por arrasto pela correnteza. Neste período, em termos de densidade, as
Cryptophyceae, particularmente, Cryptomonas brasiliensis, foram predominantes em ambos
ambientes e continuaram com elevados valores na fase de cheia nas Lagoas Camargo e
Coqueiral. A espécie, considerada oportunista (r-estrategista/C-estrategistas – sensu
REYNOLDS, 1988), foi registrada por Henry et al. (2006a) com elevadas abundâncias, na
mesma região de estudo, durante um período de desconexão prolonagada entre as lagoa e o
rio, em fevereiro, mês mais chuvoso do período.
Além da elevada densidade e biomassa, Cryptomonas brasliensis ainda se destacou
pela alta sua constância em todos os ambientes estudados, com mais de 90% de freqüência de
ocorrência. Essa espécie costuma ser bastante comum nos ambientes de planície de
inundação. Oliveira e Calheiros (2000) relataram sua elevada abundância e presença em todas
amostras do Lago Castelo e Rio Paraguai; Manavella e Garcia de Emiliani (1995) e Garcia de
Emiliani (1997) registraram altas biomassas dessas algas no período de enchente e cheia e
constância durante todo o ano. Train e Rodrigues (1998) observaram a dominância de
Cryptophyceae, conjuntamente com Monoraphidium tortile na cheia.
104
Em relação à biomassa, após a redução causada pela enchente as Chlorophyceae
passaram a predominar no Rio, representadas, principalmente, por Botryococcus braunii e
Eudorina elegans. Inóculos dessa última são bastante comuns no sedimento (HAPPEY
WOOD, 1988) e podem ter sido ressuspensos com a força da correnteza na época de
inundação. A autora salientou ainda, a relação do gênero Eudorina com a disponibilidade de
nitrato, encontrado em elevadas concentrações no Rio Paranapanema no período de cheia. Na
Lagoa do Camargo, o aumento de biomassa na fase de cheia pode ser atribuído a
Cyanobacteria Aphanotece minutíssima e as Chlorococcales, de alto potenical reprodutivo.
No período de vazante de 2004 e estiagem, Bacillariophyceae predominou,
principalmente, em termos de biomassa, com destaque para a ordem Centrales. A espécie
Aulacoseira granulata contribuiu com mais de 50% da biomassa total nestes dois períodos no
Rio Paranapanema. Oliveira e Calheiros (2000) também registraram predomínio desse grupo,
especialmente, de Aulacoseira granulata, juntamente com Cyanobacteria no período de
vazante na planície de inundação do Pantanal. Train e Rodrigues (1998) no Alto Rio Paraná
observaram a dominância das diatomáceas cêntricas após o fim da estabilidade na coluna de
água. Nas Lagoas Camargo e Coqueiral, Bacillariophyceae (Cyclotella meneguiniana e C.
stelligera) foi predominante em relação à densidade total no final da fase de vazante de 2004.
Em termos de biomassa, essas algas também se destacaram na superfície da Lagoa do
Coqueiral durante a estiagem. Apesar da velocidade do vento não ter sido mensurada, sabe-se
que os meses de agosto e setembro (vazante) são marcados por fortes ventos que podem ter
contribuído para a ressuspensão dessas algas, que necessitam dos movimentos das massas de
água para manterem-se na zona eufótica. A ação potencial do vento na coluna de água pode
ser comprovada pela isotermia das lagoas, particularmente, em agosto.
Henry et al. (1999) mostraram a existência de múltiplos picos de descargas de água do
Rio Paranapanema, 60 Km a montante do local deste estudo, que são indícios de que, antes da
construção do Reservatório de Jurumirim, as Lagoas Camargo e Coqueiral alternavam-se
entre conectadas/desconectadas ao canal do Rio e a região podia ser considerada uma típica
planície de inundação (HENRY, 2005).
Pode-se inferir que sem a interferência antrópica, caracterizada pela implantação da
barragem de Jurumirim, possivelmente, a comunidade fitoplanctônica teria mais tempo para
se auto-organizar durante a limnofase desencadeando uma sucessão verdadeira nas Lagoas
Camargo e Coqueiral. A inundação, então, funcionaria como um distúrbio intermediário
elevando as diversidades após a estabilização, na cheia (CONNELL, 1978). Na dinâmica
atual, através da constatação dos resultados obtidos é provável que a inundação ocasione
105
apenas um distúrbio de baixa freqüência, sem resultar em diversidade máxima, devido à
constante entrada de água nas lagoas ao longo do ciclo sazonal, visto que os maiores valores
de diversidade e riqueza nas lagoas associadas ao Rio Paranapanema foram registradas no
período de estiagem. No entanto, na Lagoa dos Cavalos, o aumento substancial do volume de
água no mês de fevereiro pode ser considerado uma perturbação de intensidade intermediária,
visto os elevados valores de diversidade e riqueza encontrados após a enchente, que foram os
mais elevados deste ambiente durante o período de estudo.
106
6 CONCLUSÃO
v As Lagoas Camargo e Coqueiral, por estarem em permanente associação com o Rio
Paranapanema apresentaram um padrão de variação similar nos fatores físicos e
químicos da água, com exceção do oxigênio dissolvido, enquanto que a Lagoa dos
Cavalos, por ser um ambiente isolado e de dimensões menores, apresentou uma
dinâmica distinta dos outros corpos de água.
v Em relação à flutuação temporal das variáveis limnológicas, o período de estiagem no
Rio Paranapanema e nas lagoas associadas, foi caracterizado por reduzidas
profundidades de desaparecimento visual do disco de Secchi e por elevados valores de
alcalinidade, condutividade elétrica, material em suspensão e pela maior concentração
de grande parte dos nutrientes; enquanto que nas fases de enchente e cheia foram
registrados baixos valores para a maioria das variáveis, devido ao efeito de diluição,
ocasionado pelo aumento do nível hidrométrico. A vazante foi marcada por altos
valores de oxigênio dissolvido e de transparência da água e por concentrações
menores de nutrientes. Na Lagoa dos Cavalos, maiores valores de condutividade
elétrica, de alcalinidade, de material em suspensão e da maioria dos nutrientes foram
observadas no final da enchente, mantendo-se altos durante a cheia. Foram associados
ao processo de decomposição decorrente da submersão da vegetação terrestre do
entorno, evidenciado pelas baixas concentrações de oxigênio dissolvido encontradas
nesta época.
v A comunidade fitoplanctônica da região de desembocadura do Rio Paranapanema no
Reservatório de Jurumirim foi composta por 180 táxons, dos quais a classe
Chlorophyceae foi responsável por mais de 40% do total. Comparando a riqueza dos
ambientes, constatou-se que a Lagoa do Coqueiral e o Rio Paranapanema
apresentaram o maior número de espécies e foram significativamente diferentes das
Lagoas Camargo e Cavalos, com número inferior de espécies. O mesmo foi registrado
para a diversidade.
v A variação sazonal do fitoplâncton pode ser atribuída, principalmente, a flutuação do
nível hidrométrico nos ambientes estudados. O período de estiagem foi caracterizado
por baixas densidades e biomassas (mas as menores foram registradas no início da
107
vazante de 2004) e elevados valores de diversidade. Nas fases de enchente e cheia
foram observadas altas densidades e biomassas, representadas, especialmente, pela
classe Cryptophyceae (Cryptomonas brasiliensis) e, níveis intermediários de
diversidade. A Lagoa dos Cavalos apresentou um padrão similar em relação à variação
dos atributos da comunidade, mas com valores duas vezes mais elevados que nos
outros ambientes a partir do final da enchente, os quais mantiveram-se altos até a
vazante de 2005. Quanto à diversidade, os valores foram maiores do final da enchente
até o final da cheia e menores nos períodos de vazante.
v A presença do Reservatório de Jurumirim altera a freqüência e intensidade dos pulsos
hidrológicos na região à montante e, como conseqüência, a enchente provoca apenas
um distúrbio de baixa freqüência, que não resulta em diversidade máxima nas Lagoas
Camargo e Coqueiral, visto que estas se mantêm permanentemente associadas ao Rio
Paranapanema, com o qual há constante troca de matérias e organismos. No entanto,
no ambiente isolado (Lagoa dos Cavalos), o aumento substancial do volume de água
no mês de fevereiro pode ser considerado uma perturbação de intensidade
intermediária, visto os elevados valores de diversidade e riqueza encontrados após a
enchente, os quais foram os mais elevados obtidos neste ambiente durante o período
de estudo.
108
CAPÍTULO 2
FLUTUAÇÕES DE CURTO PRAZO NA COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA DE LAGOAS MARGINAIS E DO RIO
PARANAPANEMA DURANTE O PERÍODO DE INUNDAÇÃO
109
1 INTRODUÇÃO
A comunidade fitoplanctônica sofre constantes reorganizações na composição e
abundância das espécies, em função das interações bióticas e abióticas ocasionadas por
intervenções externas (influências alogênicas) ou por atividades dos organismos, que
gradualmente modificam o ambiente em que estão inseridos (influências autogênicas).
Desde que Hutchinson (1967) usou o termo “sucessão” para o fitoplâncton, diversos
autores o tem adotado como sinônimo de “perodicidade sazonal” (HUSZAR, 1994;
CALIJURI, 1999). No entanto, de acordo com a definição de Odum (1969), sucessão implica
em exclusão competitiva. Assim, Reynolds (1988) recomendou o uso do termo apenas para
modificações originadas por fatores autogênicos, o que pressupõe a existência de estabilidade
no ecossistema por tempo suficiente para permitir a que a exclusão aconteça. Situação que,
segundo Margalef (1983) e Harris (1986) raramente ocorre em condições naturais.
As seqüências de mudanças do fitoplâncton freqüentemente são interrompidas por
eventos externos, como inundações, tempestades ou episódios de ventos fortes que
intensificam a circulação na coluna de água (ROUND, 1971; REYNOLDS, 1988; GARCIA
DE EMILIANI, 1993). Deste modo, as alterações temporais da comunidade são resultado da
alternância de fatores autogênicos e alogênicos (HUSZAR, 1994; CALIJURI, 1999).
Segundo Reynolds (1980), as interrupções e modificações da sucessão são
dependentes da intensidade e duração do distúrbio, em relação ao nível em que o processo se
encontra: perturbações severas e/ou prolongadas em estágio sucessional inicial podem resultar
no começo de uma nova sucessão (denominada de mudança); perturbações leves e/ou breves
em estágio sucessional tardio podem apenas interromper o andamento do processo, que em
seguida será retomado mantendo muito das informações da sucessão anterior (denominada de
reversão).
A freqüência dos distúrbios está intimamente relacionada à diversidade de espécies do
fitoplâncton e ao estabelecimento do estado de equilíbrio do ecossistema (CALIJURI, 1999).
Reynolds (1988) classificou-os em três níveis: a) perturbações de alta freqüência, de ordem de
poucas horas (menor que o tempo de geração das algas); b) perturbações de baixa freqüência
ocorrendo em intervalos superiores a 10 dias; e c) de escalas intermediárias, dentro de um
intervalo de 20 a 200 horas, com interferência nas taxas de crescimento das populações
fitoplanctônicas, cuja tendência seria a preservação de alta diversidade.
No contexto da dinâmica do fitoplâncton de áreas alagáveis, o pulso hidrológico pode
ser considerado como uma perturbação que influencia profundamente as mudanças na
110
composição e abundância de espécies. Para identificar e compreender tais modificações é
necessário adequar as amostragens à escala de tempo que corresponda ou pelo menos se
aproxime do tempo de geração das algas, que é em torno de 1 a 10 dias para a maioria das
algas planctônicas. Amostragens mensais são adequadas em pesquisas de longo prazo ou para
descrição geral da composição e biomassa fitoplanctônicas, mas se o objetivo for conhecer a
dinâmica sucessional da comunidade, escalas quinzenais ou de preferência, semanais são
recomendadas (HUSZAR; GIANI, 2004). Segundo Bozelli e Huszar (2003), coletas com
freqüências distantes do tempo de geração das algas podem levar a interpretações inadequadas
sobre a flutuação temporal do fitoplâncton dentro de um ciclo anual.
Estudos que contemplem as flutuações de curto prazo não são muito freqüentes no
Brasil. Destacam-se os realizados por Huszar (1994) e Huszar e Reynolds (1997), no Lago
Batata, na planície de inundação amazônica; por Beyruth (1996), na represa de Guarapiranga
(SP.); por Santos (1996) e Calijuri (1999), no reservatório de Barra Bonita; por Ferreira
(1998), na represa de Jurumirim, primeira da série em cascata no Rio Paranapanema (SP.); e
por Tucci (2002), no Lago das Garças (Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, SP.).
No entanto, pesquisadores de outros países utilizam amostragens semanais e
quinzenais há um certo tempo, como Garcia de Emiliani (1993; 1997), Manavella e Garcia de
Emiliani (1995) e Domitrovic (2003), na planície de inundação do Médio Rio Paraná,
próximo a Santa Fé (Argentina) e Pádisak et al. (1998), no Lago Stechlin (Alemanha).
Exemplos de trabalhos mais recentes elaborados com coletas mais próximas ao tempo de
geração das algas são os de Madgwick et al. (2006), no Lago Esthwaite (Inglaterra) e Padiere
et al. (2007), em dois grandes lagos da planície de inundação do Médio Rio Daugava
(Rússia).
O presente estudo teve como objetivo compreender as mudanças na estrutura da
comunidade fitoplanctônica em função do pulso hidrológico em três lagoas marginais e no
Rio Paranapanema, por meio de amostragens realizadas duas vezes por semana entre
novembro de 2004 e fevereiro de 2005, período que correspondeu ao final da estiagem e
inundação dos corpos de água.
111
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O presente estudo teve como objetivo:
- Compreender a variação temporal na composição e abundância da comunidade
fitoplanctônica em curtos períodos, por meio de amostragens próximas ao tempo de
geração das algas no Rio Paranapanema e em três lagoas marginais localizadas na
zona de transição com o Reservatório de Jurumirim;
- Analisar a influência do pulso hidrológico nas variáveis físicas e químicas da água e
nas flutuações temporais do fitoplâncton;
- Relacionar as oscilações das variáveis limnológicas às mudanças na estrutura da
comunidade de algas;
- Comparar o efeito do pulso hidrológico nos três ambientes lacustres (Lagoa do
Coqueiral, Lagoa do Camargo e Lagoa dos Cavalos), devido aos distintos graus de
associação que estes mantêm com o sistema lótico.
112
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Amostragem
O presente estudo foi realizado na área de transição do Rio Paranapanema com a
Represa de Jurumirim, descrita anteriormente (Caracterização da Área de Estudo). Como o
objetivo era analisar a comunidade durante o enchimento das lagoas, defniu-se, em função do
regime pluviométrico descrito em outros estudos, que as coletas seriam iniciadas em outubro
de 2004, após as primeiras chuvas. No entanto, nesse ano, houve atraso nos eventos de
precipitação e as coletas foram iniciadas somente em novembro de 2004. Durante um período
de três meses (11 de novembro de 2004 a 10 de fevereiro de 2005), amostragens
subsuperfícias, coletadas com garrafa de Van Dorn, foram efetuadas a cada três dias, em duas
estações no Rio Paranapanema e nas Lagoas Camargo e Coqueiral e, em uma estação na
Lagoa dos Cavalos (Figura 36).
Figura 36: Vista aérea do local e das estações de coleta (Foto tirada em 17/11/1999, cedida por Raoul Henry).
As seguintes variáveis foram analisadas:
P1
P1
P2 L. Camargo
R. Paranapanema
L. Cavalos P1 P2 L. Coqueiral
P2
113
3.2 Variável Climatológica
3.2.1 Precipitação
Os dados de precipitação foram fornecidos pela Estação E5-117 do Departamento de
Água e Energia Elétrica (DAAE), situada na Prefeitura de Angatuba, localizada a 30 Km do
local de estudo.
3.3 Variáveis Físicas
3.3.1 Temperatura
A temperatura do ar foi registrada em cada estação de coleta com um termômetro de
mercúrio. Com os valores obtidos foi calculada uma média para o dia.
As medidas de temperatura da água foram realizadas da superfície até o fundo, a cada
0.10 m até 2 m de profundidade e a partir daí a cada 0,50 m com o termistor Toho Dentan ET-
3.
3.3.2 Condutividade Elétrica da Água
A condutividade elétrica da água foi determinada no campo através do condutivímetro
Hatch e os valores foram corrigidos para a temperatura de 25ºC (GOLTERMAN et al., 1978).
3.3.3 Transparência da Água, Extensão da Zona Eufótica e Coeficiente de Atenuação da
Luz
A transparência da água foi determinada pela profundidade de desaparecimento visual
do disco de Secchi.
A extensão da zona eufótica foi obtida através da multiplicação dos valores de
transparência da água pelo fator 3, como descrito em COLE (1975).
O coeficiente de atenuação do contraste vertical foi calculado de acordo KIRK (1986).
3.3.4 Velocidade da Correnteza
A velocidade da corrente foi medida no rio com correntômetro ELE.
3.3.5 Nível Hidrométrico
As variações hidrométricas foram fornecidas pelo setor de operação da barragem da
represa de Jurumirim da Companhia Duke Energy. Segundo estudo de Pompêo et al. (1999)
há correspondência entre os padrões de variação do nível de água na barragem e na zona de
desembocadura do rio Paranapanema na represa de Jurumirim.
114
3.3.6 Material em Suspensão
O material em suspensão foi determinado pelo método gravimétrico, descrito por
Teixeira e Kutner (1962).
3.4 Variáveis Químicas
3.4.1 Alcalinidade
As análises de alcalinidade foram realizadas por titulação potenciométrica com
estabelecimento da curva de titulação, descrito por Mackeret et al. (1978).
3.4.2 Potencial Hidrogeniônico
As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro, Micronal B380.
3.4.3 Oxigênio Dissolvido
As análises de oxigênio dissolvido foram realizadas pelo método clássico de Winkler,
descrito em GOLTERMAN et al. (1978).
3.4.4 Nutrientes Inorgânicos
Os nutrientes inorgânicos foram analisados seguindo a descrição contida nas seguintes
bibliografias (Tabela 17):
Tabela 17: Nutrientes inorgânicos determinados e bibliografias onde constam as respectivas metodologias. Nutriente Descrição da Metodologia
Fósforo Total STRICKLAND; PARSONS (1968)
Ortofosfato STRICKLAND; PARSONS (1968)
Nitrogênio Total MACKERETH et al. (1978)
Nitrito MACKERETH et al. (1978)
Nitrato MACKERETH et al. (1978)
Amônio KOROLEFF (1976)
Silicato Reativo GOLTERMAN et al. (1978)
3.5 Variáveis Bióticas
3.5.1 Comunidade Fitoplanctônica O fitoplâncton foi coletado nos locais descritos anteriormente, fixado com Lugol
Acético e quantificado de acordo com o método proposto por Utermöhl (1958), em
115
microscópio invertido LEICA e aumento de 400 vezes. O volume sedimentado variou de 2 a
20 mL, em função da concentração de algas e detritos presentes na amostra e o tempo de
sedimentação foi de 3 horas para cada centímetro de altura da câmara (MARGALEF, 1983).
A contagem foi realizada em transectos horizontais e o número de campos para cada amostra
foi determinado pela contagem de 100 indivíduos da espécie mais freqüente ou pela curva de
estabilização do número de espécies, obtida a partir de espécies novas adicionadas ao número
de campos contados. Foram considerados como um indivíduo, organismos unicelulares,
filamentos, cenóbios e colônias.
Os organismos foram identificados em microscóipio óptico ZEISS, com auxílio dos
seguintes trabalhos: Aguiar e Martau (1979), Alves da Silva e Bridi (2004), Alves da Silva e
Hahn (2004), Anagnostidis e Komárek (1988), Bicudo et al. (1992), Bicudo (2004), Bicudo e
Menezes (2005), Bourrely (1981; 1985), Castro (1994), Conforti (1993), Costa e Torgan
(1991), De-Lamonica-Freire, Komárek e Marvan (1992), Ferragut et al. (2005), Huber-
Pestalozzi (1983), Komárek e Anagnostidis (1999), Komárek et al. (2002), Kormaková-
Legnerová e Cronberg (1994), Menezes (1994), Sant’anna (1984), Sant’anna e Azevedo
(1995; 2000), Torgan e Aguiar (1978), Torgan (1985).
3.5.1.1 Riqueza
A riqueza foi avaliada em função do número de espécies encontradas no período de
estudo.
3.5.1.2 Freqüência Relativa
A freqüência relativa foi expressa através da percentagem entre o número de amostras
em que determinada espécie está presente e o número de amostras analisadas, seguindo as
classificações encontradas em Tucci (2002).
v Constantes: > 80%;
v Freqüentes: 50 a 79%;
v Comuns: 20 a 49%;
v Raras: < 20%.
3.5.1.3 Densidade Específica
A densidade dos organismos fitoplanctônicos foi calculada segundo critérios descritos
em APHA (1995).
116
D (org/mL) = VFAf
AtC××
×
onde:
D = densidade (organismos/mL)
C = número de organismos contados
At(mm2) = área total do fundo da câmara de sedimentação
Af(mm2) = área do campo de contagem
F = número de campos contados
V(mL) = volume da amostra sedimentada
3.5.1.4 Biovolume
O biovolume foi estimado por meio da multiplicação das densidades de cada espécie
pelo volume médio de suas células. Os valores obtidos em mm3.mL-1 foram transformados
para mm3.L-1.
Os cálculos de volume celular foram realizados para os táxons dominantes e
abundantes de cada ambiente estudado. Foram mensurados cerca de trinta organismos de cada
espécie, distribuídos aleatoriamente entre todas amostras analisadas, para obtenção do volume
celular médio. Para as demais espécies foram usadas as medidas feitas durante a identificação
e medidas obtidas na literatura.
O volume foi calculado a partir da semelhança da célula algal com as formas
geométricas utilizando-se dos trabalhos de Wetzel e Likens (1991) e Hillebrand et al. (1999).
3.5.1.5 Porcentagem de Contribuição das Classes
A porcentagem de contribuição das classes (PCC) foi calculada em relação à
densidade total encontrada em cada amostra, pela equação:
100´÷øöç
èæ=
t
cD
DPCC
onde:
PCC = porcentagem de contribuição das classes;
Dc = densidade de cada classe;
Dt = densidade total.
117
3.5.1.6 Espécies Dominantes e Abundantes
Para determinar as espécies dominantes e abundantes foram utilizados os critérios de
Lobo e Leighton (1986), no qual são consideradas dominantes as espécies com densidade
superior a 50% da densidade total e, abundantes, aquelas cujas densidades são maiores que a
densidade média de cada amostra.
3.5.1.7 Espécies Descritoras da Comunidade
As espécies descritoras foram selecionadas a partir dos dados de densidade. Aquelas
que contribuíram com pelo menos 1% do valor total e juntas somaram em torno de 80% da
densidade e biovolume totais, foram indicadas como descritoras da comunidade de cada
ambiente, segundo Sommer et al. (1993).
3.5.1.8 Índices de Diversidade, Equidade e Dominância
Para cálculo da diversidade de espécies (H’) foi usado o índice de Shannon-Wiener
(SHANNON; WEAVER, 1963):
H’= -å × pipi 2log
onde:
H’= índice de Shannon-Weaver (bits/ind)
pi = ni/N
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos
O índice de equidade foi calculado com base nos valores de H’de Shannon:
E = S
H
2log'
onde:
E = equidade
H’= índice de Shannon-Weaver
S = número total de espécies
O índice de dominância foi calculado de acordo com Simpson (1949):
DS’= )()(å -
-11
nnnini
118
onde:
DS’ = índice de dominância
ni = número total de cada espécie na amostra
n = número total de indivíduos na amostra
3.5.1.9 Estrutura de Tamanho dos Organismos Pertencentes à Comunidade
Os organismos foram agrupados por tamanho, de acordo com suas dimensões axiais
máximas, GALD (mm) (“greatest axial linear dimension”) como descrito em vários estudos:
Garcia de Emiliani (1993), Huszar (1994), Magrin (1998) e Tucci (2002). As dimensões
referem-se à média obtida com a mensuração aproximadamente trinta organismos distribuídos
aleatoriamente entre todas as amostras.
Para o GALD foram considerados quatro classes de tamanho: picoplâncton (2,0 – 10,0
µm), nanoplâncton (10,0 – 50,0 µm), microplâncton (50,0 – 200,0 µm) e megaplâncton (>
200,0 µm).
3.5.1.10 Taxa de Modificação da Comunidade
A taxa de substituição de espécies ou taxa de modificação da comunidade foi estimada
pelo Índice das Diferenças Somadas (SD) proposto por Lewis (1978).
( ) ( )] ( ) ( )][[å -
¸×-¸×=
12
222111
tt
tDtditDtdiSD
onde:
SD = taxa de substituição de espécies
di = densidade da espécie i
D (t) = densidade da comunidade
t1 – t2 = intervalo de tempo
3.5.1.11 Clorofila Mais Feofitina
A análise de clorofila mais feofitina foi realizada segundo metodologia descrita em
GOLTERMAN et al. (1978).
3.6 Tratamento Estatístico dos Dados
Uma análise da variância fatorial (ANOVA) realizada no procedimento GLM do
sistema SAS (versão 9.12) foi usada para analisar o comportamento dos dados em relação aos
locais amostrados (ambientes e estações, num total de 7) e os dias de coleta (27 amostragens).
119
Quando a análise apontava diferença significativa, era realizado o Teste de Tukey para
encontrar as diferenças.
Para os dados abióticos, uma Análise de Componentes Principais (ACP) foi realizada,
a partir das matrizes de covariância com os dados transformados pela amplitude de variação
“ranging” ([( x-xmin)/(xmax-xmin)]) para verificar as distribuições temporal e espacial das
unidades amostrais, em função das variáveis limnológicas analisadas. Primeiramente, foram
envolvidos todos os ambientes e estações, mas devido ao grande número de unidades
amostrais que se sobrepunham, o gráfico (que se encontra no Apêndice) ficou extremamente
“poluído”. Desta ACP preliminar, pode-se notar que os dados abióticos das estações 1 e 2 de
cada ambiente se agrupavam, indicando que não havia diferenças em sua distribuição. Então,
optou-se por realizar uma ACP com os dados da estação 2 de cada ambiente, que no caso das
lagoas, encontra-se localizado no meio do corpo de água.
A Análise de Correspondência Canônica (ACC) foi realizada a partir de matrizes de
covariância, com os dados abióticos transformados pela amplitude de variação “ranging” ([(x-
xmin)/(xmax-xmin)]) e os biológicos (espécies descritoras) pelo [log (x+1)]. As variáveis
abióticas foram previamente selecionadas a partir da ACP. Para testar o nível de significância
dos dois primeiros eixos canônicos utilizou-se o teste de Monte Carlo (99 permutações; p <
0,05) que determina a probabilidade dos dados terem sido distribuídos ao acaso. Correlações
de Pearson e Kendall (r) foram geradas da relação entre os valores da ordenção (posição das
unidades amostrais nos eixos) e as variáveis individuais (bióticas e abióticas), utilizadas na
construção da ordenação (McCUNE; MEFORD, 1997).
A transformação dos dados foi feita através do programa FITOPAC (SHEPHERD,
1996) e as análises multivariadas pelo programa PCORD versão 3.1 para Windows
(McCUNE; MEFORD, 1997).
120
4 RESULTADOS
4.1 Variáveis Climáticas
4.1.1 Precipitação
O estudo intensivo foi iniciado em 11 de novembro após as primeiras chuvas ocorridas
em outubro de 2004. Em novembro choveu 84 mm distribuídos ao longo do mês; em
dezembro, a freqüência (10 episódios) e intensidade (119,7 mm) da precipitação aumentaram;
em janeiro, 14 episódios totalizaram 244 mm (Figura 37). O mês de fevereiro não consta na
Figura, pois só voltou a chover após o final do estudo intensivo.
Dezem bro/04
0
20
40
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Dias
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Janeiro/05
0
20
40
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
D ias
Pre
cip
itaçã
o(m
m)
Novem bro/04
0
20
40
60
1 2 3 4 5 6 7 8 91
01
11
21
31
41
51
61
71
81
92
02
12
22
32
42
52
62
72
82
93
0
D ias
Pre
cip
itaçã
o (
mm
)
Figura 37: Valores diários de precipitação (mm) registrados durante o período de estudo intensivo. (as setas indicam os dias de coleta).
121
4.1.2 Temperatura do Ar
Os valores de temperatura do ar variaram de 18,8º C, registrado em 23/12/2004 a 27,3º
C, obtido em 07/01/2005. A temperatura média para todo o período de estudo intensivo foi de
23,5º C (DP = 2,3; CV = 10%) (Figura 38).
15
20
25
30
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Tem
pera
tura
(º
C)
Dez/04 Jan/05 Fev/05
Nov/04
Figura 38: Valores de temperatura do ar obtidos durante o período de estudo intensivo.
4.2 Variáveis Físicas
4.2.1 Velocidade da Correnteza
A velocidade da correnteza variou de 0,216 m/s, em 26/11/04 a 1,137 m/s, em
04/02/05. A partir de meados de janeiro de 2005 foram observados valores sempre superiores
a 0,7 m/s (Figura 39).
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Vel
ocid
ade
(m/s
)
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 39: Velocidade da correnteza nas estações 1 e 2 (P1 e P2) do Rio Paranapanema, durante o período de estudo intensivo.
122
4.2.2 Nível Hidrométrico
A variação no nível hidrométrico no Rio Paranapanema durante o período de estudo
intensivo foi de 2m. No início deste estudo (11/nov/04), o valor de cota registrado para o
Reservatório de Jurumirim (que corresponde a variação de nível nos locais de coleta) foi de
564,4 m. O valor foi aumentando gradualmente até atingir 565,4 m, em 21 de janeiro de 2005
e alcançou o maior valor do período (566,4 m) na última coleta do estudo intensivo
(10/fev/05) (Figura 40).
563
564
565
566
567
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Val
or d
e C
ota
(m)
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
563,6 m
Figura 40: Variação do Nível Hidrométrico (m) na zona da barragem de Jurumirim, durante o período de estudo intensivo ) (a linha horizontal no nível hidrométrico de 563, 6 m corresponde à fronteira entre isolamento das lagoas e conexão com o Rio).
4.2.3 Temperatura da Água
No Rio Paranapanema foi encontrada a maior média de temperatura da água (22,8º C),
com variação de 20,9 (27/dez/04) a 24,9º C (26/nov/04). Nos outros ambientes, a média de
temperatura na superfície da água foi em torno de 24 a 24,6º C, com variação de 20 a 28º C.
Não foram constatados gradientes térmicos no Rio, devido à mensuração ter sido realizada
apenas na camada superficial. Na Lagoa do Camargo foi verificada isotermia na maioria dos
dias de coleta e na Lagoa Coqueiral, na metade das amostragens. Contudo, em algumas
amostragens (cerca de 8 a 12), o gradiente térmico entre a superfície e o fundo foi de até 3º C.
A Lagoa dos Cavalos, no entanto, apresentou-se estratificada, em até 3º C, em 16 das 27
coletas (Figuras 41 a 43).
123
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
1
0,5
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
0,5
1
10111213
1415161718
1920212223
2425262728
2930
A
B
Figura 41: Variação de Temperatura da Água (º C) nas estações 1 (A) e 2 (B) do Rio Paranapanema, durante o estudo intensivo.
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
1
2
3
4
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
1
2
3
1011
1213
1415
1617
1819
2021
2223
2425
2627
2829
30
A
B Figura 42: Variação de Temperatura da Água (º C) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, durante o estudo intensivo.
124
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
1
2
3
4
0
1
2
3
4
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
1011
1213
1415
1617
1819
2021
2223
2425
2627
2829
30
A
B
Figura 43: Variação de Temperatura da Água (º C) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, durante o estudo intensivo.
0
1
2
3
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
1011121314151617181920212223
2425262728
2930
Figura 44: Variação de Temperatura da Água (º C) na Lagoa dos Cavalos, durante o estudo intensivo.
125
4.2.4 Condutividade Elétrica da Água
No Rio Paranapanema, a variação da condutividade elétrica da água foi de 40 a 82
µS/cm, com valores mais altos no início do estudo e mais baixos a partir do final de janeiro de
2005. A média do período foi de 55 µS/cm (DP = 10,5; CV = 19%). Nas Lagoas Camargo e
Coqueiral, as flutuações foram similares a do curso de água (X = 56µS/cm; DP = 6; CV =
10% na primeira; e X = 60 µS/cm; DP = 8; CV = 13%). Na Lagoa dos Cavalos, a média de
condutividade elétrica foi de 74,5 µS/cm (DP = 18,4; CV = 25%), mas a partir de 01/02/05, os
valores foram superiores a 110 µS/cm (Figura 45). As médias, desvios-padrão e coeficientes
de variação são apresentados nas Tabelas 38 e 39, no Apêndice.
0
25
50
75
100
125
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coletas
Co
nd
utiv
ida
de
(uS
/cm
)
R io P1 Rio P2 Cavalos
Nov/0 Dez/0 Jan/05 Fev/05A
0
25
50
75
100
125
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
D ias de Coletas
Con
dutiv
idad
e (u
S/c
m)
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
0
25
50
75
100
125
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coletas
Co
nd
utiv
ida
de
(uS
/cm
)
P1 P2
Nov/0 Dez/0 Jan/05 Fev/05C
Figura 45: Variação da Condutividade Elétrica da água (µS/cm) no Rio Paranapanema e na Lagoa Cavalos (A) e, nas Lagoas Camargo (B) e Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo. (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente).
126
4.2.5 Transparência da Água, Coeficiente de Extinção da Luz
No Rio Paranapanema foram observadas as maiores flutuações nos valores de
transparência da água (CV = 36%), de 0,17 m no final de janeiro a 0,72 m no início desse
mesmo mês. Nas lagoas Camargo e Coqueiral, as variações foram menores que no Rio (CV =
20%); no primeiro ambiente oscilaram de 0,28 m no início do estudo (11/nov/04) a 0,59 m na
última coleta (10/fev/05) e, no segundo ambiente, de 0,32 m no final de janeiro a 0,73 m no
início do mesmo mês e na última coleta em fevereiro. Na Lagoa dos Cavalos foram
registrados os maiores valores de transparência entre todos os ambientes estudados, sendo que
o maior valor (1,12 m) foi encontrado em 01/fev/05 (Figura 46).
A maior variação nos valores de coeficiente de extinção da luz foi encontrada no Rio
(CV = 44%), assim como o maior valor para essa variável (8,5). Nas Lagoas Camargo e
Coqueiral, a variação foi menor (CV em torno de 20%) e os coeficientes mais elevados foram
cerca de 5. Na Lagoa dos Cavalos, os valores foram inferiores a 2, na maioria das
amostragens, com exceção das três últimas coletas do estudo (Figura 47). As médias, desvios
padrão e coeficientes de variação são apresentados nas Tabelas 38 e 39, no Apêndice.
4.2.6 Material em Suspensão
A maior concentração média de material em suspensão durante o estudo intensivo foi
obtida no Rio Paranapanema (X = 35,0 mg/L; DP = ± 20), com variações de 10,4 a 91,1
mg/L. A fração orgânica nesse ambiente, correspondeu a mais de 80% do valor total obtido,
em todas as coletas, com exceção de duas amostragens em que a fração inorgânica
representou metade dos sólidos suspensos. Nas lagoas Camargo e Coqueiral foram
encontradas médias bastante similares (X = 17,2 mg/L e X = 16 mg/L, respectivamente); na
primeira lagoa a fração orgânica foi sempre mais elevada que a inorgânica e, na segunda,
somente em duas das amostragens a fração inorgânica foi maior. Na lagoa dos Cavalos foi
registrada a menor média entre os ambientes (X = 9,4 mg/L; DP = 9,9) e em metade das
coletas, a fração orgânica foi maior que a inorgânica (Tabela 18).
127
0
0,4
0,8
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Tra
nsp
arê
nci
a (
m)
Rio P1 Rio P2 Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
0,4
0,8
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Tra
nsp
arê
nci
a (
m)
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
0,4
0,8
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Tra
nsp
arê
nci
a (
m)
P1 P2
Fev/05Jan/05Dez/04Nov/04
A
B
C
Figura 46: Variação da Transparência da Água (m) no Rio Paranapanema e na Lagoa Cavalos (A) e, nas Lagoas Camargo (B) e Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo. (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente).
128
0
3
6
9
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10C
oef
icie
nte
de
Ext
inçã
o D
a L
uz
Rio P1 Rio P2 L.Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
A
0
3
6
9
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Co
efic
ien
te d
e E
xtin
ção
da
Luz
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
0
3
6
9
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Co
efic
ien
te d
e E
xtin
ção
da
Lu
z
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
C
Figura 47: Variação do Coeficiente de Extinção da Luz no Rio Paranapanema e na Lagoa Cavalos (A) e, nas Lagoas Camargo (B) e Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo. (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente).
129
Tabela 18: Concentrações de material em suspensão total (MST) e frações orgânica (MSO) e inorgânica (MSI), médias (X), desvios padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) nas diferentes estações, durante o estudo intensivo.
L.Camargo L.Coqueiral Mês Dias Estação Var.
Rio (P1)
Rio (P2) P1 P2 P1 P2
L. Cavalos
11 MST(mg/L) 11,7 15,3 13,7 16,6 31,2 52,6 21,6 MSO (%) 56 59 55 62 81 87 81 MSI (%) 44 41 45 38 19 13 19
16 MST(mg/L) 26,3 17,9 21,3 22,0 19,1 19,7 4,3 MSO (%) 84 77 77 77 77 80 37 MSI (%) 16 23 23 23 23 20 63
20 MST(mg/L) 47,0 42,8 24,3 24,7 20,4 25,3 8,0 MSO (%) 83 82 68 66 59 67 5 MSI (%) 17 18 32 34 41 33 95
23 MST(mg/L) 22,9 17,8 26,7 30,0 23,0 19,2 7,8 MSO (%) 53 50 64 63 58 49 0 MSI (%) 47 50 36 37 42 51 100
26 MST(mg/L) 20,6 17,2 31,5 22,4 24,0 20,2 11,1 MSO (%) 96 97 90 89 90 87 77 MSI (%) 4 3 10 11 10 13 23
30 MST(mg/L) 12,3 14,9 11,5 15,7 18,8 4,8 12,3 MSO (%) 92 81 87 81 73 8 92
Nov.
MSI (%) 8 19 13 19 27 92 8 03 MST(mg/L) 13,3 13,8 22,9 25,2 20,3 17,2 3,1
MSO (%) 79 83 88 87 90 94 100 MSI (%) 21 17 12 13 10 6 0
07 MST(mg/L) 10,4 12,3 12,4 13,3 13,0 13,6 2,5 MSO (%) 88 89 99 92 90 89 100 MSI (%) 12 11 1 8 10 11 0
10 MST mg/L) MSO (%) MSI (%)
39,1 93 7
27,4 94 6
8,8 100 0
8,3 100 0
8,1 73 27
23,0 90 10
1,4 75 25
14 MST(mg/L) 65,8 50,7 12,2 12,2 10,3 11,0 5,9 MSO (%) 93 90 100 80 81 100 66 MSI (%) 7 10 0 20 19 0 34
17 MST(mg/L) 20,6 18,7 18,2 18,2 18,0 12,7 3,8 MSO (%) 79 78 77 76 74 75 66 MSI (%) 21 22 23 24 26 25 34
20 MST(mg/L) 42,8 59,2 19,4 19,8 24,7 17,1 5,3 MSO (%) 86 87 86 87 87 82 47 MSI (%) 14 13 14 13 13 18 53
23 MST(mg/L) 36,5 36,2 27,9 23,7 26,4 17,1 3,7 MSO (%) 88 90 86 86 85 82 51 MSI (%) 12 10 14 14 15 8 49
27 MST(mg/L) 38,4 41,1 19,8 18,8 16,9 14,1 3,4 MSO (%) 91 94 93 93 93 91 82 MSI (%) 9 6 7 7 7 9 18
30 MST(mg/L) 21,6 16,1 19,2 18,0 12,3 18,4 3,4
Dez.
MSO (%) 86 83 75 77 81 89 82 MSI (%) 14 17 25 23 19 11 18 continua
130
continuação 04 MST(mg/L) 13,8 15,5 11,7 12,5 13,3 11,6 6,2
MSO (%) 91 90 85 78 80 69 40 MSI (%) 9 10 15 22 20 31 60
07 MST(mg/L) 65,3 91,1 15,4 13,7 9,6 15,9 3,7 MSO (%) 85 85 73 77 70 81 49 MSI (%) 15 15 27 23 30 19 51
11 MST(mg/L) 64,8 70,9 13,6 10,5 20,9 8,4 6,2 MSO (%) 91 91 85 73 81 79 53 MSI (%) 9 9 15 27 19 21 47
14 MST(mg/L) 26,2 30,2 11,4 11,4 15,2 10,1 5,4 MSO (%) 86 81 82 100 98 58 19 MSI (%) 14 19 18 0 2 42 81
18 MST(mg/L) 14,5 17,0 13,4 11,8 14,1 9,7 4,7 MSO (%) 86 88 87 88 95 94 83 MSI (%) 14 12 13 12 5 6 17
21 MST(mg/L) 78,1 87,6 10,4 9,5 8,5 7,0 6,4 MSO (%) 88 89 77 75 65 54 52 MSI (%) 12 11 23 25 35 46 48
24 MST(mg/L) 57,1 60,1 18,2 12,7 11,2 8,5 5,9 MSO (%) 88 89 77 80 66 62 27 MSI (%) 12 11 23 20 34 38 73
28 MST(mg/L) 53,5 64,1 19,5 19,3 12,1 13,0 17,7 MSO (%) 98 95 100 96 97 94 44
Jan.
MSI (%) 2 5 0 4 3 6 56 01 MST(mg/L) 49,3 47,2 23,0 41,5 14,8 20,1 37,9
MSO (%) 83 85 79 85 72 76 41 MSI (%) 17 15 21 15 28 24 59
04 MST(mg/L) 28,6 27,5 13,3 13,6 10,1 6,7 26,3 MSO (%) 91 90 88 85 89 88 37 MSI (%) 9 10 12 15 11 12 63
07 MST(mg/L) 32,4 34,5 12,1 12,1 8,0 7,5 35,3 MSO (%) 91 92 95 86 71 74 41 MSI (%) 9 8 5 14 29 26 59
10 MST(mg/L) 21,3 22,2 9,5 9,9 6,5 5,6 11,3 MSO (%) 80 86 69 86 63 49 18
Fev.
MSI (%) 20 14 31 14 37 51 82 MST X 35,0 35,0 17,0 17,0 16,0 16,0 9 DP 20 23 6 7 6 9 10 CV 57 65 35 42 40 58 105
4.3 Variáveis Químicas
4.3.1 Alcalinidade
Elevados valores de alcalinidade foram encontrados na Lagoa dos Cavalos (X = 0,525
meq/L; DP: 0,12; CV: 23,1%), a partir de 28/01/05 foram registrados valores superiores 0,700
meq/L. No Rio Paranapanema a média foi de 0,348 meq/L (DP: 0,06; CV: 17,3%). Os valores
de alcalinidade nas lagoas conectadas apresentaram pouca flutuação ao longo do estudo. A
média na Lagoa Camargo foi de 0,355 meq/L (DP: 0,04; CV: 10%) e na Lagoa do Coqueiral
131
foi de 0,390 meq/L (DP: 0,05; CV: 12,1%) (Figura 48). Valores médios, desvios padrão e
coeficientes de variação são apresentados nas Tabelas 38 e 39, no Apêndice.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Alc
alin
ida
de
(m
eq
/L)
R io P1 Rio P2 Cavalos
Nov/0 Dez/0 Jan/05 Fev/05
A
-0,2
0,2
0,5
0,8
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Alc
alin
idad
e (
me
q/L
)
P1 P2Nov/0 Dez/0 Jan/05 Fev/05B
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Alc
alin
ida
de
(me
q/L
)
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05C
Figura 48: Variação da Alcalinidade (meq/L) no Rio Paranapanema e na Lagoa Cavalos (A) e, nas Lagoas Camargo (B) e Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo. (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente).
4.3.2 Oxigênio Dissolvido
As maiores concentrações de oxigênio dissolvido foram encontradas no Rio
Paranapanema (X = 8 mg/L; DP = 1). Em todos os ambientes, os valores foram mais elevados
no início do estudo e mais baixos no final (a partir de 28/jan/05), com exceção da coleta de 17
de dezembro de 2004, em que foram registradas concentrações bastante reduzidas em todos os
ambientes. Na Lagoa do Camargo, a média foi de 7,5 mg/L (DP 1) e na Lagoa do Coqueiral,
as concentrações foram diferentes entre as duas estações, com média de 6,53 mg/L na
132
primeira e de 5,8 mg/L na segunda estação (DP = 1, para ambas). Na Lagoa dos Cavalos
foram registradas as menores concentrações desse gás (X = 2,8 mg/L; DP = 1,5); nas
amostragens de 28 de janeiro, 01, 04 e 07 de fevereiro de 2005 foi observada condição de
anóxia nesse corpo de água (Figura 49). As médias, desvios padrão e coeficientes de variação
são apresentados nas Tabelas 38 e 39, no Apêndice.
0
4
8
12
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Oxi
gêni
o D
isso
lvid
o (m
g/L)
R io P1 Rio P2 Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
4
8
12
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Oxi
gên
io D
isso
lvid
o (
mg
/L)
P1 P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05B
0
4
8
12
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Oxi
gên
io D
isso
lvid
o (
mg
/L)
P1 P2
Nov/0 Dez/0 Jan/05 Fev/05
C
A
Figura 49: Variação da concentração de Oxigênio Dissolvido (mg/L) no Rio Paranapanema e na Lagoa Cavalos (A) e, nas Lagoas Camargo (B) e Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo. (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente).
133
4.3.3 Nutrientes Inorgânicos
4.3.3.1 Nutrientes Totais
As concentrações mais elevadas de nutrientes totais foram observadas na Lagoa dos
Cavalos (1597 µg/L para o nitrogênio e 226 µg/L para o fósforo, ambas em 01/fev/05. As
maiores médias do período de estudo intensivo para o nitrogênio e fósforo também foram
encontradas neste ambiente (836 µg/L e 69 µg/L, respectivamente). Nos outros ambientes,
concentrações mais elevadas de nitrogênio e fósforo foram registradas de meados ao fim de
janeiro de 2005; o final do estudo (coletas em fevereiro de 2005) foi caracterizado por baixos
valores de nutrientes (Tabela 19).
Tabela 19: Concentrações de nitrogênio (N) e fósforo (P) totais (µg/L), médias, desvios padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) nas diferentes estações, durante o estudo intensivo.
L.Cam. L.Coq. Meses
Coleta
Pontos Var.
Rio (P1)
Rio (P2)
(P1)
(P2)
(P1)
(P2)
L.Cav.
11 N 640 525 460 503 915 717 1006 P 20 28 38 47 53 33 45
16 N 649 525 493 537 731 694 967 P 47 31 40 49 52 39 43
20 N 659 691 450 567 777 746 954 P 63 48 42 88 35 30 44
23 N 743 695 559 475 716 890 1157 P 48 47 45 54 52 55 44
26 N 554 627 505 509 655 715 935 P 49 52 51,1 55,4 65,3 52 79
30 N 576 559 503 614 633 714 902
NOV/04
P 49 56 71 75 97 71 66 03 N 372 380 318 309 632 323 763,4
P 26 29 48 48 40 66 54 07 N 508 511 301 379 449 462 680
P 34 28 34 38 33 29 54 10 N 467 436 377 388 485 497 665
P 45 42 46 37 36 44 43 14 N 605 667 470 416 490 551 717
P 52 59 42,0 40,1 36 39 46 17 N 577 610 454 443 502 605 825
P 31 34 42 40 50 39 40 20 N 477 682 434 528 543 732 993
P 45 49 84 63 59 45 46 23 N 532 487 445 388 601 566 582
P 41 64 125 87 68 50 51 27 N 332 318 208 267 399 384 510
P 43 51 40 40 35 33 42 30 N 297 306 318 302 330 389 498
DEZ/04
P 29 38 36 46 37 47 36 04 N 288 329 227 231 313 326 438
P 20 22 41 43 38 33 32 07 N 356 331 335 362 446 544 348
JAN/05 continua
134
continuação P 56 73 46 53 35 36 25
11 N 419 634 224 329 377 417 612 P 50 74 39 34 35 30 27
14 N 432 220 527 338 456 202 405 P 35 33 25 40 35 24 25
18 N 777 793 667 612 860 826 917 P 23 62 39 46 102 106 57
21 N 791 794 630 605 769 705 860 P 50 43 45 456 60 44 260
24 N 686 717 525 424 529 518 685 P 60 100 36 59 74 90 36
28 N 738 631 616 603 664 546 1548 P 85 82 45 60 23 34 169
01 N 384 396 435 457 445 341 1597 P 45 51 36 40 30 31 226
04 N 429 414 401 358 336 350 1164 P 38 31 30 26 90 22 190
07 N 405 357 372 419 336 305 1172 P 30 24 23 21 19 19 168
10 N 316 360 338 326 193 286 676
FEV/05
P 27 14 21 20 13 20 149 Média N 496 493 428 433 515 431 836 P 42 47 45 48 48 43 69 DP N 178 183 121 112 202 186 313 P 15 20 21 17 23 20 57 CV N 36 37 28 26 39 35 38 P 35 43 46 35 47 47 82
4.3.3.2 Nutrientes Dissolvidos
As concentrações de fósforo total dissolvido e inorgânico foram maiores na Lagoa dos
Cavalos: 161 µg/L e 107 µg/L, respectivamente, em 04/02/05; assim como a concentração de
silicato: 11 mg/L, em 10/02/05. Para as formas nitrogenadas, de nitrito e nitrato, os maiores
valores foram obtidos no Rio: 47 µg/L (20/11/04) e 338 µg/L (11/11/04), respectivamente. As
maiores médias para as formas de fósforo (PTD e PI) e para o nitrito também foram
registradas na lagoa isolada (49µg/L; 29 µg/L; e 20 µg/L, respectivamente). A maior méd ia
para o nitrato foi observada no Rio (133 µg/L); para o silicato, a maior média ocorreu na
Lagoa do Coqueiral (5,4 mg/L). Todas as concentrações, médias, desvios padrão e
coeficientes de variação são apresentados na Tabela 20.
135
Tabela 20: Concentrações de nitrogênio (N) e fósforo (P) totais, médias, desvios padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) nas diferentes estações, durante o estudo intensivo.
L.Cam. L.Coq. Meses
Coleta
Pontos Var.
Rio (P1)
Rio (P2)
(P1)
(P2)
(P1)
(P2)
L.Cav.
PTD 13 13 28 30 17 19 35 PI 10 9 16 12 8 9 11
NO3 129 338 208 149 200 287 94 NO2 43 30 19 18 29 28 22
11
Si 6,7 7,3 7,5 7,4 6,8 6,3 6,2 PTD 45 20 32 33 32 25 36
PI 38 15 28 25 14 15 16 NO3 108 151 100 92 74 125 34 NO2 28 22 18 18 18 19 22
16
Si 5,6 6,0 6,2 6,7 4,9 5,3 2,5 PTD 47 38 37 35 33 29 36
PI 13 12 8 11 8 14 7 NO3 147 128 51 51 25 110 0 NO2 47 45 18 20 24 39 22
20
Si 5,7 6,0 6,4 6,5 5,4 5,4 3,2 PTD 36 36 31 36 34 32 36
PI 15 6 11 13 18 16 18 NO3 99 93 60 54 112 40 55 NO2 26 25 20 17 19 21 23
23
Si 5,2 5,6 5,6 6,4 4,7 4,4 1,8 PTD 27 26 35 35 52 36 60
PI 19 5 28 35 23 30 26 NO3 107 102 31 28 39 3 0 NO2 12 11 14 18 13 15 14
26
Si 4,9 5,0 5,3 5,2 4,7 4,6 2,7 PTD 38 46 58 56 86 56 57
PI 17 19 34 31 21 28 30 NO3 120 110 54 44 108 24 5 NO2 12 15 14 11 13 18 16
NOV/04
30
Si 5,9 5,8 6,3 6,0 5,8 5,5 3,3 PTD 51 27 38 42 39 59 35
PI 45 27 27 31 34 26 33 NO3 147 120 35 42 35 114 8 NO2 16 12 11 11 9 26 17
03
Si 5,6 5,5 5,7 5,8 5,0 5,5 2,7 PTD 29 28 30 35 29 28 26
PI 22 26 19 19 17 13 16 NO3 180 158 26 35 66 26 0 NO2 34 29 17 16 19 18 13
07
Si 4,1 5,1 6,4 6,5 5,7 5,7 2,4 PTD 28 26 38 31 35 38 35
PI 20 20 31 25 22 32 25 NO3 111 109 49 51 16 123 0 NO2 24 22 13 14 14 23 15
10
Si 5,1 5,3 6,5 6,4 4,5 5,1 3,0 PTD 50 36 39 25 24 35 44
PI 36 27 22 18 12 23 24 NO3 108 98 43,5 44,0 52,0 103,3 0,0 NO2 15 16 14 23 19 15 18
14
Si 4,0 4,7 4,8 4,6 3,8 4,6 2,1 PTD 21 26 34 29 34 26 23
DEZ/04
17 PI 19 22 29 28 32 20 17
continua
136
NO3 124 126 40 42 75 106 5 NO2 17 18 18 13 25 20 15 Si 5,0 4,9 5,7 6,4 5,8 6,5 3,8
PTD 36 49 74 53 40 35 30 PI 28 38 52 42 31 27 22
NO3 120 141 56 61 109 62 0 NO2 20 18 22 18 18 19 19
20
Si 6,2 6,4 7,4 8,0 6,2 6,9 2,8 PTD 35 51 115 76 49 34 28
PI 30 34 40 31 38 32 27 NO3 161 157 66 71 151 51 6 NO2 26 32 21 22 32 20 20
23
Si 5,8 6,0 7,4 7,5 5,5 6,3 2,9 PTD 37 32 54 36 33 32 25
PI 34 26 41 26 27 19 21 NO3 151 136 80 90 125 71 0 NO2 17 19 20 22 21 25 16
27
Si 4,3 4,2 5,8 5,8 4,7 5,2 4,2 PTD 28 33 35 35 23 31 20
PI 23 24 18 26 22 24 15 NO3 151 169 38 28 62 42 0 NO2 15 15 13 12 16 18 12
30
Si 2,7 5,4 5,0 6,0 5,5 4,6 2,7 PTD 16,5 20,8 25,0 26,8 24,6 32,6 27,0
PI 14,9 11,8 21,9 19,5 10,7 10,7 6,4 NO3 177,5 185,9 63,9 41,5 139,1 2,2 0,0 NO2 11,4 5,3 7,9 6,4 7,6 9,2 8,0
04
Si 5,2 6,0 5,9 6,3 5,7 5,3 2,7 PTD 37,0 32,6 44,7 49,8 30,8 28,3 63,1
PI 16,7 20,1 23,0 30,0 9,6 12,3 40,1 NO3 124,7 137,6 45,0 66,9 59,9 107,7 0,0 NO2 12,7 7,6 10,1 10,5 8,4 9,2 4,7
07
Si 4,0 4,4 5,8 5,9 5,3 5,1 2,9 PTD 48,4 55,4 32,4 33,7 34,1 27,3 21,2
PI 20,6 29,1 14,1 18,1 19,7 14,3 8,5 NO3 118,7 158,5 32,0 17,1 40,0 21,1 0,0 NO2 13,2 17,6 18,2 19,4 24,3 23,7 17,1
11
Si 4,1 4,0 5,2 5,0 4,0 4,1 2,9 PTD 29,3 31,0 17,6 36,1 25,4 19,4 18,3
PI 17,6 23,9 17,4 31,4 14,9 12,0 11,4 NO3 94,3 87,3 39,5 44,0 28,6 10,1 0,0 NO2 16,1 18,7 15,8 16,9 18,4 15,1 13,2
14
Si 4,7 5,1 5,3 5,4 4,8 5,4 3,1 PTD 23,3 23,1 34,7 39,0 87,7 82,3 42,1
PI 14,7 21,5 24,6 34,3 17,0 17,6 15,0 NO3 125,2 151,1 73,9 47,0 104,8 40,5 1,2 NO2 18,0 15,6 15,7 12,7 19,4 16,1 11,2
18
Si 4,6 4,2 5,4 4,2 2,5 4,7 2,8 PTD 29,3 34,5 30,2 27,2 43,3 27,7 19,6
PI 15,8 23,0 28,0 26,6 23,4 16,8 10,5 NO3 123,2 170,5 95,3 110,7 88,3 54,5 0,0 NO2 13,8 14,7 2,7 2,8 0,3 4,7 0,0
21
Si 3,3 4,0 6,0 4,8 2,8 4,8 2,7 PTD 39,3 55,9 34,5 46,2 45,7 65,5 18,6
PI 21,2 30,7 23,2 27,0 25,0 30,0 17,6 NO3 47,0 106,3 105,3 57,9 41,5 26,1 0,0 NO2 5,8 6,6 2,7 0,0 4,0 5,1 0,0
JAN/05
24
continua
137
Si 1,9 2,6 3,8 4,8 3,7 4,7 3,2 PTD 64,6 50,5 43,0 37,2 15,0 26,4 109,3
PI 55,8 21,3 19,7 17,7 13,2 16,1 54,7 NO3 81,8 89,3 82,3 42,5 43,0 0,0 100,3 NO2 4,6 6,6 3,1 14,2 18,6 18,2 38,6
28
Si 1,9 2,9 3,8 1,0 1,1 1,5 3,5 PTD 21,9 29,7 28,9 23,9 26,8 22,9 100,4
PI 15,6 13,1 25,0 18,3 21,0 18,6 52,7 NO3 134,6 111,7 111,2 128,7 125,7 124,2 33,5 NO2 15,4 17,3 17,1 15,6 15,1 16,5 49,2
01
Si 0,9 1,0 0,9 0,9 1,0 0,9 4,6 PTD 22,1 19,4 27,0 24,5 27,5 3,3 161,3
PI 15,4 14,5 25,8 19,7 14,1 3,0 106,6 NO3 159,5 128,2 53,6 19,7 42,1 11,2 10,8 NO2 20,4 16,7 14,0 14,3 15,4 14,2 40,3
04
Si 1,0 1,2 1,9 1,4 1,4 2,4 5,8 PTD 28,8 23,5 21,4 17,8 17,1 17,3 131,8
PI 25,9 13,2 13,2 15,9 9,6 21,5 86,8 NO3 68,8 69,2 53,1 66,0 36,1 33,3 9,4 NO2 10,6 12,3 12,4 6,6 17,8 17,8 39,2
07
Si 3,6 4,0 4,6 5,1 4,4 4,9 7,6 PTD 18,0 11,8 19,2 0,6 7,8 17,2 90,4
PI 9,1 11,4 17,7 0,0 6,6 16,9 53,6 NO3 105,6 75,7 39,8 34,7 61,9 0,0 2,5 NO2 10,5 11,3 10,5 10,2 15,6 14,6 47,7
FEV/05
10
Si 2,2 4,2 4,0 4,6 4,8 5,8 10,6 Média PTD 33 32 38 35 35 33 49 PI 22 20 24 23 19 19 29 NO3 123 133 64 58 76 64 13 NO2 18 18 14 14 17 18 20 Si 4,2 4,7 5,4 5,4 4,5 4,9 3,7 DP PTD 12 12 19 14 18 16 37 PI 11 9 10 9 8 8 24 NO3 31 51 37 32 45 62 28 NO2 10 9 5 6 7 7 13 Si 1,6 1,5 1,5 1,8 1,5 1,4 1,9 CV PTD 36 38 350 39 52 48 76 PI 48 42 40 38 45 39 84 NO3 25 38 58 56 60 98 204 NO2 53,7 49 38 40 42 39 66 Si 37,7 31,6 28,1 33,5 34,2 28,0 51,9
4.4 Análise de Componentes Principais (ACP)
Assim como no estudo sazonal (Capítulo 1), a ACP prévia (Figura 74, no Apêndice),
realizada com todas as estações, mostrou sobreposição das unidades amostrais, sem a
possibilidade de distinção entre locais e dias de coleta. Dessa forma, foi realizada uma análise
com as estações 2 de cada ambiente e com a única estaçõa da Lagoa dos Cavalos.
O eixo 2 separou os ambientes, do lado direito se agruparam todas amostragens da
Lagoa dos Cavalos e algumas da lagoa do Coqueiral. Do lado esquerdo se agruparam as
unidades amostrais da Lagoa do Camargo e do Rio Paranapanema. Acima do eixo 1
138
agruparam-se a maioria das amostragens do Rio, as correspondentes a fim de janeiro e
fevereiro de 2005 das lagoas conectadas (Camargo e Coqueiral), relacionadas a elevadas
concentrações de material em suspensão e oxigênio dissolvido. Abaixo do eixo 1, ficaram a
maioria das coletas de novembro e dezembro de 2004 e janeiro de 2005 das três lagoas
marginais, associadas a baixos níveis hidrométricos (cota). As coletas finais se destacaram
pela distância das demais, especialmente, as da Lagoa dos Cavalos, associadas a elevadas
concentrações de nitrogênio e fósforo (Figura 50).
1n1n
1n1n
2n
2n 2n 2n
3n
3n3n
3n
4n
4n
4n
4n
5n5n
5n 5n6n
6n
6n
6n7d
7d 7d
7d
8d8d
8d8d
9d
9d
9d9d
10d
10d 10d 10d11d11d
11d
11d
12d
12d12d 12d
13d
13d 13d
13d14d
14d
14d
14d
15d15d 15d
15d
16j16j
16j
16j
17j
17j
17j 17j
18j
18j18j
18j
19j
19j19j
19j
20j20j
20j
20j
21j
21j21j 21j
22j
22j 22j
22j
23j
23j
23j
23j
24f
24f
24f
24f
25f
25f25f
25f
26f
26f
26f
26f
27f27f
27f
27f
Alc.Cond.
pH
OD
SST
TºTransp.
NP
Cota
-4
-3
0 4 8
-1
1
3
5
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 50: Ordenação pela ACP (eixos 1 e 2) dos dias amostrados no Rio Paranapanema e nas Lagoas Camargo, Coqueiral e Cavalos, no período de 11/11/04 a 10/02/05. Os números que acompanham as unidades amostrais (1-27) são referentes aos dias de coleta e as letras correspondem aos meses (n: novembro, d: dezembro, j: janerio, f: fevereiro). As abreviações das variáveis abióticas são apresentadas na Tabela 6.
139
Tabela 21: Coeficiente de Correlação de Pearson entre as variáveis abióticas e os dois primeiros eixos de ordenação para o período de estudo intensivo (11/11/04 a 10/02/05) n = 108.
Componentes Principais Variável
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Alcalinidade Alc 0,939 -0,039 Condutividade Elétrica Cond 0,893 -0,001 Oxigênio Dissolvido pH 0,023 -0,682 Material em Suspensão OD -0,832 -0,019 Temperatura SST -0,338 0,648 Transparência da Água Temp 0,282 -0,524 Nitrogênio Transp. 0,563 -0,411 Fósforo NT 0,767 0,304 Silicato PT 0,632 0,542 Nível de Cota Cota 0,083 0,639 Total da Explicabilidade 35,3% 19,5%
4.5 Variáveis Biológicas
4.5.1 Composição da Comunidade Fitoplanctônica
Durante o período de estudo intensivo foram identificados 168 táxons no Rio
Paranapanema e nas lagoas laterais na região de transição com o Reservatório de Jurumirim,
distribuídos em nove classes fitoplanctônicas. Chlorophyceae foi a classe mais representativa
(66 táxons), seguida por Bacillariophyceae (29 espécies), Cyanobacteria (27),
Zygnemaphyceae (17), Euglenophyceae (16), Cryptophyceae (7), Chrysophyceae (4) e
Dinophyceae e Xanthophyceae (1 táxon cada).
O Rio Paranapanema foi o ambiente com maior número de táxons (144) e de espécies
exclusivas (18), seguido pela Lagoa do Coqueiral (total de 133 táxons), Lagoa do Camargo
(108) e Lagoa dos Cavalos (100). Sessenta e uma espécies foram comuns a todos os
ambientes e vinte oito foram ausentes apenas na lagoa isolada.
A lista de táxons identificados para o sistema Rio – lagoas marginais é apresentada a
seguir.
140
CYANOBACTERIA Anabaena circinalis Rabenhorst A. planctônica Brunnthaler Anabaena sp. Anabaena sp. Aphanizomenon sp. Aphanocapsa delicatissima W. & G. S. West 1912 A. elachista W. & G. S. West 1894 Aphanotece minutissima (W. West) J. Komárková-Legnerová & G. Cronberg Chroococcus dispersus (Keissler) Lemmermann C. minutus (Kützing) Nägeli Coelomorum sp. Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszynska) Seenayya & Subba Raju Lyngbia sp. Merismopedia tenuissima Lemmermann Microcystis aeroginosa Kützing M. elachista (West & West) Compére M. panniformis Komárek, Komárková-Legnerová, C.L. Sant'Anna, M.T.P. Azevedo, & P.A.C. Senna Myxobaktron sp. Nostochopsis sp. Oscillatoria simplicissima Gomont Oscillatoria homogenea Frémy Oscillatoria sp. Phormidium sp. Planktothrix sp. Pseudanabaena sp. Raphidiopsis sp. Spirulina meneghiniana Zanardini ex Gomont Synechococcus sp. Synechocystis aquatilis Sauvageau CHLOROPHYCEAE Actinastrum gracillimum G. M. Smith A. hantzschii Lagerheim Actinastrum sp. Ankistrodesmus falcatus (Corda) Ralfs Ankyra sp. Botryococcus braunii Kützing Chlamydomonas sp. Chlorella vulgaris Beijerink Chlorella sp Chlorococcalles sp. Chlorophyceae sp. Chlorogonium fusiforme Matvienko Chlorogonium sp. Closteriopsis acicularis (Chodat) J.H. Belcher & Swale C. setiforme (Lemmermann) Lemmermann Coelastrum cambricum W.Archer C. microporum Nägeli Crucigenia fenestrata (Schmidle) Schmidle
C. quadrata Morren Crucigenia sp. C. rectangularis (Nägeli) Komárek Desmatractum indutum (Geitler) Pascher Desmodesmus armatus (Chodat) E. Hegewald Diacanthos sp. Dictyosphaerium ehrenbergianum Nägeli D. pulchellum W.C.Wood 1872 Dimorphococcus lunatus A. Braun Eudorina elegans Ehrenberg Eutetramorus fottii (Hindak) Komárek E. tetrasporus Komárek Golenkinia radiata Chodat Kirchineriella lunaris (Kirchner) K. Möbius K. obesa (G.S. West) Schmidle Micractinium pusillum Fresenius Monoraphidium braunii (Nägeli) Komárková-Legnerová M. contortum (Thuret) Komárková-Legnerová M. dybowskii (Wolłoszyńska) Hindak & Komárková-Legnerová M. griffithii (Berkeley) Komárková-Legnerová M. minutum (Nägeli) Komárková-Legnerová Monoraphidium sp. Oocystis elliptica West O. lacustris Chodat Pediatrum duplex Meyen P. tetras (Ehrenberg) Ralfs Radiococcus planctonicus Lund Scenedesmus acuminatus (Lagerhein) Chodat S. acuminatus var. elongatus G. M. Smith S. acutus Meyen S. arcuatus Lemmermann S. bicaudatus (Hansgirg) Chodat S. bijugus (Turpin) Kützing 1833 S. brevispina (G. M. Smith) Chodat S. decorus Hortobágyi S. decorus var. bicaudatus granulatus (Hortobágyi) Uherkovich S. denticulatus Lagerhein S. ecornis (Erhrenberg) Chodat S. opoliensis A.G.Richter S. ovalternus Chodat S. quadricaudata (Turpin) Brébisson Scenedesmus sp.1 Scenedesmus sp.2 Sphaerocystis schroeterii Chodat Tetraedron incus (Teiling) G. M. Smith T. trigonum (Nägeli) Hansgirg Tetrastrum triangulare (Chodat) Komárek Troschia sp. Ulothrix sp. BACILLARIOPHYCEAE Achnantidium exiguum (Grunow) Czarnecki A. minutissimum (Kützing) Czarnecki Aulacoseira distans (Ehrenberg) Simonsen
141
ZYGNEMAPHYCEAE Closterium setaceum Ehrenber ex Ralfs Closterium sp. Cosmarium vexatum W. West C.candianum Delponte Cosmarium sp.1 Cosmarium sp.2 Cosmarium sp.3 Cosmarium sp.4 Mougeotia sp. Staurastrum pingueTeiling Staurastrum sp.1 Staurodesmus cuspidatus (Brébisson ex Ralfs) Teiling S. sellatus Teiling Staurodesmus sp.1 Staurodesmus sp.2 Staurodesmus sp.3 Xanthidium sp. EUGLENOPHYCEAE Euglena acus Ehrenberg Euglena sp. Lepocinclis ovum (Ehrenberg) Lemmermann Lepocinclis sp. Phacus acuminatus Stokes P. caudatus Hübner P. curvicauda Swirenko P. longicaudata (Erhrenber) Duj. P. suecicus Lemmermann Strombomonas fluviatillis (Lemmermann) Deflandre S. verrucosa (Daday) Deflandre Trachelomonas armata (Ehrenberg) F.Stein T. híspida (Perty) F.Stein T. oblonga Lemmermann T. volvocina Ehrenberg Trahelomonas sp. CRYPTOPHYCEAE Chroomonas sp. Cryptomonas brasiliensis A.Castro, C.Bicudo e D.Bicudo C. curvata Ehrenberg C. erosa Ehrenberg C. marsonii Skuja C. ovata Ehrenberg Rhodomonas lacustris Pascher & Ruttner
A. granulata var. granulata (Ehrenberg) Simonsen A. granulata var. angustissima (O Müller) Simonsen Bacillariophyceae sp.1 Bacillariophyceae sp.2 Bacillariophyceae sp.3 Bacillariophyceae sp.4 Bacillariophyceae sp.5 Cyclotella meneghiniana Kützing C. stelligera (Cleve & Grunow) V. Heurck Cymbella sp. Eonotia asterionelloides F.Hustedt Fragillaria capucina Desmazieres Frustulia rhomboides (Ehrenberg) De Toni Gomphonema sp.1 Gomphonema sp.2 Gyrosigma sp. Navicula cryptocephalla Kützing N. cuspidata Kützing N. pupula Kützing Navicula sp.1 Navicula sp.2 Nitszchia acicularis (Kützing) W. Smith N. obtusa W. Smith N. palea (Kützing) W. Smith Synedra acus Kützing Urosolenia eriensis (H.L. Smith) F.E. Round & R.M. Crawford CHRYSOPHYCEAE Chrysophyceae sp. Dinobryon bavaricum Imhof D. sertularia Ehrenberg Mallomonas sp. DINOPHYCEAE Gymnodinium sp. XANTHOPHYCEAE Ophiocytium sp.
142
4.5.2 Freqüência de Ocorrência
Três espécies se destacaram pela freqüência de ocorrência: Cryptomonas brasiliensis,
considerada constante (F>80%) em todos os ambientes estudados; Closteriopsis acicularis,
constante no Rio e na estação 2 da lagoa do Coqueiral; e Phormidium sp., constante na Lagoa
dos Cavalos. A Tabela 22 apresenta a freqüência de ocorrência de todas as espécies
encontradas.
4.5.3 Riqueza
No Rio Paranapanema foi encontrada a maior variação no número de táxons ao longo
do período de estudo (CV = 59%), de 2 a 45 táxons. Maiores quantidades foram registradas
no início do estudo até as primeiras coletas de dezembro de 2004, enquanto que valores
menores foram obtidos de meados de janeiro em diante (Figura 51 A). A média nesse
ambiente foi de 19 espécies (DP = 11; CV = 59), similar à encontrada na Lagoa do Coqueiral;
no entanto, na lagoa a variação foi menos intensa (Dp = 7; CV = 38), de 4 a 37 táxons, com
quantidades maiores no início de dezembro de 2004 e menores no começo de fevereiro de
2005. Na Lagoa do Camargo, a média foi de 12 espécies (DP = 5, CV = 45%), variando de 5 a
26 táxons, com quantidade mais elevada no início do estudo (novembro de 2004) e reduzida
no final (10/fev/05) (Figura 51 B). A média na Lagoa dos Cavalos foi de 15 espécies (DP = 6,
CV = 40%), com número menor no início de dezembro de 2004 e maior no final de fevereiro
de 2005 (Figura 51 A). Valores médios, desvios padrão e coeficientes de variação são
apresentados na Tabela 40 e 41, no Apêndice.
143
Tabela 22: Freqüência de ocorrência (%) das espécies fitoplanctônicas nas diferentes estações de coleta entre julho de 2004 e julho de 2005. (O preenchimento do fundo dos números representa a classificação quanto à freqüência: preto para as espécies constantes, cinza escuro para as freqüentes, cinza claro para as comuns e branco para as raras.)
R.Paranapanema L.Camargo L.Coqueiral Táxons P1 P2 P1 P2 P1 P2
L. Cavalos
Cyanobacteria Anabaena planctonica A.spiroides Anabaena sp. Aphanizomenon sp. Aphanocapsa delicatissima A. elachista Aphanotece minutissima Chroococcus dispersus C. minutus Cylindrosp.ermopsis raciborskii Coelomorum sp. Lyngbia sp. Merismopedia tenuissima Microcystis aeroginosa M. elachista M. panniformis Myxobaktron sp. Nostochopsis sp. Oscillatoria simplicissima O. homogenea Oscillatoria sp. Phormidium sp. Planktothrix sp. Pseudanabaena sp. Spirulna meneghiniana Synechococcus sp. Synechocystis aquatilis
24 - -
36 -
12 28 8
24 8 4 4 - 8 4 8
12 4 -
32 -
16 4 - 4 4 8
12 - -
44 8
12 28 12 12 4
20 -
28 4 4
12 4 - 8
16 -
20 4 - - - -
8 - - 4
13 29 21 13 46 -
17 -
67 4 - -
13 4 -
21 - 8 - - - 8 8
8 - - -
13 21 21 21 33 -
21 -
63 4 4 -
21 8 - 8 - 8 - - - - 4
4 4 4
16 16 32 52 12 64 4 4 -
32 4 -
12 48 4 4
32 16 36 - - - 8
12
- - -
12 16 16 32 4
60 8 4 - 8 - 8 4
52 4 4
12 4
44 - - - 4 4
4 - -
17 26 43 13 22 74 -
35 -
17 - - 4
48 - 9
57 30 91 13 9 -
13 17
Chlorophyceae Actinastrum gracillimum A. hantzschii Actinastrum sp. Ankistrodesmus falcatus Ankyra sp. Botryococcus braunii Chlamydomonas sp. Chlorella vulgaris Chlorella sp. Chlorococcalles sp. Chlorophyceae sp. Chlorogonium fusiforme Chlorogonium sp. Closteriopsis acicularis C.setiforme Coelastrum cambricum C. microporum Crucigenia fenestrata C. quadrata Crucigenia sp. Crucigeniella rectangularis Desmatractum indutum Desmodesmus armatus Diacanthos sp. Dictyosphaerium ehrenbergianum
4 16 4
12 - - -
52 12 4 - - -
92 8
16 - 4 8
28 -
20 4 - -
- 12 - 8 - - 4
56 16 - 4 - -
96 12 20 4 - 4
32 4
32 4 - 8
- 4 - - - 8 4
33 8 - - 8 8
67 4
13 - - 8
13 - - - 4 -
- - - - - 4 4
25 - 4 -
21 -
54 8 4 - 4 4 8 - 8 - - 4
4 4 - 8 8
20 4
48 8 8 -
12 4
68 4
12 - - 4 8
16 12 8 - 4
- - - - - - 8
20 16 8 - 4 -
80 - 8 4 4 4 4 8 8 - - 4
4 - - 4 4 4
17 17 4 - - 4 -
43 4 4 - 4
26 - 9 - - - 4
144
D. pulchellum Dimorphococcus lunatus Eudorina sp. Eutetramorus fottii E. tetrasporus Golenkinia radiata Kirchineriella lunaris K. obesa Micractinium pusillum Monoraphidium braunii M. contortum M. dybowskii M. griffithii M. minutum Monoraphidium sp. Oocystis elliptica O. lacustris Pediastrum duplex Pediastrum tetras Radiococcus planctonicus Scenedesmus acuminatus S. acuminatus var. elongatus Scenedesmus acutus Scenedesmus arcuatus Scenedesmus bicaudatus Scenedesmus bijugus Scenedesmus brevispina Scenedesmus decorus Scenedesmus decorus var. bicaudatus Scenedesmus denticulatus Scenedesmus ecornis Scenedesmus opoliensis Scenedesmus ovalternus Scenedesmus quadricaudata Scenedesmus sp.1 Scenedesmus sp.2 Sphaerocystis schroeterii Tetraedron incus Tetraedron trigonum Tetrastrum triangulare Troschia sp.1 Ulothrix sp.
28 -
24 -
28 48 16 16 12 4
60 4
12 24 4 8 8 - 4 - - - 4 -
28 28 12 - -
24 4 4 -
44 - -
16 8 4
20 - 4
24 - 8 4
36 40 8
20 16 16 48 -
20 4 - 4 4 8 4 -
28 16 4 -
32 28 12 4 4
32 4 - -
48 4 4
16 - -
20 - 8
- - 4 -
21 8 - - 8 8
29 4 -
17 -
13 8 - - 4 - 4 - 4 8 8 4 - - - 4 - - 8 - - - - - 8 - -
4 - 4 4
33 13 - 4 - 8
24 4 - 8 4 8 - - - 4 - - - - - - 4 - - - 4 - - - - - 4 - - 8 - 4
8 4 4 -
20 20 8
20 8
20 36 -
24 24 -
12 4 - - 8 4 8 - -
12 8
16 - -
24 12 4
12 36 12 -
16 - - 4 4 -
4 - - 4
28 8 4
12 -
20 32 -
12 8 -
12 8 - -
20 - - 4 - 4 - 4 - -
12 - - -
24 - -
12 - - - - -
- - - - -
17 - - 4 9
22 4 9
13 4 - - - 4 4 4 - - - 4 4
13 - -
22 4 - - 4 - - - 4 4 4 9 -
Cryptophyceae Chroomonas sp. Cryptomonas brasiliensis Cryptomonas curvata Cryptomonas erosa Cryptomonas marsonii Cryptomonas ovata Rhodomonas lacustris
- 92 - 8
24 16 4
- 84 -
20 12 8 4
4 100
4 25 25 21 13
4 96 4
38 21 17 21
8 96 8
36 40 4
28
8 96 -
20 32 16 20
9 96 -
13 22 9
30 Chrysophyceae Chrysophyceae sp. Dinobryon bavaricum Dinobryon sertularia Mallomonas sp.
4 12 4 8
4 20 12 8
25 8 -
46
50 4 -
54
16 4 8
36
32 - -
32
- - - -
145
Zygnemaphyceae Closterium setaceum Closterium sp. Cosmarium vexatum Cosmarium candianum Cosmarium sp.1 Cosmarium sp.2 Cosmarium sp.3 Cosmarium sp.4 Mougeotia sp. Staurastrum pingue Staurastrum sp. Staurodesmus cuspidatus Staurodesmus sellatus Staurodesmus sp.1 Staurodesmus sp.2 Staurodesmus sp.3 Xanthidium sp.
- 4 - - 4 - - - -
12 4
12 - - 4
12 -
4 8 - - - 4 4 - -
12 - 4 - 4 8
20 -
- -
13 - - - -
13 - - - - - 4 - - 4
- -
17 - - - - 4 - 4 - - - - - - -
- -
12 8 - - - - - 4 - 4 4 4 - 4 4
- - 4
12 - - - - - 4 - - - - - - -
- 4 - - - - - - 4 4 4 - - - - - -
Euglenophyceae Euglena acus Euglena sp. Lepocinclis ovum Lepocinclis sp. Phacus acuminatus Phacus curvicauda Phacus caudata Phacus longicaudata Phacus suecicus Strombomonas fluviatillis Strombomonas verrucosa Trachelomonas armata Trachelomonas hisp.ida Trachelomonas oblonga Trahelomonas sp. Trachelomonas volvocina
4 8 4 8 4 - - - - -
12 8 8
24 -
16
- 20 16 4 4 - - 4 - 4 4 4 8 8 - 8
4 8 8 - - - - - - - 4 8 - - - 4
- 13 4 4 4 - - - - - 4
13 4 8 - 4
8 24 20 - 8 - - - - -
12 8
12 28 -
28
8 20 20 - 4 4 4 - - 4 8 4
20 40 -
40
22 30 13 4
13 4 4 4 9 9 9
13 26 48 4
52 Dinophyceae Gymnodinium sp. 12 - 4 4 - - 4 Bacillariophyceae Achnantidium exiguum Achnantidium minutissimo Aulacoseira distans Aulacoseira granulata var. angustissima Aulacoseira granulata var. granulata Bacillariophyceae sp.1 Bacillariophyceae sp.2 Bacillariophyceae sp.3 Bacillariophyceae sp.4 Bacillariophyceae sp.5 Cyclotella meneghiniana Cyclotella stelligera Cymbella sp. Eonotia asterionelloides Fragillaria capucina Frustulia romboides Gomphonema sp.1 Gomphonema sp.2 Gyrosigma sp. Navicula cryptocephalla Navicula cuspidata
4 60 12 16
44 12 12 - 4 -
36 44 8 4 8 8 4
40 4
32 8
4 44 4
20
52 - - 4 - -
40 52 - 4
16 - 4
24 -
36 -
8 38 -
13
13 4 - - - 4
46 33 - - - - -
25 -
13 -
4 13 - 4
17 - - - - -
33 33 - - 4 - 4
24 4 - -
12 68 -
16
28 4 - - - -
16 20 4 - 4 - 4
24 -
32 -
4 64 -
20
16 4 - - - 4
24 28 - -
12 12 -
32 -
36 -
- 57 - - -
13 - - - - 4 9 4 4 - - -
43 -
13 -
146
Navicula pupula Navicula radiosa Navicula sp. Nitszchia acicularis Nitszchia obtusa Nitszchia palea Synedra acus Urosolenia eriensis
12 8 -
16 28 32 20 16
8 8 -
12 24 32 20 8
4 4 - 4
25 17 - -
- 4 -
13 21 4
21 4
- 8 -
24 52 32 32 4
4 12 4
32 44 16 36 -
9 9 -
26 30 22 13 -
0
10
20
30
40
50
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Riq
ue
za (
nº
táxo
ns)
Rio P1 Rio P2 CavalosA
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0
10
20
30
40
50
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Riq
ueza
(nº
táxo
ns)
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2B
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 51: Variação da Riqueza Fitoplanctônica (nº de táxons) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), durante o estudo intensivo. . (As legendas P1 e P2 correspondem as estações 1 e 2 de cada ambiente e, Cm e Cq, as Lagoas Camargo e Coqueiral, respectivamente).
147
4.5.4 Densidade Total e Porcentagem de Contribuição das Classes
Na lagoa dos Cavalos foram encontrados os maiores valores médios (1459 ind./mL) e
máximos (6552 ind./mL) de densidade fitoplanctônica, entre todos os ambientes de estudo,
assim como o maior coeficiente de variação (1087%). Nos outros ambientes, a média foi de
515 a 636 ind./mL no Rio Paranapanema e na Lagoa do Camargo e, de 775 a 820 ind./mL na
lagoa do Coqueiral (Tabela 23). Valores médios, desvios padrão e coeficientes de variação
são apresentados na Tabela 40 e 41, no Apêndice.
Tabela 23: Valores médios, mínimos, máximos, desvios padrão e coeficientes de variação das densidades fitoplanctônicas nas diferentes estações de coleta, durante o período de estudo intensivo.
Rio L. Camargo L. Coqueiral P1 P2 P1 P2 P1 P2
L. Cavalos
Média 515 636 596 572 775 820 1459 Mínimo 151 90 85 126 28 85 69 Máximo 1315 1933 2097 1953 1498 1955 6552 DP 527 702 631 534 678 828 2182 CV(%) 735 718 787 752 600 672 1087
Na Lagoa do Camargo e no Rio Paranapanema, elevadas densidades do fitoplâncton
foram obtidas em 20/12/04, valores mais baixos foram registrados entre 21/01 e 01/02/05
(Figuras 52 e 53). No Rio, as maiores densidades foram de Chlorophyceae, com valores
máximos de 1340 ind./mL, em 04/01/05, sendo Closteriopsis acicularis a espécie
predominante. Bacillariophyceae foi a segunda classe mais representativa, seguida de
Cryptophyceae (Figura 51). Na lagoa do Camargo, Cryptophyceae (Cryptomonas brasiliensis)
predominou ao longo de toda amostragem (maior densidade, em torno de 1447 ind/mL, obtida
em 20/12/04). Mesmo após o pulso hidrológico, verificado em torno de 24/01/05, a densidade
da classe diminuiu (média após o pulso de 300 ind/mL), mas continuou superior as demais
classes (Figura 53).
Na Lagoa dos Cavalos, valores de densidade inferiores a 500 ind./mL foram
registrados no início das coletas. Na segunda coleta de dezembro, os valores aumentaram para
2080 ind./mL e, com exceção da coleta de 10/12/2004, a variação a partir de então foi de 676
a 6552 ind./mL, registrado na última coleta. As cianobactérias foram predominantes ao longo
do estudo, exceto em duas coletas em janeiro, em que Cryptophyceae apresentou os maiores
valores de densidades e nas coletas de fevereiro, dominadas por Euglenophyceae (Figura 54).
148
A Classe Cryptophyceae também predominou na Lagoa do Coqueiral, com valores máximos
de 1431 ind./mL, em 27/12/04. As cianobactérias foram o segundo grupo mais representativo,
com densidades superiores a de Cryptophyceae, em duas coletas realizadas nos meses de
janeiro e fevereiro de 2005 (Figura 55).
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05A
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
De
nsid
ade
(ind
./mL
)
Bacillariophyceae Chlorophyceae CianobactériaEuglenophyceae Outras Cryptophyceae
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
Figura 52: Densidade das classes fitoplanctônicas nas estações 1 (A) e 2 (B), do Rio Paranapanema, durante o estudo intensivo.
149
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05A
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Bacillariophyceae Chlorophyceae CianobactériaEuglenophyceae Outras Cryptophyceae
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B Figura 53: Densidade das classes fitoplanctônicas nas estações 1 (A) e 2 (B), da Lagoa do Camargo, durante o estudo intensivo.
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Bacillariophyceae Chlorophyceae CianobactériaEuglenophyceae Outras Cryptophyceae
Nov/04 Dez/04 Jan/05
0
1100
2200
3300
4400
5500
6600
4 7 10
Dias de ColetaFev/05
Figura 54: Densidade das classes fitoplanctônicas na Lagoa dos Cavalos, durante o estudo intensivo.
150
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05A
0
500
1000
1500
2000
2500
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Bacillariophyceae Chlorophyceae CianobactériaEuglenophyceae Outras Cryptophyceae
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
Figura 55: Densidade das classes fitoplanctônicas nas estações 1 (A) e 2 (B), da Lagoa do Coqueiral, durante o estudo intensivo.
4.5.5 Espécies Dominantes e Abundantes
As espécies dominantes, selecionadas em função da densidade, no Rio Paranapanema
foram Closteriopsis acicularis, em quatro amostragens e Cryptomonas brasiliensis, em uma;
contudo, foram abundantes em quase todas as coletas. Muitos outros táxons foram abundantes
ao longo do estudo; entre as que se destacaram pela freqüência nesse ambiente estão as
diatomáceas Aulacoseira granulata var. granulata, Cyclotella menenghiniana e C. stelligera.
Na lagoa do Camargo, Cryptomonas brasiliensis foi dominante na maioria das coletas, com
baixa abundância apenas nas coletas 21 e 23, na estação 1, quando Closteriopsis acicularis e
as cianobactérias foram abundantes. As diatomáceas foram abundantes no início das coletas
(até a sexta), especialmente Aulacoseira granulata e Cyclotella spp. Na Lagoa do Coqueiral,
Cryptomonas brasiliensis foi dominante em cerca de metade das coletas e abundante nas
demais com exceção de uma amostragem. Outras espécies abundantes nesse ambiente foram
Closteriopsis acicularis, Chroococcus minutus, Myxobaktron sp., Cyclotella meneghiniana e
151
C. stelligera. Na Lagoa dos Cavalos, as cianobactérias foram dominantes na maioria das
coletas, especialmente, Chroococcus minutus. Os táxons Aphanocapsa elachista e
Myxobaktron sp. também foram dominantes em uma amostragem. Outras cianobactérias e
euglenofíceas foram abundantes na lagoa isolada; m particular, Aphanocapsa delicatissima,
Aphanotece minutíssima, Merismopedia tenuissima, Euglena sp. e espécies de
Trachelomonas.
Com as espécies dominantes e abundantes mais freqüentes foram construídos gráficos
(Figura 56 - 59) para mostrar as variações em cada ambiente, ao longo do período de estudo.
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Dez/04Nov/04 Jan/045 Fev/055A
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL
)
Agr. Cmen. Cstel. Cacic. Cbras.
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/055
B
Figura 56: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Agr: Aulacoseira granulata var granulata, Cmen: Cyclotella meneghiniana, Cstel: C. stelligera, Cacic: Closteriopsis acicularis, Cbras: Cryptomonas brasiliensis) nas estações 1 (A) e 2 (B) do Rio Paranapanema, no período de estudo intensivo.
152
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
De
nsid
ade
(ind.
/mL)
ANov/04 Dez/04 Jan/045 Fev/055
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Cs tel. Cacic. Mten. Masp Cbras.B
Nov/04 Dez/04 Jan/045 Fev/055
Figura 57: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Cstel: C. stelligera, Cacic.: Closteriopsis acicularis, Mten.: Merismopedia tenuissima, Masp.: Mallomonas sp., Cbras: Cryptomonas brasiliensis) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, no período de estudo intensivo.
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Aelac. Cmin. Mysp Tvolv. Cbras.
Nov/04 Dez/04 Jan/045 Fev/055
Figura 58: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Aelac: Aphanocapsa elachista, Cmin: Chroococcus minutus, Mysp.: Myxobaktron sp., Tvolv: T. volvocina, Cbras: Cryptomonas brasiliensis) na Lagoa dos Cavalos, no período de estudo intensivo.
153
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
ANov/04 Dez/04 Jan/045 Fev/055
0
600
1200
1800
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Den
sida
de (
ind.
/mL)
Agr. Cacic. Cmin. Mysp Cbras.B
Nov/04 Dez/04 Jan/045 Fev/055
Figura 59: Variação das densidades das espécies dominantes e abundantes (Agr: Aulacoseira granulata var granulata, Cacic: Closteriopsis acicularis, Cbras: Cryptomonas brasiliensis, Cmin: Chroococcus minutus, Mysp.: Myxobaktron sp) nas estações 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, no período de estudo intensivo. 4.5.6 Biovolume Total e Porcentagem de Contribuição das Classes
Os maiores valores de biovolume total no Rio Paranapanema foram registrados de
meados de dezembro de 2004 até as primeiras coletas de janeiro de 2005 (0,73 mm3/L, em
30/12/04) e os mais baixos, no final de janeiro e início de fevereiro (em torno de 0,01 mm3/L).
Nas Lagoas Camargo e Coqueiral, os biovolumes mais elevados foram observados em
07/02/05 (0,506 e 0,547 mm3/L, respectivamente). Na Lagoa dos Cavalos foi encontrado o
maior biovolume, entre todos os ambientes estudados (1,13 mm3/L, em 04/02/05) (Figura 60).
Valores médios, desvios padrão e coeficientes de variação são apresentados na Tabela 40 e
41, no Apêndice.
Apêndice.
154
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Coletas
Bio
volu
me
(mm
3 .L-1
)
R1 R2 Cav
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05A
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Coletas
Bio
volu
me
(mm
3.L-
1)
Cam1 Cam2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05B
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Coletas
Bio
volu
me
(mm
3 .L-1
)
Coq1 Coq2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
C
Figura 60: Variação do Biovolume Fitoplanctônica Total (mm3/L) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A), na Lagoa do Camargo (B) e na Lagoa do Coqueiral (C), durante o período de estudo intensivo.
No Rio Paranapanema foi registrada a segunda maior média de biovolume do período
(0,193 mm3/L; DP: 0,21), menor apenas do que a média da Lagoa dos Cavalos (0,199 mm3/L;
DP: 0,3). As diatomáceas predominaram em biovolume até meados de dezembro de 2004,
representadas, quase que exclusivamente, por Aulacoseira granulata e também por Cyclotella
155
spp. Da metade de dezembro a meados de janeiro, a clorofícea foi o grupo mais abundante
(Eudorina elegans e Closteriopsis acicularis); as cianobactérias predominaram do fim de
janeiro até o término das coletas (Figura 61).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
ma
ssa
Re
lativ
a
ANov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 61: Biomassa relativa (%) na estação 1 (A) e 2 (B) do Rio Paranapanema, durante o período de estudo intensivo.
As criptoficeas (Cryptomonas brasiliensis) e as cianobactérias (Aphanocapsa spp. e
Aphanotece minutíssima) foram os grupos predominantes na Lagoa do Camargo. Em algumas
amostragens, as diatomáceas também se destacaram (Cyclotella spp.), especialmente, na
estação 2 (Figura 62). Na Lagoa isolada, as maiores contribuições em biomassa foram por
parte das cianobactérias (filamentosas e chroococcales); por duas coletas Cryptophyceae
predominou e, nas coletas finais, o predomínio foi de Euglenophyceae (Trachelomonas spp. e
Euglena spp.) (Figura 63)
156
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
ANov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae OutrasB
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 62: Biomassa relativa (%) na estação 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Camargo, durante o período de estudo intensivo.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae Cryptophyceae Outras
Nov/04 Dez/0 Jan/0 Fev/0
Figura 63: Biomassa relativa (%) na Lagoa dos Cavalos, durante o período de estudo intensivo.
157
Na Lagoa do Coqueiral, as classes Bacillariophyceae (Aulacoseira granulata e
Cyclotella meneghiniana), Cryptophyceae (Cryptomonas brasiliensis) e Cyanobacteria
(colônias de Aphanotece minutissima) se alternaram em maior contribuição em biomassa; as
primeiras foram predominantes no início do estudo até meados de dezembro de 2004, a partir
daí, foram as Cryptophyceae e, mais no final do estudo, em fevereiro de 2005, as
cianobactérias contribuíram com maior biovolume (Figura 64).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
A
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
0%
20%
40%
60%
80%
100%
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Bio
mas
sa R
elat
iva
Bacillariophyceae Chlorophyceae CyanobacteriaEuglenophyceae Cryptophyceae Outras
B
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 64: Biomassa relativa (%) na estação 1 (A) e 2 (B) da Lagoa do Coqueiral, durante o período de estudo intensivo.
4.5.7 Espécies Descritoras da Comunidade
As espécies descritoras da comunidade foram selecionadas a partir de dois critérios:
espécies com densidade superior a 1% do valor de densidade total e com biovolume maior
que 1% do valor total (Tabela 24).
158
Em termos de densidade, as espécies descritoras no Rio Paranapanema representaram
72% da comunidade fitoplanctônica e, na Lagoa do Coqueiral 77%. Nas Lagoas Camargo e
Cavalos atingiram 88 e 90% da densidade total, respectivamente.
As espécies descritoras em função do biovolume representaram 84 e 85% do valor
total no Rio e na Lagoa do Coqueiral, respectivamente; e 86% nas Lagoas Camargo e
Cavalos.
Tabela 24: Espécies descritoras da comunidade fitoplanctônica de cada ambiente estudado, com base na
densidade (*) e no biovolume (°), no período de estudo intensivo (as espécies sem nenhum símbolo foram selecionadas com base na densidade e no biovolume).
Rio Paranapanema Lagoa do Camargo Lagoa do Coqueiral Lagoa dos Cavalos Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Bacillaripophyceae Achnantidium minutissimo* A.granulata var. granulata° Achnantidium minutissimo* Synedra acus° A.granulata var. angustissima* Cyclotella stelligera* A granulata var. granulata° A.granulata var. granulata Synedra acus° Cyclotella meneghiniana* Chlorophyceae Cyclotella meneghiniana Nitschia acicularis* Botryococcus braunii° C. stelligera* Chlorophyceae Synedra acus° Closteriopsis acicularis
Synedra acus° Botryococcus braunii° Eutetramorus fottii° Closteriopsis acicularis* Chlorophyceae Monoraphidium contortum* Chlorophyceae Eudorina elegans° Botryococcus braunii° M. minimum* Botryococcus braunii° Eutetramorus fottii° Chlorella vulgaris* Chlorella vulgaris* Closteriopsis acicularis Cianobacteria Closteriopsis acicularis Cyanobacteria Eudorina elegans° Aphanocapsa
delicatissima Crucigenia fenestrata* Aphanocapsa
delicatissima° Eutetramorus fottii° Aphanotece minutissima
Eudorina elegans° A. elachista° M. contortum* Chroococcus minutus* Golenkinia radiata* Aphanotece minutissima M. minimum* Gomphosp.haeria sp.* Monoraphidium contortum* Chroococcus minutus* Sphaerocystis achroeterii° Merismopedia tenuissima* M. griffithii* Merismopedia tenuissima* Myxobaktron sp.* S. quadricauda* Microcystis elachista° Cyanobacteria Oscillatoria limnetica* Sphaerocystis achroeterii° Aphanizomenon sp.° Phormidium sp. Euglenophyceae Aphanocapsa
delicatissima°
Synechococcus sp.*
Cyanobacteria Euglena sp.° A. elachista Synechocystis aquatillis* Aphanizomenon sp. Trachelomonas armata° Aphanotece minutissima
Aphanocapsa delicatissima Chroococcus minutus* Euglenophyceae A. elachista* Cryptophyceae Microcystis elachista° Euglena acus Aphanotece minutissima° Cryptomonas brasiliensis Microcystis panniformis° Euglena sp.
Microcystis panniformis° C. erosa Myxobaktron sp.* Strombomonas verrucosa° C. marsonii Trachelomonas armata Cryptophyceae Rhodomonas lacustris* Euglenophyceae T. hispida Cryptomonas brasiliensis Euglena sp.° T.oblonga C. erosa* Chrysophyceae Stromobomonas
verrucosa°
T. volvocina
Dinobryon bavaricum° Trachelomonas oblonga*
Chrysophyceae Mallomonas sp.* T. volvocina° Cryptophyceae
Dinobryon bavaricum° Cryptomonas brasiliensis Cryptophyceae Rhodomonas lacustris* Zygnemaphyceae Cryptomonas brasiliensis Closterium sp.° Rhodomonas lacustris*
159
4.5.8 Índices de Diversidade, Equidade, Dominância e Riqueza
No Rio Paranapanema, elevados valores de diversidade foram registrados no início do
estudo (máximo de 4,50 bits/ind., em 23/11/04) e, o mais baixo valor (0,50 bits/ind.), em
21/01/05. Na Lagoa dos Cavalos, a diversidade oscilou entre 1,49 (17/12/04) a 4,04 bits/ind.
(07/02/05). Nas lagoas conectadas, assim como no Rio, os índices mais altos foram
observados no início das amostragens, em novembro de 2004 e, os mais baixos, em janeiro de
2005 (máximo de 4,45 bits/ind., na Lagoa do Camargo e 3,39 bits/ind., na Lagoa do Coqueiral
(Figura 65). Valores médios, desvios padrão e coeficientes de variação são apresentados na
Tabela 40 e 41, no Apêndice.
0,0
1,5
3,0
4,5
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Div
ersi
dade
(bi
ts/in
d.)
Rio P1 Rio P2 L.Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
A
0,0
1,5
3,0
4,5
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Div
ers
idad
e (
bits
/ind
.)
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2B
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 65: Índice de diversidade (bits/ind.) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), no período de estudo intensivo.
160
As oscilações nos valores de equidade foram mais intensas nas lagoas que no Rio
Paranapanema, mas em todos os ambientes, os menores valores foram registrados nas
amostragens de 21 e 24 de janeiro de 2005 (Figura 66).
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Equ
idad
e
Rio P1 Rio P2 L.Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05A
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Equ
idad
e
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
Figura 66: Índice de equidade no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), no período de estudo intensivo.
O índice de dominância no rio Paranapanema foi inferior a 0,30, ao longo de todo o
estudo, exceto nas coletas de 21 e 24 de janeiro de 2005, quando alcançou o valor de 0,79.
Nas três lagoas foram observadas flutuações no índice de dominância durante o período
amostrado, com picos de dominância em várias coletas nos diferentes ambientes, cujo maior
valor (0,91) foi registrado na Lagoa do Camargo, em 24/01/05 (Figura 67).
161
0,0
0,3
0,5
0,8
1,0
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Dom
inân
cia
Rio P1 Rio P2 L.Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
A
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Dom
inân
cia
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
Figura 67: Índice de dominância no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), no período de estudo intensivo.
4.5.9 Estrutura de Tamanho dos Organismos Pertencentes à Comunidade
A comunidade fitoplanctônica do sistema Rio – Lagoas Marginais, durante o período
de 11 de novembro de 2004 a 10 de fevereiro de 2005, foi composta em sua maioria por
organismos nanoplanctônicos (56%), além dos microplanctônicos (29%), picoplanctônicos
(13%) e megaplanctônicos (2%) (Tabela 25).
162
Tabela 25: Agrupamento dos organismos fitoplanctônicos do sistema Rio – Lagoas Marginais, de acordo com o tamanho, durante o período de estudo intensivo.
Classes Picoplâncton (2 – 10 µm)
Nanoplâncton (10 – 50 µm)
Microplâncton (50 – 200 µm)
Megaplâncton (> 200 µm)
Baccilariophyceae 0 16 12 1 Chlorophyceae 10 36 20 0 Cyanobacteria 5 10 11 1 Zygnemaphyceae 5 9 2 1 Euglenophyceae 0 15 1 0 Chrysophyceae 0 2 2 0 Cryptophyceae 2 5 0 0 Dinophyceae 0 1 0 0 Xanthophyceae 0 1 0 0 Total 22 (13%) 95 (56%) 48 (29%) 3 (2%)
4.5.10 Taxa de Modificação da Comunidade
A taxa de modificação da comunidade oscilou bastante ao longo do período de estudo,
em todos os ambientes. No Rio Paranapanema, a variação foi de 0,156 (início de janeiro de
2005) a 0,553 .dia-1 (meados de dezembro de 2004). Na Lagoa dos Cavalos, o valor mais
baixo foi obtido no final de janeiro (0,120 .dia-1) e o mais elevado no início de fevereiro
(0,497 .dia-1), evidenciando a alta flutuação dos valores nesse período. Na Lagoa do Camargo,
as oscilações e os valores foram menores, especialmente na estação 2, onde a maior taxa foi
de 0,323 .dia-1. Na estação 1, elevados valores foram registrados no final de janeiro e início de
fevereiro. Na Lagoa do Coqueiral foi encontrada a maior taxa de modificação (0,599 .dia-1 em
03/12/04) entre todos os ambientes (Figura 68).
163
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Ta
xa d
e M
od
ifica
ção
(d
ia-1
)
Rio P1 Rio P2 L. Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
A
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Tax
a d
e M
od
ifica
ção
(d
ia-1
)
Cm P1 Cm P2 Cq P1 Cq P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
B
Figura 68: Taxa de Modificação da Comunidade (.dia-1) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), no período de estudo intensivo.
4.5.11 Clorofila mais Feofitina
As maiores concentrações de clorofila foram encontradas na Lagoa dos Cavalos, nas
quatro últimas coletas intensivas (01 a 10/02/05), com valores muito acima daqueles dos
demais ambientes, sempre maiores que 35 µg/L e atingindo 69 µg/L, em 10/02/05. Nos outros
ambientes as flutuações foram de 2,5 a 24,5 µg/L no rio, de 4,5 a 17,5 µg/L na Lagoa do
Camargo e de 5,0 a 18 µg/L na Lagoa do Coqueiral (Figura 69).
164
0
10
20
30
40
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Clo
rofil
a +
Feo
fitin
a (
ug
/L)
Rio P1 Rio P2 L. Cavalos
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
40,3 69,2
A
0
10
20
30
40
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Clo
rofil
a +
Fe
ofiti
na
(ug
/L)
Cm P1 Cm P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05B
0
10
20
30
40
11 16 20 23 26 30 3 7 10 14 17 20 23 27 30 4 7 11 14 18 21 24 28 1 4 7 10
Dias de Coleta
Clo
rofil
a +
Fe
ofit
ina
(ug
/L)
Cq P1 Cq P2
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
C
Figura 69: Clorofila mais feofitina (mg/L) no Rio Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos (A) e nas Lagoas Camargo e Coqueiral (B), no período de estudo intensivo.
4.6 Análise de Correspondência Canônica (ACC)
A ACC realizada com 16 espécies descritoras, selecionadas em função da densidade e
11 variáveis ambientais, revelou, através do Teste de Monte Carlo, que os dois primeiros
eixos foram estatisticamente significantes e representaram relações existentes entre as
variáveis ambientais e biológicas. Os eixos 1 e 2 explicaram juntos 21,8% da variância dos
dados. A correlação de Pearson espécie – ambiente foi relativamente alta (> 0,7),
demonstrando forte relação entre a distribuição das mesmas (Tabela 26).
165
Ao longo do eixo 1 pode-se observar um gradiente espacial, que alocou as unidades
amostrais da esquerda para direita, ou seja, do Rio para a Lagoa dos Cavalos. Do lado direito
do eixo 2, se agruparam todas as amostragens do Rio e algumas das Lagoas Camargo e
Coqueiral, relacionadas às elevadas concentrações de oxigênio dissolvido. Do lado esquerdo,
ficaram o restante das unidades amostrais das lagoas conectadas e todas as da Lagoa dos
Cavalos, associadas a maior transparência da água (Figura 70A).
Não foi possível identificar um gradiente em função da variação hidrométrica que
envolvesse todos os ambientes. Contudo, pode-se observar separações de alguns grupos de
unidades amostrais, como as cinco últimas amostragens da Lagoa dos Cavalos, que ficaram
bem separadas das demais. As Lagoas Camargo e Coqueiral tiveram suas unidades amostrais
divididas pelo eixo 2. Do lado direito, próximas as do Rio, agruparam-se as coletas iniciais até
as referentes à metade do período. Associadas a elas foram encontradas as espécies
descritoras pertencentes a Chlorophyceae (Closteriopsis acicularis, Chlorella vulgaris e
Monoraphidium contortum) e Bacillariophyceae (Aulacoseira granulata var. granulata,
Cyclotella meneghiniana e Cyclotella stelligera). Do lado esquerdo, juntamente com as
unidades amostrais da Lagoa dos Cavalos, pode ser observado o agrupamento da metade final
das amostragens das lagoas conectadas e, correlacionadas a elas, as cianobactérias
(Aphanocapsa delicatissima, A. elachista, Aphanotece minutíssima, Chroococcus minutus e
Myxobaktron sp.) e Euglenophyceae (Trachelomonas oblonga e T. volvocina) (Figuras 70B e
70C e Tabelas 27 e 28).
Tabela 26: Síntese dos resultados da Análise de Correspondência Canônica (ACC) realizada com onze variáveis ambientais e dezesseis variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) (N = 108).
Eixo 1 Eixo 2 Autovalores 0,272 0,093 Variância Explicada (%) 16,2 5,6 Variância Acumulada (%) 16,2 21,8 Correlação de Pearson (espécie-ambiente) 0,852 0,752 Teste de Monte Carlo (p) Autovalores 0,0010 0,0010 Teste de Monte Carlo (p) Correlações espécie-ambiente 0,0010 0,0010
166
Amin AgrgCmenCstel
Cvulg
Cacic
Mcont
AdeliAela
AminuCmin
Mten
Mysp
ToblTvolv
Cbras
Alc.Cond.
OD
SST
Transp.
N
P
Cota-3
-5
-1 1 3
-3
-1
1
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 70A: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Aminu = Aphanotece minutíssima, Amin = Achinantidium minutissimo, Cmen = Cyclotella meneghiniana, Cstel = C. stelligera, Cvulg = Chlorella vulgaris, Cacic = Closteriopsis acicularis, Chroococcus minutus, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Mten = Merismopedia tenuissima, Mcont = Monoraphidium contortum, Myxsp. = Myxobaktron sp., Tobl = Trachelomonas oblonga, Tvolv = T.volvocina).
167
1R
1Cm
1Cq
1Cv2R
2Cm2Cq
2Cv
3R
3Cm
3Cq
3Cv 4R
4Cm
4Cq4Cv
5R5Cm
5Cq
5Cv6R
6Cm
6Cq
6Cv
7R
7Cm
7Cq
7Cv 8R
8Cm8Cq
8Cv
9R
9Cm 9Cq
9Cv
10R
10Cm
10Cq
10Cv
11R11Cm
11Cq
11Cv
12R
12Cm12Cq
12Cv
13R13Cm
13Cq
13Cv
14R
14Cm
14Cq
14Cv 15R
15Cm15Cq
15Cv
16R
16Cm
16Cq16Cv17R
17Cm
17Cq
17Cv
18R
18Cm18Cq
18Cv
19R
19Cm
19Cq
19Cv
20R20Cm
20Cq
20Cv
21R21Cm
21Cq
21Cv
22R
22Cm
22Cq
22Cv
23R
23Cm23Cq
23Cv
24R 24Cm
24Cq
24Cv
25R25Cm25Cq
25Cv
26R
26Cm
26Cq
26Cv
27R27Cm
27Cq
27Cv
Alc.
Cond.
OD
SST
Transp.
N
P
Cota
CCA
Eixo 1
Eix
o 2
Grupos
1234
Figura 70B: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Aminu = Aphanotece minutíssima, Amin = Achinantidium minutissimo, Cmen = Cyclotella meneghiniana, Cstel = C. stelligera, Cvulg = Chlorella vulgaris, Cacic = Closteriopsis acicularis, Chroococcus minutus, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Mten = Merismopedia tenuissima, Mcont = Monoraphidium contortum, Myxsp. = Myxobaktron sp., Tobl = Trachelomonas oblonga, Tvolv = T.volvocina).
168
AminAgrg
CmenCstel
Cvulg
Cacic
Mcont
AdeliAela
Aminu
Cmin
Mten
Mysp
Tobl
Tvolv
Cbras
Alc.Cond.
OD
SST
Transp.
N
P
Cota
-1,5
-1,0
-0,5 0,5 1,5
-0,6
-0,2
0,2
0,6
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 70C: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Aminu = Aphanotece minutíssima, Amin = Achinantidium minutissimo, Cmen = Cyclotella meneghiniana, Cstel = C. stelligera, Cvulg = Chlorella vulgaris, Cacic = Closteriopsis acicularis, Chroococcus minutus, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Mten = Merismopedia tenuissima, Mcont = Monoraphidium contortum, Myxsp. = Myxobaktron sp., Tobl = Trachelomonas oblonga, Tvolv = T.volvocina).
Tabela 27: Coeficientes canônicos e correlações “intra-set” das variáveis ambientais com os eixos 1 e 2 da ACC, realizada com as dezesseis variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) (N = 108).
Coeficiente Canônico Coeficientes de Correlação “intra-set”
Variável
Abreviações
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 1 Eixo 2 Alcalinidade Alc -0,454 -0,061 0,632 0,647 Condutividade Cond 0,799 -0,081 0,502 0,626 Oxigênio Dissolvido OD 0,806 0,096 -0,955 -0,101 Material em Suspensão SST 0,343 0,012 0,162 0,265 Transparência Transp. -0,165 0,385 -0,223 0,199 Nitrogênio Total N 0,077 -0,312 0,637 0,246 Fósforo Total P -0,047 -0,265 0,525 0,144 Silicato Reativo Si -0,037 -0,300 0,242 0,495 Nível de Cota Cota -0,211 -0,532 -0,007 0,208 pH pH -0,175 0,261 -0,148 0,215 Temperatura Temp -0,165 -0,076 0,368 0,126
169
Tabela 28: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis biológicas (espécies descritoras com base na densidade) e os dois primeiros eixos da ordenação (N = 108).
Correlação Espécies Descritoras
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Achnantidium minutissimo Amin -0,041 0,126 Aulacoseira granulata var. granulata Agrg 0,495 0,096 Cyclotella meneghiniana Cmen 0,505 0,102 C. stelligera Cstel 0,384 0,054 Chlorella vulgaris Cvul 0,351 0,164 Closteriopsis acicularis Caci 0,470 -0,134 Monoraphidium contortum Mcont 0,355 -0,202 Aphanocapsa delicatissima Adeli -0,205 0,199 A. elachista Aelac -0,118 0,289 Aphanotece minutissima Aminu -0,056 0,048 Chroococcus minutus Cmin -0,598 0,188 Merismopedia tenuissima Mten 0,257 -0,274 Myxobaktron sp. Myxsp. -0,573 0,242 Trachelomonas oblonga Tobl -0,381 -0,431 T. vovlvocina Tvolv -0,379 -0,488 Cryptomonas brasiliensis Cbras -0,224 -0,281
A ACC realizada com 17 espécies descritoras selecionadas em função do biovolume e
de 11 variáveis ambientais, revelou, através do Teste de Monte Carlo, que os dois primeiros
eixos foram estatisticamente significantes e representaram relações existentes entre as
variáveis ambientais e biológicas. Apesar disso, a explicabilidade dos dois primeiros eixos
foram muito baixas, pois juntos explicaram apenas 9,9% da variância dos dados. (Tabela 29).
Ao longo do eixo 1 pode-se observar um gradiente espacial, que alocou as unidades
amostrais da esquerda para direita – do Rio para a Lagoa dos Cavalos. Do lado direito do eixo
2, se agruparam todas as amostragens do Rio e algumas das Lagoas Camargo e Coqueiral,
relacionadas às elevadas concentrações de material em suspensão e de oxigênio dissolvido.
Do lado esquerdo, ficaram o restante das unidades amostrais das lagoas conectadas e todas as
da Lagoa dos Cavalos, associadas a maior transparência da água, nutrientes e condutividade
elétrica (Figura 71A).
Assim como observado no gráfico da CCA, realizada com as espécies descritoras em
função da densidade, não foi possível distinguir um gradiente temporal nítido que envolvesse
todos os ambientes. Contudo, pode-se observar separações de alguns grupos de unidades
amostrais, como as quatro últimas da Lagoa dos Cavalos, que ficaram bem separadas das
demais, do lado superior do eixo 1, relacionadas, principalmente, com Euglena acus. As
amostragens das Lagoas Camargo e Coqueiral tiveram suas unidades amostrais divididas pelo
eixo 2. Do lado direito, próximas as do Rio se agruparam as coletas iniciais até as referentes à
metade do período. Associadas a elas foram encontradas as espécies descritoras pertencentes
Aulacoseira granulata var. granulata, Aphanizomenon sp., Dinobryon bavaricum, Eudorina
170
elegans e Sphaerocystis achroeterii . Do lado esquerdo do eixo 2 e inferior do eixo 1, pode ser
observado o agrupamento da metade final das amostragens das lagoas conectadas e,
correlacionadas a elas, as cianobactérias (Aphanocapsa delicatissima e Aphanotece
minutíssima). As espécies Botryococcus braunii, Closteriopsis acicularis, Cryptomonas
brasiliensis e Synedra acus se alocaram próximas ao centro dos eixos, indicando forte relação
com as unidades amostrais de todos os ambientes ao longo de todo o período estudado
(Figuras 71B e 71C e Tabelas 30 e 31).
Agrg
Sacu
Bbra
Efot
Cacic
Eeleg
Sachr
Apsp
Adeli
Aelac
Aminu
Mpan
Eacu
EspTvolv
Dbav
Cbras
Alc.
Cond.
OD
SST
Transp.
NP
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 71A: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Apsp. = Aphanizomenon sp., Aminu = Aphanotece minutíssima, Bbra = Botryococcus braunii, Cacic = Closteriopsis acicularis, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Dbav = Dinobryon bavaricum, Eeleg = Eudorina elegans, Efot = Eutetramorus fottii, Eacu = Euglena acus, Esp. = Euglena sp., Mpan = Microcystis panniformis, Sachr = Sp.haerocystis achroeterii, Sacu = Synedra acus, Tvolv = Trachelomonas volvocina).
171
1R
1Cm1Cq
1Cv
2R2Cm
2Cq
2Cv
3R3Cm
3Cq
3Cv4R
4Cm
4Cq
4Cv 5R
5Cm
5Cq
5Cv
6R
6Cm
6Cq
6Cv
7R
7Cm7Cq
7Cv
8R
8Cm
8Cq
8Cv
9R
9Cm
9Cq
9Cv
10R
10Cm
10Cq
10Cv
11R11Cm
11Cq
11Cv
12R
12Cm
12Cq12Cv
13R
13Cm13Cq
13Cv14R
14Cm14Cq
14Cv15R
15Cm15Cq15Cv
16R
16Cm
16Cq16Cv
17R
17Cm
17Cq17Cv
18R
18Cm18Cq
18Cv
19R19Cm
19Cq
19Cv
20R
20Cm20Cq
20Cv
21R
21Cm21Cq
21Cv
22R
22Cm22Cq
22Cv
23R
23Cm23Cq
23Cv
24R
24Cm24Cq
24Cv
25R
25Cm25Cq
25Cv
26R26Cm
26Cq
26Cv
27R27Cm
27Cq
27Cv
Alc.
Cond.
OD
SST
Transp.
NP
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 71B: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Apsp. = Aphanizomenon sp., Aminu = Aphanotece minutíssima, Bbra = Botryococcus braunii, Cacic = Closteriopsis acicularis, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Dbav = Dinobryon bavaricum, Eeleg = Eudorina elegans, Efot = Eutetramorus fottii, Eacu = Euglena acus, Esp. = Euglena sp., Mpan = Microcystis panniformis, Sachr = Sp.haerocystis achroeterii, Sacu = Synedra acus, Tvolv = Trachelomonas volvocina). Tabela 29: Síntese dos resultados da Análise de Correspondência Canônica (ACC) realizada com onze variáveis ambientais e dezessetevariáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) (N = 108).
Eixo 1 Eixo 2 Autovalores 0,185 0,149 Variância Explicada (%) 5,4 4,5 Variância Acumulada (%) 5,4 9,9 Correlação de Pearson (espécie-ambiente) 0,735 0,707 Teste de Monte Carlo (p) Autovalores 0,0010 0,0010 Teste de Monte Carlo (p) Correlações espécie-ambiente 0,0010 0,0010
172
Agrg
Sacu
Bbra
Efot
Cacic
Eeleg
Sachr
Apsp
Adeli
Aelac
Aminu
Mpan
Eacu
Esp
Dbav
Cbras
Alc.
Cond.
OD
SST
Transp.
NP
Eixo 1
Eix
o 2
RioL.CamargoL.CoqueiralL.Cavalos
Figura 71C: Ordenação pela ACC (eixos 1 e 2) das unidades amostrais em função das variáveis abióticas e biológicas (densidade) na estação 2 do Rio Paranapanema e das Lagoa Camargo, Coqueiral e Cavalos no período de estudo intensivo. (Os números (1 - 27) referem-se aos dias de coleta, 1 = 11/11/04 – 27 = 10/02/05; e as letras que acompanham, aos meses: n = coletas em novembro, d = coletas em dezembro, j = coletas em janeiro, f = coletas em fevereiro. Alc = alcalinidade, Cond = condutividade, OD = oxigênio dissolvidos, P = fósfor total, N = nitrogênio total, SST = material em suspensão, Transp. = transparência, Adeli = Aphanocapsa delicatissima, Aelac = A. elachista, Agr = Aulacoseira granulata, Apsp. = Aphanizomenon sp., Aminu = Aphanotece minutíssima, Bbra = Botryococcus braunii, Cacic = Closteriopsis acicularis, Cbras = Cryptomonas brasiliensis, Dbav = Dinobryon bavaricum, Eeleg = Eudorina elegans, Efot = Eutetramorus fottii, Eacu = Euglena acus, Esp. = Euglena sp., Mpan = Microcystis panniformis, Sachr = Sp.haerocystis achroeterii, Sacu = Synedra acus, Tvolv = Trachelomonas volvocina).
173
Tabela 30: Coeficientes canônicos e correlações “intra-set” das variáveis ambientais com os eixos 1 e 2 da ACC, realizada com as dezessete variáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) (N = 108).
Coeficiente Canônico Coeficientes de Correlação “intra-set”
Variável
Abreviações
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 1 Eixo 2 Alcalinidade Alc -0,216 0,241 -0,494 0,637 Condutividade Cond 0,772 0,532 -0,367 0,676 Oxigênio Dissolvido OD 0,939 -0,349 0,889 -0,282 Material em Suspensão SST 0,428 0,165 0,488 0,317 Transparência Transp. 0,029 -0,732 -0,419 -0,423 Nitrogênio Total N 0,032 -0,050 -0,369 0,538 Fósforo Total P -0,376 0,159 -0,354 0,708 Silicato Reativo Si -0,075 -0,175 0,212 0,404 Nível de Cota Cota -0,230 -0,586 -0,007 0,208 pH pH -0,082 -0,001 0,165 0,083 Temperatura Temp -0,130 -0,086 -0,473 -0,159
Tabela 31: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis biológicas (espécies descritoras com base no biovolume) e os dois primeiros eixos da ordenação (N = 108).
Correlação Espécies Descritoras
Abreviações Eixo 1 Eixo 2
Aulacoseira granulata var. granulata Agrg 0,478 0,205 Synedra acus Sacu 0,048 -0,066 Botryococcus braunii Bbra 0,003 0,008 Closteriopsis acicularis Caci 0,406 0,192 Eudorina elegans Eeleg 0,048 -0,177 Eutetramorus fottii Efot -0,133 0,197 Sphaerocystis achroeterii Sachr 0,266 0,159 Aphanizomenon sp. Apsp. 0,311 -0,045 Aphanocapsa delicatissima Adeli -0,230 -0,448 A. elachista Aelac -0,122 0,021 Aphanotece minutissima Aminu -0,024 -0,198 Microcystis panniformis Mpan -0,006 0,137 Euglena acus Eacu -0,183 0,471 Euglena sp. Esp. -0,135 0,223 T. vovlvocina Tvolv -0,441 0,119 Dinobryon bavaricum Dbav 0,240 -0,188 Cryptomonas brasiliensis Cbras -0,266 -0,031
174
5 DISCUSSÃO
5.1 Fatores Abióticos
A alteração dos grandes rios paulistas (Grande, Tiête e Paranapanema), em função da
construção de reservatórios em “cascata”, extinguiu grandes áreas de planície de inundação
laterais a esses cursos de água. No entanto, nas zonas de desembocadura dos tributários de
represas, ainda são encontradas características das áreas de várzea. Contudo, a amplitude,
duração e freqüência dos pulsos de inundação ao longo do ano são bastante influenciados pelo
manejo da barragem, pois o grande acúmulo de água nas represas atua como amortecedor dos
pulsos hidrológicos de seus tributários (HENRY, 2005; HENRY et al, 2006b).
Os processos de circulação dos ambientes lacustres estão associados, principalmente, a
estrutura térmica vertical da coluna de água. Em lagos de áreas alagáveis, os mecanismos de
mistura são ainda influenciados pela entrada de água dos rios adjacentes, durante as fases de
enchente e cheia (HUSZAR, 1994). As lagoas, na zona de desembocadura do Rio
Paranapanema na Represa de Jurumirim, apresentaram um padrão distinto em relação à
estrutura térmica, em função de suas peculiaridades. Na Lagoa do Camargo foi verificada
isotermia na maioria dos dias amostrados, fato provavelmente relacionado a grande influência
que o Rio passou a impor nesse ambiente, após o alargamento do canal de conexão, de origem
antrópica. A Lagoa do Coqueiral manteve-se isotérmica em metade das coletas; mas ambas
(Lagoas do Camargo e Coqueiral) apresentaram gradientes térmicos entre superfície e fundo
de até 3º C, em várias amostragens, os quais foram relacionados a picos de temperatura do ar
observados nesses dias em que foram registradas estratificações. Na lagoa isolada (Cavalos)
foi observada estratificação térmica (com gradiente até 3º C) em 16 das 27 coletas realizadas.
Contudo, é importante enfatizar que esse último ambiente possui dimensões e profundidades
reduzidas e que os gradientes térmicos nele encontrados podem ter sido de curta duração,
visto que as coletas aconteciam por volta das 12h, pois segundo Esteves (1998), em lagoas
tropicais rasas as diferenças de temperatura diárias são maiores que as sazonais.
O período de chuvas, na região Sudeste do Brasil, acontece na estação mais quente do
ano, no verão. No ano em que este estudo foi realizado, as chuvas mais intensas na região
ocorreram no mês de janeiro. Mas aumentos graduais no nível de água foram observados em
dezembro e se intensificaram a partir de meados de janeiro e os efeitos do pulso de inundação
foram observados da metade desse mês em diante.
No Rio Paranapanema, as principais alterações relacionadas ao aumento do nível
hidrométrico foram a elevação da concentração do material em suspensão e a diminuição na
175
profundidade de desaparecimento visual do disco de Secchi a partir de 07/01/05 e aumento na
velocidade da correnteza a partir de 21/01/05. As alterações dessas variáveis tiveram relação
direta com o aumento da precipitação, como constatado também por Moccellin (2006) e
Benassi (2006) na planície de inundação do Rio Jacupiranguinha, no Vale do Ribeira. A
maior concentração de sólidos em suspensão e os reduzidos valores de transparência são
conseqüências do aporte de material alóctone, oriundo das áreas adjacentes, sobretudo nos
eventos de precipitação e na enchente.
Para as variáveis alcalinidade, condutividade elétrica da água e oxigênio dissolvido
foram observadas reduções nos valores, a partir do final do mês de janeiro de 2005; fato
também observado nas lagoas Camargo e Coqueiral. As duas primeiras foram relacionadas à
diluição provocada pelo aumento no volume de água e a menor concentração de gás ao
processo de decomposição da matéria orgânica carreada da planície.
As lagoas conectadas ao Rio Paranapanema apresentaram comportamento semelhante,
com variações similares às encontradas no ambiente lótico. A ACP mostrou tal similaridade,
apresentando a maioria das unidades amostrais desses três ambientes bastante misturadas,
com as amostragens iniciais relacionadas a baixos níveis de cota e as finais associadas a
valores mais elevados. Considerando as variáveis físicas e químicas, não foram observadas
influências marcantes pelo pulso de inundação, fato que pode estar associado ao controle da
vazão turbinada do reservatório de Jurumirim, visto que os ambientes lacustres da região de
estudo estão sujeitos ao regime de operação da barragem (COSTA; HENRY, 2002). Contudo,
foi constatada redução na maioria das características limnológicas, inclusive na concentração
de nutrientes, no fim de janeiro, quando foi registrado aumento abrupto no nível de água dos
ambientes. No entanto, em seguida, os valores voltaram ao “normal”, ou seja, tornaram-se
semelhantes aos encontrados no período anterior à elevação hidrométrica.
Na lagoa dos Cavalos foram encontradas alterações significativas na maioria das
variáveis analisadas, como evidenciado no teste de Tukey (Tabelas 42 e 43, no Apêndice) e na
ACP (Figura 50). Estas variações ocorreram após ter sido constatado aumento no volume de
água, via fluxo hiporréico. Como conseqüência, foi observada queda na concentração de
oxigênio dissolvido (média de 3,3 mg/L para condição de anóxia), resultado do aumento da
demanda bioquímica de oxigênio para degradar a matéria orgânica particulada originada das
plantas submersas da região litorânea. Costa e Henry (2002) também constataram drástica
redução no teor deste gás na lagoa dos Cavalos, com média de 1,51 mg/L no período chuvoso.
No entanto, Martins e Henry (2004) não encontraram diminuições significativas de oxigênio
dissolvido para o mesmo ambiente na cheia, apesar de terem encontrado altas quantidades de
176
material em suspensão associados à decomposição da matéria orgânica submersa. Aumentos
significativos nos valores de alcalinidade (média de 0,471 para 0,801 meq/L) foram
registrados, devido a elevação no conteúdo de dióxido de carbono que é liberado na
decomposição das plantas inundadas. De forma similar, Costa e Henry (2002) encontraram
valores médios do período seco para o chuvoso de 0,28 para 0,85 meq/L. O mesmo ocorreu
com a condutividade elétrica da água (média de 66,6 para 122,4 µS/cm), como conseqüência
do processo de degradação acentuada ocorrido em função da submersão da vegetação pelo
aumento no nível da água, como foi observado pelos mesmos autores (média de 46,2 para
92,3 µS/cm). Contudo Martins e Henry (2004) constataram redução nos valores de
condutividade elétrica da água no período de cheia e associaram o fato ao efeito de diluição
causado pela água acumulada na lagoa isolada.
Casanova (2005), em amostragens realizadas de dezembro de 1999 a dezembro de
2000, apontou diferenças nas variáveis limnológicas da água da Lagoa dos Cavalos em
relação às Lagoas Coqueiral e Camargo e reconheceu dois períodos, de acordo com as
características ambientais: o primeiro (que corresponde ao final da enchente, cheia e início da
estiagem do presente estudo), com altos valores de material em suspensão e fósforo total e
baixos valores de transparência; e o segundo (correspondente ao período de estiagem desse
estudo), com elevadas concentrações de nitrogênio total e matéria orgânica e baixos valores
de profundidade, oxigênio dissolvido, material em suspensão e nitrato.
Em estudo sobre a direção do fluxo de água subterrânea entre o Rio Paranapanema e
as lagoas laterais (Camargo, Coqueiral e Cavalos), Carmo (2007) relatou ter encontrado um
padrão distinto de variação nas concentrações de nitrogênio, fósforo e alumínio da Lagoa dos
Cavalos, com valores mais elevados, em relação ao curso de água e as lagoas associadas.
As lagoas, na zona de transição com o Reservatório de Jurumirim, foram classificadas
por Henry (2005), segundo suas diferentes associações com o Rio Paranapanema, sendo a
Lagoa do Coqueiral com maior conectividade, a Lagoa do Camargo com ligação
intermediária e a Lagoa dos Cavalos, isolada. Panarelli (2004) e Casanova (2005) relataram
em seus trabalhos as diferenças estruturais e funcionais existentes entre os três ambientes
lacustres, em função dos distintos níveis de conexão, inclusive entre as lagoas com
permanente ligação. Embora, em alguns períodos do ciclo sazonal, as unidades amostrais de
ambas tenham se agrupado na análise de componentes principais, indicando semelhança
(Casanova, 2005).
Foi observado, neste estudo, em outubro de 2004, que o local de conexão da Lagoa do
Camargo com o Rio Paranapanema havia sido ampliado por um pescador, para facilitar a
177
passagem de seu barco. Deste modo, o grau de conectividade com o curso de água foi alterado
e as semelhanças entre os três ambientes (Rio, Camargo e Coqueiral), em relação as variáveis
físicas e químicas da água tornaram-se bastante evidentes.
Segundo Thomaz, Bini e Bozelli (2007), a inundação une corpos de água com
diferentes características hidrológicas dentro da paisagem e, como resultado, os processos
ecológicos e as comunidades bióticas nesse período tendem a ser semelhantes entre os
diferentes ambientes. A similaridade entre o Rio Paranapanema e os corpos de água
conectados (Lagoas Camargo e Coqueiral) poderia ser explicada, portanto, pela permanente
associação das lagoas com o curso de água, ligada ao fato de que o aumento da conectividade
acentua as trocas de água, sedimento, nutrientes e de organismos entre os ambientes da
planície (NEIFF, 2001; DOMITROVIC, 2003).
5.2 Comunidade Fitoplanctônica
As lagoas de planície de inundação, em função da variação hidrométrica, são regidas
por fatores controladores internos ou externos. Nos períodos de águas baixas, o controle por
fatores internos predomina sobre o por eventos externos e, no período de cheia, isso se inverte
(THOMAZ et al., 1997). Henry et al. (2006b) constataram que os processos reguladores do
metabolismo das lagoas marginais, na zona de transição Rio Paranapanema – Reservatório de
Jurumirim, durante períodos de desconexão são exclusivamente internos e, desse modo,
enquadram-se na fase denominada por Neiff (1990) como limnofase. Durante a potamofase –
lagoas conectadas ao Rio Paranapanema – situação mais comum na região, ambos os fatores
(autogênicos e alogênicos) atuam sobre a ecologia das lagoas marginais, com predomínio dos
eventos internos no período de águas baixas (estiagem) e dos externos na fase de cheia.
Dos 168 táxons do fitoplâncton encontrados no período de estudo intensivo, 66
pertenciam a Chlorophyceae. Fato comum, já que a classe contribui com a maioria das
espécies tanto em lagos tropicais como em temperados, especialmente, à ordem
Chlorococcales, como foi observado nesse estudo. Os outros grupos que mais contribuíram
para a riqueza foram Bacillariophyceae (29) e Cyanobacteria (27).
No Rio Paranapanema foi encontrado o maior número de táxons (144), seguido pela
Lagoa do Coqueiral (133). Contudo, o ambiente lótico apresentou a maior quantidade de
espécies exclusivas (18), sendo sete delas pertencentes a Zygnemaphyceae. A maior riqueza
registrada no Rio Paranapanema corrobora com os estudos de Henry (2003; 2006a), que a
associaram a variabilidade da correnteza, que poderia atuar como fator de perturbação,
178
resultando em altos valores de riqueza no curso de água, em comparação as lagoas, que
possuem maior estabilidade hidrológica. Além disso, nessa região, a redução na velocidade da
correnteza é bastante acentuada, como conseqüência da água acumulada na Represa à jusante.
Panarelli (2004) e Casanova (2005) registraram elevados valores de riqueza, diversidade e
uniformidade do zooplâncton no Rio Paranapanema e relacionaram ao carreamento de
material biológico oriundos da grande extensão do curso do Rio e dos ambientes anexos
laterais, como tributários, áreas alagáveis, lagoas e baias marginais.
Sessenta e uma espécies de algas (36%) foram comuns a todos os ambientes
estudados, enquanto que vinte e oito foram encontradas no Rio e nas lagoas conectadas
(Camargo e Coqueiral), ou seja, 53% dos táxons semelhantes, indicando a elevada associação
existente entre esses três ambientes.
O padrão de variação da riqueza e da diversidade, em função do nível hidrométrico,
também foi similar no curso de água e nas Lagoas Camargo e Coqueiral, com valores maiores
no começo do estudo (novembro até as coletas iniciais de dezembro) e menores no final de
janeiro, quando ocorreu aumento mais acentuado no nível de água. Nesse período, os índices
de equidade foram bastante baixos, enquanto que os índices de dominância foram os mais
elevados do estudo. No início de fevereiro, a riqueza e a diversidade voltaram a se elevar, mas
não alcançaram os valores máximos obtidos no início das amostragens. Desta forma,
considerando os preceitos da Hipótese do Distúrbio Intermediário (IDH) de Connell (1978),
de que a diversidade seria baixa em ambientes expostos a altos e baixos níveis de distúrbio,
mas alcançaria valores máximos em níveis de perturbação intermediária, pode-se inferir que
no Rio Paranapanema e nas lagoas conectadas, o pulso hidrológico não atua como um
distúrbio intermediário, devido ao acúmulo de água no Reservatório de Jurumirim à jusante,
que atenua os efeitos do mesmo (HENRY, 2005). Padiere et al. (2007) observaram que o
pulso de inundação, em dois grandes lagos da planície de inundação do Médio Rio Daugava
(Rússia) resultou em baixa biomassa e alta diversidade de espécies do fitoplâncton e
considerou-o como uma perturbação intermediária. O Rio Daugava e o Rio Paranapanema
têm em comum o fato de ambos possuírem séries de reservatórios em cascata. No entanto, no
primeiro, apenas a parte baixa do curso de água foi alterada.
As mudanças sazonais que ocorrem em lagoas marginais podem ser interpretadas
como resultado do desenvolvimento sucessional verdadeiro (observado nos períodos de
vazante e isolamento) associado a IDH. Distúrbios de curta duração, como pequenos pulsos,
causariam reversão (sensu Reynolds) a uma condição inicial da sucessão; enquanto que
179
distúrbios mais intensos e longos, como o período de inundação, interromperiam o processo
sucessional e uma nova sucessão seria iniciada (GARCIA DE EMILIANI, 1993).
Em lagos comuns, especialmente, em regiões temperadas, o aumento da zona de
mistura ocasionado por fortes ventos ou pelo esfriamento da camada superficial pode ser
considerado como um exemplo clássico de distúrbio, que resulta em diluição das populações
do epilimínio, aumento na concentração de nutrientes e alterações na penetração de luz
(Reynolds, 1984; Harris, 1986). Flöder e Sommer (1999) observaram que tais eventos,
induzidos experimentalmente em populações naturais do fitoplâncton, culminaram com a
máxima diversidade obtida e concluíram que houve aumento da diversidade após um regime
de distúrbio de freqüência e intensidades intermediárias e que, deste modo, a IDH pode
contribuir para solucionar o “paradoxo” do plâncton.
Em relação à densidade e a biomassa fitoplanctônica no Rio Paranapanema e nas
lagoas associadas, valores mais elevados foram encontrados entre dezembro de 2004 até
meados de janeiro de 2005, enquanto que os mais baixos foram registrados entre o fim de
janeiro e o início de fevereiro de 2005, período em que foi observado súbito aumento
hidrométrico e da velocidade da correnteza, ocasionando diluição das populações e perdas por
arrasto da correnteza. Constatações como esta, em que a inundação resulta em redução da
biomassa de algas são comuns em ambientes de áreas alagáveis e foram registrados por
Carval-Chitty (1993), Garcia de Emiliani (1993), Padiere et al. (2007) e Train e Rodrigues
(1998). No entanto, Taniguchi et al. (2005) registraram elevados valores de biomassa no
período de enchente na lagoa do Diogo no Rio Mogi-Guaçu.
A lagoa isolada (Cavalos) mostrou um padrão distinto dos demais ambientes, com
valores de riqueza, diversidade, densidade e biomassa, menores no início do estudo
(novembro e dezembro de 2004) e bem maiores nas amostragens finais (fevereiro de 2005),
após ser constatado considerável aumento no nível de água. Nesse corpo de água, que recebe
alimentação de água do Rio apenas via fluxo hiporréico, mesmo em período de cheia
(CARMO, 2007) e, pela precipitação, parece que a variação hidrométrica atuou como uma
perturbação intermediária, elevando a diversidade aos valores máximos obtidos neste estudo.
Do mesmo modo, a biomassa e a densidade também alcançaram valores elevados nesse
período e, apesar da diluição causada pelo aumento no volume de água da lagoa, parece que o
efeito da inundação também ocasionou incremento de nutrientes, sobretudo das concentrações
de fosfato dissolvido que foram mais elevadas neste período, oriundas das áreas adjacentes
inundadas e da decomposição das macrófitas submersas, que propiciou o desenvolvimento
das populações fitoplanctônicas. Além disso, pode-se considerar a existência de inóculos das
180
espécies de algas no sedimento ou em macrófitas aquáticas, que “despertaram” devido as
condições nutricionais propícias; ou ainda, por espécies constituintes do perifíton que foram
arrastadas pela massa de água durante a enchente. Um estudo de eclosão de ovos de
resistência do zooplâncton no sedimento da Lagoa dos Cavalos, realizado por Panarelli et al.
(2008), em período de extinção temporária do ambiente, registrou elevada riqueza de espécies
que “aguardavam” para recolonizar o ambiente quando as condições fossem propícias. Em
lagoas pequenas como é o caso da Lagoa dos Cavalos, parece que a diminuição da
estabilidade do ambiente tem forte relação com o aumento da diversidade, como constatado
por Madgwick et al. (2006) no Lago Esthwaite, um pequeno e eutrófico corpo de água no
Distrito do Lago Inglês (Inglaterra).
Para compreender o processo sucessional é necessário detectar a fase de equilíbrio,
caracterizada por um período entre 35 e 50 dias sem que ocorram alterações físicas no
ambiente (REYNOLDS, 1988). Harris (1986) concorda com Reynolds, ao afirmar que o
desenvolvimento da sucessão depende da estabilização do sistema e, em regiões tropicais, em
função dos diversos eventos de estratificação e mistura na coluna de água, várias seqüências
sucessionais rápidas podem ser observadas durante um ano. Diferentemente das regiões
temperadas, onde a sucessão é determinada sazonalmente (CALIJURI, 1999).
Tucci (2002), em estudo realizado no Lago das Garças, não encontrou uma fase que
pudesse ser considerada como de equilíbrio, ou seja, sem alterações físicas por um tempo
superior a 35 dias e, salientou a dificuldade em reconhecer, na seqüência sazonal, um estado
de equilíbrio. Sommer et al. (1993) recomendam observar períodos em que uma, duas ou três
espécies tenham contribuído com mais de 80% da biomassa total da amostra e verificar se
essa condição persistiu por cerca de uma ou duas semanas, sem diminuição significativa da
biomassa. Em sendo assim, Tucci (2002) observou a dominância de Coelosp.haerium
evidenter-marginatum, contribuindo com mais de 85% da biomassa total, durante cinco
semanas, quando foram encontrados também baixos valores de diversidade e da taxa de
modificação da comunidade, indicando um estágio maduro da comunidade dentro do
desenvolvimento sucessional, em que apenas as espécies adaptadas permanecem, excluindo as
demais.
Calijuri (1999) afirma que as etapas iniciais da sucessão planctônica podem ser
reconhecidas por períodos de intensa turbulência e mistura vertical, que resulta em aumento
na concentração de nutrientes e alterações na profundidade da zona eufótica. Segundo Tucci
(2002), o aumento na profundidade da zona de mistura e alterações metereológicas como
vento, resfriamento e fortes chuvas são bons indicadores de distúrbios físicos. Salienta
181
também que qualquer evento que interrompa o direcionamento previsível da sucessão para
uma provável exclusão, pode ser considerado como distúrbio e, geralmente, vem
acompanhado de redução na biomassa fitoplanctônica e aumento na disponibilidade de
recursos.
No presente estudo, um período que pudesse ser considerado como estado de
equilíbrio foi observado apenas no ambiente isolado (Lagoa dos Cavalos). Utilizando o que
foi proposto por Sommer et al. (1993) para detectar tal fase, duas espécies de Aphanocapsa
contribuíram com cerca de 80% da biomassa durante, aproximadamente cinco semanas, de 17
de dezembro de 2004 a 18 de janeiro de 2005. Em seguida, a biomassa de Aphanocapsa spp.
foi reduzida e Cryptomonas brasiliensis predominou com mais de 40% por duas coletas,
caracterizadas pelo súbito aumento no nível hidrométrico, que desestabilizou a comunidade,
favorecendo o desenvolvimento dessa espécie oportunista, sendo substituída por um pico de
elevação da biomassa de Botryococcus braunii, seguido de aumento da diversidade (Figura
72).
As cianobactérias dominaram o ambiente num período mais estável, pois a
estabilidade na coluna de água é um fator chave para o crescimento desse grupo de algas.
Reynolds (1996) descreveu o gênero Aphanocapsa como sendo bem adaptado a águas calmas,
com moderadas concentrações de nutrientes, o que justifica sua dominância na Lagoa dos
Cavalos no período de dezembro de 2004 a janeiro de 2005, antes do súbito aumento
hidrométrico. Já as Cryptophyceae apresentam picos de desenvolvimento após episódios de
perturbações, como misturas pelo vento e períodos de precipitação (KLAVENESS, 1988) e,
neste estudo o distúrbio provocado pela brusca elevação do nível de água no final de janeiro,
parece ter favorecido o desenvolvimento de Cryptomonas brasiliensis. Assim, o estágio
maduro do ecossistema foi alterado e a sucessão foi revertida a estágios iniciais, evidenciado
pelo maciço desenvolvimento de espécies pioneiras (R-estrategista) e pelo aumento da
diversidade. Nos outros ambientes essa espécie também apresentou picos de crescimento ao
longo do estudo, sendo relacionados a eventos de precipitação e/ou vento: no Rio
Paranapanema ocorreram no fim de janeiro e em fevereiro de 2005; na Lagoa do Camargo
foram freqüentes durante todo o estudo intensivo; e na Lagoa do Coqueiral foram mais
comuns de dezembro em diante.
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Apspp. Cbras Bbra Eacu Esp Tvolv
Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05
Figura 72: Porcentagem de Contribuição da Biomassa (Biovolume) na lagoa dos Cavalos, no período de estudo intensivo (Legenda: Apspp.: Aphanocapsa spp., Cbras: Cryptomonas brasiliensis, Bbra: Botryococcus braunii, Eacu: Euglena acus, Esp: Euglena sp., Tvolv: Trachelomonas volvocina).
A taxa de modificação da comunidade, obtida através do índice de diferenças
somadas, proposto por Lewis (1978), representa a variação na composição e abundância de
espécies do fitoplâncton (REYNOLDS, 1984) e pode ser considerada como um bom índice
para avaliar as mudanças ocasionadas por um distúrbio (LOPES, 1999; TUCCI, 2002).
Segundo Lopes (1999), se a taxa de modificação é baixa (< 0,05 .dia –1), significa que a
composição da comunidade flutua pouco; já índices mais altos (> 0,1 . dia –1) podem
representar mudanças abruptas, em que as populações de várias espécies declinam
simultaneamente, enquanto que outras aumentam para preencher o nicho deixado. No Rio
Paranapanema e na Lagoa dos Cavalos, a taxa de modificação da comunidade sempre foi
inferior a 0,05 .dia–1, com maiores oscilações registradas a partir do final de dezembro de
2004. As Lagoas Camargo e Coqueiral, ultrapassaram esse valor apenas no final de janeiro e
início de fevereiro de 2005, exceto na estação 2 da primeira lagoa, em que os índices
estiveram sempre em torno de 0,02 . dia–1.
Tucci (2002), no Lago das Garças, encontrou valores de taxa de modificação da
comunidade sempre superiores a 0,05 .dia-1 e as relacionou as mudanças abruptas que
acontecem no ambiente, em função dos freqüentes eventos de mistura na coluna de água.
183
Outro fator importante a destacar é a influência antrópica sobre o desenvolvimento das
comunidades naturais, entre elas o fitoplâncton. No Lago Stechlin, ambiente profundo e
oligotrófico, localizado na Alemanha, a estrutura da comunidade foi alterada pela operação da
Usina Nuclear, onde mudanças na composição de espécies foram observadas, devido as
alterações térmicas e na carga de nutrientes ocasionadas pela usina (PADISÁK et al, 1998).
Bertrand et al. (2004) registraram as alterações na comunidade ocasionadas pela operação das
barragens dos reservatórios do complexo Durance – Verdon, na França. No caso do Rio
Paranapanema, toda a sua extensão foi modificada pela construção da série de reservatórios
em “cascata”, restando apenas a área à montante do primeiro deles (Jurumirim), mas que
também sofre as influências do manejo da represa. Henry et al. (1999) mostraram a existência
de múltiplos picos de descargas de água do Rio Paranapanema, 60 Km a montante do local
deste estudo, que são indícios de que, antes da construção do Reservatório de Jurumirim, as
Lagoas Camargo e Coqueiral alternavam-se entre conectadas/desconectadas ao canal do Rio e
a região podia ser considerada uma típica planície de inundação (HENRY, 2005). Podemos
inferir que sem a interferência antrópica, caracterizada pelo manejo da barragem de
Jurumirim, possivelmente, a comunidade fitoplanctônica teria mais tempo para se auto-
organizar durante a limnofase desencadeando uma sucessão verdadeira nas Lagoas Camargo e
Coqueiral. A inundação, então, funcionaria como um distúrbio intermediário elevando as
diversidades. Aparentemente, nas condições atuais, a inundação tem ocasionado apenas um
distúrbio de baixa freqüência, sem resultar em diversidade máxima, devido a constante
entrada de água nas lagoas conectadas ao longo do ciclo sazonal. No entanto, na Lagoa dos
Cavalos, ambiente isolado, o aumento substancial do volume de água observado no final de
janeiro de 2005, pode ser considerado como uma perturbação de intensidade intermediária,
visto os elevados valores de diversidade e riqueza encontrados após a enchente, que foram os
mais elevados deste ambiente durante o período de estudo.
184
6 CONCLUSÃO
v No Rio Paranapanema e nas lagoas associadas (Camargo e Coqueiral) foi observado
um padrão similar, em relação as variáveis físicas e químicas da água, sem alterações
significativas decorrentes da elevação no nível hidrométrico, provavelmente, pelo fato
das lagoas estarem em constante troca de “informações” com o ambiente lótico e pelo
pulso de inundação ter seus efeitos atenuados pelo manejo do reservatório de
Jurumirim. Na Lagoa dos Cavalos, o aumento no nível de água do Rio resultou em
aumento na contribuição via fluxo hiporréico, dobrando a profundidade do corpo de
água e inundando áreas adjacentes, desencadeando o processo de decomposição e
alterando as variáveis limnológicas.
v O Rio Paranapanema foi o ambiente com maior número de táxons fitoplanctõnicos,
seguido da Lagoa do Coqueiral, Lagoa do Camargo e Lagoa dos Cavalos. A maior
riqueza encontrada no sistema lótico, provavelmente, está associada ao fato de que a
variabilidade da correnteza pode estar atuando como um fator de perturbação, visto
que nessa região a velocidade da mesma é reduzida, em conseqüência da água
acumulada na Represa.
v Em relação às flutuações temporais da riqueza e diversidade do fitoplâncton, no Rio
Paranapanema e nas lagoas conectadas foram encontrados adrões de variação bastante
semelhantes. Valores maiores foram observados no início do estudo (novembro de
2004) e menores no final de janeiro e início de fevereiro de 2005, quando ocorreu
aumento acentuado no nível de água. Em seguida, a riqueza e a diversidade voltaram a
aumentar, mas não atingiram os valores máximos encontrados no início do estudo,
sinalizando que nesses três ambientes, o pulso hidrológico não atuou como um
distúrbio intermediário, devido aos seus efeitos estarem atenuados pela grande
quantidade de água armazenada no Reservatório.
v As variações de densidade e biomassa (biovolume) fitoplanctônica nos três ambientes
também foram similares, com valores mais altos entre dezembro de 2004 e meados de
janeiro de 2005 e redução no fim de janeiro e início de fevereiro de 2005, por diluição
185
das populações, devido ao súbito aumento no nível hidrométrico e por perdas por
arrasto da correnteza.
v Na Lagoa dos Cavalos, um padrão distinto daquele dos demais ambientes foi
encontrado, com valores de riqueza, diversidade, densidade e biomassa, menores no
início do estudo (novembro e dezembro de 2004) e bem maiores nas amostragens
finais (fevereiro de 2005), após ser constatado aumento brusco no nível de água. Nesse
corpo de água, pode-se inferir que a variação hidrométrica atuou como uma
perturbação intermediária, elevando a diversidade aos valores máximos obtidos no
período. Do mesmo modo, a biomassa e a densidade também alcançaram valores
elevados nesse período e, apesar da diluição causada pelo aumento no volume de água
da lagoa, o efeito da inundação também ocasionou incremento de nutrientes, oriundos
da zona hiporréica e das áreas adjacentes inundadas e da decomposição das macrófitas
submersas, que propiciou o desenvolvimento das populações fitoplanctônicas. Além
disso, pode-se considerar a existência de inóculos das espécies de algas no sedimento
ou em macrófitas aquáticas, que “despertaram” devido às condições nutricionais
propícias; ou ainda, por espécies constituintes do perifíton que foram arrastadas pela
massa de água durante a enchente.
v A Lagoa dos Cavalos foi o único ambiente onde uma fase de equilíbrio pode ser
detectada, através do predomìnio de Aphanocapsa spp. durante aproximadamente
cinco semanas. A partir daí, a biomassa dessa espécie foi reduzida e Cryptomonas
brasiliensis predominou com mais de 40% por duas coletas, caracterizadas pelo súbito
aumento no nível hidrométrico, que desestabilizou a comunidade, favorecendo o
desenvolvimento dessa espécie oportunista, sendo substituída por um pico de elevação
da biomassa de Botryococcus braunii, seguido de aumento da diversidade. Assim,
parece que o estágio maduro do ecossistema foi alterado e a sucessão revertida a
estágios iniciais, evidenciado pelo maciço desenvolvimento de espécies pioneiras (R-
estrategista), seguido de aumento da diversidade.
v Sem a interferência antrópica, caracterizada pelo manejo da barragem de Jurumirim,
provavelmente, a comunidade fitoplanctônica teria mais tempo para se auto-organizar
durante a limnofase desencadeando uma sucessão verdadeira nas Lagoas Camargo e
Coqueiral. A inundação, então, funcionaria como um distúrbio intermediário elevando
186
as diversidades. Nas condições atuais, a inundação tem ocasionado apenas um
distúrbio de baixa intensidade, sem resultar em diversidade máxima, devido à
constante entrada de água nas lagoas conectadas ao longo do ciclo sazonal. No
entanto, na Lagoa dos Cavalos, ambiente isolado, o aumento substancial do volume de
água no final de janeiro de 2005 pode ser considerado como uma perturbação de
intensidade intermediária, visto os elevados valores de diversidade e riqueza
encontrados após a enchente, que foram os mais elevados deste ambiente durante o
período de estudo.
187
7 CONCLUSÃO GERAL
Os dados obtidos nas amostragens mensais e no estudo intensivo permitem apresentar as
seguintes conclusões:
v No Rio Paranapanema e nas lagoas marginais localizadas a montante do Reservatório
de Jurumirim, a principal função de força a atuar na estrutura da comunidade
fitoplanctônica é a variação hidrométrica, afetada não somente pela flutuação sazonal
e pela precipitação, mas também pelo manejo da barragem.
v A influência da variação no nível de água, nas mudanças de composição e abundância
do fitoplâncton tornou-se mais evidente no período de enchente, devido ao brusco
aumento hidrométrico que resultou em redução nos valores de densidade, biomassa e
diversidade e elevação da taxa de modificação da comunidade. Quando o nível de
água se estabilizou, os atributos da comunidade que haviam apresentado redução
voltaram a aumentar. A densidade e a biomassa algal foram mais elevadas na cheia,
entre todo o período estudado. Nas lagoas associadas ao rio (Camargo e Coqueiral), o
índice de diversidade aumentou, mas não atingiu valores máximos, que nesses
ambientes foram registrados durante a estiagem. Provavelmente, isto indica que a
diversidade pode ser atribuída a eventos autogênicos, pois nesse período (estiagem) há
maior estabilidade hidrológica nos ambientes. Na lagoa isolada (Cavalos) foram
encontrados os maiores valores do índice de diversidade, após a elevação
hidrométrica.
v Aplicando a IDH, pode-se inferir que nas lagoas Camargo e Coqueiral, o pulso
hidrológico não atua como um distúrbio intermediário, devido à constante entrada de
água do Rio. Esta permanente conexão está associada ao grande acúmulo de água no
Reservatório, que atenua os efeitos do pulso durante a inundação e os efeitos da seca,
na fase de estiagem, não permitindo que as lagoas se isolem do canal principal do Rio.
v Na Lagoa dos Cavalos, uma fase de equilíbrio foi detectada semanas antes do aumento
súbito no nível de água, através da dominância de Aphanocapsa spp., durante cinco
semanas. A seguir, a cianobactéria foi substituída por Cryptomonas brasiliensis, uma
alga R-estrategista que costuma se desenvolver bem em períodos pós-perturbação. Em
188
seguida, foi observada elevação na diversidade para os mais altos valores encontrados
nesse ambiente, que caracterizou o aumento hidrométrico como um distúrbio
intermediário.
v A presença do Reservatório à jusante da área de estudo atenua os efeitos do pulso
hidrológico, tanto no período de estiagem como no de inundação. Assim, pode-se
considerar que o comportamento da comunidade fitoplanctônica do Rio Paranapanema
e das lagoas marginais é distinto dos encontrados em planícies de inundação
verdadeiras:
- no Rio, a acentuada redução na velocidade da correnteza, devido ao grande acúmulo
de água na represa, propicia elevados valores de riqueza e diversidade de algas,
maiores até que os encontrados nas lagoas;
- nas Lagoas Coqueiral e Camargo, a permanente associação com o curso de água
descaracteriza a ação do pulso de inundação, devido à constante entrada lateral de
água e não permite que uma fase de maior estabilidade hidrológica seja alcançada no
período de estiagem, possibilitando o desenvolvimento do processo sucessional do
fitoplâncton;
- a Lagoa dos Cavalos é exceção, sendo seu comportamento mais semelhante ao das
lagoas marginais de planíceis de inundação; com estabilidade hidrológica ao longo de
todo o ano, exceto durante o período de enchente, que ocasiona um distúrbio no
ambiente, que pode ser considerado como de intensidade intemediária, devido aos
maiores valores de diversidade fitoplanctônica serem observados após o súbito
aumento no nível de água.
189
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203
APÊNDICES
204
APÊNDICE A – Complementação da Estatística
Tabela 32: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis físicas e químicas do Rio Paranapanema e da Lagoa dos Cavalos, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Variáveis Rio Paranapanema Lagoa dos Cavalos Estação 1 Estação 2 Superfície Fundo M DP CV M DP CV M DP CV M DP CV
Alcalinidade 0,411 0,06 15 0,412 0,06 14 0,593 0,13 21 0,618 0,15 25 Condutividade 64,1 12 18 63,6 10 16 80,6 17 22 87,7 20 23 pH 6,7 0,16 2 6,7 0,19 3 6,6 0,16 2 6,6 0,15 2 OD 9,2 1,3 14 9,2 1,3 14 4,2 1,1 27 2,9 1,6 53 MS 15 16 107 15 13 86 11 8 72 19 17 90 Transparência 0,83 0,30 37 0,80 0,28 35 0,91 0,30 33 - - - Profundidade - - - - - - 1,6 0,54 34 - - -
Tabela 33: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis físicas e químicas da Lagoa do Camargo, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Variáveis Lagoa do Camargo Estação 1 Estação 2 Superfície Fundo Superfície Fundo M DP CV M DP CV M DP CV M DP CV
Alcalinidade 0,386 0,05 12 0,383 0,05 13 0,386 0,05 12 0,389 0,04 11 Condutividade 60,4 7 11 60,5 7 11 60,1 6 10 60,3 6 10 pH 6,7 0,22 3 6,7 0,17 3 6,7 0,21 3 6,7 0,17 2 OD 8,3 0,9 11 7,6 1,3 17 8,4 1,0 12 7,4 1,4 19 MS 9 4 43 9 3 36 8 4 47 18 21 118 Transparência 0,84 0,40 48 - - - 0,82 0,40 49 - - - Profundidade 2,9 0,65 22 - - - 3,0 0,76 25 - - -
Tabela 34: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis físicas e químicas da Lagoa do Coqueiral, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Variáveis Lagoa do Coqueiral Estação 1 Estação 2 Superfície Fundo Superfície Fundo M DP CV M DP CV M DP CV M DP CV
Alcalinidade 0,409 0,04 11 0,411 0,05 11 0,401 0,04 11 0,383 0,07 18 Condutividade 61,6 8 13 62,9 8 12 61,8 6 10 62,1 7 11 pH 6,7 0,21 3 6,7 0,17 3 6,7 0,17 3 6,6 0,20 3 OD 7,3 1,7 23 6,6 1,9 29 6,6 1,4 22 5,6 1,3 24 MS 9 7 80 16 13 79 10 13 125 9 4 50 Transparência 0,92 0,43 46 - - - 0,95 0,37 39 - - - Profundidade 2,4 0,67 28 - - - 2,7 0,80 30 - - -
205
Tabela 35: Análise da variância fatorial (ANOVA) realizada com os dados dos diferentes ambientes e estações amostrados, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Pr > F Variáveis R Coef. Variação Ambiente Estação
Alcalinidade 0,655 15,03 <0,0001 0,8937 Condutividade 0,511 14,64 <0,0001 0,4978 pH 0,655 1,70 0,1018 0,8933 Oxigênio Dissolvido 0,896 11,17 <0,0001 <0,0001 Material em Suspensão 0,279 85,39 0,2828 0,0386 Nitrogênio Total 0,764 32,34 <0,0001 0,6869 Fósforo Total 0,601 59,00 <0,0001 0,3007
Tabela 36: Teste de Tukey realizado com os dados de algumas variáveis físicas e químicas dos diferentes ambientes, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Alcalinidade Condutividade Oxigênio Nitrogênio Fósforo Local Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey
Rio (E1) 0,41 B 64,07 B 9,16 A 321,83 B 21,99 B Rio (E2) 0,41 B 63,63 B 9,17 A 326,37 B 22,25 B
L.Camargo (E1) 0,38 B 60,44 B 7,99 B 273,59 B 20,84 B L.Camargo (E2) 0,38 B 60,22 B 7,87 B 250,83 B 23,46 B L.Coqueiral (E1) 0,41 B 62,78 B 7,02 C 334,28 B 24,58 B L.Coqueiral (E2) 0,39 B 61,92 B 6,11 D 296,62 B 21,67 B
L.Cavalos 0,58 A 82,78 A 3,67 E 540,92 A 51,85 A
Tabela 37: Teste de Tukey realizado com os dados de algumas variáveis biológicas dos diferentes ambientes, no período de julho de 2004 a julho de 2005.
Riqueza Densidade Diversidade Clorofila Local Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey
Rio (E1) 21 A 627 B 404 A 7,6 B Rio (E2) 19 AB 625 B 377 A 8,9 B
L.Camargo (E1) 15 B 711 B 167 B 8,6 B L.Camargo (E2) 14 B 690 B 147 B 7,8 B L.Coqueiral (E1) 21 A 657 B 188 B 9,2 B L.Coqueiral (E2) 17 AB 744 B 180 B 9,5 B
L.Cavalos 14 B 1576 A 324 A 29,5 A
206
2R12R2
2Cm1S2Cm1F2Cm2S2Cm2F
2Cq1S2Cq1F
2Cq2S2Cq2F
2CvS
2CvF
3R13R2
3Cm1S 3Cm1F3Cm2S
3Cm2F
3Cq1S
3Cq1F3Cq2S
3Cq2F
3CvS
3CvF
4R1
4R2
4Cm1S
4Cm1F 4Cm2S4Cm2F4Cq1S
4Cq1F4Cq2S
4Cq2F
4CvS
4CvF
5R15R2
5Cm1S5Cm1F
5Cm2S
5Cm2F5Cq1S
5Cq1F
5Cq2S
5Cq2F5CvS
5CvF
6R16R2
6Cm1S6Cm1F
6Cm2S6Cm2F
6Cq1S6Cq1F6Cq2S
6Cq2F
6CvS
6CvF 7R17R2
7Cm1S
7Cm1F
7Cm2S7Cm2F
7Cq1S7Cq1F
7Cq2S
7Cq2F
7CvS
7CvF
8R18R2
8Cm1S8Cm1F
8Cm2S
8Cm2F
8Cq1S
8Cq1F8Cq2S8Cq2F
8CvS8CvF
9R19R2
9Cm1S9Cm1F
9Cm2S
9Cm2F
9Cq1S9Cq1F
9Cq2S9Cq2F
9CvS
9CvF
10R1
10R210Cm1S10Cm1F
10Cm2S10Cm2F10Cq1S
10Cq1F
10Cq2S
10Cq2F10CvS
10CvF
11R111R2
11Cm1S11Cm1F
11Cm2S11Cm2F
11Cq1S11Cq1F
11Cq2S11Cq2F
11CvS
11CvF
12R1
12R2
12Cm1S12Cm1F
12Cm2S
12Cm2F
12Cq1S12Cq1F12Cq2S12Cq2F
12CvS12CvF
13R113R2
13Cm1S13Cm1F13Cm2S
13Cm2F
13Cq1S13Cq1F
13Cq2S
13Cq2F
13CvS
13CvFAlc
Cond
OD
Transp
NTPT
Si
Cota
Eixo 1
Eix
o 2
Figura 73: ACP contendo todas as estações de coleta, no período de julho de 2004 a julho de 2005 (Legenda: os números de 1 a 13, correspondem aos meses – 1 = julho de 2004, 2 = agosto, 3 = setembro, 4 = outubro, 5 = novembro, 6 = dezembro, 7 = janeiro de 2005, 8 = fevereiro, 9 = março, 10 = abril, 11 = maio, 12 = junho, 13 = julho; as letras – S = superfície e F = fundo; as estações – R1 = Estação 1 do Rio, R2 = Estação 2 do Rio, Cm1 = Estação 1 da Lagoa do Camargo, Cm2 = Estação 1 da Lagoa do Camargo, Cq1 = Estação 1 da Lagoa do Coqueiral, Cq2 = Estação 2 da Lagoa do Coqueiral, Cv = Lagoa dos Cavalos).
Tabela 38: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis físicas e químicas do Rio Paranapanema e da Lagoa dos Cavalos, durante o estudo intensivo.
Variáveis Rio Paranapanema Estação 1 Estação 2
Lagoa dos Cavalos
M DP CV M DP CV M DP CV Alcalinidade 0,346 0,06 17 0,349 0,06 17 0,525 0,12 23 Condutividade 54,8 11 20 54,5 10 18 74,5 18 25 pH 6,6 0,21 3,2 6,6 0,18 2,8 6,6 0,15 2,4 OD 8,0 1,3 17 8,1 1,0 13 2,8 1,5 53 MS 34,6 20 57 35,8 23 65 9,5 10 103 Transparência 0,47 0,17 36 0,48 0,17 36 0,86 20 23
207
Tabela 39: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis físicas e químicas das Lagoas Camargo e Coqueiral, durante o estudo intensivo.
Variáveis Lagoa do Camargo Lagoa do Coqueiral Estação 1 Estação 2 Estação 1 Estação 2 M DP CV M DP CV M DP CV M DP CV
Alcalinidade 0,355 0,04 11 0,355 0,03 10 0,385 0,05 12 0,396 0,05 12 Condutividade 55,5 6 10 55,7 6 10 59,2 7 13 60,9 8 13 pH 6,6 0,19 2,9 6,6 0,16 2,5 6,6 0,13 2,0 6,6 0,11 17 OD 7,5 1,3 17 7,5 1,1 14 6,5 1,3 20 5,8 1,2 21 MS 17,2 6 35 17,2 7 42 16,1 6 40 15,8 9 58 Transparência 0,39 0,08 20 0,40 0,06 16 0,48 11 22 0,52 12 23
Tabela 40: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis biológicas no Rio Paranapanema e da Lagoa dos Cavalos, durante o estudo intensivo.
Variáveis Rio Paranapanema Estação 1 Estação 2
Lagoa dos Cavalos
M DP CV M DP CV M DP CV Riqueza 19,3 11 56 19,1 11 59 14,7 6 40 Densidade 515 360 70 636 506 79 1459 1615 111 Biovolume 0,193 0,21 111 0,166 0,15 92 0,199 0,30 149 Diversidade 3,21 0,8 23 3,15 0,9 28 2,60 0,7 28
Tabela 41: Média (M), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) de algumas variáveis biológicas das Lagoas Camargo e Coqueiral, durante o estudo intensivo.
Variáveis Lagoa do Camargo Lagoa do Coqueiral Estação 1 Estação 2 Estação 1 Estação 2 M DP CV M DP CV M DP CV M DP CV
Riqueza 12 5 45 11,7 5 44 19,3 7 38 17,0 5 32 Densidade 596 529 89 571 436 76 775 483 62 819 527 64 Biovolume 0,077 0,10 132 0,073 0,10 136 0,153 0,14 94 0,133 0,10 73 Diversidade 2,30 0,6 28 2,10 0,7 34 3,09 0,8 25 2,70 0,7 28
Tabela 42: Teste de Tukey realizado com os dados de algumas variáveis físicas e químicas dos diferentes ambientes, durante o estudo intensivo.
Alcalinidade Condutividade Oxigênio Nitrogênio Fósforo Local Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey
Rio (E1) 0,347 C 54,8 B 7,9 A 519 BC 42 B Rio (E2) 0,349 BC 54,5 B 8,1 A 515 BC 47 B
L.Camargo (E1) 0,355 BC 55,5 B 7,5 A 428 C 44 B L.Camargo (E2) 0,355 BC 55,7 B 7,5 A 433 C 48 AB L.Coqueiral (E1) 0,384 BC 59,1 B 6,5 B 540 B 48 AB L.Coqueiral (E2) 0,396 B 60,9 B 5,8 C 531 BC 43 B
L.Cavalos 0,525 A 74,5 A 2,8 D 836 A 69 A
208
Tabela 43: Teste de Tukey realizado com os dados de algumas variáveis físicas e químicas dos diferentes ambientes, durante o estudo intensivo.
Material Suspenso Temperatura pH Transparência Local Média Tukey Média Tukey Média Tukey Média Tukey
Rio (E1) 34,6 A 22,9 B 6,6 A 0,47 BC Rio (E2) 35,8 A 22,8 B 6,6 A 0,47 BC
L.Camargo (E1) 17,2 B 24,1 A 6,6 A 0,39 C L.Camargo (E2) 17,2 B 24,0 A 6,6 A 0,40 C L.Coqueiral (E1) 16,1 B 23,9 A 6,6 A 0,48 BC L.Coqueiral (E2) 15,8 B 24,3 A 6,6 A 0,52 B
L.Cavalos 9,5 B 24,5 A 6,6 A 0,86 A
1R11R2
1Cm11Cm2
1Cq1
1Cq2
1Cv
2R1
2R2
2Cm12Cm2
2Cq1
2Cq2
2Cv
3R13R2
3Cm1
3Cm23Cq1
3Cq2
3Cv
4R14R2
4Cm1
4Cm2
4Cq14Cq2
4Cv
5R15R2 5Cm15Cm2
5Cq1
5Cq2
5Cv
6R1
6R2
6Cm1
6Cm2
6Cq1
6Cq2
6Cv
7R17R2
7Cm1
7Cm27Cq17Cq2
7Cv
8R18R2
8Cm18Cm2
8Cq18Cq2
8Cv 9R19R2
9Cm19Cm2
9Cq19Cq2
9Cv
10R110R2
10Cm1
10Cm2
10Cq110Cq2
10Cv11R1
11R2
11Cm1
11Cm2
11Cq111Cq2
11Cv
12R112R2
12Cm112Cm2
12Cq112Cq2
12Cv13R1
13R213Cm1
13Cm2
13Cq1
13Cq2
13Cv
14R114R2
14Cm114Cm2
14Cq1
14Cq2
14Cv15R1
15R2
15Cm115Cm215Cq1
15Cq2
15Cv
16R116R2
16Cm116Cm216Cq116Cq2
16Cv
17R117R2
17Cm117Cm217Cq1
17Cq2
17Cv 18R118R2
18Cm118Cm2
18Cq1
18Cq2
18Cv
19R119R2
19Cm119Cm2
19Cq1
19Cq2
19Cv
20R1
20R2
20Cm1
20Cm2
20Cq1
20Cq2
20Cv 21R121R2
21Cm1
21Cm2
21Cq1
21Cq2
21Cv
22R122R2
22Cm1
22Cm2
22Cq122Cq2
22Cv
23R123R2
23Cm1
23Cm223Cq123Cq2
23Cv
24R1
24R224Cm124Cm2
24Cq124Cq2
24Cv
25R125R225Cm125Cm2
25Cq1
25Cq2
25Cv26R126R2
26Cm126Cm2
26Cq126Cq2
26Cv 27R1
27R227Cm127Cm2
27Cq127Cq2
27Cv
Alc.Cond.
pH
OD
Transp.N P
Si
Cota
-10
-5
-6 -2 2
-3
-1
1
3
PCA
Axis 1
Axi
s 2 Grupos
1234567
Figura 74: ACP contendo todas as estações de coleta, durante o estudo intensivo. (Legenda: os números de 1 a 27, correspondem as datas de coletas – 1 = 11/11/2004 ... 27 = 10/02/2005; as estações – R1 = Estação 1 do Rio, R2 = Estação 2 do Rio, Cm1 = Estação 1 da Lagoa do Camargo, Cm2 = Estação 1 da Lagoa do Camargo, Cq1 = Estação 1 da Lagoa do Coqueiral, Cq2 = Estação 2 da Lagoa do Coqueiral, Cv = Lagoa dos Cavalos).
209
APÊNDICE B – Fotos do Local de Estudo
Figura 75: Rio Paranapanema, a montante do Reservatório de Jurumirim (Foto tirada em dezembro de 2004).
Figura 76: Entrada da Lagoa do Camargo, vista do Rio (Foto tirada em dezembro de 2004).
210
Figura 77: Entrada da Lagoa do Camargo, vista de dentro da lagoa (Foto tirada em dezembro de 2004).
Figura 78: Entrada da Lagoa do Coqueiral, vista do Rio (Foto tirada em dezembro de 2004).
211
Figura 79: Lagoa dos Cavalos (Foto tirada em dezembro de 2004).
Figura 80: Rio Paranapanema e Lagoa do Camargo (Foto tirada em dezembro de 2004).
Figura 81: Rio Paranapanema e Lagoa do Camargo (Foto tirada em dezembro de 2004).
L.Camargo
Rio Paranapanema
Rio Paranapanema
L.Camargo
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